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Traqueostomia CONCEITOS Traqueostomia: procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um estoma na traqueia, comunicando com o meio externo e possibilitando a respiração por uma nova via. Traqueotomia: incisão na traqueia. Cricotireoidostomia: procedimento cirúrgico que consiste na abertura de um estoma na membrana cricotireóidea da laringe, comunicando com o meio externo. Cricotireotomia: incisão na membrana cricotireóidea. ANATOMIA Traqueia: Tubo com anéis cartilaginosos semicirculares em forma de “C” e membranoso (posterior). Porção posterior: musculatura traqueal (inervada pelo Vago) anterior ao esôfago. Limite superior: borda inferior da cartilagem cricóide (C6). Limite inferior: nível da carina (T5). Possui 18-22 anéis com extensão de 10-12 cm e aprox. 1,5-2,3cm de diâmetro. Vascularização por ramos da tireóidea superior e inferior (cervical) e ramos artérias brônquicas (torácica). Anatomia: o Pele, TCSC, platisma o Musculatura pré-traqueal o Istmo tireoideano o Fáscia pré-traqueal o Traqueia ESTRUTURAS EM RISCO PRÓXIMAS À TRAQUEIA! Glândula tireoide V. jugular anterior N. laríngeo recorrente carótida comum, A. tireóidea superior e inferior Esôfago A. e V. braquiocefálicas INDICAÇÕES Obstrução das vias aéreas superiores: o Corpo estranho o Traumatismos cervicais o Neoplasias o Processos inflamatórios / Alérgicos / Grandes abscessos / Angina de Ludwig Angina de Ludwig Entubação orotraqueal prolongada o Evitar estenose traqueal (geralmente acima 14d e sem previsão desmame) e danos cordas vocais Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias o Laringectomias o Pelveglossomandibulectomias Complicações cirúrgicas o Lesão nervos laríngeos recorrentes pós tireoidectomia o Traqueomalacia / colapso traqueal pós bócio mergulhante tireoide Limpeza vias aéreas idade avançada Doenças neuromusculares graves TIPOS Emergência o Cricotireoideostomia o Traqueostomias rápidas Eletivas o Abertas o Percutâneas Percutâneas necessitam laringoscopia assistida + dilatador traqueal MATERIAL Material – técnica aberta: o Anestésico local o Bisturi lâmina 15 o Afastador Farabeuf (par) o Afastador Senn Muller o Pinça anatômica dente de rato o Pinça anatômica vascular o Porta-Agulha Mayo Hegar o Tesoura Metzembaum curva e tesoura de Mayo o Pinças crile o Pinça Allis o Fios o Aspirador o Cânulas Cânulas Jackson o Metálicas o Vários tamanhos o Usadas em pactes q não necessitem ventilação mecânica e nem risco de aspiração o Luz maior, menor risco de obstrução, fácil limpeza, fácil manipulação o Reutilizável Cânulas Kistner o Metálicas com válvulas intermitentes ou fonatórias Cânulas Portex/Shiley/Bivona o Plásticas (PVC ou silicone) o Com ou sem balonete o Vários tamanhos o Ideal para paciente em ventilação mecânica o Balonete evita escape aéreo e aspiração saliva o Aumenta risco de estenose traqueia (manter cuff pressão máxima 20mmHg) o Tampões obstrutivos por secreção TÉCNICA (ELETIVA) 1. Posicionamento e preparo Decúbito dorsal com coxim sob os ombros, apoio cabeça e hiperextensão cervical Conferir todo material disponível - conferir funcionamento balonete Paramentação Cirurgião coloca-se à direita do pacte e auxiliar na sua frente Antissepsia e assepsia Anestesia local com sedação EV ou anestesia geral (preferencial) 2. Marcação Identificação dos pontos anatômicos Aprox. 1cm abaixo da cricóide e aprox. 2-3cm acima da fúrcula esternal, visando 2º e 3º anéis traqueais Infiltração anestésico local (lembrar infiltrar antes seccionar traqueia para diminuir reflexo tosse) 3. Abertura e hemostasia Incisão mediana transversal aprox. 3-4cm (na traqueostomia rápida pode ser feita longitudinal – diminuir sangramento) Dissecção TCSC Abertura e hemostasia Se necessário, ligar as veias jugulares anteriores Dissecar músculo platisma, afastar ou seccionar músculos pré-tireoideanos (esterno- hióideos e esterno-tireóideos) Identifica-se o istmo da tireoide 4. Acesso à traqueia Afastar ou seccionar o ismo da tireoide Abertura da fáscia pré-traqueal Visualização dos anéis traqueais Abertura 3-4 anéis traqueais 5. Estomas traqueais Pode-se fazer o estoma em formato de cruz, U, T invertido ou H. Traciona-se a traqueia com pinça Allis ou ganchos. Deve-se usar aspirador neste momento para evitar a entrada de sangue na árvore brônquica. 6. Canulação Pode-se fixar o flap da cartigalem traqueal no subcutâneo para evitar decanulação acidental (Ponto de Björk) Lubrifica-se a cânula com gel de lidocaína Posiciona-se a cânula no sentido caudal 7. Curativo e revisão Insuflação do cuff Revisão da hemostasia Aproximar as bordas da FO (se necessário) – evitar sutura “estenosante” Curativo e fixação do cadarço ao redor do pescoço PÓS-OPERATÓRIO RX tórax de controle Cefalosporina de 1ª geração (caso não esteja fazendo uso) Aspiração traquéia sempre que necessário e evitar tampão mucoso/coágulos Verificar escape aéreo / Cuff / enfisema subcutâneo Curativos sempre limpos Com boa evolução e pacte sem VM, o balonete pode ser desinsuflado (após aspiração da traqueia0 e a cânula plástica pode ser trocada por uma metálica Estimular a fala o mais precoce possível Pneumotórax à direita COMPLICAÇÕES Sangramento Pneumotórax ou pneumomediastino Lesão do N. laríngeo Perfuração do esôfago Edema pulmonar Hematoma Enfisema subcutâneo Deslocamento da cânula e falso trajeto Obstrução por tampão - secreção Má ventilação por tamanho inadequado da cânula Infecção FO Estenose (traqueo definitiva) OUTROS CUIDADOS DESMAME Avaliar lesões N. laríngeos Fisioterapia respiratória precoce Oclusão da cânula e promover a respiração pela boca Se bom fluxo aéreo e ausência de estridores -> remover a cânula Observação atenta e orientar acompanhantes Curativo oclusivo no estoma até a cicatrização espontânea
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