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Pesquisa Aplicada à Psicologia Mª Elisa Harumi Musha A revisão de literatura como parte integrante do processo de formulação do problema Revisão teórica Revisão de pesquisa empírica Revisão histórica Material para revisão A revisão de literatura é parte fundamental da formulação do problema de pesquisa e pode, por ela mesma, constituir um trabalho de pesquisa. As possibilidades de realização da revisão de literatura são várias, o que torna-se mais uma razão para haver critérios bem estabelecidos de como realizá-la. A Revisão de literatura possui como propósitos: a construção de uma contextualização para o problema de pesquisa. Apresentar explicitamente as contribuições científicas de autores sobre um tema específico. Apresentar a fundamentação teórica que da base à pesquisa. a análise das possibilidades presentes na literatura consultada para a concepção do referencial teórico da pesquisa. (ALVES-MAZZOTTI, 2002) Uma revisão teórica, em geral, tem o objetivo de circunscrever um dado problema de pesquisa dentro de um quadro de referência teórico que pretende explicá- lo. O problema em estudo é gerado por uma teoria. Neste caso específico, o problema tem origem num quadro teórico que lhe dá, supostamente, coerência, consistência e validade. Além disso, deve especificar condições determinantes do fenômeno e variáveis com alta probabilidade de afetá-lo. Por todas essas razões, torna-se inadmissível que o estudo prescinda de uma revisão que circunscreva o fenômeno no âmbito da teoria. Em casos como esse o problema de pesquisa pode ser a própria teoria. Pesquisas que buscam analisar propriedades da teoria em que o pesquisador está interessado. Ou seja, a teoria pode fornecer uma delimitação, dentro de um campo muito amplo que estude o mesmo tema ou atribua diferentes significados para termos específicos. PSICANÁLISE E PSICOSSOMÁTICA –UMA REVISÃO (Vicente, 2015); O papel da intimidade na relação terapêutica: uma revisão teórica à luz da análise clínica do comportamento (Vandenberghe, Pereira, 2005) Contratransferência: Uma revisão na literatura do conceito (Leitão, 2003); Sentido pessoal, significado social e atividade de estudo: uma revisão teórica (Asbahr, 2014) Dependência do vínculo: uma releitura do conceito de co-dependência (Humberg, 2003). PSICANÁLISE E PSICOSSOMÁTICA –UMA REVISÃO (Vicente, 2015); Resumo Com este artigo a autora pretende apresentar uma revisão dos conceitos atuais da psicossomática levando em conta as contribuições contemporâneas de investigadores portugueses. A Psicossomática e a Psicanálise encontram-se interligadas historicamente desde Sigmund Freud (1856-1939). Ainda que nunca tenha criado uma teoria psicossomática, Freud fundou muitos dos modelos psicossomáticos, tornando-se assim um dos seus mais importantes precursores. Contudo, a origem e o momento em que se desencadeiam as perturbações somáticas são ainda controversos. Neste sentido a autora defende que devemos, por isso, mais corretamente falar, não em modelo único, mas em vários modelos psicanalíticos. Palavras-chave: Psicossomática; Psicanálise. Explica como o problema vem sendo pesquisado, principalmente do ponto de vista metodológico: quais procedimentos de coleta de dados vem sendo empregados para este estudo? Quais procedimentos de análise? Há relatos de generalização? Revisões como essa contribuem não só com a retomada do que já foi produzido, mas com a análise sobre o processo de pesquisa e a possibilidade de sua alteração em uma nova pesquisa. Aprendizagem e competências nas organizações: uma revisão crítica de pesquisas empíricas (Brandão, 2008); Paternidade no Brasil: revisão sistemática de artigos empíricos (Bossardi, Bolze et al, 2014); Esquizofrenia, psicopatologia e crime violento: uma revisão das evidências empíricas (Teixeira, Rigacci, Dalgalarrondo, 2007) SENTIDOS E SIGNIFICADOS DO TRABALHO: EXPLORANDO CONCEITOS, VARIÁVEIS E ESTUDOS EMPÍRICOS BRASILEIROS (Tolfo, Piccinini, 2007) Paternidade no Brasil: revisão sistemática de artigos empíricos (Bossardi, Bolze et al, 2014); Resumo O objetivo deste estudo foi caracterizar a produção de artigos empíricos envolvendo o tema paternidade e sua contribuição para o desenvolvimento infantil e para a família, publicados entre 2000 e 2012 em revistas brasileiras indexadas nas bases IndexPsi, SciELO e PePSIC. Utilizaram-se os descritores “pai”, “paternidade” e “paterno”. Cem artigos foram analisados integralmente. Em 70% deles, os autores utilizaram análise qualitativa dos dados. Constatou-se a preferência pelo método de levantamento de dados (60%) e pela entrevista como técnica de coleta (47%). Dentre os temas investigados, destacam-se: gestação, parto e pós- parto (25%), exercício da paternidade (22%), desenvolvimento infantil (15%), adolescência (14%) e concepções acerca do comportamento paterno (13%). Sugere-se que estudos futuros investiguem o pai em diferentes configurações e cenários e o compartilhamento de funções na família, integrando as abordagens quantitativa e qualitativa e envolvendo estudos longitudinais. Tem como objetivo a recuperação da evolução de um conceito, área, tema, etc, e a inserção dessa evolução dentro de um quadro de referência que explique os fatores determinantes e as implicações das mudanças. Indica em que períodos de tempo tais conceitos aparecem, quando capítulos novos são inseridos, por exemplo. A análise detalhada de materiais assim pode demonstrar sua substituição por outros, e não necessariamente uma superação em seus conceitos. Pesquisa científica da área de marketing: uma revisão histórica (Perin, Sampaio, 2006); Orientação profissional no Brasil: uma revisão histórica da produção científica (Abade, 2005); Uma breve revisão histórica sobre a construção dos conceitos do Autismo Infantil e da síndrome de Asperger (Chiari, Perissinoto, Tamanaha, 2008); Análise do comportamento no Brasil: uma revisão histórica de 1961 a 2001, a partir de publicações (Cesar, 2002). Orientação profissional no Brasil: uma revisão histórica da produção científica RESUMO O presente artigo consiste em uma revisão bibliográfica das práticas e modelos teóricos em Orientação Profissional no Brasil. A revisão histórica foi feita a partir de consulta às principais bases de dados na área da Psicologia e a estudos sobre história da Psicologia. Restringimos nosso objeto às publicações brasileiras, mas algumas referências foram feitas às produções européias, norte-americanas e latino- americanas, posto que são importantes influências no desenvolvimento da Psicologia e, mais especificamente, da Orientação Profissional no Brasil. A história da Orientação Profissional reflete as definições que ela pode assumir, bem como as diferentes teorias e métodos dos quais se utiliza. Três perspectivas são relevantes na Orientação Profissional brasileira: a psicométrica, a clínica e a psicossocial. “A produção de conhecimento não é um empreendimento isolado. É uma construção coletiva da comunidade científica, um processo continuado de busca, no qual cada nova investigação se insere, complementando ou contestando contribuições anteriormente dadas ao estudo do tema. A proposição adequada de um problema de pesquisa exige, portanto, que o pesquisador se situe nesse processo, analisando criticamente o estado atual do conhecimento em sua área de interesse, comparando e contrastando abordagens teórico-metodológicas utilizadas e avaliando o peso e a confiabilidade de resultados de pesquisa, de modo a identificar pontos de consenso, bem como controvérsias, regiões de sombra e lacunas que merecem ser esclarecidas.” (ALVES, 1992, p.54) 1) O que é a revisão de literatura? É a fundamentação teórica da pesquisa, feita a partir do que já foi produzido sobre o assunto que está sendo estudado. 2)Toda pesquisa precisa conter uma revisão de literatura? Sim, é sempre fundamental conceituaro tema a ser estudado. 3) Se a pesquisa também for uma pesquisa de campo (dados coletados na realidade do objeto de estudo) precisa ter revisão de literatura? Sim, é necessário fundamentar o conteúdo. 4) Se não for uma pesquisa de campo, mas uma pesquisa bibliográfica, ela pode ser apenas uma revisão de literatura? Sim, a revisão pode, por ela mesma, ser uma pesquisa completa. Há dois modos possíveis de iniciar uma revisão bibliográfica: Garimpar as referências sobre o assunto, realizando sua organização; Dispor de materiais em que conjuntos de referências sobre um tema já aparecem organizados. Consultar bibliotecas especializadas: aprender a explorar o acervo Arquivos: nas bibliotecas os materiais encontram-se organizados segundo critérios que fornecem diferentes entradas: por autor, assunto, tipo de publicação – livros, teses de doutorado, dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão de curso e periódicos. Sumários de publicação e fontes de referência: periódicos (revistas científicas especializadas, publicadas com regularidade, que contém material constantemente atualizado). Nessas revistas, boa parte dos materiais relevantes pode ser encontrado e é necessário buscá-los no processo de pesquisa. Alguns exemplos: Sumários de Periódicos em Psicologia; Psychological Abstracts: publicação da American Psychological Association (APA), que apresenta resumos de artigos de revistas psicológicas internacionais e de livros e capítulos de livros; Sumários de Teses e dissertações publicados pelas universidades onde esses trabalhos foram produzidos; Referências citadas em artigos ou livros já encontrados: A leitura de trabalhos já publicados nos possibilita conhecer os conceitos envolvidos e desenvolvidos e as questões já abordadas, como também localizar artigos e referências na área, bem como quem a está estudando. “Cada pesquisador realiza seu próprio levantamento da literatura e faz referência aos artigos utilizados no trabalho. Mesmo que um artigo encontrado acabe não sendo exatamente aquilo que se pensava que ele fosse, vale a pena consultar suas referências. A melhor fonte desse tipo, obviamente, são os artigos de revisão”. (LUNA, 2011, p. 95) Pessoas que conhecem a área: Uma pessoa que estude o assunto, professor (a), pesquisador (a) especialista. O (a) orientador (a) é fundamental nesse processo. Fontes informatizadas: meios informatizados de consulta estão acessíveis ao pesquisador, disponibilizando documentos e informações eletrônicas variadas. É necessário ter cuidado no que se refere ao rigor na discussão publicada. Pode-se verificar sua qualidade, observando se a fonte/site está vinculado a alguma instituição de ensino superior, se há discriminação de um conselho Técnico-Científico. Fontes informatizadas: alguns exemplos de base de dados. Google acadêmico BVS-psi Scielo (scientific eletronic library online) Portais de bibliotecas universitárias. Como pesquisar: Localizar palavras-chave (termos de busca ou descritores), que são palavras ou frases que descrevem o conteúdo do trabalho (nome do autor pode ser incluído aí). Como ler: a leitura cuidados e sistemática. Título do trabalho, palavras-chave e resumo; Leitura sistematizada: deve seguir critérios, ser organizada e resultar em um produto confiável e utilizável; É fundamental o registro da referência bibliográfica completa do material; É fundamental realizar o registro sobre o conteúdo do trabalho, o fichamento, com: referência completa, resumos das ideias principais apresentadas pelo autor e os comentários do leitor sobre o texto. Como ler: a leitura cuidadosa e sistemática. Na primeira leitura do material, é importante se atentar: Qual é a proposta do autor? Como ele justifica sua proposta? Como o autor desenvolve o raciocínio que sustenta a sua proposta? Cita outros autores? Quais? Expõe ideias dos autores mencionados? Relaciona essas ideias? Quais são os conceitos sobre os quais trabalha? Adota procedimentos de investigação? Quais? Descrever seus achados? Quais são? Relaciona seus achados a outros trabalhos? Conclui o trabalho retomando a proposta inicial? Entre outras perguntas... Como ler: a leitura cuidadosa e sistemática. “De nada adianta proceder à leitura de várias obras de interesse sem a anotação sistemática da contribuição de cada uma delas, para o objetivo a que se propõe o leitor. Para isso, a leitura de cada obra deve ser acompanhada da elaboração de uma ficha de leitura. As fichas de leitura constituem uma espécie de ‘banco de dados’, muito úteis nas várias etapas de um trabalho, bem como na realização de trabalhos posteriores. Por esta razão devem ser cuidadosa e organizadamente elaboradas e arquivadas pelo investigador.” (MOROZ e GIANFALDONI, 2006, p. 45). ALVES, Alda Judith. A revisão bibliográfica em teses e dissertações: meus tipos inesquecíveis. Cadernos der Pesquisa. São Paulo, n.81, 1992. BARBOSA, Deborah Rosária e SOUZA, Marilene Proença R. História da Psicologia: contribuições da etnografia e da história oral. Temas em Psicologia. Vol. 17, no 1, 81 – 91, 2009. LUNA, Sergio V. Planejamento de pesquisa: uma introdução. Ed. Educ. são Paulo, 2011
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