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47 
FÁBIO FERREIRA ROQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA 
2009 
 
 2 
FÁBIO FERREIRA ROQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido 
e apresentado no âmbito do Curso de 
Graduação em Engenharia de Produção 
Mecânica da Universidade Federal da Paraíba 
como requisito para obtenção do título de 
Graduado. 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adissi 
Área de concentração: Logística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOÃO PESSOA 
2009 
 
 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R786d Roque, Fábio Ferreira 
 
Descrição dos ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de 
João Pessoa/PB / Fábio Ferreira Roque – João Pessoa, 2009. 
 
62 f. il. : 
 
Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adisse 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de 
Produção Mecânica) Departamento de Engenharia de Produção / Centro 
de Tecnologia / Campus I / Universidade Federal da Paraíba – UFPB 
 
1. Logística reversa 2. Pneus inservíveis 3. Legislação I. Título. 
 
CDU: 658.8(043) 
 4 
FÁBIO FERREIRA ROQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. 
 
 
 
 
 
 
 
LOCAL DA DEFESA: JOÃO PESSOA – PB 
 
 
RESULTADO: AROVADA 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 
 
________________________________________________ 
Prof. Dr. Paulo José Adissi (UFPB) 
 
 
 
 
_________________________________________________ 
Profª. Aurélia Acunã Idrogo (UFPB) 
 
 
 
 
_________________________________________________ 
Prof. Marcel de Gois Pinto (UFPB) 
 
 
 5 
DEDICATÓRIA 
 
 
A meus pais Ires e Werson por todo o amor, esforço e dedicação prestados gratuitamente 
a mim e meus irmãos durante todos esses anos.“Senhor,agradeço-vos pelo pai e pela 
mãe que me destes os quais tanto admiro em meu coração. 
Fazei que eu os ame sempre mais e que eles se sintam amados. 
Aumentai-lhes as alegrias e não permitais que eu me torne um peso para eles. 
Ajudai-me a adivinhar suas horas de cansaço 
e preocupações, para que eu possa servi-lhes” 
 
A meus queridos irmãos Giovana, Camila e Rodrigo, que estão ao meu lado nos bons e 
maus momentos de nossas vidas... As grandes alegrias que tivemos juntos com nossos 
pais e o enorme incentivo que me dão até hoje... "Amo todos vocês." 
 
A minha noiva Michelle, que agüentou muita coisa minha em mais de dez anos de 
convivência... “com quem compartilho riquezas que o dinheiro nunca poderá comprar”. 
Sendo uma grande incentivadora nos meus estudos e na busca incansável por uma vida 
melhor juntos... "Te amo muito meu amor." 
 
Aos amigos Fábio Brito, Rodrigo Falcão, Rodrigo Alessandro, Camilo, Daniel 
Cristiano, Erivaldo e Daniel Pinto (in memória). 
"A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizemos 
para os outros." 
(Allan Kardec) 
 
A Deus, que vem iluminando os caminhos dessas pessoas que tanto amo.
 
 6 
AGRADECIMENTOS 
 
"O sábio não se senta para lamentar-se, mas se põe alegremente em sua tarefa de 
consertar o dano feito.." 
(William Shakespeare) 
 
Ao professor Paulo Adissi por ter escolhido esse tema interessante e me orientar nesse 
projeto. 
 
Á todos os professores do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica da 
UFPB. 
 
Aos meus avôs e avós, tios e tias, primos e primas, por ser o primeiro ambiente onde 
nós convivemos em sociedade. 
 
A todos os colegas do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica, por 
todos os momentos compartilhados, que jamais serão esquecidos, pois fazem parte de 
uma etapa muita importante da minha vida. 
"Todos nós tomamos diferentes trilhas na vida; mas, não importa aonde 
vamos, aproveitamos um pouco de cada uma delas em toda parte." 
 (Tim McGrew). 
 
 
 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais 
inteligência.” 
( Henry Ford ) 
 
 8 
RESUMO 
 
ROQUE, Fábio Ferreira. Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na 
cidade de João Pessoa / PB. João Pessoa, 2009. Trabalho de conclusão de curso 
(Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) – Departamento de Engenharia de 
Produção. UFPB, 2009. 
 
 
 
A logística reversa é um tema bastante discutido pelas empresas na atualidade, tem por 
finalidade do detalhamento das etapas do retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos 
de bens industriais. Um desses bens é o pneumático inservível ou simplesmente pneu 
inservível, material que sobra de um pneu desgastado. Esse material por ser de difícil 
degradação e apresentar riscos para saúde pública e o meio ambiente, teve sua coleta 
normatizada pela legislação 258/99 do CONAMA. O objetivo desse estudo foi descrever 
o ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB. Para isso foram 
visitadas unidades geradoras, sendo treze revendedoras e quatro reformadoras 
(remanufatura), utilizando-se roteiros de entrevistas. Foi verificado que essas unidades 
geradoras não conhecem o principal motivo da destruição do pneu pela indústria 
cimenteira, porém armazenam e transportam o material para ser incinerado, podendo-se 
concluir que o caso estudado cumpre um importante papel sanitário e ambiental alem de 
impactar positivamente os aspectos econômicos e sociais. 
 
Palavras-chave: Logística Reversa. Pneus Inservíveis. Legislação. 
 
 
 9 
ABSTRACT 
 
ROQUE, Fábio Ferreira. Description of the reverse cycle of scrap tires (PI) in Joao 
Pessoa / PB. Joao Pessoa, 2009. Work of course conclusion. (Graduation in Mechanical 
Production Engineering) – Department of Production Engineering. UFPB, 2009. 
 
 
The reverse logistics is an issue widely discussed by the companies today, aims to detail 
the steps of the production cycle of different types of industrial goods. One such property 
is the pneumatic tire unusable or simply unusable, leftover material of a worn tire. This 
material is difficult to be degradation and pose risks to public health and the environment, 
his collection was regulated by law CONAMA 258/99. The aim of this study was to 
describe the reverse cycle of scrap tires (PI) in João Pessoa / PB. To this were visited 
generating units, being thirteen dealerships and four reformers (remanufacturing), using 
scripts for interviews. It was found that those generating units do not know the main 
reason for the destruction of the tire by the cement industry, but store and transport the 
material to be incinerated, can be concluded that the case study plays an important role 
health and environmental impact besides the positive aspects economic and social. 
 
Key words: Reverse Logistics. Tires useless. Legislation. 
. 
 
 10 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 – Vista interna de um pneu..................................................................................25 
Figura 2 – Processo de fabricação do pneu........................................................................29 
Figura 3 – Ciclo reverso do pneu em João Pessoa.............................................................34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Destino do pneu...............................................................................................36 
Tabela 2 – Quantidade de pneus importados e fabricados colocados no Brasil...............49 
Tabela 3 – Quantidades de pneu colocada no mercado x Quantidade retirada............ ....49 
Tabela 4 – Frota de veículos no Brasil...............................................................................5012 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 – Número de funcionários 
Gráfico 2 – Destino do pneu atualmente 
Gráfico 3 – Venda do PI 
Gráfico 4 – Quem compra PI 
Gráfico 5 – Quem recolhe o PI 
Gráfico 6 – Tempo de recolhimento dos PI 
Gráfico 7 – Quantidade de pneus novos vendidos 
Gráfico 8 – Principais fornecedores 
Gráfico 9 – Tempo de existência no mercado 
Gráfico 10 – Número de funcionários 
Gráfico 11 – Tipo de trabalho 
Gráfico 12 – Quantidade de pneu recuperado por semana 
Gráfico 13 – Frota de veículos da Região Sudeste, por Estado em 2008. 
Gráfico 14 – Frota de veículos da Região Sul, por Estado em 2008. 
Gráfico 15 – Frota de veículos da Região Centro Oeste, por Estado em 2008. 
Gráfico 16 – Frota de veículos da Região Norte, por Estado em 2008. 
Gráfico 17 – Frota de veículos da Região Nordeste, por Estado em 2008. 
Gráfico 18 – Quantidade de veículos na Paraíba e João Pessoa 
 
 13 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
PI – Pneus Inservíveis 
CIMPOR – Cimento de Portugal 
SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
JP – João Pessoa 
PB – Paraíba 
DETRAN – Departamento de Transito 
ISO – International Organization for Standardization 
 
IBAMA – Isntituto Brasilerio do Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais Renovavéis 
ABIP – Associação Brasileira da Indústria Pneumática 
 
IBS – Instituto BS COLWEY 
ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos 
PCI – Poder Calorifico Interno 
CFN – Companhia Ferroviária do Nordeste 
NRL – Nordeste Rodando Limpo 
FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores 
 
 
 14 
 SUMÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 15 
1. INTRODUÇÃO 16 
1.1. DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA PROPOSTO 16 
1.2. JUSTIFICATIVA 17 
1.3. OBJETIVOS 19 
1.3.1. Objetivo Geral 19 
1.3.2. Objetivos Específicos 19 
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO 20 
2. EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA 21 
2.1. Logística Reversa 21 
2.1.1. A Logística Reversa e a Sustentabilidade 23 
2.2. O Pneu e seus Componentes 24 
2.2.1. O Processo de Fabricação do Pneu 26 
2.3. Alternativas de Reaproveitamento dos Pneus Inservíveis 30 
3. A PESQUISA 33 
3.1. Procedimento Metodológico da Pesquisa 33 
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 34 
4.1. Resultados 34 
4.1.1. Revendedoras 35 
4.1.2. Reformadoras 39 
4.2. Análise do Ciclo Reverso 43 
4.3. Grupo CIMPOR 44 
4.4. Projeto Rodando Limpo 45 
4.4.1. O Idealizador 45 
4.4.2. Programa Nordeste Rodando Limpo 46 
4.5. Frota de veículos no Brasil segundo o DETRAN 50 
5. CONCLUSÃO 55 
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA 56 
Anexo – Questionário A 59 
Anexo – Questionário B 61 
 
 15 
APRESENTAÇÃO 
 
Este trabalho é resultado de uma pesquisa que foi elaborada com o apoio do 
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC/CNPq) e trata da logística reversa dos 
pneus inservíveis na zona metropolitana de João Pessoa – PB, mais precisamente sobre 
como é coletado, armazenado, reformado e destruído o pneu sem causar dano à 
população e contribuindo para a melhoria do meio ambiente. 
Partindo das informações coletadas no município de João Pessoa – PB, através 
de questionários e roteiros de entrevistas, levantou-se as ações desenvolvidas pelos 
diversos agentes da cadeia reversa dos pneus inservíveis. 
 16 
1. CAPÍTULO - INTRODUÇÃO 
 
Este capítulo trata da formulação do problema e da questão que originou e 
justifica a pesquisa proposta. Também serão descritos os objetivos e a estrutura do 
trabalho. 
 
1.1. DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA PROPOSTO 
 
O escopo deste trabalho consiste em descrever o ciclo reverso dos pneus 
inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. 
Rogers e Tibben-Lembke (1999) definem logística como o processo de 
planejamento, implementação e controle eficiente (inclusive em custos) de matérias-
primas, materiais em processo, produtos acabados e informações relacionadas do ponto 
de origem para o ponto de consumo para atender às necessidades dos clientes. 
Bowersox e Closs (2001) apresentam, por sua vez, a idéia de apoio ao ciclo de 
vida como um dos objetivos operacionais da logística moderna, referindo-se ao seu 
prolongamento além do fluxo direto de materiais, pois existe à necessidade de considerar 
os fluxos reversos de produtos em geral. 
Para Leite (2003) logística reversa é a nova área da logística que preocupa-se 
com os aspectos logísticos de retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos de bens 
industriais, dos materiais constituintes dos mesmos e dos resíduos industriais, agregando 
valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem 
corporativa, entre outros. 
Os pneumáticos são compostos de difícil degradação, tendo uma grande 
influência nos problemas sanitários relacionados ao aparecimento do aedes aegyptis 
(mosquito da dengue), e na poluição ambiental devido aos compostos existentes nos 
componentes do pneu como o enxofre, bem como a questão da poluição visual que é um 
tipo de poluição que desperta incômodo em praticamente todas as pessoas. Por muitos 
anos os pneumáticos inservíveis passaram a fazer parte da paisagem urbana, porém, com 
a legislação criada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) esse tipo de 
poluente está sendo reduzido. 
Segundo a resolução 258/99, as empresas fabricantes e as importadoras de 
 17 
pneus para uso em veículos automotores ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, 
ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis (PI) existentes no território nacional, 
ficando previsto que a partir de 1º de janeiro de 2005 para cada quatro pneus novos 
fabricados no País ou importados, as empresas fabricantes e as importadoras são 
resposaveis pela destinação final a cinco pneus inservíveis e para cada três pneus 
reformados importados, de qualquer tipo, as empresas importadoras devem dar 
destinação final a quatro pneus inservíveis. 
Com a obrigatoriedade da coleta, a reciclagem dos pneumáticos, visando sua 
utilização como combustível e matéria-prima de diversos processos de fabricação e 
construção, passou a ser mais valorizada. Na Paraiba, adotam-se dois tipos de 
reciclagens: a mecânica e a energética. Como reciclagem mecânica encontram-se as 
reformadoras de pneus e as unidades artesanais de fabricação de produtos populares. 
Sendo que a reciclagem energética passou a ser adotada, em larga escala, como 
combustível alternativo do processo de fabricação do cimento do Grupo CIMPOR. 
Nesse contexto, a questão central desse estudo foi a identificação e descrição 
do ciclo reverso dos Pneus Inservíveis (PI) que ocorre na zona metropolitana de João 
Pessoa. 
 
1.2. JUSTIFICATIVA 
 
O pneu é definido como "... todo artefato inflável, constituído por borracha e 
materiais de reforço utilizado para rodagem em veículos automotores e bicicletas" 
(BRASIL, 2002). 
Os resíduos de pneus representam um problema global com potencial 
crescimento e efeito cumulativo, devido ao aumento da manufatura e durabilidade dos 
produtos. Os mercados para os produtos advindos da reciclagem de pneus existem, mas 
requerem desenvolvimento. 
Deve ser tida em conta a cobertura de todo país através de uma rede bem 
definida de recolha e transporte de pneus usados, para condução dos mesmos em 
condições vantajosas, às indústrias de recauchutagem e de reciclagem preparadas e 
autorizadas para os receber. 
 18 
Os pneus inservíveis (PI) abandonados, ou dispostos inadequadamente, acabam 
por resultar em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública, uma vez que a principal 
matéria-prima dos pneus, a borracha vulcanizada, não se degrada facilmente (estima-se 
em 600 anos o prazo necessário para um pneu se decompor). A queima ou incineração de 
pneus a céu aberto, em geral para aproveitamento do aço dos pneus radiais, produz um 
resíduo oleoso que contamina o solo e o lençol freático, alémde intensa fumaça preta 
contendo dióxido de enxofre, hidrocarbonetos e outros produtos químicos responsáveis 
pela poluição do ar. Também existe o problema com os pneus atirados nos rios e lagoas 
que represam a água e assoreiam os leitos dos mesmos (Reciclagem, 2008). 
O pneu inservível (PI) é também causador de problema de saúde pública, pois 
acumulam água das chuvas, formando ambientes propícios à disseminação de doenças 
como a dengue e a febre amarela. A disposição de pneus em aterros sanitários tem se 
mostrado inadequada, por apresentarem baixa compressibilidade, reduzindo a vida útil 
dos aterros existentes e comprometendo a sua estabilidade. 
Em 2001 foi lançado em Curitiba o programa “Rodando Limpo” que é um 
programa em que a Petrobras, a prefeitura de Curitiba, a prefeitura de Piraquara e a BS 
Colway Pneus assumiram e tem por finalidade acabar com os problemas causados com os 
pneus jogados na natureza. Esse programa deu resultados, e a partir de idéias como essa é 
que se pretende estudar, ampliar e descobrir todo o tipo de pesquisa realizada com PI na 
cidade de João Pessoa. 
Para melhorar os problemas referentes aos pneus inservíveis é necessário 
primeiramente analisar, fazer levantamentos e observar os riscos ambientais, as 
legislações pertinentes, as quantidades envolvidas, os pontos geradores, o sistema de 
coleta, as reutilizações, as remanufaturas e reciclagens envolvidas. 
Segundo organizações internacionais, a produção de pneus novos está estimada 
em cerca de 2 milhões por dia em todo o mundo. Já o descarte de pneus velhos chega a 
atingir, anualmente, a marca de quase 800 milhões de unidades. Só no Brasil, 
anualmente, são descartados perto de 20 milhões de pneus e produzidos cerca de 40 
milhões. O Brasil ocupa o 2o lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus, o que 
lhe confere uma posição de destaque junto a vários países na luta pela conservação 
ambiental. Esta técnica permite que o recauchutador, seguindo as recomendações das 
 19 
normas para atividade, adicione novas camadas de borracha nos pneus velhos, 
aumentando, desta forma, a vida útil do pneu em 100% e proporcionando uma economia 
de cerca de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos 
(Ambiente Brasil, 2008). 
Com a quantidade de pneus gerados em João Pessoa e a partir da adesão da 
cimenteira Cimpor ao programa rodando limpo, um sistema de coleta vem possibilitando 
a redução do passivo ambiental acumulado após muitos de descartes indevidos, 
acrescentando, também vantagens expressivas econômicas e socais, conforme serão 
vistas no decorrer deste trabalho. 
 
1.3. OBJETIVOS 
 
1.3.1. Objetivo Geral: 
 
Descrever o ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João 
Pessoa/PB. 
 
1.3.2. Objetivos Específicos: 
 
• Levantar os riscos ambientais potenciais dos PI; 
• Levantar as legislações pertinentes; 
• Estimar a quantidade de PI em JP; 
• Levantar os pontos geradores de PI; 
• Levantar os principais pontos de destino final dos PI em JP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO 
 
O presente trabalho está dividido em cinco capítulos, que serão descritos a 
seguir: 
O 1º Capítulo abordou a formulação do tema e do problema, justificativa da 
pesquisa e objetivos do trabalho. 
O 2º Capítulo trata das temáticas que são referência ao estudo. 
O 3º Capítulo apresenta a metodologia utilizada na elaboração da pesquisa é 
feita de forma exploratório qualitativo que por seu caráter descritivo realiza uma análise 
crítica da situação atual do ciclo reverso do pneu. 
No 4º Capítulo é feita a descrição dos resultados da pesquisa e a discussão dos 
mesmos, finalizando com um estudo sobre o destino final dos pneus inservíveis. 
O 5º Capítulo encerra o trabalho de graduação com as conclusões da pesquisa. 
 21 
2. CAPÍTULO – EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA 
 
O assunto abordado no eixo temático será dividido em itens e subitens nos 
capítulos, direcionados com acompanhamento do orientador e com embasamento 
fundamentado em eixo temático, segue os principais assuntos desenvolvidos no trabalho. 
 
2.1. Logística Reversa 
 
A pesquisa identifica os fluxos dos pneus no município de João Pessoa sob o 
ponto de vista do conceito de Logística Reversa. 
Segundo Cardoso (2008), a questão ambiental enfrentada pelos fabricantes de 
pneumáticos refere-se à responsabilidade ambiental, em relação à disposição final dos 
próprios resíduos sólidos industriais gerados pelo mercado de reposição. Essa questão 
esta coberta pela Política Nacional de Gestão Resíduos Sólidos, que institui princípios e 
fundamentos em relação à disposição final dos resíduos e à minimização da sua geração, 
tendo como objetivos: preservar a saúde pública, proteger e melhorar a qualidade do meio 
ambiente, assegurar a utilização adequada e racional dos recursos naturais, disciplinar o 
gerenciamento dos resíduos, estimular a implantação dos serviços de gestão de resíduos 
sólidos e gerar benefícios sociais e econômicos. 
A fim de tratar do problema do impacto ambiental dos pneus descartados, o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou a resolução 258/99 que estipula 
metas de recolhimento e destinação ambientalmente correta de pneus inservíveis 
(Cardoso, 2008). 
O processo de gestão ambiental leva em consideração todas aquelas variáveis 
de um processo de gestão, tais como o estabelecimento de políticas, planejamento, um 
plano de ação, alocação de recurso, determinação de responsabilidades, decisão, 
coordenação, controle, entre outros, visando principalmente ao desenvolvimento 
sustentável (Aracéli, 2003). 
Para Kotler (1998), o processo de levar bens aos consumidores tem sido 
tradicionalmente, chamado de distribuição física. A distribuição física começa na fábrica. 
Os administradores procuram escolher um conjunto de depósitos (pontos de estocagem) e 
empresas de transporte que levem os bens produzidos aos destinatários finais, no tempo 
 22 
desejado e/ou ao menor custo total. Segundo o mesmo autor, logística envolve 
planejamento, implementação e controle dos fluxos fixos de materiais e bens finais, dos 
pontos de origem aos pontos de uso para atender às exigências do consumidor a 
determinado lucro. 
O artigo 1º da Resolução do CONAMA nº 258 de 26 de agosto de 1999. “As 
empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar 
destinação final, ambientalmente adequada aos pneus inservíveis existentes no território 
nacional na proporção relativa às quantidades fabricadas e/ou importadas. 
O artigo 3°. estabelece os prazos e as quantidades para coleta e destinação final 
ambientalmente adequada aos pneumáticos inservíveis. A ausência do cumprimento da 
lei implica sanções estabelecidas na lei de crimes ambientais Lei 9605/1998. 
Define-se reciclagem de resíduos como a recuperação e a conversão de 
materiais residuais em novos produtos. O valor relativo de diferentes tipos de reciclagem 
pode ser ordenado: o mais valioso é a produção de um novo produto, a partir de produtos 
semelhantes e já usados; o menos valioso é a conversão de materiais residuais em 
produtos com características físicas inferiores. O critério básico está em saber se o 
material recuperado substitui um material virgem na produção, fechando assim o círculo. 
O objetivo global consiste em reduzir a quantidade de materiais, que entram na economia 
e que dela saem, evitando assim os custos ambientais de extração e do processamento de 
materiais virgens e de remoção de detritos (COELHO, 1994). COMPAM (2007) aponta a 
reciclagem como o resultado de uma série de atividades, pela qual, materiais que se 
tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados para 
serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. 
Essas visões mostraram-se incompletas devido à conceituação e prática da 
reciclagem energética, onde produtos descartadossão reaproveitados como combustíveis 
de novos processos fabris ou de geração de energia elétrica. 
Para viabilizar qualquer processo de reciclagem, um sistema de coleta deve ser 
empregado. A coleta seletiva, quando corretamente adotada, reduz significativamente os 
custos da reciclagem. 
 23 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) - padronizou as cores 
dos recipientes para coleta seletiva através da Resolução No 275 de 25 de abril de 2001. 
As cores são: 
• AZUL: papel/papelão; 
• VERMELHO: plástico; 
• VERDE: vidro; 
• AMARELO: metal; 
• PRETO: madeira; 
• LARANJA: resíduos perigosos; 
• BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; 
• ROXO: resíduos radioativos; 
• MARROM: resíduos orgânicos; 
• CINZA: resíduos gerais não recicláveis ou misturado, ou contaminado 
não passível de separação. 
 
2.1.2. A Logística Reversa e a Sustentabilidade 
 
A Logística Reversa contribui para a sustentabilidade das atividades produtivas 
na medida em que geram impactos positivos sobre o meio ambiente, a economia e a 
sociedade. 
No aspecto econômico a implementação da Logística Reversa no setor de 
pneus inservíveis, resultados financeiros são obtidos por meio de economias nas 
operações industriais, artesanais e de construção. Tanto em processos de reciclagem 
mecânica, no aproveitamento da borracha dos pneus em outros produtos como asfalto e 
produtos artesanais, como reciclagem energética, como combustível do processo de 
fabricação do cimento. 
No aspecto ambiental e sanitário, a coleta de pneus ajuda para a não 
proliferação de animais peçonhentos, como o mosquito transmissor da dengue e os 
roedores, que transmitem doenças ao homem através da mordedura, fezes e urina 
(leptospirose, gastrenterite, etc.), além de reduzir os riscos de contaminação do solo e de 
águas. 
 24 
E no aspecto social, a reciclagem garante ganhos como a geração de empregos 
diretos, a possibilidade de união, organização de pessoas que costumam ser 
desprestigiadas e marginalizadas, oferecendo uma oportunidade e incentivo a 
mobilização comunitária para o exercício da cidadania, em busca de solução de seus 
próprios problemas. 
 
2.2. O Pneu e seus componentes 
 
Ao ver um pneu pronto, a maioria das pessoas não imagina a complexidade 
escondida debaixo de sua superfície de borracha. Os pneus possuem diversos 
componentes, que contêm diversas partes, tipos de aços e de compostos de borracha. 
A maioria das partes do pneu é feita por meio de calandragem (compressão da 
borracha através de rolos) ou extrusão (compressão da borracha através de moldes que 
dão formato aos componentes). 
O pneu é dividido em várias partes na sua produção, como a parte superior que 
é chamada de “banda de rodagem”, as partes curvas que são chamadas de “ombros”, a 
lateral que é “banda lateral”, e a parte da junção com a jante do veículo que se chama 
“talão”. Essas partes citadas são apenas da parte externa do pneu, pois na fabricação 
existem outras partes que podem ser vistas na Figura 1. 
 
 25 
 
Figura 1 – Vista interna de um pneu. 
Fonte: Maxxis Pneus 
 
Um dos maiores problemas relacionados aos pneus inservíveis, é o seu 
descarte, que até pouco tempo (cerca de 8 anos) havia uma grande dúvida dos 
revendedores e dos fabricantes para saber quem era o responsável pelos problemas 
causados ao meio ambiente. Enquanto não se resolvia esse dilema os PI se amontoavam 
em terrenos baldios, oceanos e lagos, causando um grande problema de poluição 
ambiental. 
Por serem de lenta degradação e por acumularem água os PI propiciam a 
criação de insetos tais como os mosquitos da dengue, por isso é que não se deve acumular 
pneus em terrenos e rios. A queima dos pneus também é umas das alternativas usadas por 
algumas empresas que buscam uma forma alternativa de fonte de energia, porém essa 
fumaça lançada na atmosfera deve ser tratada para que não cause problemas à atmosfera 
terrestre, pois esses gases tóxicos contêm propriedades químicas que contribuem como o 
efeito estufa. 
 26 
Existem algumas empresas responsáveis pelo recolhimento dos pneus 
inservíveis. Essas empresas devem ser licenciadas pelo Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA) ou pelos conselhos estaduais e municipais. 
Na Paraíba é a Superintendência de Administração do Meio Ambiente 
(SUDEMA) a responsável pelo licenciamento e fiscalização das empresas que possam vir 
a prejudicar o meio ambiente local. 
 
2.3. O Processo de Fabricação do Pneu 
 
Conforme a Figura 3, a primeira fase da fabricação do pneu é a preparação do 
composto. Ele é formado por vários tipos de borracha natural e sintética, negro de fumo, 
aceleradores, pigmentos químicos, que são colocados em um misturador (Banbury), onde 
se faz a homogeneização dos elementos (mistura). Para cada parte do pneu há um 
composto específico, ou seja, com propriedades físicas e químicas diferentes. 
Formando os componentes (partes do pneu) depois do composto pronto, 
partimos para a produção dos componentes. É importante ressaltar que nessa etapa não se 
segue uma ordem de produção, com um componente feito após o outro. Eles podem ser 
produzidos simultaneamente em vários departamentos da fábrica, pois todos vão ser 
reunidos para compor o produto final. Esses componentes são: banda de rodagem, parede 
lateral, talão, lonas de corpo, lonas estabilizadoras e estanque. 
A banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo) e a parede 
lateral são feitas pelo processo de extrusão. Uma máquina chamada extrusora, espécie de 
rosca, vai girando, aquecendo e empurrando o composto para uma fôrma, na qual os 
componentes tomam seus formatos finais. 
As lonas de corpo e a lâmina de estanque são formadas na calandra. Nela 
existem três ou mais rolos cilíndricos que produzem as lâminas de borracha. Essas 
lâminas se juntam a tecidos de poliéster, nylon (também utilizado como reforço), 
formando as lonas de corpo. Na formação das lonas estabilizadoras (feita pelo processo 
de extrusão), vários fios de aço recebem a camada de borracha e formam uma fita com 
largura determinada. Estas fitas são cortadas em ângulos, concluindo a produção do 
componente. É importante diferenciar uma lona da outra: as lonas de corpo são aquelas 
 27 
formadas por poliéster e nylon, as lonas estabilizadoras são formadas por fios de aço e o 
estanque é formado apenas por borracha (composto). 
O talão (parte do pneu que faz ligação com a roda) passa por uma pequena 
extrusora, que aplica uma camada de borracha sobre fios de aço. Esses fios são enrolados 
em cilindros que formam o componente. 
No processo de construção é produzida a carcaça (esqueleto do pneu que 
sustenta a carga). Uma parte dos componentes (estanque, lona de corpo e talão) é 
aplicada em uma máquina, parecida com um tambor, formando a carcaça. Em seguida 
são aplicadas a lona estabilizadora e a banda de rodagem, formado então, o pneu verde. 
A vulcanização vai dar forma ao pneu. Ele é colocado em uma prensa sob 
determinada temperatura, pressão e tempo. Nela, há um molde com as características 
específicas de cada produto, na qual são determinados a forma e o desenho da banda de 
rodagem final. 
Depois de vulcanizado, o pneu passa pela inspeção final, onde são efetuadas 
todas as inspeções e testes de liberação do pneu, garantindo assim a consistência e a 
confiabilidade no seu desempenho. 
A inspeção final é a última etapa do processo. Depois dela, o pneu é 
armazenado, sendo distribuído às revendas e finalmente chegando às mãos do 
consumidor. 
 29 
 
Figura 2 – Processo de Fabricação do Pneu 
Fonte: Maxxis Pneus 
 30 
2.3. Alternativas de Reaproveitamento dos Pneus Inservíveis 
 
A reciclagem é o termo genericamente utilizado para designar o reaproveitamento de 
materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto (Wikipédia, 2009). 
A reciclagem é diferente de reutilização. Reutilizar é usar umproduto mais do que 
uma vez, independentemente de se o produto é utilizado novamente na mesma função ou não. 
Dessa forma pode-se utilizar o PI em outras finalidades que não seja a que ele teve finalidade. 
No próximo tópico veremos algumas alternativas de reuso do pneu inservível. 
No Brasil, as aplicações de asfalto borracha em rodovias se iniciaram em escala 
comercial após o ano de 2000, depois da realização do 1° congresso mundial sobre o assunto, 
em Portugal. Hoje, podemos afirmar que o Brasil, em particular a Petrobrás Distribuidora, 
dominam a tecnologia de produção, transporte e aplicação do asfalto borracha, com centenas 
de quilômetros já aplicados nas principais rodovias do país. 
Algumas das vantagens de se fazer asfalto com PI são: 
1. Maior durabilidade; 
2. Menor tendência a deformações permanentes; 
3. Mais elasticidade; 
4. Maior resistência a intempéries; 
5. Maior resistência à fadiga; 
6. Pavimentos mais duráveis, seguros e de melhor qualidade; 
7. Menor custo de produção; 
8. Baixa necessidade de manutenção. 
Na Paraíba não foi encontrado nenhum documento que falasse sobre a utilização de 
asfalto de borracha. Porém, a maior parte dos PI são utilizados no mercado de artesanato e na 
incineração em cimenteiras locais. 
O Brasil produz cerca de 32 milhões de pneus por ano. Quase um terço disso é 
exportado para 85 países e o restante roda nos veículos nacionais. Pneus se tornam próprios 
para reciclagem, quando estão desgastados pelo uso. Quando tem meia vida ou carcaças 
passíveis de recauchutagem têm valor econômico, mas, quando não são passíveis de 
recuperação não encontram mercado: os geradores da sucata normalmente pagam às empresas 
de limpeza urbana para o recebimento do material (Lund, 1993). 
Os dados obtidos em 1993 por Lund, se diferem um pouco, já que hoje no Brasil se 
produz 40 milhões de pneus novos por ano que dá uma diferença de cerca de 8 milhões a mais 
do que valor Mencionado em sua citação. 
 31 
Segundo o site da Associação Brasileira da Indústria Pneumática (ABIP) os pneus e 
câmaras de ar consomem cerca de 57% da produção nacional de borracha. Porém, cerca de 
20% desse material é reciclado onde nas indústrias produzem tapetes de automóveis, solado 
de sapato, pisos industriais e borrachas de vedação, entre outros. Os pneus inteiros são 
reutilizados em pára-choque, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas 
e produtos artesanais. No Brasil, carcaças são reaproveitadas como estrutura de recifes 
artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira. 
As vantagens de se reciclar pneus são muito grandes, pois a reciclagem do pneu é 
capaz de devolver ao processo produtivo um insumo regenerado por menos da metade do 
custo da borracha natural ou sintética, ou economizar energia, ou poupar petróleo usado como 
matéria prima virgem, ou melhorar as propriedades de materiais feitos com borracha. 
O pneu pode ser reciclado inteiro ou picado. Quando picado, apenas a banda de 
rodagem é reciclada e quando inteiro, há inclusão do aro de aço. Mais alguns exemplos do 
que se pode fazer com a reciclagem ou o reuso do pneu: 
Pavimentos para estradas – Pó gerado pela recauchutagem e os restos de pneus moídos 
podem ser misturados ao asfalto aumentando sua elasticidade e durabilidade (reciclagem). 
Contenção de erosão do solo – Pneus inteiros associados a plantas de raízes grandes, podem 
ser utilizados para ajudar na contenção da erosão do solo. 
Combustível de forno para produção de cimento, cal, papel e celulose – O pneu é muito 
combustível, um grande gerador de energia, seu poder calorífico é de 12 mil a 16 mil BTUs 
por quilo, superior ao do carvão (reciclagem energética). 
Pisos industriais, Sola de Sapato, Tapetes de automóveis, Tapetes para banheiros e 
Borracha de vedação – Depois do processo de desvulcanização e adição de óleos aromáticos 
resulta uma pasta, a qual pode ser usada para produzir estes produtos entre outros (reciclar). 
Equipamentos para Playground e Ambientação – Obstáculos ou balança, embaixo dos 
brinquedos ou nas madeiras para amenizar as quedas e evitar acidentes (reuso). 
Esportes – Usados em corridas, ou eventos que necessitem de uma limitação do território á 
percorrer (reuso). 
Recauchutagem ou fabricação de novos pneus – Reciclado ou reusado na fabricação de 
novos pneus. A recauchutagem dos pneus é vastamente utilizada no Brasil, atinge 70% da 
frota de transporte de carga e passageiros (reuso). 
Antes de o pneu ser considerado um PI ele passa por uma avaliação de qualidade, 
ou seja, uma análise minuciosa de sua carcaça para verificar se realmente não servirá para a 
reforma, onde essa reforma de pneus de automóveis é um processo no qual um pneu usado 
 32 
recebe novas bandas de rodagem. Essa reforma pode ser feita de três formas, que são pelos 
métodos da Recapagem, que é o processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de 
sua banda de rodagem, Recauchutagem, que é o processo pelo qual um pneu é reformado 
pela substituição de sua banda de rodagem e dos seus ombros e Remoldagem, que é o 
processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, dos seus 
ombros e de toda superfície de seus flancos (este processo também é conhecido como 
recauchutagem de talão a talão). 
O processo de reforma do pneu segue as seguintes etapas: 
1. Recepção e armazenagem; 
2. Inspeção inicial; 
3. Raspagem; 
4. Aplicação da cola; 
5. Reparação; 
6. Enchimento ou aplicação do piso; 
7. Vulcanização; 
8. Inspeção final; 
9. Acabamento; 
10. Rotulagem e expedição. 
O uso de pneus recauchutados, apesar de causar divergências, ainda representa uma 
alternativa mais em conta para o consumidor. No entanto, para que sua utilização seja segura, 
duas condições tornam-se imprescindíveis: que o produto cumpra as especificações do 
fabricante; e que o seu processo de confecção tenha um bom padrão de qualidade. 
Sinalização rodoviária e Pára choques de carros – Algo vantajoso é reciclar pneus inteiros 
fazendo postes para sinalização rodoviária e para choques, por que diminuem os gastos com 
manutenção e soluciona o problema de armazenagem de pneus velhos. 
Compostagem – O pneu não pode ser transformado em adubo, mas, sua borracha cortada em 
pedaços de 5cm pode servir para aeração de compostos orgânicos. 
Reprodução de animais marinhos – No Brasil é utilizado como estruturas de recifes 
artificiais no mar para criar ambiente adequado para reprodução de animais marinhos. 
 
 
 
 
 33 
3. CAPÍTULO – METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada na descrição do ciclo reverso 
dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB. Em seguida, esta descrita a 
identificação da área da pesquisa. 
 
3.1. Procedimentos Metodológicos da Pesquisa 
 
Este trabalho, cujo tema é ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João 
Pessoa/PB, procura avaliar o ciclo reverso do pneu nas indústrias que utilizam este tipo de 
material reciclado nos processos de produção. 
Nesse trabalho, o método de pesquisa utilizado foi o descritivo ao realizar uma 
pesquisa em empresas reformadoras e revendedoras para saber qual o conhecimento da 
situação atual do ciclo reverso do pneu em João Pessoa. 
O trabalho aborda todo o ciclo logístico reverso do pneu, desde seu recolhimento 
nos pontos de coleta até sua reciclagem. 
Entre os geradores a pesquisa visitou 13 empresas revendedoras de pneus. Já entre 
os recicladores foram visitadas 4 empresas reformadoras e uma industria cimenteira. Para 
sistematizar a coleta de dados foram utilizados questionários e roteiros de entrevista (anexo 
roteiro de entrevista A e B). 
A análise dos dados foi feita com base em bibliografia referente ao principal assunto 
abordado (pneu), com isso, feito à pesquisa, obteve respostas que atendessem aos objetivos 
específicos propostos e com a utilização de gráficosdas principais varáveis da pesquisa, 
verificando-se semelhanças, antagonismos e tendências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
4. CAPÍTULO – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Este Capítulo apresenta os resultados da pesquisa feita nas empresas revendedoras 
de pneus, reformadoras e a própria empresa destruidora dos PI. Tais resultados serão 
discutidos posteriormente. 
 
4.1. Resultados 
 
Em João Pessoa, a logística reversa dos pneumáticos inservíveis funciona da 
seguinte forma: os revendedores, os catadores, reformadores e os colaboradores em geral 
armazenam o pneu inservível em algum local determinado por cada empresa, vendem para a 
cimenteira que os incineram sem causar danos ambientais, já que seus fornos estão preparados 
para queimar esse tipo de material, a partir da destruição dos pneus, os fabricantes e os 
importadores adquirem um certificado junto a essa empresa informando a quantidade de pneu 
eliminado para, assim, poderem fabricar e/ou importar pneus novos. Por fim, os fabricantes ou 
importadores repassam esses pneus aos revendedores que vendem aos usuários de automóveis 
começando novamente um novo ciclo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 3: Ciclo reverso do pneu em João Pessoa 
 35 
4.1.1. Revendedoras 
 
Os dados apresentados a seguir referem-se à pesquisa feita as revendedoras de 
pneus para mostrar como cada uma cuida desse material. Para tanto foi necessário perguntar, 
por exemplo, o número de funcionários que trocam pneu e formação do gerente. Foram 
objetos da pesquisa as 13 empresas revendedoras de pneus mais conhecidas de João Pessoa, 
mais a empresa CIMPOR responsável pela destruição do pneu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 1 – Número de funcionários 
 
Das empresas pesquisadas percebeu-se que o número de funcionários que 
trabalham com a troca de pneu gira em torno de cinco a seis funcionários diretos na troca, é o 
que mostra o gráfico número1. 
Na tabela número 1, procurou-se saber o que as empresas faziam cerca de cinco 
anos atrás com os pneus descartados pelos clientes. Os resultados foi que eles não sabiam, 
simplesmente deixava os pneus na rua para a prefeitura e catadores levavam, ou seja, o que 
quiseram dizer é que jogavam fora. 
 
 
 
 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
1
Revendedoras
Número de Funcionários
Pneu Car
HC Pneus
Revisacar
Marpesa Posto
Pneu Shop
Autovia
Pneu Center
Cirnes Pneus
Pneupointe
Rodar
Marcop Pneus
Mouracar
Pneu Mix
 36 
Empresa Destino do Pneu a 5anos 
Pneu Car Recolhido pela prefeitura 
HC Pneus Vendia para recauchutar em CG 
Revisacar Não soube reponder 
Marpesa Posto Vendia para catadores 
Pneu Shop Não soube responder 
Autovia Jogava fora 
Pneu Center Não soube responder 
Cirnes Pneus Não soube responder 
Pneupointe Não existia antes 
Rodar Jogava fora 
Marcop Pneus Não soube responder 
Mouracar Vendia 
Pneu Mix Vendia 
Tabela 1 – Destino do pneu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 2 – Destino do pneu atualmente 
 
Com base no gráfico número 2 se observa que a maior fatia dos revendedores 
vende seus pneus inservíveis com 61% do total, enquanto outra fatia ainda joga fora esse 
resíduo mesmo sabendo que existe a Cimpor que da destinação final a esse resíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 3 – Venda o PI 
61%
31%
8%
Vende
Joga fora
Recolhido
77%
23%
Sim
Não
 37 
Quando foi feito a pergunta sobre a venda do pneu, no gráfico da figura 3, alguns 
revendedores entraram em contradição com a questão anterior, pois, 77% afirmaram que 
vendem o PI, enquanto 23% disseram não vender para ninguém. Pois uma das revendedoras 
respondeu que era a prefeitura quem recolhia o pneu inservível em sua loja e logo depois 
afirmou que vendia seus pneus inservíveis. Uma outra revendedora relatou que jogava fora o 
PI e respondendo a essa questão disse que vende o pneu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 4 – Quem compra PI 
 
O gráfico número 4 mostra o comércio dos PI, ou seja, praticamente tudo que é 
comprado vai parar na Cimpor, pois é ela a principal responsável, aqui em João Pessoa, pela 
destruição dos pneus inservíveis. Considerando também, que catadores e qualquer pessoa 
compram esses pneus das revendedoras e repassam para a Cimpor, já que a mesma compra os 
inservíveis de qualquer pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 5 – Quem recolhe o PI 
 
8
1 1
3
0
2
4
6
8
Cimpor Catadores Qualquer Pessoa Outros
5
4
3
1
0
1
2
3
4
5
Cimpor Catadores Revendedoras Outros
 38 
O gráfico número 5 mostra quem faz o recolhimento desse material nas 
revendedoras. Nesse caso vemos que algumas delas preferem fazer sua própria coleta, ou seja, 
elas mesmas se encarregam de levar sua carga de pneu inservível para a Cimpor a cada 
período de tempo estipulada por elas próprias. Porém, a empresa cimenteira ainda é a 
principal recolhedora da cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 6 – Tempo de recolhimento dos PI 
 
Como mostra o gráfico número 6 houve várias respostas para essa questão. Logo 
observa-se que o tempo de recolhimento varia de acordo com o que se tem nos depósitos das 
revendedoras e da necessidade da cimenteira de queimar os PI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 7 – Quantidade de pneus novos vendidos 
 
8%
23%
30%
8%
8%
23%
Diariamente Uma vez por semana Uma vez por mês
Duas vezes por mês Quatro vezes por ano Não soube informar
0
1
2
3
4
Menos de 50 por mês 51 - 199 por mês 200 - 299 por mês
300 - 399 por mês 400 - 500 por mês Não soube responder
 39 
O gráfico número 7 mostra a quantidade de pneus novos vendidos por mês nas 
revendedoras. Segundo alguns gerentes e donos das revendedoras informaram, alguns clientes 
compram os pneus novos trocam pelos já gastos e levam esses PI com eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 8 – Principais fornecedores 
A gráfico número 8 mostra os principais fornecedores de pneus das revendedoras 
de João Pessoa. A Pirelli, a Goodyear e a Firestone ainda são as marcas mais buscadas pelos 
consumidores, sendo elas presentes em quase todas as revendedoras pesquisadas nesse 
trabalho. 
 
4.4.2. Reformadoras 
 
Os próximos gráficos se referem à pesquisa feita nas reformadoras de pneus 
existentes. Como não há muitas empresas reformadoras na cidade a pesquisa foi feita nas 
quatro existentes em João Pessoa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
0
1
2
3
4
5
Goodyar Pirelli Firestone Continental Maxxis
BF Goodrich Michelin Yokohama Toyo
 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 9 – Tempo de existência no mercado 
 
Pelo gráfico número 9 o que se observa é que pelo menos três empresas 
reformadoras têm uma experiência no ramo, pois já trabalham cerca de 10 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 10 – Número de funcionários 
Das quatro empresas pesquisadas no gráfico número 10, duas tinham entre 5 e 10 
funcionários e outras duas acima de 20. O que se observou in loco foi que realmente as 
empresas tinham aproximadamente esses números de funcionários. Nas duas primeiras 7 ou 8 
funcionários e nas outras entre 20 e 30 funcionários. Vale salientar que esses profissionais são 
específicos na reforma do pneu e não da loja em geral. 
 
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
1,8
2
2 - 5 anos 5 - 10 anos 10 - 20 anos mais de 20 anos
Série1 2 2
5 - 10 Funcionários Acima de 20 funcionários
 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 11 – Tipo de trabalho 
 
Todas as empresas recuperadoras de pneus em João Pessoa trabalham com a 
recapagem do pneu, como mostra o gráfico número 11. Recapagem é o processo pelo qual um 
pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, ou seja, a parte que entra em 
contato com o solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 12 – Quantidade de pneu recuperado por semana 
 
No gráfico número 12, a quantidade de pneu recuperado entre as empresas chega a 
56% de diferença da empresa 1 (recamique)e a empresa 4 (olico). Isso é devido ao fato da 
quantidade de funcionários que a empresa possui e a sua credibilidade perante o mercado já 
que a recamique trabalha com uma tecnologia melhor que a olico, se comparado estas duas. 
Quando perguntado sobre o tipo de pneu que é recuperado na empresa todas 
afirmaram que só trabalham com recuperação de pneu de carga, pois o custo para recuperar 
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
Série1 4 0 0
Recapagem Remoldagem Recauchutagem
220
130
200
125
0
50
100
150
200
250
Recamique
Dafonte Pneus
Boa Viagem
Olico
 42 
um pneu de carga é menor do que se fosse comprar um pneu novo. Já um pneu de carro de 
passeio não seria viável, pois o custo benefício de aquisição de um pneu novo é menor do que 
recuperá-lo. 
Quanto ao custo de aquisição de um pneu, as empresas pesquisadas afirmaram que 
os pneus chegam a eles sem nenhum custo, ou seja, recebem os pneus, fazem a análise e 
confirmam se pode recuperá-lo ou não. 
Essa questão também reflete em outra quando perguntado aos entrevistados como 
é que chegam os pneus em suas lojas, e todos, sem exceção, afirmaram que tanto recebem o 
pneu quanto vão buscá-lo. 
A próxima questão se refere à inspeção. Nessa questão todas as quatro empresas 
entrevistadas afirmaram ter um critério de inspeção para que se possa chegar a uma conclusão 
sobre a recuperação ou não do pneu gasto. 
Esses critérios variam de empresa para empresa. A Recamique realiza sua 
inspeção se baseando nos danos do pneu e estabeleceu que a carcaça deva ter pelo menos 
20mm de espessura. Já a Dafonte Pneus utiliza do critério onde o pneu não deve ter mais de 3 
anos de vida útil e não pode estar aparecendo à lona do pneu. Para a Boa Viagem o pneu que 
chega não pode ter tido muitos furos e a lona não pode estar aparecendo, e por fim a Olico o 
pneu deve esta dentro da sua vida útil e ter 3mm de espessura de borracha. 
 Quanto a eventuais erros na aceitação do pneu mesmo após ter passado pela 
inspeção três das quatro empresas afirmaram que erravam algumas vezes em aceitar pneu 
quando na verdade eles deveriam ser descartados. Apenas a Boa Viagem diz que não há erro 
na sua inspeção e que os pneus que entram para ser recuperados realmente são pneus em 
condições de ser recuperados. A Olico além de afirmar que erra diz que a margem de erro está 
em torno de 20%. 
A próxima questão da pesquisa perguntou o que as empresas faziam com o 
material e os pneus reprovados na inspeção e a resposta foi que todas elas vendem esse 
material para a Cimpor para que possa ser destruído. A Olico além de vender para a Cimpor 
também vende para uma empresa que fabrica borracha para panela de pressão em Recife. 
Quanto ao tempo e quantidade de pneus mandados a Cimpor, a Recamique diz que 
manda a cada vinte dias aproximadamente 30 pneus, a Dafonte Pneus manda uma vez por 
mês mais não soube informar quanto, a Boa Viagem manda uma vez por mês cerca de 
1000Kg de PI e a Olico manda para a Cimpor quinzenalmente 2300Kg d PI e uma vez por 
mês 600Kg para a empresa que fabrica borracha de panela de pressão. 
 43 
Procurou-se saber o preço do pneu recuperado nas empresas e esse valor ficou 
entre 200 e 400 reais o pneu que mais se recupera (pneu 295 / 80R). 
Perguntado se existia loja própria todos afirmaram que não tem loja só a 
reformadora de pneu. 
Os clientes dessas empresas são donos de frotas de caminhões, de ônibus, 
caminhoneiros em geral entre outros. 
A quantidade de pneu que chega a três das empresas pesquisadas são diferentes 
das que saem. Na Recamiqui 5% dos pneus que chegam são recusados, na Dafonte Pneus é a 
única que diz que todo o pneu que chega igual ao que sai, na Boa Viagem cerca de 30% 
desses pneus são recusados e na Olico 20% desses pneus vão para Cimpor e uma empresa 
fabricante de borracha de panela de pressão em Recife. 
 
4.2. Análise do Ciclo Reverso 
 
Após pesquisa feita e de posse dos dados foi possível observar que algumas 
empresas revendedoras estão atentas ao processo de destruição dos pneus inservíveis e sobre a 
empresa que é responsável por essa destruição, porém, a maneira como esse material é 
repassado é que é um problema para algumas dela. Como algumas dependem de alguma outra 
empresa para fazer o recolhimento desse material seus galpões ficam ocupados, e nesse caso 
algumas utilizam o mesmo local de armazenamento dos pneus novos, quando estes têm algum 
galpão. Também foi possível observar que uma das revendedoras faz a troca do pneu e coloca 
o inservível na calçada para que catadores ou o caminhão do lixo possa carregar, segundo o 
gerente informou. 
Quando falado informalmente com os respondentes da pesquisa sobre o projeto 
nordeste rodando limpo que a Cimpor está fazendo apenas uma revendedora sabia explicar do 
que se tratava, o restante desconhecia o nome desse projeto, porém sobre a destruição de pneu 
nos fornos da cimenteira todos sabem. Porém, o que pode perceber também é que as 
revendedoras desconheciam sobre a norma do CONAMA, pois se entende que como são 
apenas revendedoras não interessam saber que quantidade de pneus deve ser destruída, pois 
isso interessa mais as empresas que eles compram o pneu que nesse caso são as fábricas e as 
importadoras. 
Com relação às reformadoras de pneus o que foi observado é que em seu trabalho 
existe um pequeno conhecimento sobre o assunto da destruição de pneus pela empresa 
cimenteira Cimpor. O que foi visto é que eles armazenam todo material rejeitado, e que não 
 44 
pode mais ser aproveitado, e enviam a Cimpor. Chegando lá, queimam em seus fornos 
destruindo o pneu inservível e utilizando como forte de energia alternativa. Porém, quando 
perguntado sobre o programa NRL (Nordeste Rodando Limpo) não sabiam do que se tratava. 
Algumas observações no roteiro de entrevista foram justamente a falta de 
conhecimento sobre esse assunto por parte dos entrevistados, pois se elas estão ligadas 
diretamente com o pneu inservível esse assunto deveria ser de seus pontos fortes. 
Outra curiosidade é que a empresa cimenteira não divulgou o programa para essas 
empresas, segundo elas informaram, já que seria fundamental para uma parceria ainda mais 
coerente e consciente, não apenas na questão ambiental como também na educacional das 
pessoas. 
Por fim, acredita-se que esta proposta do projeto NRL servirá para direcionar ações 
de melhorias, minimizando e até eliminando a poluição e auxiliando o desenvolvimento de 
um ambiente mais propício ao desenvolvimento do município de João Pessoa/PB. 
 
 
4.3. Grupo CIMPOR 
 
A CIMPOR é um grupo cimenteiro internacional, que ocupa o 10º lugar no ranking 
mundial. Sua capacidade de produção está próxima aos 28 milhões de toneladas ano, com 
clínquer próprio, cuja atividade se estende até 11 países. A Cimpor é líder nacional nos 
mercados de Portugal, Cabo Verde, Moçambique e regional em Marrocos (Rabat), Egito 
(Alexandria) e África do Sul (KwaZulu-Natal), ocupando, ainda a 2ª, 3ª e 5ª posições nos 
mercados da Tunísia, Brasil e Espanha, respectivamente (CIMPOR,2008). 
A Cimpor desenvolve suas atividades nas áreas de produção e comercialização do 
cimento, cal hidráulica, concreto e agregados, pré-fabricação de betão e argamassas secas em 
onze países: Portugal, Espanha (1992), Moçambique (1994), Marrocos (1996), Brasil (1997), 
Tunísia (1998), Egito (2000), África do Sul (2002), Cabo Verde (2005), Turquia (2007), 
China (2007). 
No Brasil os primeiros passos da Cimpor foram dados com a aquisição de fábricas 
em Campo Formoso na Bahia, Cajati em São Paulo, Candiota e Nova Santa Rita no Rio 
Grande do Sul, Cezarina em Goiás, São Miguel dos Campos em Alagoas, João Pessoa na 
Paraíba e Brumado na Bahia. 
A CIMPOR Brasil tem hoje capacidade instalada de 5,8 milhões de toneladas/ano, 
e vendas estimadas para 2.000 de 4 milhões de toneladas, com participação de mercado de 
 45 
9,2%. Esta participação tornaa CIMPOR/BR o terceiro maior grupo cimenteiro do país 
(Cimpor, 2008). 
A mais antiga fábrica de cimentos das regiões nordeste e norte do Brasil é a 
Cimpor/PB, uma das unidades industriais mais importantes do estado da Paraíba, a fábrica de 
cimento (antiga CIMEPAR) de João Pessoa iniciou suas atividades no ano de 1933, passando 
a fazer parte do Grupo CIMPOR em 1997. 
A certificação ISO 9001 foi obtida em 1996 (ainda quando era de outro grupo), e 
desde esse ano, várias ações de melhoria nos processos produtivos têm sido desenvolvidas. A 
certificação ISO 14001 foi obtida em 2005. 
Isso aconteceu especialmente com a ampliação e digitalização da moagem de cru e 
do forno, realizadas a partir de 1997 e, em 2007 com a digitalização do moinho de cimento. 
Outro momento marcante da história da unidade foi o início da utilização do 
minerador contínuo de superfície, ocorrido em 2003. 
 
4.4. Projeto “Rodando Limpo” 
 
4.4.1 O Idealizador 
 
Francisco Simeão Rodrigues Neto é presidente da Associação Brasileira da 
Indústria de Pneus Remoldados – ABIP - e o principal responsável pela iniciativa de 
elaboração e aprovação da atual legislação - Resolução CONAMA nº 258/99. 
Segundo Francisco Simeão, o programa Rodando Limpo nasceu com a elaboração 
de um texto de resolução levada ao CONAMA que em plenário foi sugerido a formação de 
um grupo de trabalho voltado a mostrar a cada conselheiro das vantagens de constituir uma lei 
onde as importadoras e fabricantes de pneus deveriam dar uma destinação ambientalmente 
adequada ao chamado “lixo-pneu”, nascendo assim, no ano seguinte a Resolução CONAMA 
nº 258/99. 
Apesar da exigência legal estabelecida pela resolução, as empresas de fabricantes e 
importadoras demoraram a se enquadrar. Houve, na verdade, uma rejeição dessas empresas 
em obedecer essa nova lei em virtude de não conseguir cumprir as metas da Resolução 
CONAMA nº 258/99. 
O programa foi implantado inicialmente em Curitiba integrando os esforços da 
Secretaria Municipal de Saúde e a da Educação. 
 46 
Segundo Simeão, no início do programa, houve algumas dificuldades por parte dos 
fabricantes em seguir o que determina a Resolução CONAMA 258/99, pois como o Instituto 
Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais Renováveis (IBAMA) não os 
fiscalizavam a ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados) ingressou 
com Representação Criminal contra seus presidentes, por crime contra o meio ambiente e 
contra o presidente do Ibama, por crime de prevaricação, por não fiscalizá-las, como deveria 
(Ambiente Brasil, 2008). 
 
4.4.2. Programa Nordeste Rodando Limpo 
 
Oficialmente o programa Nordeste Rodando Limpo foi lançado na CIMPOR em 14 
de março de 2005 na fazenda da Graça, na Ilha do Bispo, em João Pessoa/PB, (porém a 
CIMPOR – PB trabalha com a coleta desde 2002). Na época, estiveram presentes o diretor 
presidente do grupo CIMPOR, o português Alexandre Lencastre, o governador da Paraíba, 
Cássio Cunha Lima, o vice-governador de Pernambuco José Mendonça Filho, o governador 
do Paraná Roberto Requião e o prefeito da cidade de João Pessoa, Ricardo Coutinho. 
Em 26 de Novembro de 2008 foi feita uma visita à indústria de cimento CIMPOR – 
PB (Cimento de Portugal), com o intuito de conhecer mais a fundo o funcionamento do 
programa “Nordeste Rodando Limpo”. Nessa visita, o funcionário Paulo Junior conversou 
sobre o programa já que ele é o responsável, aqui na Paraíba, Pernambuco e Alagoas pelo 
programa. 
Na época, a empresa tinha uma parceria com a BS COLWEY e a ANIP 
(Associação Nacional da Indústria Pneumática). Hoje a CIMPOR está ligada a BS COLWEY, 
porém de forma indireta, pois o trabalho é monitorado pelo IBS (INSTITUTO BS COLWEY) 
e a ANIP. 
Pelo fato do IBS trabalhar com ações sociais isso desvincula a empresa BS 
COLWEY de ter uma parceria direta com a CIMPOR, pois é de extrema necessidade para a 
BS COLWEY que a CIMPOR destrua os PI, que dessa forma ela teria direito ao certificado 
exigido para a importação. 
O Instituto BS Colwey (IBS) tem por objetivos a proteção do patrimônio 
ambiental; a promoção da educação; da ação social e da saúde pública, visando à construção 
de um futuro de interesse comum, que beneficie a todos e assegure uma vida digna dos grupos 
mais vulneráveis da comunidade local, gerando maior prosperidade e justiça social (IBS, 
2008). 
 47 
A CIMPOR continua a comprar os pneus de seus “associados” (assim 
mensionados), onde cada pneu custa 40 centavos a unidade ou 80 reais a tonelada. A maior 
parte dos pneus chega através de caminhoneiros que vendem o pneu coletado. Também existe 
um preço para cada tipo de pneu, o valor já descrito acima é relacionado ao chamado pneu de 
passeio, já para o pneu de caminhonete, de caminhão e/ou trator esse valor sobe para R$ 0,80 
e R$ 2,00 respectivamente. 
A parceria com a Associação Nacional da Industria Pneumática (ANIP) fez com 
que a CIMPOR adiquirissem uma máquiana trituradora de pneus, pois se acreditava, segundo 
o entrevistado, que o pneu queimaria muito mais rapido se comparado a queima dele inteiro. 
Porém, descobriram que se queimasse o pneu inteiro o seu poder de queima seria bem maior 
(PCI – Poder Calorifico Interno). Dessa forma a máquina trituradora foi desmontada e 
enviada a uma outra fábrica em São Paulo. Hoje a CIMPOR queima pneu de todas as formas, 
pois depois de estudos viram que não fazia difernça queimar inteiro ou triturado assim, 
remotaram a trituradora novamente, porém com as peças de outra trituradora, já que a 
empresa tinha mais de uma em suas unidades, e essa trituradora ficou limitada a trituras pneus 
de passeio. Com isso o triturador ou picador, como foi chamado, tem a capacidade de triturar 
10 toneladas por hora. 
A forma de como é colocado o pneu inteiro nos fornos é aleatório, fica um 
funcionário responsável em abrir o forno e jogar um ou dois pneus de uma vez para ser 
queimado. Antes existia um tempo para isso que era a cada 2 minutos e 20 segundos, pois se 
acreditava que a cada abertura de porta o forno perdia muito calor ao final de um dia e nesse 
caso seria mais viável colocá-los com tempos determinados. 
A CIMPOR dispõe em suas chaminés de eletroflitros que têm a capacidade de 
absorver toda a forma de impureza que seria lançada ao meio ambiente, pois a toxidade do 
pneu queimado quando comparado com outro produto como o coque de petróleo, ele libera 
bem menos impurezas, por isso os filtros são adequados para esse tipo de substância. É tanto 
que hoje ela não queima só coque e pneu, ela também queima outros resíduos como bancos de 
couro, borrachas de outras formas, sandálias e areia contaminada como as de óleo automotivo. 
Hoje, a queima do pneu, representa para a CIMPOR um ganho monetário de 5%, se 
comparado com a queima do coque de petróleo, porém, a empresa tem uma meta de chegar a 
20% em pouco tempo (tempo não informado). 
Na CIMPOR foi detectado um grande problema com a quantidade de pneus 
aramazenados, pois a empresa recebe muito mais pneus do que ela tem capacidade de 
queimar. São cerca de 800t/mês de pneu que entra contra 400t/mês que queimam. Logo esses 
 48 
pneus são estocados em galpões que quando cheios são obrigados a armazena-los em 
ambiemte aberto entrando em conflito com a fiscalzação da secretária da saúde por causa do 
foco do mosquito da dengue. Para tanto, a solução encontrada para esse problema foi cobrir os 
pneus com lonas ou mandar os pneus para outras unidade do grupo. Existe uma meta a ser 
buscada em 2009 para minimizar esse problema do grande número de pneus em sua planta 
fabril, que é queimar 700t/mês. 
A CIMPOR tem uma sede em Recife, chamada de Ecobase, que recolhe pneus e 
encaminha para João Pessoa e Alagoas. A coleta de pneus é feita em varias cidades como 
Piauí, Feira de Santana, e interior dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Maceio e Goiás. 
A Ecobase do Programa Rodando Limpo, está localizadano galpão da Companhia 
Ferroviária do Nordeste (CFN), no Cais José Estelita. 
Uma das dúvidas era com relação ao processo logístico do pneu desde a sua chegada 
até a sua queima. Foi observado que o pneu chega de vários lugares como a capital, interior e 
até de outros Estados. 
Alguns números do Programa Nordeste Rodando Limpo (Fonte: Paulo Campelo – 
Meio Ambiente da Cimpor): 
2005 – Primeiro ano do Nordeste Rodando Limpo foram recebidos pouco mais de 3.093 
toneladas de pneus inservíveis; 
2006 – Já no segundo ano do NRL foram recebidos 7.200 toneladas de pneus inservíveis com 
a implantação da Ecobase Recife e Maceió; 
2007 – Ultrapassam a casa das 10.000 toneladas de pneus inservíveis; 
2008 – Chegam aos 12.700 toneladas no ano, com uma média de 750 toneladas por mês só na 
unidade de João Pessoa (52% do total recebido). 
No Programa Nordeste Rodando Limpo, temos duas unidades de destruição desse resíduo, 
uma em João Pessoa – PB e a outra em São Miguel dos Campos – AL. 
Em 2006 o volume de pneus novos e usados colocados no território brasileiro foi o 
seguinte (BS Colwey, 2008): 
 
 
 
 
 
 
 
 49 
TOTAL PNEUS IMPORTADOS + FABRICADOS NO BRASIL EM 20 06 
 VENDIDOS NO BRASIL PERCENTUAL 
 Discriminação Quantidade Peso total/Kg 
1 
Pneus novos fabricados e 
vendidos no Brasil 41.640.146 537.442.120 72,75% 
2 
Pneus novos importados e 
vendidos no Brasil 9.934.747 128.594.181 17,41% 
 Subtotal 51.574.893 666.036.301 90,16% 
3 Pneus usados importados 7.157.035 71.106.565 9,63% 
4 
Pneus reformados 
importados / Mercosul 175.557 1.519.507 0,21% 
5 
Pneus reformados 
importados de outros 
países 5.186 47.104 0,01% 
 Total 58.912.671 738.709.477 100,00% 
Tabela 2 – Quantidade de pneus importados e fabricados colocados no Brasil 
 
A tabela número 2 descreve cada forma de como o pneu chega ao território 
brasileiro. O que se vê é que a maior parte é fabricado aqui mesmo seguido das importações. 
 
CUMPRIMENTO OBRIGAÇÃO AMBIENTAL RESOLUÇÃO CONAMA 25 8/99 
Quantid ade de kg de pneus colocados no 
 Brasil x Percentual coletado 
 TOTAL EM 
OBRIGAÇÃ
O TOTAL CUMPRIDO 
 Discriminação QUILOS 100% 
Percentua
l Peso/Kg 
1 Pneus novos fabricados e vendidos no Brasil 537.442.120 537.442.120 18,75% 100.770.398 
 Subtotal 1 537.442.120 537.442.120 18,75% 100.770.398 
2 
Pneus novos importados e vendidos no 
Brasil 128.594.181 128.594.181 125,00% 160.742.726 
3 Pneus usados importados 71.106.565 71.106.565 125,00% 88.883.206 
4 Pneus reformados importados / Mercosul 1.519.507 1.519.507 125,00% 1.899.384 
5 
Pneus reformados importados de outros 
países 47.104 47.104 125,00% 58.880 
 Subtotal 2 201.267.357 201.267.357 125,00% 251.584.196 
 
 Total 738.709.477 
738.709.47
7 47,70% 
352.354.59
4 
Tabela 3 – Quantidades de pneu colocada no mercado x Quantidade retirada 
 
A tabela número 3 mostra que em 2006 as multinacionais dos pneus coletaram e 
destinaram somente 18,75% de pneus inservíveis (kg), em relação à quantidade de quilos de 
pneus que colocaram no mercado. Também elas coletaram e destinaram, de forma 
ambientalmente adequada o equivalente a 125% de pneus inservíveis, em relação à 
quantidade de pneus importados (em kg). 
 
 50 
4.4. Frota de veículos no Brasil segundo o DETRAN 
 
Estima-se que no Brasil existem cerca de 39.858,284 veículos em circulação, destes 
130.166 circulam na Paraíba que representa 0,33% do total. A tabela abaixo mostra a frota de 
veículos em circulação no país em 2008. 
 
Posição Estado 
Frota de 
Veículos Capital 
Frota da 
Capital 
1 São Paulo 16.804.442 São Paulo 8.146.697 
2 Minas Gerais 5.394.843 Belo Horizonte 1.604.291 
3 Paraná 4.159.953 Curitiba 1.515.841 
4 Rio Grande do Sul 3.976.569 Porto Alegre 1.473.489 
5 Rio de Janeiro 3.668.903 Rio de Janeiro 2.653.159 
6 Santa Catarina 2.725.114 Florianópolis 214.788 
7 Goiás 1.810.618 Goiânia 864.109 
8 Bahia 1.639.266 Salvador 619.949 
9 Pernambuco 1.294.022 Recife 695.094 
10 Ceará 1.214.695 Fortaleza 650.001 
11 Distrito Federal 995.903 Brasília 995.903 
12 Rio Grande do Norte 965.930 Natal 496.179 
13 Espírito Santo 959.256 Vitória 471.978 
14 Mato Grosso 838.948 Cuiabá 196.543 
15 Mato Grosso do Sul 747.205 Campo Grande 311.854 
16 Pará 657.084 Belém 275.681 
17 Maranhão 499.570 São Luis 189.639 
18 Paraíba 491.931 João Pessoa 210.730 
19 Amazonas 392.238 Manaus 359.903 
20 Piauí 389.928 Teresina 197.017 
21 Rondônia 381.818 Porto Velho 100.159 
22 Alagoas 318.149 Maceió 171.049 
23 Sergipe 304.128 Aracaju 179.678 
24 Tocantins 290.114 Palmas 87.207 
25 Acre 98.531 Rio Branco 73.084 
26 Roraima 87.175 Boa Vista 79.788 
27 Amapá 79.969 Macapá 78.011 
- BRASIL 51.186.302 Brasília 995.903 
 
Tabela 1 – Frota de veículos no Brasil 
Fonte: DETRAN, 2008 
 
 
 51 
Os gráficos a seguir mostram a diferença das frotas divididas por região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 13 – Frota de veículos da Região Sudeste, por Estado em 2008. 
O gráfico número 13 mostra as frotas de veículos na região Sudeste onde São Paulo 
se sobressai sobre os outros estados com um valor muito acima da segunda maior frota que é 
Minas Gerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 14 – Frota de veículos da Região Sul, por Estado em 2008. 
No gráfico número 14 vemos que a Região Sul a frota é mais uniforme com uma 
diferença apenas para Santa Catarina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 15 – Frota de veículos da Região Centro Oeste, por Estado em 2008. 
0
500000
1000000
1500000
2000000
Distrito Federal Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
Paraná Rio Grande do Sul Santa Catarina
0
5000000
10000000
15000000
20000000
Espirito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo
 52 
O gráfico número 15 mostra a Região Centro Oeste, onde Goiás é quem aparece 
com a maior frota. Já os demais estão praticamente com os mesmos níveis em suas frotas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 16 – Frota de veículos da Região Norte, por Estado em 2008. 
 
No gráfico número 16, a Região Norte mostra que o Estado do Pará lidera as 
estatísticas da maior frota de sua Região deixando o Amapá como o Estado com a menor frota 
veicular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 17 – Frota de veículos da Região Nordeste, por Estado em 2008. 
 
Por fim, no gráfico número 17, temos a região que interessa mais esse trabalho que 
é a Região Nordeste, pois está nele o objeto de pesquisa que é o Estado da Paraíba e mais 
precisamente a cidade de João Pessoa. No gráfico vemos que Bahia e Pernambuco lideram as 
estatísticas em quanto a Paraíba apenas em quinto lugar das frotas. 
As vendas totais de veículos novos, que englobam os segmentos de automóveis, 
comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, cresceram cerca de 25% na Paraíba comparando 
o primeiro trimestre de 2008 com onde 2007, saltando de 12.544 unidades para 15.713 
unidades. Esse crescimento, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de 
0
500000
1000000
1500000
2000000
Alagoas Bahia Ceará
Maranhão Paraíba Pernambuco
Piauí Rio Grande do Norte Sergipe
0
100000
200000
300000
400000
500000
600000
700000
Acre Amapá Amazonas Pará Rondônia Roraima Tocantins
 53 
Veículos Automotores (FENABRAVE), está dentro da média nacional, que foi de 25,72% 
(Jornal A União, 2008). 
De acordo com o levantamento da Fenabrave, o mês de janeiro foi o melhor em 
volume de vendas: um total de 5.578 veículos. No mês de fevereiro, que possui menor 
quantidade de dias úteis (19 dias) em relação a janeiro (22 dias), o mercado registrou uma 
queda em torno de 10,2%, com a venda de 5.008 veículos. Contudo, as vendas cresceram 
34,32% em relação a fevereiro de 2007 (3.615). Em março, o setor começou a reagir e vendeu 
5.127 automóveis. Já em números absolutos, as motos (8.555) e a soma de autos e leves 
(6.898) representaram praticamente todo o varejo, num total 15.453 veículos (Jornal A União, 
2008).O crescimento da frota de veículos na Paraíba nos últimos quatro anos (2003-
2007) foi de 46,5%, passando de 336,3 mil veículos para 492,9 mil. Os números ultrapassam 
o crescimento da população do estado, que registrou pouco mais de 3,3% nesse período. De 
acordo com a contagem realizada pelo IBGE, em 2003, o estado tinha 3,524 milhões de 
habitantes e subiu para 3,641 milhões no ano passado, uma diferença de 156,1 mil habitantes 
enquanto o número da frota subiu de 336,2 para 492,9, o que resulta em mais de 156,6 mil 
veículos (Jornal A União, 2008). 
Na relação veículo/habitante, a Paraíba está acima da média nacional, mesmo 
tendo apresentado uma queda de 10,4 habitantes/veículo em 2003 para 7,4 habitantes/veículos 
em 2007. No país, a média da frota é um carro para cada 4,2 habitantes. De acordo com os 
dados do Detran, mais de 65% da frota é do interior enquanto a capital sozinha é responsável 
por 35%, o que representa quase 170 mil veículos (Jornal A União, 2008). 
Em 2007, as vendas de veículos nas concessionárias da Paraíba cresceram 38,81% 
(incluindo motos, ônibus e caminhões) e bateram recordes de vendas da última década. Foram 
vendidos 56.548 novos veículos contra 40.735 em 2006, ou seja, a média de vendas foi de 4,7 
mil veículos por mês. Somente de autos, o crescimento chegou a 30,4% com a 
comercialização de 22.565 unidades contra 17.293 no ano anterior (Jornal A União, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 18 – Quantidade de veículos na Paraíba e João Pessoa 
 
O gráfico número 18 mostra a quantidade de veículos no estado da Paraíba onde 
João pessoa aparece com praticamente metade do total de veículos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43%
57%
João Pessoa
Outros municípios 
 55 
5. CAPÍTULO – CONCLUSÃO 
 
Em João Pessoa, muitos pneus são descartados mensalmente pelas revendedoras, 
reformadoras e borracharias. Devido à falta de uma coleta específica desse material e a falta 
de esclarecimento da população sobre os problemas que esses pneus podem acarretar é que é 
possível encontrar esses PI em áreas indevidas. 
A estimativa de renovação de pneus pelas revendedoras é praticamente igual aos 
descartados, se considerarmos apenas os pneus de veículos tipo passeio e utilitários de menor 
porte. É provável que a diferença entre a quantidade vendida e a quantidade descartada seja 
devido, em parte, às formas de reciclagem e reaproveitamentos existentes, já que o que se 
observa é que, pelo fato de terem muitos pneus descartados inadequadamente, parece ter mais 
pneu vendido do que descartado. Logo, existe uma buscar de soluções, como a destruição de 
pneus nos fornos das cimenteiras, para evitar que essa grande quantidade de pneus continue 
sendo depositada em locais inadequados, acarretando nos mais diversos problemas ambientais 
e de saúde pública, diminuindo a perspectiva para um desenvolvimento sustentável. Portanto, 
há que se buscar atividades viáveis para redução e reaproveitamento desse produto, evitando 
estes problemas que na maioria das vezes são de difícil controle. 
 Dentre esses, o reaproveitamento energético industrial torna-se uma das principais 
saídas. Os processos de incineração, no entanto, merecem um destaque especial, pois, num 
futuro, podem ter um papel importante na geração de energia, já que podem aproveitar todo 
tipo de material que seria descartado inadequadamente em seus fornos, tendo controle dos 
poluentes gasosos em seus processos produtivos. Na indústria do cimento, por exemplo, o 
resíduo da incineração se mistura ao próprio produto, já tendo um descarte direto. A 
quantificação do montante de pneus torna-se essencial para o dimensionamento dos fornos, da 
validação da viabilidade da mudança para o uso de tal material. Para isso, este trabalho poderá 
servir de subsídio básico e espera-se que estudos como este possam produzir resultados 
significativos trazendo benefícios à população. 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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