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Exercício de Fixação 01 1. Pergunta 1 0/0 Leia atentamente a citação abaixo e escolha a alternativa correta. “Quando a pesquisa tropeça na opacidade dos documentos, e o arquivo não declina mais tão facilmente os traços cheios e os finos de um cômodo “era assim porque está “escrito”, o trabalho pode realmente começar”. Buscando primeiro tudo o que esses textos guardam de improvável, de incoerente, mas também de irredutível às interpretações cômodas demais. Quando o arquivo, ao contrário, parece dar acesso facilmente ao que se supõe nele, o trabalho é ainda mais exigente. É preciso se livrar pacientemente da “simpatia” natural que se sente por ele, e considerá-lo como um adversário a ser combatido, um pedaço de saber que não se anexa, mas que perturba” FARGE, Arlette.O sabor do arquivo. São Paulo: Edusp, 2009, p.73. I - Arllete Farge alerta sobre a necessidade de buscar fontes que corroboram com a pesquisa II - Arllete refere-se às possibilidades que o arquivo fornece quando o historiador está aberto às leituras além das pré-concebidas III - Arllete Farge sugere que o arquivo é um espaço para se desbravar e revelador de novas perspectivas Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Estão corretas as opções II e II. Resposta correta 2. Estão corretas as opções I, II e III 3. Estão corretas as opções I e II 4. Estão corretas as opções I e III 5. Está correta a opção I Comentários Cap 01. Para a historiadora, um arquivo que corresponde às perguntas pré- estabelecidas não é devidamente explorado. O historiador deve estar aberto a buscar em suas fontes perspectivas diversas sobre os temas pesquisados, analisando suas incoerências diante do que é perguntado às fontes, ou seja, é preciso estar aberto à diversidade oferecida por um arquivo. 2. Pergunta 2 0/0 Leia atentamente a citação abaixo de Daniel Roche e escolha a alternativa correta. “Os objetos, as relações físicas ou humanas que eles criam não podem se reduzir a uma simples materialidade, nem a simples instrumentos de comunicação ou de distinção social. Eles não pertencem apenas ao porão ou ao sótão, ou então simultaneamente aos dois, e devemos recolocá-los em redes de abstração e sensibilidade essenciais à compreensão dos fatos sociais”. (ROCHE, Daniel. História das coisas banais. Nascimento do consumo nas sociedades do século XVII ao XIX. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 13) I - Para Daniel Roche, a materialidade das fontes é desconsiderada; II - Para Daniel Roche, é preciso considerar a representação do objeto; III - Para Daniel Roche, as fontes têm significado também subjetivo; IV - Para Daniel Roche, redes de abstração de análise estão sob os fatos sociais. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Estão corretas as opções I, II e III. 2. Estão corretas as opções II e III. Resposta correta 3. Estão corretas as opções II, III e IV. 4. Está correta a opção I e II. 5. Estão corretas as opções III. Comentários Cap 02. Para Daniel Roche, as fontes devem ser analisadas em seu contexto, assim como sua materialidade e a sua subjetividade. Do mesmo modo, o historiador deve considerar além do contexto da fonte a representação que ela tinha. 3. Pergunta 3 0/0 "A revista e o movimento fundados por Bloch e Febvre, na França, em 1929, tornaram- se a manifestação mais efetiva e duradoura contra uma historiografia factualista [...] propunham uma história-problema, viabilizada pela abertura da disciplina às temáticas e métodos das demais ciências humanas, num constante processo de alargamento de objetos e aperfeiçoamento metodológico" (CASTRO, H. História social. In: CARDOSO, C. F.; VAINFAS, R. (Org.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 46). Considerando as reflexões apresentadas no trecho citado, bem como seus conhecimentos sobre o desenvolvimento contemporâneo das noções sobre fontes históricas, avalie as afirmativas a seguir: Para os fundadores da escola dos Annales, a ideia de fonte histórica deveria ser ampliada, em relação ao modelo da Escola Metódica, de forma a englobar as diferentes manifestações da ação humana como textos, imagens, músicas, objetos da cultura material, testemunhos dentre outras. Porque Para a escola Metódica francesa do século do XIX, os fatos eram dados objetivos que poderiam ser extraídos das fontes históricas, principalmente textos produzidos por instituições como o Estado ou a Igreja. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: Ocultar opções de resposta 1. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa da I. 2. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é justificativa da I. Resposta correta 3. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 4. Incorreta: As asserções I e II são proposições falsas. 5. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. Comentários Conforme o capítulo 2, do livro da disciplina, as asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é justificativa da I. As concepções de documento dos metódicos não são a razão pela qual os historiadores da escola de Annales desenvolveram sua específica concepção de fontes históricas. Sua ideia de documento histórico decorria de sua própria concepção de história: a de buscar compreender os eventos do passado em sua complexidade, envolvendo aspectos culturais, sociais, políticos, psicológicos, etc. 4. Pergunta 4 0/0 Leia o trecho a seguir: "Até onde se sabe, o Pergaminho Vindel é o único testemunho remanescente de músicas de cantigas de amigo [...] O Pergaminho apresenta particularidades paleográficas próximas das observadas no Cancioneiro da Ajuda e nos códices das Cantigas de Santa Maria" (MASSINI-CAGLIARI, G. Cantigas medievais profanas e religiosas. in: A música da fala dos trovadores: desvendando a prosódia medieval. São Paulo: Editora Unesp, 2015, p. 45-46). A análise paleográfica, utilizada neste estudo, refere-se: Ocultar opções de resposta 1. Aos princípios da Escola Metódica francesa, que afirmavam que todos os documentos, escritos ou não, deveriam ser usados como fontes históricas. 2. Ao estudo de moedas e medalhas antigas, fontes privilegiadas de informações sobre antigos governantes e os momentos em que estiveram no poder. 3. À análise de manuscritos antigos, como os da Idade Média europeia, em relação à materialidade de seu suporte. Resposta correta 4. À análise de fontes artísticas, especialmente musicais, de forma a determinar as diferentes relações estabelecidas entre a cultura erudita e a cultura popular. 5. À genealogia, especialmente de reis e rainhas, de forma a esclarecer antigas linhagens reais e determinar os legítimos herdeiros dos tronos europeus. Comentários Conforme o capítulo 1, do livro da disciplina, ao fazer tal análise, Mabillon desenvolveu uma nova metodologia, a qual conhecemos como paleografia. Atualmente, entendemos como a ciência que estuda textos antigos ou medievais inscritos em qualquer materialidade ou suporte de escrita. 5. Pergunta 5 0/0 O Museu do Holocausto, localizado em Curitiba, no Paraná, apresenta seu objetivo em seu site: "Histórias que não podem ser esquecidas e que devem ser transmitidas às próximas gerações. Foi com esse objetivo que nasceu o Museu do Holocausto de Curitiba. Inaugurado oficialmente em novembro de 2011, recebe semanalmente cerca de 700 pessoas, entre adultos e alunos de escolas públicas e particulares, num espaço de 400 m². Com uma vocação educativa e linha pedagógica bem definida, mostra os acontecimentos da guerra através de histórias de vítimas que possuem ligação com Brasil ou Paraná. Trata-se de uma ferramenta contra a desumanização nazista, humanizando as vítimas e ressaltando a vida” (Museu do Holocausto). Considerandoas relações que museus, como o do Holocausto, possuem com as fontes históricas e seu papel na compreensão do passado, assinale a afirmativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Episódios como o Holocausto, ocorrido na Segunda Guerra, foi de tal modo monstruoso que a disciplina histórica não consegue explicá-lo ou compreendê-lo. 2. A verdade histórica é possível de ser obtida por meio de uma recriação do passado, algo possível a partir dos acervos presentes nos museus. 3. Fontes históricas são, por definição, materiais escritos, produzidos por instituições como o Estado, que explicitam o passado político de um país. 4. Os museus, diferentemente da história, trabalham com a recuperação da memória e, portanto, seus acervos não podem ser considerados documentos históricos. 5. A exposição de objetos da cultura material nos museus procura recuperar momentos da vida das pessoas, para que sejam conhecidas no presente. Resposta correta Comentários Conforme o capítulo 3, do livro da disciplina, o historiador ressalta sobre ir além das funcionalidades dos objetos, ou seja, quais histórias poderiam ter de seu uso e circulação com o sujeito que o detinha antes de ser preso? Porém, qual seria o valor de um barbeador, de um par de óculos, ou qual era o mercado possível e os alimentos que eram comercializados em troca desses objetos? Estes estabeleciam relações sociais, antes ou depois de seus portadores entrarem nos campos, portanto não são objetos banais ou apenas algo que deve ser sacralizado atrás de um vidro. 6. Pergunta 6 0/0 Leia atentamente a citação abaixo e escolha a alternativa correta. “[...] o trabalho nos arquivos. Eu o considero muito semelhante ao trabalho dos antropólogos, porque estamos num lugar imaginário, em um cômodo do arquivo onde há documentos, que muitas vezes não encontramos significado. Da mesma forma que fazem os antropólogos quando estão em campo: em um determinado momento, os documentos começam a ter algum significado. Como uma iluminação, Deus ou um anjo diz o que ela significa. Por isso, os documentos mais interessantes não são os cotidianos, banais, evidentes para nós, mas sim os que dizem algo que, de imediato, para nós, é incompreensível, misterioso, porque nos sugerem a alteridade com o que estudamos, mas, ao mesmo tempo, há algo que devemos interpretar e dar coerência com os outros documentos evidentes e banais, já que os outros tendem ao anacronismo, porque os entendemos como se fossem documentos atuais. Diante do documento “incompreensível”, entendemos que há algo que deva ser reorganizado. Esse é o trabalho dos antropólogos. (LEVI, G. O trabalho do historiador: pesquisar, resumir, comunicar. In Revista Tempo. Juiz de Fora, 2014, v. 20, p.2) 1. Giovanni Levi defende que todo arquivo, aparentemente banal ou não, deve ser considerado; 2. Em um arquivo é preciso estar disposto a analisar aquilo que não parece atrair a atenção do historiador; 3. O trabalho do antropólogo, nesse caso, influencia o do historiador a organizar às informações encontradas; 4. É preciso imaginação e subjetividade em um trabalho de arquivo. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 5. Está correta a opção I e II. 6. Estão corretas as opções II e IV. 7. Estão corretas as opções I, II e III. 8. Estão corretas as opções I, II, III e IV. Resposta correta 9. Estão corretas as opções II, III e IV. Comentários Cap 03. Para o historiador Giovanni Levi é preciso sensibilidade e subjetividade ao entrar em um arquivo, a fim de conseguir entender as tantas informações que podem ser encontradas nelas. Mesmo que haja perguntas pré-estabelecidas e fontes já esperadas, é preciso também estar aberto aquilo que parece banal, do cotidiano, porque junto às outras elas permitem entender aspectos diversos sobre os grupos sociais ali representados. 7. Pergunta 7 0/0 O trabalho de Jean Mabillon é descrito abaixo por François Dosse. Após ler o excerto, escolha o item correto: [...] O estudo erudito prende-se os documentos em seu conteúdo, mas também é atento aos suportes materiais utilizados: o tipo de tinta, as folhas de pergaminho, a figura das letras, os selos, as fórmulas. A favor da diplomática, Mabillon inscreve a história na série das disciplinas do conhecimento e acentua, portanto, a separação com a literatura, origem do gênero histórico, em nome de regras escritas em conformidade na abordagem da massa arquivística [...] (DOSSE, François.A História. São Paulo: Editora Unesp, 2002, p.33-35) Ocultar opções de resposta 1. As perspectivas de Mabillon apresentadas por Dosse coordenaram a organização dos Metódicos no século XIX. 2. Daniel van Papenbroeck e Jean Mabillon fundaram uma metodologia para análise de fontes na História. 3. A diferenciação em relação à literatura foi sugerida por Hayden White, contemporâneo a Daniel van Papenbroeck e Jean Mabillon. 4. A materialidade e suporte das fontes são objetos de análise e um diferencial na leitura de Jean de Mabillon . Resposta correta 5. O trabalho de Mabillon em relação à arquivística e análise de fontes foi utilizado pelo Direito no século XIX. Comentários Cap 01. Ao analisar a tinta, o tipo de papel ou pergaminho, os traços da caligrafia, como também o suporte e materialidade de fonte, Jean Mabillon colaborou para a formação dos princípios que séculos mais tarde incentivaram a formação de uma ciência à parte, além da literatura. 8. Pergunta 8 0/0 Segundo a historiadora Natália Tognoli: "[Jean] Mabillon soube exatamente como aproveitar-se de sua posição e capacidade crítica aguçada, viajando por toda a Europa em busca de material para suas obras sobre a crítica dos documentos, assim como para a coleção de manuscritos raros da biblioteca da ordem de Saint-German e da história da Igreja na França" (TOGNOLI, Natália. A construção teórica da Diplomática. São Paulo: Cultura acadêmica, 2014, p.30). A importância do monge Jean Mabillon dentro do desenvolvimento de uma crítica às fontes históricas, no contexto da historiografia da Europa moderna, está associada, dentre outros fatores: Ocultar opções de resposta 1. À difusão de métodos de organização e classificação de documentos antigos, dentro de uma perspectiva temporal. Resposta correta 2. À sua adoção das ideias de Santo Agostinho, que afirmava que os eventos históricos seguiam desejos divinos. 3. À difusão da ideia de que, diferentemente do que propunham os metódicos, as fontes imagéticas seriam mais importantes que as textuais. 4. Incorreta: Aos problemas enfrentados junto aos jesuítas que, por questões religiosas, opunham-se ao estabelecimento de verdades a partir de provas escritas. 5. À associação entre história e literatura, em uma perspectiva que seria recuperada, no século XXI, pelos pós-modernistas. Comentários Conforme o capítulo 1, do livro da disciplina, a publicação de Mabillon colaborou para estabelecer regras de organização em relação a documentos antigos e sobre a classificação de títulos a partir de uma divisão temporal. 9. Pergunta 9 0/0 Leia com atenção o trecho do artigo: "Durante entrevista que conduzi com o famoso artista afro-americano John Outterbridge, observei que, ao recordar sua infância na Carolina do Norte, a memória de John foi assaltada por vívidas lembranças de sua mãe fazendo sabão, o que o levou a um arroubo de movimentos mímicos alternadamente calmos e agitados. À medida que falava, seus dedos descreviam as dimensões da cozinha e da varanda onde a mãe trabalhava, posicionando cuidadosamente o fogão, os balcões onde ficavam as cubas, e a área de armazenagem onde os compridos tabletes de sabão recém-preparados esfriavam antes de serem cortados em barras" (SMITH, Richard C. Circuitos de subjetividade: história oral e o objeto de arte. Estudos históricos, Rio de Janeiro, n. 30, 2002, p. 76). Essa pesquisafoi realizada a partir da metodologia conhecida como história oral. Dentro desse contexto, analise as sentenças e marque V para verdadeiras ou F para falsas: Sendo assim, analise as sentenças a seguir e assinale V se a sentença for verdadeira e F se a sentença for falsa ( )Permitir ao entrevistado que encadeie suas memórias, mesmo que se afastem da pergunta original, é uma prática que deve ser seguida pelos pesquisadores que atuam com história oral. ( )As reações de Outterbridge são exemplos de como, na história oral, há valorização de aspectos subjetivos da experiência, que devem ser considerados na pesquisa histórica. ( )A história oral trabalha com a lembrança de experiências cotidianas e, assim, está mais associada ao folclore do que à prática histórica. ( )Como a memória é passível de erros e enganos, entrevistas não são consideradas documentos históricos tão confiáveis quanto textos escritos ou fotografias. ( )Na história oral, também devem ser analisados elementos como gaguejos, pausas do entrevistado ou gestos, pois todas são informações que carregam significados. A sequência correta é: Ocultar opções de resposta 1. F, F, V, V, V 2. V, V, F, F, V Resposta correta 3. F, V, V, V, F 4. Incorreta: F, V, V, F, F 5. V, F, F, V, F Comentários Conforme o capítulo 3, do livro da disciplina, a resposta correta é: V, V, F, F, V. A afirmativa III é falsa, pois a experiência cotidiana de eventos e processos históricos é, também, importante para a História. A afirmativa IV é falsa, pois todos os documentos carregam, em si, determinada intencionalidade. Sabemos que documentos cartoriais, de batismo, processos judiciais ou institucionais também têm seu lugar social e têm sua narrativa ou recorte temporal delineado, mesmo que inconscientemente. 10. Pergunta 10 0/0 Pesquisando a Revolta do Formoso – um conjunto de lutas pela terra no estado de Goiás, entre os anos 1950 e 1960 –, a historiadora Janaína Amado se utilizou da metodologia da história oral, entrevistando pessoas da região que teriam participado ou testemunhado aqueles conflitos e suas consequências. Um destes entrevistados, de nome Fernandes, revelara-se a princípio bastante útil: parecia não apenas ter testemunhado importantes episódios da Revolta, como estava disposto a dar seu depoimento à historiadora. Leia, a seguir, o que a pesquisadora Janaína Amado conclui sobre esta sua fonte histórica: "Ao continuar a pesquisa, consultando documentos escritos e entrevistando outras pessoas, tive uma grande surpresa: a maioria das informações prestadas por Fernandes não se confirmava! Sequências de acontecimentos, nomes de pessoas envolvidas na revolta, descrições dos participantes, datas, quase nada, enfim, do que meu primeiro informante contara, podia ser comprovado; ao contrário, quase tudo podia ser posto em dúvidas ou, simplesmente, negado. [...] Não havia outra conclusão possível: Fernandes inventara seu depoimento! Ao final da pesquisa, quando já reconstituíra a história da revolta e refletira sobre ela, decidi ouvir novamente o conjunto das fontes orais. Nessa ocasião, reencontrei, em um fundo de gaveta, a entrevista de Fernandes; decidi ouvi-la [...]. O impacto dessa segunda audição foi enorme: ouvida como fonte independente, sem qualquer referência à revolta, a narrativa de Fernandes tornava-se empolgante! [...] Finalmente, percebi ser a narrativa de Fernandes uma recriação do Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes! Recriação sertaneja, mesclando referências literais à obra com aspectos da vida no interior de Goiás durante as décadas de 1930 a 1960, aí incluído o movimento social do Formoso". (AMADO, Janaína. O grande mentiroso: tradição, veracidade e imaginação em história oral. História, São Paulo, 14, 1995. P. 126-127). A respeito da relação entre fonte histórica e as noções de memória e objetividade, avalie as afirmativas a seguir: Sendo assim, analise as sentenças a seguir e assinale V se a sentença for verdadeira e F se a sentença for falsa: ( )O caso do “mentiroso” Fernandes demonstra como memória e história são idênticas, sendo trabalho de historiadores e historiadoras o de reproduzir, fielmente, estas memórias em seus trabalhos historiográficos. ( )O depoimento de Fernandes não revelava verdades que pudessem ser confirmadas a partir de informações presentes em diferentes documentos históricos, tendo sido por isso descartado pela pesquisadora, que não mais o utilizou como fonte de pesquisa. ( )A pesquisadora Janaína Machado não descartou o depoimento de Fernandes, mas o utilizou como fonte documental para um estudo sobre a apropriação popular de elementos da cultura erudita, no caso, a obra Dom Quixote. ( )O exemplo lançado pela historiadora é exemplo de como a memória está intimamente ligada à criação de documentos históricos, pois as lembranças inventadas de Fernandes não eram memórias de episódios da Revolta do Formoso. ( )O depoimento de Fernandes sobre a Revolta do Formoso é também um trabalho de história, pois ele construiu uma narrativa a partir de determinados eventos, ainda que inventados, sobre o passado. A sequência correta é: Ocultar opções de resposta 1. F, V, V, F, V 2. F, F, V, V, F Resposta correta 3. Incorreta: V, F, F, V, F 4. V, V, F, V, F 5. V, V, F, F, V Comentários Conforme o capítulo 1, do livro da disciplina, a resposta correta é: F, F, V, V, F. O item I é falso porque, embora haja determinada relação entre memória e história, ambas não se confundem, e a história não é a mera reprodução da memória.O item II é falso porque, como demonstra o trecho citado no enunciado da questão, a pesquisadora utilizou o depoimento de Fernandes para uma análise sobre a construção de narrativas populares, sertanejas, a partir de certas fontes da cultura erudita (no caso, Dom Quixote). O item V é falso porque a história trabalha a partir de evidências e questões formuladas a partir destas evidências – o que não foi o caso da narrativa inventada por Fernandes. Exercício de Fixação 02 Pergunta 1 0/0 Com base no livro didático no diz respeito à História Pública no Brasil é correto dizer: Ocultar opções de resposta 1. A História Pública pouco influenciou no debate sobre a profissionalização do trabalho do historiador. 2. A História Pública tem por objeto de análise os desdobramentos de atos das instituições públicas. 3. Apesar do número limitado de arquivos no Brasil, há disponibilidade de fontes digitalizados para a prática de pesquisa. 4. Ela permite problematizações da História na sala de aula por envolver temas comuns à sociedade como os movimentos sociais. Resposta correta 5. Trata-se de um diálogo acadêmico direcionado à boa parte da população, que tem por objetivo gerar consciência histórica. Comentários Cap 04. A História Pública passou a ser mais discutida devido à necessidade de debate do trabalho do historiador, de sua profissionalização e empregabilidade, bem como se tornou uma ferramenta de linguagem acessível para a população no que diz respeito à consciência histórica. 2. Pergunta 2 0/0 É muito comum que trabalhos acadêmicos como artigos, monografias, dissertações e teses, venham acompanhados de resumos, que sintetizem aspectos essenciais tanto de sua temática quanto da metodologia aplicada. Leia, a seguir, o trecho de um resumo de uma tese de doutorado, defendida em 2019, com o título “Imigrantes japoneses e seus descendentes em Uraí, Paraná: reconfigurações de identidades culturais”: "Esta pesquisa estuda a Colônia Pirianito, fundada em 1936 pela Companhia Nambei Tochi Kabushiki Kaisha e, posteriormente, denominada de Uraí (1947). [...] Nosso objeto de pesquisa são as estruturas culturais antigas ligadas à tradição japonesa ainda vigentes em quatro gerações de japoneses e seus descendentes, analisadas no período de 1936-2018. Os objetivos da pesquisa são: analisara ressignificação de identidades culturais e das relações identitárias de quatro gerações de japoneses, visando entender como as identidades são produzidas e reproduzidas, por meio da transformação e da diferença nas fronteiras da cultura" (DA SILVA, José Junio. Imigrantes japoneses e seus descendentes em Uraí, Paraná: reconfigurações de identidades culturais. Resumo. Tese de doutorado em História. Curitiba: UFPR, 2019. p. 4). Analisando o resumo do trabalho, é possível identificar o recorte temporal da pesquisa como: Ocultar opções de resposta 1. Incorreta: 1936-2019 2. 1936-1947 3. 1936-2018. Resposta correta 4. 1947-2018 5. 1936 aos dias atuais. Comentários Conforme o capítulo 6, do livro da disciplina, o recorte temporal definido é o localizado entre 1936 a 2018. Agora que já entendemos um pouco mais dos principais fatores na construção do conhecimento histórico, cabe refletirmos: Quem decide quais tópicos e temas devem ser abordados na área da História? Além da influência do contexto histórico contemporâneo, o próprio historiador deverá reconhecer quais são os seus referenciais e padrões de análise, para que possa ter consciência destes durante o processo de construção do conhecimento histórico. 3. Pergunta 3 0/0 Leia o texto a seguir, escrito em 1587, por um colono português vivendo em Salvador, na Bahia: "Convém tratar daqui por diante das árvores de fruto naturais da Bahia [...] e demos o primeiro lugar e capítulo por si aos cajueiros, pois é uma árvore de muita estima, e há tantos ao longo do mar e na vista dele. Estas árvores são como figueiras grandes, têm a casca da mesma cor, e a madeira branca e mole como figueira, cujas folhas são da feição da cidreira e mais macias. [...] A sombra destas árvores é muito fria e fresca, o fruto é formosíssimo; algumas árvores dão fruto vermelho e comprido, outras o dão da mesma cor e redondo" (SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971. p. 186-187). Gabriel Soares de Sousa procurou, com seu tratado, descrever a natureza do Brasil que na época era ainda pouco explorada e conhecida pelos portugueses. Na historiografia da atualidade, um campo de pesquisas históricas que se preocupa especificamente com as relações sociais e culturais construídas entre os seres humanos e a natureza, é denominado: Ocultar opções de resposta 1. Narrativa historiográfica. 2. História ambiental. Resposta correta 3. Incorreta: Marxismo ortodoxo. 4. Fontes primárias. 5. História cultural. Comentários Conforme o capítulo 4, do livro da disciplina, considerando essas implicações, a história ambiental, como pesquisa, busca compreender as ações do ser humano tanto no mundo sociocultural quanto no biológico, sendo que estes dois estão também envolvidos entre si. 4. Pergunta 4 0/0 Leia atentamente a citação abaixo e escolha a alternativa correta. A cronologia não é algo que causa demérito a um trabalho, porém, entre o nascer e o morrer há muitas perspectivas e comportamentos identitários dos indivíduos. Vavy Pacheco Borges dá um exemplo sobre isso quando cita como exemplo o cinema, porque o roteiro deste em geral tem os chamados flashbacks, que permitem idas e vindas, simultaneidade de imagens, ou que se cruzam (BORGES, Vavy Pacheco. Grandezas e misérias da biografia. In.: PINSKI, Carla Bassanezi (org.).Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2008, p.223-227) Ocultar opções de resposta 1. As diversas perspectivas de análise da vida de um biografado se dão com base em uma cronologia. 2. Considerar a bibliografia e escritos já publicados sobre o biografado, como reportagens, livros, diários, entre outros. Resposta correta 3. Para se trabalhar com biografia na prática de pesquisa é preciso dar sentido à vida do biografado. 4. Entender que o indivíduo se destaca em seu tempo histórico, por isso seu destaque na sociedade em que insere. 5. Comportamentos identitários diversos estão inscritos em uma cronologia do biografado. Comentários Cap 04. Para problematizar a vida de um biografado dentro de um contexto múltiplo é preciso considerar a literatura que já existe sobre ele, desde um processo judicial a outras fontes, como escolares, diários, reportagens. 5. Pergunta 5 0/0 O trecho a seguir, produzido na França em finais do século XVII, é uma versão de um conto popular que chegou aos nossos dias com o título de Chapeuzinho Vermelho. Estas são as últimas linhas do conto, como era conhecido na época. - Ah, vovó! Como você é peluda! - É para me manter mais aquecida, querida. - Ah, vovó! Que ombros largos você tem! - É para carregar melhor a lenha, querida. [...] - Ah, vovó! Que dentes grandes você tem! - É para comer melhor você, querida. E ele a devorou. (PERRAULT, Charles. Contes de ma Mère l'Oye, 1697. In. DARNTON, Robert. O grande massacre de Gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1986. p. 22). Alguns dos mais populares contos de fada, conhecidos em um grande número de países do Ocidente, foram estudados pelo historiador Estadunidense Robert Darnton, que descobriu que diferentes épocas produziram e divulgavam diferentes visões daqueles contos. Na versão que você acabou de ler, do século XVII, o conto Chapeuzinho Vermelho acabava ali: o lenhador, que salvava tanto a vovó quanto a própria Chapeuzinho, comum nas versões que circulam em nossos dias, não existia na tradição oral de onde a história se origina. Considerando essas diferenças, bem como seus conhecimentos sobre a obra de Darnton, que conclusões podemos estabelecer sobre o uso de tais fontes nos trabalhos de história? Avalie as afirmativas: I - Os diferentes finais de Chapeuzinho Vermelho, a do século XVII e a dos dias de hoje, ecoam diferentes significados que as histórias recebem em diferentes períodos e sociedades. II - O relativismo cultural, fundamental para a compreensão do trabalho de Darnton, permite estabelecer que há um aspecto natural inerente aos seres humanos, em diferentes épocas e sociedades. III - Pode-se depreender, a partir do conto, como os trabalhadores rurais, representados na figura de Chapeuzinho, tinham seu trabalho diário expropriado pelo capitalista produtor rural, representado pelo lobo. IV - O estranhamento que podemos ter em relação ao final de Chapeuzinho Vermelho na versão do século XVII, indica-nos que somos culturalmente diferentes daqueles que originalmente narravam a história. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. III e IV 2. II, III e IV 3. I 4. I e III 5. I e IV Resposta correta Comentários Conforme o capítulo 6, do livro da disciplina, a resposta correta é: I e IV. A afirmativa II está errada. O relativismo cultural procura demonstrar, justamente, que a compreensão das sociedades humanas fundamenta-se no entendimento de cada cultura, e os significados arbitrários dados à realidade. Entre outros aspectos do trabalho desse pesquisador, a noção de relativismo cultural foi uma das principais referências apropriadas por Darnton, possibilitando o desenvolvimento de suas intepretações quanto à análise das fontes históricas. A afirmativa III está errada. Não há nada no conto que dê validade àquela interpretação. 6. Pergunta 6 0/0 Leia um trecho escrito pelo inglês Robert Faurisson (1929-2018), escritor que se tornou um dos mais destacados negacionistas do Holocausto. "Até 1960 eu acreditava na realidade daqueles massacres gigantescos em "câmaras de gás" [...] Após catorze anos de reflexão pessoal, depois de quatro anos de pesquisa constante, tive a certeza [...] de que tinha diante de mim uma mentira histórica. Visitei e revisitei Auschwitz e Birkenau, onde as autoridades exibem uma "câmara de gás reconstituída", juntamente com restos mortais ditos de "crematórios com câmaras de gás". [...] Tentei encontrar, mas em vão, um único deportado que pudesse meprovar que tinha realmente visto, com seus próprios olhos, uma "câmara de gás". Eu não queria especialmente uma abundância ilusória de provas; eu estava disposto a contentar-me com uma prova, uma única prova. Eu nunca encontrei essa prova" (FAURISSON, Robert. Three letters form R. Faurisson do Le Monde. Journal for Historical Review, v. 19, n. 3, 2000. p. 4. Tradução nossa). O problema dos negacionistas do Holocausto – ou seja, daqueles que negam que tenha ocorrido o Holocausto judeu, cometido pelos nazistas, durante a Segunda Guerra – está intimamente ligado aos problemas da teoria e metodologia da história. Dentro desse contexto, analise as sentenças a seguir e indique as corretas: I - As diferentes formas de negacionismo defendem o relativismo histórico, ou seja, a crença de que qualquer evento histórico é justificável a partir de certa perspectiva. II - O surgimento do negacionismo do Holocausto é consequência de diferentes conflitos teóricos surgidos entre os defensores do pós-modernismo no mundo acadêmico. III - Fundamentar as afirmações em um texto histórico a partir de uma ampla bibliografia é uma forma de combater análises tendenciosas como aquelas dos negacionistas. IV - Negacionistas como Faurisson ignoram que suas crenças estão em desacordo com diferentes acontecimentos, e selecionam apenas dados que sustentam suas teses. V- O que tem sustentado a popularidade dos trabalhos negacionistas, ainda na atualidade, é sua ampla aceitação entre historiadores e historiadoras do mundo acadêmico. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. II e V 2. II e III 3. I, III e IV Resposta correta 4. I, II, IV e V 5. III, IV e V. Comentários Conforme o capítulo 5, a resposta correta é: I, III e IV. A afirmativa I está correta: para os negacionistas, todas as perspectivas de análise são válidas e, assim, não seria possível estabelecer que o Holocausto teria realmente ocorrido ou seria uma verdade histórica; afinal, diferentes testemunhos (inventados ou maliciosamente interpretados) negariam as evidências. A afirmativa II está errada, pois os pensadores que e definem como pós-modernos não defendem ou suportam o negacionismo do Holocausto. A afirmativa III está correta: o suporte historiográfico é uma ferramenta metodológica de suporte às conclusões de um trabalho de história. A afirmativa IV está correta: os negacionistas não se interessam por provas, pois descartam todas as evidências que vão de encontro às suas próprias premissas. A afirmativa V está errada, pois os negacionistas não encontram respaldo acadêmico. 7. Pergunta 7 0/0 Leia a citação abaixo: “A História temática, por sua vez, representa, entre outras perspectivas e demandas, a busca da quebra da linearidade ilusória dos modelos tradicionais e estruturação do conteúdo em torno de temas – conceitos, visando tanto adaptar assuntos aos interesses/necessidades dos alunos quanto desenvolver uma concepção de História. Não se trata de uma ideia nova. Podemos encontrá-la pelo menos desde os anos 1960, por exemplo, quando Libânio Guedes indica a vinculação entre a proposta de uma apropriação temática da História aos métodos e objetivos do movimento escolanovista (1963: 63). Nessa configuração histórica, a História temática decorre da percepção de que, para atingir os objetivos cognitivos, a consciência social e a atitude ética que se espera do ensino de História, não é necessário –aliás, nem é recomendável– ensinar o exaustivo currículo de toda a História, mas apenas recortes temáticos significativos” CERRI, Luis Fernando. Recortes e organizações de conteúdos históricos para a educação básica. Antíteses, vol. 2, n. 3, jan.-jun. de 2009, p.141) Com base no excerto e no livro didático é correto afirmar: Ocultar opções de resposta 1. O recorte temático tem o contexto como pano de fundo, o que dá destaque à pesquisa realizada. 2. O recorte temático é uma concepção evidenciada e estimulada desde a primeira fase dos Annalles. 3. O recorte temático tem por objetivo problematizar mais os objetos e as pesquisas de forma qualitativa. Resposta correta 4. Conteúdos estruturados de forma cronológica dão mais sentido ao fazer historiográfico. 5. O recorte temático substitui a massa de trabalhos historiográficos apresentada aos alunos de graduação. Comentários Cap 06. O recorte temático, utilizado ao mesmo desde os anos de 1960, segundo Cerri, tem por objetivo evidenciar mais os temas a partir de ideias problematizadoras, deixando de lado uma perspectiva linear e quantitativa. 8. Pergunta 8 0/0 Leia atentamente a citação abaixo e escolha a alternativa correta de acordo com ela e o livro didático: “A postura que adotamos com respeito ao passado, quais as relações entre passado, presente e futuro não são apenas questões de interesse vital para todos: são indispensáveis. É inevitável que nos situemos nocontinuum de nossa própria existência, da família e do grupo a que pertencemos. É inevitável fazer comparações entre o passado e o presente: é essa a finalidade dos álbuns de família ou filmes domésticos. Não podemos deixar de aprender com isso, pois é o que aexperiência significa”. (HOBSBAWM, Eric J.Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p.36) Ocultar opções de resposta 1. As fontes decorrentes da experiência coletiva ou individual têm representações coletivas. 2. A relação questionadora entre passado e presente tem por intenção unilateral compreender as expectativas de futuro. 3. O historiador Eric Hobsbawm sugere que o passado deve ser analisado em detrimento do futuro. 4. O conhecimento histórico é resultado da experiência coletiva e individual, que se dão em dimensões temporais diversas. Resposta correta 5. A relação passado, presente e futuro só é profícua quando analisada junto a fontes oficiais, baseadas na experiência. Comentários Cap 06. O historiador Eric Hobsbawm evidencia a importância da nossa de experiência para a compreensão da memória coletiva ou individual, a qual também serve para entendermos que o conhecimento histórico é resultado dessa relação de passado e presente que se dá em meio a diversos contextos temporais. 9. Pergunta 9 0/0 Atente ao excerto abaixo e escolha a alternativa correta: “Diante dessas incertezas, parece desaconselhável elaborar uma interpretação com base numa única versão de um único conto, e mais arriscado ainda basear análises simbólicas em detalhes – capuzes vermelhos e caçadores – que podem não ter aparecido nas versões dos camponeses. Mas há registros dessas versões em números suficientes – 35 “Chapeuzinhos Vermelhos”, noventa “Pequenos Polegares”, 105 “Cinderelas” – para se poder perceber as linhas gerais de um conto, como ele existiu na tradição oral. É possível estudá-lo no nível da estrutura, observando a maneira como a narrativa é organizada e como os temas se combinam, em vez de nos concentrarmos em pequenos detalhes”. (DARNTON, Robert.O grande massacre de gatos. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p.33). Ocultar opções de resposta 1. Ao fazer a pesquisa mencionada no excerto, Seawright deixa evidente que Darnton encontrou poucas versões das mesmas histórias. 2. A obra do historiador Robert Darnton permite entender as influências do conceito de experiência na historiografia, ao analisar a vida dos trabalhadores. 3. Para Robert Darnton, é preciso haver uma problematização intensa entre fontes e o contexto histórico. 4. A obra de Robert Darnton evidencia a influência antropológica nos estudos culturais, após 1970. Resposta correta 5. A aproximação de Robert Darnton com as perspectivas de análise sociológicas marcou a historiografia da História Cultural. Comentários Cap 06. Os estudos da História Cultural tiveram forte influência de princípios antropológicos, especialmente obras como as de Robert Darnton, a partir de seucontato com Clifford Geertz. Tal encontro permitiu que práticas e representações passassem a ser mais analisadas, atentando aos detalhes que davam sentido à vida dos sujeitos históricos. 10. Pergunta 10 0/0 Walter Mignolo é um sociólogo que muito tem contribuído para mudanças no olhar historiográfico. Após ler um excerto de seu texto abaixo escolha a alternativa correta: A consequência é que o capitalismo, como a modernidade, aparece como um fenômeno europeu e não planetário, do qual todo o mundo é partícipe, mas com distintas posições de poder. Isto é, a colonialidade do poder é o eixo que organizou e continua organizando a diferença colonial, a periferia como natureza. A configuração da modernidade na Europa e da colonialidade no resto do mundo (com exceções, por certo, como é o caso da Irlanda), foi a imagem hegemônica sustentada na colonialidade do poder que torna difícil pensar que não pode haver modernidade sem colonialidade; que a colonialidade é constitutiva da modernidade, e não derivativa. (MIGNOLO, Walter. A colonialidade de cabo a rabo: o hemisfério ocidental no horizonte conceitual da modernidade. In: LANDER, Edgardo (Org.) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais perspectivas latino- americanas. Buenos Aires: 2005, p.36-38). I - A colonialidade do poder diz respeito à predominância europeia que regulou quase todo discurso de conhecimento publicado e legitimado desde 1500 II - Para a prática de pesquisa historiográfica sobre América, por exemplo, é preciso que o historiador entenda o lugar dessa no discurso sobre o mundo-econômico pós 1500 III - Para Mignolo, a modernidade se tornou um fenômeno complexo e transformador devido à ocupação da América Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Estão corretas as opções I, II e III. Resposta correta 2. Está correta a opção I e II. 3. Estão corretas as opções II. 4. Estão corretas as opções II e III. 5. Incorreta: Estão corretas as opções II e IV. Comentários Cap 05. O sociólogo Walter Mignolo traz contribuições no que diz respeito à ideia de desconstrução do próprio saber historiográfico, ou seja, entender que os lugares ocupados pelos países da América Latina como um todo sempre foram de coadjuvantes para a processo econômico-político que é o capitalismo, cujo líder em geral foi a Europa nos últimos séculos. Exercício de Fixação 03 1. Pergunta 1 0/0 Com base na citação a seguir, analise as sentenças e marque a alternativa correta: “De alguma forma, a proximidade determina a ligação afetiva do historiador com o assunto pesquisado, sem que isso implique a inexistência do trabalho de identificação, classificação, montagem e racionalização do objeto estudado” (VICENTE, MM. História e comunicação na ordem internacional [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009, p. 79). 1. Pode haver dificuldade em afastar o recorte temporal em assuntos do tempo presente. 2. As dimensões temporais dos acontecimentos são cada vez mais rápidas e múltiplas. 3. Com a cultura em massa, as temporalidades históricas podem se tornar unas. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 4. Estão corretas I e II. Resposta correta 5. Estão corretas II e III. 6. Estão corretas I, II, III. 7. Todas estão corretas. 8. Estão corretas I, III. Comentários Conforme o capítulo 9, do livro da disciplina, estão corretas I e II. São múltiplas as temporalidades históricas que devem ser historicizadas pelo historiador, isso porque as culturas são muitas e com o aceleramento da informação novas práticas e apropriações ocorrem constantemente. Dessa forma, ocorre uma dificuldade em alguns momentos em fazer o recorte temporal de acontecimentos muito próximos, entretanto não se trata de um limite imposto às pesquisas. 2. Pergunta 2 0/0 Atente ao excerto abaixo: “[...] a imagem e a visualidade constituem uma temática recorrente em variados domínios das ciências sociais, pois a comunicação visual é uma das mais antigas formas de comunhão coletiva, revelando-se, ainda hoje, fundamental na união com os outros.” (CAMPOS, Ricardo. Imagem e tecnologias visuais em pesquisa social: tendências e desafios. Anál. Social, Lisboa , n. 199, p. 237-259, 2011, p. 240). Sobre o uso de imagem como fonte no trabalho historiográfico, escolha a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. A imagem tem como suporte físico o papel e com representação individual e coletiva. 2. A imagem oferece informações estéticas e pouco ideológicas. 3. A imagem como fonte permite pensar em representações do contexto. Resposta correta 4. A imagem veiculada nas fontes é estática e materializa um contexto de forma universal. 5. A imagem tem como alcance uma perspectiva unidirecional. Comentários Conforme o capítulo 8, do livro da disciplina, a imagem como fonte tem representações múltiplas, visto que traz elementos, ideologias, símbolos e práticas culturais que levam às reflexões mais variadas, pois depende das questões colocadas pelo historiador. 3. Pergunta 3 0/0 No que diz respeito à relação da Memória com a História considere a citação abaixo: “a memória não diz respeito à verdade, mas à construção de sentidos. Por isso é que duas pessoas que viveram juntas uma mesma situação têm, muitas vezes, recordações diversas. Reminiscências de experiências vividas, reconstruídas e inventadas” (SILVA, Sergio Baptista da. Apresentação: repensando objetos, arte e cultura material.Horiz. antropol. Porto Alegre , v. 17, n. 36, p. 7-11, Dec. 2011, p.56) A partir dessas considerações e do livro didático é correto afirmar: Ocultar opções de resposta 1. Lugares de Memória tem por objetivo definir os espaços de memória coletiva. Resposta correta 2. A escolha do patrimônio deve priorizar uma identidade homogênea e abrangente. 3. A escolha do que será preservado no mundo coletivo vêm de profissionais da área. 4. A escolha do Patrimônio pode ser material ou imaterial por decisão apenas de profissionais. 5. É de fácil compreensão a escolha do que será preservado da memória no mundo coletivo. Comentários Cap 07. Lugares de memória são assim definidos após debates, em geral, entre profissionais, civis e o próprio poder público. Diz respeito a uma maioria do coletivo, embora essa noção jamais tenha (ou deva) ter por objetivo formar uma perspectiva única de significado sobre essa memória. 4. Pergunta 4 0/0 Com base no material didático aponte a alternativa correta: I - A produção artística é uma representação do seu contexto. II - A produção artística é uma representação do pensamento do artista. III - Há uma relação direta entre a produção artística e o meio social. IV - A produção artística ocupa um “entre lugar”. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Estão corretas I, II e IV. Resposta correta 2. Estão corretas III, IV. 3. Estão corretas I e IV. 4. Estão corretas I, II, III e IV. 5. Estão corretas I, III e IV. Comentários É possível dizer que há reminiscências do contexto social representados na produção artística, bem como, um olhar de seu autor. Ainda assim é uma representação e não uma projeção exata do que se passava quando foi produzida, por isso, entendemos a historiografia da História da Arte como um “entre lugar”. 5. Pergunta 5 0/0 Atente ao fragmento a seguir: “A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia” (LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2012, p. 455). Sobre a memória, podemos afirmar que: Ocultar opções de resposta 1. Memória e identidade são intrínsecas para os estudos da História que envolvem perspectivas coletivas.2. Há instituições suficientes e preparadas para a preservação de fontes digitais. 3. Toda fonte, independente de sua materialidade, faz parte da memória individual ou coletiva. Resposta correta 4. Diferentes suportes ganham maior ou menor relevância para os estudos que envolvem a memória. 5. O contexto digital pouco intervém ou se relaciona com os estudos da memória. Comentários Conforme o capítulo 10, do livro da disciplina, são diversos os sentidos da memória, como também os seus suportes. Nessa conjuntura, toda fonte, de algum modo, está relacionada à memória. 6. Pergunta 6 0/0 O excerto a seguir diz respeito à ideia de presente: “O conceito de presente marca o instante, aquilo que está no salto entre passado e futuro. É o que está lá no momento e no local referidos, o tempo em que as ações acontecem em seu tempo. No presente as coisas se presentificam no mundo entre as demais coisas que tomam parte na sucessão entre passado e futuro”. (COSTAA, Luis Artur; FONSECA, Tânia Mara Galli. Do contemporâneo: o tempo na história do presente. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro , v. 59, n. 2, p. 110-119, dez. 2007, p. 115). Dessa forma, é possível inferir que: Ocultar opções de resposta 1. A história do tempo presente é uma metodologia de pesquisa sobre o presente. 2. O presente é o resultado de uma relação intrínseca entre passado, presente e expectativa de futuro. Resposta correta 3. A história do tempo presente é aceita por toda a comunidade histórica. 4. A diminuição do distanciamento temporal facilita a pesquisa. 5. O profissional da História deve viver o acontecimento para poder estudá- lo. Comentários Conforme o capítulo 9, do livro da disciplina, o presente é o resultado de acontecimentos que se deram em momentos recentes, estabelecendo uma relação entre passado, presente e futuro. 7. Pergunta 7 0/0 De acordo com a leitura do livro da disciplina, o conhecimento histórico não se constitui em um saber estático. Analise as alternativas e assinale a afirmativa correta em relação a esta concepção. Ocultar opções de resposta 1. Ao longo do tempo, o conhecimento histórico sempre foi transmitido exclusivamente pela oralidade. 2. A produção do conhecimento histórico se relaciona diretamente com o contexto no qual ele é produzido e está frequentemente sujeito a mudanças. Resposta correta 3. Porque estuda todas as classes sociais, sem distinção. 4. Ao estudar sobre um determinado acontecimento histórico, ultrapassamos os limites territoriais. 5. O historiador deve usar somente novas tecnologias para explicar antigos conceitos. Comentários Capítulo 7: A produção do conhecimento histórico se relaciona diretamente com o contexto no qual ele é produzido, sendo que cada período terá características próprias acerca da concepção do que é História. Pelo fato de o conhecimento histórico não se constituir enquanto um saber estático, ele está frequentemente sujeito a mudanças e transformações que podem ter desdobramentos, como o surgimento de novos temas de análise ou a inserção de uma tipologia de fonte diferente. 8. Pergunta 8 0/0 Leia a citação abaixo: “[...] é algo construído, mediatizado, comunicado e que responde a determinados anseios no tempo e no espaço. Indubitavelmente a história – se concebida como um campo de saber, com regras próprias para a sua produção – mudou no tempo.” (MAYNARD, 2016, p. 107). No que diz respeito às transformações sofridas pela História, é possível afirmar que: Ocultar opções de resposta 1. História Pública, História Oral e Memória e Patrimônio são algumas das áreas que refletem e envolvem o mundo digital. Resposta correta 2. A digitalização de fontes é a área que mais ganhou notoriedade com as ferramentas do mundo digital. 3. E-mails e redes sociais fizeram parte das discussões sobre fontes nos últimos 20 anos. 4. A digitalização de fontes pouca altera sua materialidade e menos a análise por parte do historiador. 5. Incorreta: Utilizar as práticas oferecidas pelo mundo digital e refletir sobre ele é o objetivo da classe historiadora. Comentários Conforme o capítulo 8, do livro da disciplina, mais que envolver reflexões sobre o mundo digital, o objetivo da classe historiadora deve ser também o de utilizar e discutir sobre as ferramentas oferecidas, uma prática comum às áreas de História Pública, História Oral e Memória e Patrimônio. 9. Pergunta 9 0/0 A leitura do livro evidencia que a formação e a constituição da identidade estão diretamente associadas à noção de pertencimento a um determinado espaço. Os espaços que acomodam e/ou são patrimônios, são denominados de lugares de memória. Analise as afirmações que estão corretas em relação aos lugares de memória. I - Podem ser definidos como locais que preservam a memória de outros tempos. II - Tem como finalidade a preservação dos elementos que remetem à manutenção do passado. III - Com a contemporaneidade, os lugares de memória deixam de ter importância, pois o mundo digital proporciona acesso imediato e funcional da informação em qualquer área de pesquisa. Assinale a alternativa correta: Ocultar opções de resposta 1. Somente na afirmativa I. 2. Apenas na afirmativa III. 3. Apenas nas afirmativas I e II. Resposta correta 4. Apenas nas afirmativas II e III. 5. As afirmativas I, II e III estão corretas. Comentários Capítulo 7: Em relação aos espaços que acomodam e/ou são patrimônios, a terminologia utilizada é a de “lugares de memória”, podendo ser definidos como locais que preservam a memória de outros tempos. Dessa forma, podemos compreender que os locais que fazem referência simbólica à memória social podem ser definidos como “lugares de memória”, tendo como finalidade a preservação dos elementos que remetem à manutenção do passado. 10. Pergunta 10 0/0 Leia a citação a seguir: “As numerosas contendas sobre a memória coletiva e o dever de memória têm frequentemente colocado a disciplina histórica no centro de debates públicos com amplas repercussões políticas e sociais” (História pública - Os Editores. Estud. hist. , Rio de Janeiro , v. 27, n. 54, p. 229-230, dez. 2014, p. 229). Sobre a relação entre Memória e História Pública, é possível afirmar que: Ocultar opções de resposta 1. É comum que empresas contratem historiadores para os seus quadros de funcionários. 2. É contundente diante de temas políticos e econômicos que ocupam as preocupações dos grupos sociais. Resposta correta 3. Trata-se um projeto que envolve publicações estritamente acadêmicas. 4. Com esse debate, é possível afirmar que a História tem seu maior espaço no mundo público, ao invés do acadêmico. 5. A relação é desgastada justamente pela exposição desses temas ao público. Comentários Conforme o capítulo 10, do livro da disciplina, trata-se de uma relação com base em estudos e questões políticas e ligadas à memória de seus países, que permitiu o crescimento do debate público e de alcance deste, ou seja, temas que antes eram mais acadêmicos se estenderam ao mundo público com outras linguagens e práticas.
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