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5 - Tecnologias Educacionais

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Tecnologias Educacionais
Eduardo Cardoso Melo
Tecnologias Educacionais
M.e. Eduardo Cardoso Melo
Diretoria Geral
Eloane Coimbra Lima
Direção Administrativa
Eloane Coimbra Lima
Secretaria Acadêmica
Ginoã das Graças Coimbra Lima
Coordenação
Cleidinalva Maria Barbosa de Oliveira
Coordenação do Nead
Tiago Soares Da Silva
MELO, Eduardo Cardoso.
Tecnologias Educacionais. 1ª ed. Água Branca; Isepro – Cursos de Graduação. 190p.
Bibliografia
1. Pedagogia 2. Informática 3. Título.
Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à Isepro. 
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao autor.
Todos os direitos de Copyright deste material didático são reservados à Isepro.
5
Sumário
Ementa ..................................................................................................................... 7
Currículo Resumido do Professor ............................................................................. 9
Bibliografia Utilizada ................................................................................................. 11
Unidade 1
Concepções e Abordagens de Uso das 
Tecnologias da Informação e Comunicação ............................................................. 13
Módulo 1
A educação e as novas tecnologias .......................................................................... 15
Módulo 2
O relacionamento entre a escola e a tecnologia ...................................................... 21
Módulo 3
A internet como recurso educacional ....................................................................... 30
Módulo 4
Utilização das TICs através de projetos .................................................................... 38
Resumo .............................................................................................................. 50
Exercícios de Aprendizagem .............................................................................. 52
Unidade 2
O Papel do Professor na Sociedade do Conhecimento. .......................................... 57
Módulo 1
Mudanças sociais e educacionais: o fazer e o compreender .................................... 59
Módulo 2
As novas tecnologias e os desafios atuais para a prática docente ........................... 68
Módulo 3
A utilização da informática na sala de aula ............................................................... 74
Módulo 4
O perfil cognitivo do leitor em ambientes virtuais ................................................... 80
Resumo .............................................................................................................. 91
Exercícios de Aprendizagem .............................................................................. 92
Tecnologias Educacionais
6
Sumário
Unidade 3
Novos Gêneros do Discurso nos Ambientes Digitais ............................................... 97
Módulo 1 
A comunicação, a educação e as novas tecnologias ................................................ 99
Módulo 2
Processo de formação docente com linguagens comunicacionais ........................... 106
Módulo 3 
Diferentes tipos de softwares utilizados na educação .............................................. 112
Módulo 4
Impacto da tecnologia na educação através das ferramentas Web 2.0 ................... 120
Resumo .............................................................................................................. 144
Exercícios de Aprendizagem .............................................................................. 145
Unidade 4
Formação Online de Educadores: Limites e Possibilidades ..................................... 151
Módulo 1
O que é Educação a Distância (EaD) ........................................................................ 153
Módulo 2
A formação docente em EaD .................................................................................... 163
Módulo 3 
A formação de professores tutores ........................................................................... 170
Módulo 4
Mídias e tecnologia para EaD ................................................................................... 177
Resumo .............................................................................................................. 185
Exercícios de Aprendizagem .............................................................................. 186
7
Ementa 
Dimensão política e pedagógica da organização escolar brasileira. As Leis de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional – princípios orientadores, finalidades e objetivos. Estrutura 
e gestão da educação básica. Legislação específica para o ensino fundamental. Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental
9
Possui mestrado em Administração pela Universidade FUMEC. Especialização em 
Engenharia de Software pela Universidade Federal de Lavras e graduação em Tecnologia 
da Informática pelo Centro Universitário Newton Paiva. Além do trabalho como 
docente universitário, possui experiência prática e funcional em desenvolvimento de 
sistemas, banco de dados e engenharia de software. Atualmente, também é professor 
da Faculdade Presidente Antônio Carlos de Bom Despacho.
Currículo Resumido do Professor
11
Bibliografia Básica:
MARQUES, Mara Rubia Alves (Orgs.) LDB - Balanços e perspectivas para a educação 
Brasileira. Campinas: Alineia, 2013 
DEMO, PEDRO. A Nova LDB: Ranços e avanços. Campinas: Papirus, 2013 
CARNEIRO, MOACI ALVES. LDB Fácil- Leitura critico- compreensiva artigo a 
artigo.21ª ed. Rio de janeiro: Vozes, 2013
Bibliografia Complementar:
BIANCHETTI, Lucídio; MEKSENAS,Paulo (Orgs). A trama do conhecimento: teoria, 
método e escrita em ciência e pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 2008. 
SOARES, Marco Aurélio Silva. O pedagogo e a organização do trabalho pedagógico. 
2 ed. Curitiba: Intersaberes, 2014.
FERRAREZI JÚNIOR, Celso. Sintaxe para a educação básica. 1 ed. São Paulo: Contexto, 
2012.
PILETTI, Nelson. Educação básica: da organização legal ao cotidiano escolar. 1 ed. São 
Paulo: Ática, 2010.
Bibliografia Utilizada
13UNIDADE 1
UNIDADE 1
Concepções e Abordagens de Uso das 
Tecnologias da Informação e Comunicação
15UNIDADE 1
MÓDULO 1
A educação e as novas 
tecnologias
A discussão, teórica ou não, acerca 
da introdução de tecnologias 
computacionais no espaço escolar é hoje 
uma realidade. Qualquer pessoa tem 
algo a falar a respeito deste tema, alguns 
com maior nível de conhecimento, outros 
nem tanto, porém há um ponto comum 
a todos: a questão é extremamente 
polêmica. Paralela a essa constatação, 
percorrendo a produção teórica inserida 
nesta temática – informática e educação 
– verificamos que seu núcleo de debate 
se localiza na educação: possuímos 
técnicos em computação, linguistas, 
psicólogos, engenheiros de produção, 
antropólogos, neurologistas, enfim, 
uma gama variada de interessados 
discutindo as possibilidades cognitivas 
desses equipamentos, todavia poucos 
pedagogos. 
Este tópico visa trazer a discussão para o 
campo pedagógico, quer dizer, conhecer 
e estudar as efetivas possibilidades de um 
trabalho pedagógico reconhecidamente 
superior mediante a utilização dessas 
tecnologias computacionais. O que, 
de fato, elas trazem como novidade 
em relação aos materiais de ensino 
tradicionais? Possibilitam elas, um 
processo de interação confiável 
relativamente à interatividade? Estas 
questões de cunho teórico é que estão 
nos preocupando no momento, e 
são elas que pretendemos discutir no 
decorrer deste material, ainda que de 
forma sucinta, contudo buscando colocar 
determinadas questões-chave, no âmbito 
dessa temática, a serem debatidas. 
A ocorrência de tecnologias de infor-
mação e de comunicação nos processos 
educacionais é cada vez mais evidente, 
de modo especial nos países do chamado 
“Primeiro Mundo”, seja na condição de 
veículos principais, seja como recursoscomplementares. Significativas trans-
formações ocorridas na educação, mais 
especificamente na teoria pedagó-
gica, estão de algum modo ligadas às 
mudanças que também ocorreram nos 
meios de comunicação: da educação 
protagonizada através da oralidade e da 
imitação, ao ensino via linguagem escrita, 
tendo como suporte o livro impresso, até 
os recursos computacionais hoje à dispo-
sição dos usuários. 
Computadores (hardware), a cada 
dia mais poderosos, facilitam o 
aparecimento de ferramentas (software) 
de apoio de maior sofisticação, assim 
Tecnologias Educacionais
16 UNIDADE 1
como sistemas de autorias e sistemas 
de hipertexto, utilizando multimídia e 
inteligência artificial. Desde 1945, nos 
Estados Unidos, quando Vannevar Bush 
mostrou sua ideia de um dispositivo 
mecanizado capaz de folhear e inserir, 
com rapidez e flexibilidade, anotações 
em sua grande biblioteca de literatura 
científica, podendo conter textos, 
fotografias, desenhos, gráficos, assim 
criando o hipertexto, quer dizer, um 
sistema capaz criar e manter conjuntos de 
trechos de textos interligados de forma 
não sequencial, incontáveis avanços 
tecnológicos se tornaram realidade na 
área de informática e comunicação.
O desenvolvimento do hardware vem 
tornando possíveis microcomputadores 
dotados de recursos impensáveis até 
pouco tempo atrás, assim difundindo a 
possibilidade de um trabalho multimídia 
que, ao juntar o realismo da televisão 
com a flexibilidade do computador, está 
gerando uma revolução nunca imaginada 
no campo da educação. 
Entretanto, ainda não ficou definida 
em que metodologia de ensino e 
aprendizagem se basearia, para melhor 
utilização desta tecnologia, a partir das 
concepções pedagógicas vivenciadas 
no cotidiano escolar. Partindo do 
sistema de Instrução Apoiada por 
Computador tradicional, estruturado na 
teoria skinneriana, no qual o software 
segue método dirigido de pergunta-
resposta, até os sistemas de Instrução 
Inteligente Assistida por Computador, 
fundamentados nos estudos das ciências 
da cognição, com recursos de multimídia, 
deu-se um passo certeiro na conquista 
17UNIDADE 1
da qualidade do ensino por computador.
É conveniente frisar que o foco central 
desta discussão está no domínio do 
conhecimento pedagógico. Busca-se 
o exame dos termos em que o 
diálogo ocorre, ou seja, visa analisar 
o comportamento do emissor ante a 
transmissão de conteúdos e os níveis de 
intervenção do educando na recepção, 
produção e circulação do conhecimento. 
Porém, esta não é uma questão de 
todo nova, e tampouco surgida pelo 
aparecimento de tecnologias disponíveis. 
Pelo contrário, compõe não é de hoje, a 
discussão de grande parte das teorias de 
aprendizagem e suas correspondentes 
práticas pedagógicas. 
As relações estabelecidas a partir da 
sala de aula refletem o conjunto das 
características dos alunos e de seus 
professores, inclusive da possível mistura 
de ambos (aluno e mestre). Hoje em dia, 
muito se discute a provável interatividade 
e interação que os sistemas tele 
educativos são capazes de proporcionar 
à relação pedagógica, tendo como 
princípio o tripé aluno, professor e 
conhecimento. Nesta ótica, a informação 
se reduz somente a um serviço que 
se presta unilateralmente ao usuário-
receptor; ou de outra forma se constitui 
num processo de interação entre alunos, 
professores, grupos e comunidades, 
que assim podem estabelecer uma 
comunicação plena e de fato dinâmica, 
multidirecional, interativa. 
A informática, vista neste material como 
união de elementos da computação, das 
telecomunicações e das artes técnicas 
gráficas e visuais, assume um papel de 
destaque neste movimento de utilização 
do espaço/tempo pedagógico de novas 
formas de pensar a educação e, por 
consequência, nas suas implicações para 
o trabalho docente. 
A tecnologia teleinformática, por sua vez, 
traz inscrita a possibilidade de permitir 
intercâmbios diretos entre dois ou mais 
estudantes, dispersos geograficamente, 
proporcionando-lhes um espaço comum 
de discussão, trabalho e construção de 
conhecimento. Através desta tecno-
logia, o aluno tem possibilidade de 
sair de seu isolamento e aprimorar sua 
aprendizagem graças a diálogos efetiva-
mente interativos, quer dizer, através da 
produção de um material multimídia que 
de fato componha estes meios no ato 
pedagógico como um todo.
No esforço de determinar o alcance 
destas tecnologias da comunicação 
e informação, inúmeros teóricos 
buscam descrevem seus efeitos sobre 
as sociedades, nas variadas esferas da 
vida humana. Incontáveis metáforas 
foram usadas por estes autores para 
explicar a configuração da sociedade 
contemporânea partindo destas 
tecnologias, algumas tendo inclusive se 
Tecnologias Educacionais
18 UNIDADE 1
constituído em lugar-comum.
Todos concordam num determinado 
aspecto: estaríamos entrando decidi-
damente numa sociedade de conhe-
cimento, na qual o recurso econômico 
mais valioso passa a ser o conhecimento. 
Todavia, há de se convir que a expressão 
incontestável para definir este momento 
histórico, partindo-se do potencial das 
tecnologias de comunicação e infor-
mação, é a possibilidade de efetivação 
de uma “democracia cognitiva”, em 
que se permite a construção individual e 
coletiva de conhecimentos, num espaço 
e tempo especificados, tendo como fim 
último a promoção de todos os homens 
e mulheres. 
Neste aspecto, a informática se trans-
forma em ferramenta que propicia a 
simulação/imaginação de modelos 
mentais, pois um modelo digital não 
é lido ou entendido como um texto 
clássico, ele geralmente é explorado de 
forma interativa.
A mencionada possibilidade de cons-
trução do conhecimento por simulação 
vai demandar habilidades e competên-
cias, de resto qualificações, para que 
atue sobre o imaterial, diferentemente 
do paradigma tayloriano-fordista, no 
qual a força muscular era a principal 
demanda almejada. Essa alteração na 
natureza e conteúdo do conhecimento e, 
por consequência, das qualidades, traz 
embutidos grandes desafios à instrução 
escolar, os quais não pode se negar a 
enfrentar. Constituem, principalmente, 
das já constatadas e necessárias trans-
formações de práticas pedagógicas 
no sentido de estabelecer condições 
para a construção dos conhecimentos 
almejados por esta nova configuração 
do mundo do trabalho que, por sua vez, 
exige um novo cidadão/profissional. 
Sobre o tema, como podemos constatar, 
Lévy (1993, p. 7) assim se expressa com 
rigorosa propriedade:
Novas maneiras de pensar e de conviver 
estão sendo elaboradas no mundo das 
telecomunicações e da informática. As 
relações entre os homens, o trabalho, 
a própria inteligência dependem na 
verdade, da metamorfose incessante 
de dispositivos informacionais de todos 
os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, 
criação e aprendizagem são capturadas por 
uma informática cada vez mais avançada. 
Não se pode mais conceber a pesquisa 
científica sem uma aparelhagem complexa 
que redistribui as antigas divisões entre 
experiência e teoria.
Tais considerações nos remetem, nova-
mente, às teorias de aprendizagem e suas 
derivações pedagógicas, onde nos dete-
remos na questão principal: de que forma 
o sujeito vivencia seu processo epistêmico? 
Quer dizer, como de fato se processa 
sua aprendizagem? Que mecanismos 
19UNIDADE 1
cognitivos são acionados no processo de 
aprendizagem, que lhe permitem passar 
de um estado de menos complexidade do 
conhecimento a outro, de complexidade 
mais acentuada, para enfim transformar 
quantidade em qualidade? Qual papel 
cabe à informática, ou se preferirem, ao 
computador, neste contexto? E, por fim, 
como ele poderia atuar, efetivamente, 
como ferramenta pedagógica inserida nos 
princípios da interação? 
Para se chegar às respostas buscadas, e 
a partir delas imaginar as metodologiasde ensino necessárias, deve se 
considerar que são as ações cognitivas, 
de fato realmente trabalhadas pelo 
ambiente social que proporcionam ao 
sujeito a capacidade de elaboração do 
conhecimento. 
No âmbito da psicologia genética, trata-
se de um processo de (re)construção, 
ou seja, de um trabalho que o sujeito 
realiza sobre as coisas. Ou para expressar 
diferentemente: o sujeito trabalha e 
atua, prática e conceitualmente, sobre 
as coisas, promovendo transformações 
nelas. Por esta transformação, ele (re)
constrói o conhecimento socialmente 
compartilhado, em igual tempo que se 
(re)constrói como sujeito.
As representações (das coisas e dos 
fatos) não estão armazenadas na cabeça 
do sujeito, sendo utilizados diretamente 
nas situações vivenciadas, porém são 
Tecnologias Educacionais
20 UNIDADE 1
construídas a partir de modelos mentais 
flexíveis proporcionados pelo contexto – o 
que dá ao indivíduo oportunidade para 
atuar heuristicamente (por experiência) 
e recolocar, reconstruir e reconceituar 
a experiência de muitas e diferentes 
maneiras.
A discussão acerca do possível impacto 
dos dispositivos técnico-informacionais 
na estrutura educacional abrange a 
necessidade de criação de uma cultura 
informática educativa que integre os 
instrumentos, tanto na concepção 
quanto na prática, tendo presente 
sempre a complexidade de relação 
entre os instrumentos informáticos e os 
conhecimentos e técnicas utilizados pelo 
aluno. Quer dizer, uma abordagem que 
inclua a criação de instrumentos gerais 
de desenvolvimento, com qualidade 
para atender as necessidades, associada 
a reflexões próprias quanto à interação 
sujeito-máquina. 
Ao imaginar a utilização da informática 
como recurso didático no processo de 
ensino e aprendizagem, é relevante 
considerar três aspectos determinantes 
nas suas potencialidades e efetividade 
no espaço escolar: 
•	 Conferir a validade da introdução 
da informática na escola; 
•	 Estudar, conjuntamente com os 
professores, os conteúdos, objetivos 
e métodos das referidas experiências 
e os métodos de avaliação de sua 
eficiência; 
•	 Fazer chegar aos professores 
a capacitação técnica primária/
primordial, sem desejar formar 
especialistas. 
Finalmente, uma situação de aprendi-
zagem ocupa vários atores tais como 
alunos, alunas e as atividades que 
estejam desempenhando, o professor e 
o papel que representa o sistema infor-
mático e o lugar a ele destinado. Ou seja, 
uma interação efetiva entre indivíduos e 
instrumentos, definidos e escolhidos para 
preencher uma função determinada, a de 
permitir que os alunos aprendam.
Este se constitui o grande desafio colo-
cado para os educadores, a partir de 
necessidades reais e concretas das rela-
ções sociopolítico-econômicas (como 
mencionado na abertura deste material) 
e que continuam exigindo uma nova 
forma de atuação pedagógica, estabe-
lecida a partir uma nova relação com o 
saber. Portanto, torna-se imperioso e 
prioritário analisar as continuidades e as 
rupturas, visando uma real inclusão das 
tecnologias propiciadas com o advento 
e avanço técnico-científico nas práticas 
pedagógicas.
21UNIDADE 1
MÓDULO 2
O relacionamento 
entre a escola e a 
tecnologia
Desde algum tempo as novas tecnologias 
de informação e comunicação estão 
presentes em nosso cotidiano como 
uma realidade social, notadamente para 
crianças e adolescentes que mantêm 
estreita relação com este universo, já 
totalmente integrado ao seu modo de 
ser/viver. Quando chegam à escola, estas 
pessoas levam consigo o desafio de que 
o estabelecimento também se equipe 
com tais tecnologias, como que assim 
determinando uma ação pedagógica que 
faça uso de tal linguagem tecnológica 
como portal de aprendizado. Sob 
este foco é que as novas tecnologias 
educacionais serão aqui abordadas, tal o 
desafio de interatividade requerido entre 
estudantes, professores e instituição.
Tecnologia e escola. Como é que estas 
duas “atividades” se compatibilizam em 
função de exporem cultura que recaia 
sobre a vida prática, a ponto de não 
personificar efetivação automática de um 
processo coordenado do ato de ensinar, 
mas representarem um novo modo de 
educar que se apresente como lugar 
prazeroso para os estudantes, partindo 
da realidade social de um tempo histórico 
com variações comportamentais e 
tecnológicas? 
O questionamento sobre a relação escola, 
novas tecnologias e ação pedagógica, 
não é de agora e vem provocando 
debates e manifestações favoráveis e 
contrárias. A questão está colocada 
e deve ser discutida. Hoje, o fato já se 
tornou uma realidade pedagógica no 
convívio escolar, pela simples razão 
de que no tempo presente, tendo em 
vista sua expansão, a internet já incide 
sobre a cultura de nossa sociedade, 
inegavelmente influenciando o jeito de 
ser e o modo de vida tanto de crianças 
quanto de adolescentes. 
Como local social privilegiado para o 
desenvolvimento da cultura, a escola 
não pode ficar à margem da vida social e 
nem das mudanças culturais e científicas. 
Embora não seja um lugar social que viva 
a reboque das novidades e das influências 
que estas projetam sobre a vida prática e 
comportamental das pessoas envolvidas, 
é lógico pensar que é um local onde 
se ensina e aprende – dinâmica esta 
vivenciada por todos. Desta maneira, é 
que aparecem métodos e técnicas que 
vão se sucedendo no tempo, enquanto 
enriquecem as formas de aprender.
Tecnologias Educacionais
22 UNIDADE 1
Não se almeja ver a escola como um 
sistema operacional. Ela tem sua vida 
cultural ligada à pessoa humana sob 
todos os aspectos, expressões e sentido. 
O que se busca é sinalizar para a realidade 
contemporânea de uma escola que 
progride em meio a determinada estrutura 
funcional digitalizada, reclamando, 
por isto, por uma adaptação e união 
entre gerações, que entendemos como 
resultados desafiadores e marcantes de 
um fato social.
A escola, entendida como lugar social, 
realiza sua ação educadora, que como 
ação ideológica é capaz de edificar 
uma nova cultura educacional, sob 
os mais amplos aspectos. O presente 
tópico objetiva, além de demonstrar 
como andam os avanços tecnológicos, 
também ajudar na compreensão das 
forças transformadoras embutidas na 
relação dialética (de argumentação) 
e estabelecimento de um novo lugar 
cultural, nascido do entendimento 
entre a escola tradicional e os avanços 
tecnológicos modernos, como 
igualmente estabelecer (no contexto) o 
lugar do ser humano, via análise do local 
onde estuda. Através desta investigação 
sociológica pretende-se chegar à ação 
pedagógica coletiva da escola como 
realmente um fato social.
Frente ao exposto, é possível afirmar 
que este processo de transformação já é 
um dado real, marca inequívoca de uma 
Aqui, neste tópico, enfocamos uma 
destas formas, que altera não só a 
estrutura e funcionamento da sociedade 
como chega ao limite de alterar a 
dinâmica da vida – as novas tecnologias 
de informação e comunicação. Nossa 
atenção estará centralizada na escola 
como sendo um lugar cultural, e onde 
esta boa nova emerge como sinal de 
transformação de formas e métodos, 
assim constituindo um fato social de 
extremo significado para a instituição 
denominada escola.
23UNIDADE 1
alteração dos métodos de se educar, 
agora cada vez mais atrelados a tecnolo-
gias como marcas identificadoras de uma 
geração que se educa, por isto mesmo 
denominada geração digital. Identidade 
esta a ser absorvida pela instituição 
como um processo de coerção do modo 
operacional do estar no tempo (atualizar-
se). Neste aspecto, esse novo perfil 
estenderá tal “obrigatoriedade” também 
sobre uma geração que ainda não tem 
nessa modernidade sua marca prática, 
contudo participando de um processo 
educacional em fase de transição. Assim 
se explica a coerção exercida sobre o 
indivíduo, a sociedade,a instituição, e 
tanto exterior como interior. 
Ao tempo em que se fala da escola, 
destacando-lhe a dimensão de vida social 
e vitalidade cultural, fica estabelecida 
também a base reflexiva a respeito do 
perfil temporal acerca do qual se procura 
orientar um foco analítico, que através 
deste texto se refere à cultura digital, 
cada vez mais disseminada na vida do 
estudante, e por via de consequência 
na da escola, local esse onde se comu-
nica especialmente suas realidades 
existenciais. 
Realça-se, portanto, desta maneira, a 
força coercitiva como uma realidade de 
que a instituição escola não está imune, 
uma vez que pelo tempo histórico já 
se tornou um processo real de vida e 
existência, ainda que alguns indivíduos 
teimem em retardar a incidência das 
novas tecnologias. Tal procedimento traz 
como risco o desestímulo aos estudantes 
e o afrouxamento institucional, daí provo-
cando incapacidade de comunicação 
interna. Em caso de ocorrência, este 
procedimento funcionaria como desestí-
mulo e negação à ação cultural do tempo. 
Algo nada sadio nem recomendável.
Sob este enfoque, o mundo digital quer 
garantir o crescimento de uma nova 
cultura educacional. Dessa maneira é 
que se faz patente o quanto os ambien-
tes escolares vêm se guarnecendo de 
equipamentos de informática, para res-
ponderem positivamente às aspirações 
relativas ao tema exigidas pelos tempos 
atuais. Não há excesso em afirmar que o 
mundo digital tem relevância para ado-
lescentes e crianças que frequentam as 
escolas hoje, em igual proporção a tarefa 
de educar representa para a escola, 
presentes os termos de proporcionar 
uma educação sólida onde se busca a 
superação de todos os desafios.
Não por outro motivo, o desafio de 
adaptação do ato de educar, inerente 
às culturas, ambientes e lugares já foi 
ressaltado pelo conhecido educador 
Paulo Freire, como necessidades efetivas 
a tais atos, ou seja, uma possibilidade 
para se alcançar sucesso mais expressivo 
na ação educadora reside na constância, 
que ainda segundo o mestre se reforça 
na prática, como fonte de aprendizado. 
Tecnologias Educacionais
24 UNIDADE 1
A prática leva, pois, ao aprendizado. E 
tudo em sintonia com o mundo das novas 
tecnologias, que ensejam favorecer o 
aprimoramento e o domínio funcional.
A título de reforço ou encorajamento aos 
mais tímidos e apreensivos quanto às suas 
capacidades, é possível garantir que o ato 
de praticar abre o domínio tecnológico. 
Vale o antigo ditado popular: “quem 
não se arrisca, não petisca”. No mundo 
das novas tecnologias da informação e 
comunicação, o exercício, quer dizer, o 
ato de “fuçar” sem medo constitui-se 
num recurso de extrema importância 
para o aperfeiçoamento do uso, garante 
mais alma à tecnologia, é o fator humano 
que desenvolve a técnica lhe garantindo 
vitalidade.
Ter consciência e assumir toda 
amplitude do ato de educar é a maneira 
de se continuar compreendendo o 
pensamento de Paulo Freire, como figura 
operante e de reconhecida influência 
na formação da grande maioria dos 
educadores brasileiros; educadores 
estes que, atualmente, se apresentam 
talvez temerosos a respeito de como 
usar as novas tecnologias da informação 
e comunicação, tanto na vida escolar 
quanto na prática educativa. 
A este pedagogo vale recordar que o 
processo educacional, em sua plenitude, 
é ação recheada de troca de saberes, um 
desafio constante, que aqui se explicita 
em manifestar que o estudante digital, 
conhecedor e dominador de um tipo 
de técnica, pode trocar sua experiência 
e praticidade com o seu professor, este 
igualmente dominador de respectivas 
técnicas, didáticas e conteúdos.
Fica reforçada aqui a importância de 
assumir o novo, o diferente, o de pouca 
dominação, e juntar ao contexto das 
questões hoje apresentadas à escola, 
num trabalho que vise realizar a ação 
educadora em sua amplitude. 
25UNIDADE 1
Um fato relevante no quadro atual, é 
que devido à formação (antiga), parcela 
considerável do professorado apresenta 
sensível desatualização (quando não 
repulsa) no campo das ações digitais. 
Tal posição seguramente compromete o 
nível de aproveitamento desejado para 
o ensino. Neste sentido, implementar 
a inclusão digital como elemento 
curricular na preparação do professor, 
deve se somar à facilitação do gestor da 
escola visando também uma formação 
continuada, que de igual modo continue 
servindo de maior estímulo a quem se 
dedique ao professorado. A adequada 
formação do professor é uma questão 
central e importantíssima, sobretudo no 
que diz respeito à união da tecnologia 
com a ação pedagógica.
Ao mesmo tempo, é preciso considerar 
as abordagens de formação desses 
professores, que vão além de simples 
instrumentalização, englobam também a 
articulação entre tecnologia e as respostas 
pedagógicas. É fundamental pensar 
em iniciativas inovadoras, que além de 
transferirem para a máquina o que o 
livro didático apresenta, explorem as 
potencialidades tecnológicas diante das 
necessidades pedagógicas e que ainda 
discutam o novo papel que o professor 
ocupa no espaço escolar, não mais como 
transmissor de informações, e sim, como 
organizador do processo de aprendizagem, 
fazendo a articulação entre as experiências 
dos alunos e o saber já sistematizado pela 
cultura. (ALMEIDA, 2000, p. 16)
Numa perspectiva prática, estamos capa-
citados a anunciar que é perfeitamente 
possível um casamento da cultura de 
formação do professorado (da geração 
X, de 30 a 45 anos, mais ou menos, ou 
de gerações acima desta idade), com 
a cultura das gerações das crianças e 
adolescentes (gerações chamadas I e Y, 
de 0 a 29 anos, mais ou menos).
Na prática, esse casamento é 
caracterizado por vantagens que se 
desdobram em ações pedagógicas, 
como a de um professor que conduz o 
trabalho por meio de seu conhecimento 
e didática. Em igual tempo, os estudantes 
associam suas capacitações próprias de 
operacionalização das novas tecnologias, 
finalizando a ação pedagógica com maior 
elevado no aprendizado. Em reforço 
destas posições, faremos a seguir breves 
menções a experiências de campo que 
podem ser aplicadas para alcançar estes 
objetivos.
Na primeira, se aborda uma mudança 
na ação pedagógica em duas fases do 
currículo programático, de turmas com 
crianças dos anos iniciais do ensino 
fundamental. Na aula de geografia é 
sugerido que tratem da questão dos 
meios de comunicação, centrando o 
foco no envio de correspondências 
escritas. As crianças seriam motivadas a 
escrever cartas para amigos e familiares, 
envelopá-las e postá-las, podendo 
serem, inclusive, levadas em passeio 
Tecnologias Educacionais
26 UNIDADE 1
até a agência dos correios. Tal atividade 
– que aos olhos do tempo presente 
parece ligada à disciplina de história, 
ou coisa de “antigamente”, visto que 
hoje as crianças não recebem cartas, 
ou recebem poucas –; ainda assim 
será capaz de despertar interesse das 
crianças envolvidas, sobretudo pelo valor 
agregado da elaboração do material 
(folha/envelope), da arte de produção 
(texto), da movimentação geográfica 
(ida ao correio), etc. Esta mesma turma, 
em oportunidades posteriores, poderia 
ser levada ao laboratório de informática 
da escola e lá começar a desenvolver 
habilidades de uso e envio de e-mails, 
pois esta será a realidade de comunicação 
daquela geração.
Outra experiência que também pode 
ocorrer nas aulas de geografia é a 
construção de maquetes, permitindo 
aos alunos exercitar a compreensão 
física da organização de uma cidade. 
Além de habilidades em artes, os alunos 
poderiam exercitar áreas de história, 
língua portuguesa, etc. Concluídos os 
trabalhos, os mesmos seriam expostos 
para colegas e familiares, reforçando 
a autoestima escolar. Num instante 
seguinte, os professores poderiam 
conduzir estes mesmos estudantes ao 
laboratóriode informática e estimulá-los 
a entrar no Google Earth e Google 
Maps, para buscarem as mesmas áreas 
anteriormente utilizadas na maquete.
A terceira exemplificação consiste de 
uma exercitação prático-pedagógica 
de elaboração de pequenos vídeos, 
voltados para questões sociais como 
violência urbana, drogas, pichações, etc. 
Poderiam ser usadas câmeras digitais e 
celulares, fazendo com que o material 
produzido se torne um recurso didático 
para as apresentações na escola, via 
“mostra cinematográfica” para colegas, 
familiares e convidados. Além disso, 
os alunos poderiam disponibilizar os 
materiais produzidos no Youtube, 
ampliando sua capacidade de acesso e 
visualização.
Como foi possível acompanhar, o uso 
das novas tecnologias educacionais é 
um processo dinâmico, que estabelece 
relação estreita com a vida dos 
educandos, e isto se constitui em 
instrumento de reconhecida importância 
ao ato de ensinar. Neste aspecto, a 
utilização dos recursos da web já é de 
grande valia como suporte didático para 
o ato de educar hoje. 
Para saber mais sobre aplicação 
de tecnologia no ensino da 
matemática, acesse o link: 
http://goo.gl/5jld0V
Para saber mais:
27UNIDADE 1
Pelos exemplos demonstrados de ação 
pedagógica numa unidade escolar, é 
possível ver que os professores devem 
associar os recursos didáticos às novas 
tecnologias da informação e comuni-
cação. Porém é bom destacar que se 
está apenas no começo e que muito há 
pra se fazer, notadamente no que diz 
respeito ao currículo para formação dos 
professores, além de estímulos e facilita-
ções que possibilitem sua atualização.
Crianças e adolescentes de hoje gostam 
das experiências inovadoras e instan-
tâneas, a qualquer hora e em qualquer 
lugar. Com isto, o discurso atualmente 
em voga é o de que a sala de informática 
já começa a fazer parte do patrimônio 
histórico. Haja vista que celulares, note-
books, tablets, iPhones, câmeras digitais 
e tantos outros permitem acesso rápido 
e a qualquer tempo à internet. Assim 
sendo, o laboratório de informática 
agora está no bolso ou na bolsa dos estu-
dantes; sem mais as limitações físicas das 
velhas salas de laboratórios (que estão 
sendo derrubadas). Sem este controle, 
com acesso livre, seja dos serviços wifi 
(internet sem fio), seja dos provedores 
das operadoras de telefonia móvel, 
crianças e adolescentes, andam, quer 
dizer, navegam por onde desejarem, 
inclusive para muito distante das salas e 
pátios da escola.
Certamente, o modelo de ação peda-
gógica que temos em vigor enfrentará 
muitas dificuldades, principalmente 
nos aspectos de trato comportamental 
da disciplina entre os estudantes, se 
pensarmos como serão os procedimentos 
de orientação educacional para com 
atitudes de navegações indevidas por 
sites indesejáveis na ausência de filtro e 
do controle virtual, até aqui as garantias 
do uso no ambiente escolar.
Tecnologias Educacionais
28 UNIDADE 1
Pode-se igualmente prognosticar a 
derrubada dos muros da escola, se a 
mudança do processo de educação 
continuar atrelada aos avanços tecnoló-
gicos, fato este considerado por muitos 
como uma tendência natural e inevitável. 
Inclusive, é possível resgatar a memória 
da história da educação, recordando que 
todo o universo dos conhecimentos, na 
passagem de seus procedimentos iniciais, 
apresentou dificuldades e rejeições, talvez 
devido a razões de cunho filosófico e 
comportamentais, marcadamente ao que 
tange a quase natural resistência ao novo. 
Temos hoje um novo cenário tecnológico 
aparecendo na vida da escola, as lousas 
digitais (realidade ainda pouco acessível, 
mas sinalizadora do futuro), e essas 
obedecem a toques físicos ou comandos 
a distância por meio de equipamentos 
eletrônicos. Igualmente, temos 
equipamentos de elevada capacidade 
tecnológica tipo notebooks e tablets, 
que não apenas guardam uma imensa 
quantidade de dados (muitíssimo mais 
que as bibliotecas escolares), como 
também conectam o estudante a sites 
de busca que representa um recurso de 
valor comparável a um “mega professor 
externo” que, entretanto ofusca o 
professor presente na sala de aula, pela 
ligeireza e acerto de pormenores com 
que responde aos cliques da consulta.
29UNIDADE 1
Esse, em resumo, é o mundo digital que 
responde aos costumes e onde as crianças 
nascidas a partir de 1990 (a denominada 
geração I, i de internet) têm apresentado 
como o seu jeito de ser. Até uns anos 
atrás, quando se tirava uma fotografia, 
tinha que se esperar o final do filme, 
para serem revelados todos os retratos 
contidos nele. Hoje, com os diversos 
instrumentos fotográficos acessíveis e 
à disposição, uma foto pode ser vista e 
avaliada instantaneamente, inclusive por 
crianças, e aquela que não corresponda às 
expectativas, ou apresente defeitos pode 
ser descartada/apagada imediatamente. 
Em se desejando, uma nova pose pode 
ser feita a seguir. Isto para não dizer 
que de posse de câmeras e celulares as 
crianças hoje, no jardim de infância, já 
produzem suas próprias fotos e postam 
nas redes. 
Como pode ser visto é uma geração sui 
generis, como todas nas gerações na 
história da humanidade. Isto deve ser um 
indicativo do quanto é errôneo querer 
interpretar a geração dos jovens que 
cresceram com o mundo das novas tecno-
logias, pelos parâmetros de comparação 
com a geração de seus pais, professores, 
principalmente procurando distinguir e 
destacar uma geração da outra. Por outro 
lado, não há exagero em dizer que o uso 
das tecnologias digitais está influenciando 
no modo de pensar e agir das pessoas, 
como poucas ou talvez nenhuma vez 
antes se viu, com tamanha intensidade. 
Exatamente este novo indivíduo é que a 
escola tem por missão educar. Portanto, 
na educação desta geração, mais do 
que nunca a escola precisa compreender 
que deve transmitir valores humanos 
e referências pessoais, para que não 
se perca o convívio da vida social, mais 
íntimo do que aquele conseguido através 
dos chats (sala de bate-papo), ou das 
salas de jogos virtuais; que se cuide em 
oferecer calor e contato humano para 
além dos contatos virtuais.
Assista à videoaula com este conteúdo. 
Tecnologias Educacionais
30 UNIDADE 1
MÓDULO 3
A internet como 
recurso educacional
Ainda que se evite utilizar o termo “revo-
lução”, um dos aspectos mais destacados 
da internet é, com certeza, o espaço de 
tempo relativamente breve em que ela 
se desenvolveu e penetrou praticamente 
em todos os setores da vida social – aí 
incluída, claro, a escola; considerando-se 
também as consequências.
Como ilustração deste fato, tome-se o 
seguinte exemplo referente ao ocorrido 
em Portugal. Num seminário promovido 
pelo Conselho Nacional de Educação, em 
1993, sobre A Educação e os Meios de 
Comunicação Social, os conferencistas 
referiam-se à mídia como “novos meios 
de comunicação social”, aí discorrendo 
sobre o rádio e a televisão, e destacando 
os progressos alcançados no domínio 
de ambos – TV e rádio. Porém, não 
constando de suas palestras nenhuma 
citação à internet! No entanto, apenas 
cinco anos depois, o mesmo Conselho 
Nacional de Educação promovia já um 
debate sobre A Sociedade da Informação 
na Escola, em que se pretendia fazer um 
levantamento a respeito da situação da 
internet nas escolas.
31UNIDADE 1
Eis porque se justifica plenamente falar 
da internet como recurso educativo. 
Contudo, tratar desta questão implica 
cuidar, primeiro, de uma questão mais 
geral que: a da relação entre a educação 
ou, mais precisamente, entre a escola e os 
meios de comunicação. Por conseguinte, 
o presente tópico será dividido em 
três partes para melhor discussão e 
entendimento deste assunto. 
Na primeira, intitulada “A relação 
problemática entre a escola e os meios 
de comunicação”, serão tratadas as 
principais razões que explicam como o 
convívio entre aescola e os meios de 
comunicação se tornou problemático, 
sobretudo nas últimas décadas do século 
XX. Na segunda, chamada “A internet 
como recurso educativo”, nos referiremos 
às principais especificidades que 
caracterizam este meio de comunicação 
como recurso educativo e a distinção de 
outros meios eletrônicos, especialmente a 
televisão. Na última e terceira parte deste 
tópico, sob o título “Os riscos associados 
ao uso da Internet”, abordaremos alguns 
dos mais destacados riscos relativos ao 
uso da internet por estudantes, sejam 
eles jovens, crianças ou adultos.
A relação problemática entre a escola 
e os meios de comunicação 
A relação estabelecida entre a escola e 
os meios de comunicação tem se tornado 
cada vez mais problemática – até ao limite 
de hoje se falar, mesmo, em conflito entre 
uma e outros. Quanto a saber quais as 
razões que tornam cada vez mais proble-
mática tal relação – e quando –, parece 
haver, pelo menos, razões fundamen-
tadas para a admitirmos como hipótese 
prática. Principalmente, referimos à coin-
cidência entre, por um lado, a evolução 
das mídias eletrônicas, em particular da 
televisão, após a II Guerra Mundial e, por 
outro lado, a crise da escola (e também 
da universidade), que começa a ser mani-
festada no Ocidente a partir desta época, 
para finalmente explodir nos finais da 
década de 1960. Acrescente-se, ainda, a 
concepção de que a televisão tem efeitos 
profundos sobre o conjunto da sociedade 
e da cultura e, assim, sobre a escola.
Pode-se argumentar que as mídias, 
incluindo a televisão, fornecem todo um 
conjunto de informações que acabam por 
ampliar, e muito, a informação fornecida 
pela escola. Tome-se o exemplo do que 
acontece com canais temáticos, como 
o National Geographic e o Futura. 
Os meios de comunicação parecem 
constituir, dessa forma, um verdadeiro 
complemento à escola.
Este argumento não deixa de ser 
verdadeiro, pelo menos em parte. 
Contudo, ele obriga a pelo menos 
duas observações. A primeira, a de que 
aquilo que na TV se pode considerar 
como especificamente informativo e 
Tecnologias Educacionais
32 UNIDADE 1
educativo é mais a exceção do que a 
regra. A segunda, que pode ser vista 
como explicativa da primeira, a de 
que, se aceitarmos que as principais 
funções das mídias residem em informar, 
divertir e educar, podemos afirmar que 
a televisão se centra no divertimento 
– já que a informação e a educação, 
quando acontecem, têm também 
elas de se submeter às exigências do 
entretenimento. 
Desta forma, a informação tem que se 
transformar naquilo que os ingleses 
denominam infotainment e nós 
“informação-espetáculo”, não sendo 
por acaso que, a respeito da informação 
noticiosa, principalmente televisiva, se 
tem generalizado nos últimos tempos a 
expressão “circo midiático”. No que diz 
respeito aos chamados “educativos”, 
o seu potencial de educar acaba por 
ser submergido pela necessidade de 
inserir mecanismos de sedução dos seus 
destinatários infantis e juvenis que lhes 
dá a possibilidade de distância e reflexão 
que a educação exige.
Além disso, existe a ideia de que aquilo 
que diverte – a comédia, o objeto de 
lazer, o circo – apela às emoções, aos 
sentimentos mais baixos do ser humano, 
à distração, aos esquecimentos, que são 
contrários à cultura. Esta, considerada 
no sentido individual – a educação –, 
não pode deixar de ser entendida como 
cultivo de si mesmo, tendo em conta 
o desenvolvimento de todas as suas 
potencialidades.
Ora, como em tempos passados, também 
hoje o papel da escola terá de residir não 
em divertir, ainda que o divertimento até 
possa ser utilizado como uma estratégia 
pedagógica, entre outras, contudo exigindo 
um esforço de reflexão e de elaboração da 
informação. Até porque nem sempre o que 
exige um esforço equivale às dificuldades. 
A internet como recurso educativo
Qual é esta nova estrutura educativa 
que poderia (poderá) evitar o fracasso 
da escola perante as forças de educação 
indireta, aí incluindo notadamente a 
televisão? Seja qual for esta mencionada 
estrutura educativa, ela não pode 
caminhar nem no sentido de oposição à 
mídia, o que, dada a extensiva presença 
desta no cotidiano de cada um dos 
estudantes e dos cidadãos em geral, 
seria uma perfeita idiotice, nem no 
sentido da sua imitação que, se possível, 
equivaleria a decretar o fim da própria 
escola, transformada então num sucessor 
do “circo midiático”.
Significa tal questionamento que a escola 
não pode competir com as mídias no seu 
domínio específico? Exatamente! No 
domínio do divertimento, a escola não 
tem qualquer chance de competir com a 
força irresistível das mídias, em particular 
33UNIDADE 1
da TV. Porém, isto não quer dizer que 
a escola não possa utilizar as mídias 
em seu favor, como, aliás, já tem feito. 
No que tange efetivamente à utilização 
educativa na internet, devido às suas 
características específicas enquanto meio 
de comunicação, ela permite não uma 
revolução, como muitas vezes se anuncia, 
mas sim a ampliação e aprofundamento 
de cada uma das possibilidades 
educativas já permitidas há muito tempo 
por meios como rádio e televisão. 
Mais objetivamente, a internet pode ser 
utilizada como:
Fonte de informação
Conforme sua natureza digital, interativa 
e colaborativa, a internet é vista, 
praticamente desde seu início, como 
uma espécie de biblioteca universal, 
onde podemos encontrar tudo o que 
desejamos nas várias enciclopédias 
digitais, nas diversas bibliotecas 
temáticas, nos inúmeros portais ou através 
de incontáveis meios de busca. A internet 
pode ser utilizada, assim, de forma 
perfeita, como fonte de informação, como 
também ponto de partida dos temas a 
tratar de maneira mais aprofundada e/
ou alternativa pela própria escola. Neste 
particular, projetos como a Wikipedia ou 
o Youtube têm assumido, nos últimos 
anos, uma relevância crescente tanto no 
que se refere à quantidade e qualidade 
dos conteúdos disponibilizados, como 
ao número sempre crescente de seus 
visitantes e utilizadores.
Recurso pedagógico-didático
Mediante um computador ou um projetor 
de vídeo, a exposição do professor ou 
dos alunos pode apoiar-se nos vários 
recursos disponíveis na internet, como 
textos, fotografias, gráficos e vídeos, 
seja de forma direta, em tempo real, seja 
de forma indireta, depois de submetê-los 
a determinado tratamento (adaptação). 
Tecnologias Educacionais
34 UNIDADE 1
Ainda neste aspecto, é possível utilizar 
a internet para disponibilizar aos 
alunos, especialmente os que não 
puderem estar presentes nas aulas, os 
conteúdos destas últimas, os materiais 
utilizados ou a pesquisar, os exercícios 
e as bibliografias. Isso pode ser feito 
colocando esta informação numa página 
da web ou enviando-a aos alunos por 
e-mail. É neste conjunto de realidades, 
precisamente, que deve ser encarado o 
papel da internet, que tem assumido e 
muito mais ainda assumirá seu papel de 
relevância como recurso educativo. 
Instrumento de materialização de projetos
A internet pode ser e já vem sendo 
utilizada, seja em nível de turma, seja em 
nível de escola, para dar vida a projetos 
digitais como um jornal, uma rádio ou 
uma televisão escolar, para construir uma 
página, fazer um blog, etc. Projetos deste 
tipo são uma ótima maneira de motivar 
os alunos e levá-los a desenvolver a 
sociabilidade e a capacidade de trabalhar 
em grupo, a aprender de forma autônoma 
e a aprofundar seus conhecimentos.
Objeto de estudo
Tal como se verifica com outras mídias, a 
internet é (ou deve ser) objeto de estudo 
e análise não somente nas disciplinas 
criadas para promoção da chamada 
“literacia midiática”, como é o caso das 
disciplinas de Tecnologias da Informação 
e da Comunicação, mas também em 
disciplinas de âmbito geral como a 
Sociologia, Antropologia, Economia e 
Língua Portuguesa,que buscam estudar 
as diversas questões de informação e 
da comunicação e, em particular, os 
funcionamentos e efeitos sociais próprios 
das TICs. 
Verdade é que, como aqui já nos refe-
rimos, meios como o rádio ou a televisão 
são, não é de agora, objetos destes 
quatro tipos de utilização. Entretanto, as 
características próprias da internet, 
enquanto meio de comunicação, possibi-
litam que esses tipos de utilização se 
desenvolvam de uma forma que aqueles 
meios não permitam, transformando-a 
num meio mais amigável para a escola e 
sua cultura escrita de base humanista. 
Fique atento!
O computador pode ser utilizado para a resolução mecânica de exercícios – 
segundo Castillo (1998), exercícios e problemas são distintos, neste caso, o uso 
do computador para a resolução de exercícios poderia se constituir em prática que 
reforça a reprodução de conteúdo, à qual está veiculada a ideia de ensino mecânico 
e de uma Matemática cujo conhecimento está dado, não se constrói.
35UNIDADE 1
Destacamos, aqui, as seguintes 
características:
Comunicação interativa
A interatividade é, com certeza, a 
característica de rede que mais tem sido 
destacada pelos estudiosos. Se estiver 
correto que o rádio e a televisão também 
(já) envolvem formas e estratégias de 
interatividade específicas – telefonemas 
ou e-mails dos destinatários, participação 
do público em programas ao vivo, 
etc., –, elas estão distantes de ter o 
alcance e a importância da internet, 
que não seria o que é sem essa mesma 
interatividade. Ora, não é a mesma 
coisa assistirmos, de forma passiva, a 
um “circo” que se desenrola a frente 
de nossos olhos, nos envolve e nos faz 
sentir determinadas emoções, ainda que 
possamos mudar desse “circo” para o 
do lado, ou utilizarmos um meio em que 
não nos limitamos a receber o que outros 
produzem, mas podemos, de nosso lado, 
produzir também coisas a que também 
os outros assistam.
Revalorização da escrita
As funcionalidades mais utilizadas e 
importantes na internet, como sejam o 
correio eletrônico, os vários instrumentos 
de publicação, dentre os quais se 
destacam, nos dia de hoje, os blogs, e 
a pesquisa através dos instrumentos de 
busca, fazem interagir a escrita e a leitura 
de um modo que nenhum dos outros 
meios eletrônicos faz, aproximando mais 
a internet da escola e da cultura escrita 
do que os demais meios.
Economia de recursos
A internet é um meio de comunicação 
cujo conteúdo é composto também 
dos outros meios de comunicação, 
inclusive os eletrônicos como o rádio e a 
televisão. Nesse sentido, a sua utilização 
representa uma enorme economia de 
recursos, ao tornar possível a conjugação 
de meios que, sozinhos, são sempre 
limitados. Ainda mais se considerarmos 
uma tecnologia relativamente fácil de 
adquirir e utilizar por onde quer que se 
esteja ou vá, na escola, em casa ou numa 
biblioteca pública.
Os riscos associados ao uso da internet 
A despeito de todas as suas vantagens 
aqui citadas, a internet não está 
isenta de riscos. Dentre os variados 
riscos envolvendo a sua utilização e 
considerando que eles são de natureza 
diversificada e afetam diversas atividades 
e instituições, referimo-nos aqui, mais 
especificamente à sua utilização por 
estudantes, a saber:
O plágio
O fato de a internet representar uma 
“super biblioteca” e um “super arquivo 
Tecnologias Educacionais
36 UNIDADE 1
de informações”, onde se encontra tudo 
aquilo que se queira pesquisar, permite 
aos estudantes, especialmente os de 
nível mais adiantado, nos seus trabalhos 
de investigação individuais ou em grupo, 
que utilizem materiais copiados de forma 
direta, quer dizer, sem nenhum esforço 
individual de elaboração e/ou sem as 
referências às fontes consultadas.
Dado o volume de informações em 
causa, nem sempre é possível ao 
professor (para não dizermos que lhe 
é quase sempre impossível) identificar 
a ocorrência e a origem do plágio. A 
luta do professor contra o plágio passa, 
antes de qualquer coisa, pela explicação 
aos estudantes da diferença existente 
entre uma citação, um comentário, que 
enriquece um texto e um plágio (motivo 
de confusão para boa parte dos estu-
dantes, quando assim agem). 
Por fim, uma estratégia de que se 
pode valer o professor, na ‘tarefa’ de 
identificar plágios escolares, é valer-se 
da apresentação dos trabalhos e sua 
respectiva discussão, em sala de aula.
A confusão informativa
Novo risco a que frequentemente são 
levados os estudantes é o que deriva 
de sua incapacidade ou dificuldade de 
seleção das informações buscadas, de 
separar entre material importante e aquilo 
37UNIDADE 1
que se classifica como desnecessário, 
fonte confiável e fonte suspeita. O 
presente risco pode ser contornado ou 
pelo menos suavizado pelo professor se 
este selecionar previamente e indicar aos 
alunos determinados sites de informação 
e pesquisa, um processo de reconhecida 
eficácia que previne efetivamente a 
ocorrência de plágios.
O desvio e a tagarelice
Os aplicativos de chats constituem duas 
das funcionalidades mais utilizadas pelos 
estudantes, notadamente os mais jovens. 
Estas modalidades, que correspondem a 
uma necessidade de sociabilidade que 
lhes é própria, servem na maior parte 
das vezes para prolongar e aprofundar 
no ciberespaço as amizades e outras 
relações cotidianas, proporcionando 
riscos não descartáveis. No caso do chat 
a que qualquer um pode ter acesso, o 
risco principal está na criança ou jovem 
se conectar com indivíduos, geralmente 
disfarçados, que procuram aliciá-los 
para atividades nocivas, quando não 
criminosas. Além disso, há de se consi-
derar como um risco o tempo excessivo 
passado em conversas pouco úteis.
O jogo e o vício
Mais uma funcionalidade arriscada, 
porém de largo uso entre jovens, é a 
participação nos variados jogos on-line. 
A generalidade destes jogos envolve, 
como no caso da conversa on-line que 
acabamos de nos referir, o sério risco de 
se criar certo vício que leva os jovens a 
esbanjarem tempo e dinheiro que bem 
pode redundar em acentuado problema 
envolvendo apostas, como admitido em 
certos jogos disponíveis.
Tecnologias Educacionais
38 UNIDADE 1
MÓDULO 4
Utilização das TICs 
através de projetos
Talvez nenhuma outra inovação 
tecnológica haja provocado tantas 
mudanças significativas em tão 
pouco tempo na sociedade como as 
chamadas Tecnologias de Informação 
e Comunicação (TICs). No meio destas, 
está incluída a educação. Ainda antes 
do aparecimento do computador - 
hoje fazendo parte praticamente de 
quase todas as formas estruturais 
de informação - mais precisamente 
em 1945, Vannevar Bush idealizou, 
com admirável precisão, aplicações 
como hipertexto, armazenamento 
ótico, bibliotecas virtuais, multimídia e 
interfaces gráficas. Previsões como estas 
demonstram que a expectativa de se 
utilizarem novas tecnologias para facilitar 
a vida humana em diversos aspectos, 
inclusive educacional, já se fazia presente 
antes mesmo do desenvolvimento dos 
recursos técnicos que a transformasse 
em realidade.
Estas novas tecnologias trazem consigo 
inúmeras questões, frente a inevitabili-
dade de se ter que conviver com elas na 
educação: como educadores, que bene-
fícios podemos usufruir com as novas 
tecnologias? Que mudanças teremos que 
realizar, efetivamente, em nossa ativi-
dade diária? Que novos conhecimentos 
e habilidades devemos desenvolver para 
fazer bom uso desta tecnologia?
Para os educadores e as escolas, a neces-
sidade mais importante criada pelo uso 
generalizado das TICs é ter domínio em 
como aplicar todo o potencial existente 
no sistema educacional, de maneira espe-
cial nos seus componentes pedagógicos 
e processos de aprendizagem. O que 
acontecerá com os métodos de ensino, 
com a própria Pedagogia como conhe-
cemos, daqui pra frente? Que novas 
tecnologias e equipamentos estarãodisponíveis, para que as pessoas possam 
absorver novos conhecimentos em qual-
quer lugar e a qualquer momento? 
Não dispomos ainda das respostas para 
os quesitos acima, porém já se tem 
conhecimento, com certeza, que os 
resultados obtidos até o momento com 
a introdução das TICs na rede escolar 
têm sido muito abaixo dos investimentos 
empregados, e abaixo também das 
expectativas mais realistas.
A linha que serve de divisa entre o sistema 
educacional e o mundo do trabalho – 
com processos produtivos intensamente 
dependentes da informação e do 
39UNIDADE 1
conhecimento – tem se mostrado cada 
vez mais frágil, sendo muitas vezes difícil 
entender com exatidão a que mundos 
pertencem as práticas que estão sendo 
utilizadas para aprender, trabalhar e até 
para divertir. 
Com a difusão do uso das redes de 
computadores e dos inumeráveis 
recursos de software, atividades ligadas 
à diversão, trabalho e aprendizado 
acontecem quase ao mesmo tempo, 
assim alterando substancialmente as 
tradicionais formas de buscar informação, 
produzir um bem, executar um trabalho, 
promover conhecimento ou usufruir 
momentos de lazer. 
Torna-se, portanto, progressivamente 
mais desafiadora a preparação do aluno 
para o mundo do trabalho. Cada vez 
mais se exige maior empenho e conheci-
mento. A educação tem, pois, um papel 
ímpar no desenvolvimento pessoal e 
social e pode ser vista ainda como um 
dos principais meios disponíveis para 
incrementar uma forma de progresso 
humano mais duradouro e profundo na 
busca de conhecimento e habilidades, 
daí levando a reduzir a pobreza, igno-
rância e exclusão.
Ao mesmo tempo, outro aspecto de 
realce a ser considerado nesta análise é 
o conjunto de iniciativas em andamento, 
Tecnologias Educacionais
40 UNIDADE 1
abrangendo a reforma e modernização 
da administração pública, resultado de 
um processo complexo de transição das 
estruturas políticas, administrativas e 
econômicas. Essas iniciativas levam a um 
ambiente favorável a dar sustentação às 
propostas apresentadas aqui. No Brasil, 
a educação é um setor que se tornou 
alvo das políticas públicas, em íntima 
articulação com as características que 
definem o seu processo de modernização 
e desenvolvimento.
No conjunto de modificações 
iniciadas na administração pública, o 
desenvolvimento de programas de 
governo eletrônico (e-Gov) tem sido um 
assunto constante na discussão do novo 
modelo de gestão pública. O e-Gov 
pode ser entendido como uma forma 
natural de se buscar modernização do 
estado e da administração pública por 
meio do uso estratégico e intensivo 
das TICs nas relações internas dos 
próprios órgãos e dependências do 
governo, e nas relações do governo 
com a sociedade (serviços, processos, 
informações e pessoas). Os programas e- 
Gov devem incrementar, dentre outras, 
as iniciativas para promover a inclusão 
digital e a universalização da educação, 
assegurando que toda a sociedade tenha 
acesso ao ensino fundamental e médio 
de qualidade. No campo educacional, 
o incremento desses programas merece 
um debate amplo e democrático, a 
respeito do uso de novas tecnologias 
na escola, bem como a metodologia a 
ser aplicada no desenvolvimento destas 
novas políticas educacionais. (Chahin et 
al., 2004)
Pelo contexto apresentado, o problema 
em destaque consiste no estabelecimento 
claro de qual será o caminho mais eficaz 
para introduzir, de forma adequada, 
organizada e efetiva, recursos de 
TIC como elementos facilitadores 
dos processos didático-pedagógicos 
da escola, buscando aprendizagens 
significativas e melhoria dos indicadores 
de desempenho do sistema educacional 
como um todo, onde novas tecnologias 
sejam utilizadas de forma transparente e 
natural.
Evolução das Tecnologias da 
Informação
A palavra “informação” diz respeito aos 
fatos ou dados, geralmente fornecidos 
a uma máquina para, com os mesmos, 
realizar algum tipo de operação ou 
processamento, tais como: armazenar, 
transmitir, codificar, comparar, indexar, 
etc. Em contextos específicos, como 
na Teoria da Informação, por exemplo, 
uma mensagem contém informação na 
proporção em que produz algo novo, 
até aí desconhecido, diminuindo nossa 
incerteza sobre um determinado estado 
de coisas. Num sentido mais geral, toda 
técnica ou recurso utilizado para realizar 
41UNIDADE 1
algum processo ou operação sobre 
certo tipo de informação, constitui uma 
tecnologia de informação.
No tempo presente, é inevitável a 
associação da expressão “tecnologia 
da informação” com “rede de 
computadores”, “banco de dados”, 
“multimídia”, “internet” e outros recursos 
oferecidos pelo computador. As demais 
tecnologias (TV, rádio, telefone, áudio, 
vídeo, etc.), que antes eram utilizados 
separadamente, hoje se encontram 
integradas por meio do computador 
e seus periféricos – câmeras de vídeo, 
impressoras, conexão à internet, dentre 
outros. Esta integração possibilitou o 
armazenamento da informação sob as 
mais diferentes formas e nos mais diversos 
meios, assim como sua transformação 
de uma forma em outra com extrema 
facilidade, transformando o computador 
no centro de processamento que torna 
possível todas estas operações. 
Sociedade da Informação
Por definição, sociedade da informação 
é um sistema sociopolítico e econômico 
no qual o conhecimento e a informação 
constituem fontes fundamentais de 
bem-estar e progresso. O florescimento 
desta nova sociedade exige a prática de 
princípios fundamentais como o respeito 
aos direitos humanos, no âmbito de seu 
contexto mais amplo. É justo colocar o 
direito à educação como centro desta 
questão. 
A sociedade de informação se firma na 
utilização intensiva das novas tecnolo-
gias, especialmente, as tecnologias da 
informação e da comunicação e é cons-
tituída de organização social moderna, 
onde as redes de comunicações e os 
recursos de tecnologia da informação 
são extremamente desenvolvidos, o 
acesso equitativo e onipresente às 
informações, o conteúdo apropriado, 
em formatos acessíveis e comunicação 
eficiente devem possibilitar que todas as 
pessoas consigam o seu potencial pleno. 
O domínio e o controle dessas tecnolo-
gias têm alterado e decidido a sorte das 
sociedades. (CHAHIN et al., 2004)
Esta mesma sociedade de informação 
deve ainda ter um viés inclusivo, onde 
todas as pessoas tenham possibilidade 
de ter liberdade e condições para 
criar, compartilhar, receber, e utilizar 
informações e conhecimentos por meio 
da educação. Outros questionamentos 
podem surgir, dentre eles: como a 
aplicação e uso dessas tecnologias na 
escola podem, efetivamente, contribuir 
para criar a sociedade de informação? 
Existem metodologias que possam ser 
aplicadas de forma genérica?
Tanto no Brasil quanto no 
mundo, inúmeros governos estão 
implementando programas de reforma e 
Tecnologias Educacionais
42 UNIDADE 1
modernização da administração pública, 
e todos beneficiam a realidade das novas 
tecnologias e incentivam o crescimento 
da sociedade da informação, como 
maneira de responder aos desafios de 
desenvolvimento adicionais impostos 
pela exclusão digital. Nesse rumo, têm 
buscado soluções viáveis para introduzir 
uma infraestrutura da informação e da 
comunicação que dê possibilidade de 
acesso universal a essas tecnologias. Uma 
infraestrutura de redes de informação 
e de comunicação bem desenvolvida e 
acessível é primordial para o progresso 
econômico, social e de bem estar para 
todos os cidadãos da comunidade. A 
melhoria da conectividade e o acesso às 
redes de comunicação das escolas são 
de suma importância neste sentido.
Impactos das Tecnologias da 
Informática e Comunicação na 
Educação
É possível afirmarmos que nenhuma 
outra tecnologia produziu tantas 
mudanças em tão curto espaço de 
tempo e com tamanha profundidade, 
em todos os setores da atividade 
humana, comoa TIC, intensificada nas 
derradeiras décadas com a utilização 
(popularização) do computador e da 
internet. O contexto mundial apresenta 
um verdadeiro desafio quanto à forma 
de assimilar as transformações que estão 
acontecendo com o desenvolvimento 
das telecomunicações, da informática 
e de suas interações com o sistema 
educacional.
Em decorrência dos avanços tecnológicos, 
vivemos atualmente uma economia na 
qual a informação e o conhecimento 
são considerados matérias-primas de 
muitos processos produtivos. Só este 
fato já seria bastante para justificar a 
necessidade de uma extensa revisão do 
sistema educacional, em todos os seus 
níveis. No cenário que se apresenta, 
até os ambientes de trabalho estão 
se transformando para possibilitar a 
aprendizagem permanente, como forma 
de acompanhar e se manter atualizado 
com o ritmo de desenvolvimento. Os 
conhecimentos e as informações são 
recursos inesgotáveis, podendo ser 
reutilizados na geração de produção de 
novos conhecimentos e informações. 
Por essa razão, as fontes de dados, 
de informações, as comunicações 
simbólicas, etc., são consideradas valores 
da nova economia.
Sem dúvida o desenvolvimento da 
sociedade, hoje, depende da capacidade 
de gerar, processar, transmitir, recuperar 
e armazenar informações de forma 
eficiente. Por este motivo, a população 
escolar necessita ter chance de 
acesso a esses instrumentos e adquirir 
capacidade para produzir e desenvolver 
conhecimentos de uso na TIC. Isto pede 
a reforma e ampliação do sistema de 
43UNIDADE 1
produção e de difusão do conhecimento, 
permitindo o acesso à tecnologia. 
Contudo, o simples acesso à tecnologia, 
em si, não é o item mais importante, 
mas sim, a criação de novos ambientes 
de aprendizagem e de novas dinâmicas 
sociais a partir do uso dessas ferramentas.
A seguir, apresentaremos algumas 
mudanças necessárias para que o cenário 
seja mais propício à utilização da TIC 
como recurso efetivo de aprendizagem.
Currículos
A configuração tradicional dos currículos 
precisa ser revista para incorporar 
necessidades específicas da era da 
informação. Como a atual padronização 
dos currículos ainda é da era pré-digital, 
certamente estes serão substituídos 
por sistemas nos quais o conhecimento 
pode ser obtido quando e onde for 
necessário. As estruturas curriculares 
atuais, caracterizadas por uma tradicional 
imobilidade, não consideram nem ao 
menos uma fração das inumeráveis 
possibilidades oferecidas pela TI 
(Tecnologia da Informação). A utilização 
mais apropriada de novas tecnologias 
em sala de aula se dá através de 
projetos multidisciplinares, o que 
não corresponde, na prática, à atual 
organização dos currículos. Incluir TI nos 
currículos não corresponde exatamente 
no mesmo que incluir laboratório de 
informática em horário de aulas (o efeito 
da utilização de apenas uma hora por 
semana, de uso de computadores em 
laboratório, significa pouco ou nada).
Alunos 
Em tempos passados, os alunos 
enxergavam o professor como principal 
ou, muitas vezes, única fonte de 
conhecimento e informação. Agora, têm 
iguais possibilidades de acesso às bases 
de dados das redes de computadores: 
bibliotecas, publicações, cursos, 
simuladores, laboratórios virtuais, grupos 
de intercâmbio, listas de discussão, 
projetos cooperativos e inúmeras outras 
Tecnologias Educacionais
44 UNIDADE 1
possibilidades superando, em todos os 
sentidos, as limitações de antigamente. 
Além do mais, tanto professores 
quanto alunos podem contribuir para 
adicionar informações às bases de dados 
existentes, de modo simples e rápido, seja 
publicando eletronicamente resultados 
de seus trabalhos, seja pela criação 
de páginas próprias de informação na 
internet, modificando substancialmente 
o panorama educacional em vigência. 
Escolas
O ritmo ou compasso de atuação das esco-
las está distante de assimilar as mudanças 
na mesma velocidade em que as mesmas 
ocorrem no mundo em seu redor. Por esta 
razão, encontram-se diante da angustian-
te e urgente necessidade de promover a 
alfabetização digital de seus professores 
e técnicos, exigência de vital importância 
para introduzir efetivamente as novas tec-
nologias no ambiente educacional. O pro-
blema, contudo, não se resolve somente 
com a simples aquisição de tecnologia, 
na sua dimensão física, representada pela 
compra de equipamentos, construção ou 
adaptação de novas instalações e, até 
mesmo, com a contratação de equipes 
especializadas para esta finalidade. A 
experiência demonstra que pouco resolve 
simplesmente instalar computadores nas 
escolas, se as pessoas não aprenderem 
como integrá-los às variadas atividades 
curriculares.
Professores 
Relativamente às novas tecnologias, 
os professores têm visões pessimistas, 
otimistas ou indiferentes. Sob a visão 
otimista eles consideram as numerosas 
facilidades oferecidas pela TI e projetam 
para o futuro um mundo de maravilhas. 
Contudo, a questão do uso sistemático 
e organizado da TI na educação não 
é tão simples como aparenta. A falta 
de contexto, a quantidade e a veloci-
dade da informação e a virtualidade 
dos novos meios de informação estão 
exigindo do professor um trabalho de 
acompanhamento e orientação muito 
mais intenso e profundo. Pelo novo 
contexto tecnológico, o professor passa 
a ter um destaque ainda maior, frente a 
questionamentos do tipo: como ensinar 
a administrar as inúmeras possibilidades 
de receber informações a qualquer hora 
e lugar? Como formar no aluno a capa-
cidade analítica e seletiva sobre as infor-
mações que recebe? Como aprimorar os 
processos intelectivos de transformação 
da informação em conhecimento? 
As novas tecnologias e a metodologia 
de projetos
A implantação da TIC na educação 
básica tem possibilidade de ser 
significativamente enriquecida, se 
complementada pela Metodologia de 
Projetos – MP. Os pressupostos e as 
45UNIDADE 1
Pr r s 
As novas tecnologias e a metodologia 
de projetos
diretrizes da MP possuem elementos 
seguros para evitar muitos problemas, 
bem como para resolver outros de 
costume, encontrados nas ações de 
implantação dessas tecnologias, como 
também em programas de informática 
aplicada à educação. A implantação da 
MP neste contexto exige um esforço 
complementar, no sentido de conhecer 
com segurança e profundidade razoável o 
significado e as diretrizes da metodologia 
de projetos. Tem-se, contudo, que este 
trabalho a mais é compensado pelas 
vantagens trazidas com a aplicação 
segura de uma metodologia com 
potencial extraordinário de mudanças 
importantes ao processo educacional.
A ajuda principal que essa metodologia 
proporciona para a implantação da TIC 
no ensino pode ser notada tanto no 
desenvolvimento de aulas e laboratórios 
especializados de informática, como 
na realização de atividades de ensino, 
pesquisa e estudo dos conteúdos curri-
culares. Neste aspecto, estamos levando 
em conta as aplicações da TIC em 
diversas instâncias: em aulas específicas 
de informática, destinadas à aprendi-
zagem dos recursos correspondentes; 
no desenvolvimento de projetos de 
trabalho; em atividades complementares 
e extracurriculares diversas; e, principal-
mente, na utilização da informática nas 
disciplinas gerais do currículo.
Tecnologias Educacionais
46 UNIDADE 1
Fundamentos da Metodologia de 
Projetos
Inúmeras publicações e experiências 
escolares apontam para o potencial da 
MP como contribuição para a melhoria 
do processo educativo, notadamente 
no que se refere à implantação de uma 
aprendizagem significativa, em oposição 
à aprendizagem tradicional do tipo 
verbal, livresca, retórica, com destaque 
para a teoria e descontextualizada. 
A experiência de alguns estudiosos 
demonstra como a valorização e o 
desenvolvimento de projetos de 
trabalho por alunos e professores podem 
representaruma forma indispensável de 
compensar ou equilibrar os problemas 
decorrentes de uma ênfase exagerada 
na utilização de recursos virtuais, 
sem considerar as situações reais e 
contextuais. 
Um dos pressupostos essenciais da MP 
é a consideração das situações reais 
da vida no sentido mais ampliado, que 
devem estar relacionadas ao objetivo 
central do projeto em desenvolvimento.
São fundamentais os pressupostos 
seguintes na Metodologia de Projetos:
•	 Realização de projetos de trabalho 
por grupos de alunos com número de 
participantes definido criteriosamente 
para cada experiência;
•	 Definição de um período de 
tempo limite para a concretização 
do projeto, como fator relevante no 
seu desenvolvimento e concretização 
(geralmente, períodos de 2 a 6 meses);
•	 A forma de escolha dos temas 
dos projetos, oferecendo liberdade 
para os alunos (com negociação entre 
professores e alunos visando deter-
minar múltiplos objetivos e interesses);
•	 Os projetos devem contemplar 
uma finalidade útil, de modo tal que 
os alunos tenham uma percepção do 
sentido real dos projetos propostos;
•	 Utilização de múltiplos recursos 
no desenvolvimento dos projetos, 
incluindo aqueles que os próprios 
alunos podem providenciar junto 
a outras fontes, como no caso da 
comunidade;
•	 Socialização dos resultados 
dos projetos nos vários níveis de 
comunicação, como a própria sala de 
aula, a escola, a comunidade, incluindo 
a apresentação dos resultados pelos 
autores.
As atividades orientadas pela Metodo-
logia de Projetos possuem, ainda, as 
características seguintes: constituem um 
objeto de realização concreta; têm deter-
minado impacto no ambiente; alteram a 
relação aluno-professor; estão baseadas 
47UNIDADE 1
numa nova abordagem/conceituação de 
saberes; proporcionam uma nova con-
cepção de avaliação; são apresentadas 
como um desafio aos alunos; e possuem 
uma abrangência coletiva. 
Assim, a valorização das atividades de 
desenvolvimento de projetos, por parte 
de alunos e professores, poder ser 
uma forma relevante de compensar ou 
equilibrar a tendência da nova era de (re)
valorização da informação, na medida 
em que tais atividades promovam uma 
interação determinante. 
A tendência atual na direção de 
valorização da chamada dimensão 
“virtual”, associada fortemente ao 
elemento “informação”, pode no 
âmbito do desenvolvimento educacional 
dos jovens, induzir a dificuldades e 
problemas complexos relacionados à 
necessidade de formação integral do ser 
humano. Assim, a conjunção harmônica 
entre princípios da MP e as proposições 
e demandas relativas à TIC, revestem-se 
de uma importância capital, no âmbito 
do tema levantado.
A MP utilizada como recurso para 
inserção da TIC na educação
Estudos recentes mostram o aparecimento 
de um novo tipo de distúrbio chamado 
“fadiga da informação”. Ela diz 
respeito a um problema resultante da 
exposição excessiva e sem controle a 
fontes de informação, cujo conteúdo 
é bastante superior à capacidade de 
assimilação pelos usuários dos sistemas 
de informação, com destaque para a 
internet. Esta realidade cria necessidade 
do desenvolvimento de filtros para 
adaptá-la aos processos mentais, que são 
ativados para sua utilização proveitosa. 
Excessos podem ser contornados quando 
situações mais favoráveis ao processo 
de construção do aprendizado são 
admitidas, como aquelas em que o aluno 
participa realmente do planejamento 
das atividades com objetivos claramente 
determinados, ainda que as tarefas e seu 
significado venham a se modificar ao 
longo da execução do projeto negociado 
com a turma. Quanto mais intenso o grau 
de comprometimento do aprendiz com 
o processo de aprendizagem, com os 
objetivos de seu conhecimento, maiores 
também as possibilidades de êxito. 
Sozinha, a tecnologia tem pouca signi-
ficação na educação. Por outro lado, 
unilateralmente, a informação igualmente 
carece de utilidade. Para ocupar seu papel 
a informação precisa suprir processos 
mentais de entendimento, análise, 
compreensão, decisão, criação e, em 
instância mais elevada, conduzir a ações 
concretas atribuídas ao valor do contexto 
da informação. Todas estas ponderações 
reforçam a importância de sempre se 
investir mais e mais no fator humano.
Tecnologias Educacionais
48 UNIDADE 1
Em resumo, a MP contextualiza a 
informação e beneficia a aprendizagem 
significativa. Três observações reforçam a 
adequação desta proposta:
•	 Ausência de contexto na 
internet: o acesso à informação na 
internet é, de modo geral, desprovido 
de contexto. Referências a tempo, 
espaço, fatos, dados, etc., pedem 
pouca exigência de experiência ou 
conhecimento antecipado para sua 
identificação. Em tal ambiente é 
comum o aluno sentir-se desorientado 
ou confuso. Se do ponto de vista 
tecnológico esta “viagem” representa 
uma conquista extraordinária, sob a 
ótica educacional possivelmente seja 
arriscado/temerário enaltecer o fato.
•	 O desafio de usar a TIC como 
um meio e não como um fim: para 
alcançar este objetivo, os professores 
precisam estar suficientemente 
capacitados a utilizar os recursos 
tecnológicos disponíveis de forma 
natural e transparente. Na MP, é 
primordial ainda que os professores 
tenham vivenciado situações reais de 
ensino, onde o método tenha sido 
aplicado com sucesso, de maneira 
que sua utilização seja entendida no 
contexto das novas tecnologias.
•	 A necessidade de capacitar 
os agentes transformadores: na 
introdução das novas tecnologias na 
educação o foco pedagógico deve 
levar em conta que o computador 
e seus periféricos são ferramentas. 
O professor é o principal agente e 
o responsável maior pela criação de 
ambientes propícios à aprendizagem 
ao utilizar a TIC. A maioria dos alunos 
desenvolve melhor suas habilidades 
com as novas tecnologias, quando 
estas são utilizadas naturalmente 
em aulas regulares. Terceirizar a 
49UNIDADE 1
•	
•	
implantação de informática nas escolas 
através de equipes especializadas tem 
se mostrado pouco eficaz e produ-
tivo em termos educacionais. Outro 
aspecto a ser ressaltado é a ênfase 
nos aspectos de infraestrutura física, 
como aquisição de máquinas, equi-
pamentos, softwares, etc. sem iguais 
cuidados com os recursos humanos, o 
que via de regra tem levado a resul-
tados pouco animadores.
A velocidade das mudanças tecnológicas, 
estranhamente, tem promovido certo 
entorpecimento (acomodação) nos 
educadores e gestores do sistema, 
que ficam paralisados, como que na 
expectativa do próximo movimento 
neste cenário repleto de novidades, 
para só depois decidir que rumo tomar. 
O número de estudos ainda a serem 
desenvolvidos nesta área, se compara ao 
esforço exigido na reinvenção de novo 
sistema educacional, o que realmente 
está por ser feito. Os impactos das 
novas tecnologias de informação e 
comunicação na educação carecem de 
estudos mais alentados e definitivos. 
Os computadores decididamente 
estão chegando às escolas, porém a 
contribuição que se espera deles em 
âmbito educacional é pouco significativa, 
até agora. Há que se considerar, também, 
os pressupostos de que programas de 
e-Gov podem favorecer na adoção da 
TIC, à medida que tais programas se 
tornem uma realidade para todos.
Assista à videoaula com este conteúdo. 
Tecnologias Educacionais
50 UNIDADE 1
RESUMO
O primeiro tópico desta unidade 
apresentou as ideias iniciais sobre a 
vinculação entre a educação e as novas 
tecnologias, em especial no que se 
refere ao ambiente escolar. Conforme 
foi abordado, a inclusão de novas 
tecnologias no espaço de aprendizagem 
é hoje uma realidade, devendo a escola se 
adequar para que isso ocorra da maneira 
mais proveitosa possível para seus alunos 
e professores. É importante termos em 
mente que as novas tecnologias não 
trazem apenas impactos negativos, mas 
principalmente positivos,

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