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Imunologia Clínica
1
Imunologia Clínica
Prof. Sandro Jorge Januário
Imunologia Clínica
2
Introdução à Imunologia 3
Histórico 3
Conceitos e Componentes do Sistema Imune 4
Mecanismos da Resposta Imune 11
Imunidade Inata ou Natural (Celular) 12
Imunidade Adaptativa ou Adquirida (Humoral) 13
Classes de imunoglobulinas 14
Estrutura Molecular das Imunoglobulinas 14
Características e Propriedades das Imunoglobulinas 14
Sistema Complemento 19
 Conceito e classificação 19
Atividade Fisiológica ou Propriedades do Sistema Complemento: 19
Resposta Imunológica Mediada por Células (Imunidade Celular) 20
Ativação dos Linfócitos T 20
Ativação de Linfócitos B e Produção de Anticorpos 21
Resposta Imune contra Tumores e Transplantes 23
Mecanismos Imunes da Rejeição Tumoral 23
Mecanismos Imunes da Rejeição de Transplantes 23
Reações de Hipersensibilidade 24
Tolerância Imunológica e Autoimunidade 26
Doenças Causadas pela Resposta Imune Defeituosa 27
 Mecanismos Gerais 27
Imunopatogênese das Doenças Autoimunes 28
Fundamento dos Métodos Imunológicos no Diagnóstico Laboratorial 30
Considerações Gerais 30
Caracteristica das Reações Antígeno-Anticorpo (Ag – Ac) 30
Técnicas mais Utilizadas 32
Reação de Precipitação 32
Reação de Aglutinação 32
Reação de Imunodifusão 34
Reação ou Ensaio Imunoenzimático (EIA ou ELISA) 35
Reação de Imunoblot (WesternBlot) 35
Reação de Imunofluorecência 36
 Imunofluorescência Direta (IFD) 36
Radioimunoensaio (RIA) 37
Referência 40
Sumário
Imunologia Clínica
3
UNIDADE I - Imunologia Básica
Introdução à Imunologia
A imunidade é definida como resistência a doenças, 
em especial às infecciosas e parasitárias. O conjunto de 
células, tecidos e moléculas que medeia a resistência a 
infecções é chamado de sistema imunológico, e a reação 
coordenada dessas células e moléculas aos agentes estra-
nhos ao organismo, também denominados de antígenos, 
é chamada de resposta imunológica. Um dos processos 
fisiológicos mais predominantes no sistema imunológi-
co é a produção de anticorpos, que ocorre em função da 
presença do antígeno, aos quais reagem especificamente. 
O intuito da resposta imunológica na interação antígeno-
-anticorpo é neutralizar a ação dos antígenos.
Figura 1 – Anticorpos ligados a células do sistema imu-
nológico atacando um antígeno
A Imunologia é uma ciência que trata do estudo do 
sistema imunológico e de sua resposta (produção de an-
ticorpos) a agressões por moléculas ou agentes invasores 
(antígenos). Estuda o complexo sistema imunológico do 
ser humano, que protege o organismo de doenças, que 
podem ser causadas por uma grande variedade de bac-
térias, vírus, fungos, toxinas, protozoários, vermes, entre 
outros.
As células do sistema imunológico são altamente or-
ganizadas, recebem ou enviam mensagens de ataque ou 
mensagens de supressão, apresentação do agente inva-
sor ás células, destruição ou neutralização de substâncias 
produzidas pelo invasor ou molécula estranha.
Histórico
• O termo imunidade foi adotado por Tucídides no 
século V a.C. para designar proteção contra uma 
doença.
• O primeiro conceito de imunização ativa adqui-
rida naturalmente surgiu com os chineses, que fa-
ziam as crianças inalarem “pós” feitos com crostas 
de lesões cutâneas de pacientes que tinham sido 
acometidos pela varíola.
• Em 1796, pesquisas mostraram que era possível 
induzir a proteção contra o vírus da varíola humana 
por meio do vírus cowpox da varíola bovina (vaca 
= vacina). Aparece então o termo vacinação, que 
é a introdução de vírus enfraquecidos ou de parte 
deles (ex.: proteína), incapazes de produzir doen-
ça em pessoas sadias, com a finalidade de conferir 
proteção natural contra uma doença. Edward Jen-
ner foi o cientista idealizador da vacina.
• No início do século XIX, foi descoberto que muitas 
doenças infectocontagiosas eram provocadas por 
seres microscópicos como bactérias e fungos. Isso 
se deu pelos estudos de Robert Koch com a estimu-
lação do sistema imunológico.
• Em 1880, em Paris, iniciou-se o projeto para uma 
vacina contra o cólera em galinhas e também uma 
vacina contra a raiva, pelos estudos de Louis Pas-
teur.
• Em 1890, foi descoberto que o soro de pacientes 
vacinados apresentava substâncias que, de forma 
específica, se ligavam aos agentes que causavam 
infecções. Essas substâncias seriam denominadas 
de anticorpos por Shibasaburo Kitasato e Emil von 
Behring.
Fonte: http://www.misodor.com/ANEMIAS%20HEMOLITICAS.php
Imunologia Clínica
4
Conceitos e Componentes do 
Sistema Imune
a) Conceitos básicos
Antígenos (Ag): são substâncias (proteínas, polissa-
carídeos, microrganismos etc.) que vão ser reconhecidos 
pelo sistema imune como algo estranho ao organismo. 
Características:
• Antigenicidade: Propriedade de reagir com o Ac 
especificamente, porém sem induzir o sistema imu-
ne. 
• Imunogenicidade: É a capacidade do Ag de indu-
zir a uma resposta imune. 
• Haptenos: são moléculas pequenas, que podem 
ser estranhas, antigênicas, porém não imunogêni-
cas (ex.: lipídeos, ácidos nucleicos, insulina, que, 
para se tornarem imunogênicas, têm que estar as-
sociadas com proteínas carreadoras).
• Epítopos: pequena região do Ag capaz de ser re-
conhecida pelo Ac e ligar-se a ele. Para ser imuno-
gênico, deve ser estranho, ter complexidade, maior 
peso molecular e apresentar epítopos acessíveis.
Anticorpos (Ac): proteína globular, que também pode 
ser chamada de imunoglobulina, capaz de reagir especi-
ficamente com o antígeno. Podem ser solúveis (lançados 
no sangue) ou ligadas à membrana dos linfócitos B. Den-
tre as funções dos anticorpos, destacam-se: neutralizar 
toxinas, precipitar microrganismos, combinar-se com Ag e 
formar precipitados, ativar o sistema complemento, imo-
bilizar microrganismos (ex.: anticorpos podem se ligar ao 
flagelo de bactérias e impedir a sua locomoção).
Figura 2 – Desenho esquemático de um tipo de anti-
corpo (imunoglobulina G) com extremidades para ligar-se 
especificamente ao antígeno
 
b) Células e tecidos do sistema imunológico
As células originam-se na medula óssea, onde muitas 
amadurecem antes de migrar para o sangue e a linfa; ór-
gãos linfoides são aqueles que contêm grandes quantida-
des de linfócitos em um ambiente de células não linfoides.
• Os órgãos linfoides primários ou centrais (produ-
ção e amadurecimento dos linfócitos) são:
 
Medula óssea (bone marrow) e Timo (thymus)
Fonte: 
http://metodoslaboratoriaiscomac.blogspot.com.br/2010/09/resumo-da-
aula 27082010.html
Imunologia Clínica
5
 Figura 03 - Medula óssea e produção de todas as células do sistema imune
 Fonte: http://doemedulaosseanojapao.wordpress.com/medula-ossea/
Imunologia Clínica
6
 Figura 4 - Timo e sua estrutura 
 
• Os órgãos linfoides secundários ou periféricos 
(início das respostas imunes adaptativas e manu-
tenção dos linfócitos) são:
 
Linfonodos, Baço, Tonsilas e órgãos linfóides asso-
ciados à mucosa (MALT)
 
Sob o ponto de vista histológico, os linfonodos ou gân-
glios linfáticos são órgãos encapsulados constituídos por 
tecido linfoide e que aparecem espalhados pelo corpo, 
sempre no trajeto dos vasos linfáticos (axila, virilha, gran-
des vasos do pescoço, tórax e abdome).
As principais linhagens de células que são maturadas 
nos órgãos linfoides secundários provêm da medula ós-
sea:
• Linfócitos B.
• Linfócitos T.
c) Outras células envolvidas na resposta imune
• Fagócitos: células capazes de realizar a fagocitose, 
isto é, o seu citoplasma é capaz de rodear, captar 
e digerir partículas vizinhas. Os fagócitos consti-
tuem um importante mecanismo de defesa contra 
as infecções bacterianas, pois intervêm na resposta 
imunitária não específica. Nos seres humanos, de-
sempenham funções fagocitárias os macrófagos, os 
neutrófilos, as células dendríticas e os monócitos.
• Células natural killer (NK): Também chamadas 
de células exterminadoras naturais, são definidas 
como células citotóxicas não específicas, importan-
tes na resposta precoce às células tumorais e infec-
ções virais.
• Basófilose mastócitos: liberação de histamina 
nas reações alergoinflamatórias.
Todas as células citadas (linfócitos B e T, fagócitos e NK) 
possuem funções bem definidas no sistema imune e arti-
culam-se entre si na liberação de anticorpos ou no ataque 
direto ao antígeno. Dependendo da fase do estímulo, te-
remos dois tipos de resposta imune (celular ou humoral), 
que veremos mais à frente.
 Fonte: http://www.infoescola.com/sistema-imunologico/timo/
Imunologia Clínica
7
Figura 5: Corte mostrando a estrutura de um linfonodo, que é sede na maturação de linfócitos B
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistemalinfatico/imagens/sistema-linfatico-10.jpg
Imunologia Clínica
8
Figura 6 - Sistema linfático, mostrando órgãos que participam da resposta imune (medula, linfonodos e baço)
Imunologia Clínica
9
 Figura 7 – Linhagens de células linfocíticas a partir da medula 
Fonte:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acpmedicine/4548/orgaos_e_celulas_do_sistema_imunologico__john_r_david_e_cox_terhorst.htm
Imunologia Clínica
10
Figura 8 – Diversas células responsáveis pela resposta imune e suas funções (quadro em vermelho)
 Fonte: http://imunologia96.wordpress.com/2013/01/05/aspectosgeraissobreimunologia2/
 Figura 9 – Origem das células do sistema imune a partir das linhagens linfoide e mieloide
 Fonte: http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/immuno-port-chapter1.htm
Imunologia Clínica
11
Mecanismos da Resposta 
Imune
A importância do sistema imunológico para a saúde é 
dramaticamente ilustrada pela observação frequente de 
que indivíduos com respostas “imunológicas” defeituosas 
são suscetíveis a infecções graves, geralmente com risco 
de vida. Mas o impacto da Imunologia vai além das doen-
ças infecciosas.
 Os elementos do sistema imune (células e media-
dores químicos) têm a capacidade de diferenciar o que 
é próprio do organismo ou não. Isso é necessário para a 
proteção contra agentes patogênicos e também para a eli-
minação de células anormais (ex.: células neoplásicas). Al-
guns agentes infecciosos podem se multiplicar dentro das 
células (ex.: vírus), outros, fora delas, o que é o caso da 
maioria. Os componentes do sistema imunológico prote-
gem o organismo contra os diferentes tipos de patógenos. 
Quando a virulência do patógeno é alta e/ou a imunidade 
do hospedeiro está comprometida, a doença pode se ins-
talar.
Apesar dos efeitos benéficos do sistema imune, as 
defesas imunológicas podem ser prejudiciais quando há 
uma resposta imunológica excessiva. Nesse caso, o pro-
cesso inflamatório pode trazer muito desconforto para o 
indivíduo devido aos seus efeitos na alteração da fisiolo-
gia celular e tecidual. 
Podemos também ter o “ataque” de células e tecidos 
do próprio corpo pelo sistema imunológico, causando res-
posta inflamatória intensa. É o caso das doenças autoimu-
nes. 
Figura 10: Diversas células e mediadores químicos envolvidos na resposta imune
Fonte: http://www.nature.com/nrc/journal/v4/n1/fig_tab/nrc1252_F1.html
Imunologia Clínica
12
Imunidade Inata ou Natural 
(Celular)
 É chamada imunidade inespecífica. Os elementos do 
sistema imune inato incluem barreiras anatômicas, mo-
léculas de secreção e componentes celulares. Entre as 
barreiras mecânicas anatômicas, estão pele, saliva, ácido 
clorídrico do suco gástrico, pH vaginal, cerume do ouvido, 
muco e cílios das vias respiratórias, processo inflamató-
rio, febre, células fagocitárias, movimento dos intestinos 
e oscilação dos cílios bronco-pulmonares. Associados a 
essas superfícies protetoras, estão agentes químicos e 
biológicos. É dita inespecífica pois não precisa existir um 
reconhecimento especifico dos antígenos para ocorrer a 
reação imunológica. O mecanismo não específico realiza 
a defesa do organismo por: 
a) Fagocitose: englobamento e destruição do antí-
geno.
b) Neutralização: inativação dos efeitos tóxicos do 
antígeno.
c) Lise: ruptura da membrana ou da parede celular 
do antígeno.
Figura 11 - Leucócito (neutrófilo) fagocitando uma 
bactéria
 
Processo inflamatório: 
É sem dúvida um dos principais processos complexos 
da resposta imune inespecífica, que envolve vários com-
ponentes celulares e moleculares e pode ocorrer todos os 
mecanismos citados acima (a, b e c). Ocorre uma intensa 
alteração na fisiologia local tissular, por vezes com altera-
ções sistêmicas. Dependendo da magnitude da inflama-
ção, o organismo passará por alterações locais que são 
bem pontuais e características: dor, calor, rubor, edema e 
disfunção no órgão.
Figura 12 – Etapas do processo inflamatório
 
No tecido lesionado, células como os mastócitos e 
os basófilos produzem substâncias químicas que atraem 
neutrófilos e monócitos, que se transformam em macró-
fagos quando saem do sangue, vão para os tecidos e reali-
zam fagocitose dos antígenos e de células mortas.
A imunidade inata é principalmente mediada por célu-
las especializadas. É por isso que podemos chamá-la tam-
bém de imunidade celular.
Características da resposta imune inata:
• Tem como forte característica a resposta imedia-
ta.
• Patógenos são reconhecidos especificamente.
Fonte: http://primeirobdi2012.blogspot.com.br/
Fonte: http://patofisio.wordpress.com/2010/04/20/inflamacao/
Imunologia Clínica
13
• Não é gerada memória imunológica.
• Mesmo que o organismo tenha vários contatos 
com o mesmo agente patogênico, a resposta imu-
nológica não muda.
• O início da resposta adaptativa depende basica-
mente da resposta inata.
Imunidade Adaptativa ou Adquirida 
(Humoral)
Pode ser chamada de específica pois necessita de um 
contato prévio com o agente patogênico por meio de uma 
exposição que aumenta a sua intensidade. É dotada de 
duas características muito importantes, que são a especi-
ficidade e a memória. Produz os anticorpos que são secre-
tados pelos linfócitos B. 
Tipos de respostas imunes específicas
• Imunidade ativa: o indivíduo imunizado passa a 
ter um papel ativo no desenvolvimento da resposta 
imune (ex.: vacinação).
• Imunidade passiva: o indivíduo torna-se imune 
sem nunca ter sido exposto a um dado antígeno. 
Recebe soro ou células de uma outra pessoa imuni-
zada com o mesmo antígeno.
• Imunidade humoral: Mediada pelos anticorpos.
Imunologia Clínica
14
Classes de imunoglobulinas
Anticorpos ou imunoglobulinas 
• São Proteínas (globulinas) formadas por 2 ca-
deias leves e 2 cadeias pesadas;
• Produzidas pelo linfócitos B ativados (plasmó-
citos);
• Podem permanecer sob a forma de receptores 
de superfícies celulares ou serem secretados;
• De acordo com a cadeia pesada, distinguem-se 
5 classes de anticorpos:
Iga, IgD, IgE, IgG e IgM
Estrutura Molecular das 
Imunoglobulinas
São constituídas por cadeia leve e cadeia pesada, im-
portantes no reconhecimento e na ligação com o antíge-
no.
Figura 13 – Estrutura molecular esquemática de um 
anticorpo mostrando as extremidades de ligações (ca-
deias) às quais se liga o antígeno
 
Características e Propriedades das 
Imunoglobulinas
Cada molécula de imunoglobulina (Ig) é constituída 
por duas cadeias pesadas e duas cadeias leves ligadas por 
pontes dissulfeto (dois átomos de enxofre). As cadeias pe-
Fonte: http://www.oocities.org/sssiqueira/basica7.htm
Imunologia Clínica
15
sadas são quem definem as classes de imunoglobulina - IgA, IgG, IgD, IgE e IgM. As cadeias leves são de dois tipos, 
kappa (κ) e lambda (λ). 
A especificidade de ligação ao antígeno é definida pela porção variável (Fab) da molécula, constituída pela união 
das regiões variáveis das cadeias leve e pesada da imunoglobulina. O tipo de estrutura molecular e as propriedades 
características de cada classe de imunoglobulina podem ser vistas na tabela 1 abaixo.
 
Tabela 1 - Características básicas das classes de imunoglobulinas
Classe Estrutura Propriedades
IgA Dimérica Encontrada em mucosas de trato gastrointestinal, respiratório e urogenital.
Monomérica Previne colonização por patógenos. Presente também na saliva, lágrimas e leite.
IgD Monomérica Imunoglobulinade membrana. Faz parte do receptor de membrana de linfócitos B virgens (BCR).
IgE Monomérica Envolvida em processos alérgicos e parasitários. Sua interação com basófilos e mastócitos causa 
liberação de histamina.
IgG Monomérica Principal imunoglobulina da imunidade adquirida. Tem capacidade de atravessar a barreira placentá-
ria.
IgM Monomérica Faz parte do receptor de membrana de linfócitos B virgens (BCR). 
Pentamérica Forma encontrada no soro, secretada precocemente na resposta imune adquirida.
Nota: as imunoglobulinas M e G são bastante solicitadas nos imunoensaios (exames laboratoriais imu-
nológicos) no diagnóstico de doenças inflamatórias e infecciosas, principalmente para verificar em que 
fase se encontra a doença: aguda (determinação de IgM) ou crônica (determinação da IgG), entre outras 
aplicações
Em resumo, para ocorrer a imunidade adquirida ou adaptativa (mediação humoral), é necessário o estimulo da 
imunidade inata (mediação celular). Sendo assim, esses dois mecanismos de resposta imune estão interligados:
Imunologia Clínica
16
• Comparações entre imunidade inata (celular) e imunidade adaptativa ou adquirida (humoral):
 
Imunidade inata e imunidade adquirida 
Imunidade inata, natural ou inespecifica (celular): caracteriza-se por uma limitada capacidade de distinguir um 
microorganismo do outro: Não gera memória imunológica. Tem como principais componenetes:
dústria farmacêutica e usados como medicamentos para 
diversas patologias que precisam de imunomoduladores, 
como a hepatite C.
Imunidade adquirida, adaptativa ou específica (humoral): obtida durante a vida de um indivíduo como reação 
adaptativa à presença de patógenos adaptativos; em muitos casos, GERA memória imunológica. Tem como compo-
nentes:
Interferon
 Proteína produzida por certas células quando ataca-
das por vírus ou outros parasitas intracelulares, que é li-
berada na circulação e, ao se ligar à membrana de outras 
células, induz a produção de proteínas antivirais. É mui-
to importante na resposta imune humoral às infecções 
virais. Existem três classes químicas: os interferons Alfa, 
Beta e Gama. Atualmente, eles são sintetizados pela in-
Imunologia Clínica
17
Figura 14 – Estrutura cristalográfica do interferon beta
 
Figura 15 – Liberação de interferon para intervir numa 
infecção viral
Figura 16 - Gama Interferon sendo secretado por algu-
mas células do sistema imune e a estimulação de outras 
células a partir da sua ação
 
Fonte:
http://svaleria68.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html
Fonte: http://imunologando.blogspot.com.br/
Imunologia Clínica
18
Fonte: http://imunologando.blogspot.com.br/
Imunologia Clínica
19
Sistema Complemento
 Conceito e classificação
O complemento é um dos mecanismos efetores mais 
importantes da resposta imune inata (natural). Quando 
um microrganismo penetra no organismo, normalmente 
provoca ativação do complemento. 
O sistema complemento no organismo é composto por 
varias proteínas, que funcionam de uma maneira ordena-
da e integrada para defendê-lo contra infecções e produ-
zir quadros de inflamação. São moléculas que compõem 
o sistema complemento: C1, C2, C4, C3, C5, C6, C7, C8 e 
C9. Na via alternativa de ativação do C, os componentes 
são denominados por letras: b, d e p. À medida que ocor-
re a ativação, os fragmentos são gerados, sendo que os 
maiores recebem a denominação b e os menores, a, por 
exemplo, C4b e C4a. 
Figura 18 - Moléculas do sistema complemento (com-
plement cascade) fazendo mediação de uma reação entre 
as células do sistema imune e célula antigênica (bactéria), 
culminando com sua lise
As moléculas de proteínas do sistema complemento precisam ser ativadas para ocorrer as reações.
Atividade Fisiológica ou Propriedades do Sistema Complemento:
• É responsável por ampliar a resposta imunológica por meio de uma serie de reações enzimáticas, que deno-
minamos de cascata.
• Possui diversas vias para poder se ativar.
• A resposta imune é regulada por proteínas que estão acopladas à membrana celular.
Imunologia Clínica
20
Resposta Imunológica 
Mediada por Células 
(Imunidade Celular)
A imunidade mediada por células é o ramo da resposta 
imunológica adaptativa cujo papel é combater infecções 
causadas por microorganismos intracelulares. Esse tipo 
de imunidade é mediada pelos linfócitos T.
Ativação dos Linfócitos T
 Os linfócitos T representam quase 75% do total de lin-
fócitos que estão no sangue. O timo é o órgão responsá-
vel por sua ativação e maturação. A principal importância 
dessas células é a estimulação da imunidade celular. Os 
linfócitos T diferenciam-se em subpopulações que apre-
sentam funções distintas no sistema imune: 
 a) Os linfócitos T helper: são responsáveis pela di-
ferenciação dos linfócitos B em plasmócitos (secre-
tam anticorpos).
 b) Os linfócitos T supressores: são responsáveis 
pela finalização da resposta imune por intermédio 
da inibição da resposta celular e humoral.
 c) Os linfócitos T citotóxicos: são responsáveis pela 
destruição ou eliminação direta de células com in-
fecção viral e células tumorais. Para isso, usam os 
mecanismos de:
• Abertura de orifícios na membrana, cau-
sando a lise celular. Esses orifícios são feitos 
pelas proteínas denominadas perforinas.
• Indução da morte programada (apopto-
se) das chamadas células-alvo (ex.: células 
neoplásicas).
Figura 19 - Apresentação do antígeno pelo macrófago (tipo de fagócito) e ativação do linfócito T e sua diferenciação 
(T helper, T supressor, T citotóxico)
Fonte: http://evunix.uevora.pt/~sinogas/TRABALHOS/2003/Diversidade.htm
Imunologia Clínica
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Resposta Imunológica Mediada por Anticorpos (Imuni-
dade Humoral)
Basicamente, é a resposta imune mediada pelos lin-
fócitos B e outras células de sua linhagem (ex.: plasmóci-
tos), que produzem anticorpos para eliminar patógenos e 
substâncias produzidas por esses patógenos. Faz parte da 
resposta imune adaptativa. 
Ativação de Linfócitos B e Produção 
de Anticorpos
Essas células são ativadas por antígenos, proliferam e 
diferenciam-se em plasmócitos (células produtoras de an-
ticorpos). 
As células B representam até 10% dos linfócitos do 
sangue. Nem todos se diferenciam em plasmócitos; nesse 
caso, dão origem às células B da memória imunitária, que 
reagem rapidamente a uma segunda exposição ao mes-
mo antígeno. 
 Figura 20 – Após ativação, linfócito B produz e libera 
os anticorpos
 
 
Fonte: http://sanidadanimal.info/cursos/inmunologia3/ca022.htm
Imunologia Clínica
22
 Figura 21 – Origem e maturação de linfócitos B e T
Fonte: http://bio12-ciencia.blogspot.com.br/2011/03/sistema-iimunitario-mecanismos-de.html
 Em resumo, o linfócito B precisa ser estimulado pelo linfócito T para se diferenciar e produzir anticorpos.
Imunologia Clínica
23
Resposta Imune contra 
Tumores e Transplantes
O câncer e os transplantes de órgãos são duas situa-
ções clinicas em que o papel do sistema imune tem rece-
bido uma grande atenção.
As respostas imunes contra os tumores e transplantes 
compartilham várias características. Ambas são situações 
em que o sistema imune não responde aos micróbios, 
como habitualmente faz, mas às células não infecciosas 
que são percebidas como estranhas 
Mecanismos Imunes da Rejeição 
Tumoral
O principal mecanismo imune da erradicação tumoral 
é matando as células tumorais por meio de linfócitos T ci-
tolíticos (CTLs) específicos para os antígenos tumorais que 
irão destruí-las.
Figura 22 – Célula tumoral sendo atacada por linfócitos 
T citotóxicos
Mecanismos Imunes da Rejeição de 
Transplantes 
A rejeição é o reflexo da resposta imunológica aumen-
tada (inicialmente local) envolvendo, na maioria das ve-
zes, os antígenos HLA do órgão transplantado. Pode ser 
classificada como hiperaguda, aguda e crônica.
No ser humano, o sistema HLA (Human Leukocyte An-
tigen) está inserido no processo de reconhecimento das 
células. Sua maior importância é a proteção do organismo 
a injúrias do meio externo e também a regulação da res-
postaimune. 
Teremos então a intervenção dos elementos clássicos 
de defesa, como o envolvimento de anticorpos, numero-
sos mecanismos de regulação da resposta celular e citoci-
nas, que modulam a intensidade da resposta.
Fonte:
http://www.ciencianews.com.br/unicel/1pg.htm
Imunologia Clínica
24
Reações de Hipersensibilidade
São reações imunológicas de respostas imunes varia-
das. Vai depender do estímulo que o antígeno, neste caso 
chamado de alérgeno, provoca no organismo. O compo-
nente clínico alergoinflamatório está presente e bem evi-
dente. Podem ser provocadas por antígenos endógenos 
ou exógenos. Vejamos os tipos de reações:
a) Tipo I - anafilática.
b) Tipo II - citotóxica.
c) Tipo III - doenças de imunocomplexos.
d) Tipo IV - tardia.
a) Hipersensibilidade tipo I ou anafilaxia:
Características:
• Os anticorpos IgE são o principal mediador imu-
nológico.
• Ocorre numa pessoa previamente sensibilizada 
pelo alérgeno (antígeno), por intermédio da combi-
nação Ag-Ac, que está ligada a células especializa-
das na reação (ex.: basófilos e mastócitos).
• Pode ser fatal caso ocorra comprometimento do 
sistema respiratório (ex.: edema de de glote).
• Pode ter efeitos locais (10% da população) ou, na 
maior parte, sistêmicos.
b) Hipersensibilidade tipo II:
 A principal característica celular e molecular é a pre-
sença do alérgeno aderido às células-alvo. Apresenta ba-
sicamente os seguintes mecanismos:
• Atuação do sistema complemento, que leva à lise 
celular. Pode ocorrer na Doença Hemolítica do Re-
cém-Nascido (DHRN) ou em reações causadas pe-
los efeitos de medicamentos.
• Ativação da resposta de citotoxidade celular me-
diada por anticorpos.
• Anticorpos fazem mediação contra receptores 
localizados na membrana celular, causando distúr-
bios na regulação da fisiologia celular. 
c) Hipersensibilidade tipo III:
• A principal característica é a mediação por com-
plexo antígeno-anticorpo. Os assim chamados imu-
nocomplexos são responsáveis por ativar as prote-
ínas do sistema complemento. A reação pode ser 
local ou sistêmica, e o antígeno (alérgeno) pode ter 
origem interna (do próprio corpo) ou externa.
A reação denominada de Arthus é caracterizada por 
morte tecidual ou inflamação nos vasos em região loca-
lizada por ataque de imunocomplexos nessa área. Pode 
ser grave.
d) Hipersensibilidade localizada tipo IV:
A principal característica é a mediação dos linfócitos 
T previamente sensibilizados. Temos dois tipos de meca-
nismos: 
Tardia:
• As citocinas que são liberadas pelos linfócitos T 
CD4 são responsáveis pela maioria dos efeitos.
• Presença de aglomerados celulares em alguns 
tecidos, em especial o subcutâneo, que provocam 
hiperemia e edema.
• Pode ocorrer Inflamação do tipo granulomatosa 
(aglomerados de células epitelioides com a presen-
ça de linfócitos em volta).
• Citotoxidade Direta: 
Neste caso, as principais células mediadoras são os 
linfócitos T CD8, que promovem a eliminação das células 
que estão apresentando os antígenos. 
Imunologia Clínica
25
Figura 23 – Alérgeno estimulando a resposta imune de hipersensibilidade
Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Hipersensibilidade+Tardia&lang=3
Imunologia Clínica
26
Tolerância Imunológica e 
Autoimunidade
Quando o indivíduo é incapaz de ter uma resposta 
imune a um antígeno específico, dizemos que ele tem to-
lerância imunológica. Pode ocorrer da seguinte forma: 
• Perda de linfócitos B e T durante o processo de 
maturação, por intermédio do que chamamos de-
leção clonal.
• Inativação dos linfócitos promovida por antíge-
nos, o que é chamado isso de anergia clonal.
 Autotoimunidade caracteriza-se pela falta de reconhe-
cimento do que é próprio do organismo. Com isso, ocorre 
o ataque dos componentes do sistema imune (citocinas e 
células) dirigidas a uma variedade de tecidos no organis-
mo, causando lesões e disfunções. Características básicas:
• Resposta imunológica a antígenos próprios (autó-
logos).
• Formação de anticorpos contra estruturas celula-
res do próprio organismo.
• Aparecimento de doença autoimune causada 
pela falha da autotolerância, com consequente le-
são celular e tecidual.
Figura 24 - Consequências do encontro dos linfócitos com os antígenos
Fonte : http://www.ebah.pt/content/ABAAAfjacAH/tolerancia-imunologica
Imunologia Clínica
27
Doenças Causadas pela 
Resposta Imune Defeituosa
 Mecanismos Gerais 
Ocorre devido a resposta imunológica voltada contra 
as moléculas (antígenos autólogos) e células do próprio 
individuo. É causada pela falha da autotolerância, na qual 
autoanticorpos e células reativas provocam lesões celula-
res e teciduais.
Alguns fatores podem colaborar com a formação da 
autoimunidade. São eles:
• Anormalidades nos linfócitos e na apresentação 
dos antígenos endógenos causa falha na autotole-
rância central ou periférica.
• Infecções e até mesmo características genéticas 
podem predispor.
Etiopatogênese primária das doenças autoimunes:
As alterações tissulares são mediadas pelas citocinas 
liberadas. Estas promovem o processo inflamatório, que 
aumenta o fluxo de linfócitos para o local, e com isso ocor-
re a apresentação do antígeno próprio pelas células que 
foram ativadas.
Figura 25 - Formação de lesão tecidual por falha na autotolerância
Fonte : http://www.ebah.pt/content/ABAAAfjacAH/tolerancia-imunologica
Imunologia Clínica
28
Imunopatogênese das Doenças 
Autoimunes
Imunopatologia – É a ciência que estuda as lesões e 
doenças produzidas pela resposta imunitária.
Imunopatogênese - É o processo de desenvolvimento 
de doenças por mediação imunológica.
Doenças Autoimunes – São causadas pela resposta 
imune defeituosa. 
O sistema imunológico não reconhece determinados 
grupos celulares e, a partir daí, trata-os como estruturas 
estranhas, passando a atacá-las e produzindo autoanti-
corpos. 
De acordo com o número de órgãos afetados, as doen-
ças autoimunes se classificam da seguinte forma:
a) Órgão-específica – ocorre a expressão da autoi-
munidade de maneira restrita em alguns órgãos, 
com alta especificidade. Ex.: vitiligo > melanócitos 
(células que produz a melanina).
b) Sistêmica – neste caso, vários tecidos e órgãos do 
corpo podem ser atingidos pelos autoanticorpos. 
Ex.: lúpus eritematoso sistêmico (LES) > coração, 
rins, pulmão e outros.
Algumas doenças de etiologia autoimune:
• Tireoidite de Hashimoto.
• Síndrome de Sjogrenn.
• Artrite reumatóide.
• Anemia hemolítica.
• Pênfigo.
• Síndrome de Guillain-Barré.
• Miastenia grave.
• Lúpus sistêmico.
• Diabetes tipo I.
• Doença de Crohn.
• Esclerose múltipla.
• Vitiligo.
• Esclerodermia.
• Doença celíaca. 
Figura 26 – Numerosas lesões necrosadas e crostosas 
em pele e mucosas (pênfigo vulgar) 
Fonte:
http://alinepsicoblog.blogspot.com.br/2012/07/penfigo-foliaceo-ou-
fogo-selvagem.html
Imunologia Clínica
29
Figura 27 – Modelo celular e molecular no desenvolvimento de uma doença autoimune (autoimunopatogênese)
 
Fonte: http://imunologia96.files.wordpress.com/2013/01/fig-3-3-modelo-da-doenc3a7a-nodesenvolvimento-de-uma-doenc3a7a-auto-imune.jpg
Imunologia Clínica
30
Unidade II – Imunologia Aplicada
Fundamento dos Métodos 
Imunológicos no Diagnóstico 
Laboratorial
Considerações Gerais
Os métodos imunológicos diretos ou indiretos tem 
sido amplamente utilizados para suprirem as deficiências 
dos métodos parasitológicos ou microbiológicos na pes-
quisa de antígenos, anticorpos ou imunocomplexos por 
sua rapidez, simplicidade de execução, possibilidade de 
automação e baixo custo operacional. O conhecimento da 
aplicação dos testes sorológicos e a interpretação correta 
dos resultados obtidos é fundamental para os clínicos, pa-
tologistas e analistas clínicos.
Importância dos testes sorológicos na Patologia Clíni-
ca:
• Elucidar processos patologicos com sintomas e si-
nais clínicos confundíveis.
• Diferenciar a fase da doença (aguda ou crônica).
• Diagnosticar doença congênita.
• Selecionar doadores e receptores de órgãos para 
transplantes.
•Avaliar a evolução e o prognóstico da doença.
• Avaliar a eficácia da terapêutica ou sua suspen-
são.
• Avaliar a imunidade ativa específica naturalmente 
adquirida ou artificialmente induzida (vacinas).
• Verificar o agravamento da doença.
Caracteristica das Reações 
Antígeno-Anticorpo (Ag – Ac)
As principais caracteristicas das reações Ag – Ac são a 
especificidade e a sensibilidade. A especificidade de um 
imunoensaio é definida pela percentagem de resultados 
negativos pelo teste nos individuos não doentes, ou seja, a 
proporção dos verdadeiros negativos, e pode ser influen-
ciada por inúmeros fatores que levam a resultados falso-
-positivos (anticorpos heterófilos > reações cruzadas).
Figura 28 – Reação “chave-fechadura” da ligação Ag - 
Ac 
 
A sensibilidade de um imunoensaio refere-se à porce-
tagem de resultados positivos pelo teste na população de 
doentes, ou seja, a proporção de resultados verdadeira-
mente positivos, evitando os falsos-negativos. A alta sen-
sibilidade de um teste diminui a janela imunológica de 
uma doença. A janela imunólogica compreende o perío-
do em que a infecção se instala e o organismo começa a 
produzir anticorpos suficientes para ser detectados num 
imunoensaio.
Fonte: 
http://cienciasnamosca.wordpress.com/category/outros-materiais/
page/4/
Imunologia Clínica
31
Figura 29 – Janela imunológica na infecção pelo vírus da hepatite C e variedades de testes imunológicos no diag-
nóstico laboratorial precoce
 Fonte: http://www.biomedicinapadrao.com/2011/10/nucleic-acid-technologies-nat.html
Um exemplo na figura 25 é que a escolha de um teste 
de terceira geração de EIA (enzimaimunoensaio) detecta 
os anticorpos anti-HCV mais precocemente (70 dias) que 
o teste de EIA de primeira geração (150 dias). O fato de ter 
o teste mais aprimorado (de terceira geração ção) aumen-
ta a sensibilidade e diminui a janela imunológica. 
Testes não muito sensíveis para determinadas reações 
são um problema, pois aumentam o periodo da janela 
imunológica, prejudicando o diagnóstico precoce de uma 
doença. 
Essas duas caracteristicas, sensibilidade e especificida-
de, são importantes pois podem influenciar diretamente 
num resultado confiável. Porém temos outros parametros 
que devem ser verificados para validação de um teste as-
sim como em todo ensaio laboratorial:
• Precisão.
• Acurácia e exatidão.
• Reprodutibilidade.
Imunologia Clínica
32
Técnicas mais Utilizadas
A maioria das técnicas laboratoriais que são feitas 
de rotina na área de pesquisa ou diagnóstico são funda-
mentadas seguindo metodologias que consideram o uso 
de antígenos e anticorpos. O uso de anticorpos depende 
da habilidade que eles têm em se ligar especificamente 
com o antígeno para produzir complexos imunológicos, 
em soluções ou em géis, que podem ser verificados em 
inúmeros métodos óticos e que atualmente podem ser 
automatizados.
A automação na área da imunologia no laboratório clí-
nico também é uma realidade, devido à necessidade de 
resultados mais rápidos pelo aumento da demanda de 
solicitações de exames para elucidar diagnósticos, bem 
como pelo aparecimento de novas técnicas que permitem 
resolver casos que antes não se conseguia solucionar.
A seguir, mencionaremos as técnicas imunológicas/
sorológicas que são utilizadas com frequência nos labo-
ratórios clínicos.
Reação de Precipitação
Baseia-se na quantificação de precipitados resultantes 
da reação antígeno-anticorpo. Esse precipitado formado 
depende de alguns fatores físico-quimicos e, neste caso, 
de fatores imunológicos também. As concentrações do 
antígeno e do anticorpo influenciam na formação e na 
quantidade de precipitados formados.
 Se a quantidades de antígeno e de anticorpos se equi-
valem, chamamos isso de região de equivalência. Ocorre-
rá uma máxima precipitação, que decresce quando existe 
excesso de anticorpos ou de antígenos. Uma reação que 
pode ocorrer quando temos excesso de anticorpos na 
amostra analisada é o efeito ou fenômeno de prozona, 
que pode comprometer a interpretação dos resultados. 
Nesse caso, podemos eliminar esse interferente realizan-
do uma titulação na amostra com quantidades fixas de 
antígeno para evitar tais erros.
Figura 30 - Amostras positivas num imunoensaio utili-
zando a técnica de precipitação
 
Reação de Aglutinação
Essa reação caracteriza-se pela formação de agregados 
bem visíveis como resultado da interação de anticorpos 
específicos com partículas insolúveis que contêm deter-
minantes antigênicos em sua superfície. 
O processo de aglutinação é feito tanto com partícu-
las que apresentam determinantes antigênicos naturais 
em sua superfície. Esses determinantes antigênicos são 
substâncias (proteínas, lipídios e outros) provenientes de 
protozoários, hemácias ou partículas inertes como látex, 
poliestireno, bentonita, e outros, às quais se adsorvem ou 
se fixam antígenos solúveis. No primeiro caso, a reação é 
dita aglutinação direta, e no segundo, aglutinação indireta 
ou passiva.
 Agregados visiveis > Ensaio positivo
Fonte: http://drugline.org/medic/term/test-vdrl/
Imunologia Clínica
33
Figura 31 – Esquema de aglutinação de hemáceas (he-
maglutinação)
 
Exemplo de exame:
Teste de Coombs indireto – Quando uma amostra 
de soro tem anticorpos que foram formados contra um 
eritrócito e o analista quer se assegurar de que também 
vai detectar anticorpos não aglutinadores potenciais na 
amostra, é realizado o teste de Coombs Indireto. 
 Esse teste é realizado incubando os eritrócitos com a 
amostra de soro. Depois, lava-se várias vezes com solução 
salina para retirar quaisquer anticorpos não ligados e por 
fim é adicionado um soro anti-imunoglobulina para fazer 
ligação cruzada com as células.Fonte: http://www.aprenda.bio.br/portal/?p=4139
Figura 32 – Etapas no ensaio imuno-hematológico de Coombs indireto
Fonte: http://www.biomedicinapadrao.com/2011/02/teste-de-coombs-indireto.html 
Imunologia Clínica
34
 Podemos realizar os testes de aglutinação em placas, 
tubos ou lâminas. Caso o soro possua uma quantidade 
elevada de títulos de anticorpos aglutinantes, podemos 
nos deparar com o fenômeno de prozona, obtendo-se re-
sultados falsos-negativos. Esse efeito é eliminado empre-
gando-se diluições no soro, como dito anteriormente no 
item 2.1.
Reação de Imunodifusão
A reação de difusão tem como principal característica 
a solubilidade da substância que está sendo analisada em 
um meio gelatinoso ou fluido.
É um processo pelo qual ocorre o transporte da subs-
tância em questão de uma parte para outra, resultante do 
movimento molecular ao acaso. Pode ser feita em meio 
gelificado, que impede a formação de correntes devido às 
diferenças de temperatura. Se, por acaso, os poros do gel 
são maiores do que o tamanho das partículas, a difusão 
deve ser realizada em meio liquido ou fluido.
Figura 34 – Imunodifusão sendo usada para o diagnós-
tico de uma micose sistêmica (coccidiodomicose)
 
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-
-37132009000300013&script=sci_arttext
A imunodifusão detecta a reação antígeno-anticorpo 
pela produção de precipitados. Podemos classificar a téc-
nica como: imunodifusão simples ou imunodifusão dupla. 
Na simples, ou o anticorpo, ou o antígeno estão fixados ao 
suporte, e o outro difunde-se até ocorrer a precipitação 
do complexo Ag-Ac. Na imunodifusão dupla, os dois, an-
tígeno e anticorpo, deslocam-se um em direção ao outro 
até aparecer a precipitação como resultado da interação.
Figura 33 – Aglutinação do sangue em làmina em teste de grupo sanguíneo ABO e fator Rh. O primeiro teste do seu 
lado esquerdo é positvo para o grupo A
Fonte: 
http://criatividadeeciencia.blogspot.com.br/2012/08/tipagem-sanguinea-
professorarosane.html
Imunologia Clínica
35
Figura 35 - O diâmetro do anel da reação positiva é 
proporcional ao log da concentração do antígeno
 
Reação ou Ensaio Imunoenzimático 
(EIA ou ELISA)
Dentre as técnicas que utilizam enzimas, destacamos 
as reações imunoenzimáticas que se baseiam na utiliza-ção de antígenos ou anticorpos marcados com essas en-
zimas e permitem a detecção, titulação e quantificação 
de substâncias de interesse clínico. A principal delas é o 
ELISA, que veremos a seguir.
ELISA (Enzyme Linked Immuosorbet Assay)
 Foi desenvolvido como uma alternativa ao teste que 
era largamente usado para a detecção de antígenos e an-
ticorpos, o chamado radioimunoensaio. O princípio bá-
sico do ELISA é a imobilização de um dos reagentes em 
uma fase sólida (placa), enquanto outro reagente é ligado 
a uma enzima, com preservação da atividade enzimática 
e da atividade imunológica do anticorpo. O teste pode de-
tectar quantidades pequenas de antígenos ou anticorpos 
Fonte: http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/13.GIF
e tem elevada precisão se os reagentes e os parâmetros 
do teste forem bem padronizados. No final do processo, o 
resultado positivo é revelado pela cor.
Figura 36 – Etapas na reação de ELISA
 
Ensaio Imunoenzimático - ELISA
• Primeiro exame aplamente empregado para diag-
nóstico;
• Alta sensibilidade (triagem) acima de 98%;
Método
• Baseia-se na ligação do anticorpo (soro) com o 
antígeno da placa USANDO ENZIMA
Ag sintético
Proteínas recombinantes
Próprio vírus inativado
Reação de Imunoblot (WesternBlot)
Este método é amplamente usado para confirmar 
os resultados obtidos em testes imunoenzimáticos (ex.: 
ELISA). Usamos antígenos obtidos de cultura de celular, 
separados por eletroforese em bandas distintas, que são 
posteriormente transferidas para uma membrana de ni-
Fonte: http://www.liaccentralsorologica.com.br/noticias_chagas.html
Imunologia Clínica
36
trocelulose. A reação ocorre no contato dos antígenos presentes no teste com os anticorpos, que estão presentes na 
amostra.
ImunoBlot - Western Blot
Cultivo em células o agente viral > proteínas (antígenos) do agente etiológico são fracionadas de acordo com seu 
peso molecular (eletroforese) > as proteínas separadas são eletrotransferidas do gel para membrana de Nitrocelulose.
Detecta Acs quando presentes em soro ou plasma humano. A posição das bandas na tira permite que a reatividade 
desses Acs seja associada com antígenos virais específicos.
Figura 37 – Fita de nitrocelulose mostrando positividade para os antígenos presentes na estrutura do HIV - Wester-
nBlot positivo para HIV
Fonte: http://www.bio-rad.com/prd/en/US/CDG/PDP/M4T5SX15/GS-HIV-1-Western-Blot
Reação de Imunofluorecência
O teste de imunofluorescência fundamenta-se na 
capacidade de ligação das moléculas de anticorpo com 
substâncias fluorescentes denominadas de fluorocromos 
de forma covalente, sem perder a especificidade com o 
antígeno.
É muito usado no diagnóstico laboratorial para diver-
sas condições clinicas. Pode ser dividido em:
 Imunofluorescência Direta (IFD)
 Este é empregado na pesquisa e na localização de antí-
genos aderidos à superfície celular ou em tecidos. Baseia-
-se na ligação direta de um anticorpo específico marcado 
com fluorocromo, formando o conjugado. O conjugado 
fixa-se ao antígeno e forma um complexo estável. 
Imunologia Clínica
37
O anticorpo que não é ligado pode ser removido por 
lavagens, e o preparado é observado em microscópio 
específico, chamado de microscópio de fluorescência. 
Empregamos este teste na pesquisa de vários patogenos 
como: Treponema pallidum, Escherichia coli, algumas es-
pécies de estreptococos ß-hemolítico do grupo A 
Figura 38 – Esquema da reação de imunofluorescência 
direta
 
Fonte: http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/20.
GIF
 2.6.2 Imunofluorescência Indireta (IFI)
Empregamos o teste de imunofluorescência indireta 
para amplificar o sinal, aumentando assim a sensibilidade 
do teste. Podemos usar a IFI na pesquisa tanto de antíge-
nos como na de anticorpos. 
Figura 39 – Fluorescência mediada pela presença de 
antígenos no parasita que é observado em microscopia 
de fluorescência
Figura 40 - Representação esquemática da reação de 
IFI positiva
 
Radioimunoensaio (RIA)
O Radioimunoensaio é um dos métodos mais sen-
síveis para a análise quantitativa das reações antígeno-
-anticorpo, permitindo medidas rápidas e precisas; mes-
mo em preparações não purificadas, apresenta limiar 
de detecção da ordem de nanogramas ou picogramas. 
O Radioimunoensaio pode ser utilizado para quantificar 
hormônios, drogas, marcadores tumorais, alérgenos e an-
ticorpos e antígenos em doenças parasitárias. Há muitas 
variações, mas o princípio é o mesmo: a quantidade de 
reagente marcado (antígeno ou anticorpo quantifica o an-
tígeno ou anticorpo não-marcado na amostra
a) Radioimunoensaio Direto 
No Radioimunoensaio direto, uma quantidade fixa e li-
mitada de anticorpo é ligada a um suporte sólido. Adicio-
na-se uma quantidade fixa e pequena de antígeno mar-
cado, misturada com uma amostra em teste ou com as 
soluções padrão que contêm concentrações conhecidas 
do antígeno não-marcado. Após um período de incuba-
ção, remove-se o antígeno não ligado e faz-se a medida 
da radioatividade da fase sólida. 
b) Radioimunoensaio de competição 
No Radioimunoensaio de competição, uma quantida-
de fixa do antígeno é imobilizada em um suporte sólido. 
Adiciona-se uma quantidade fixa de anticorpo marcado 
Fonte: 
ht tp:/ /www. labvw.com.br/2008/mater ia l_c ient i f i co/novos/
Imunoensaios%20Natalia%20Witzke%20Testoni.pdf
Fonte: http://www.liaccentralsorologica.com.br/noticias_chagas.html
Imunologia Clínica
38
específico, misturada com a amostra em teste ou uma 
série de soluções padrão com concentrações variadas do 
antígeno solúvel. Após um período de incubação, o anti-
corpo marcado que não se ligou à fase sólida e o antígeno 
solúvel são removidos por lavagem e faz-se a medida da 
radioatividade da fase sólida. 
c) Radioimunoensaio de captura 
 No Radioimunoensaio de captura, uma quantidade 
fixa de anticorpo é imobilizada em um suporte. A solução 
teste, com quantidade desconhecida de antígeno, ou as 
soluções padrão, com concentrações conhecidas do an-
tígeno são adicionadas. Após a incubação, remove-se o 
antígeno não-ligado e adicionam-se anticorpos marcados 
específicos para o antígeno, com sítio de ligação diferente 
do sítio do anticorpo de fase sólida. O anticorpo marcado 
não-ligado é removido por lavagem e faz-se a medida da 
radioatividade da fase sólida. 
As principais limitações desse tipo de imunoensaio 
são: o custo do teste, a vida média dos reagentes e prin-
cipalmente o risco operacional, pois se manuseia elemen-
tos radioativos.
Figura 41 - Manipulação de substâncias radioativas 
para a realização do RIA
 
Figura 42 - Representação esquemática da reação de 
RIA (Geral)
Fonte:http://www.psychemedics.com.br/exame-toxicologico/nossa-
tecnologia-riah/
Fonte: 
http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Radioimunoens
aio&lang=3
Imunologia Clínica
39
Figura 43 - Variação de RIA este junto com o EIA – etapas do chamado “ensaio sanduíche“
É importante lembrar que todas as etapas de um imunoensaio precisam ser realizadas de forma criteriosa para 
evitar resultados duvidosos ou inconclusivos.
 Fonte: http://elseviersaude.com.br/ciencias-basicas/tcnicas-de-laboratrio-abbas-imunologia/
Imunologia Clínica
40
Referência
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Rio de Janeiro: Revinter, 2003.
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KAUMON, Pietre; LAVOINNE, Alain; DE VERNEUIL, Hubert. 
Bioquímica e biologia molecular. 2ª ed. Rio de Ja-
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