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EXEGESE Pela REVELAÇÃO a verdade vem à mente do escritor numa forma antropomórfica Pela INSPIRAÇÃO essa revelação se torna Escritura que é infalível e inerrante Pela PRESERVAÇÃO temos os presentes textos que devem ser comparados para serem exatos em sua essência Pela TRADUÇÃO obtemos nossas versões no vernáculo que nós tentamos tornar essencialmente fiéis Pela INTERPRETAÇÃO a revelação vem à mente dos leitores apresentando a verdade original que veio da mente de Deus ATITUDES ERRADAS Frente a Bíblia O RACIONALISMO – coloca a mente humana acima da revelação divina. Tira tudo o que é tido como sobrenatural, como os milagres. O MISTICISMO – coloca os sentimentos ou a experiência humana acima da revelação de Deus. O neo-pentecostalismo extremado, por exemplo, que aceita as “novas revelações” em detrimento às Escrituras. O ROMANISMO – põe a igreja acima da Bíblia. A tradição e as declarações papais “ex cátedra”, tem a mesma autoridade da Bíblia. AS SEITAS – elevam os escritos de seu fundador acima das Escrituras. Ex: Mormonismo, Tabernáculo da fé, Adventismo, Testemunhas de Jeová etc. A ALTA CRÍTICA – coloca as pressuposições do crítico liberal acima da Bíblia. Colocam às Escrituras em pé de igualdade com qualquer outro livro. A NEO-ORTODOXIA – diz que a Bíblia não é a Palavra de Deus, senão que se transforma em Palavra de Deus quando fala ao coração do leitor. De maneira sutil, se transmite assim a autoridade das Escrituras ao leitor, onde à luz de “seu coração” se quando Deus fala e quando não. (contra Jr 17.9). OUTRAS “ESCRITURAS” – Com frequência se diz que a Bíblia é só mais um livro sagrado. Se afirma que as outras religiões também têm suas escrituras autoritativas. É evidente que nenhuma destas «escrituras», com exceção do Alcorão, pretende ser uma revelação de DEUS Os distanciamentos Distanciamento temporal – A Bíblia está a séculos distante de nós. Distanciamento contextual – Os livros da Bíblia foram escritos em várias situações diferentes. Distanciamento cultural – O mundo em que os escritores da Bíblia viveram já não existe. Distanciamento linguístico – As línguas em que a Bíblia foi escrita também já não existem. Distanciamento autorial – Os autores já estão mortos. A natureza divina da Bíblia, por sua vez, provoca outros tipos de distanciamentos: Distanciamento natural – a distância entre Deus e nós é imensa. Distanciamento espiritual — somos pecadores. Distanciamento moral – é a distância que existe entre seres pecadores e egoístas e a pura e santa Palavra que pretendem esclarecer. I - INTRODUÇÃO Segundo alguns dicionários, “exegese, hermenêutica e Homilética” significam a mesma coisa, porém, para nós, evangélicos, costumamos fazer as seguintes distinções: HERMENÊUTICA: A palavra hermenêutica significa explicar, interpretar ou expor. Do grego ερμηνευειν − hermeneuein = INTERPRETAR. Nas Escrituras é usado em quatro versículos: João 1.42; 9.7; Hebreus 7.2 e Lucas 24.27. O termo Hermenêutica, portanto, descreve simplesmente a prática da interpretação. EXEGESE: do Grego εξηγησιs − exégesis ek+egéomai, penso, interpreto, arranco para fora do texto. Não se trata de pôr algo no texto, e sim de tirar o que já existe no texto. Uma das Funções do pastor ou pregador é explicar (interpretar) a Bíblia – Ne 8.8 “A missão do intérprete é servir de ponte entre o autor do texto e o leitor“. (J.Martínez, Hermeneutica Biblica, p. 34) HOMILÉTICA: HOMILÉTICA [a arte de preparar e pregar sermões] DEFINIÇÃO DO TERMO O termo Homilética é derivado do Grego "HOMILOS" o que significa, multidão assembleia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar. RETÓRICA - É a arte de falar e argumentar em público, através de sermões, palestras, discursos e estudos. 1 - A HERMENÊUTICA ANTECEDE A EXEGESE. Esta por sua vez, faz uso das principais regras e métodos hermenêuticos em suas conclusões e investigações. De uma maneira simples poderíamos dizer que a hermenêutica é a teoria e a exegese é a prática, pois esta aplica os princípios hermenêuticos para chegar a um entendimento correto do texto. Entre os escritos judaicos da antiguidade podemos encontrar pelo menos três métodos hermenêuticos principais: a alegórica, a literal e a tipológica. Vale salientar que essa classificação não é uma regra para os intérpretes judaicos primitivos. ALEGÓRICA A forma alegórica consiste na interpretação de um texto da perspectiva de alguma coisa, sem levar em consideração o que quer que seja essa coisa. O mais importante intérprete judeu da forma alegórica foi Fílo, um filósofo judeu do século I, de Alexandria, contemporâneo de Jesus. Para Fílo, as Escrituras possuíam duas formas de ser interpretada: o literal e o subjacente, sendo que este último era recuperado somente por intermédio da exegese alegórica. Muitos cristãos fazem uso da alegoria para encontrar Cristo no Antigo Testamento. Dessa forma, esse método passou a ser uma estratégia interpretativa para declarar que isso significa aquilo. Orígenes (185-254) foi o maior dos interpretes alegóricos do cristianismo primitivo. Ele acreditava que as Escrituras continham um significado literal e outro espiritual. O sentido literal do texto, no seu entendimento, era inferior ao significado espiritual. Assim uma Escritura inspirada por Deus tinha que ser interpretada de forma espiritual. LITERAL A maioria dos dicionários descreve o sentido literal como o significado primário de um termo, o significado estabelecido pelo uso comum. Podemos dizer que o significado literal é o significado puro, simples, direto do texto. Os comentários rabínicos emitem diversos exemplos nos quais as Escrituras Sagradas foram entendidas de forma direta, o que resultou na aplicação do significado manifesto, simples e natural do texto à vida das pessoas. Jesus fez uso dessa forma de interpretação em alguns de seus discursos, em especial com relação às questões morais. Em Mateus, o mestre repreendeu os fariseus com citações diretas do livro de Êxodo, dizendo: “Honra teu pai e tua mãe...” (Êxodo 20.12), e quem amaldiçoar seu pai e sua mãe certamente morrerá (Êxodo 21.17). TIPOLÓGICA A exegese tipológica busca reconhecer e interpretar símbolos, tipos e alegorias das Escrituras fazendo uma correspondência entre pessoas e acontecimentos do passado, do presente e do futuro. O Antigo Testamento está repleto de tipos aos quais o Novo Testamento se refere e os explica, como já dizia Agostinho: “O Novo está contido no Antigo; o Antigo é explicado pelo Novo”. Sendo assim, é muito importante entendermos qual é o significado de um tipo. Paulo, ao escrever aos coríntios disse: “Ora, tudo isso lhes veio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” (ICo 10.11). 1) A Escritura interpreta a Escritura; 2) Todo o entendimento e exposição da Escritura deve estar em conformidade com a analogia da fé. Isto é, o sentido uniforme da Escritura. Na Bíblia, assim como em toda boa literatura, devemos ter uma compreensão do todo a fim de apreciar e entender as partes. Nunca devemos tratar um livro da Bíblia como uma coleção de passagens isoladas. São histórias, poemas e cartas conectadas. De acordo com Esdras Bentho, autor do livro: “Hermenêutica Fácil e Descomplicada”, o exame do contexto é importante por três motivos: I- As palavras, as locuções e as frases podem assumir sentidos amplos; II- Os pensamentos normalmente são expressos por sequencia de palavras e frases. III- Desconsiderar o contexto acarreta interpretações falsas, além de se constituir uma eixegese. • Exegese torna-se necessário pelo fato de que nós, como leitores, estamos entre 2000 e 4000 anos separados da realidade do texto. • A cultura, os costumes, a história, a cosmovisão, e especialmente a língua do contextooriginal criam uma distância muito grande entre nós e o texto. • Aquilo que os leitores originais entendiam naturalmente exige de nós horas e horas de análise cuidadosa. • Exegese existe para construir uma ponte entre nosso século e a "realidade" da audiência original. • Todos os passos da Exegese constituem uma tentativa de aproximação do significado do texto bíblico. Fazendo uso da linguagem de Roy B. Zuck, podemos dizer, que há pelo menos 6 “abismos” entre nós e o texto sagrado: OS PASSOS PARA UMA EXEGESE PRÁTICA 01 - Fazer uma introdução indutiva do livro. A introdução indutiva é um levantamento de dados acerca do livro onde se encontra o texto que se pretende apresentar ou estudar, para se ter uma visão clara da estrutura e da mensagem global do livro. Ela exigirá do estudante que se encontre com o livro e com ele trave um diálogo para descobrir certos dados que o leve tirar suas próprias conclusões a cerca da mensagem do livro e do seu conteúdo. Para se fazer uma introdução indutiva do livro deve-se dar os seguintes passos antes de qualquer outro, isto é, sem consultar qualquer outro livro ou comentário. Só você e a sua Bíblia. a - Ler o livro inteiro numa só ocasião, e para o seu melhor proveito faça em voz alta. b - Em uma folha de papel prepare três colunas verticais. E em cada uma escreva um destes três títulos: Destinatário, propósito(s) ênfases especiais. c - Faça pela segunda vez a leitura do livro. Fazendo anotações sobre os três assuntos nas respectivas colunas, incluindo as suas referências, use somente a Bíblia. I - Na coluna do destinatário deverá anotar tudo o que você descobrir sobre as pessoas as quais o livro foi endereçado. Por exemplo tente descobrir: - A sua situação sócio -econômica? - Quem eram? - Qual a sua relação com o autor ou pregador? II - Na coluna do Propósito, procure e anote tudo que você descobrir sobre o porquê do livro. ‘Perguntas como estas deve ser feitas: · O autor ou o pregador fala algo explícito ou implícito sobre o propósito? · Qual a circunstância que o livro foi produzido? · Os destinatários estão envolvidos em alguma conduta que precisa de correção? · O problema é de mal-entendimento teológico? · Eles estão precisando? § Conforto? § Exortação? § Orientação? III - Na coluna das Ênfases Especiais anote todas as ênfases especiais ou preocupações do autor. Procure descobrir: · Quais as palavras ou ideias frequentemente repetidas do autor? · Quais os assuntos das principais divisão do livro? Obs: Não esqueça de anotar as referências bíblicas de cada anotação que é feita. IV - Em vinte linhas ou menos, faça seu próprio esboço simples (com referências bíblicas) do livro. O esboço é a divisão do livro em parte lógicas. Ele representa como você entende a estrutura do livro. Não consulte outros livros (fonte). 02 - Fazer o limite do trecho escolhido Deve-se fazer um limite do texto a um ou dois parágrafos que tratam de um só assunto ou evento. E assim deve fazer a exegese de cada versículo do trecho escolhido. 03 - A leitura do trecho (deve ler duas ou três vezes em voz alta o texto, usando várias versões ou traduções bíblicas). 04 - Determinar a parte do livro. Você deve determinar a parte do livro onde se acha o texto em estudo. Para isto, consulte o esboço que você fez na sua Introdução Indutiva. 05 - Contexto Local do Trecho. Deve ler de 15 a 20 versículos que se encontram imediatamente antes e depois do trecho. Faça um resumo do conteúdo (acontecimentos, ensinos, assuntos discutidos). 06 - O Esboço gramatical do trecho O esboço gramatical é a tentativa de dividir as orações do trecho de maneira, que mostre claramente e sequencialmente o pensamento do autor. O método é o seguinte: O objetivo do esboço gramatical é fazer separação entre as várias expressões ou pensamento do autor e, ao mesmo tempo mostrar a conexão uns com os outros. Assim te possibilitarão descobrir os pensamentos principais e secundários do autor. E te possibilitará destacar o tema principal e a maneira que o autor desenvolve a sua linha de pensamento. 07- O fluir do trecho. Em cada passagem alguma coisa está acontecendo ou está sendo discutida. A pergunta chave que você deve fazer é: "O que é que está acontecendo neste texto? A resposta é o "fluir do texto". 08- Explanação do trecho. Esta se faz em três partes, respondendo as três perguntas importantes. a - Qual é o significado das várias palavras e frases-chaves? Esta pergunta deve ser feita a cada versículo do trecho. Responda a pergunta depois que consultar dois ou três comentários sobre o livro. b - Porque o escritor está escrevendo estas palavras? ou qual o significado de tudo que está acontecendo no trecho? Aqui faça perguntas sobre os acontecimentos indicados no fluir do texto (para respondê-las procure ajuda dos comentários). c - Porque o autor bíblico colocou este texto exatamente ai, neste lugar do livro? Assim você estará procurando saber como o texto funciona no seu contexto. 9- Tradução ou Paráfrase. Você deve expor o texto com as suas próprias palavras sem mudar a mensagem ou o sentido do texto. A paráfrase é dizer ou falar a mesma coisa em outras palavras, em suas palavras. 10- Resumo em poucas sentenças. Em duas ou três sentenças faça um resumo do significado do trecho todo com o intuito de exprimir as ideias principais do texto. 11- Resuma em uma só sentença o que diz o texto. Este resumo servirá mais tarde como base da tese do sermão ou lição. 12- O trecho e a Bíblia. Cada texto é único, mais possui semelhança e conexão com outros textos bíblicos. É claro que estamos falando da semelhança e conexão teológica que eles têm entre si. Para realizar, este passo deve fazer as seguintes perguntas: 13- Descobrindo Pessoas no Texto. Neste passo você procurará descobrir quem está falando? A quem o diálogo está se referindo? Com quem diálogo é travado? A pessoa de Deus, Jesus, Espírito Santo, também podem ser descobertas, observando algumas palavras, atuação, títulos que são atribuídos a Eles. 14- Aplicação. Coletadas as verdades, os principais ou princípios Bíblico do texto aplique-o primeiramente a você, e depois ao seu público. A aplicação deve ser formulada de maneira que venha colocar em cheque o público a quem você gostaria de constatar o princípio bíblico ao ponto de causar uma mudança no comportamento, conduta e credo.
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