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1 
 
 
NOÇÕES 
 
DE 
 
HEBRAICO 
 
BÍBLICO 
 
 
 
 
 
Arnaldo Sá 
 
 
 
 
 
 2 
ÍNDICE 
 
Introdução 03 
História da Língua Hebraica 05 
Particularidades do Hebraico 07 
Estudo do Alfabeto I 08 
1º Grupo de Letras 08 
2º Grupo de Letras 09 
3º Grupo de Letras 10 
4º Grupo de Letras 11 
5º Grupo de Letras 11 
6º Grupo de Letras 12 
Estudo do Alfabeto II 14 
Consoantes aspiradas 14 
Consoantes finais alteradas 14 
Alfabeto antigo, quadrado e cursivo 15 
Consoantes guturais 15 
Quadro comparativo 16 
Os Sinais Massoréticos (As Vogais) 18 
O Shevá 22 
Fazendo Transliterações 23 
O Substantivo e o Artigo 27 
O Adjetivo 30 
Numerais 32 
O Vav Conjuntivo 34 
Preposições 35 
Pronomes 39 
Duas Palavras sobre Verbos 41 
Conclusão 45 
Bibliografia 46 
Exercício de Revisão 47 
 
 3 
INTRODUÇÃO 
 
Caro estudante de hebraico, 
 
 Seja bem vindo ao estimulante desafio de aprender um pouco sobre a língua 
do Antigo Testamento. 
 Embora apresente dificuldades características, como um alfabeto 
completamente diferente do nosso alfabeto latino, o hebraico é uma língua 
relativamente fácil de aprender, principalmente quando o objetivo do estudante está 
focado apenas na leitura do texto bíblico. Normalmente, o estudioso de teologia 
direciona o aprendizado do hebraico ao domínio do vocabulário do Velho 
Testamento e à tradução e interpretação destes textos. Não há preocupação com 
habilidades de conversação. Nossa meta não é “falar” hebraico, mas adquirir o 
conhecimento linguístico suficiente para, com auxílio de léxicos e gramáticas, ler e 
traduzir o hebraico bíblico. 
 Após consultar um grande número de bons livros, gramáticas, dicionários, 
cursos e apostilas sobre o ensino da língua hebraica, optamos por desenvolver um 
método simples, direto e prático para o aprendizado do idioma dos patriarcas e 
profetas. No entanto, é bom lembrar que o estudo, como toda atividade intelectual, 
requer esforço, dedicação e disciplina. 
Leia esta apostila como se estivesse participando de um jogo mental. Você, 
às vezes, pode ficar surpreso com as diferenças entre o hebraico e o português. 
Aceite essas diferenças e vá em frente. Afinal, estamos no ocidente, e o hebraico foi 
desenvolvido no seio da cultura oriental. Portanto, é de se esperar que haja mesmo 
muita diversidade entre os idiomas de povos e culturas tão distintos. Você verá que 
estudar hebraico é mais excitante que fazer palavras cruzadas. 
Enfim, como definir essa língua estranha e cativante? Um amigo traduziu do 
francês um texto de Ernest Renan que pode responder nossa pergunta: 
 
 “Um carcás de flechas de aço, um cabo sob poderosas tensões, um trombone de 
bronze, trincando o ar com duas ou três notas agudas; eis o hebreu. Tal língua não exprimirá 
nem um pensamento filosófico, nem um sentimento do infinito. As letras de seus livros serão 
em número contado; mas serão letras de fogo. Esta língua dirá pouca coisa; mas martelará 
seus adágios sobre uma bigorna. Ela versará ondas de cólera; bradará gritos de raiva contra 
os abusos do mundo; apelará aos quatro ventos do céu ao assalto das cidadelas do mal. 
Como a corneta jubilar do santuário, ela não servirá a nenhum uso profano; não exprimirá 
jamais a alegria inata da consciência nem a serenidade da natureza; mas soará a guerra 
 4 
santa contra a injustiça e os apelos dos grandes panegíricos; terá acentos de festa e 
entonações de terror; será o clarim dos neomênios e o trompete do julgamento”. (Tradução: 
Antônio Costa Aragão – engenheiro, estudioso de história mundial, bacharel em direito e 
escritor) 
 
É óbvio que este trabalho tem muitas limitações e não pretende explorar toda 
a riqueza do idioma em estudo. Trata de, como diz o título, NOÇÕES. Veremos o 
alfabeto, os sinais massoréticos, a transliteração, algum vocabulário, o artigo, o 
substantivo, o adjetivo, alguns pronomes, um pouco sobre o verbo e outras 
particularidades do hebraico. Também um pouco de história. 
Bom estudo! 
 
 
Prof. Arnaldo Sá 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
PEQUENA HISTÓRIA DA LÍNGUA HEBRAICA 
 
A história da língua hebraica confunde-se com a própria história do povo 
hebreu. O termo vem de Héber (Gn 10:25), um dos descendentes de Sem, filho de 
Noé. As línguas e dialetos falados pelos filhos de Sem ficaram conhecidas como 
semitas. Em Gênesis 14:13, aparece a expressão “Abraão, o hebreu”, ou seja, “ivri”, 
que na Septuaginta1 é assim traduzido: “o que atravessou” (o rio). Os descendentes 
de Abraão adotaram o alfabeto cananítico e posteriormente o arameu. Podemos 
dividir a história do idioma hebreu em quatro períodos: 
O primeiro é o período bíblico ou clássico. Tem início por volta do século XIV 
a.C. e estende-se até o século III a.C. Durante esse período foram escritos os livros 
que compõem o Antigo Testamento. 
O segundo período, o mishinaico ou rabínico, começa no século III a.C. e vai 
até o terceiro século depois de Cristo. Nesse período é produzido o Talmude, 
famosa obra jurídico-religiosa dos judeus, dividido em duas partes: a Mishná e o 
Guemará. A Mishná reúne uma coletânea de todas as leis orais e tradições judaicas. 
O Guemará apresenta uma interpretação e comentários sobre estas leis. 
O período seguinte foi o medieval, com predominância até o século XIII. 
Nesse período o hebraico já entrara em pleno declínio como língua falada, e foi 
preservado nos documentos sagrados dos filhos de Israel. Graças aos massoretas, 
sábios judeus da Idade Média, a pronúncia pôde ser conservada por meio de um 
sistema de símbolos que representavam as vogais. Estes símbolos ficaram 
conhecidos como sinais massoréticos. Foi também nesse período que muitos 
vocábulos gregos, árabes, hispânicos e de outros idiomas foram acrescentados ao 
léxico hebraico. 
 O quarto e último período é o do hebraico moderno, língua oficial do atual 
Estado de Israel, desde sua criação em 1948. A “ressurreição” do hebraico como 
língua falada foi possível graças ao esforço de eruditos judeus, como Eliezer ben 
Yehuda que fundou o Comitê da Língua Judaica. Ben Yehuda compilou o Dicionário 
completo de hebreu antigo e contemporâneo, obra em 17 volumes, fundamental 
para a consolidação do hebraico moderno. Hoje transformado em Academia, o 
Comitê é autoridade máxima em assuntos referentes à língua hebraica. 
 
1 Tradução do Antigo Testamento para o grego, feita por 72 sábios judeus, por volta do século III a. C, no Egito. 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
PARTICULARIDADES DA LÍNGUA HEBRAICA 
 
1. O alfabeto hebraico compõe-se de 22 letras, todas consoantes. Não 
existem letras para representar as vogais. 
2. Note bem: não existem letras para representar as vogais no alfabeto, mas a 
língua hebraica possui vogais, pois não é possível falar apenas usando consoantes. 
O som das sílabas, em qualquer idioma, apóia-se nas vogais. 
3. Para evitar que a pronúncia das palavras hebraicas se perdesse com o 
tempo, pois a língua deixou de ser falada por séculos, os massoretas inventaram os 
sinais vocálicos. A representação das vogais passou a ser feita por um sistema de 
pontos e traços colocados acima, ao lado e, principalmente, abaixo das consoantes. 
4. Esse sistema mostrou-se muito eficiente, pois supriu a representação dos 
sons vocálicos sem alterar a escrita dos textos sagrados.2 
5. A escrita e leitura se faz da direita para a esquerda. 
6. No final de uma linha, não se pode usar o hífen para separar um vocábulo 
que não coube por inteiro na linha. Caso a última palavra não caiba na linha, deixa-
se o espaço e escreve-se a palavra completa na linha seguinte.7. Não há diferença entre maiúsculas e minúsculas. As letras têm um só 
formato, e não há como distinguir, na grafia, nomes próprios e comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O hebraico moderno, normalmente, não usa os sinais massoréticos. 
 8 
O ALFABETO I 
 
O domínio do alfabeto hebraico é o primeiro grande passo para o aprendizado 
do idioma. Quando falamos em “dominar”, estamos nos referindo ao conhecimento 
completo de cada letra, o nome da letra, o corresponde fonético em português 
(transliteração), a forma escrita, enfim, saber “de cor e salteado” cada símbolo das 
22 letras do alfabeto hebraico. 
Estudemos, a partir de agora, o alfabeto, passo a passo. Vamos apresentar 
pequenos grupos de quatro ou duas letras e praticar a leitura e escrita destes 
grupos. Pegue um lápis e faça todos os exercícios. Escreva e fale, embora nosso 
objetivo não seja a conversação. Isso é importante! Ninguém aprende um idioma de 
boca fechada. Lembre-se: leia da direita para a esquerda. 
 
1º Grupo: 
 
Dalet Guímel Bet Alef NOME 
 
LETRA 
D G (como em 
gato) 
B 
TRANSLITERAÇÃO 
4 3 2 1 VALOR NUMÉRICO 
 
 
 Exercício 1 
 
a) O nome da letra é _________________. É representada assim: _____. 
 
b) O nome da letra é ______________. Corresponde ao som do _____. 
 
c) O nome da letra é _______________. Corresponde ao som do _____. 
 
d) O nome da letra é _______________. Corresponde ao som do _____. 
 
 9 
 
NOTE BEM: 
a) A consoante alef não tem correspondente em português. É uma letra muda. Para 
fazer a transliteração desta letra usamos uma aspa simples fechada (’). 
b) As letras bêt, guímel e dalet têm uma pronúncia básica e outra aspirada. Na 
verdade, esta “aspiração” é sentida principalmente no bêt, que se pronuncia como o 
nosso “v”. Para indicar a pronúncia básica usamos um ponto no interior destas 
letras. Este ponto chama-se daguesh lene. Assim: Bêt com daguesh lene 
tem som de “B”; sem o pontinho tem som de “V”. Existem outras três letras 
com esta particularidade. Você as conhecerá à medida que for estudando o alfabeto. 
 
 
 
2º Grupo: 
 
Hêt Zayin Vav Hê NOME 
 
 
 
LETRA 
H (mais forte que 
o Hê) 
Z V H (como no inglês 
house) 
TRANSLITERAÇÃO 
8 7 6 5 VALOR NUMÉRICO 
 
 
 Exercício 2 
 
a) O nome da letra __________. Corresponde ao som do ____________. 
 
b) O nome da letra é __________. Corresponde ao som do ______. 
 
c) O nome da letra é __________. Corresponde ao som do ______. 
 
d) O nome da letra é __________. Corresponde ao som do ____________. 
 
 
 10
NOTE BEM: 
O hê e o hêt têm escrita e pronúncia parecidas. Cuidado para não confundi-los. A 
pronúncia do hêt é mais ríspida, vem da parte detrás da boca, com o fundo da língua 
aproximando-se do véu palatino. Como se estivéssemos tentando limpar a garganta. 
Vamos transliterar este som assim: HH (ou hh). O hê é uma aspiração leve, como o 
“h” inglês da palavra “hello”. 
 
3º Grupo: 
 
Lamed Kaf Yôd Têt NOME 
 
 
 
LETRA 
L K Y T TRANSLITERAÇÃO 
30 20 10 9 VALOR NUMÉRICO 
 
 
 Exercício 3 
 
a) O nome da letra é ___________. Corresponde ao som do ______. 
 
b) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
c) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
d) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
NOTE BEM: 
A única letra “suspensa”, isto é, que não toca a linha imaginária inferior, é o yôd. O 
kaf faz parte do grupo de letras que recebem o daguesh lene para indicar o som 
básico (som de k). Sem o daguesh, o kaf tem som de hêt. Nestas Noções vamos 
transliterar o som aspirado do kaf assim: HH ou hh. Alguns tratados de língua 
hebraica transliteram o kaf como kh ou ch. O estudante, por força do hábito, 
poderia pronunciar “k” ou “x”, por isso preferimos transliterá-lo como h duplo. 
 11
4º Grupo: 
 
Ayin SameHH Nun Mem NOME 
 
 
 
LETRA 
 S N M TRANSLITERAÇÃO 
70 60 50 40 VALOR NUMÉRICO 
 
 Exercício 4 
 
a) O nome da letra é ___________. Corresponde ao som do ______. 
 
b) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
c) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
d) O nome da letra é ____________. É representado assim : ______. 
 
NOTE BEM: 
O som gutural da letra ayin é de difícil percepção e reprodução por nós ocidentais. 
Não tem um correspondente específico em nosso idioma. A transliteração 
convencionada é uma aspa simples de abertura. Para nosso estudo, vamos 
considerá-la como uma letra muda. 
 
5º Grupo: 
 
Resh Qôf Tsad Pê NOME 
 
 
 
LETRA 
R Q Ts P TRANSLITERAÇÃO 
200 100 90 80 VALOR NUMÉRICO 
 
 12
 Exercício 5 
 
a) O nome da letra é ___________. Corresponde ao som do ______. 
 
b) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
c) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
d) O nome da letra é ____________. Corresponde ao som do ______. 
 
NOTE BEM: 
A letra pê tem som básico e aspirado. Quando tem o daguesh lene no interior, o som 
é básico (P). Sem o daguesh, o som é aspirado e é pronunciada como F. 
 
 
6º Grupo: 
 
Tav Sin/Shin NOME 
 
 
 
LETRA 
T S/Sh TRANSLITERAÇÃO 
400 300 VALOR NUMÉRICO 
 
 
 Exercício 6 
 
a) O nome da letra é _____/______. Corresponde aos sons _____ e _____. 
 
b) O nome da letra é _________. Corresponde ao som do ______. 
 
 
 
 
 13
NOTE BEM: 
A letra pode representar dois sons diferentes. Quando a pronúncia é “S”, 
colocamos um ponto no canto superior esquerdo da letra, assim: . Se a 
pronúncia é “Sh”, o ponto fica no lado direito: . 
A letra tav, a última do alfabeto hebraico, também pode receber ou não daguesh 
lene, mas sem nenhuma alteração fonética notável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14
O ALFABETO II 
 
Consoantes Aspiradas 
 Já vimos que algumas consoantes hebraicas, além do som básico, possuem 
outra pronúncia que chamamos de aspirada. Para representar o som básico, 
colocamos um ponto (o daguesh lene) no interior da letra, Os compêndios que 
tratam do ensino desse idioma costumam denominá-las de consoantes do grupo 
BEGADKEPHAT. Esta é uma palavra mnemônica, isto é, ajuda a lembrar as seis 
consoantes deste grupo. São elas: 
 
 
LETRA 
Tav Pê Kaf Dalet Guímel Bêt NOME 
T P K D G B TRANSLITERAÇÃO 
T F HH D G V SEM O DAGUESH 
 
Consoantes Finais Alteradas 
 Cinco consoantes hebraicas alteram seu formato quando posicionadas no 
final de uma palavra. São chamadas de sofit (final, em hebraico). São elas: 
 
 
 
FORMATO 
NORMAL 
 
 
FORMATO SOFIT 
Tsade Pê Nun Mem Kaf NOME 
Ts F N M HH TRANSLITERAÇÃO 
 
 Exercício 7 
Identifique as consoantes finais de cada palavra: 
(Lembre-se: a letra final fica à sua esquerda) 
Vocábulo Tradução Nome da letra final Transliteração 
 Paz 
 Terra 
 Dente 
 15
Alfabeto antigo, quadrado e cursivo 
 Observe estas três letras: 
 
 
 
 
 
 
1 2 3 
 
 Todas representam a mesma consoante do alfabeto hebraico: o alef. No 
primeiro quadro, você tem o alef do antigo alfabeto de origem fenício-cananítica. 
Provavelmente, este tipo de letra foi usado por Moisés para escrever a Torá. 
 No centro, está representado o tipo “quadrado”, que é o usado na imprensa 
para publicações diversas. É assim denominado por causa do formato das letras que 
se encaixam mais ou menos em um quadrado imaginário. 
 O terceiro quadro mostra a forma cursiva, manuscrita, usada atualmente. É 
com esse tipo de letra que os estudantes israelenses tomam nota das aulas emseus 
cadernos. Neste capítulo, você conhecerá os três tipos de alfabeto, um pouco mais 
adiante. 
 
Consoantes Guturais 
 São aquelas produzidas na garganta. É importante o conhecimento destas 
consoantes porque a presença delas na palavra provocam alterações fonéticas, 
principalmente quando se agregam a partículas como o artigo e o vav conjuntivo. 
São elas: 
 
 
 
 
 
 
 Exercício 8: Escreva o nome das guturais, aqui representadas, no espaço em 
branco reservado em baixo de cada letra. 
OBS.: O resh ( ) é contado entre as guturais e linguais. 
 
 16
 Quadro Comparativo do Alfabeto Hebraico 
 
Aprenda com 
afinco o 
alfabeto 
quadrado. É 
este que nos 
interessa no 
estudo do 
idioma, pois é 
utilizado na 
maioria dos 
livros 
publicados em 
hebraico. Ele 
pode 
apresentar 
algumas 
variações nos 
tipos de letras, 
dependendo 
da fonte 
utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17
 Exercício 9 
 
Reproduza as letras do alfabeto hebraico, pronunciando cada uma em voz alta. 
Comece cobrindo cada caractere. Depois continue desenhando os símbolos até o 
final da linha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
) 
b 
g 
d 
h 
w 
z 
x 
+ 
y 
k 
l 
m 
n 
s 
( 
p 
c 
q 
r 
# 
t 
) ) ) )
b b b b
g g g g
d d d d
h h h h
w w w w
z z z z
x x x x
+ + + +
y y y y
k k k k
l l l l
m m m m
n n n n
s s s s
( ( ( (
p p p p
c c c c
q q q q
r r r r
# # # #
t t t t
 18
OS SINAIS MASSORÉTICOS 
 
 Também conhecidos como sinais vocálicos, constituem, como já 
mencionamos antes, um conjunto de símbolos (pequenos traços e pontos), 
inventados por sábios judeus que viveram na Idade Média. Estes sábios chamavam-
se massoretas. O nome tem ligação etimológica com o vocábulo hebraico massorá, 
que significa “tradição”. 
 Diversas investidas militares contra a terra de Israel provocaram uma 
seqüência de fugas e dispersões do povo judeu por todo o mundo. Isto resultou no 
declínio do hebraico como língua falada. Como os textos sagrados e outros 
utilizavam apenas as consoantes, pois o alfabeto não possui representação gráfica 
das vogais, a pronúncia do idioma foi-se perdendo com o tempo. Sem a invenção 
dos massoretas, teríamos hoje uma grande dificuldade para saber como era 
pronunciada a língua dos judeus. Pelo menos podemos ter uma idéia dos sons como 
eram falados na Idade Média pelos sefarditas3 e por outras comunidades judaicas da 
Europa. 
 A maior “deficiência” de uma língua que não tem sinais gráficos para 
representar as vogais são justamente as ambiguidades provocadas na pronúncia 
correta de uma palavra, e, consequentemente, na sua significação. Imaginemos, por 
um instante, que não houvesse vogais no alfabeto português. Só temos disponíveis 
as consoantes. Escreveríamos, então, “BL”, e perguntaríamos: que palavra é esta? 
Quantas respostas seriam possíveis? Bola, bolo, bila, balé, bule, baile, bole, belo, 
bela, bala...? Só o contexto, talvez, ajudasse a responder. 
 Porém, antes da criação dos sinais massoréticos, houve uma tentativa de 
suprir a falta de sinais vocálicos. Os antigos usavam três consoantes, chamadas 
“fracas”, como se fossem vogais, dependendo da posição na palavra. Aqui estão 
elas: 
CONSOANTE FRACA LIA-SE COMO 
 a ou e 
 i ou e 
 o ou u 
 
3 Judeus que viviam na Espanha e em Portugal durante a Idade Média. 
 
 19
 Vamos, então, para o estudo das “vogais”, ou melhor, dos sinais 
massoréticos. 
 
Vogal A: 
 
É posicionada abaixo de qualquer consoante. Pode ser longa (qamets gadol), ou 
breve (patah). Veja abaixo a representação desta vogal (seu símbolo massorético) e 
sua posição junto com uma consoante, formando uma sílaba. 
 
QAMETS PATAH 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pronúncia da 
sílaba > 
Pa (longa) Pa (breve) 
 
Vogal E: 
 
É posicionada abaixo de qualquer consoante. Pode ser longa (tserê), ou breve 
(segol). Veja abaixo a representação desta vogal (seu símbolo massorético) e sua 
posição junto com uma consoante, formando uma sílaba. 
 
TSERÊ SEGOL 
 
 
 
 
 
Pronúncia da 
sílaba > 
Pê (longa) Pé (breve) 
 
 
 20
Vogal I: 
 
É posicionada abaixo de qualquer consoante. Pode ser longa (hireq gadol), ou breve 
(hireq qaton). No caso da vogal longa, além do ponto abaixo da consoante, aparece 
um yôd no lado esquerdo. Veja abaixo a representação desta vogal (seu símbolo 
massorético) e sua posição junto com uma consoante, formando uma sílaba. 
 
HIREQ GADOL HIREQ QATON 
 
 
 
 
Pronúncia da 
sílaba > 
Pi (longa) Pi (breve) 
 
Vogal O: 
 
Pode ser longa (holem), ou breve (qamets hatuf). Quando longa, é representada por 
um ponto acima no canto esquerdo da letra. A vogal “O” longa pode ser, às vezes, 
representada com auxílio de um vav. Neste caso, é posicionada ao lado esquerdo 
da consoante e os eruditos a chamam de holem plenum. O “o” breve tem o mesmo 
formato do qamets gadol. Veja abaixo a representação desta vogal (seu símbolo 
massorético) e sua posição junto com uma consoante, formando uma sílaba. 
 
HOLEM HOLEM PLENUM QAMETS HATUF 
 
 
 
 
 
 
Pronúncia da sílaba > Pô (longa) Po (breve) 
 
 
 21
Vogal U: 
 
É posicionada abaixo ou ao lado de qualquer consoante. Pode ser longa (shureq), 
formada com auxílio do vav e, neste caso, colocada ao lado esquerdo da consoante; 
ou breve (quibbuts). Veja abaixo a representação desta vogal (seu símbolo 
massorético) e sua posição junto com uma consoante, formando uma sílaba. 
SHUREQ QUIBBUTS 
 
 
 
 
 
Pronúncia da 
sílaba > 
Pu (longa) Pu (breve) 
 
NOTE BEM 
O ponto no interior da consoante pê, em nossos exemplos, é o nosso famigerado 
daguesh lene, lembra-se? Já o ponto no vav da figura acima forma um conjunto 
representativo da vogal U. 
 
 Exercício 10 : Preencha a tabela abaixo com os sinais massoréticos e nomes 
de cada vogal hebraica. 
 
VOGAL TIPO SINAL MASSORÉTICO NOME 
LONGA A 
BREVE 
LONGA E 
BREVE 
LONGA I 
BREVE 
LONGA O 
BREVE 
LONGA U 
BREVE 
 
 22
O SHEVÁ 
 
 Dando continuidade ao nosso estudo dos sinais massoréticos, vamos 
conhecer o shevá. Trata-se de um símbolo usado para representar uma semivogal. 
Quando pronunciado, aproxima-se de um “e” bem fraco, levemente perceptível. É 
dito, então, shevá vocálico ou sonoro. Quando mudo, é chamado shevá secante ou 
quiescens. Normalmente este shevá (mudo) vem sob uma consoante que fecha uma 
sílaba. 
 O shevá pode ainda juntar-se a um sinal vocálico para formar “vogais” 
reduzidas (na verdade continuam como semivogais). É conhecido como shevá 
composto. Examine o quadro abaixo: 
 
 
SHEVÁ SONORO 
 
 
SIMPLES 
 
COMPOSTO 
COM QAMETS 
 
COMPOSTO 
COM PATAH 
 
COMPOSTO 
COM SEGOL 
 
SINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRANSLITERAÇÃO 
 
 
e 
(esvaído) 
 
o 
(reduzido) 
 
a 
(reduzido) 
 
e 
(reduzido) 
 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRONÚNCIA 
 
 
berahhah 
 
hholi 
 
’ari 
 
’elohim 
 
TRADUÇÃO 
 
 
Bênção 
 
Doença 
 
Leão 
 
Deus(es) 
 
 Não esqueça: leia as palavras hebraicas da direita para a esquerda. 
 23
FAZENDO TRANSLITERAÇÕES 
 
 Transliteração, em nosso estudo, é a transposição dos caracteres hebraicos 
para caracteres do alfabeto português. Não é tradução. É uma tentativa de 
representar a pronúncia. Nesse ponto o hebraico é muito amigável, pois sua 
pronunciação corresponde à escrita. Se você conhece bem o alfabeto e os sinais 
massoréticos, pode pronunciar corretamente um vocábulo hebreu, ainda que não 
conheça seu significado. Quanto à tonicidade, a tendência da língua é pôr a ênfase 
na última sílaba. A maioria das palavras hebraicas são, portanto, oxítonas; algumas, 
paroxítonas e nenhuma proparoxítona. 
 Vamos transliterar algumas palavras como modelo e, logo em seguida, 
apresentaremos um exercício de transliteração, aproveitando, também, para 
aprendermosalgum vocabulário. 
 Ao transliterar, o primeiro passo é observar a consoante da sílaba e depois a 
vogal. Toda sílaba sempre tem, pelo menos, uma consoante e uma vogal. No 
hebraico uma palavra nunca pode começar com uma vogal. No capítulo anterior, 
você viu as palavras ’ari (leão) e ’elohim (Deus). Elas não começam com vogal, mas 
com a consoante muda alef, representada, na transliteração, pela aspa simples. 
 Observe como se faz: 
1) A primeira consoante é um tav com daguesh lene. 
Equivale ao nosso “T”. 
2) A letra seguinte é uma vogal, o holem plenum 
(aquele formado com um ponto sobre um vav). Forma-
se a primeira sílaba (TO). É uma sílaba aberta, pois 
termina em vogal. As sílabas fechadas terminam em 
consoante. 
3) Aparece agora a letra resh (o R). 
4) Outra vogal, o qamets, que equivale ao “A” longo. 
5) Finalmente, temos um hê (H brando), que não é 
pronunciado. Não fecha a sílaba pois é mudo. Temos, 
então, a palavra TORAH (torá), que significa LEI. 
Note: A transliteração deve ser feita no sentido esquerda-direita, como no 
português. 
 24
Estude as seguintes palavras transliteradas e traduzidas : 
 
 
 
 
 25
 Exercício 11: A seguir, apresentamos várias sílabas e algumas palavras para 
você mesmo transliterar. Mãos à obra! 
 
 Exercício 12: Agora temos um texto bíblico: Gênesis 1:1. Faça a transliteração 
dentro dos retângulos. 
 
 Exercício 13: Coloque na ordem da escrita em português (esquerda para a 
direita) a transliteração e tradução do exercício 12. 
Transliteração 
Tradução 
 26
Estamos prontos para continuar nosso estudo? Bem, se você consegue declinar o 
alfabeto hebraico, lembrando o nome e transliteração de cada consoante e está 
capaz de identificar os sinais massoréticos, podemos então passar adiante. Se não, 
é necessário repassar os pontos apresentados nos capítulos anteriores. Vamos 
fazer um teste? Complete o quadro abaixo. Se acertar 99%, pode seguir em frente! 
 
 Exercício 14: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 27
O SUBSTANTIVO E O ARTIGO 
 
 Vamos estudar estes tópicos gramaticais da forma mais interativa possível, 
apresentando o essencial sobre cada um deles, conforme os propósitos deste 
pequeno manual de hebraico. 
 Observe o seguinte substantivo e tente fazer sua transliteração: 
 
 
 
 
 
 
SUBSTANTIVO 
 
 
 
TRANSLITERAÇÃO 
 
 Muito bem! SUS, em hebraico, significa CAVALO. É um substantivo porque 
designa o nome de um ser. Veja estes outros substantivos masculinos: 
 
 
 
 
 28
 
 Observe um detalhe: os substantivos masculinos hebraicos não possuem 
uma terminação específica. Portanto, não podemos dizer se um substantivo é 
masculino apenas analisando o final do vocábulo. No entanto, assim como no 
português, muitos substantivos femininos são formados a partir do masculino com o 
acréscimo de sufixos ou desinências. Veja: 
 
MASCULINO FEMININO 
 ’ish homem ’ish-shah mulher 
 moreh professor morah professora 
 ben filho bat filha 
 ahh irmão ahhôt irmã 
 
 As terminações do feminino, são, em geral, e . Outros femininos 
são heterônimos, isto é, apresentam um radical diferente do masculino, como por 
exemplo, o feminino de pai: = mãe. 
 
 O plural se faz, geralmente, acrescentando-se ao masculino o sufixo 
(im), e ao feminino o sufixo (ot). Como toda regra tem exceção, às 
vezes pode ocorrer o contrário. Em alguns casos, o hebraico usa também o dual, 
quando quer indicar pares de seres ou objetos. Neste caso, a terminação é 
(aim). Este sufixo também está presente nas palavras usadas somente no plural 
(pluralia tantum). 
 
 MASCULINO FEMININO 
Singular Sus Cavalo Susah Égua 
Plural Susim Cavalos Susôt Éguas 
Dual Susáim 
Uma 
parelha de 
cavalos 
 Susatáim 
Uma 
parelha 
de éguas 
 
 29
 Quando você diz , você está se referindo a um ser indeterminado: 
cavalo, ou um cavalo. Para determinar o substantivo, usamos o artigo definido. No 
hebraico, a forma básica deste artigo é (ha), com o acréscimo de um ponto no 
interior da consoante seguinte. Normalmente as guturais não recebem este ponto. 
Pode haver alterações na vogal que acompanha o artigo, dependendo da consoante 
que o segue, sobretudo se for gutural e esta pertencer a uma sílaba tônica ou átona. 
No entanto, a forma do artigo permanece invariável, independente do gênero e 
número da palavra que ele acompanha. Se não há artigo junto a um substantivo 
comum, ele já está, a priori, indeterminado. Por isso, não existe artigo indefinido no 
hebraico. Outra particularidade: o artigo hebraico vem sempre ligado ao vocábulo 
que ele determina. Observe os exemplos: 
Veja as alterações vocálicas no artigo dos 
dois últimos exemplos. Existem regras 
definidas para estas alterações, que não 
veremos em nosso estudo, mas é bom 
saber que elas são características da 
língua de Israel. Ao traduzir um texto 
hebraico, desconfie que um hê, no início 
de uma palavra, possa ser um artigo. Mas 
nem sempre! 
 
O Construto e o Absoluto 
 No hebraico bíblico, quando há uma relação de dependência entre duas 
palavras (por exemplo, casa de Maria), tais palavras recebem nomes especiais: a 
primeira (casa) está no construto e a segunda (Maria), no absoluto. Atenção: nunca 
se usa o artigo em palavras no estado construto. Verifique os exemplos: 
 
 
 
 
 Note que o hebraico bíblico não usa a preposição de para ligar as palavras 
em relação de dependência. Apenas as coloca lado a lado. O construto plural, 
geralmente, sofre alterações fonéticas. Veja: 
 No absoluto, o plural segue a regra: susim, e não susei, como vemos acima. 
 30
O ADJETIVO 
 O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere. 
Veja, a seguir, a flexão do adjetivo “bom”, que nos servirá de modelo: 
(Leia neste sentido) 
 
FEMININO MASCULINO 
PLURAL SINGULAR PLURAL SINGULAR 
 
tovôt tovah tovim tôv 
boas boa bons bom 
 
 Na língua portuguesa, o adjetivo pode assumir funções predicativas e 
atributivas. No hebraico, ocorre o mesmo, mas de forma um pouco diferente. Na 
expressão bom aluno ou aluno bom, o adjetivo exerce função atributiva, qualificando 
o substantivo a ele relacionado. Neste caso, classificamos o adjetivo bom como 
adjunto adnominal. Em nosso idioma, a função predicativa é indicada pelo verbo de 
ligação: o aluno é bom. Aí, bom é classificado como predicativo do sujeito. 
1) Na função atributiva (adjunto adnominal): 
a) o adjetivo é colocado depois do substantivo; 
b) se o substantivo for definido por artigo, o adjetivo também o será. 
Exemplo: 
 
Um bom aluno. (Talmid tôv) 
 
O bom aluno. (Hatalmid hatôv) 
 
2) Na função predicativa (predicativo do sujeito): 
a) o adjetivo é colocado antes do substantivo; 
b) ainda que haja artigo no substantivo, não haverá no adjetivo. 
Exemplo: 
 
Um aluno é bom. (Tôv talmid) 
 
O aluno é bom. (Tôv hatalmid) 
 31
Vocabulário auxiliar: 
 
Obs.: As palavras usadas nos exercícios seguintes, que não se acham no 
vocabulário acima, já foram vistas em algum lugar deste compêndio. 
 
 Exercício 15: Traduza para o português: 
 
HEBRAICO PORTUGUÊS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Exercício 16: Traduza para o hebraico: 
 
PORTUGUÊS HEBRAICO 
Menina bonita 
A menina é bonita 
A árvore é verde 
Uma pequena casa 
Um santo homem 
Uma rosa branca 
O menino é forte 
 
 32
NUMERAIS 
 
Observe os numerais 
cardinais de 1 a 10. 
No hebraico, eles têm 
distinção de gênero. 
No português, somen-
te os dois primeiros 
têm o correspondente 
feminino: um-uma, 
dois-duas. Convém 
assinalar que no 
hebraico bíblico os 
numerais são sempre grafados por extenso. Posteriormente, foram usadas as letras 
do alfabeto com valor numérico. Estes valores estão relacionados no capítulo em 
que estudamos o alfabeto. 
 
Os cardinais de 11 a 19são formados 
pela unidade seguida do número dez. 
Podem ocorrer alterações ortográficas. 
Veja, por exemplo, o cardinal 13 (no 
masculino). Primeiro temos sheloshah 
= 3 e depois temos asar = 10. 
A partir do número 20, os 
cardinais conservam uma forma 
única para o masculino e o 
feminino. Os ordinais recebem 
nome específico até o décimo. A 
partir daí, são iguais aos 
cardinais. A relação ao lado 
mostra os ordinais masculinos. 
Com exceção do primeiro, 
forma-se o ordinal feminino com o acréscimo de um tav no final do vocábulo. 
Ordinais
1°
2°
3°
4°
5°
6°
7°
8°
9°
10°
ri’shon
sheni
r vi‘i
hh mishi
shishi
sh vi‘i
t shi
siri
sh lishi
sh mini
‘i
‘
e
e
e
e
e
a
a
 33
Observe os exemplos: 
Note que a seqüência numérica se constrói com a utilização 
de um vav conjuntivo para ligar as dezenas às unidades. 
Assim, esrim veahhat = vinte e um. O vav conjuntivo, que 
estudaremos mais adiante, equivale à nossa conjunção “e” 
e liga-se diretamente à palavra que o segue. 
 
 Exercício 17: Traduza para o português: 
 
 
: 
 
 
 
 
 
Veja como formar centenas e milhares: 
 
Note que de 300 em diante, coloca-se a forma básica 
do numeral e o construto de 100 ( ) logo em 
seguida. (Observação: alguns numerais, como por 
exemplo os dez primeiros cardinais, possuem a forma 
do construto.) 
 
Os dois exemplos a seguir ilustram este caso: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34
O VAV CONJUNTIVO 
 
 Leia as frases observando o sentido das setas: 
 
 
 
 A função primordial do vav conjuntivo é ligar palavras e orações. Traduzimos 
esta partícula (que vem sempre unida ao vocábulo que o segue) como nossa 
conjunção “e”, na maioria das vezes. Assim como o artigo, o vav conjuntivo sofre 
alterações no seu sinal vocálico (sinal massorético), dependendo das palavras e 
consoantes iniciais às quais ele se liga. Veja as formas em que o vav conjuntivo 
pode aparecer: 
 
 
 Ao traduzir um texto bíblico, convém observar o vav no início das palavras. 
Ele é um forte candidato a ser um vav conjuntivo (ou um vav consecutivo), já que 
existem pouquíssimas palavras no hebraico bíblico iniciadas pela letra vav. O vav 
consecutivo une-se a verbos, modificando aspectos temporais. Nesse estudo, não 
vamos estender-nos sobre o uso do vav consecutivo. 
 
 35
PREPOSIÇÕES 
 
 Vamos começar o estudo das preposições com uma atividade prática: 
 
 Exercício 18: Aprenda o significado das seguintes palavras: 
 
 
 Exercício 19: Tente transliterar para o português os vocábulos do exercício 
anterior. (No item 2 – rei – o shevá que aparece no kaf final é mudo, portanto não 
deve ser transliterado). 
 
1 4 7 
2 5 8 
3 6 9 
 
 Bem, agora que conhecemos o vocabulário básico desta lição, podemos ver 
alguma coisa sobre as preposições. No hebraico, elas podem ser inseparáveis 
(unem-se prefixalmente às palavras) ou separáveis. Você está lembrado do primeiro 
versículo da Bíblia ? 
“No princípio criou Deus...” Observe bem a primeira palavra traduzida como “no 
princípio” (bere’shit). Veja o esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 36
 Notou que a primeira consoante (bêt) com um shevá sob ela é, na verdade, 
uma preposição? Se fôssemos traduzir o texto ao pé da letra, seria: “Em princípio...” 
ou “Em um começo...” 
Aqui estão as principais conjunções inseparáveis, seguidas de um exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Como é próprio do hebraico, essas partículas sofrem alterações vocálicas ao 
unirem-se a palavras que comecem com consoantes guturais, ou quando há um 
shevá na sílaba inicial. Observe: 
No item 1, temos keli (recipiente) e bikli (em um 
recipiente). O shevá da preposição, antes de 
palavra com outro shevá na sílaba inicial, 
transforma-se em hireq qaton. 
No item 2, a palavra ’emet (verdade) inicia com 
um shevá composto com segol. Quando 
dizemos “em verdade”, a preposição vocaliza-se com o segol da primeira sílaba de 
“verdade”. 
 
A preposição MIN 
 Esta preposição (que significa de, proveniente de) apresenta um duplo 
comportamento: 
 
 
 
 
 
 37
 Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 No primeiro exemplo, notamos que a preposição min pode, no máximo, ligar-
se à palavra por meio de um traço de união, que, em hebraico, chama-se maqqef. 
No segundo, o min perde o nun final e funde-se à palavra, provocando uma 
alteração (observe que aparece um daguesh forte no interior do mem). Quando a 
consoante inicial é uma gutural, a vogal do min passa a ser um tserê (..): 
 
 
 
 
 A preposição min ainda é usada para estabelecer comparação entre dois 
seres: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tradução: A árvore é maior que a casa. 
 
 Conheça, agora, algumas preposições independentes. Elas não se ligam à 
palavra seguinte. 
 
 38
 
Preposições separáveis 
 
 
 
 Exercício 20: Escreva em hebraico: 
 
Pela paz 
De rei 
Proveniente de uma batalha 
Conforme a palavra 
Para Moisés 
Com o profeta 
A um lugar 
Como um vaso 
 
 
 Exercício 21: Utilizando a preposição min, escreva em hebraico: “O profeta é 
mais sábio que o rei”. 
 
 
 
 
 
 
 39
PRONOMES 
 
 Decore os pronomes pessoais: 
 
 Percebeu que o hebraico apresenta formas femininas para a segunda pessoa, 
tanto no singular quanto no plural? Outro detalhe, quando se quer declarar um 
atributo (predicativo) a um pronome pessoal sujeito, subentende-se o verbo ser. 
Veja: 
 
 
 
 
 
 Exercício 22: Utilizando o vocabulário aprendido até aqui, escreva em hebraico: 
Ela é inteligente. 
Vós sois filhos. 
Eu sou forte. 
Ele é rei. 
Tu és bonita. 
Tu és grande. 
 
 40
 No hebraico, não há pronomes específicos para indicar posse (pronomes 
possessivos). Para expressar essa idéia, utilizam-se prefixos. Observe a tabela 
seguinte. Temos a raiz da palavra “cavalo” (sus) acrescida com os sufixos 
pronominais. Aprenda estes sufixos. 
 
 
Outros pronomes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41
DUAS PALAVRAS SOBRE VERBO 
 
 A parte mais complexa da gramática hebraica é o estudo dos verbos. 
Normalmente, os tratados sobre esta língua dedicam muitas páginas sobre o 
assunto e apresentam longas tabelas de conjugação. Nosso objetivo é mais 
modesto. Desejamos que você aprenda os mecanismos básicos de como se 
estrutura a conjugação dos verbos hebraicos, suas particularidades e diferenças em 
relação ao português. 
 Estamos acostumados a conjugar nossos verbos seguindo um padrão que 
divide as flexões verbais em modo, tempo, pessoa, número, voz e formas nominais. 
No hebraico, encontramos algo parecido, porém organizado de forma diferente, 
conforme a ênfase que a cultura oriental coloca sobre certos aspectos da ação 
verbal. Além disso, o verbo hebraico apresenta flexão de gênero: masculino e 
feminino. 
 Outra particularidade, é a classificação dos verbos em fortes e fracos. É mais 
ou menos parecido com nossa distinção entre verbos regulares e irregulares. Os 
verbos fracos, em geral, são aqueles que carregam consoantes guturais em sua 
raiz. E tal raiz, tanto de fortes quanto de fracos, é composta, geralmente, por três 
consoantes. Em nossos exemplos, vamos apresentar apenas verbos fortes. 
 O quadro abaixo resume a estrutura básica de conjugação do verbo em 
hebraico. Tudo acontece dentro deste esquema: 
 
 
 
 Vamos entendê-lo! 
 42
 Examinando o quadro da página anterior, podemos notar a ênfase que o 
pensamento hebreu dá sobre o aspecto da ação (simples, intensivo e causativo) e 
sobre a forma de praticar a ação (ativa, passiva ou reflexiva). Estamos bem 
acostumados com as vozes verbais, mas o que seriam estes “graus”? Podemos 
compará-los a aspectos, à maneira como a ação é realizada. Seria assim: 
 Simples: ele come. 
 Intensivo: ele come com sofreguidão (devora). 
 Causativo:mandaram-no comer (obrigaram-no a comer). 
O cruzamento das colunas aspecto (graus) e vozes origina o que vamos 
chamar aqui de construções. Temos, portanto, sete construções: QAL, NIFAL, 
PIEL, PUAL, HITPAEL, HIFIL e HOFAL. Que significa isso? 
Se eu digo que uma forma verbal está no pual, estou simplesmente afirmando 
que tal forma está conjugada no intensivo passivo. No português, uma hipotética 
forma do pual perfeito de comer seria: “ele foi devorado”. Se a forma está no qal, 
significa que a conjuguei no ativo simples. Convém assinalar que cerca de 70% das 
formas verbais do hebraico bíblico estão no qal. Outro detalhe: nem sempre o 
verbo é conjugado em todas as formas e construções. 
Bem, e os tempos da ação, o presente, o passado, o futuro...? O tempo não é 
tão relevante assim no pensamento oriental dos judeus. Tanto que dividem o 
aspecto temporal apenas em completo (perfeito) e incompleto (imperfeito). Para 
efeito de estudo, normalmente traduzimos o perfeito como passado, e o imperfeito 
como futuro. Mas uma tradução fiel depende exclusivamente do contexto. O 
presente é construído a partir do particípio ativo (que corresponde aproximadamente 
ao nosso gerúndio). Mais adiante veremos exemplos que elucidarão melhor o 
assunto. 
As construções podem ser conjugadas nos seguintes tempos ou formas 
nominais: 
 
 
 
 
 
 
 
 43
Já que as formas do infinitivo variam em absoluto e construto, não são muito 
apropriadas para indicar o nome do verbo, como em português. Portanto, a 
gramática hebraica utiliza a 3ª pessoa masculina singular do perfeito do qal para 
designar o verbo. Assim (shamar = ele guardou) denomina o verbo 
guardar. 
Analise atentamente os exemplos a seguir. Eles esclarecerão muitos dos 
pontos explanados anteriormente. 
 
Verbo GUARDAR no perfeito do QAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Verifique os sufixos anexados à raiz do verbo. Eles indicam a pessoa do 
discurso. No imperfeito, colocam-se prefixos. 
 
Verbo GUARDAR no presente: 
 
 
 
 
 
 
 
O presente é formado a partir do particípio ativo. Por isso, há apenas quatro 
formas para todas as pessoas. Uma tradução quase literal seria: eu (estou) 
guardando, tu (estás) guardando, ele (está) guardando... 
 
 
 44
Verbo MATAR (3ª pessoal do masculino singular) em todas as construções no 
perfeito: 
 
 
 
 Exercício 23: Tendo como modelo o verbo guardar, conjugue no perfeito do qal 
o verbo ESCREVER – (katav). 
 
 MASCULINO FEMININO 
Eu 
Tu 
Ele 
Nós 
Vós 
Eles 
 
 
 
 
 
 
 45
CONCLUSÃO 
 
Amigo Estudante, 
 
 Esperamos ter cumprido nossa missão ao disponibilizar informações básicas 
para quem está dando os primeiros passos no estudo da língua hebraica. 
 Desejamos enfatizar o que já dissemos na introdução: caso você queira 
realmente adquirir uma boa habilidade lingüística em qualquer idioma, é necessário 
interesse e esforço. Dedicar tempo diariamente ao estudo. Buscar fontes de 
pesquisa, adquirir livros, gramáticas, dicionários. E em nosso caso, é fundamental 
obter uma Bíblia em hebraico. Traduzir um versículo cada dia é um excelente 
exercício para quem deseja estar atualizado com a língua do Antigo Testamento. 
 Ao final deste pequeno tratado, você encontrará uma bibliografia básica para 
o aprofundamento do estudo. Apenas começamos a caminhada. É preciso seguir em 
frente, avançar para níveis mais altos. 
A grande importância do estudo do hebraico está na melhor compreensão dos 
textos sagrados do Antigo Testamento. Disse Jesus: “Examinais as Escrituras, 
porque julgais ter nelas a vida eterna e são elas mesmas que testificam de Mim.” 
(Evangelho de João 5:39). Se queremos conhecer melhor nosso Mestre e Salvador 
esse é o melhor caminho. 
 Boa sorte! 
Sobral-CE, janeiro de 2010 
 
Arnaldo Vicente Ferreira Sá 
Professor de Hebraico e Teologia Bíblica (Instituto Superior de Teologia Aplicada) 
Professor de diversas disciplinas teológicas (Faculdade de Educação Teológica) 
Professor de Literatura em Língua Inglesa e Cultura Britânica e Norte-Americana 
(Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA) 
 
 
 
 
 
NOTA: 
Os direitos autorais deste trabalho estão reservados ao autor, que concedeu 
permissão para livre distribuição aos alunos do Curso de Teologia da Faculdade 
de Educação Teológica – FACETE. Nenhum outro tipo de uso, cópia ou 
distribuição são permitidos sem a devida autorização do autor. 
 46
BIBLIOGRAFIA 
 
 
BÍBLIA EM HEBRAICO, Antigo e Novo Testamento, Trinitarian Bible Society, 
London. 
 
BÍBLIA HEBRAICA, tradução de David Gorodovits e Jairo Fridlin, Editora Sêfer, São 
Paulo, 2006. 
 
AUVRAY, Paul, Iniciação ao Hebraico Bíblico, Editora Vozes, Petrópolis, 1997 
 
GUSSO, Antônio Renato, Gramática Instrumental do Hebraico, 1ª edição, Edições 
Vida Nova, São Paulo, 2005. 
 
CHOWN, Gordon, Gramática Hebraica, 1ª edição, CPAD, Rio de Janeiro, 2002. 
 
VITA, Rosemary; AKIL, Teresa, Noções Básicas de Hebraico Bíblico para ler e 
traduzir, 2ª edição, Editora Hagnos, São Paulo, 2007. 
 
FREITAS, Humberto Gomes de, Gramática para o hebraico, uma abordagem 
pragmática, Editora Vozes, Petrópolis, 2006. 
 
KIRST, Nelson et al, Dicionário Hebraico-Português e Aramaico-Português, 7ª 
edição, Editoras Sinodal, São Leopoldo, e Vozes, Petrópolis, 1996. 
 
HATZAMRI, Abraham; MORE-HATZAMRI, Shoshana, Dicionário português –
hebraico e hebraico-português, 2ª edição, Editora Sêfer, São Paulo, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 47
 
ATIVIDADE FINAL DE REVISÃO 
(Responda em folha à parte) 
 
01. Faça um resumo de 7 a 12 linhas da história do desenvolvimento da língua 
hebraica. 
02. Em que direção se lê e se escreve o hebraico? 
03. Quando você escreve em hebraico as palavras casa, Deus, José e rei, em 
quais delas você usa maiúsculas e em quais apenas minúsculas? Justifique 
sua resposta. 
04. O alfabeto hebraico é formado de quantas letras. Quantas são vogais e 
quantas consoantes? 
05. Que são sinais massoréticos? 
06. Escreva 10 vezes todo o alfabeto hebraico. 
07. Escreva mais uma vez o alfabeto hebraico, colocando ao lado de cada letra 
seu devido nome. 
08. Dê o nome de cada vogal hebraica, colocando ao lado seu respectivo sinal 
massorético. 
09. Quais as consoantes do grupo begadkephat? Como distinguimos a 
pronúncia básica destas consoantes de suas respectivas aspiradas. 
10. Quais as consoantes que têm uma forma final diferenciada? Escreva essas 
consoantes e, ao lado de cada uma, sua forma sofit. 
11. Como se escreve o artigo em hebraico (forma básica) e como é usado? 
12. Que é o vav conjuntivo? 
13. Quando um substantivo está no construto? 
14. Faça uma pequena tabela com os pronomes pessoais: à esquerda coloque o 
pronome em hebraico e à direita a tradução. 
15. Selecione, pelo menos, 50 palavras hebraicas que você aprendeu, coloque-
as em ordem alfabética, faça sua transliteração e dê o significado de cada 
uma.

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