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Avaliação Pré-Anestésica

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Avaliação Pré-Anestésica e Escolha da Técnica de Anestesia
Anestesiologia - Dr. Bedin, Aula 02
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
Finalidades
· Determinar o estado físico do paciente
· Desenvolver um plano de cuidados anestésicos
· Discutir com o paciente ou, em caso de pacientes pediátricos, com o adulto responsável, o plano anestésico proposto
A avaliação pré-anestésica inclui:
· História, revisão da medicação utilizada, exame físico, interpretação de exames complementares, medicação pré-anestésica, consentimento informado
· A avaliação pré-anestésica pode ser realizada em consultório de avaliação pré-anestésica ou em leito hospitalar no caso de pacientes já internados
História Clínica
· Anestesias anteriores
· Doenças coexistentes
· Asma, HAS, Diabetes
· Atopia
· Tendência hereditária a desenvolver manifestações alérgicas
· Por exemplo: asma, certas rinites, urticária…
· Medicações em uso
· Hábitos de vida
· Tabagistas, em cirurgias programadas, recomenda-se que parem de fumar 2 meses antes da operação
· Consumo de álcool
Exame Físico
· SNC
· Sistema cardiovascular
· Pulmões
· Vias aéreas superiores
· Distância mento-esternal (do queixo ao esterno)
· Indicador de mobilidade de cabeça e pescoço
· É considerado o melhor indicador para descartar vias aéreas consideradas de difícil intubação
· Abaixo de 12 cm é considerada via aérea difícil
· Mallampati (algoritmo da cavidade oral – relação entre a língua e a cavidade oral)
· Importante critério para avaliar dificuldade de intubação – classe IV é considerada muito difícil de intubar
· Classificação de Cormack
· Coagulação
· Medicações anticoagulantes geralmente são suspendidas antes da cirurgia
EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS
Encaminhar para consulta pré-anestésica, entre 7-14 dias antes da data da cirurgia
· Este prazo se faz necessário para que, se o anestesiologista avaliado julgar necessário, haja tempo hábil para solicitação de exames e/ou avaliação com especialistas
Rotina de solicitação de Exames Complementares
Procedimentos de Pequeno Porte
· Para procedimentos de pequeno porte, não há necessidade de exames para pacientes assintomáticos
Solicita-se eletrocardiograma para homens acima dos 40 anos e para mulheres acima dos 50 anos
Em Qualquer Idade
Exames conforme as doenças pré-existentes e cirurgia proposta
Solicitar os Exames Abaixo nas Seguintes Situações:
Hematócrito ou Hemoglobina
· Grandes sangramentos, gravidez, alterações hematológicas, quimioterapia, diabetes, insuficiência renal, doença cardíaca
RX de Tórax
· Doença pulmonar, grande fumante, procedimentos intratorácicos
Eletrocardiograma
· Homens acima de 40 anos
· Mulheres acima de 50 anos
· Hipertensão, sintomas cardiovasculares
Glicemia
· Diabetes, uso de corticoides, doença pancreática, doença hipotalâmica, doença adrenal
Provas de Coagulação
· Uso de anticoagulantes, doença hepática, desnutrição, sangramento ativo recente
Potássio plasmático
· Doença renal, doença adrenal, doença tireoidiana, uso de diuréticos, quimioterapia, distúrbios gastrointestinais
· Em alguns casos, fazer encaminhamento para avaliação com especialistas – cardio, pneumo, endócrino, neuro, hemato
ESTADO FÍSICO
De Acordo com as Diretrizes da American Society of Anesthesiologists (ASA)
Estado físico I (ASA): Paciente saudável
Estado físico II (ASA): Doença sistêmica leve; sem alteração funcional
Estado físico III (ASA): Doença sistêmica grave; com alteração funcional
Estado físico IV (ASA): Instável; risco de vida
Estado físico V (ASA): Paciente moribundo, sem perspectiva de sobrevida
Estado físico VI (ASA): Morte cerebral
	Obs: Acrescentar a letra “E” quando urgência → Ex. ASA III E
· Um paciente pode chegar no pronto socorro com classificação ASA I e transformar-se rapidamente em ASA IV, como, por exemplo, em casos de acidentes de carro
ESCOLHA DA TÉCNICA ANESTÉSICA
· Levar em consideração:
· Comorbidades
· Sítio da cirurgia
· Posição corporal durante a cirurgia
· Cirurgia eletiva ou urgência
· Suspeita de dificuldade de intubação traqueal
· Idade do paciente
· Controle da dor pós-operatória
· Preferência do paciente
· A técnica anestésica pode ser:
· Anestesia geral
· Anestesia regional
· Bloqueio do nervo periférico
· Cuidados monitorados e sedação
· Bloqueio de nervo periférico com cuidados monitorados e sedação é, geralmente, a técnica anestésica de escolha para cirurgias plásticas
PREPARO PARA INICIAR A ANESTESIA
· Medicação pré-anestésica
· Avaliar monitores, aparelho de anestesia, aspirador, material para intubação traqueal, medicação para anestesia
· Monitorização
· Venóclise
· Procedimento realizado para obter uma via venosa através da introdução de um cateter sobre a veia. Realiza-se com o objetivo de infundir grandes volumes de líquido dentro das veias, com o objetivo de administrar medicamentos, manter e/ou repor reservas orgânicas de água, eletrólitos e nutrientes, restaurar equilíbrio ácido-básico e restabelecer o volume sanguíneo
CONSULTÓRIO DE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
Objetivos da Avaliação Pré-Anestésica
· Reduzir a morbidade do ato anestésico-cirúrgico
· Melhorar a qualidade e reduzir custos dos cuidados pré e pós-operatórios
· Retorno do paciente a um estado funcional desejável o mais rápido o possível
Problemas Médicos que podem ser encontrados na Avaliação Pré-Anestésica e que Podem Influenciar os Cuidados com o Paciente no Intra-Operatório
· Fatores preditivos para intubação traqueal difícil
· Asma
· Diabetes
· Possível uso de drogas ilícitas
· Refluxo gastroesofágico
· Hérnia de hiato
· Risco para endocardite bacteriana
· História familiar ou pessoal pregressa de hipertermia maligna
· Doença muscular hereditária, latente, potencialmente grave, de herança autossômica dominante, caracterizada por resposta hipermetabólica após exposição a anestésicos inalatórios, tais como: Halotano, enflurano, isoflurano, ou ainda por exposição a um determinado relaxante muscular (succinilcolina)
· Uso de IMAO
· Neuropatia motora periférica
· Gravidez
· Tuberculose
· Insuficiência renal
RESOLUÇÃO CFM 2.174, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2017
“Antes da realização de qualquer anestesia, exceto nas situações de urgência, é indispensável conhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do paciente, cabendo ao médico anestesiologista decidir da conveniência ou não da prática do ato anestésico, de modo soberano e intransferível”.
· Para os procedimentos eletivos, recomenda-se que a avaliação pré-anestésica seja realizada em consulta médica antes da admissão na unidade hospitalar
· Na avaliação pré-anestésica, baseado na condição clínica do paciente e no procedimento proposto, o médico anestesiologista solicitará ou não exames complementares e/ou avaliação por outros especialistas
· O médico anestesiologista que realizar a avaliação pré-anestésica poderá não ser o mesmo que administrará a anestesia
REGISTRO (PRONTUÁRIO) DE AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
· Cadastro, ficha da consulta pré-anestésica, ficha hospitalar, consentimento informado, contrato de prestação de serviços, orientações ao paciente ambulatorial, avaliação da qualidade de serviços prestados
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
Objetivos Primários da Medicação Pré-Anestésica
· Ansiólise – estado de tranquilidade induzido por medicamentos, geralmente feito antes da sedação
· Sedação
· Analgesia
· Amnésia
· Efeito anti-sialagogo – medicamentos usados para diminuir ou inibir a salivação (anticolinérgico)
· Aumento do pH gástrico
· Diminuição do volume fluído gástrico
· Atenuação da resposta simpática
· Diminuição do consumo de anestésico
· Profilaxia contra reações alérgicas
Objetivos Secundários da Medicação Pré-Anestésica
· Diminuição da atividade vagal
· Facilitação da indução anestésica
· Analgesia pós-operatória
· Prevenção de náuseas e vômitos pós-operatórios
Contra-Indicações Relativas
· Recém-nato e lactente (idade abaixo de 1 ano)
· Rebaixamento do nível de consciência
· Patologia intracraniana grave
· Doença pulmonar grave
· Hipovolemia
Determinantes para Escolha da Medicação e da Dose
· Idade e peso do paciente
· Estado físico
· Nível de ansiedade
· Tolerância à medicação
· Experiência prévia adversa com pré-medicação
· Alergias
· Cirurgia de urgência ou eletiva
· Paciente ambulatorial ou internado
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA – ROTINA
Sedação Leve na Noite Anterior à Cirurgia
Abaixo de 1 ano: Nada
De 1 a 15 anos: Midazolam 0,3 a 0,5 mg/kg VO 1h antes da cirurgia
De 15 a 65 anos: Midazolam 7,5 mg VO 1h antes da cirurgia
Acima de 65 anos: Diazepam 5 mg VO 1h antes da cirurgia
JEJUM PRÉ-OPERATÓRIO
Refeição completa e leite não materno:
- Crianças acima de 3 anos e adultos → 8h antes da cirurgia
- Crianças abaixo de 3 anos → 6h antes da cirurgia
Refeição leve (chá com torradas):
- Todas as idades → 6h antes da cirurgia
Leite materno:
- 4h antes da cirurgia
Água, líquidos sem resíduos:
- Todas as idades → 2h antes da cirurgia
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
Benzodiazepínicos: Midazolam, Diazepam
Opióides: Morfina, Meperidina
Anti-histamínicos: Difenidramina, Prometazina, Loratadina, Fexofenadina
-2-agonistas: Clonidina e Dexmetomidina
Antieméticos: Droperidol, Ondansetron, Metoclopramida
Anticolinérgicos: Atropina, Escopolamina, Glicopirrolato
Antagonistas H2: Cimetidina, Ranitidina, Omeprazol
Antiácidos Não-Particulados: Citrato de sódio, Trisilicato de magnésio
Gastrocinéticos: Metoclopramida, Alizaprida, Domperidone
Outros: Antibióticos, glicocorticoides, insulina

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