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GERAÇÃO DIGITAL

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O CÉREBRO DA GERAÇÃO DIGITAL E O DESAFIO DE EDUCAR JOVENS CONECTADOS
ANA CAROLINA S. B.
	A geração digital cresceu cercada por computadores, videogames e celulares, desta forma, estes jovens adquiriram aptidões cerebrais em relação a velocidade dos automatismos, em prejuízo do raciocínio, autocontrole e dificuldades para as relações interpessoais. A transformação nos meios de circulação das informações e conhecimento, está relacionada diretamente à evolução tecnológica.
	Falar de uma geração conectada, leva a reflexão de como funciona o cérebro juvenil, da sua capacidade de adaptação, conhecida como plasticidade cerebral, razão da sobrevivência humana. Com o avanço da internet, a comunicação se internacionalizou, facilitando a comunicação em tempo real, mesmo a distância, permitindo um acesso rápido e fácil as informações e compartilhamento delas também. O conhecimento nunca foi tão acessível quanto nos dias de hoje.
	O termo “geração” é usado normalmente para relacionar períodos de sucessão entre descendentes em linha reta. A média de tempo para formar uma geração ocorria a cada 25 anos. Hoje, é possível afirmar que esta média diminuiu, já que uma nova geração é formada a cada 10 anos.
As pessoas que se encontram acima das faixas etárias citadas acima, não são consideradas aptas para executar funções de auto-desempenho, e são consideradas como pertencentes a geração P (Geração do Papel).
As gerações apresentadas acima apresentam características particulares, mas todas tem uma relação direta com a educação, que também vai sofrendo mudanças, tentando acompanhar cada uma dessas gerações.
Educar sempre foi e será um desafio, principalmente em meio a este tempo moderno, onde tudo parece estar acontecendo mais rapidamente, e os jovens preferem muitas das vezes passar horas com o celular na mão, ao invés de livros, considerando-os como entediantes, apesar de toda a riqueza cultural contida neles.
Um dos maiores desafios dos educadores é adaptar o currículo para os estudantes em meio a todos esses recursos tecnológicos, pensando se isso pode comprometer a educação tradicional, e em que pontos realmente as coisas podem e devem ser mudadas.
Ao longo dos anos, a sociedade vem sofrendo modificações na sua forma de organização, produção e comercialização de bens, diversão, ensinar e aprender.
As formas de ensinar precisam acompanhar a evolução das gerações, existem formas de ensinar que não são justificáveis na atualidade. As aulas convencionais são consideradas muitas das vezes, ultrapassadas.
	Sendo assim, faz-se necessário o investimento e implantação de novas tecnologias que conectem alunos e professores. É preciso repensar na educação à distância (EAD), educação contínua e cursos de curta duração. 
	As tecnologias têm a capacidade de trazer soluções para o ensino, permitindo ampliar conceitos como: aula, espaço, tempo, comunicação audiovisual, estabelecendo novas e diferentes pontes entre presencial e virtual, separados e conectados. É importante lembrar que o ato de ensinar não depende apenas da tecnologia, embora ela seja importante, não resolve todas as questões existentes.
Embora o acesso à internet nos dias de hoje seja algo fácil, inclusive existem aplicativos, plataformas e sites disponíveis de forma gratuita, e alguns ainda apresentam a possibilidade de ser utilizados sem estar conectado à rede, o aluno deve estar atento na escolha do melhor recurso para utilizar nos seus estudos, o indicado é que essas opções sejam utilizadas como um reforço da aprendizagem com o professor, que mesmo a distância poderá ter uma atenção maior em relação ao aluno, auxiliando da melhor forma possível, contribuindo para o desenvolvimento da competência comunicativa. 
Existe uma grande preocupação com o ensino de qualidade, sobrepondo-se a preocupação com a educação de qualidade, embora ensino e educação possuam conceitos diferenciados, eles se complementam:
	A educação tem como foco ensinar e integrar ensino e vida, auxiliar o aluno em ter uma visão da totalidade das coisas e acontecimentos. Educar é uma forma de auxiliar na integração de todas as dimensões da vida para encontrar um caminho, seja ele intelectual, emocional ou profissional, onde a pessoa se sinta realizada, contribuindo para modificar a sociedade.
	É possível afirmar que, mentalmente, a geração digital é mais ágil e acelerada que as gerações anteriores. Destacando que rapidez mental e capacidade intelectual global são diferentes, ser rápido para dar respostas não é o mesmo que ser mais inteligente ou cognitivamente mais hábil. Em contrapartida, esse acúmulo de conhecimento de maneira progressiva ao longo dos anos, tornará essa geração superficial, escrava das regras da mídia social, comedida por informações divulgadas pelas tecnologias digitais.
	Os jovens dessa nova era digital são considerados concisos, tanto para escrever, falar ou até mesmo escutar, a velocidade da expressividade na cibercultura causou uma perplexidade na sociedade, fazendo com que ela reflita mais sobre o assunto, fazendo com que os educadores encontrem formas de despertar o interesse dos alunos para assuntos que vão além dos conteúdos disciplinares:
	O novo ambiente digital, não deve ser enxergado pelos pais e educadores como um vilão, pois apesar de ele proporcionar inúmeros desafios, ele também apresenta muitas facilidades. A juventude conectada compreende vários paradigmas éticos em relação aos cuidados com a aparência, a proteção de informações pessoais e também a aprendizagem, algumas das vezes eles precisam ser melhor direcionados para utilizar as tecnologias com mais segurança. Mas é preciso confiar na autonomia dos jovens no acesso à Internet, para que não sofram riscos decorrentes dessa liberdade. 
	O cérebro dos jovens está a cada dia recebendo novas e diversas informações, são criados novos vocábulos, que vão se tornando cada vez mais comuns, a educação deve considerar tais características, ao repensar no seu currículo, principalmente quando a sociedade está passando por uma situação que, a tecnologia se tornou ainda mais necessária, principalmente para que a escola chegue até o aluno. 
	Se a educação é essencial e o momento exige mudanças e adaptações, é necessário que existam ações que apoiem pais e educadores o incentivo a aprendizagem das crianças e jovens, onde seja oferecida uma educação para as mídias, onde todos possam compreendê-la, criticá-la e utilizá-la da forma mais abrangente possível.

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