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47 FÁBIO FERREIRA ROQUE Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. JOÃO PESSOA 2009 2 FÁBIO FERREIRA ROQUE Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvido e apresentado no âmbito do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica da Universidade Federal da Paraíba como requisito para obtenção do título de Graduado. Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adissi Área de concentração: Logística. JOÃO PESSOA 2009 3 R786d Roque, Fábio Ferreira Descrição dos ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB / Fábio Ferreira Roque – João Pessoa, 2009. 62 f. il. : Orientador: Prof. Dr. Paulo José Adisse Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) Departamento de Engenharia de Produção / Centro de Tecnologia / Campus I / Universidade Federal da Paraíba – UFPB 1. Logística reversa 2. Pneus inservíveis 3. Legislação I. Título. CDU: 658.8(043) 4 FÁBIO FERREIRA ROQUE Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. LOCAL DA DEFESA: JOÃO PESSOA – PB RESULTADO: AROVADA BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dr. Paulo José Adissi (UFPB) _________________________________________________ Profª. Aurélia Acunã Idrogo (UFPB) _________________________________________________ Prof. Marcel de Gois Pinto (UFPB) 5 DEDICATÓRIA A meus pais Ires e Werson por todo o amor, esforço e dedicação prestados gratuitamente a mim e meus irmãos durante todos esses anos.“Senhor,agradeço-vos pelo pai e pela mãe que me destes os quais tanto admiro em meu coração. Fazei que eu os ame sempre mais e que eles se sintam amados. Aumentai-lhes as alegrias e não permitais que eu me torne um peso para eles. Ajudai-me a adivinhar suas horas de cansaço e preocupações, para que eu possa servi-lhes” A meus queridos irmãos Giovana, Camila e Rodrigo, que estão ao meu lado nos bons e maus momentos de nossas vidas... As grandes alegrias que tivemos juntos com nossos pais e o enorme incentivo que me dão até hoje... "Amo todos vocês." A minha noiva Michelle, que agüentou muita coisa minha em mais de dez anos de convivência... “com quem compartilho riquezas que o dinheiro nunca poderá comprar”. Sendo uma grande incentivadora nos meus estudos e na busca incansável por uma vida melhor juntos... "Te amo muito meu amor." Aos amigos Fábio Brito, Rodrigo Falcão, Rodrigo Alessandro, Camilo, Daniel Cristiano, Erivaldo e Daniel Pinto (in memória). "A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizemos para os outros." (Allan Kardec) A Deus, que vem iluminando os caminhos dessas pessoas que tanto amo. 6 AGRADECIMENTOS "O sábio não se senta para lamentar-se, mas se põe alegremente em sua tarefa de consertar o dano feito.." (William Shakespeare) Ao professor Paulo Adissi por ter escolhido esse tema interessante e me orientar nesse projeto. Á todos os professores do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica da UFPB. Aos meus avôs e avós, tios e tias, primos e primas, por ser o primeiro ambiente onde nós convivemos em sociedade. A todos os colegas do Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica, por todos os momentos compartilhados, que jamais serão esquecidos, pois fazem parte de uma etapa muita importante da minha vida. "Todos nós tomamos diferentes trilhas na vida; mas, não importa aonde vamos, aproveitamos um pouco de cada uma delas em toda parte." (Tim McGrew). 7 "O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência.” ( Henry Ford ) 8 RESUMO ROQUE, Fábio Ferreira. Descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. João Pessoa, 2009. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) – Departamento de Engenharia de Produção. UFPB, 2009. A logística reversa é um tema bastante discutido pelas empresas na atualidade, tem por finalidade do detalhamento das etapas do retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos de bens industriais. Um desses bens é o pneumático inservível ou simplesmente pneu inservível, material que sobra de um pneu desgastado. Esse material por ser de difícil degradação e apresentar riscos para saúde pública e o meio ambiente, teve sua coleta normatizada pela legislação 258/99 do CONAMA. O objetivo desse estudo foi descrever o ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB. Para isso foram visitadas unidades geradoras, sendo treze revendedoras e quatro reformadoras (remanufatura), utilizando-se roteiros de entrevistas. Foi verificado que essas unidades geradoras não conhecem o principal motivo da destruição do pneu pela indústria cimenteira, porém armazenam e transportam o material para ser incinerado, podendo-se concluir que o caso estudado cumpre um importante papel sanitário e ambiental alem de impactar positivamente os aspectos econômicos e sociais. Palavras-chave: Logística Reversa. Pneus Inservíveis. Legislação. 9 ABSTRACT ROQUE, Fábio Ferreira. Description of the reverse cycle of scrap tires (PI) in Joao Pessoa / PB. Joao Pessoa, 2009. Work of course conclusion. (Graduation in Mechanical Production Engineering) – Department of Production Engineering. UFPB, 2009. The reverse logistics is an issue widely discussed by the companies today, aims to detail the steps of the production cycle of different types of industrial goods. One such property is the pneumatic tire unusable or simply unusable, leftover material of a worn tire. This material is difficult to be degradation and pose risks to public health and the environment, his collection was regulated by law CONAMA 258/99. The aim of this study was to describe the reverse cycle of scrap tires (PI) in João Pessoa / PB. To this were visited generating units, being thirteen dealerships and four reformers (remanufacturing), using scripts for interviews. It was found that those generating units do not know the main reason for the destruction of the tire by the cement industry, but store and transport the material to be incinerated, can be concluded that the case study plays an important role health and environmental impact besides the positive aspects economic and social. Key words: Reverse Logistics. Tires useless. Legislation. . 10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Vista interna de um pneu..................................................................................25 Figura 2 – Processo de fabricação do pneu........................................................................29 Figura 3 – Ciclo reverso do pneu em João Pessoa.............................................................34 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Destino do pneu...............................................................................................36 Tabela 2 – Quantidade de pneus importados e fabricados colocados no Brasil...............49 Tabela 3 – Quantidades de pneu colocada no mercado x Quantidade retirada............ ....49 Tabela 4 – Frota de veículos no Brasil...............................................................................5012 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Número de funcionários Gráfico 2 – Destino do pneu atualmente Gráfico 3 – Venda do PI Gráfico 4 – Quem compra PI Gráfico 5 – Quem recolhe o PI Gráfico 6 – Tempo de recolhimento dos PI Gráfico 7 – Quantidade de pneus novos vendidos Gráfico 8 – Principais fornecedores Gráfico 9 – Tempo de existência no mercado Gráfico 10 – Número de funcionários Gráfico 11 – Tipo de trabalho Gráfico 12 – Quantidade de pneu recuperado por semana Gráfico 13 – Frota de veículos da Região Sudeste, por Estado em 2008. Gráfico 14 – Frota de veículos da Região Sul, por Estado em 2008. Gráfico 15 – Frota de veículos da Região Centro Oeste, por Estado em 2008. Gráfico 16 – Frota de veículos da Região Norte, por Estado em 2008. Gráfico 17 – Frota de veículos da Região Nordeste, por Estado em 2008. Gráfico 18 – Quantidade de veículos na Paraíba e João Pessoa 13 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS PI – Pneus Inservíveis CIMPOR – Cimento de Portugal SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente JP – João Pessoa PB – Paraíba DETRAN – Departamento de Transito ISO – International Organization for Standardization IBAMA – Isntituto Brasilerio do Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais Renovavéis ABIP – Associação Brasileira da Indústria Pneumática IBS – Instituto BS COLWEY ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos PCI – Poder Calorifico Interno CFN – Companhia Ferroviária do Nordeste NRL – Nordeste Rodando Limpo FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores 14 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 15 1. INTRODUÇÃO 16 1.1. DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA PROPOSTO 16 1.2. JUSTIFICATIVA 17 1.3. OBJETIVOS 19 1.3.1. Objetivo Geral 19 1.3.2. Objetivos Específicos 19 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO 20 2. EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA 21 2.1. Logística Reversa 21 2.1.1. A Logística Reversa e a Sustentabilidade 23 2.2. O Pneu e seus Componentes 24 2.2.1. O Processo de Fabricação do Pneu 26 2.3. Alternativas de Reaproveitamento dos Pneus Inservíveis 30 3. A PESQUISA 33 3.1. Procedimento Metodológico da Pesquisa 33 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 34 4.1. Resultados 34 4.1.1. Revendedoras 35 4.1.2. Reformadoras 39 4.2. Análise do Ciclo Reverso 43 4.3. Grupo CIMPOR 44 4.4. Projeto Rodando Limpo 45 4.4.1. O Idealizador 45 4.4.2. Programa Nordeste Rodando Limpo 46 4.5. Frota de veículos no Brasil segundo o DETRAN 50 5. CONCLUSÃO 55 REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA 56 Anexo – Questionário A 59 Anexo – Questionário B 61 15 APRESENTAÇÃO Este trabalho é resultado de uma pesquisa que foi elaborada com o apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC/CNPq) e trata da logística reversa dos pneus inservíveis na zona metropolitana de João Pessoa – PB, mais precisamente sobre como é coletado, armazenado, reformado e destruído o pneu sem causar dano à população e contribuindo para a melhoria do meio ambiente. Partindo das informações coletadas no município de João Pessoa – PB, através de questionários e roteiros de entrevistas, levantou-se as ações desenvolvidas pelos diversos agentes da cadeia reversa dos pneus inservíveis. 16 1. CAPÍTULO - INTRODUÇÃO Este capítulo trata da formulação do problema e da questão que originou e justifica a pesquisa proposta. Também serão descritos os objetivos e a estrutura do trabalho. 1.1. DEFINIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA PROPOSTO O escopo deste trabalho consiste em descrever o ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa / PB. Rogers e Tibben-Lembke (1999) definem logística como o processo de planejamento, implementação e controle eficiente (inclusive em custos) de matérias- primas, materiais em processo, produtos acabados e informações relacionadas do ponto de origem para o ponto de consumo para atender às necessidades dos clientes. Bowersox e Closs (2001) apresentam, por sua vez, a idéia de apoio ao ciclo de vida como um dos objetivos operacionais da logística moderna, referindo-se ao seu prolongamento além do fluxo direto de materiais, pois existe à necessidade de considerar os fluxos reversos de produtos em geral. Para Leite (2003) logística reversa é a nova área da logística que preocupa-se com os aspectos logísticos de retorno ao ciclo produtivo dos diferentes tipos de bens industriais, dos materiais constituintes dos mesmos e dos resíduos industriais, agregando valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros. Os pneumáticos são compostos de difícil degradação, tendo uma grande influência nos problemas sanitários relacionados ao aparecimento do aedes aegyptis (mosquito da dengue), e na poluição ambiental devido aos compostos existentes nos componentes do pneu como o enxofre, bem como a questão da poluição visual que é um tipo de poluição que desperta incômodo em praticamente todas as pessoas. Por muitos anos os pneumáticos inservíveis passaram a fazer parte da paisagem urbana, porém, com a legislação criada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) esse tipo de poluente está sendo reduzido. Segundo a resolução 258/99, as empresas fabricantes e as importadoras de 17 pneus para uso em veículos automotores ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis (PI) existentes no território nacional, ficando previsto que a partir de 1º de janeiro de 2005 para cada quatro pneus novos fabricados no País ou importados, as empresas fabricantes e as importadoras são resposaveis pela destinação final a cinco pneus inservíveis e para cada três pneus reformados importados, de qualquer tipo, as empresas importadoras devem dar destinação final a quatro pneus inservíveis. Com a obrigatoriedade da coleta, a reciclagem dos pneumáticos, visando sua utilização como combustível e matéria-prima de diversos processos de fabricação e construção, passou a ser mais valorizada. Na Paraiba, adotam-se dois tipos de reciclagens: a mecânica e a energética. Como reciclagem mecânica encontram-se as reformadoras de pneus e as unidades artesanais de fabricação de produtos populares. Sendo que a reciclagem energética passou a ser adotada, em larga escala, como combustível alternativo do processo de fabricação do cimento do Grupo CIMPOR. Nesse contexto, a questão central desse estudo foi a identificação e descrição do ciclo reverso dos Pneus Inservíveis (PI) que ocorre na zona metropolitana de João Pessoa. 1.2. JUSTIFICATIVA O pneu é definido como "... todo artefato inflável, constituído por borracha e materiais de reforço utilizado para rodagem em veículos automotores e bicicletas" (BRASIL, 2002). Os resíduos de pneus representam um problema global com potencial crescimento e efeito cumulativo, devido ao aumento da manufatura e durabilidade dos produtos. Os mercados para os produtos advindos da reciclagem de pneus existem, mas requerem desenvolvimento. Deve ser tida em conta a cobertura de todo país através de uma rede bem definida de recolha e transporte de pneus usados, para condução dos mesmos em condições vantajosas, às indústrias de recauchutagem e de reciclagem preparadas e autorizadas para os receber. 18 Os pneus inservíveis (PI) abandonados, ou dispostos inadequadamente, acabam por resultar em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública, uma vez que a principal matéria-prima dos pneus, a borracha vulcanizada, não se degrada facilmente (estima-se em 600 anos o prazo necessário para um pneu se decompor). A queima ou incineração de pneus a céu aberto, em geral para aproveitamento do aço dos pneus radiais, produz um resíduo oleoso que contamina o solo e o lençol freático, alémde intensa fumaça preta contendo dióxido de enxofre, hidrocarbonetos e outros produtos químicos responsáveis pela poluição do ar. Também existe o problema com os pneus atirados nos rios e lagoas que represam a água e assoreiam os leitos dos mesmos (Reciclagem, 2008). O pneu inservível (PI) é também causador de problema de saúde pública, pois acumulam água das chuvas, formando ambientes propícios à disseminação de doenças como a dengue e a febre amarela. A disposição de pneus em aterros sanitários tem se mostrado inadequada, por apresentarem baixa compressibilidade, reduzindo a vida útil dos aterros existentes e comprometendo a sua estabilidade. Em 2001 foi lançado em Curitiba o programa “Rodando Limpo” que é um programa em que a Petrobras, a prefeitura de Curitiba, a prefeitura de Piraquara e a BS Colway Pneus assumiram e tem por finalidade acabar com os problemas causados com os pneus jogados na natureza. Esse programa deu resultados, e a partir de idéias como essa é que se pretende estudar, ampliar e descobrir todo o tipo de pesquisa realizada com PI na cidade de João Pessoa. Para melhorar os problemas referentes aos pneus inservíveis é necessário primeiramente analisar, fazer levantamentos e observar os riscos ambientais, as legislações pertinentes, as quantidades envolvidas, os pontos geradores, o sistema de coleta, as reutilizações, as remanufaturas e reciclagens envolvidas. Segundo organizações internacionais, a produção de pneus novos está estimada em cerca de 2 milhões por dia em todo o mundo. Já o descarte de pneus velhos chega a atingir, anualmente, a marca de quase 800 milhões de unidades. Só no Brasil, anualmente, são descartados perto de 20 milhões de pneus e produzidos cerca de 40 milhões. O Brasil ocupa o 2o lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus, o que lhe confere uma posição de destaque junto a vários países na luta pela conservação ambiental. Esta técnica permite que o recauchutador, seguindo as recomendações das 19 normas para atividade, adicione novas camadas de borracha nos pneus velhos, aumentando, desta forma, a vida útil do pneu em 100% e proporcionando uma economia de cerca de 80% de energia e matéria-prima em relação à produção de pneus novos (Ambiente Brasil, 2008). Com a quantidade de pneus gerados em João Pessoa e a partir da adesão da cimenteira Cimpor ao programa rodando limpo, um sistema de coleta vem possibilitando a redução do passivo ambiental acumulado após muitos de descartes indevidos, acrescentando, também vantagens expressivas econômicas e socais, conforme serão vistas no decorrer deste trabalho. 1.3. OBJETIVOS 1.3.1. Objetivo Geral: Descrever o ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB. 1.3.2. Objetivos Específicos: • Levantar os riscos ambientais potenciais dos PI; • Levantar as legislações pertinentes; • Estimar a quantidade de PI em JP; • Levantar os pontos geradores de PI; • Levantar os principais pontos de destino final dos PI em JP. 20 1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho está dividido em cinco capítulos, que serão descritos a seguir: O 1º Capítulo abordou a formulação do tema e do problema, justificativa da pesquisa e objetivos do trabalho. O 2º Capítulo trata das temáticas que são referência ao estudo. O 3º Capítulo apresenta a metodologia utilizada na elaboração da pesquisa é feita de forma exploratório qualitativo que por seu caráter descritivo realiza uma análise crítica da situação atual do ciclo reverso do pneu. No 4º Capítulo é feita a descrição dos resultados da pesquisa e a discussão dos mesmos, finalizando com um estudo sobre o destino final dos pneus inservíveis. O 5º Capítulo encerra o trabalho de graduação com as conclusões da pesquisa. 21 2. CAPÍTULO – EIXO TEMÁTICO DA PESQUISA O assunto abordado no eixo temático será dividido em itens e subitens nos capítulos, direcionados com acompanhamento do orientador e com embasamento fundamentado em eixo temático, segue os principais assuntos desenvolvidos no trabalho. 2.1. Logística Reversa A pesquisa identifica os fluxos dos pneus no município de João Pessoa sob o ponto de vista do conceito de Logística Reversa. Segundo Cardoso (2008), a questão ambiental enfrentada pelos fabricantes de pneumáticos refere-se à responsabilidade ambiental, em relação à disposição final dos próprios resíduos sólidos industriais gerados pelo mercado de reposição. Essa questão esta coberta pela Política Nacional de Gestão Resíduos Sólidos, que institui princípios e fundamentos em relação à disposição final dos resíduos e à minimização da sua geração, tendo como objetivos: preservar a saúde pública, proteger e melhorar a qualidade do meio ambiente, assegurar a utilização adequada e racional dos recursos naturais, disciplinar o gerenciamento dos resíduos, estimular a implantação dos serviços de gestão de resíduos sólidos e gerar benefícios sociais e econômicos. A fim de tratar do problema do impacto ambiental dos pneus descartados, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou a resolução 258/99 que estipula metas de recolhimento e destinação ambientalmente correta de pneus inservíveis (Cardoso, 2008). O processo de gestão ambiental leva em consideração todas aquelas variáveis de um processo de gestão, tais como o estabelecimento de políticas, planejamento, um plano de ação, alocação de recurso, determinação de responsabilidades, decisão, coordenação, controle, entre outros, visando principalmente ao desenvolvimento sustentável (Aracéli, 2003). Para Kotler (1998), o processo de levar bens aos consumidores tem sido tradicionalmente, chamado de distribuição física. A distribuição física começa na fábrica. Os administradores procuram escolher um conjunto de depósitos (pontos de estocagem) e empresas de transporte que levem os bens produzidos aos destinatários finais, no tempo 22 desejado e/ou ao menor custo total. Segundo o mesmo autor, logística envolve planejamento, implementação e controle dos fluxos fixos de materiais e bens finais, dos pontos de origem aos pontos de uso para atender às exigências do consumidor a determinado lucro. O artigo 1º da Resolução do CONAMA nº 258 de 26 de agosto de 1999. “As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada aos pneus inservíveis existentes no território nacional na proporção relativa às quantidades fabricadas e/ou importadas. O artigo 3°. estabelece os prazos e as quantidades para coleta e destinação final ambientalmente adequada aos pneumáticos inservíveis. A ausência do cumprimento da lei implica sanções estabelecidas na lei de crimes ambientais Lei 9605/1998. Define-se reciclagem de resíduos como a recuperação e a conversão de materiais residuais em novos produtos. O valor relativo de diferentes tipos de reciclagem pode ser ordenado: o mais valioso é a produção de um novo produto, a partir de produtos semelhantes e já usados; o menos valioso é a conversão de materiais residuais em produtos com características físicas inferiores. O critério básico está em saber se o material recuperado substitui um material virgem na produção, fechando assim o círculo. O objetivo global consiste em reduzir a quantidade de materiais, que entram na economia e que dela saem, evitando assim os custos ambientais de extração e do processamento de materiais virgens e de remoção de detritos (COELHO, 1994). COMPAM (2007) aponta a reciclagem como o resultado de uma série de atividades, pela qual, materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos produtos. Essas visões mostraram-se incompletas devido à conceituação e prática da reciclagem energética, onde produtos descartadossão reaproveitados como combustíveis de novos processos fabris ou de geração de energia elétrica. Para viabilizar qualquer processo de reciclagem, um sistema de coleta deve ser empregado. A coleta seletiva, quando corretamente adotada, reduz significativamente os custos da reciclagem. 23 O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) - padronizou as cores dos recipientes para coleta seletiva através da Resolução No 275 de 25 de abril de 2001. As cores são: • AZUL: papel/papelão; • VERMELHO: plástico; • VERDE: vidro; • AMARELO: metal; • PRETO: madeira; • LARANJA: resíduos perigosos; • BRANCO: resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde; • ROXO: resíduos radioativos; • MARROM: resíduos orgânicos; • CINZA: resíduos gerais não recicláveis ou misturado, ou contaminado não passível de separação. 2.1.2. A Logística Reversa e a Sustentabilidade A Logística Reversa contribui para a sustentabilidade das atividades produtivas na medida em que geram impactos positivos sobre o meio ambiente, a economia e a sociedade. No aspecto econômico a implementação da Logística Reversa no setor de pneus inservíveis, resultados financeiros são obtidos por meio de economias nas operações industriais, artesanais e de construção. Tanto em processos de reciclagem mecânica, no aproveitamento da borracha dos pneus em outros produtos como asfalto e produtos artesanais, como reciclagem energética, como combustível do processo de fabricação do cimento. No aspecto ambiental e sanitário, a coleta de pneus ajuda para a não proliferação de animais peçonhentos, como o mosquito transmissor da dengue e os roedores, que transmitem doenças ao homem através da mordedura, fezes e urina (leptospirose, gastrenterite, etc.), além de reduzir os riscos de contaminação do solo e de águas. 24 E no aspecto social, a reciclagem garante ganhos como a geração de empregos diretos, a possibilidade de união, organização de pessoas que costumam ser desprestigiadas e marginalizadas, oferecendo uma oportunidade e incentivo a mobilização comunitária para o exercício da cidadania, em busca de solução de seus próprios problemas. 2.2. O Pneu e seus componentes Ao ver um pneu pronto, a maioria das pessoas não imagina a complexidade escondida debaixo de sua superfície de borracha. Os pneus possuem diversos componentes, que contêm diversas partes, tipos de aços e de compostos de borracha. A maioria das partes do pneu é feita por meio de calandragem (compressão da borracha através de rolos) ou extrusão (compressão da borracha através de moldes que dão formato aos componentes). O pneu é dividido em várias partes na sua produção, como a parte superior que é chamada de “banda de rodagem”, as partes curvas que são chamadas de “ombros”, a lateral que é “banda lateral”, e a parte da junção com a jante do veículo que se chama “talão”. Essas partes citadas são apenas da parte externa do pneu, pois na fabricação existem outras partes que podem ser vistas na Figura 1. 25 Figura 1 – Vista interna de um pneu. Fonte: Maxxis Pneus Um dos maiores problemas relacionados aos pneus inservíveis, é o seu descarte, que até pouco tempo (cerca de 8 anos) havia uma grande dúvida dos revendedores e dos fabricantes para saber quem era o responsável pelos problemas causados ao meio ambiente. Enquanto não se resolvia esse dilema os PI se amontoavam em terrenos baldios, oceanos e lagos, causando um grande problema de poluição ambiental. Por serem de lenta degradação e por acumularem água os PI propiciam a criação de insetos tais como os mosquitos da dengue, por isso é que não se deve acumular pneus em terrenos e rios. A queima dos pneus também é umas das alternativas usadas por algumas empresas que buscam uma forma alternativa de fonte de energia, porém essa fumaça lançada na atmosfera deve ser tratada para que não cause problemas à atmosfera terrestre, pois esses gases tóxicos contêm propriedades químicas que contribuem como o efeito estufa. 26 Existem algumas empresas responsáveis pelo recolhimento dos pneus inservíveis. Essas empresas devem ser licenciadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) ou pelos conselhos estaduais e municipais. Na Paraíba é a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA) a responsável pelo licenciamento e fiscalização das empresas que possam vir a prejudicar o meio ambiente local. 2.3. O Processo de Fabricação do Pneu Conforme a Figura 3, a primeira fase da fabricação do pneu é a preparação do composto. Ele é formado por vários tipos de borracha natural e sintética, negro de fumo, aceleradores, pigmentos químicos, que são colocados em um misturador (Banbury), onde se faz a homogeneização dos elementos (mistura). Para cada parte do pneu há um composto específico, ou seja, com propriedades físicas e químicas diferentes. Formando os componentes (partes do pneu) depois do composto pronto, partimos para a produção dos componentes. É importante ressaltar que nessa etapa não se segue uma ordem de produção, com um componente feito após o outro. Eles podem ser produzidos simultaneamente em vários departamentos da fábrica, pois todos vão ser reunidos para compor o produto final. Esses componentes são: banda de rodagem, parede lateral, talão, lonas de corpo, lonas estabilizadoras e estanque. A banda de rodagem (parte do pneu que entra em contato com o solo) e a parede lateral são feitas pelo processo de extrusão. Uma máquina chamada extrusora, espécie de rosca, vai girando, aquecendo e empurrando o composto para uma fôrma, na qual os componentes tomam seus formatos finais. As lonas de corpo e a lâmina de estanque são formadas na calandra. Nela existem três ou mais rolos cilíndricos que produzem as lâminas de borracha. Essas lâminas se juntam a tecidos de poliéster, nylon (também utilizado como reforço), formando as lonas de corpo. Na formação das lonas estabilizadoras (feita pelo processo de extrusão), vários fios de aço recebem a camada de borracha e formam uma fita com largura determinada. Estas fitas são cortadas em ângulos, concluindo a produção do componente. É importante diferenciar uma lona da outra: as lonas de corpo são aquelas 27 formadas por poliéster e nylon, as lonas estabilizadoras são formadas por fios de aço e o estanque é formado apenas por borracha (composto). O talão (parte do pneu que faz ligação com a roda) passa por uma pequena extrusora, que aplica uma camada de borracha sobre fios de aço. Esses fios são enrolados em cilindros que formam o componente. No processo de construção é produzida a carcaça (esqueleto do pneu que sustenta a carga). Uma parte dos componentes (estanque, lona de corpo e talão) é aplicada em uma máquina, parecida com um tambor, formando a carcaça. Em seguida são aplicadas a lona estabilizadora e a banda de rodagem, formado então, o pneu verde. A vulcanização vai dar forma ao pneu. Ele é colocado em uma prensa sob determinada temperatura, pressão e tempo. Nela, há um molde com as características específicas de cada produto, na qual são determinados a forma e o desenho da banda de rodagem final. Depois de vulcanizado, o pneu passa pela inspeção final, onde são efetuadas todas as inspeções e testes de liberação do pneu, garantindo assim a consistência e a confiabilidade no seu desempenho. A inspeção final é a última etapa do processo. Depois dela, o pneu é armazenado, sendo distribuído às revendas e finalmente chegando às mãos do consumidor. 29 Figura 2 – Processo de Fabricação do Pneu Fonte: Maxxis Pneus 30 2.3. Alternativas de Reaproveitamento dos Pneus Inservíveis A reciclagem é o termo genericamente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto (Wikipédia, 2009). A reciclagem é diferente de reutilização. Reutilizar é usar umproduto mais do que uma vez, independentemente de se o produto é utilizado novamente na mesma função ou não. Dessa forma pode-se utilizar o PI em outras finalidades que não seja a que ele teve finalidade. No próximo tópico veremos algumas alternativas de reuso do pneu inservível. No Brasil, as aplicações de asfalto borracha em rodovias se iniciaram em escala comercial após o ano de 2000, depois da realização do 1° congresso mundial sobre o assunto, em Portugal. Hoje, podemos afirmar que o Brasil, em particular a Petrobrás Distribuidora, dominam a tecnologia de produção, transporte e aplicação do asfalto borracha, com centenas de quilômetros já aplicados nas principais rodovias do país. Algumas das vantagens de se fazer asfalto com PI são: 1. Maior durabilidade; 2. Menor tendência a deformações permanentes; 3. Mais elasticidade; 4. Maior resistência a intempéries; 5. Maior resistência à fadiga; 6. Pavimentos mais duráveis, seguros e de melhor qualidade; 7. Menor custo de produção; 8. Baixa necessidade de manutenção. Na Paraíba não foi encontrado nenhum documento que falasse sobre a utilização de asfalto de borracha. Porém, a maior parte dos PI são utilizados no mercado de artesanato e na incineração em cimenteiras locais. O Brasil produz cerca de 32 milhões de pneus por ano. Quase um terço disso é exportado para 85 países e o restante roda nos veículos nacionais. Pneus se tornam próprios para reciclagem, quando estão desgastados pelo uso. Quando tem meia vida ou carcaças passíveis de recauchutagem têm valor econômico, mas, quando não são passíveis de recuperação não encontram mercado: os geradores da sucata normalmente pagam às empresas de limpeza urbana para o recebimento do material (Lund, 1993). Os dados obtidos em 1993 por Lund, se diferem um pouco, já que hoje no Brasil se produz 40 milhões de pneus novos por ano que dá uma diferença de cerca de 8 milhões a mais do que valor Mencionado em sua citação. 31 Segundo o site da Associação Brasileira da Indústria Pneumática (ABIP) os pneus e câmaras de ar consomem cerca de 57% da produção nacional de borracha. Porém, cerca de 20% desse material é reciclado onde nas indústrias produzem tapetes de automóveis, solado de sapato, pisos industriais e borrachas de vedação, entre outros. Os pneus inteiros são reutilizados em pára-choque, drenagem de gases em aterros sanitários, contenção de encostas e produtos artesanais. No Brasil, carcaças são reaproveitadas como estrutura de recifes artificiais no mar, visando o aumento da produção pesqueira. As vantagens de se reciclar pneus são muito grandes, pois a reciclagem do pneu é capaz de devolver ao processo produtivo um insumo regenerado por menos da metade do custo da borracha natural ou sintética, ou economizar energia, ou poupar petróleo usado como matéria prima virgem, ou melhorar as propriedades de materiais feitos com borracha. O pneu pode ser reciclado inteiro ou picado. Quando picado, apenas a banda de rodagem é reciclada e quando inteiro, há inclusão do aro de aço. Mais alguns exemplos do que se pode fazer com a reciclagem ou o reuso do pneu: Pavimentos para estradas – Pó gerado pela recauchutagem e os restos de pneus moídos podem ser misturados ao asfalto aumentando sua elasticidade e durabilidade (reciclagem). Contenção de erosão do solo – Pneus inteiros associados a plantas de raízes grandes, podem ser utilizados para ajudar na contenção da erosão do solo. Combustível de forno para produção de cimento, cal, papel e celulose – O pneu é muito combustível, um grande gerador de energia, seu poder calorífico é de 12 mil a 16 mil BTUs por quilo, superior ao do carvão (reciclagem energética). Pisos industriais, Sola de Sapato, Tapetes de automóveis, Tapetes para banheiros e Borracha de vedação – Depois do processo de desvulcanização e adição de óleos aromáticos resulta uma pasta, a qual pode ser usada para produzir estes produtos entre outros (reciclar). Equipamentos para Playground e Ambientação – Obstáculos ou balança, embaixo dos brinquedos ou nas madeiras para amenizar as quedas e evitar acidentes (reuso). Esportes – Usados em corridas, ou eventos que necessitem de uma limitação do território á percorrer (reuso). Recauchutagem ou fabricação de novos pneus – Reciclado ou reusado na fabricação de novos pneus. A recauchutagem dos pneus é vastamente utilizada no Brasil, atinge 70% da frota de transporte de carga e passageiros (reuso). Antes de o pneu ser considerado um PI ele passa por uma avaliação de qualidade, ou seja, uma análise minuciosa de sua carcaça para verificar se realmente não servirá para a reforma, onde essa reforma de pneus de automóveis é um processo no qual um pneu usado 32 recebe novas bandas de rodagem. Essa reforma pode ser feita de três formas, que são pelos métodos da Recapagem, que é o processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, Recauchutagem, que é o processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem e dos seus ombros e Remoldagem, que é o processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, dos seus ombros e de toda superfície de seus flancos (este processo também é conhecido como recauchutagem de talão a talão). O processo de reforma do pneu segue as seguintes etapas: 1. Recepção e armazenagem; 2. Inspeção inicial; 3. Raspagem; 4. Aplicação da cola; 5. Reparação; 6. Enchimento ou aplicação do piso; 7. Vulcanização; 8. Inspeção final; 9. Acabamento; 10. Rotulagem e expedição. O uso de pneus recauchutados, apesar de causar divergências, ainda representa uma alternativa mais em conta para o consumidor. No entanto, para que sua utilização seja segura, duas condições tornam-se imprescindíveis: que o produto cumpra as especificações do fabricante; e que o seu processo de confecção tenha um bom padrão de qualidade. Sinalização rodoviária e Pára choques de carros – Algo vantajoso é reciclar pneus inteiros fazendo postes para sinalização rodoviária e para choques, por que diminuem os gastos com manutenção e soluciona o problema de armazenagem de pneus velhos. Compostagem – O pneu não pode ser transformado em adubo, mas, sua borracha cortada em pedaços de 5cm pode servir para aeração de compostos orgânicos. Reprodução de animais marinhos – No Brasil é utilizado como estruturas de recifes artificiais no mar para criar ambiente adequado para reprodução de animais marinhos. 33 3. CAPÍTULO – METODOLOGIA DA PESQUISA Neste capítulo é apresentada a metodologia utilizada na descrição do ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB. Em seguida, esta descrita a identificação da área da pesquisa. 3.1. Procedimentos Metodológicos da Pesquisa Este trabalho, cujo tema é ciclo reverso dos pneus inservíveis (PI) na cidade de João Pessoa/PB, procura avaliar o ciclo reverso do pneu nas indústrias que utilizam este tipo de material reciclado nos processos de produção. Nesse trabalho, o método de pesquisa utilizado foi o descritivo ao realizar uma pesquisa em empresas reformadoras e revendedoras para saber qual o conhecimento da situação atual do ciclo reverso do pneu em João Pessoa. O trabalho aborda todo o ciclo logístico reverso do pneu, desde seu recolhimento nos pontos de coleta até sua reciclagem. Entre os geradores a pesquisa visitou 13 empresas revendedoras de pneus. Já entre os recicladores foram visitadas 4 empresas reformadoras e uma industria cimenteira. Para sistematizar a coleta de dados foram utilizados questionários e roteiros de entrevista (anexo roteiro de entrevista A e B). A análise dos dados foi feita com base em bibliografia referente ao principal assunto abordado (pneu), com isso, feito à pesquisa, obteve respostas que atendessem aos objetivos específicos propostos e com a utilização de gráficosdas principais varáveis da pesquisa, verificando-se semelhanças, antagonismos e tendências. 34 4. CAPÍTULO – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Este Capítulo apresenta os resultados da pesquisa feita nas empresas revendedoras de pneus, reformadoras e a própria empresa destruidora dos PI. Tais resultados serão discutidos posteriormente. 4.1. Resultados Em João Pessoa, a logística reversa dos pneumáticos inservíveis funciona da seguinte forma: os revendedores, os catadores, reformadores e os colaboradores em geral armazenam o pneu inservível em algum local determinado por cada empresa, vendem para a cimenteira que os incineram sem causar danos ambientais, já que seus fornos estão preparados para queimar esse tipo de material, a partir da destruição dos pneus, os fabricantes e os importadores adquirem um certificado junto a essa empresa informando a quantidade de pneu eliminado para, assim, poderem fabricar e/ou importar pneus novos. Por fim, os fabricantes ou importadores repassam esses pneus aos revendedores que vendem aos usuários de automóveis começando novamente um novo ciclo. Figura 3: Ciclo reverso do pneu em João Pessoa 35 4.1.1. Revendedoras Os dados apresentados a seguir referem-se à pesquisa feita as revendedoras de pneus para mostrar como cada uma cuida desse material. Para tanto foi necessário perguntar, por exemplo, o número de funcionários que trocam pneu e formação do gerente. Foram objetos da pesquisa as 13 empresas revendedoras de pneus mais conhecidas de João Pessoa, mais a empresa CIMPOR responsável pela destruição do pneu. Gráfico 1 – Número de funcionários Das empresas pesquisadas percebeu-se que o número de funcionários que trabalham com a troca de pneu gira em torno de cinco a seis funcionários diretos na troca, é o que mostra o gráfico número1. Na tabela número 1, procurou-se saber o que as empresas faziam cerca de cinco anos atrás com os pneus descartados pelos clientes. Os resultados foi que eles não sabiam, simplesmente deixava os pneus na rua para a prefeitura e catadores levavam, ou seja, o que quiseram dizer é que jogavam fora. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 1 Revendedoras Número de Funcionários Pneu Car HC Pneus Revisacar Marpesa Posto Pneu Shop Autovia Pneu Center Cirnes Pneus Pneupointe Rodar Marcop Pneus Mouracar Pneu Mix 36 Empresa Destino do Pneu a 5anos Pneu Car Recolhido pela prefeitura HC Pneus Vendia para recauchutar em CG Revisacar Não soube reponder Marpesa Posto Vendia para catadores Pneu Shop Não soube responder Autovia Jogava fora Pneu Center Não soube responder Cirnes Pneus Não soube responder Pneupointe Não existia antes Rodar Jogava fora Marcop Pneus Não soube responder Mouracar Vendia Pneu Mix Vendia Tabela 1 – Destino do pneu Gráfico 2 – Destino do pneu atualmente Com base no gráfico número 2 se observa que a maior fatia dos revendedores vende seus pneus inservíveis com 61% do total, enquanto outra fatia ainda joga fora esse resíduo mesmo sabendo que existe a Cimpor que da destinação final a esse resíduo. Gráfico 3 – Venda o PI 61% 31% 8% Vende Joga fora Recolhido 77% 23% Sim Não 37 Quando foi feito a pergunta sobre a venda do pneu, no gráfico da figura 3, alguns revendedores entraram em contradição com a questão anterior, pois, 77% afirmaram que vendem o PI, enquanto 23% disseram não vender para ninguém. Pois uma das revendedoras respondeu que era a prefeitura quem recolhia o pneu inservível em sua loja e logo depois afirmou que vendia seus pneus inservíveis. Uma outra revendedora relatou que jogava fora o PI e respondendo a essa questão disse que vende o pneu. Gráfico 4 – Quem compra PI O gráfico número 4 mostra o comércio dos PI, ou seja, praticamente tudo que é comprado vai parar na Cimpor, pois é ela a principal responsável, aqui em João Pessoa, pela destruição dos pneus inservíveis. Considerando também, que catadores e qualquer pessoa compram esses pneus das revendedoras e repassam para a Cimpor, já que a mesma compra os inservíveis de qualquer pessoa. Gráfico 5 – Quem recolhe o PI 8 1 1 3 0 2 4 6 8 Cimpor Catadores Qualquer Pessoa Outros 5 4 3 1 0 1 2 3 4 5 Cimpor Catadores Revendedoras Outros 38 O gráfico número 5 mostra quem faz o recolhimento desse material nas revendedoras. Nesse caso vemos que algumas delas preferem fazer sua própria coleta, ou seja, elas mesmas se encarregam de levar sua carga de pneu inservível para a Cimpor a cada período de tempo estipulada por elas próprias. Porém, a empresa cimenteira ainda é a principal recolhedora da cidade. Gráfico 6 – Tempo de recolhimento dos PI Como mostra o gráfico número 6 houve várias respostas para essa questão. Logo observa-se que o tempo de recolhimento varia de acordo com o que se tem nos depósitos das revendedoras e da necessidade da cimenteira de queimar os PI. Gráfico 7 – Quantidade de pneus novos vendidos 8% 23% 30% 8% 8% 23% Diariamente Uma vez por semana Uma vez por mês Duas vezes por mês Quatro vezes por ano Não soube informar 0 1 2 3 4 Menos de 50 por mês 51 - 199 por mês 200 - 299 por mês 300 - 399 por mês 400 - 500 por mês Não soube responder 39 O gráfico número 7 mostra a quantidade de pneus novos vendidos por mês nas revendedoras. Segundo alguns gerentes e donos das revendedoras informaram, alguns clientes compram os pneus novos trocam pelos já gastos e levam esses PI com eles. Gráfico 8 – Principais fornecedores A gráfico número 8 mostra os principais fornecedores de pneus das revendedoras de João Pessoa. A Pirelli, a Goodyear e a Firestone ainda são as marcas mais buscadas pelos consumidores, sendo elas presentes em quase todas as revendedoras pesquisadas nesse trabalho. 4.4.2. Reformadoras Os próximos gráficos se referem à pesquisa feita nas reformadoras de pneus existentes. Como não há muitas empresas reformadoras na cidade a pesquisa foi feita nas quatro existentes em João Pessoa. 0 1 2 3 4 5 Goodyar Pirelli Firestone Continental Maxxis BF Goodrich Michelin Yokohama Toyo 40 Gráfico 9 – Tempo de existência no mercado Pelo gráfico número 9 o que se observa é que pelo menos três empresas reformadoras têm uma experiência no ramo, pois já trabalham cerca de 10 anos. Gráfico 10 – Número de funcionários Das quatro empresas pesquisadas no gráfico número 10, duas tinham entre 5 e 10 funcionários e outras duas acima de 20. O que se observou in loco foi que realmente as empresas tinham aproximadamente esses números de funcionários. Nas duas primeiras 7 ou 8 funcionários e nas outras entre 20 e 30 funcionários. Vale salientar que esses profissionais são específicos na reforma do pneu e não da loja em geral. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2 - 5 anos 5 - 10 anos 10 - 20 anos mais de 20 anos Série1 2 2 5 - 10 Funcionários Acima de 20 funcionários 41 Gráfico 11 – Tipo de trabalho Todas as empresas recuperadoras de pneus em João Pessoa trabalham com a recapagem do pneu, como mostra o gráfico número 11. Recapagem é o processo pelo qual um pneu é reformado pela substituição de sua banda de rodagem, ou seja, a parte que entra em contato com o solo. Gráfico 12 – Quantidade de pneu recuperado por semana No gráfico número 12, a quantidade de pneu recuperado entre as empresas chega a 56% de diferença da empresa 1 (recamique)e a empresa 4 (olico). Isso é devido ao fato da quantidade de funcionários que a empresa possui e a sua credibilidade perante o mercado já que a recamique trabalha com uma tecnologia melhor que a olico, se comparado estas duas. Quando perguntado sobre o tipo de pneu que é recuperado na empresa todas afirmaram que só trabalham com recuperação de pneu de carga, pois o custo para recuperar 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 Série1 4 0 0 Recapagem Remoldagem Recauchutagem 220 130 200 125 0 50 100 150 200 250 Recamique Dafonte Pneus Boa Viagem Olico 42 um pneu de carga é menor do que se fosse comprar um pneu novo. Já um pneu de carro de passeio não seria viável, pois o custo benefício de aquisição de um pneu novo é menor do que recuperá-lo. Quanto ao custo de aquisição de um pneu, as empresas pesquisadas afirmaram que os pneus chegam a eles sem nenhum custo, ou seja, recebem os pneus, fazem a análise e confirmam se pode recuperá-lo ou não. Essa questão também reflete em outra quando perguntado aos entrevistados como é que chegam os pneus em suas lojas, e todos, sem exceção, afirmaram que tanto recebem o pneu quanto vão buscá-lo. A próxima questão se refere à inspeção. Nessa questão todas as quatro empresas entrevistadas afirmaram ter um critério de inspeção para que se possa chegar a uma conclusão sobre a recuperação ou não do pneu gasto. Esses critérios variam de empresa para empresa. A Recamique realiza sua inspeção se baseando nos danos do pneu e estabeleceu que a carcaça deva ter pelo menos 20mm de espessura. Já a Dafonte Pneus utiliza do critério onde o pneu não deve ter mais de 3 anos de vida útil e não pode estar aparecendo à lona do pneu. Para a Boa Viagem o pneu que chega não pode ter tido muitos furos e a lona não pode estar aparecendo, e por fim a Olico o pneu deve esta dentro da sua vida útil e ter 3mm de espessura de borracha. Quanto a eventuais erros na aceitação do pneu mesmo após ter passado pela inspeção três das quatro empresas afirmaram que erravam algumas vezes em aceitar pneu quando na verdade eles deveriam ser descartados. Apenas a Boa Viagem diz que não há erro na sua inspeção e que os pneus que entram para ser recuperados realmente são pneus em condições de ser recuperados. A Olico além de afirmar que erra diz que a margem de erro está em torno de 20%. A próxima questão da pesquisa perguntou o que as empresas faziam com o material e os pneus reprovados na inspeção e a resposta foi que todas elas vendem esse material para a Cimpor para que possa ser destruído. A Olico além de vender para a Cimpor também vende para uma empresa que fabrica borracha para panela de pressão em Recife. Quanto ao tempo e quantidade de pneus mandados a Cimpor, a Recamique diz que manda a cada vinte dias aproximadamente 30 pneus, a Dafonte Pneus manda uma vez por mês mais não soube informar quanto, a Boa Viagem manda uma vez por mês cerca de 1000Kg de PI e a Olico manda para a Cimpor quinzenalmente 2300Kg d PI e uma vez por mês 600Kg para a empresa que fabrica borracha de panela de pressão. 43 Procurou-se saber o preço do pneu recuperado nas empresas e esse valor ficou entre 200 e 400 reais o pneu que mais se recupera (pneu 295 / 80R). Perguntado se existia loja própria todos afirmaram que não tem loja só a reformadora de pneu. Os clientes dessas empresas são donos de frotas de caminhões, de ônibus, caminhoneiros em geral entre outros. A quantidade de pneu que chega a três das empresas pesquisadas são diferentes das que saem. Na Recamiqui 5% dos pneus que chegam são recusados, na Dafonte Pneus é a única que diz que todo o pneu que chega igual ao que sai, na Boa Viagem cerca de 30% desses pneus são recusados e na Olico 20% desses pneus vão para Cimpor e uma empresa fabricante de borracha de panela de pressão em Recife. 4.2. Análise do Ciclo Reverso Após pesquisa feita e de posse dos dados foi possível observar que algumas empresas revendedoras estão atentas ao processo de destruição dos pneus inservíveis e sobre a empresa que é responsável por essa destruição, porém, a maneira como esse material é repassado é que é um problema para algumas dela. Como algumas dependem de alguma outra empresa para fazer o recolhimento desse material seus galpões ficam ocupados, e nesse caso algumas utilizam o mesmo local de armazenamento dos pneus novos, quando estes têm algum galpão. Também foi possível observar que uma das revendedoras faz a troca do pneu e coloca o inservível na calçada para que catadores ou o caminhão do lixo possa carregar, segundo o gerente informou. Quando falado informalmente com os respondentes da pesquisa sobre o projeto nordeste rodando limpo que a Cimpor está fazendo apenas uma revendedora sabia explicar do que se tratava, o restante desconhecia o nome desse projeto, porém sobre a destruição de pneu nos fornos da cimenteira todos sabem. Porém, o que pode perceber também é que as revendedoras desconheciam sobre a norma do CONAMA, pois se entende que como são apenas revendedoras não interessam saber que quantidade de pneus deve ser destruída, pois isso interessa mais as empresas que eles compram o pneu que nesse caso são as fábricas e as importadoras. Com relação às reformadoras de pneus o que foi observado é que em seu trabalho existe um pequeno conhecimento sobre o assunto da destruição de pneus pela empresa cimenteira Cimpor. O que foi visto é que eles armazenam todo material rejeitado, e que não 44 pode mais ser aproveitado, e enviam a Cimpor. Chegando lá, queimam em seus fornos destruindo o pneu inservível e utilizando como forte de energia alternativa. Porém, quando perguntado sobre o programa NRL (Nordeste Rodando Limpo) não sabiam do que se tratava. Algumas observações no roteiro de entrevista foram justamente a falta de conhecimento sobre esse assunto por parte dos entrevistados, pois se elas estão ligadas diretamente com o pneu inservível esse assunto deveria ser de seus pontos fortes. Outra curiosidade é que a empresa cimenteira não divulgou o programa para essas empresas, segundo elas informaram, já que seria fundamental para uma parceria ainda mais coerente e consciente, não apenas na questão ambiental como também na educacional das pessoas. Por fim, acredita-se que esta proposta do projeto NRL servirá para direcionar ações de melhorias, minimizando e até eliminando a poluição e auxiliando o desenvolvimento de um ambiente mais propício ao desenvolvimento do município de João Pessoa/PB. 4.3. Grupo CIMPOR A CIMPOR é um grupo cimenteiro internacional, que ocupa o 10º lugar no ranking mundial. Sua capacidade de produção está próxima aos 28 milhões de toneladas ano, com clínquer próprio, cuja atividade se estende até 11 países. A Cimpor é líder nacional nos mercados de Portugal, Cabo Verde, Moçambique e regional em Marrocos (Rabat), Egito (Alexandria) e África do Sul (KwaZulu-Natal), ocupando, ainda a 2ª, 3ª e 5ª posições nos mercados da Tunísia, Brasil e Espanha, respectivamente (CIMPOR,2008). A Cimpor desenvolve suas atividades nas áreas de produção e comercialização do cimento, cal hidráulica, concreto e agregados, pré-fabricação de betão e argamassas secas em onze países: Portugal, Espanha (1992), Moçambique (1994), Marrocos (1996), Brasil (1997), Tunísia (1998), Egito (2000), África do Sul (2002), Cabo Verde (2005), Turquia (2007), China (2007). No Brasil os primeiros passos da Cimpor foram dados com a aquisição de fábricas em Campo Formoso na Bahia, Cajati em São Paulo, Candiota e Nova Santa Rita no Rio Grande do Sul, Cezarina em Goiás, São Miguel dos Campos em Alagoas, João Pessoa na Paraíba e Brumado na Bahia. A CIMPOR Brasil tem hoje capacidade instalada de 5,8 milhões de toneladas/ano, e vendas estimadas para 2.000 de 4 milhões de toneladas, com participação de mercado de 45 9,2%. Esta participação tornaa CIMPOR/BR o terceiro maior grupo cimenteiro do país (Cimpor, 2008). A mais antiga fábrica de cimentos das regiões nordeste e norte do Brasil é a Cimpor/PB, uma das unidades industriais mais importantes do estado da Paraíba, a fábrica de cimento (antiga CIMEPAR) de João Pessoa iniciou suas atividades no ano de 1933, passando a fazer parte do Grupo CIMPOR em 1997. A certificação ISO 9001 foi obtida em 1996 (ainda quando era de outro grupo), e desde esse ano, várias ações de melhoria nos processos produtivos têm sido desenvolvidas. A certificação ISO 14001 foi obtida em 2005. Isso aconteceu especialmente com a ampliação e digitalização da moagem de cru e do forno, realizadas a partir de 1997 e, em 2007 com a digitalização do moinho de cimento. Outro momento marcante da história da unidade foi o início da utilização do minerador contínuo de superfície, ocorrido em 2003. 4.4. Projeto “Rodando Limpo” 4.4.1 O Idealizador Francisco Simeão Rodrigues Neto é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados – ABIP - e o principal responsável pela iniciativa de elaboração e aprovação da atual legislação - Resolução CONAMA nº 258/99. Segundo Francisco Simeão, o programa Rodando Limpo nasceu com a elaboração de um texto de resolução levada ao CONAMA que em plenário foi sugerido a formação de um grupo de trabalho voltado a mostrar a cada conselheiro das vantagens de constituir uma lei onde as importadoras e fabricantes de pneus deveriam dar uma destinação ambientalmente adequada ao chamado “lixo-pneu”, nascendo assim, no ano seguinte a Resolução CONAMA nº 258/99. Apesar da exigência legal estabelecida pela resolução, as empresas de fabricantes e importadoras demoraram a se enquadrar. Houve, na verdade, uma rejeição dessas empresas em obedecer essa nova lei em virtude de não conseguir cumprir as metas da Resolução CONAMA nº 258/99. O programa foi implantado inicialmente em Curitiba integrando os esforços da Secretaria Municipal de Saúde e a da Educação. 46 Segundo Simeão, no início do programa, houve algumas dificuldades por parte dos fabricantes em seguir o que determina a Resolução CONAMA 258/99, pois como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Ambientais Renováveis (IBAMA) não os fiscalizavam a ABIP (Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remoldados) ingressou com Representação Criminal contra seus presidentes, por crime contra o meio ambiente e contra o presidente do Ibama, por crime de prevaricação, por não fiscalizá-las, como deveria (Ambiente Brasil, 2008). 4.4.2. Programa Nordeste Rodando Limpo Oficialmente o programa Nordeste Rodando Limpo foi lançado na CIMPOR em 14 de março de 2005 na fazenda da Graça, na Ilha do Bispo, em João Pessoa/PB, (porém a CIMPOR – PB trabalha com a coleta desde 2002). Na época, estiveram presentes o diretor presidente do grupo CIMPOR, o português Alexandre Lencastre, o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, o vice-governador de Pernambuco José Mendonça Filho, o governador do Paraná Roberto Requião e o prefeito da cidade de João Pessoa, Ricardo Coutinho. Em 26 de Novembro de 2008 foi feita uma visita à indústria de cimento CIMPOR – PB (Cimento de Portugal), com o intuito de conhecer mais a fundo o funcionamento do programa “Nordeste Rodando Limpo”. Nessa visita, o funcionário Paulo Junior conversou sobre o programa já que ele é o responsável, aqui na Paraíba, Pernambuco e Alagoas pelo programa. Na época, a empresa tinha uma parceria com a BS COLWEY e a ANIP (Associação Nacional da Indústria Pneumática). Hoje a CIMPOR está ligada a BS COLWEY, porém de forma indireta, pois o trabalho é monitorado pelo IBS (INSTITUTO BS COLWEY) e a ANIP. Pelo fato do IBS trabalhar com ações sociais isso desvincula a empresa BS COLWEY de ter uma parceria direta com a CIMPOR, pois é de extrema necessidade para a BS COLWEY que a CIMPOR destrua os PI, que dessa forma ela teria direito ao certificado exigido para a importação. O Instituto BS Colwey (IBS) tem por objetivos a proteção do patrimônio ambiental; a promoção da educação; da ação social e da saúde pública, visando à construção de um futuro de interesse comum, que beneficie a todos e assegure uma vida digna dos grupos mais vulneráveis da comunidade local, gerando maior prosperidade e justiça social (IBS, 2008). 47 A CIMPOR continua a comprar os pneus de seus “associados” (assim mensionados), onde cada pneu custa 40 centavos a unidade ou 80 reais a tonelada. A maior parte dos pneus chega através de caminhoneiros que vendem o pneu coletado. Também existe um preço para cada tipo de pneu, o valor já descrito acima é relacionado ao chamado pneu de passeio, já para o pneu de caminhonete, de caminhão e/ou trator esse valor sobe para R$ 0,80 e R$ 2,00 respectivamente. A parceria com a Associação Nacional da Industria Pneumática (ANIP) fez com que a CIMPOR adiquirissem uma máquiana trituradora de pneus, pois se acreditava, segundo o entrevistado, que o pneu queimaria muito mais rapido se comparado a queima dele inteiro. Porém, descobriram que se queimasse o pneu inteiro o seu poder de queima seria bem maior (PCI – Poder Calorifico Interno). Dessa forma a máquina trituradora foi desmontada e enviada a uma outra fábrica em São Paulo. Hoje a CIMPOR queima pneu de todas as formas, pois depois de estudos viram que não fazia difernça queimar inteiro ou triturado assim, remotaram a trituradora novamente, porém com as peças de outra trituradora, já que a empresa tinha mais de uma em suas unidades, e essa trituradora ficou limitada a trituras pneus de passeio. Com isso o triturador ou picador, como foi chamado, tem a capacidade de triturar 10 toneladas por hora. A forma de como é colocado o pneu inteiro nos fornos é aleatório, fica um funcionário responsável em abrir o forno e jogar um ou dois pneus de uma vez para ser queimado. Antes existia um tempo para isso que era a cada 2 minutos e 20 segundos, pois se acreditava que a cada abertura de porta o forno perdia muito calor ao final de um dia e nesse caso seria mais viável colocá-los com tempos determinados. A CIMPOR dispõe em suas chaminés de eletroflitros que têm a capacidade de absorver toda a forma de impureza que seria lançada ao meio ambiente, pois a toxidade do pneu queimado quando comparado com outro produto como o coque de petróleo, ele libera bem menos impurezas, por isso os filtros são adequados para esse tipo de substância. É tanto que hoje ela não queima só coque e pneu, ela também queima outros resíduos como bancos de couro, borrachas de outras formas, sandálias e areia contaminada como as de óleo automotivo. Hoje, a queima do pneu, representa para a CIMPOR um ganho monetário de 5%, se comparado com a queima do coque de petróleo, porém, a empresa tem uma meta de chegar a 20% em pouco tempo (tempo não informado). Na CIMPOR foi detectado um grande problema com a quantidade de pneus aramazenados, pois a empresa recebe muito mais pneus do que ela tem capacidade de queimar. São cerca de 800t/mês de pneu que entra contra 400t/mês que queimam. Logo esses 48 pneus são estocados em galpões que quando cheios são obrigados a armazena-los em ambiemte aberto entrando em conflito com a fiscalzação da secretária da saúde por causa do foco do mosquito da dengue. Para tanto, a solução encontrada para esse problema foi cobrir os pneus com lonas ou mandar os pneus para outras unidade do grupo. Existe uma meta a ser buscada em 2009 para minimizar esse problema do grande número de pneus em sua planta fabril, que é queimar 700t/mês. A CIMPOR tem uma sede em Recife, chamada de Ecobase, que recolhe pneus e encaminha para João Pessoa e Alagoas. A coleta de pneus é feita em varias cidades como Piauí, Feira de Santana, e interior dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Maceio e Goiás. A Ecobase do Programa Rodando Limpo, está localizadano galpão da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), no Cais José Estelita. Uma das dúvidas era com relação ao processo logístico do pneu desde a sua chegada até a sua queima. Foi observado que o pneu chega de vários lugares como a capital, interior e até de outros Estados. Alguns números do Programa Nordeste Rodando Limpo (Fonte: Paulo Campelo – Meio Ambiente da Cimpor): 2005 – Primeiro ano do Nordeste Rodando Limpo foram recebidos pouco mais de 3.093 toneladas de pneus inservíveis; 2006 – Já no segundo ano do NRL foram recebidos 7.200 toneladas de pneus inservíveis com a implantação da Ecobase Recife e Maceió; 2007 – Ultrapassam a casa das 10.000 toneladas de pneus inservíveis; 2008 – Chegam aos 12.700 toneladas no ano, com uma média de 750 toneladas por mês só na unidade de João Pessoa (52% do total recebido). No Programa Nordeste Rodando Limpo, temos duas unidades de destruição desse resíduo, uma em João Pessoa – PB e a outra em São Miguel dos Campos – AL. Em 2006 o volume de pneus novos e usados colocados no território brasileiro foi o seguinte (BS Colwey, 2008): 49 TOTAL PNEUS IMPORTADOS + FABRICADOS NO BRASIL EM 20 06 VENDIDOS NO BRASIL PERCENTUAL Discriminação Quantidade Peso total/Kg 1 Pneus novos fabricados e vendidos no Brasil 41.640.146 537.442.120 72,75% 2 Pneus novos importados e vendidos no Brasil 9.934.747 128.594.181 17,41% Subtotal 51.574.893 666.036.301 90,16% 3 Pneus usados importados 7.157.035 71.106.565 9,63% 4 Pneus reformados importados / Mercosul 175.557 1.519.507 0,21% 5 Pneus reformados importados de outros países 5.186 47.104 0,01% Total 58.912.671 738.709.477 100,00% Tabela 2 – Quantidade de pneus importados e fabricados colocados no Brasil A tabela número 2 descreve cada forma de como o pneu chega ao território brasileiro. O que se vê é que a maior parte é fabricado aqui mesmo seguido das importações. CUMPRIMENTO OBRIGAÇÃO AMBIENTAL RESOLUÇÃO CONAMA 25 8/99 Quantid ade de kg de pneus colocados no Brasil x Percentual coletado TOTAL EM OBRIGAÇÃ O TOTAL CUMPRIDO Discriminação QUILOS 100% Percentua l Peso/Kg 1 Pneus novos fabricados e vendidos no Brasil 537.442.120 537.442.120 18,75% 100.770.398 Subtotal 1 537.442.120 537.442.120 18,75% 100.770.398 2 Pneus novos importados e vendidos no Brasil 128.594.181 128.594.181 125,00% 160.742.726 3 Pneus usados importados 71.106.565 71.106.565 125,00% 88.883.206 4 Pneus reformados importados / Mercosul 1.519.507 1.519.507 125,00% 1.899.384 5 Pneus reformados importados de outros países 47.104 47.104 125,00% 58.880 Subtotal 2 201.267.357 201.267.357 125,00% 251.584.196 Total 738.709.477 738.709.47 7 47,70% 352.354.59 4 Tabela 3 – Quantidades de pneu colocada no mercado x Quantidade retirada A tabela número 3 mostra que em 2006 as multinacionais dos pneus coletaram e destinaram somente 18,75% de pneus inservíveis (kg), em relação à quantidade de quilos de pneus que colocaram no mercado. Também elas coletaram e destinaram, de forma ambientalmente adequada o equivalente a 125% de pneus inservíveis, em relação à quantidade de pneus importados (em kg). 50 4.4. Frota de veículos no Brasil segundo o DETRAN Estima-se que no Brasil existem cerca de 39.858,284 veículos em circulação, destes 130.166 circulam na Paraíba que representa 0,33% do total. A tabela abaixo mostra a frota de veículos em circulação no país em 2008. Posição Estado Frota de Veículos Capital Frota da Capital 1 São Paulo 16.804.442 São Paulo 8.146.697 2 Minas Gerais 5.394.843 Belo Horizonte 1.604.291 3 Paraná 4.159.953 Curitiba 1.515.841 4 Rio Grande do Sul 3.976.569 Porto Alegre 1.473.489 5 Rio de Janeiro 3.668.903 Rio de Janeiro 2.653.159 6 Santa Catarina 2.725.114 Florianópolis 214.788 7 Goiás 1.810.618 Goiânia 864.109 8 Bahia 1.639.266 Salvador 619.949 9 Pernambuco 1.294.022 Recife 695.094 10 Ceará 1.214.695 Fortaleza 650.001 11 Distrito Federal 995.903 Brasília 995.903 12 Rio Grande do Norte 965.930 Natal 496.179 13 Espírito Santo 959.256 Vitória 471.978 14 Mato Grosso 838.948 Cuiabá 196.543 15 Mato Grosso do Sul 747.205 Campo Grande 311.854 16 Pará 657.084 Belém 275.681 17 Maranhão 499.570 São Luis 189.639 18 Paraíba 491.931 João Pessoa 210.730 19 Amazonas 392.238 Manaus 359.903 20 Piauí 389.928 Teresina 197.017 21 Rondônia 381.818 Porto Velho 100.159 22 Alagoas 318.149 Maceió 171.049 23 Sergipe 304.128 Aracaju 179.678 24 Tocantins 290.114 Palmas 87.207 25 Acre 98.531 Rio Branco 73.084 26 Roraima 87.175 Boa Vista 79.788 27 Amapá 79.969 Macapá 78.011 - BRASIL 51.186.302 Brasília 995.903 Tabela 1 – Frota de veículos no Brasil Fonte: DETRAN, 2008 51 Os gráficos a seguir mostram a diferença das frotas divididas por região. Gráfico 13 – Frota de veículos da Região Sudeste, por Estado em 2008. O gráfico número 13 mostra as frotas de veículos na região Sudeste onde São Paulo se sobressai sobre os outros estados com um valor muito acima da segunda maior frota que é Minas Gerais. Gráfico 14 – Frota de veículos da Região Sul, por Estado em 2008. No gráfico número 14 vemos que a Região Sul a frota é mais uniforme com uma diferença apenas para Santa Catarina. Gráfico 15 – Frota de veículos da Região Centro Oeste, por Estado em 2008. 0 500000 1000000 1500000 2000000 Distrito Federal Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul 0 1000000 2000000 3000000 4000000 5000000 Paraná Rio Grande do Sul Santa Catarina 0 5000000 10000000 15000000 20000000 Espirito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo 52 O gráfico número 15 mostra a Região Centro Oeste, onde Goiás é quem aparece com a maior frota. Já os demais estão praticamente com os mesmos níveis em suas frotas. Gráfico 16 – Frota de veículos da Região Norte, por Estado em 2008. No gráfico número 16, a Região Norte mostra que o Estado do Pará lidera as estatísticas da maior frota de sua Região deixando o Amapá como o Estado com a menor frota veicular. Gráfico 17 – Frota de veículos da Região Nordeste, por Estado em 2008. Por fim, no gráfico número 17, temos a região que interessa mais esse trabalho que é a Região Nordeste, pois está nele o objeto de pesquisa que é o Estado da Paraíba e mais precisamente a cidade de João Pessoa. No gráfico vemos que Bahia e Pernambuco lideram as estatísticas em quanto a Paraíba apenas em quinto lugar das frotas. As vendas totais de veículos novos, que englobam os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, cresceram cerca de 25% na Paraíba comparando o primeiro trimestre de 2008 com onde 2007, saltando de 12.544 unidades para 15.713 unidades. Esse crescimento, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de 0 500000 1000000 1500000 2000000 Alagoas Bahia Ceará Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Sergipe 0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000 Acre Amapá Amazonas Pará Rondônia Roraima Tocantins 53 Veículos Automotores (FENABRAVE), está dentro da média nacional, que foi de 25,72% (Jornal A União, 2008). De acordo com o levantamento da Fenabrave, o mês de janeiro foi o melhor em volume de vendas: um total de 5.578 veículos. No mês de fevereiro, que possui menor quantidade de dias úteis (19 dias) em relação a janeiro (22 dias), o mercado registrou uma queda em torno de 10,2%, com a venda de 5.008 veículos. Contudo, as vendas cresceram 34,32% em relação a fevereiro de 2007 (3.615). Em março, o setor começou a reagir e vendeu 5.127 automóveis. Já em números absolutos, as motos (8.555) e a soma de autos e leves (6.898) representaram praticamente todo o varejo, num total 15.453 veículos (Jornal A União, 2008).O crescimento da frota de veículos na Paraíba nos últimos quatro anos (2003- 2007) foi de 46,5%, passando de 336,3 mil veículos para 492,9 mil. Os números ultrapassam o crescimento da população do estado, que registrou pouco mais de 3,3% nesse período. De acordo com a contagem realizada pelo IBGE, em 2003, o estado tinha 3,524 milhões de habitantes e subiu para 3,641 milhões no ano passado, uma diferença de 156,1 mil habitantes enquanto o número da frota subiu de 336,2 para 492,9, o que resulta em mais de 156,6 mil veículos (Jornal A União, 2008). Na relação veículo/habitante, a Paraíba está acima da média nacional, mesmo tendo apresentado uma queda de 10,4 habitantes/veículo em 2003 para 7,4 habitantes/veículos em 2007. No país, a média da frota é um carro para cada 4,2 habitantes. De acordo com os dados do Detran, mais de 65% da frota é do interior enquanto a capital sozinha é responsável por 35%, o que representa quase 170 mil veículos (Jornal A União, 2008). Em 2007, as vendas de veículos nas concessionárias da Paraíba cresceram 38,81% (incluindo motos, ônibus e caminhões) e bateram recordes de vendas da última década. Foram vendidos 56.548 novos veículos contra 40.735 em 2006, ou seja, a média de vendas foi de 4,7 mil veículos por mês. Somente de autos, o crescimento chegou a 30,4% com a comercialização de 22.565 unidades contra 17.293 no ano anterior (Jornal A União, 2008). 54 Gráfico 18 – Quantidade de veículos na Paraíba e João Pessoa O gráfico número 18 mostra a quantidade de veículos no estado da Paraíba onde João pessoa aparece com praticamente metade do total de veículos. 43% 57% João Pessoa Outros municípios 55 5. CAPÍTULO – CONCLUSÃO Em João Pessoa, muitos pneus são descartados mensalmente pelas revendedoras, reformadoras e borracharias. Devido à falta de uma coleta específica desse material e a falta de esclarecimento da população sobre os problemas que esses pneus podem acarretar é que é possível encontrar esses PI em áreas indevidas. A estimativa de renovação de pneus pelas revendedoras é praticamente igual aos descartados, se considerarmos apenas os pneus de veículos tipo passeio e utilitários de menor porte. É provável que a diferença entre a quantidade vendida e a quantidade descartada seja devido, em parte, às formas de reciclagem e reaproveitamentos existentes, já que o que se observa é que, pelo fato de terem muitos pneus descartados inadequadamente, parece ter mais pneu vendido do que descartado. Logo, existe uma buscar de soluções, como a destruição de pneus nos fornos das cimenteiras, para evitar que essa grande quantidade de pneus continue sendo depositada em locais inadequados, acarretando nos mais diversos problemas ambientais e de saúde pública, diminuindo a perspectiva para um desenvolvimento sustentável. Portanto, há que se buscar atividades viáveis para redução e reaproveitamento desse produto, evitando estes problemas que na maioria das vezes são de difícil controle. Dentre esses, o reaproveitamento energético industrial torna-se uma das principais saídas. Os processos de incineração, no entanto, merecem um destaque especial, pois, num futuro, podem ter um papel importante na geração de energia, já que podem aproveitar todo tipo de material que seria descartado inadequadamente em seus fornos, tendo controle dos poluentes gasosos em seus processos produtivos. Na indústria do cimento, por exemplo, o resíduo da incineração se mistura ao próprio produto, já tendo um descarte direto. A quantificação do montante de pneus torna-se essencial para o dimensionamento dos fornos, da validação da viabilidade da mudança para o uso de tal material. Para isso, este trabalho poderá servir de subsídio básico e espera-se que estudos como este possam produzir resultados significativos trazendo benefícios à população. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Site Ambiente Brasil. Disponível em: www.ambientebrasil.com.br. Capturado em Junho de 2008. ABIP – Associação Brasileira da Indústria Pneumática. Disponível em: www.abip.com.br. Capturado em Setembro de 2008. ANIP – Associação Nacional da Indústria Pneumática. Disponível em: www.anip.com.br. Capturado em Abril de 2008. BOWERSOX, D J. et al. Logistical management - a systems integration of physical distribution, manufacturing support and materials procurement. New York: MacMillan, 1986. BOWERSOX, D.J. & CLOSS, D.J. 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