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LIVRO EPITÁFIOS

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Prévia do material em texto

DELVACYR COSTA 
1 
 
 
RESERVADO PARA DEDICATÓRIA 
DELVACYR COSTA 
2 
 
 
DELVACYR COSTA 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELVACYR COSTA 
4 
 
 
 
Copyright © 2020 – Delvacyr Costa 
 
Todos os direitos autorais reservados: 
É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, 
por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito. 
 
Capa: ?????????? 
Revisão: Alvacyr Costa 
Diagramação: Carlos Siqueira 
Editor Gráfico: Augusto Balbino 
 
 
Impressão Gráfica – D7 Editora - Brasil 
Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 
1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. 
_____________________________________________________________ 
 
COSTA, Delvacyr 
Epitáfios 
1ª Edição: Março 2020 
Campinas/SP 
 
Classificação: Literatura Religiosa/Teologia/Devocional 
 
_____________________________________________________________ 
 
Facebook: Delvacyr Costa 
E-mail: prdelvacyr@hotmail.com 
Contato: (45) 99912.0113 
 
 
DELVACYR COSTA 
5 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Prefácio................................................................................07 
Epitáfios..............................................................................08 
Andava com Deus...............................................................13 
Falava face a face com Deus...............................................22 
Tentou ajudar a Deus...........................................................26 
Vou pelo caminho de todos os mortais...............................31 
Se foi sem deixar saudades..................................................37 
Nu sai do ventre de minha mãe e nu tornarei......................43 
Ele foi amigo de Deus.........................................................49 
Ele amou ao presente século...............................................55 
O perturbador de Israel........................................................61 
O melhor rei de Israel..........................................................70 
Deus se tornou favorável para com ele...............................76 
Eis que vejo os céus abertos................................................81 
Combati o bom combate.....................................................85 
Morreu por não dar glória a Deus.......................................89 
O homem segundo o coração de Deus................................97 
Aprovado em Cristo..........................................................103 
DELVACYR COSTA 
6 
 
Ele não está aqui................................................................107 
Qual será seu epitáfio........................................................111 
Referências........................................................................114 
 
DELVACYR COSTA 
7 
 
 
 
PREFÁCIO 
 
 
Epitáfios... 
Nem todos tiveram, tem ou terão o seu... 
Não sei se terei o meu. E, se tiver um, não imagino qual 
será. Algumas vezes, pregando sobre homens da mais alta 
estirpe como, por exemplo, Enoque, Moisés, Elias, lhes 
invejei o que poderiam ser os respectivos "epitáfios". Em 
algumas dessas ocasiões, afirmei aos meus ouvintes que 
gostaria de viver de tal forma que, ao deixar minha 
peregrinação terrena, eu merecesse que, na mais honesta 
sinceridade, se pudesse inscrever em minha lápide: "Ele 
andou com Deus". 
Delvacyr, neste novo trabalho, aborda o sugestivo 
tema. E o faz de maneira bem edificante: Aponta o persona-
gem, analisa e expõe sua trajetória e concluí como desceu à 
última morada. E, naturalmente, dentro de seu escopo, 
destaca a marca final de sua existência e que bem poderia 
ser lavrada em sua pedra sepulcral, quer lamentando, quer 
enaltecendo a existência então finda. Daí conclui, não poderia 
ser diferente, lançando o desafio - ou a advertência - 
pertinente, procurando induzir o leitor a refletir sobre como 
conduzir uma vivência que lhe permita deixar de si uma 
mais louvável recordação. 
Parabéns, meu filho! Belo trabalho! 
Alvacyr Costa 
DELVACYR COSTA 
8 
 
 
 
EPITÁFIOS 
 
 
O "ep(i)-" de "epitáfio" vem do grego e, nesse caso, 
significa "por cima de", "sobre". Está presente, por exemplo, 
em "epiderme", "epiglote", "epicentro". O elemento pospo-
sitivo "-táfio", também grego, significa "funeral", "sepultu-
ra". Pois bem: "Epitáfio" significa sobre o túmulo e nada mais 
é do que uma inscrição tumular, ou seja, algo que se escreve 
numa pedra tumular. 
Muitas pessoas, principalmente escritores famosos, 
celebridades diversas, comentam que frase gostariam que 
fosse escrita em suas lápides. Porém, nem sempre a família 
cumpre o desejo do falecido por não a considerarem apro-
priada. 
Os epitáfios no passado procuravam narrar os atos 
heróicos do nobre, rei ou membro proeminente da corte. Com 
o passar dos tempos, começou a ser usado por toda 
população, para lembrar as qualidades daquele ente querido 
que partiu, deixando muita saudade. 
Epitáfios famosos: 
“Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e 
morreu menino” 
(Mário Quintana, escritor e poeta brasileiro) 
 
DELVACYR COSTA 
9 
 
“É uma honra para o gênero humano que tal 
homem tenha existido." 
(Isaac Newton, cientista e físico inglês) 
“Foi poeta, sonhou e amou na vida." 
(Álvares de Azevedo, escritor brasileiro) 
"O tempo não pára..." 
(Cazuza, cantor brasileiro) 
Epitáfios Engraçados 
É difícil imaginar que algo tão sério possa ser engra-
çado ou curioso, mas algumas pessoas mantêm seu humor até 
após a morte. Mel Blanc foi um grande ator norte-americano. 
Você pode não conhecer o seu rosto, mas sem dúvidas 
conhece a sua voz: ele era o responsável por dublar 
personagens como Pernalonga, Patolino, Gaguinho, Frango-
lino, entre outros. Por isso, a frase escolhida para a sua lápide 
foi “Isso é tudo, pessoal”. 
A morte do jovem George Spencer Millet foi tão 
incomum que ficou gravada em sua lápide: “Perdeu a vida 
por facada ao cair sobre um removedor de tinta, fugindo de 
seis jovens que tentavam lhe dar beijos de aniversário no 
escritório do Edifício Metropolitan Life”. Em 15 de fevereiro 
de 1909, 15º aniversário de George e um dia após o Dia dos 
Namorados, suas colegas de trabalho saíram correndo atrás 
do jovem, para lhe darem beijos em comemoração pelas duas 
datas. Assustado, ele saiu correndo e acabou caindo sobre um 
removedor de tinta, um pequeno instrumento de metal, 
semelhante a uma faca. Chocados com o ocorrido, os 
funcionários chamaram uma ambulância, mas nada pôde ser 
feito. 
DELVACYR COSTA 
10 
 
Este curioso epitáfio fica no Cemitério da Universi-
dade do Tennessee: “Enquanto ele viveu, ele estava vivo”. 
Ninguém pode dizer que Murphy A. Dreher Jr. não era 
uma pessoa otimista: “Isto não é tão ruim, uma vez que você 
se acostuma”. 
Merv Griffin, apresentador de televisão, músico, 
cantor, ator e magnata da mídia norte-americana, escolheu a 
seguinte frase: “Eu não vou voltar depois desta mensagem”. 
Frank Sinatra cantor, ator e produtor, escolheu o nome 
de sua famosa canção: “O melhor ainda está por vir”. 
Epitáfio de um sapateiro: "Bati as botas!" 
Epitáfio de um confeiteiro: “Acabou-se o que era 
doce!" 
Aqui descansa minha querida sogra MARIA 
GERTRUDES 1940 – 2002. “Senhor, recebe-a com a mesma 
alegria com que te mando” 
Aqui descansa PANCRÁCIO JUVENALES 1968 – 
1993. “Buén esposo. Buén padre. Mal electrecista casero” 
TOMÁS JIMOTEO CHINCHILA 1967 – 1989. “A 
hora estás con El Señor. Señor, cuidado com la cartera” 
Titãs é uma banda de rock formada na cidade de São 
Paulo, em 1982. Embora originalmente tocassem pop-rock 
alternativo em seus primórdios, o grupo também já utilizou 
diversos outros gêneros ao longo de mais de 30 anos de 
carreira, como new wave, punk rock, grunge, MPB e música 
eletrônica. Um de seus grandes sucessos, com mais de cem 
mil cópias vendidas no ano de seu lançamento, é Epitáfio, 
composição de Sérgio Britto. 
DELVACYR COSTA11 
 
A música “Epitáfio” original de 2002 com a vocali-
zação de Sérgio Brito fala de alguns arrependimentos que 
todos nós temos na vida. Algumas frases pontuam a canção 
como “devia ter me importado menos com problemas 
pequenos” e “queria ter aceitado as pessoas como elas são”. 
Foi dedicada ao guitarrista Marcelo Fromer, que morreu 
atropelado no ano anterior aos 39 anos. Marcelo era um 
artista de muitas funções e estava escrevendo um livro para o 
comentarista e ex jogador Casagrande. O livro foi concluído 
em 2013 por Gilvan Ribeiro. 
A letra de Britto parece o auto epitáfio de um morto-
vivo de lucidez tardia. Veja a canção completa: 
Devia ter amado mais 
Ter chorado mais 
Ter visto o sol nascer 
Devia ter arriscado mais 
E até errado mais 
Ter feito o que eu queria fazer 
Queria ter aceitado 
As pessoas como elas são 
Cada um sabe a alegria 
E a dor que traz no coração 
O acaso vai me proteger 
Enquanto eu andar distraído 
O acaso vai me proteger 
Enquanto eu andar 
Devia ter complicado menos 
Trabalhado menos 
Ter visto o sol se pôr 
Devia ter me importado menos 
DELVACYR COSTA 
12 
 
Com problemas pequenos 
Ter morrido de amor 
Queria ter aceitado 
A vida como ela é 
A cada um cabe alegrias 
E a tristeza que vier 
O acaso… 
Espero, sinceramente, que esse não seja nosso epitáfio. 
Uma declaração triste e trágica de fracasso nas relações 
humanas. 
A Bíblia também apresenta muitos epitáfios. O próprio 
Deus escreveu alguns deles. São verdades sobre personagens 
bíblicos, definindo suas vidas, seu caráter ou, até mesmo, a 
falta deles. São frases curtas, mas extremamente reveladoras. 
Algumas nos motivam, nos servem de exemplo. Outras são 
trágicas e mostram como não devemos ser e agir. 
Um fato muito marcante em minha infância foi o 
testemunho que ouvi de um missionário sueco que pasto-
reava a Igreja Batista de Rio Grande, cujo nome era Bo 
Tengo. Após longo e doloroso período de enfermidade, ele 
senta-se na cama e dá um brado: “Aleluia! Eu venci!” E 
depois tomba sem vida. Que belo epitáfio! Que testemunho. 
Que fé! 
Neste livro que lhe chega às mãos, vamos analisar 
alguns destes epitáfios. Minha ideia inicial era uma série de 
pregações, mas resolvi transformar em livro. Espero que essa 
leitura lhe faça refletir profundamente sobre a vida, a sua 
vida, mas também sobre o testemunho que se dará dela um 
dia, testemunho em forma de Epitáfio. 
 
DELVACYR COSTA 
13 
 
 
 
ANDAVA COM DEUS! 
 
 
Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e 
perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus 
(Gênesis 6.9) 
 
A Bíblia afirma que a maldade dos homens havia se 
multiplicado por sobre a terra de tal forma, que o Senhor se 
arrependeu de ter criado o homem. Era tempo de grande 
violência e desregramento. Os homens não respeitavam a 
vida de seus iguais. Eram violentos em todos os sentidos. A 
luxúria e a falta de respeito também eram enormes. 
Hoje, as notícias de crimes terríveis e de desrespeito 
pela vida nos assustam também. Mas não são novidades 
trazidas pela modernidade. Já nos primeiros tempos, antes 
mesmo do dilúvio, a maldade do homem e suas atitudes 
desrespeitosas e grosseiras eram conhecidas. 
Imaginamos, às vezes, que estupros, homicídios, rou-
bos, maledicências, grosserias, falta de respeito são frutos da 
modernidade. Que “hoje em dia as coisas estão indo de mal a 
pior...”. Mas a maldade do homem é absurda desde os dias 
anteriores a Noé. 
No entanto, havia um homem que achara graça diante 
do Senhor. 
Ele não havia se contaminado. 
DELVACYR COSTA 
14 
 
Seus dias eram maus. Ele, provavelmente, aprendera 
que várias coisas “não tinham nada a ver...”. 
Ele foi bombardeado com toda informação negativa 
que levava à violência e à luxúria. 
Ele era um homem comum, vivendo o seu tempo, mas, 
entre todos os homens, Noé achara graça diante de Deus. 
Hoje, eu me pergunto se é possível manter valores e 
crenças em um mundo tão devastado pelo pecado. O nosso 
pecado. 
Mas, através desse texto de Gênesis, eu posso dizer que 
é possível. 
É possível terminar sua jornada e ter na sua lápide a 
inscrição: ELE ANDAVA COM DEUS! 
Andar com Deus é um propósito eterno do próprio 
Deus. 
Vemos no Velho Testamento, no livro de Gênesis, que 
Deus criou o homem com um propósito: para andar com Ele. 
A Bíblia diz que na viração do dia, lá no Jardim do Éden, 
Deus caminhava com o homem. Deus tinha prazer em 
procurar o homem e caminhar com ele. Deus passeava – só 
se passeia com alguém que se ama. 
Há um hino muito antigo, lembro de meus queridos 
pais, Alvacyr e Delma, cantando em dueto: 
Meu Deus e eu andamos pelos prados, 
Quais bons amigos, juntos a passear; 
Dadas as mãos, alegres conversamos, 
Sem nada, nada a nos atrapalhar; 
Dadas as mãos, alegres conversamos, 
Sem nada, nada a nos atrapalhar. 
DELVACYR COSTA 
15 
 
Meu Deus me conta de outros tempos, quando 
Eternos planos ele fez por mim; 
Quando o que vejo era apenas sonho, 
Quando ele o mundo fez tão belo assim; 
Quando o que vejo era apenas sonho, 
Quando ele o mundo fez tão belo assim. 
Meu Deus e eu, eternamente juntos, 
Quais bons amigos, vamos sempre andar; 
Inda que o céu e a própria terra passem, 
Nada de Deus me pode separar; 
Inda que o céu e a própria terra passem, 
Nada de Deus me pode separar. 
Esse era o plano de Deus. Foi para isso que ele nos 
criou. Para andarmos com Ele. 
Mas houve o momento em que Adão decide se afastar 
do Senhor, a criatura afronta o Criador. O homem resolve 
caminhar sozinho. Ele não quer mais ter seus passos dirigidos 
por Deus, ele quer decidir por onde andar. Ele se acha 
autosuficiente. O engano passa a tomar conta do seu coração. 
Ele acredita ser capaz de determinar o que era bom ou mau. 
Adão acredita que ser independente de Deus era a 
melhor opção, o melhor caminho a seguir. E inicia sua jor-
nada que o leva para longe de Deus. E, como representante 
da raça humana, nos leva junto. Com Adão, todos nós nos 
afastamos de Deus. Todos deixamos de andar com Ele. 
Andar com Deus é uma questão de escolha. 
Aprendi que tudo na vida é uma questão de escolha. 
Ninguém é obrigado a andar com Deus. Deus nos dotou de 
capacidade de escolha. Um dos termos mais discutidos na 
teologia é o Livre Arbítrio. Sem entrarmos na questão 
DELVACYR COSTA 
16 
 
teológica, percebo que “Quem quiser”, “Se alguém quiser” - 
são termos comuns nas Escrituras. 
Você tem liberdade de ir e vir por onde bem entender e 
fazer o que quiser. Você pode escolher sua própria condição 
e seu próprio destino. E as opções são várias. Vejamos 
algumas: 
Egoísmo – seguir a si mesmo. 
Egoísmo é um substantivo masculino que nomeia 
um amor próprio excessivo, que leva um indivíduo a olhar só 
para os suas opiniões, interesses e necessidades, e que 
despreza as necessidades alheias. Egoísmo é um exclusi-
vismo que faz o indivíduo se referir em tudo a si próprio. É 
um orgulho, uma presunção. A pessoa que trata só de seus 
interesses, que carrega consigo os sentimentos do egoísmo é 
adjetivada de egoísta. 
Na psicologia, tal atitude é chamada de egocentrismo. 
O egoísmo é um comportamento que leva o indivíduo 
a desejar total exclusividade sobre o sentimento alheio, 
gerando ciúme, um sentimento negativo, que quando exage-
rado, torna-se uma paranoia. 
O contrário de egoísmo é o altruísmo, ou seja, um 
comportamento de quem tem amor ao próximo, que é abne-
gado, solidário com os outros. 
De certa forma, o egoísmo é a causa da queda, é a raiz 
de todo o pecado. 
Hedonismo – satisfazer a si mesmo. 
O hedonismo é uma doutrina filosófica que proclama o 
prazer como fim supremo da vida. Por isso, os hedonistas 
DELVACYR COSTA 
17 
 
baseiam a sua existência na busca pelo prazer e na supressão 
da dor. 
Trata-se de um grupo de teorias morais que destacam 
que, de uma forma geral, tudo o que o homem faz é uma 
forma de conseguir/obteroutra coisa. Só o próprio prazer é 
procurado por si só. 
A ambiguidade intrínseca do conceito de prazer faz 
com que pensadores bastante diferentes eles sejam agru-
pados na trama geral do Hedonismo. 
Convém destacar que muitas religiões condenam o 
hedonismo por considerarem que lhe falta moral. O cris-
tianismo, por exemplo, considera que o hedonismo vai contra 
os princípios bíblicos, uma vez que coloca o prazer à frente 
do amor a Deus e do amor ao próximo. 
Ateísmo – não crer. 
O Ateísmo representa a negação categórica da exis-
tência de divindades e entidades sobrenaturais, ou seja, da 
presença de Deus ou de outros deuses no Universo. Ateísmo 
é o conceito oposto ao do teísmo, à crença em Deus. 
O Ateísmo se desenvolveu a partir do crescimento de 
ideias baseadas no ceticismo científico e da difusão do pen-
samento livre. As constantes e crescentes críticas à religião 
também representaram um reforço para que os argumentos 
ateístas ganhassem força e destaque. 
No entanto, somente a partir do século XVIII, com o 
Iluminismo, é que começaram a surgir os primeiros indiví-
duos que se autodeclaravam ateus. Atualmente, a Suécia é o 
país com maior concentração de ateus no mundo, apro-
ximadamente 85% da população local. 
DELVACYR COSTA 
18 
 
O ateísmo não é uma religião, pois não se baseia nos 
preceitos básicos das doutrinas religiosas, como a crença em 
um ser superior, a prática de rituais ou de outras regras dou-
trinais, por exemplo. O ateísmo consiste numa visão e posi-
ção filosófica sobre a vida. 
Etimologicamente, a palavra ateísmo se originou a 
partir do grego atheos, que pode ser traduzido literalmente 
como "sem deus". Inicialmente, este termo, tido como pejo-
rativo, costumava ser usado para se referir às pessoas que não 
acreditavam nos deuses que eram adorados pela sociedade da 
época. 
Esse é mais um dos caminhos que o homem escolheu 
para andar, ao invés de andar com Deus. 
Religiosidade – ser religioso e andar com Deus são 
coisas diferentes. 
Certa vez Stanley Jones, missionário da Igreja Meto-
dista na Índia, definiu assim a religião: “A religião é a busca 
do homem por Deus, por isso há muitas religiões. Mas o 
Evangelho é Deus buscando o homem, por isso há somente 
um Evangelho”. A frase do Rev. Stanley é pertinente se 
consideramos que consciente ou não, o homem busca a Deus 
para preencher o vazio da sua alma. Mas ele o faz à sua 
maneira – formas diversas e comumente erradas. Mas o 
Evangelho é Deus resgatando o homem por meio de Jesus, 
com a palavra da Verdade. Deus é único, e ímpar é a sua 
Palavra. Por isso, assim como só existe um Deus, também só 
existe um Evangelho. Muitos deuses e muitas promessas de 
salvação existem, contudo, só um pode libertar e salvar. 
A palavra “religião” vem do latim religio, que signi-
fica “religar”. O conceito implícito nesta palavra é o de uma 
tentativa do homem de ‘religar-se’ a Deus, reatando uma 
DELVACYR COSTA 
19 
 
comunhão rompida. Esse sentimento religioso é comum a 
todos os homens, não importando sua origem social ou 
geográfica”. Assim, a religião surgiu no vácuo provocado 
pela ausência da comunhão autêntica com Deus. O homem 
foi feito para viver em comunhão com Deus e, na falta dessa 
comunhão, ele experimenta, ainda que inconscientemente, 
um sentimento de profunda frustração. Esse anseio é que 
originou na humanidade a busca religiosa. 
A religiosidade é o caminho do esforço pessoal, das 
regras, das doutrinas, dos mandamentos, das proibições, da 
lei, dos dogmas, dos rituais litúrgicos, dos sacrifícios, das 
repetições, da ascese. É o caminho do homem. É a tentativa 
do homem. 
E, normalmente, o religioso julga os diferentes. A 
religiosidade é exclusiva e excludente. Exclusiva, porque tem 
que ser assim como eu creio e faço. Excludente porque julga 
e afasta os que pensam e agem de forma diferente. 
Religiosidade é diferente de espiritualidade. Espiritua-
lidade é o caminho da comunhão, da intimidade, bem dife-
rente da religiosidade. 
Mas andar com Deus é escolher o caminho do próprio 
Deus. É permitir que o Senhor reestabeleça seu propósito 
original. É aceitar as regras de Deus. É submeter-se inteira e 
incondicionalmente à sua vontade e buscar a intimidade a 
cada dia. Andar com Deus é relacionamento. Pessoal, direto, 
íntimo e personalizado. Foi assim com Adão no Éden. É 
assim com aqueles que hoje decidem andar com Deus. 
O que é andar com Deus? 
O andar com Deus inicia-se com a conversão. No No-
vo Testamento um dos termos usados é “Metanóia”. 
Metanoia significa a ação de mudar de ideia ou pensamento, 
DELVACYR COSTA 
20 
 
ou seja, deixar de seguir ou acreditar em determinada coisa 
para vivenciar um novo modo de enxergar a vida, por 
exemplo. 
Do ponto de vista teológico, a metanóia representa 
o processo de arrependimento e conversão do indivíduo para 
determinada doutrina. Consiste na reinterpretação que a 
pessoa tem da sua vida, seja moral, intelectual ou espiri-
tualmente. 
Ou seja, quando uma pessoa escolhe andar com Deus, 
os valores mudam. Sua forma de encarar a vida muda. Seus 
conceitos mudam. Seus princípios e valores mudam. O estilo 
de vida não é mais o mesmo, pelo contrário, torna-se 
totalmente diferente. Os planos e propósitos agora são ou-
tros. 
Andar com Deus é um modo, é uma expressão de 
comportamento. Aquele que anda com Deus se torna dife-
rente das outras pessoas. Ele ou ela manifesta a própria vida 
do Senhor em sua história. 
Quando uma pessoa se entrega a Jesus, ela não muda 
de religião. Ela muda de caminho. Ela caminhava em direção 
à morte, agora caminha em direção à vida. 
Andar no caminho do Senhor é andar no bom caminho. 
É andar sem dureza no coração, mas quebrantado, humilde, 
despojado de orgulho. 
Andar humildemente com Deus é andar na dependên-
cia dele. É andar com o seu coração voltado para Ele. É andar 
desejando o Senhor acima de todas as coisas. É estar disposto 
a servi-lo em tudo e sempre. Andar com Deus sempre traz 
consequências e resultados. 
DELVACYR COSTA 
21 
 
Andar com Deus, assim como a maioria das escolhas 
que fazemos, produz consequências e resultados. Noé foi 
zombado e desprezado. Foi considerado louco. Mais de mil e 
quinhentos anos de história do mundo e nunca havia chovido. 
Nem uma pancadinha de chuva sequer. O povo nem sabia o 
que era uma chuva. A ideia de água caindo do céu em grande 
quantidade era absurda. Noé foi declarado louco, demente, 
fora da realidade, fora da casinha. E ainda mais, ele estava 
construindo um navio num lugar onde não havia mar; alguns 
pequenos riachos talvez, e nada mais. Noé perdeu amigos e 
seus familiares se afastaram. Tornou-se um homem solitário 
e mal compreendido. Na verdade, provavelmente, ele era 
visto como um excêntrico. Todo excêntrico é solitário. 
Num mundo que anda consigo e para si, andar com 
Deus pode não ser popular. Mas além das consequências, 
existem os resultados. Quando alguém escolhe andar com 
Deus, Deus passa a andar com ele. Você nunca mais estará 
só. Deus estará sempre, em todo lugar, com você. O resultado 
final de andar com Deus é a salvação. 
Noé foi salvo do dilúvio. Ele e sua família foram 
preservados com vida na destruição que assolou a Terra. 
Quem anda com Deus terá o céu como resultado dessa 
caminhada. O céu é a morada final, o destino eterno, daqueles 
que andam com Deus aqui na Terra. 
O que estará escrito no seu epitáfio? No de Noé estava 
escrito: “Ele andava com Deus!” 
 
DELVACYR COSTA 
22 
 
 
 
FALAVA FACE A FACE COM DEUS 
 
 
Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como 
Moisés, com quem o SENHOR houvesse tratado (fala-
do) face a face. (Deuteronômio 34.10) 
 
Moisés teve seu túmulo construído pelo próprio Deus. 
No alto de um monte, com uma vista maravilhosa. De seu 
túmulo se avistava a Terra Prometida. O túmulo de Moisés 
poderia ter uma lápide. Não possuía foto, mas umepitáfio: 
“ELE FALAVA COM DEUS FACE A FACE”. 
Como isso foi possível? Ele tinha uma relação direta, 
pessoal e personalizada com Deus. 
O povo de Israel, em Êxodo 20.19, conversa com 
Moisés e lhe diz que não querem uma relação direta com 
Deus. Eles querem um mediador, um intermediário: o próprio 
Moisés. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: 
e não fale Deus conosco, para que não morramos. Ainda hoje 
as pessoas agem da mesma maneira. Mas Moisés era 
diferente. Ele não buscou intermediários. Nem pastor, nem 
padre, nem sacerdote. Não buscou uma igreja, ou mesmo 
rituais, velas, missas, sacrifícios, rezas. 
Moisés buscou a Deus. 
Ele desejava conhecer a Deus. Ele desejava andar com 
Deus. Ele estava disposto a servir a Deus. Não quero ver outra 
DELVACYR COSTA 
23 
 
face a não ser a Tua. Não quero conhecer outro ser a não ser 
a Ti. Não quero ouvir outra voz, senão a Tua. Esse era 
Moisés. 
Ele foi ousado em sua relação com Deus. 
 Exatamente por conhecer a Deus Moisés agia como 
agia. Ele desafiou a Deus em diversas circunstâncias. Não foi 
tímido, não foi medroso. Ele brigou com Deus. 
Meu querido e saudoso amigo, Reverendo Roberval 
Andrade me disse uma vez: “Deus gosta de gente que tem 
coragem de brigar com ele”. 
Moisés foi além da religiosidade. Muito além das ora-
ções repetidas, formatadas, decoradas, rezas. Ele não ligava 
para posturas ou posições, muito menos para lugares espe-
cíficos. 
Moisés foi além da formalidade. Não tentou impres-
sionar Deus com orações eloquentes. Não se apegou a 
repetição dos títulos divinos. Suas orações revelam inti-
midade crescente. Cada vez mais perto. Cada vez mais ousa-
do. Cada vez mais íntimo. 
Ele tinha tempo e disposição para ouvir a Deus. 
Para falar e ouvir a Deus é preciso ter tempo para ele. 
Não ter pressa na presença de Deus. Tem gente que vai para 
o templo e passa o tempo olhando para o relógio. Ter pressa 
de retornar para casa. 
Ouvir a Deus não é despejar sua lista de pedidos e 
desejos e sair correndo. Nosso estilo de vida é uma roda viva. 
Vivemos na correria. Estamos sempre com pressa. 
Administramos mal nosso tempo. Temos prioridades não 
definidas ou pior, erradas. Gostamos do instantâneo, do 
DELVACYR COSTA 
24 
 
imediato, do fast food inclusive na vida espiritual e ecle-
siástica. 
Para conversar com Deus é preciso ter tempo para 
Deus. Priorizar Deus na sua agenda, no seu tempo. Não ter 
pressa de sair de sua presença. Buscar com intensidade. 
Moisés ficou, por duas vezes, quarenta dias na presença de 
Deus. Hoje as pessoas têm dificuldade em ficar quarenta 
minutos. 
 Para ouvir a Deus é preciso ter disposição para ouvir 
Deus. Não é apenas ser ouvido por Deus. É ouvir o que Deus 
tem para nos dizer. É ficar lá, até que ele fale. 
Tem muita gente com medo de ouvir o que Deus tem 
para dizer. E se Ele me repreender? E se Ele me ordenar algo 
que não quero? E se Ele exigir algo que não sou capaz? Essa 
é a atitude e o medo de quem não conhece a Deus. Deus 
sempre tem e quer o melhor para nós. 
A atitude de Moisés era: “Não vou sair da Tua pre-
sença enquanto o Senhor não falar comigo”. Por isso Deus 
falava com ele. E ele com Deus. 
Prontidão para obedecer a Deus. 
Depois de uma breve relutância inicial, no episódio da 
sarça ardente, ele se rendeu incondicionalmente a Deus. 
Moisés obedecia sempre e em tudo ao Senhor. Ele não 
escolhia as ordens a serem seguidas. Ele não recusava 
missões dadas. Para ele não existia normalidade ou bom 
senso. Deus falava e ele fazia. Simples assim. “Estende teu 
cajado para o Mar”, e ele estendeu. “Fala com a rocha”, e 
Moisés falou”. 
Tem gente querendo ouvir a Deus sem disposição para 
obedecer. Deus não fala com gente tímida, covarde e muito 
DELVACYR COSTA 
25 
 
menos com rebeldes à sua Palavra. Lembrando que se você 
não ouve Deus através da Palavra, não ouvirá de outra forma. 
Renda-se incondicionalmente a Deus e à sua 
vontade. 
Nunca mais houve alguém como Moisés com quem 
Deus falava face a face. Moisés não era um super-homem, um 
ser especial, um privilegiado. Ele buscou a Deus intensa e 
insistentemente. Pronto, sempre pronto, a obedecer. 
O epitáfio de Moisés poderia ter sido: ELE FALAVA 
COM DEUS FACE A FACE! E foi o próprio Deus quem 
escreveu. O que estará escrito na sua lápide tumular? Qual 
será seu epitáfio? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELVACYR COSTA 
26 
 
 
 
TENTOU AJUDAR A DEUS 
 
 
E, chegando à eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à 
arca de Deus, e pegou nela; porque os bois a deixavam 
pender. Então a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, 
e Deus o feriu ali por esta imprudência; e morreu ali 
junto à arca de Deus (II Samuel 6.6-7). 
 
Davi está levando a Arca da Aliança de volta para casa. 
Ela ficou por cerca de vinte anos na casa de Aminadabe, pai 
de Uzá. Agora Davi vai buscá-la! 
Uzá não podia carregar a arca da aliança, nem mesmo 
tocar nela. Mas ele tocou! Somente os levitas poderiam 
trabalhar no Tabernáculo, e depois no Templo. E cada um 
tinha sua função específica e exclusiva. 
Eram três as famílias dos levitas que trabalhavam no 
tabernáculo: a família de Coate (coatitas), a família de Gér-
son (gersonitas) e a família de Merari (meraritas). Cada 
família tinha uma obrigação, um “ministério específico” no 
Tabernáculo. 
Coatitas - Os filhos de Coate tinham como serviço no 
tabernáculo o de levar o santuário e todos os móveis dele, 
porém, não podiam tocar nas coisas santas, por isso, antes de 
levarem o santuário e seus móveis, vinham os sacerdotes e o 
cobriam com peles finas (Números 4: 15). Os sacerdotes que 
determinavam o que cada um deveria carregar (Núme-ros 
DELVACYR COSTA 
27 
 
4.19) e os coatitas jamais poderiam ver as coisas santas, para 
não morrerem (Números 4.20). 
Gersonitas - Tinham como serviço levar as cortinas do 
tabernáculo, a tenda da congregação, sua coberta, a coberta 
de peles finas, que está sobre ele, o reposteiro da porta da 
tenda da congregação, as cortinas do pátio, o reposteiro da 
porta do pátio, que rodeia o tabernáculo e o altar, as suas 
cordas e todos os objetos do seu serviço e serviam em tudo 
quanto diz respeito a estas coisas (Números 4.24-26). 
Meraritas - Seu serviço era levar as tábuas do taberna-
culo, os seus varais, as suas colunas e as suas bases; as 
colunas do pátio em redor, as suas bases, as suas estacas e as 
suas cordas, com todos os seus utensílios e com tudo o que 
pertence ao seu serviço (Números 4.31-33). 
Uzá era levita, mas da família de Merari. Portanto, não 
podia tocar na arca. E a arca deveria ser levada sobre os 
ombros dos sacerdotes e não num carro de boi. Por isso seu 
epitáfio foi: TENTOU AJUDAR A DEUS. Muitas pessoas 
erraram por tentar ajudar a Deus. 
Nessa narrativa bíblica vemos duas pessoas agindo fora 
dos princípios divinos, agindo fora da vontade de Deus. Davi 
e Uzá. 
OS ERROS DE DAVI E UZÁ 
Erros de Davi 
Davi chamou primeiramente as pessoas importantes de 
Israel. “Consultou Davi os capitães de mil, e os de cem, e 
todos os príncipes” (1 Crônicas 13:1). As pessoas “impor-
tantes” – os ricos, os políticos, e outros de alguma influência 
entre o povo – frequentemente são as menos interessadas em 
DELVACYR COSTA 
28 
 
fazer a vontade do Senhor, pois acham que já têm tudo de que 
precisam sem o Senhor. 
Davi queria saber a opinião da congregação do povo. 
Disse Davi, “Se bem vos parece” e depois, “Se vem isso do 
Senhor… tornemos a trazer para nós a arca do nosso Deus; 
porque nos dias de Saul não nos valemos dela” (1 Crônicas 
13.2-3). 
Davi colocou a opinião do povo acima da opinião do 
Senhor. Na verdade, se a coisa “vem do Senhor”, já não é 
preciso mais saber “se bem vos parece”. Houve uma incon-
gruência, uma incoerência aqui. Uma vez que o Senhor falou 
sobre a coisa, é a opinião dele que devemos seguir. Davi se 
agradou com a opinião do povo. “Toda a congregaçãoconcordou” e “isso pareceu justo aos olhos de todo o povo” 
(1 Crônicas 13.4). Quando o povo deu seu apoio, Davi não 
queria saber mais “se vem isso do Senhor”. Infelizmente, 
quando vêem que algo agrada “toda a congregação” ou “todo 
o povo”, muitos líderes esquecem do que agrada ao Senhor! 
Muitas igrejas atualmente erram da mesma maneira, 
fazendo de tudo para agradar a congregação, mas descuidan-
do em agradar ao Senhor. 
Erros de Uzá 
Esqueceu da Palavra expressa do Senhor. Os fins nunca 
justificam os meios. Ele queria fazer a obra de Deus, e nisso 
ele estava correto, mas a maneira foi errada. Se é para Deus, 
tem que ser do jeito de Deus. Se é para Deus tem que ser o 
melhor. Os detalhes também importam quando se serve ao 
Senhor. 
Uzá tentou assumir uma função que não lhe foi 
designada por Deus. Deus não deixa isso barato. Deus leva 
essas questões muito a sério. Nadabe e Abiú morreram por 
DELVACYR COSTA 
29 
 
não observarem os princípios divinos. Fogo estranho era 
proibido, mesmo que fosse para o Senhor. Saul não morreu 
por ser um mau rei, morreu por oferecer sacrifício, quando 
não poderia fazê-lo. Uzá achou que por ser para Deus poderia 
ser do seu jeito, mas não é assim que Deus vê. 
Tentando ajudar Deus nos dias atuais. 
As pessoas ainda tentam ajudar Deus. Quando insis-
tem e tentam forçar conversões. Quando sufocam as outras 
com o evangelho sem deixar espaço para o Espírito Santo 
atuar. Quando emitem palavras de juízo e condenação sobre 
pecadores ou pessoas que pensam diferente. Quando conde-
nam ao fogo do inferno quem não aderem ao evangelho 
ouvindo suas pregações. Quando profetizam sem ter sido 
mandadas. 
É absolutamente comum vermos pessoas ocupando 
púlpitos e dizendo em alto e bom som: “Eu profetizo”. Se 
Deus não falou, cale-se! Não diga o que Deus não disse. Não 
tente ajudar a Deus. Não dá certo. Não é certo. Pessoas 
tentam ajudar Deus a abençoar pessoas quando dão ordens 
sem respaldo divino. “Suspende a medicação”, “Dá tudo que 
tem no bolso ou na carteira”, “Vá, venha, etc”. Isso nunca dá 
certo. Isso traz problemas, confusão e morte. 
Porque as pessoas tentam ajudar a Deus? 
Por incredulidade. Não acham que Deus irá fazer; então 
elas dão o seu próprio jeito. Fazem o que acham que Deus 
deveria fazer. 
Por impaciência. Deus tem seu tempo! Vivemos no 
cronos, Deus age no Kairós. Mas nós queremos que ele faça, 
e faça já. E se ele não faz, tentamos fazer do nosso jeito. 
Colocamos a Arca no carro de bois. Estendemos a mão para 
DELVACYR COSTA 
30 
 
a Arca. É por causa da misericórdia de Deus que não somos 
consumidos. Espere Deus agir. Acalme seu coração e confie. 
Por irreverência. Uzá cresceu brincando ao redor da 
Arca. Vinte anos é muito tempo. Ele acostumou-se com a 
Arca. Ela tornou-se apenas mais um móvel na sala de seu pai. 
Ele perdeu o temor, a reverência, e achou que podia ajudar 
Deus a ser Deus. 
Muita gente começa bem, sendo instrumento usado 
poderosamente por Deus, mas vai se acostumando com o 
mover de Deus, com o agir de Deus. Milagres tornam-se 
normais, quase corriqueiros. Perdem o senso de temor e 
reverência. E acabam mortos. 
Por vaidade pessoal. Tem muita gente que se orgulha 
de ser um “grande servo de Deus”. Se é servo jamais poderá 
ser grande; se é grande, já não serve. Gostam do show, do 
espetáculo. Amam brilhar, aparecer. E usam Deus para isso! 
Usam Deus para que o show não pare e para que a glória 
pessoal não acabe. 
Uzá estragou um dia de festa nacional. Morreu no dia 
errado! 
Qual foi seu problema? Ele tentou ajudar a Deus. Deus 
não precisa de mim ou de você como não precisava de Davi 
ou de Uzá. Ele quer me usar, quer lhe usar, mas do jeito dele. 
O epitáfio de Uzá é trágico: TENTOU AJUDAR A 
DEUS. 
Como será o nosso? 
 
 
 
DELVACYR COSTA 
31 
 
 
 
VOU PELO CAMINHO DE TODOS 
OS MORTAIS 
 
 
Eu vou pelo caminho de todos os mortais. Coragem, 
pois, e sê homem! (I Reis 2.2) 
Em breve irei para onde toda a gente da terra acaba 
por ir. (Bíblia Gateway) 
 
Davi agora estava velho, muito velho, as portas da 
morte. Chama seu filho Salomão e, antes de morrer, lhe dá 
instruções a respeito de muitas coisas. Primeiramente, ele fala 
da transitoriedade da vida. Do fim certo e inexorável de todo 
ser humano. Não há ilusão. Ele sabe que está morrendo. E 
sabe que a morte é algo natural a todos. Ele foi o homem 
segundo o coração de Deus, mas nem por isso, escapará a 
morte. 
Se existe algo inevitável em nossa trajetória terrena, 
algo à que todos estamos fadados, é a certeza de que um dia 
seguiremos pelo caminho inevitável da morte. 
Quem de nós, em algum momento em nossas vidas, 
deixou de se questionar sobre qual o sentido da vida? 
Para que nos serve esse período tão breve de tempo que 
passamos por esse mundo? 
Muitos encontram o sentido da vida nos mais diversos 
propósitos, seja no trabalho, no acumulo de riquezas, em 
https://www.bible.com/pt/bible/1608/1KI.2.2.ARA
https://www.bible.com/pt/bible/1608/1KI.2.2.ARA
DELVACYR COSTA 
32 
 
paixões dessa vida. Mas em algum momento já paramos para 
pensar em qual o sentido da morte? 
“Bem, todos morrem um dia, é simples matemática. 
Nada de novo. A espera é que é um problema...” Charles 
Bukowski. 
Por quê morremos?" 
Morremos por que algo ocorreu no Éden que trouxe a 
morte para o nosso mundo. 
O final de todos os seres humanos é a morte 
Para alguns mais cedo, para outros mais tarde. Morrem 
recém-nascidos. Morrem jovens. Morrem adultos. Morrem 
idosos. 
Para uns inesperadamente, para outros, algo desejado 
ou anunciado. Alguns têm mortes trágicas e extremamente 
dolorosas, enquanto outros morrem dormindo tranquila e 
suavemente. Mas uma coisa é certa: Todos morrem. 
Gênesis, no capítulo cinco, discorrendo sobre os 
descendentes de Adão, são citados vários homens que alcan-
çaram idades impressionantes: oitocentos e noventa e cinco 
anos, novecentos e trinta anos, novecentos e sessenta e dois 
anos, novecentos e sessenta e nove anos, mas, (com uma 
única exceção, Enoque) de todos se diz: e morreu! Todos 
tiveram o mesmo fim. Todos foram pelo caminho de todos os 
mortais. 
Davi venceu animais selvagens, derrotou gigantes, 
dizimou exércitos inimigos; e depois morreu. Davi conquis-
tou muitas mulheres; e depois morreu. Gerou muitos filhos; e 
depois morreu. Davi acumulou riquezas; e depois morreu. 
Compôs muitas músicas; e depois morreu. 
DELVACYR COSTA 
33 
 
Um vídeo viralizou na internet quando do rompimento 
da Barragem de Brumadinho. Inicialmente dizia-se ser do 
dono da Pousada que desapareceu soterrada pela lama. 
Posteriormente o jornalista Sérgio Cursino, veio a público 
esclarecer que o texto e o vídeo eram dele. Independente do 
autor, o texto nos leva à reflexão, e fiz questão de reproduzí-
lo aqui. 
Quando a Gente Vai Embora 
A GENTE VAI EMBORA e fica tudo aí, os planos 
em longo prazo e as tarefas de casa, as dívidas com o 
banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou 
para ter status. 
A GENTE VAI EMBORA sem sequer guardar as 
comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no va-
ral. 
A GENTE VAI EMBORA, se dissolve e some toda 
a importância que pensávamos que tínhamos, a vida 
continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas 
normalmente. 
A GENTE VAI EMBORA as brigas, as grosserias, 
a impaciência, serviram para nos afastar de quem nos 
trazia felicidade e amor. 
A GENTE VAI EMBORA e todos os grandes pro-
blemas que achávamos que tínhamos se transformam em 
um imenso vazio, não existem problemas. Os problemas 
moram dentro de nós. As coisas têm a energia que coloca-
mos nelas e exercem em nós a influência que permitimos. 
A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua 
caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse 
a menor diferença. Na verdade, não faz. Somos pequenos, 
DELVACYR COSTA 
34 
 
porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que amorte anda sempre à espreita. 
A GENTE VAI EMBORA, pois é. É bem assim: 
Piscou, a vida se vai.... O cachorro é doado e se apega aos 
novos donos. Os viúvos se casam novamente, andam de 
mãos dadas e vão ao cinema. 
A GENTE VAI EMBORA e somos rapidamente 
substituídos no cargo que ocupávamos na empresa. As 
coisas que nem sequer emprestávamos são doadas, 
algumas jogadas fora. 
Quando menos se espera, A GENTE VAI EMBO-
RA. Aliás, quem espera morrer? Se a gente esperasse pela 
morte, talvez a gente vivesse melhor. Talvez a gente colo-
casse nossa melhor roupa hoje, talvez a gente comesse a 
sobremesa antes do almoço. Talvez a gente esperasse 
menos dos outros. 
Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse 
mais, risse mais, saísse à tarde para ver o mar, talvez a 
gente quisesse mais tempo e menos dinheiro. 
Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena 
se entristecer com as coisas banais, ouvisse mais música 
e dançasse mesmo sem saber. 
O tempo voa. A partir do momento que a gente 
nasce, começa a viagem veloz com destino ao fim e ainda 
há aqueles que vivem com pressa! 
Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais 
é um dia a menos, porque A GENTE VAI EMBORA o 
tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo 
que passa. 
DELVACYR COSTA 
35 
 
O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO com o tempo que 
lhe resta? Que possamos ser cada dia melhores e que 
saibamos reconhecer o que realmente importa nessa 
passagem pela Terra! 
Até porque, A GENTE VAI EMBORA... 
A morte é um fato inevitável. Na Bíblia há diversas 
passagens que tratam da transitoriedade da vida. Tiago com-
parou a vida à neblina que se levanta pela manhã, mas com o 
aparecimento do sol, logo se dissipa (Tg 4.14). Moisés, 
escrevendo o Salmo 90, diz que a vida é como o dia de ontem 
que se foi; alguns vivem até setenta anos, outros até oitenta, 
mas “tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Sl 90.4-6, 9-
10). 
O que fazer ante essa realidade? Tiago nos recomenda 
que a incerteza da vida deve nos lembrar quanto dependemos 
de Deus (Tg 4.15). Moisés nos aconselha que, diante da 
brevidade da vida, devemos pedir a Deus que nos ensine a 
administrar os nossos dias de tal forma que alcancemos 
coração sábio (Sl 90.12). Davi, no salmo 54, afirma: “… o 
Senhor é quem me sustenta a vida”. Diante disso, diz o 
salmista: “louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom” (Sl 
54.4 e 6). 
Jesus Cristo foi enviado ao nosso mundo (Jo 1.1-14), 
para reestruturar, restabelecer e reconectar o que foi perdido 
no Éden. Em toda a nossa história através das Escrituras Deus 
quer habitar entre os homens, e desde o princípio todos os 
fatos apontam para Jesus, aquele que venceria a morte (Rm 
5.5-9)” e, vencendo-a, Ele nos libertou para que não vivês-
semos limitados somente a vida mortal (1 Co 15.19). 
DELVACYR COSTA 
36 
 
Davi escreveu seu próprio epitáfio, consciente de sua 
transitoriedade e de sua partida muito próxima: “Eu vou pelo 
caminho de todos os mortais”. 
Estamos conscientes da transitoriedade de nossa vida 
ou vivemos como se fôssemos eternos? E a mais importante 
pergunta: Estamos preparados para irmos pelo caminho de 
todos os mortais? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELVACYR COSTA 
37 
 
 
 
SE FOI SEM DEIXAR SAUDADES 
 
 
Tinha trinta e dois anos de idade quando começou a 
reinar. Reinou oito anos em Jerusalém, e morreu sem 
deixar saudades. Foi enterrado em Jerusalém, mas não 
no cemitério real (II Crônicas 21.20) 
 
Já assisti incontáveis serviços fúnebres. Já visitei 
inúmeras famílias enlutadas. Já conversei com centenas de 
pessoas que perderam entes queridos. Uma coisa que sempre 
é manifestada é a saudade que essas pessoas deixaram. 
Quanto mais querida foi a pessoa, maior é o número de 
pessoas que se faz presente ao funeral e mais sentimentais são 
as manifestações e declarações de apreço e saudades. 
Já morei em muitas cidades em seis diferentes Estados 
brasileiros. Fiz muitas amizades, e sempre que precisava 
mudar, levava e deixava saudades. 
Se deixamos saudades é sinal que as pessoas nos guar-
dam em seus corações, maior e mais precioso cofre do 
mundo. Deixar saudades nas pessoas é sinal que significa-
mos algo para estas pessoas. A mãe sente saudades do filho 
quando este sai de casa, porque o ama. Se nós não deixamos 
saudades nas pessoas é porque fomos insignificantes e apenas 
estávamos lá como número e não como ser, como pessoa. 
Acredito que as pessoas seriam bem mais próximas das outras 
se conseguíssemos deixar saudades, boas lembranças. 
DELVACYR COSTA 
38 
 
É triste quando uma pessoa tem que se retirar de algum 
lugar porque os outros pedem para ela sair. Isto indica que 
essa pessoa é muito egoísta, pensa somente em si, ignorando 
os outros. Precisamos aprender a sermos pessoas humildes e 
servidoras e não fazermos dos outros nossos servidores. 
Precisamos aprender a conquistar o coração das pessoas, pois 
lá nossos nomes ficam eternizados. A saudade demonstra que 
não somos um peso para as pessoas, mas uma lembrança 
agradável. 
Jeorão um exemplo de alguém que não deixou saudades 
e foi sepultado sem nenhuma honra. O texto sagrado em II 
Crônicas 21.20, afirma: "(Jeorão) Era da idade de trinta e dois 
anos quando começou a reinar, e reinou em Jerusalém oito 
anos, e foi-se sem deixar de si saudades; e o sepultaram na 
Cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis". 
Jeorão tinha tudo para deixar de si uma boa lembrança, 
pois era o filho mais velho do grande rei Josafá, um homem 
que buscou e levou seu povo a buscar uma vida de santidade 
diante de Deus. 
A pergunta que me faço é: Por que Jeorão não deixou 
saudades? 
A Bíblia nos revela os motivos. 
Ele era um homem muito mau. 
Ao tomar posse do reino em Judá, Jeorão manifestou 
toda sua arrogância e maldade, assumindo uma postura 
tirânica e cruel. 
Perdido em sua arrogância, numa imensa cegueira 
moral e espiritual, Jeorão não pensou duas vezes ao assassinar 
seus irmãos a sangue frio, em um ato cruel e totalmente 
contrário à normalidade humana, contrário as expectativas 
DELVACYR COSTA 
39 
 
naturais do homem, pois ninguém nunca espera que alguém 
assassine seus irmãos e ainda mais com tamanha crueldade e 
frieza! Ele não assassinou apenas uma ou duas pessoas. 
Jeorão assassinou seis pessoas, seus seis irmãos, sangue de 
seu sangue, carne de sua carne! 
Acredito que a maioria de nós conhece um caso de 
assassinato entre irmãos. Mas não paramos por aí. Quem 
nunca ouviu um ditado que diz “a língua mata?”. Sem dúvida, 
suas palavras tanto podem ser construtivas como destrutivas, 
tanto podem vivificar alguém como podem matá-lo! E 
quantas pessoas têm assassinado os sonhos de outras, de 
forma cruel e irresponsável, pessoas más ou desprovidas de 
sabedoria. 
Tome cuidado com o que você diz, suas palavras 
podem estar carregadas de morte. No ato de humilhar alguém 
ou caçoar dos simples você pode estar cometendo um 
assassinato sem perceber. Não faça como Jeorão que 
assassinou seus irmãos: DEIXE SAUDADES! 
Ele fez alianças erradas. 
Pesquisando sobre a vida de Jeorão, eu esperava uma 
atitude de mudança, uma atitude de arrependimento, esperava 
que pelo menos ele escolhesse alguém em sua vida que o 
influenciasse para o bem; uma mulher sábia que edificasse a 
sua casa, uma mulher que fosse uma bênção para sua vida, 
que o ajudasse em sua missão como rei; porem quando Jeorão 
resolve se casar, ele se casa com uma pessoa totalmente 
influenciada para o mal, ele se casa com a filha de Acabe e 
Jezabel, duas pessoas desprovidas da graça de Deus, inici-
ando uma aliança com esta família. 
Quantos de nós desprezam a sabedoria divina e buscam 
para si a companhia de pessoas descomprometidas com Deus. 
DELVACYR COSTA 
40 
 
Se empolgam com a aparência, dão prioridade ao seu desejo 
carnal ou a “necessidade” de companhia por se sentirem 
“carentes”. Nãoobservam a vontade de Deus, pois seus olhos 
estão “reluzindo o brilho da paixão” e por isso não enxergam 
a vontade de Deus, não estão sensíveis à voz de Deus, pois 
sua sensibilidade “está aguçada para o seu amado ou amada”, 
desprezam a aliança com Deus pois “seu dedo esquerdo já se 
encontra ocupado”. Esta inobservância da realidade de que 
não há nem uma parte da luz com as trevas, de que não 
podemos caminhar por dois caminhos ou coxear por dois 
pensamentos, resulta em um grande desastre, pois geralmente 
esta inobservância, afasta o indivíduo de Deus. Não seja 
inconsequente em seus atos como foi Jeorão, DEIXE 
SAUDADES! 
Jeorão não deixou saudades por causa de seu fana-
tismo. 
Nessa altura Jeorão me parece completamente perdido 
em sua trajetória; tomou por mulher alguém que o ajudou a 
se tornar pior do que já era, assassinou seus irmãos e alguns 
príncipes de Judá, não observou a revolta dos edomitas como 
um aviso para o arrependimento dos seus maus caminhos; e 
provavelmente tendo grande aprovação de sua mulher, 
cometeu tamanha loucura, tamanha irracionalidade, tamanha 
perda de sentidos levantando altares a outros deuses. 
E quantos que nos dias de hoje tem levantado altares a 
ídolos ou até mesmo a deuses estranhos! Muitos trocam a 
presença do Espírito Santo por uma estátua de madeira, 
gesso, metal, ou seja, lá do que for. Se curvam em atitudes de 
adoração e usam a desculpa de estarem apenas venerando, 
caindo no mesmo erro, pois venerar significa também “render 
culto”, e só o Deus vivo e verdadeiro é digno de ser cultuado; 
outros mudam seu foco do Criador para alguém que tem por 
DELVACYR COSTA 
41 
 
muito especial, alguém de muito prestígio, um cantor ou 
cantora, uma banda favorita, um time de futebol, ou até 
mesmo um programa de televisão, uma novela, ou melhor 
dizendo, algumas novelas, novelas depravadas, que não 
edifica em nada! Passam horas e mais horas adorando seus 
ídolos e não tem a paciência e muito menos o desejo de 
meditar em apenas um só capítulo da palavra de Deus! Não 
repita os erros de Jeorão, faça o contrário, destrua esses 
“altares” e centralize apenas o Senhor em sua vida. DEIXE 
SAUDADES! 
Jeorão não se arrependeu de seus erros. 
Foi um rei cruel, mau e idólatra perante o Senhor. As-
sim que assumiu o trono, matou todos os seus irmãos e alguns 
dos príncipes de Israel. Levou Judá a se desviar dos caminhos 
do Senhor praticando a idolatria. Preferiu antes ouvir os 
conselhos do rei de Israel Acabe, seu sogro. 
Como resposta de Deus, os edomitas se rebelaram e 
constituíram seu próprio rei. Jeorão é avisado pelo profeta 
Elias do castigo que receberia por suas atrocidades. Não 
demorou e os filisteus e arábios, sobem a Judá, invadem o 
palácio do rei, levam tudo o quanto tem inclusive suas 
mulheres e filhos que são mortos, escapando apenas o filho 
mais novo, Acazias. 
Em nenhum momento no decorrer da narrativa nos é 
dito que Jeorão se arrependeu. Ele persistiu no erro, no 
pecado e na maldade. Ele não se voltou para Deus. Ele não 
sentiu o peso de sua loucura. Ele foi mau até o fim de seus 
dias. Não tinha como deixar saudades. 
A recompensa do pecado é a derrota e a desgraça. Foi 
o que aconteceu com o rei Jeorão, de Judá e, não somente 
isso, mas também morreu relativamente jovem, com qua-
DELVACYR COSTA 
42 
 
renta anos, de uma doença horrível, um tumor no intestino 
que aumentou tanto que este órgão saiu para fora do abdome. 
E, para completar, nem foi sepultado junto com os outros reis. 
Ele não apenas morreu tragicamente, em grande agonia por 
causa da terrível doença, morreu também das mentes das 
pessoas. O povo, em seu velório, não lhe prestou as honras 
devidas aos reis, muito menos o enterraram entre eles. 
Por esses fatos Jeorão foi o único rei relatado na Bíblia 
que não deixou saudades. Ainda que teve melhores oportu-
nidades de vida, trilhou por caminhos que pensava serem 
bons, mas o levaram a morte, ao esquecimento. Pelo que 
percebemos, se alguém naquela época se lembrasse de Jeorão 
era com grande terror e repugnância. 
Seu governo foi um desastre. Tão grande, que o povo 
não teve motivos para lamentar sua morte nem honrar seu 
legado. É como diz o sábio: “Quando os justos prosperam, a 
cidade se alegra; quando os ímpios perecem, há júbilo” 
(Pv.11.10). É bem provável que o povo tenha comemorado a 
morte desse rei iníquo. 
Portanto, não ande por esses caminhos, faça o contrário 
e certamente deixarás saudades por onde passares e todos se 
lembrarão de você por causa de sua boa história. 
No túmulo de Jeorão não existia fotos, nem flores, nem 
coroas, nem sequer saudades. 
Ele se foi sem deixar saudades foi seu epitáfio. E eu? E 
você? Deixaremos saudades? 
O maior legado que alguém pode deixar neste mundo é 
a saudade. 
 
 
DELVACYR COSTA 
43 
 
 
 
NU SAÍ DO VENTRE DE MINHA MÃE 
E NU TORNAREI 
 
 
Esta é uma das frases mais emblemáticas do livro de 
Jó: "Nu saí do ventre da minha mãe e nu tornarei para 
lá; o Senhor o deu, o Senhor o tomou, bendito seja o 
Seu Santo Nome" (Jó 1.21) 
 
Nós nada temos. Tudo quanto julgamos ter veio de 
Deus e, um dia, ao partirmos para a eternidade, tudo deixa-
remos aqui. Nada poderemos levar conosco. 
Não podemos nem devemos confiar nas riquezas, 
porque elas são deste mundo e aqui ficarão. Nós, ou ajun-
tamos tesouros no céu, onde nem traça, ferrugem ou ladrões 
destroem, ou ficaremos paupérrimos no sofrimento eterno. 
Jó entendeu isto mesmo e, depois de ter perdido todos 
os seus bens, não estava amargurado, antes, louvava a Deus 
dizendo "o Senhor o deu, o Senhor o tomou". 
Lembro do homem rico, que comia e bebia regalada-
mente, vestia-se de púrpura e linho finíssimo, mas acordou 
no inferno, miserável, cego e nu, que nem uma gota de água 
tinha para lhe refrescar a língua. Outro, porém, nesta terra, 
nada teve e sempre viveu nas maiores necessidades, foi 
levado para o céu pelos anjos, onde, feliz, se alegrava no seio 
de Abraão (Leia Lucas 16:19-31). 
DELVACYR COSTA 
44 
 
Que grande visão a de Jó! Qual é o teu pensamento 
acerca das riquezas? Que significam para ti? Tens posto nelas 
a tua confiança? Ou são elas apenas meios para atingires os 
fins de glorificação do Criador? 
Jó tinha uma concepção muito concreta dos bens deste 
mundo. Usá-los da forma mais digna, já era bastante. 
Como lidar com as perdas? 
Não é fácil para ninguém perder alguma coisa. Das 
menores e mais corriqueiras para nós, como perder o ônibus, 
o trem, o elevador, etc. E quando se trata de coisas impor-
tantes? Exemplos: roubaram meu carro, roubaram meu 
pagamento, perdi todos os meus documentos, perdi o 
emprego, etc; será que é fácil lidar com isto? 
E quando se trata de perdas irreparáveis? Perder a mãe 
ou pai, irmã ou irmão, filhos, perda da esposa ou marido, etc. 
Meus amados diante de tantas perdas ou possíveis perdas; 
como eu devo lidar com isto? 
As perdas de Jó foram grandes e não corriqueiras: 
Foram perdas irreparáveis. 
Vejamos o que Jó possuía e quais foram suas perdas. 
Tinha quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas 
(Jó 1.3). Ladrões vieram roubaram os bois (Jó 1.14-15). 
Tinha Sete mil ovelhas (Jó 1.3). As ovelhas morreram 
queimadas por fogo que caiu do céu (Jó 1.16). 
Tinha três mil camelos (Jó 1.3). Ladrões em três bandos 
roubaram os camelos (Jó 1.17). 
Tinha dez filhos, sendo sete homens e três mulheres (Jó 
1.2). Perdeu os dez, pois veio um vento forte (tornado) e 
DELVACYR COSTA 
45 
 
derrubou a casa do mais velho deles no dia em que estavam 
todos reunidos num banquete (Jó 1.18-19) 
Perdeu a saúde (Jó 2.7). 
E tudo isto aconteceu a Jó em um único dia; com 
exceção à sua saúde. Como Jó conseguiu suportar tudo isto? 
Pois era o homem mais rico de toda a terra do oriente (Jó 1.3), 
o mais respeitado por todos os homens, sem contar o fato de 
não ser um milionário egocêntrico, pois, o próprio Deus deutestemunho de Jó na ocasião em que o diabo, o acusador dos 
homens, subiu ao céu afim de acusar alguém, pois, é isto que 
ele faz até agora diante de Deus (Jó 1.6; Apocalipse 12.4), 
mas Deus disse ao diabo: “Você viu o meu servo Jó, ninguém 
há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme 
a Deus e se desvia do mal” (Jó 1.8). Perceba que Jó não 
andava com arrogância, cheio de razão, fazendo o que bem 
lhe parecia, não; pelo contrário Deus o aprova em seus 
caminhos. 
Agora eu lhe pergunto: Se isto lhe acontecesse, tendo 
você todas estas riquezas e muitos filhos, sem contar as 
virtudes pessoais; como você lidaria com tantas perdas? Deus 
foi injusto com você? Veja a seguir como Jó lidou com tudo 
isto. 
Reconheceu a soberania de Deus: 
“Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a sua 
cabeça e, lançando-se em terra, adorou; e disse: Nu saí do 
ventre de minha mãe, e nu tornarei para lá. O Senhor deu, e o 
Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor”. Jó 1.21. 
Jó não foi indiferente ao que lhe estava acontecendo, 
pois, rasga sua roupa, raspa a cabeça e lança-se por terra para 
se humilhar diante de Deus, o Senhor, por tudo que acontecia. 
Mas suas palavras foram de adoração e reconhecimento da 
DELVACYR COSTA 
46 
 
soberania de Deus sobre todos os homens, e ele não podia se 
esquivar disto. E, enquanto adora a Deus, reflete que quando 
nasceu nada trouxe para este mundo, e quando se morre nada 
se leva daqui e conclui “Bendito seja o Senhor”. 
Por reconhecer a soberania de Deus sobre si, Jó pode se 
humilhar diante de Deus e adorá-lo em oração. 
Muitos, numa situação semelhante iriam blasfemar, 
praguejar, murmurar ou dizer: “Eu procuro ser o mais honesto 
possível, sou humilde; e é isto que Deus me reserva!” 
Jó reconheceu a soberania divina e, ao fazer isto, Deus 
o conforta trazendo ao seu entendimento uma reflexão da 
razão do viver e do morrer, do ganhar e no perder, e de tudo 
o que realmente importa e o que não importa. E isto aconteceu 
enquanto resolveu adorar a Deus em meios às aflições das 
perdas. 
Existiu algum segredo na vida de Jó para lidar com as 
perdas, foi o reconhecer que tudo o que temos veio de Deus, 
nada trouxemos a este mundo e tudo ficará aqui. 
Conta-se que Alexandre, o Grande, depois de conquis-
tar muitos reinos, estava voltando para casa quando no 
caminho adoeceu e esta doença o levou para seu leito de 
morte. 
Com a morte à espreita, Alexandre percebeu como suas 
conquistas, seu grande exército, sua espada afiada e toda a 
sua riqueza eram de pouca importância. Desse modo, o 
poderoso conquistador quedou-se prostrado e pálido, 
impotente à espera de seu último suspiro. 
Ele chamou seus generais e disse: “Vou partir deste 
mundo em breve e tenho três desejos, por favor, realizem-nos 
DELVACYR COSTA 
47 
 
sem falhas”. E os generais concordaram em cumprir a última 
vontade de seu rei. 
1º pedido: Que seu caixão fosse carregado pelos me-
lhores médicos da época. 
2º pedido: Que os tesouros que tinha fossem espa-
lhados pelo caminho até seu túmulo. 
3º pedido: Que suas mãos ficassem fora do caixão e à 
vista de todos. 
Os generais, surpresos, perguntaram quais eram os 
motivos de tais pedidos. 
Ele respondeu: 
1º. Eu quero que os melhores médicos carreguem meu 
caixão, para mostrar que eles não têm poder nenhum sobre a 
morte. 
2º. Quero que o chão seja coberto pelos meus tesou-
ros, para que todos possam ver que os bens materiais aqui 
conquistados, aqui ficam. 
3º. Eu quero que minhas mãos fiquem para fora do 
caixão, de modo que as pessoas possam ver que viemos com 
as mãos vazias, e de mãos vazias voltamos. 
Jó entendeu isso muito bem. Não é difícil notar que sua 
fé estava em Deus e não nas riquezas. E seu amor por Deus 
era maior que amor que sentia por si e por sua família, e é 
exatamente isto que Deus, o Senhor, espera: que o amemos 
acima de todas as coisas, pois este é o maior de todos os 
mandamentos “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o 
teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças”. 
(Deuteronômio 6.5). E quando isto é obedecido, fica claro de 
se notar que estas pessoas são inabaláveis, pois: “Os que 
DELVACYR COSTA 
48 
 
confiam no Senhor serão como os montes de Sião que não se 
abalam, mas, permanecem para sempre” (Salmo 125.1). 
Na lápide tumular de Jó tem uma inscrição: “Nu saí do 
ventre da minha mãe e nu tornarei para lá”. Sem desespero! 
Sem apego! Apenas confiança! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELVACYR COSTA 
49 
 
 
 
ELE FOI AMIGO DE DEUS 
 
 
 Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi 
descendência de Abraão, meu amigo (Isaías 41.8). 
 
Desde o momento em que uma pessoa nasce até sua 
morte, ela precisa de amor. E todos nós precisamos do amor 
de bons amigos. Também precisamos de um amor muito mais 
importante, o amor de Deus. Mas muitos acham que não 
podem ser amigos de Deus porque não podem vê-lo e porque 
ele é muito poderoso. Mas nós sabemos que é possível ser 
amigo de Deus. Abraão foi. 
 A Bíblia diz que alguns personagens do passado foram 
amigos de Deus. Nós devemos imitar essas pessoas. Porque 
ser amigo de Deus é a coisa mais importante na vida de um 
ser humano. Uma dessas pessoas foi Abraão. Vamos 
conversar um pouco sobre ele. Como Abraão se tornou 
amigo de Deus? Por meio da fé que ele tinha. Por isso, a 
Bíblia chama Abraão de “o pai de todos os que têm fé”. 
(Romanos 4.11) Ao ler a história de Abraão, devemos nos 
perguntar: ‘Como eu posso imitar a fé que Abraão teve? 
Como a minha amizade com Deus pode ser mais forte?’ 
Qual o maior teste de fé que Abraão passou? 
Imagine Abraão com uns 125 anos de idade subindo 
bem devagar uma montanha. Atrás dele estava seu filho 
Isaque, que tinha uns 25 anos. Isaque estava carregando a 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/romanos/4/#v45004011
DELVACYR COSTA 
50 
 
lenha, e Abraão estava levando material para queimar a lenha 
e uma faca. Essa subida talvez tenha sido a viagem mais 
difícil da vida de Abraão. Não porque Abraão era muito 
idoso. Ele ainda tinha muita energia. A viagem era difícil 
porque Deus tinha pedido que Abraão sacrificasse seu filho 
Isaque (Gênesis 22.1-8). 
Para Abraão, esse deve ter sido o maior teste de sua fé. 
Algumas pessoas acham que Deus foi cruel quando pediu que 
Abraão sacrificasse o filho. E outras acham que Abraão 
obedeceu a Deus porque não amava Isaque. As pessoas falam 
isso porque elas não têm fé nem entendem o que é fé. 
Abraão não obedecia a Deus sem pensar. Abraão sabia 
que Deus nunca pede que façamos algo que nos prejudique 
para sempre. Ele sabia que se obedecesse, Deus o abençoaria 
e também abençoaria seu filho. Ele obedecia porque 
tinha verdadeira fé. Como Abraão conseguiu ter uma fé tão 
forte? Por aprender sobre Deus e por sentir a ajuda e 
intervenção de Deus quando obedecia a ele. 
Abraão foi criado numa cidade chamada Ur. As pessoas 
de Ur, incluindo o pai de Abraão, adoravam deuses falsos 
(Josué 24:2). Então, como Abraão aprendeu sobre Deus? 
A Bíblia mostra que um dos filhos de Noé, chamado Sem, era 
parente de Abraão. Eles conviveram por muitos anos. Só por 
curiosidade, Sem viveu 600 anos, Abraão 175; isso quer dizer 
que Sem viveu mais 135 anos depois da morte de Abraão. 
Sem era um homem que tinha muita fé em Deus. Não 
sabemos com certeza, mas Sem deve ter falado sobre Deus 
para seus parentes. O que Abraão aprendeu sobre Deus o 
levou a amar a Deus e a ter fé nele. 
Abraão sentiu sempre a ajuda de Deus, e isso fortaleceu 
sua fé. Como isso aconteceu? Alguns dizem que aquilo que 
pensamos cria sentimentos em nós e que, esses sentimentos, 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/22/#v1022001-v1022008
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/Josu%C3%A9/24/#v6024002
DELVACYR COSTA 
51nos levam a fazer alguma coisa. O que Abraão aprendeu 
sobre Deus tocou o seu coração. Isso criou nele um profundo 
respeito pelo “Senhor, o Deus Altíssimo, aquele que fez o céu 
e a terra” (Gênesis 14.22). A Bíblia chama esse profundo 
respeito de “temor de Deus”. Para sermos bons amigos de 
Deus precisamos temer a ele. Esse temor fez Abraão obedecer 
a Deus. 
Deus disse a Abraão e Sara que se mudassem de Ur para 
um país diferente. Eles não eram jovens e teriam que morar 
em barracas pelo resto da vida. Abraão sabia que passaria por 
muitas situações perigosas, mas estava determinado a 
obedecer a Deus. Abraão obedeceu, e por isso foi abençoado 
e protegido por Deus. Por exemplo, dois reis diferentes 
quiseram casar com Sara porque ela era muito bonita, e 
Abraão poderia ser morto por causa disso. Mas Deus protegeu 
milagrosamente tanto Abraão como Sara (Gênesis 12.10-20; 
20.2-7, 10-12, 17, 18). Abraão obedeceu a Deus e sentiu na 
pele a ajuda dele. Isso aumentou a fé que ele tinha. 
Podemos ser grandes amigos de Deus? Sim, com cer-
teza! Para isso, assim como Abraão, precisamos aprender 
sobre Deus e obedecer a ele, sentindo como ele nos protege e 
abençoa. Hoje, sabemos muito mais coisas do que Abraão. 
A Bíblia está cheia de informações sobre “aquele que fez o 
céu e a terra”. O que aprendemos sobre Deus nos faz amar e 
respeitar muito a ele. Por causa desse amor e respeito por 
Deus, temos vontade de obedecer a ele. Quando obedecemos 
a Deus, nós sentimos (experimentamos) que ele nos protege 
e nos abençoa. Isso aumenta nossa fé. Servir a Deus, fazendo 
o nosso melhor, nos dá alegria, satisfação e paz. Quanto mais 
aprendemos sobre Deus e o obedecemos, mais forte fica 
nossa amizade com ele. 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/14/#v1014022
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/12/#v1012010-v1012020
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/20/#v1020002-v1020007
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/20/#v1020002-v1020007
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/20/#v1020017-v1020018
DELVACYR COSTA 
52 
 
Uma grande amizade é como uma flor muito bonita e 
valiosa (Provérbios 17.17.) Ela não é como uma flor de 
plástico, usada só para enfeitar. Uma grande amizade é uma 
flor viva, que precisa ser bem cuidada para crescer e ficar 
forte. Abraão dava muito valor à amizade que tinha com Deus 
e cuidava bem dessa amizade. Como ele fazia isso? 
Abraão cuidava dessa amizade por continuar respei-
tando e obedecendo a Deus. Por exemplo, quando Abraão 
viajou para Canaã com sua família e seus servos, ele 
continuou obedecendo a Deus. Ele fazia isso quando tomava 
decisões grandes e pequenas. Antes de Isaque nascer, quan-
do Abraão tinha 99 anos, Deus ordenou que ele circun-
cidasse todos os homens da sua casa. Será que Abraão ficou 
se perguntando se essa ordem estava certa? Será que ele ficou 
inventando desculpas para não fazer o que Deus tinha 
pedido? Não. Ele confiou em Deus e o obedeceu “naquele 
mesmo dia” (Gênesis 17.10-14, 23). 
Abraão sempre obedecia a Deus, até nas coisas meno-
res. Por isso, a amizade dos dois ficou cada vez mais intensa. 
Ele se sentia à vontade para conversar com Deus sobre 
qualquer coisa. Mesmo que fosse para pedir ajuda quando não 
entendia alguma decisão divina. Por exemplo, Deus disse que 
destruiria as cidades de Sodoma e Gomorra. Isso deixou 
Abraão preocupado. Por quê? Porque ele tinha medo de que 
as pessoas boas morressem junto com as pessoas ruins. 
Talvez ele estivesse preocupado com seu sobrinho Ló e a 
família dele, que moravam em Sodoma. Abraão confiava em 
Deus, “o Juiz de toda a terra”. Por isso, com humildade, ele 
falou com Deus, mostrou sua preocupação. E Deus 
foi paciente com seu amigo Abraão e mostrou compaixão e 
bondade. Deus explicou que, antes de trazer uma destruição, 
ele sempre procura pessoas boas para poder salvá-las. 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/Prov%C3%A9rbios/17/#v20017017
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/17/#v1017010-v1017014
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/17/#v1017010-v1017014
DELVACYR COSTA 
53 
 
Abraão continuou a ser um grande amigo de Deus. 
Tudo o que Abraão aprendeu sobre Deus e toda ajuda que 
obteve quando obedeceu a Deus fez essa amizade ficar mais 
consistente. Por isso, mais tarde, quando Deus pediu que ele 
sacrificasse Isaque, Abraão conseguiu obedecer. Ele sabia 
que podia confiar em Deus. O Senhor sempre o tinha 
protegido e agido com compaixão e paciência. Abraão tinha 
toda certeza de que Deus não tinha, de repente, se tornado 
alguém cruel e sem amor. Como sabemos disso? 
Antes de subir a montanha, Abraão disse aos seus ser-
vos: “Fiquem aqui com o jumento enquanto eu e o ra-
paz vamos até lá para adorar; depois retornaremos a 
vocês” (Gênesis 22.5). 
Abraão ia sacrificar Isaque. Então, por que disse que ele 
e o filho voltariam? Será que ele estava mentindo? Não. 
A Bíblia diz que Abraão sabia que Deus tinha o poder para 
fazer Isaque viver de novo (Leia Hebreus 11.19.) Abraão já 
tinha experimentado o poder de Deus, quando ele e Sara 
tiveram um filho, mesmo sendo bem idosos. Então, Abraão 
aprendeu que nada era impossível para Deus. Ele não sabia o 
que ia acontecer naquele monte, mas confiava em Deus. 
Abraão tinha certeza de que, se fosse preciso, Deus res-
suscitaria Isaque. Dessa forma, todas as promessas de Deus 
se cumpririam. Não é à toa que Abraão é chamado de “o pai 
de todos os que têm fé”. 
Hoje, Deus não pede que sacrifiquemos nossos filhos. 
O que ele pede é que obedeçamos a ele. Às vezes, não 
entendemos por que Deus manda a gente fazer certas coisas 
ou pode ser difícil obedecer a ele. Isso já aconteceu com 
você? Para alguns, pregar é difícil. Talvez sejam tímidos e 
achem difícil conversar com alguém que não conhecem. 
Outros têm medo de ser diferentes das pessoas na escola ou 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/22/#v1022005
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/hebreus/11/#v58011019
DELVACYR COSTA 
54 
 
no trabalho. Se você tiver que fazer algo que ache muito 
difícil, pense na grande fé e coragem que Abraão mostrou. 
Parar e pensar na fé que vários servos de Deus mostraram nos 
leva a querer imitá-los e a ser mais amigos de Deus. 
Uma amizade que traz bênçãos. 
Será que Abraão alguma vez se arrependeu de ter 
obedecido a Deus? A Bíblia diz que ele “morreu numa boa 
velhice, idoso e satisfeito” (Gênesis 25.8). O que esse texto 
quer dizer? Que, antes de morrer, aos 175 anos, Abraão olhou 
para trás e ficou satisfeito com a vida que tinha levado. Por 
quê? Porque ele sempre colocou sua amizade com Deus em 
primeiro lugar na vida. 
Por essas coisas é que o epitáfio de Abrão diz: ELE FOI 
AMIGO DE DEUS! O que estará escrito no meu ou no seu? 
De quem somos amigos? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/biblia-de-estudo/livros/G%C3%AAnesis/25/#v1025008
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55 
 
 
 
ELE AMOU AO PRESENTE SÉCULO 
 
 
Porque Demas me desamparou, amando o presente 
século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, 
Tito para Dalmácia (II Timóteo 4.10) 
 
Há um hino do Cantor Cristão que diz: “Muitos que 
corriam bem, já não mais contigo vão”. Por que isso 
acontece? Qual a causa do esfriamento espiritual? Por que as 
pessoas se “desviam” dos caminhos do Senhor? 
Essa foi a história de Demas. Um homem que tinha um 
triste epitáfio: Ele amou ao presente século. 
Mas, quem foi Demas? Um cooperador sem muito 
destaque, sem expressão, citado apenas em Colossenses 4.4. 
Paulo, escrevendo a Timóteo diz que, por haver amado 
ao presente século,ele foi para Tessalônica. Ele não voltou 
para Tessalônica, ele foi; não era de lá. 
Tessalônica - Capital e principal metrópole da Mace-
dônia. O nome primitivo era Termas (Banhos Quentes). O 
nome Tessalônica foi dado pelo General macedônio 
Cassandro em honra de sua mulher, que era irmã de Ale-
xandre Magno. Era a estação central da estrada Egnaciana, 
que ia da Trácia até Roma. O porto marítimo numa excelente 
baía aumentava suas riquezas e negócios. Uma florescente 
cidade comercial de população mista de gregos, romanos e 
DELVACYR COSTA 
56 
 
judeus. Foi primeira cidade em que a alta sociedade foi 
atingida pelo evangelho. 
Demas foi para a metrópole. Não foi para um fim de 
mundo, para um vilarejo escondido no meio do nada. Ele 
queria movimento, agitação, glamour, luzes. O sonho de 
muitos jovens ainda hoje. 
O que é amar o presente século? 
Amar ao presente século é o desejo de sucesso, de fama. 
Ter o reconhecimento público, ser uma celebridade. É a 
vontade de receber aplauso, aprovação humana. É a ênfase no 
“SER”. 
Amar ao presente século é o desejo de bens, de rique-
zas. Esse desejo, na maioria das vezes, vem acompanhado da 
cobiça e da inveja. É fazer qualquer coisa para enriquecer, de 
levar vantagem sempre. É a famosa Lei de Gérson. 
Na cultura midiática brasileira, a Lei de Gérson é um 
princípio em que determinada pessoa ou empresa obtém 
vantagens de forma indiscriminada, sem se importar com 
questões éticas ou morais. A "Lei de Gérson" acabou sendo 
usada para exprimir traços bastante característicos e pouco 
lisonjeiros do caráter midiático nacional, que passa a ser 
interpretado como caráter da população, associados à disse-
minação da corrupção e ao desrespeito às regras de convívio 
para a obtenção de vantagens. 
A expressão nasceu em meados da década de 1980, 
quando o jornalista Maurício Dias entrevistava o professor e 
psicanalista pernambucano Jurandir Freire Costa, para a 
revista Isto É, por ocasião de seu artigo "Narcisismo em 
tempos sombrios". Foi nesta entrevista que Dias batizou 
como "Lei de Gérson" o desejo que grande parte dos 
brasileiros tem de levar vantagem em tudo. Mais tarde, em 
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89ticas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Moral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrup%C3%A7%C3%A3o
DELVACYR COSTA 
57 
 
1992, na edição 18 da revista Teoria e Debate, o termo "Lei 
de Gérson" foi novamente lembrado por Maria Rita Kehl em 
entrevista com o mesmo Jurandir Freire da Costa. 
Ao cunhar a expressão "Lei de Gérson", Maurício Dias 
fez alusão à propaganda televisiva de 1976 criada pela 
agência Caio Domingues & Associados, que havia sido 
contratada pela fabricante de cigarros J. Reynolds, proprie-
tária da marca cigarros Vila Rica, para a divulgação do 
produto. O vídeo apresentava o meia-armador Gérson, 
jogador da Seleção Brasileira de Futebol, como protago-
nista. 
O vídeo tem início com a afirmação de que Gérson foi 
o "cérebro do time campeão do mundo da Copa do mundo de 
70". A narração é feita pelo entrevistador, que se apresenta de 
terno, gravata e microfone à mão. A cena se passa em um sofá 
de uma sala de visitas. 
O entrevistador pergunta por quê Gérson escolheu os 
cigarros Vila Rica. Ao iniciar a resposta, Gérson saca um 
maço de Vila Rica e oferece um cigarro ao entrevistador. 
Enquanto o entrevistador fuma seu cigarro, Gérson explica os 
motivos que o fizeram preferir aquela marca. "Por que pagar 
mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um 
bom cigarro? Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve 
vantagem você também, leve Vila Rica!". 
Mais tarde Gérson se disse arrependido por ter as-
sociado sua imagem ao anúncio, visto que qualquer compor-
tamento pouco ético foi sendo aliado ao seu nome nas 
expressões Síndrome de Gérson ou Lei de Gérson. 
Nos anos 1980 os meios de comunicação em massa 
brasileiros começaram a divulgar notícias sobre corrupção na 
https://pt.wikipedia.org/wiki/1976
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cigarro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Rica_(cigarros)
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9rson_de_Oliveira_Nunes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sele%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_de_Futebol
DELVACYR COSTA 
58 
 
política brasileira e a população começou a utilizar o termo 
"Lei de Gérson". 
Essa atitude demonstra uma grande ênfase no “TER”. 
Amar ao presente século é o desejo intenso de diver-
timentos, de sentir prazer. É a busca por alegria fácil, intensa, 
mesmo que passageira. É a filosofia do Hedonismo. Aqui a 
ênfase está no “FAZER” 
Quais são as causas desse amor ao presente século? 
São várias e diversas. Não existe um padrão definido 
ou determinado, mas normalmente inclui algumas das 
situações a seguir. 
Desmedida preocupação com coisas materiais. A espi-
ritualidade dá lugar ao materialismo. As coisas eternas são 
ofuscadas pelas terrenas. O amor deixa de ser a Deus e passa 
a ser aos bens e ao dinheiro. 
Descuido na vida de oração. A oração começa a ser 
deixada em segundo plano. Outras atividades, mesmo que 
espirituais e eclesiásticas, vão ocupando o tempo que deve-
ria ser consagrado à oração. De forma lenta, mas constante, 
se deixa de orar. Essa forma vital e insubstituível de comu-
nhão com Deus é negligenciada, até ser totalmente abando-
nada. 
Falta de comunhão com os irmãos. A presença nos 
cultos, as conversas pós culto, a visitação aos irmãos em 
Cristo vai sendo deixada de lado. Por diversas causas ou 
razões. Murmuração. Críticas demais. Só se enxerga os 
aspectos negativos, os defeitos dos irmãos. Deixa-se de sentir 
prazer na comunhão cristã. 
DELVACYR COSTA 
59 
 
A pessoa passa a cultivar amizades e hábitos que não 
edificam. Amizades com não crentes, com escarnecedores da 
Palavra, com pessoas sem o Temor ao Senhor. 
O afastamento continua com músicas profanas, progra-
mas de TV, tais como novelas, programas de humor 
recheados de piadas imorais, cheias de malícia e até mesmo 
blasfêmias, filmes de terror, etc. 
É um processo, ninguém cai repentinamente. Vai 
acontecendo lenta, mas gradativamente. Uma queda espi-
ritual nunca é repentina. Lembram de Davi. No tempo em que 
os reis saíam à guerra, ele ficou em casa. Quando todos 
estavam trabalhando ele estava ocioso no terraço. Um passo, 
depois mais um, outro e mais outro. O amor ao presente 
século não é uma paixão arrebatadora. É algo lento, mas 
persistente e extremamente perigoso. 
É possível deter-se. Pode ser revertido. Mas é preciso 
abrir os olhos e clamar ao Senhor. É preciso ter consciência 
dos riscos e fugir logo no início do processo. 
As consequências desse amor. 
Quando o amor ao presente século domina, a primeira 
consequência é o esfriamento na fé. O vigor espiritual se 
esvai. Em seu lugar surge uma tristeza profunda, acom-
panhada da falta de desejo de ir ao templo. É um lento 
afastamento dos cultos, dos irmãos e do próprio Deus. 
Quando esse quadro se estabelece, acontece a após-
tasia total. A pessoa perde a comunhão com Deus, o temor, a 
reverência e entrega-se à prática de pecados, afastando-se 
cada vez mais do Senhor. 
Como consequência final, o amor ao presente século 
tem a condenação eterna. Viver eterna e irreversivelmente 
DELVACYR COSTA 
60 
 
separado de Deus. Trágico fim para quem um dia amou ao 
Senhor Deus. 
Demas, tendo amado o presente século abandonou 
Paulo, abandonou a igreja, abandonou o próprio Deus. Seu 
epitáfio é curto e triste: Ele amou ao presente século. 
E você? Como está seu coração? A quem tens amado 
verdadeiramente? A Deus ou ao presente século? Qual será 
seu epitáfio? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DELVACYR COSTA 
61 
 
 
 
O PERTURBADOR DE ISRAEL 
 
 
E transgrediram os filhos de Israel no anátema; porque 
Acã filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da 
tribo de Judá, tomou do anátema, e a ira do SENHOR 
se acendeu contra os filhos de Israel. Israel pecou, e

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