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Resumo de Comunicação e expressão

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Resumo de Comunicação e expressão
UNIDADE I
Semiótica é a ciência que estuda a relação entre os signos, linguísticos ou não, e seus significados, semiologia. 
Um exemplo de significante corresponde às palavras, sejam escritas ou faladas, e as ideias ou conceitos associados a elas correspondem ao significado. 
Significante: sequência sonora: /kaza/ ou representação gráfica: casa;
Significado (conceito): construção destinada à habitação.
Desse modo, em síntese, temos: 
A mensagem – informação transmitida;
O emissor ou remetente – quem transmite a mensagem;
O receptor – quem recebe a mensagem; 
O canal – o meio empregado para o envio da mensagem; 
O código – sistema de sinais empregado no envio da mensagem;
O referente ou contexto – o objeto ou a situação a que a mensagem se refere.
· 
A mensagem – a informação transmitida – a ocorrência de uma campanha nacional de vacinação;
O emissor ou remetente – quem transmite a mensagem – o governo estabelecido ou os órgãos competentes;
O receptor – quem recebe a mensagem – a população em geral e responsáveis por menores de um a quatro anos;
O canal – o meio empregado para o envio da mensagem – o cartaz veiculado por meio dos diferentes meios de comunicação;
O código – sistema de sinais empregado no envio da mensagem – há a ocorrência do código verbal, no caso, a língua portuguesa, aliado ao código não verbal, ou seja, as imagens ilustrativas;
O contexto – a necessidade da vacinação e a consequente proteção da saúde de crianças.
· 
Quando a ênfase é encontrada no emissor
Quando a ênfase é encontrada no emissor, temos a função emotiva (ou expressiva). Ela ocorre quando o fator mais importante é o próprio remetente da mensagem e o assunto refere-se sobre quem fala (ou quem escreve), predominando o uso de verbos e pronomes em primeira pessoa e sinais de pontuação como reticências e pontos de exclamação, além do uso de onomatopeias (palavras que imitam sons) e interjeições. No exemplo a seguir, trecho de um poema escrito por Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa, denominado Há metafísica bastante em não pensar em nada, da obra O Guardador de Rebanhos, estão destacadas das marcas textuais mencionadas (verbos conjugados em primeira pessoa: penso, sei, adoecesse, pensaria, tenho; e os pronomes de primeira pessoa: eu, mim, minha): 
Quando a ênfase é encontrada na mensagem
Quando a ênfase é encontrada na mensagem, temos a função poética, predominando a valorização da mensagem em si mesma, observando-se o cuidado com sua elaboração e o uso de recursos de estilo, tais como trocadilhos, figuras de estilo, repetições, jogos de sons, disposição de palavras no papel ou mesmo pelo uso de um texto esteticamente bonito. Assim, verificamos que a mensagem está centrada na própria mensagem, com manipulações que dão novas dimensões às palavras. No Poema Sujo a seguir, de Ferreira Gullar, é possível observar a sonoridade expressa pela escolha e pela repetição das palavras e de fonemas consonantais:
turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro menos menos
menos que escuro menos que mole e duro menos que fosso e muro: [menos que furo escuro
mais que escuro:
claro como água? Como pluma? Claro mais que claro claro: coisa alguma e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica e vem
sonhando [desde as entranhas.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que ideia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
· 
Quando a ênfase é encontrada no referente
Quando a ênfase é encontrada no referente, temos a função referencial. Nesse caso, há predomínio da informação, que é o elemento mais importante no texto, também chamada de referente; por isso a função é chamada de referencial: refere-se ao conteúdo da mensagem, ao que é dito. É a linguagem do objeto e da terceira pessoa, conforme pode ser visto no artigo “Desmatamento no Brasil”, publicado no site Escola Kids: 
O desmatamento no Brasil foi iniciado a partir do processo de colonização implementado pelos portugueses. Desde então, boa parte da vegetação do país foi devastada.
O Brasil conta com seis tipos diferentes de florestas: a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, a Mata de Araucária, o Pantanal e a Floresta Amazônica. Dentre eles, apenas a Floresta Amazônica possui um relativo grau de preservação, apesar do aumento do desmatamento nos últimos anos.
A floresta do Brasil que mais sofreu com a devastação foi a Mata Atlântica. Como ela se encontra no litoral do país, acabou se tornando o primeiro local para a ocupação da sociedade. Com isso, estima-se que restam apenas 7% da vegetação original da Mata Atlântica.
· 
Quando a ênfase é encontrada no receptor
Quando a ênfase é encontrada no receptor, temos a função apelativa (ou conativa). Neste caso, tudo se concentra no receptor com o objetivo de alterar seu comportamento. Como característica principal temos o emprego do verbo no imperativo. Pode ser facilmente observada em campanhas publicitárias ou textos instrucionais (manual, sermão, guia, receita culinária etc.). Como exemplo, podemos utilizar uma receita culinária, que se utiliza dos verbos leve, pingue, adicione, deixe, abaixe, jogue etc., todos no modo imperativo: 
Doces caramelados
Ingredientes: 
- 2 xícaras de açúcar 
- 1 xícara de água 
- 2 colheres de sopa de vinagre branco
Modo de preparo:
Leve ao fogo o açúcar e a água, deixando ferver até o ponto de bala mole (pingue a calda em uma xícara com água para verificar o ponto). Adicione o vinagre e deixe no fogo até ficar com cor de champagne (no ponto de quebrar). Abaixe o fogo ao mínimo. Jogue os doces um a um na calda, retire-os e coloque-os sobre superfície untada com manteiga.
· 
Quando a ênfase é encontrada no canal
Quando a ênfase é encontrada no canal, temos a função fática, ocorrendo o estabelecimento do canal com expressões que iniciam um contato, sendo que em alguns momentos busca prolongá-lo ou determina a sua finalização, conforme mostra o trecho da música Sinal Fechado, de Paulo César Batista Faria: 
- Olá! Como vai?
- Eu vou indo. E você, tudo bem?
- Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E você?
- Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranquilo… Quem sabe?
- Quanto tempo!
- Pois é, quanto tempo!
- Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios! [...]
· 
Quando a ênfase é encontrada no código
Quando a ênfase é encontrada no código, temos a função metalinguística, que ocorre com a prática de explicar um código usando o mesmo código. No trecho do poema Nasce um poeta, de Ferreira Gullar, o poeta fala de verso, de poema e do próprio poeta, usando para isso esse mesmo gênero textual: 
Nasce um poeta 
No princípio
era o verso
alheio
 Disperso
em meio
às vozes
e às coisas
o poeta dorme
sem se saber
ignora o poema
que não tem nada a dizer
· 
A inferência, importante para o trabalho com os pressupostos, demonstra a necessidade de recuperação de algo para a compreensão do sentido do texto a partir de pistas fornecidas, exigindo o uso de raciocínio e confrontação de dados para atingir uma determinada conclusão.
· 
Ruídos – quaisquer intervenções que atrapalhem a difusão da mensagem, como um som alto ou baixo, um aparelho de televisão ou rádio ligados, roupas ou outros elementos que chamem a atenção do interlocutor, dentre outros; 
Entropia – a ocorrência de uma mensagem desordenada, causando ausência de sentido; 
Redundância – a ocorrência da repetição da mesma mensagem com outras palavras. Nesse caso, pode haver a crença de que o interlocutor não tem domínio sobre o assunto, não sendo capaz de compreender a mensagem enviada.
· 
ordem semântica, ou seja, dificuldades de entendimento do vocabulário. 
Semântica: ramo da linguística que estuda a evolução e as alterações sofridas pelo significado das palavras no tempo e no espaço; diz respeito ao significado das palavras.
Tipos de Comunicação:
UNIDADE II
Elementos da comunicação, são eles: a mensagem em si, ou seja, a informação transmitida; o emissor, aquele que emite uma mensagem; o receptor, aquele que recebe
a mensagem; o canal, ou seja, o meio escolhido para o envio da mensagem; o código, que compreende o sistema de sinais empregados no envio da mensagem; o referente, objeto ou situação a que a mensagem se refere.
· 
Terra e Nicola (2008) ressaltam características particulares dos textos conversacionais como:
· 1
Emprego de linguagem verbal e de linguagem não verbal, com a utilização de entonações, expressões faciais, gestos, olhares, movimentos, e até as roupas, postura, penteados e adereços contribuem de alguma forma;
· 2
Emprego de expressões fáticas, ou seja, aquelas que enfocam o canal de comunicação, com uso de frases interjetivas, como “Certo?”, “Tudo bem?”, “Claro!”, entre outras;
· 3
Negociação constante para a troca de turnos de fala, muitas vezes naturalmente, outras de forma sutil e, às vezes, de modo grosseiro.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
Segundo Saussure (2012), a língua é a parte social da linguagem e o indivíduo não pode modificá-la sozinho, uma vez que ela existe por conta de um “contrato” entre todas as pessoas que fazem parte da comunidade em questão.
Entendemos por denotação a relação direta de significado que um nome estabelece com um objeto da realidade. O uso denotativo de uma palavra refere-se ao seu uso literal, restrito e objetivo, com o significado normalmente encontrado nos dicionários. SENTIDO REAL, LITARAL.
Por outro lado, a conotação faz referência a algo que uma palavra ou coisa sugere, como se fosse uma ampliação do significado “comum”. O uso conotativo de um termo exige que o interlocutor faça associações com elementos de seu repertório, para que encontre sentido no enunciado. O uso conotativo de um termo indica que o falante tem intenção literária e subjetiva. SENTIDO FIGURADO.
COMANDOS DE QUESTÃO E ELABORAÇÃO DE RESPOSTAS
Uma resposta deve ser completa, como uma produção que deve fazer sentido para o interlocutor, além de apresentar início, meio e fim bem delineados. O comando de uma questão corresponde ao verbo ao redor do qual a pergunta se concentra, aparecendo geralmente no modo imperativo, como uma ordem, mas também pode estar subentendido, não aparecendo explicitamente. 
De acordo com Houaiss (2004), o que é subjetivo está sujeito ao pessoal, não havendo imparcialidade, e é tendencioso, não sendo concreto, exato ou objetivo. Entendemos, então, que algo subjetivo é tudo o que é próprio do sujeito ou relativo a ele, pertencendo ao comando de sua consciência e baseado na sua interpretação individual e, sendo assim, pode não ser válido para os demais
Quanto à objetividade, de modo contrário à subjetividade, compreende a qualidade daquilo que dá, ou pretender dar, uma representação fiel de um objeto ou fato (HOUAISS, 2004), sendo assim, trazendo o uso dos termos que exploram a denotação.
Quando desejamos fazer uso de respostas objetivas, buscamos a verossimilhança com base na realidade para a apresentação de nossos conteúdos, de forma isenta e impessoal, ou seja, sem a presença de nossas opiniões ou sentimentos. 
O conceito de verossimilhança prende-se à característica do que é verossímil, ou seja, que aparenta ser ou é considerado verdadeiro.
Comunicação e expressão
TEXTO E TEXTUALIDADE
Segundo Santos, Riche e Teixeira (2012), o texto é como um elemento de interação marcado pela coesão entre os seus elementos; ou seja, várias frases não podem ser chamadas de textos se elas não possuírem um significado juntas. A língua, em sua organização, possui um léxico, ou seja, um vocabulário, que é usado de acordo com um conjunto de regras que chamamos de gramática. O uso da língua deve obedecer, também, regras de textualização, ou seja, normas de composição de textos, e normas sociais de atuação, na situação interativa (SARMENTO, 2012). O contexto em que um texto está inserido precisa ser observado, visto que uma mesma frase pode apresentar significados diferentes em situações distintas e para interlocutores distintos. 
São denominados como níveis de linguagem, também chamados de níveis de fala, os diferentes registros que o falante pode escolher em seus atos comunicativos, fazendo uso da linguagem de acordo com os contextos em que se encontra, seus interlocutores e suas intenções comunicativas.
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
A língua, como um produto de interação social, apresenta mudanças contínuas, recebendo novos termos em seu léxico, apropriando-se de palavras de outras línguas, ocorrendo criações do falante (neologismos) que passam a ser aceitas pela comunidade linguística como um todo, por isso essa comunidade precisa garantir a manutenção de seu idioma. Neologismo corresponde a uma palavra criada na própria língua ou adaptada de outra, ou a uma palavra antiga sendo utilizada com sentido novo (MICHAELLIS, 2009). 
A função estética ocorre quando exploramos as diversas potencialidades de significado que as palavras carregam, utilizando a função poética e a conotação, dando ênfase ao modo de dizer algo, de forma significativa e diferente da usual, tentando impressionar nossos interlocutores. 
A função utilitária está presente em textos cujo maior significado encontra-se no que é dito, utilizando a função referencial e a denotação, quando buscamos a exatidão e as palavras designam os elementos aos quais tradicionalmente estão associadas.
Coesão textual
Diz-se que um texto coeso é o que se apresenta bem concatenado em suas partes (CAMPEDELI; SOUZA, 2003), isto é, consegue estabelecer uma sequência lógica e harmoniosa entre os seus elementos, ocorrendo ligações que auxiliam o entendimento do texto.
CITANDO
A sustentação de um texto se dá na coesão em dois sentidos: o gramatical e o semântico. O primeiro visa à articulação dos elementos linguísticos, observando a estrutura e as regras das relações sintáticas possíveis e coerentes dentro de um texto; o segundo, a articulação de elementos linguísticos que fazem referência a um determinado campo semântico (NICOLA; TERRA, p. 98).
O campo semântico trabalha com os sentidos que uma única palavra apresenta quando inserida em contextos diversos. Ele é, portanto, o conjunto dos diversos sentidos que uma única palavra pode apresentar (PACHECO, 2019), lembrando que a semântica estuda o significado de cada termo que existe em uma língua. Podemos citar como exemplo o termo “partir”: em seu campo semântico, podemos relacionar “sair”, “ir embora”, “dar o fora” “sumir”, “morrer”, “quebrar”, “espatifar” etc. (PACHECO, 2019). Muitas vezes, o campo semântico é mencionado quando estudamos campos lexicais, ocorrendo diferenças entre eles, visto que o léxico corresponde ao conjunto de palavras utilizadas ou pertencentes a uma determinada língua. 
Operamos com diferentes campos lexicais durante a elaboração de textos, observando que as palavras, nesse caso, pertencem a uma mesma área de conhecimento, como o campo lexical do termo “trabalhar”, que pode ser formado por palavras como “trabalhador”, “funcionário”, “patrão”, “salário”, “sindicato”, “profissional”, “operário”, entre outros (PACHECO, 2019). 
CITANDO
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento semântico delas, criando, assim, uma trama semântica a que damos o nome de textualidade. 
As relações baseadas na anáfora apresentam a retomada de referentes que aparecem antes delas. Observe o exemplo: “Maria pedira aos pais um cãozinho. Em poucos dias, eles perceberam que o pequeno animal seria um problema para a arrumação da casa.”  
O termo “pais” aparece antes da retomada feita pelo pronome “eles". O mesmo ocorre como termo “cãozinho”, que também aparece antes da retomada feita com a palavra “animal”. Por outro lado, as relações baseadas em uso de catáfora têm o referente apresentado depois, como no exemplo: 
“Finalmente, elas chegaram. Minhas velhas amigas vieram para meu aniversário.”
Fazemos uso dos pronomes demonstrativos “este(s)”, “esta(s)” e “isto” quando nos referimos a algo que está próximo do falante, mas fazemos uso dos pronomes “esse(s)”, “essa(s)” e “isso” quando nos referimos a algo que está próximo do nosso interlocutor. Desse modo, com o uso
de anáforas ou catáforas, quando utilizamos ideias de espaço e tempo, sem definição, explorando pronomes demonstrativos ou advérbios, tendo como objetivo fazer a localização de um fato em um determinado espaço ou em um determinado tempo, usamos dêiticos. Alguns deles são “lá”, “aqui”, “onde”, entre outros.
RECURSOS DA COESÃO TEXTUAL
Conhecer os recursos de coesão textual oferecidos pela língua é importante para o falante em usos de textos verbais realizados oralmente, mas, primordialmente, em textos verbais escritos. Desse modo, chamaremos a atenção quanto a alguns desses recursos com base em Viana (2011), Terra e Nicola (2010). Assim, temos:
· Uso de pronomes do caso reto (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas) e do caso oblíquo (átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes, se; tônicos: mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, ele, ela, nós, conosco, vós, convosco, si, consigo, eles, elas). Os pronomes pessoais retos podem exercer a função de sujeito de uma oração, isso quer dizer que são os elementos sobre os quais se faz uma declaração. Os pronomes pessoais oblíquos, na maior parte das ocorrências, completam os sentidos de verbos.
Os pronomes pessoais têm carga significativa plena quando relacionados a substantivos, por exemplo: 
“Maria é nossa prima, ela viajará conosco para a Europa na semana que vem.” 
“Gostei do aspecto daquele doce. Comprei-o para o nosso lanche.”
· Uso de pronomes possessivos: aqueles que associam a ideia de posse às pessoas do discurso, relacionando a coisa possuída com a pessoa do possuidor, por exemplo: 
“João presentou suas ideias à gerência do banco.”
· Uso de pronomes relativos: aqueles que retomam um termo antecedente, introduzindo orações, veja: 
“Comprei os livros de que precisava para meus estudos.”
· Uso de pronomes demonstrativos: aqueles que, no contexto textual, relacionam-se a uma pessoa do discurso e indicam a posição do substantivo em relação ao que se declara dele: 
“Preciso que esta caneta esteja sempre comigo.”
O uso de “esta” indica que a caneta está próxima do falante.
· Uso de pronomes indefinidos: são aqueles que se referem à terceira pessoa do discurso de modo impreciso, indeterminado e genérico, conforme o exemplo: 
“Choro, lamentação, reclamação, nada o fará mudar de ideia.”
É importante ressaltar que, no caso de uso de palavras fóricas, isto é, de palavras que preenchem seu significado pela associação a um referente, como é o caso dos pronomes, o distanciamento entre a palavra fórica e seu referente pode provocar ambiguidade, ou seja, duplo sentido, ou até mesmo a ruptura da sustentação coesiva (TERRA; NICOLA, 2010), portanto a leitura e a releitura constantes devem tentar evitar problemas desse tipo.
· Exploração de elipse: a elipse é a omissão do termo que fica subentendido, mas cuja recuperação é fácil dentro do texto, como ocorre em:
“Comprei muitas frutas ontem.”
A desinência verbal de “comprei”, demonstrando a flexão do verbo na primeira pessoa do singular, indica que o agente da ação corresponde ao emissor da mensagem: “eu”, mas isso não está escrito no texto, ocorrendo um apagamento de um termo. 
· Uso de advérbios: termos que dão as coordenadas sobre localização no espaço e no tempo dos elementos a que se referem e que podem aparecer no contexto textual, como no exemplo: 
“As crianças brincaram muito no parque; elas sempre se divertem muito lá.”
Observando a coesão por conexão, temos o uso de conectivos, ou seja, conjunções e preposições, responsáveis pela ligação de elementos linguísticos como palavras, frases, orações e períodos, não desempenhando funções sintáticas, mas estabelecendo ligações e carregando noções semânticas (de sentido). O uso indevido de conectivos pode trazer ao texto problemas sérios de sentido.
Temos ainda expressões que funcionam como ordenadoras dentro dos textos, tais como “em resumo”, “por um lado”, “por outro lado”, “então” etc. Elas se encarregam da organização das informações no texto. 
Os principais mecanismos da coesão semântica, ou seja, relacionadas ao sentido, correspondem a:
· Repetição de um mesmo item lexical: consiste na reiteração de um termo ou de termos pertencentes a uma mesma família lexical. É bom ressaltar que essa exploração é comum em textos literários e pouco recomendável em textos de caráter objetivo. 
· Uso de sinonímia: baseia-se na substituição de um termo por outro ou por uma expressão que possua equivalência de significado. 
· Uso de hiperonímia: a exploração de hiperônimos consiste no emprego de uma palavra de sentido genérico que designa toda uma classe ou todo um conjunto. 
· Uso de hiponímia: a exploração de uma palavra que que designa elemento pertencente a uma classe ou a um conjunto. 
A exploração da coesão semântica é resultante do conhecimento de diferentes campos lexicais e de diferentes campos semânticos, já que se baseia no emprego de termos pertencentes a um repertório associado a uma determinada realidade, ciência ou estudo (TERRA; NICOLA, 2010). 
Podemos "elencar" ainda outros recursos usados para a coesão, tais como o uso de uma parte de um nome ou só o sobrenome para evitar repetições, uso de perífrases, ou seja, expressões formadas por várias palavras que ficam em lugar de outra, termos genéricos, associações, paráfrases, entre outros. 
Cabe ao falante da língua procurar conhecer seu idioma e os mecanismos que regem sua utilização, para que tire melhor proveito da língua como instrumento de produção e retomada de sentidos. 
UNIDADE III
Coerência textual
A coerência de um texto está ligada à maneira como ocorre sua organização como um todo, à harmonia entre as partes que o compõem e às ideias que apresenta. Claramente, podemos perceber o início, o meio e o fim desse texto, além de ser possível observar a adequação da linguagem ao tipo de texto. 
A concatenação acontece com a relação ou a sequência lógica entre as ideias e a argumentação deve oferecer fatos, razões e provas a favor ou contra algo, permitindo ao interlocutor acompanhar essas informações sem estranhamento.
A verossimilhança se prende à observação daquilo que corresponde à verdade, pode estar ligada a elementos específicos do texto, trazendo a verossimilhança interna, ou à realidade circundante, verossimilhança externa.
Como deve ter percebido, os autores evidenciam que é preciso que o texto ofereça ao interlocutor as condições de revelar em si as informações recebidas. Quando isso acontece, uma condição é observada: a coerência. 
TIPOS DE COERÊNCIA
 tipos de coesão, existem também os tipos de coerência, que garantirão a inteligibilidade, a organização e a não contradição das ideias e argumentos apresentados. Compreender os seis tipos de coerência textual é fundamental para quem quer, através da escrita, estabelecer uma interessante relação dialógica com o leitor.
Os tipos de coerência, quando empregados corretamente, sobretudo nos textos não literários, colaboram para a construção da coerência global de um texto. São eles:
⇒ Coerência sintática: Oração assim escreve uma coerência sintática, a ninguém ainda que conheça não. Não entendeu nada? Pois é, ainda que não conheça a coerência sintática, ninguém escreve uma oração assim. Esse é o princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos da oração estejam dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a ambiguidade e garante o uso adequado dos conectivos.
⇒ Coerência semântica: Quando falamos em semântica, estamos nos referindo ao desenvolvimento lógico das ideias, ou seja, à construção de argumentos harmônicos e livres de contradições. A Semântica é a área da Linguística que estuda o significado das palavras, isto é, as relações entre os signos e os seus referentes.
⇒ Coerência temática: Quando você recebe um determinado tema para discorrer sobre, você escolhe enunciados que estejam de acordo com a proposta. Esse é o princípio da coerência temática, que privilegia apenas ideias que sejam relevantes para o bom desenvolvimento do tema.
⇒ Coerência pragmática: Você sabe o que é pragmática? Trata-se da
parte da Linguística que estuda o uso da linguagem tendo em vista a relação entre os interlocutores e a influência do contexto comunicacional. Todos os textos, sejam eles orais ou escritos, devem obedecer à coerência pragmática. Quando você faz uma pergunta, por exemplo, a sequência de fala esperada é uma resposta. Quando você faz um pedido, é pragmaticamente impossível que simultaneamente você dê uma ordem. Quando essas expectativas são quebradas, temos um claro exemplo de incoerência pragmática.
⇒ Coerência estilística: O estilo diz respeito à variedade linguística adotada em um texto. Se você optou pelo uso da variedade padrão, é coerente que você a preserve em todo o texto. Não faz o menor sentido começar uma redação utilizando uma linguagem culta e de repente alterar o estilo e empregar a linguagem coloquial, não é mesmo?
⇒ Coerência genérica: está relacionada à escolha adequada do gênero textual. Existe um gênero disponível para cada ato de fala e escrita: por exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda, provavelmente ele optará pela linguagem utilizada nos classificados de um jornal. Se a intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis.
Para que um texto seja considerado coerente, ele deve apresentar uma relação lógica e harmônica entre suas ideias. Não basta que ele tenha coesão: é fundamental que as suas partes também estejam conectadas no plano semântico, evitando assim deslocamentos de informações, lapsos e excesso de ideias e argumentos incoerentes. É importante ressaltar que coerência e coesão são dois elementos que devem caminhar lado a lado em um texto, pois enquanto um deles ocupa-se com o plano da significação (coerência), outro trabalha auxiliando a estruturação das ideias (coesão).
A alternativa correta é a letra B: I e IV
A coerência genérica está relacionada a escolha do gênero textual. É escolhida conforme o conteúdo apresentado.
A coerência estilística trata-se da escolha de uma variedade linguística que deve ser adotada do começo ao fim em um texto, para não causar confusão no leitor.
A coerência pragmática está relacionada com os atos de fala.
A coerência sintática envolve o uso de recursos da língua como a seleção lexical.
RELAÇÃO ENTRE COERÊNCIA E COESÃO
Entendemos coesão como ligação com a coerência textual. A busca de um texto coeso nos obriga a voltar constantemente ao que já foi enunciado, buscando estabelecer relações entre os termos, para que possamos avançar. Cada enunciado deve estabelecer relações específicas com os outros, para que a estrutura do texto se torne sólida o bastante para garantir a coerência.
A coesão também deve ser observada entre as frases, ou seja, fazendo a ligação entre as orações do texto, entre os parágrafos que o compõem e entre suas ideias, isto é, é preciso pensar que o sentido do texto decorre de um mecanismo de articulação, compreendendo uma estrutura na qual há diversos segmentos, todos relacionados uns com os outros. Essas relações se estabelecem em dois planos: o do conteúdo (ideias) e o da amarração (relações linguísticas).
Costumamos considerar basicamente dois processos de coesão que englobam os vários procedimentos: a coesão referencial e a coesão sequencial 
Coesão referencial – Por substituição, por reiteração
Coesão seqüencial – Por ocorrência, por progressão
Relações coesivas e coerentes em diferentes situações
Há formas de saber se fomos ou não coerentes naquilo que enunciamos. Uma delas é ver se a palavra mais importante do texto, a palavra-chave, não desapareceu hora alguma. Outra é buscar um equilíbrio entre a informação dada e a informação nova, porque o texto precisa avançar e não ficar girando em torno de si mesmo, sem apontar para uma direção segura. Para alcançar esse fim, temos de fazer escolhas constantes, desde o uso das palavras até aquilo que deve ser dito ou permanecer subentendido.
BUSCANDO A COESÃO E A COERÊNCIA
Os recursos de coesão mais utilizados se baseiam em: uso de pronomes; apagamento de termos (elipse); utilização, no caso de nomes próprios, de sobrenomes no lugar dos nomes; exploração de perífrases, que são expressões equivalentes; uso de termos genéricos, ou seja, uma palavra que tem sentido mais amplo do que a que ela substitui; associações que podem ser feitas até mesmo por oposição de ideias; uso de termos que englobam termos anteriores; uso de sinônimos ou quase sinônimos; uso de paráfrase, isto é, a retomada do que foi dito dando uma explicação mais detalhada; uso de numerais e de advérbios; uso de pronomes demonstrativos; uso de pronomes possessivos; uso e diversificação de pronomes relativos. 
Pela ordenação de ações que se desenvolvem no tempo, por exemplo:
 
“Desci do ônibus, atravessei a rua, entrei na lanchonete e pedi um café.”
Pela descrição da ordem como determinada ação deve ser feita, por exemplo:
 
“Ao usar esse produto, primeiro passe um pano limpo e seco sobre o móvel, em seguida, coloque o produto em um pano macio e passe delicadamente sobre a superfície.”
Pelo estabelecimento de relações entre as frases, por exemplo: 
 
“Se desejamos ter bons resultados, precisamos de muita dedicação.”
Pela criação de proximidade entre os parágrafos, como no exemplo:
 
“Muitos estudantes perguntam se é errado repetir palavras em suas redações. A resposta é simples: se houver finalidade enfática na repetição, você não será penalizado.”
PARALELISMO SINTÁTICO
Na frase, o paralelismo sintático corresponde à ordenação de elementos de natureza sintática gramatical semelhante. Em geral, somente aqueles que conhecem detalhadamente as regras da gramática normativa conseguem reconhecer o problema da coesão por falta de paralelismo sintático. Observe: 
“Operários cogitam uma nova manifestação e isolar o presidente.”
A ocorrência de falta de paralelismo sintático acontece porque o verbo “cogitar” apresenta dois complementos, sendo que o núcleo do primeiro está representado pelo substantivo “manifestação”, enquanto o segundo aparece na forma da oração reduzida de infinitivo “isolar o presidente”, ou seja, os dois complementos deveriam aparecer ou na forma de substantivo ou na forma de oração. Assim, a frase deveria ser reformulada: 
“Operários cogitam uma nova manifestação e o isolamento do presidente.”
Ou
“Operários cogitam fazer uma nova manifestação e isolar o presidente.”
PARALELISMO SEMÂNTICO
Já o paralelismo semântico se refere ao encadeamento de idéias comparáveis, pertencentes ao mesmo plano de significado. Veja: 
“No próximo domingo, o Santos vai jogar contra a Espanha.”
Nesse caso, ocorre falta de paralelismo semântico, pois “Santos” é um time de futebol, enquanto “Espanha” corresponde a uma seleção. Assim, deveríamos ter, por exemplo: 
“No próximo domingo, o Santos vai jogar contra o Barcelona.”
ARMADILHAS DO TEXTO: AMBIGUIDADE E REDUNDÂNCIA
O uso inadequado de elementos linguísticos também pode provocar problemas na coerência dos textos. Um deles é a ambiguidade, ou seja, a falta de clareza entre os enunciados permite que consigamos entender mais de uma informação, causando uma dupla interpretação. Veja a frase: 
“A aluna preparou o trabalho e o colega fez sua apresentação.”
Nesse caso, não temos certeza se o pronome “sua” retoma o termo “aluna” ou a palavra “colega”. 
A ambiguidade pode ser decorrente de: 
· Uso indevido de pronomes possessivos, como no exemplo anterior;
· Uso inadequado de pronomes relativos, como no exemplo a seguir:
“Visitamos o apartamento e o salão cuja decoração era impressionante.”
Não está claro se é o apartamento ou o salão que possui decoração impressionante.
Emprego indevido de coordenação
–
“João e Maria querem casar-se.”
 
Não está claro se João quer casar com Maria ou se cada um deseja casar-se com outra pessoa.
Colocação inadequada de palavras
–
“A moça irritada recusou o convite.”
 
Não sabemos se a moça era irritada ou se ficou irritada naquele momento.
Sentido indistinto entre agente e paciente
–
“A aprovação do rapaz causou alegria a todos.”
 
Não entendemos se o rapaz aprovou algo
ou se foi aprovado por alguém.
Uso indistinto entre o pronome relativo e a conjunção integrante
–
 “O taxista disse ao rapaz que era mineiro.”
 
Não distinguimos se o taxista era mineiro ou se o rapaz era mineiro.
Uso incorreto de formas nominais
–
“A mãe viu a garota chegando ao apartamento.”
 
É possível interpretar que a mãe chegou ao apartamento ou que a garota chegou.
São fundamentais conhecê-los para evitar ambiguidade.
Elementos coesivos
Pronomes
Advérbios 
Sinônimos
Conjunções que serve para conectar textos e antecipar orações. Cada um deles é usado para estabelecer um tipo de relações semânticas de:
Causa
Conclusão
Condição
Finalidade
Contradição
Produção de gêneros textuais e específicos contextualizados
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
Assim, de acordo com as marcas linguísticas observadas, conseguimos distinguir se a intenção predominante do emissor do texto é descrever, narrar, expor, argumentar, ou influenciar e alterar o comportamento de seu interlocutor.
GÊNEROS TEXTUAIS
Gêneros textuais são grupos de textos que apresentam características em comum. Em nossos atos comunicativos do cotidiano ou em situações dialógicas, produzimos, transmitimos e interpretamos informações sem a preocupação quanto ao gênero textual que empregamos. Entretanto, escrevendo, conforme a intenção comunicativa e a situação de interlocução, escolhemos o emprego de algum gênero textual. 
Os gêneros discursivos correspondem a certos padrões de composição de texto determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se destinam, por sua finalidade, por seu contexto de circulação etc. São exemplos de gêneros discursivos o conto, a história em quadrinhos, a carta, o bilhete, a receita, o anúncio, o ensaio, o editorial, entre outros.  E como os gêneros textuais estão relacionados ao uso que os falantes fazem da linguagem em diferentes situações, ocorre a evolução que traz não só modificações em função de necessidades específicas, como o passar do tempo e o uso da tecnologia, mas também o aparecimento de novos gêneros. Um exemplo do nosso cotidiano é o uso frequente que fazemos de mensagens eletrônicas, enquanto, no passado, sem acesso à internet, as cartas e seu envio pelo correio eram uma forma mais comum de comunicação entre as pessoas. 
Os diversos gêneros textuais são definidos de acordo, basicamente, com três elementos. São eles: o conteúdo, o estilo e a estrutura de sua composição. Porém, inicialmente, precisamos decidir se temos necessidade de narrar algum acontecimento, expor ideias, argumentar, descrever algo ou instruir alguém, porque cada uma das necessidades gera um tipo textual e um gênero específico.
Grande parte dos textos que pertencem à tipologia narrativa apresentam enredo, como é o caso de romances e contos, por exemplo. Nesse caso, 
Os textos que pertencem à tipologia narração ou à tipologia descrição apresentam predominância de substantivos concretos, por isso são caracterizados como textos figurativos. 
Já a ocorrência da tipologia exposição traz um texto temático, isso é, tem predominância de substantivos abstratos, tendo o objetivo de explicar e transmitir um saber. Seus enunciados se baseiam em relações lógicas, envolvendo comparações, relações de causa e efeito, e implicações. Observe o exemplo a seguir: 
A tipologia argumentação também tem predominância de uso de substantivos abstratos, porém, além do caráter informativo, esse texto busca convencer o leitor, lançando mão de argumentos, a fim de fazê-lo acreditar que um determinado ponto de vista é aceitável. Insistamos sobre esta verdade: a guerra de Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos, inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um doido. doido.
A tipologia injunção denota clara intenção do emissor da mensagem, durante o processo interativo, provocar uma reação no receptor da mensagem, trabalhando com a função apelativa, na qual predominam ordens, convites ou orientações, dependendo dos respectivos contextos em que é usada.
- Mas o que é?... fala, Malvina.
- Não te lembras de uma promessa, que sempre me fazes, promessa sagrada, que há muito tempo devia ter sido cumprida? ... hoje quero absolutamente, exijo, o seu cumprimento.
- Deveras?... mas que promessa?... não me lembro.
- Ah! como te fazes de esquecido!... não te lembras, que me prometeste dar liberdade a...
- Ah! já sei, já sei - atalhou Leôncio com impaciência. - Mas tratar disso aqui agora? em presença dela? ... que necessidade há de que nos ouça?
- E que mal faz isso? mas seja como quiseres, - replicou a moça tomando a mão de Leôncio e levando-o para o interior da casa; - vamos cá para dentro. 
- Henrique, espera aí um momento, enquanto eu vou mandar preparar-nos o café.
Ainda, temos que acrescentar que podemos fazer uso das diferentes tipologias textuais, tanto com caráter literário, quando temos a intenção de impressionar nossos interlocutores, carregando o texto de subjetividade e recursos de estilo, quanto com caráter não literário, quando optamos pela objetividade, colocando em foco a informatividade do texto.
Tipos de argumentos
ARGUMENTO POR CITAÇÃO
O argumento por citação ocorre quando tomamos o enunciado de outro para embasar nossas ideias. Deve ser alguém renomado e que traga veracidade nas palavras, dando confiabilidade às nossas declarações. Exemplo: Textos de autores famosos.
ARGUMENTO POR COMPROVAÇÃO
A argumentação por comprovação se efetiva quando os argumentos são verossímeis e estão apoiados em fatos, ou seja, em dados comprováveis. Veja o fragmento do texto de Victor Caputo, publicado no site Exame: Os argumentos apresentados no texto foram obtidos por intermédio de um órgão conhecido e respeitado como fonte de informações confiáveis. Além disso, o uso de numerais dá ao leitor a sensação de confiabilidade. 
ARGUMENTO POR RACIOCÍNIO LÓGICO
A argumentação por raciocínio lógico apresenta argumentos que estão amparados por relações de causa e efeito, ou causas e consequências, e tendem a persuadir com a relação entre as suas ideias. Observe o exemplo a seguir: O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia (VARELLA, 2000). 
Narração - trabalha com ideias de tempo e espaço, apresentando personagens que desenvolvem uma sequencia de ações.
Descrição - buscar caracterizar elementos concretos do mundo mas sem seguir uma progessão temporal
Dissertação - Traz conceitos abstatos apresentados por meio da progressão argumentativa, defende um ponto de vista por meios de argumentos. Expositiva - quando deseja explicar ou informa. Injuntiva - Usada para mudar a atitude do interlocutor.
É a descrição detalhada de determinado local, pessoa, animal ou acontecimento
Texto descritivo é aquele que detalha de maneira pormenorizada os aspectos de um determinado lugar, acontecimento, pessoa, objeto ou animal. O objetivo do autor é justamente transmitir as impressões, qualidades, sensações, características e observações sobre aquilo que está sendo detalhado.
Reportagens, biografias, listas de compras, relatos históricos ou sobre viagens, anúncios de classificados e currículos são alguns exemplos de textos descritivos, que possuem características bem diferentes dos demais tipos textuais (narração, descrição, injunção e argumentação).
Tipos textuais
Tipos textuais podem ser definidos como um grupo de frases ou ideias estruturadas de forma específica. São divididos em: argumentação, narração, exposição, junção e descrição, que é o tema desse texto.
O texto argumentativo visa especificamente defender uma tese ou opinião e convencer o leitor a respeito disso. Nesse caso, o autor inicia com a apresentação da sua ideia e se utiliza de justificativas para sustentar o que está sendo exposto.
A narração é a contação de uma história
com elementos como o narrador (conta a história), personagens, enredo, tempo e espaço (local onde se passa a história).
Já no tipo de texto expositivo, a proposta é apresentar um conceito em forma de apresentação com a intenção de explicar de forma objetiva determinado assunto, por meio da conceituação, explicação e enumeração. É o caso das enciclopédias e entrevistas, por exemplo.
A injunção tem o objetivo de explicar determinado assunto, mas sem a intenção de convencer o leitor, como na argumentação. O propósito é explicar o procedimento para realizar algo, como editais, manual de instruções, receita de bolo, etc.
Características do texto descritivo
Algumas particularidades diferenciam o texto descritivo dos demais. A utilização de muitos substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, que ajudam o leitor a ter uma ideia exata do que está sendo detalhado são alguns exemplos.
Outra característica é o uso de verbos de estado, como ser, estar, permanecer, parecer, ficar, continuar, entre outros. Além disso, a linguagem é sempre dinâmica e clara, com uso também de figuras de linguagem, comparações e enumerações.
Nesse tipo de texto também são pontuados detalhes físicos, como altura, textura, peso, comprimento, dimensões, clima, função, como também aspectos psicológicos e comportamentais, como personalidade, caráter e humor.
Quando se descreve objetos, por exemplo, é feita uma descrição física, mas pode ser também sensorial, relacionada ao tato e olfato. No caso dos pormenores de um local, além das características físicas, podem ser detalhados o ambiente econômico, político ou social. Já no caso de texto descritivo sobre pessoas, é possível retratar tanto os detalhes físicos, como os psicológicos.
No texto descritivo, o autor relata com riqueza de detalhes um local, pessoa, animal, objeto ou acontecimento. (Foto: Pixabay)
Texto descritivo objetivo e subjetivo
A descrição pode ser objetiva e subjetiva. No primeiro caso, ela é feita de maneira realista, sem juízo de valor ou opinião do autor. A linguagem é direta, clara e denotativa. No texto descritivo subjetivo, a opinião do autor e suas impressões se sobressaem ao descrever um objeto, acontecimento ou pessoa, o que dá ao texto um cunho pessoal. É utilizada uma linguagem conotativa e metafórica. Para facilitar o entendimento, observe abaixo um exemplo de texto descritivo subjetivo:
“Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” 
(O Primo Basílio, Eça de Queiroz)
Estrutura
A estrutura de um texto é composta de três partes:
Introdução: é a primeira parte do texto, quando o autor apresenta o que será descrito.
Desenvolvimento: nesse momento, como o próprio nome diz, a descrição se desenvolve, com detalhes pormenorizados. 
Conclusão: é a última parte e encerra a descrição do objeto, pessoa, lugar ou situação abordada.
Diferença entre os textos descritivo e narrativo
Muitas pessoas confundem os textos descritivos e narrativos, por isso, é importante destacar a diferença entre eles. Um é texto narrativo quando, necessariamente, há uma sucessão de acontecimentos, uma sequência de ações reais ou imaginárias contadas por um narrador. Já o descritivo, como já explicado, se resume à descrição física, sensorial ou psicológica em detalhes de algo ou alguém.
Coesão e coerência
Para que o texto alcance o propósito de transmitir ao leitor o conteúdo que se deseja de maneira clara e compreensível, é fundamental que ele tenha coesão e coerência, independentemente do tipo textual utilizado.
A coesão tem relação com o uso adequado das palavras de forma que haja uma ligação e complementação entre as partes do texto (períodos e parágrafos). Para que isso ocorra, alguns elementos devem ser usados. A substituição é um deles e consiste na troca de palavras que tenham o mesmo significado para evitar repetições.
Outra possibilidades são a utilização de elipse, com a omissão de determinados componentes; as conjunções, que ligam orações; e os pronomes pessoais e demonstrativos para se referir às situações ou pessoas já citadas no decorrer do texto.
A coerência quer dizer a lógica dos conceitos ou ideias apresentadas. Para que isso seja possível, é fundamental, por exemplo, que se conheça a fundo o que será descrito no texto para evitar contradições e redundâncias. Também é importante ter clareza na exposição do conteúdo, para que o leitor compreenda o que o texto quer dizer.
É comum que o texto narrativo apresente a seguinte estrutura:
Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax.
Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais.
As personagens são principais ou secundárias, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentadas direta ou indiretamente.
A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
Unidade IV - Uso de vocabulário adequado, ferramentas de produção de texto, persuasão e argumentação e tópicos gramaticais
Paschoalin e Spadotto (2008), a gramática estuda as relações estabelecidas entre as palavras na oração e as relações das próprias orações dentro de um texto. quando, ferramentas de produção vocabulário adequado.
Esse conhecimento adquirido, que nos possibilita construir frases, escolher palavras e colocá-las em determinada ordem, organizando os enunciados para a comunicação, fazendo com que o falante nativo entenda enunciados e se faça entender por meio deles, chamamos de gramática natural.   
Já a gramática sistematizada, que registra, descreve ou prescreve os fatos gramaticais e que tenta estabelecer um determinado uso da língua denominado uso culto, apresentando um conjunto de regras que deve ser seguido pelo falante, chamamos de gramática normativa.  
São três os aspectos de estudo da palavra apresentados pela gramática normativa, sendo eles divididos em:  
· Quanto ao acento tônico, os monossílabos (palavras que apresentam uma única sílaba) classificam-se em:  
· 1
Monossílabos tônicos – quando pronunciados com mais intensidade: flor, gás, chão; 
· 2
Monossílabos átonos – quando pronunciados com menos intensidade: sem, me, nos.
Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em:
a(s): lá, cá, há, má, más 
e(s): pé, mês, dês, pés 
o(s): só, pó, nós, pôs
ditongos abertos éi, éu, ói: véu, réis, dói, sóis, véus
Acentuam-se as oxítonas terminadas em:
a(s): sofá, sofás, gambá, será, está
e(s): jacaré, vocês, Tietê, você, freguês, pajés
o(s): paletó, avós, vovô, vovó, avós
em, ens: ninguém, armazéns, armazém
ditongos abertos éi, ói, éu: herói, papéis, anzóis, chapéu, fiéis
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:
l: fácil, móvel
n: pólen, hífen
r: mártir, dólar
os: bíceps, fórceps
x: tórax, látex, fênix, Félix
us: vírus, Vênus
i, is: júri, lápis, biquíni, táxi
om, on: íons, cânon, elétron
um, um: álbum, álbuns, fórum, médiuns
ã(s), ão(s): órfã, órfãs, órfão, órfãos,
bênçãos, ímãs, órgão, órgãos
ditongo oral (seguido ou não de s): jóquei, túneis, vôlei, úteis, lêsseis, fáceis
As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos: trágico, pêssego, patético, lêssemos, árvore, lógico, inúmeros. 
No caso dos hiatos, acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior, estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que não sejam seguidos por "-nh".
sa –  í – da                   ca – fe – í –  na           e – go – ís – mo                     sa – ú – de
ba – ú                         fa – ís – ca                 he – ro – í – na                       ju – í – zo 
No caso do acento diferencial, duas palavras obrigatoriamente continuarão recebendo o acento após o acordo ortográfico: 
· Pôr (verbo) mantém o circunflexo para que não seja confundido com a preposição por; 
· Pôde (o verbo conjugado no pretérito perfeito) também mantém o circunflexo para que não haja confusão com pode (o mesmo verbo conjugado no presente). 
PONTUAÇÃO
A pontuação, até certo ponto, cumpre o papel de tornar mais claro e preciso o sentido dos textos, transpondo os recursos citados para a linguagem escrita. Os sinais de pontuação são estes:
Ponto (.)
–
O ponto é empregado no final de frases declarativas.
Dois-pontos (:)
–
O dois-pontos é usado para introduzir uma explicação, um esclarecimento, uma citação ou a fala de um personagem.
Ponto e vírgula (;)
–
Emprega-se o ponto e vírgula:
a) Nas orações coordenadas sindéticas adversativas e conclusivas, quando apresentarem a conjunção posposta ao verbo. A conjunção, nesse caso, aparece entre vírgulas;
b) Para separar orações, desde que a segunda contenha zeugma (um tipo de elipse, ocorre quando se omite um termo que já apareceu);
c) Para separar itens dos enunciados enumerativos.
Emprega-se a vírgula para:
 
a) Datas, para separar o nome da localidade;
b) Depois de sim e não, usados como respostas, para separá-los no início da frase;
c) Indicar a omissão de um termo (elipse);
d) Separar termos de uma mesma função sintática ou termos de uma enumeração;
e) Separar o vocativo;
f) Separar o aposto (exceto o aposto especificativo);
g) Separar palavras e expressões explicativas;
h) Separar palavras e expressões retificativas;
i) Separar certos predicativos;
j) Separar adjuntos adverbiais deslocados;
k) Separar objetos (diretos ou indiretos) deslocados;
l) Separar os elementos paralelos de um provérbio;
m) Separar os pleonasmos;
n) Separar as repetições;
o) Separar conjunções (ou locuções conjuntivas) coordenativas;
p) Separar orações coordenadas sindéticas (com exceção das introduzidas por e, ou e nem);
q) Separar orações coordenadas assindéticas;
r) Separar orações intercaladas (interferentes);
s) Separar orações subordinadas adjetivas explicativas (estudadas na 8ª série);
t) Separar orações subordinadas substantivas antepostas às principais;
u) Separar orações subordinadas adverbiais antepostas às orações principais, que vêm no meio delas ou não;
v) Separar orações subordinadas substantivas apositivas;
w) Separar orações reduzidas.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
A colocação pronominal determina a posição dos pronomes oblíquos átonos (me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes), ou seja, antes, no meio ou depois do verbo. São regras usadas em situações que pedem o uso do registro formal, durante as quais o falante encontra-se em contexto de avaliação, por exemplo. 
De acordo com a posição do pronome em relação ao verbo, temos a próclise, a mesóclise e a ênclise. Veja:
PRÓCLISE
(Pronome antes do verbo) – ocorre quando há:
a) Advérbios - se houver vírgula, a próclise é desfeita.           
    
    Exemplos: 
    Não o via.
    Não, encontrei-o na sala. 
b) Pronomes substantivos (são os pronomes pessoais retos, pronomes demonstrativos e os pronomes indefinidos).
   
    Exemplos: 
    Eu me sinto bem.
    Este me pertence.
    Alguém me chamou.
c) Pronomes relativos. 
    
    Exemplo: 
    O livro que me pediu está aqui. 
d) Conjunções subordinativas (adverbiais ou integrantes).
    
    Exemplos: 
    Quando o vi, fiquei feliz.
    Disse que me traria o livro. 
e) Conjunções coordenativas alternativas.
    
    Exemplo: 
    Ou me entrega o livro, ou faz o exercício. 
f) Preposição em seguida de verbo no gerúndio.
Exemplo: 
Em se tratando de livros... 
g) Frases exclamativas, interrogativas e optativas.
    
    Exemplos: 
    Deus me livre!
    Quem te contou?
    Que Deus o abençoe.
Observação: não se inicia frase com pronome oblíquo átono.
MESÓCLISE
(Pronome no meio do verbo) – ocorre quando há:
a) Verbo conjugado no futuro do presente, desde que não se justifique a próclise.
    
    Exemplos:        
    Convidar-me-ão para a solenidade. (convidarão) 
    Eles me convidarão para a solenidade. 
b) Verbo conjugado no futuro do pretérito, desde que não se justifique a próclise.
    
    Exemplos:         
    Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse. (Convidaria)
    Eu te convidaria para viajar comigo, se pudesse.
, 
ÊNCLISE
(Pronome depois do verbo) – ocorre quando há:
a) Início de frase ou após sinal de pontuação (vírgula, ponto e vírgula).
    
    Exemplos:
    Comenta-se que ele receberá o prêmio.  
    Alunos, apresentem-se ao diretor. 
b) Em orações reduzidas de infinitivo ou de gerúndio.
    
    Exemplos:
    Vim pessoalmente entregar-te os documentos. 
    Modificou a frase, tornando-a ambígua. 
c) Em frase iniciada com verbo.
    
    Exemplo: 
    Entreguei-lhe as roupas. 
d) Em frases imperativas afirmativas. 
   
     Exemplo: 
     Sente-se agora.
 
USO DO HÍFEN
Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h, como super-homem e anti-higiênico, por exemplo. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, etc. Também não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.
Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen somente se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Apesar disso, com o prefixo sub, usa-se hífen também diante de palavra iniciada por r, como sub-raça, por exemplo. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen somente se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Apesar disso, com o prefixo sub, usa-se hífen também diante de palavra iniciada por r, como sub-raça, por exemplo.
No caso dos prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré e pró, usa-se sempre o hífen
A intertextualidade é um recurso realizado entre textos, ou seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. Assim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de ambos: forma e conteúdo.
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escrita), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, provérbios, charges, dentre outros.
Tipos de Intertextualidade
Há muitas maneiras de realizar a intertextualidade sendo que os tipos de intertextualidade mais comuns são:
· Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmente, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (parodès) a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante à outra”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
· Paráfrase: recriação de um
texto já existente mantendo a mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), significa a “repetição de uma sentença”.
· Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras, textos científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): "A cultura é o melhor conforto para a velhice".
· Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo “citação” (citare) significa convocar.
· Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
Outras formas de intertextualidade são o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem.
Exemplos
Segue abaixo alguns exemplos de intertextualidade na literatura e na música:
Intertextualidade na Literatura
Fenômeno recorrente nas produções literárias, segue alguns exemplos de intertextualidade.
O poema de Casimiro de Abreu (1839-1860), “Meus oito anos”, escrito no século XIX, é um dos textos que gerou inúmeros exemplos de intertextualidade, como é o caso da paródia de Oswald de Andrade “Meus oito anos”, escrito no século XX:
Texto Original
“Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!”
(Casimiro de Abreu, “Meus oito anos”)
Paródia
“Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais”
A Metalinguagem é a linguagem que descreve sobre ela mesma. Ou seja, ela utiliza o próprio código para explicá-lo.
Vale lembrar que utilizamos muito a metalinguagem no cotidiano. Quando perguntamos o significado de determinada palavra estamos usando a função metalinguística.
Além disso, ela é usada no cinema, nas artes visuais, na literatura, na publicidade, etc.
Exemplo de metalinguagem nas artes visuais
Exemplos de Metalinguagem
Como exemplos de metalinguagem podemos citar:
· o autorretrato de um fotógrafo;
· a foto de uma câmera nas propagandas publicitárias;
· a pintura de um artista pintando;
· o filme que descreve sobre o cinema;
· o texto que fala da escrita;
· o desenho de alguém desenhando.
Metalinguagem nas Gramáticas e Dicionários
Exemplos notórios são as gramáticas e os dicionários que explicam o código linguístico e suas regras por meio da própria linguagem, por exemplo:
Vozes do verbo
Quanto à voz, a ação expressa pelo verbo pode ser representada de três formas: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva."
(Minimanual compacto de gramática)
Significado de Poesia
Arte de compor através de versos; modo de expressão artística caracterizada pelo uso de regras, de sons ou de estruturas sintáticas específicas.
[Literatura] Gênero literário composto por esse modo de expressão.
[Literatura] Poema; a obra artística em verso, pela linha de um texto poético que respeita regras rítmicas.
[Literatura] A arte do poeta; o conjunto artístico e poético de um grupo, de uma época: a poesia moderna.
[Figurado] Característica do que se define pela beleza e pela sensibilidade: havia poesia em seus atos.
[Por Extensão] Natureza do que é inspirador e comovente: a poesia do carinho fraternal.
(Definição do Dicio - Dicionário Online de Português)
Metalinguagem na Literatura
Desencanto
Eu faço versos como quem chora
De desalento...de desencanto
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Tipos de coesão
Os tipos de coesão são importantes para encadear argumentos de maneira lógica . Quando bem empregados, contribuem para a coesão global do texto.
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Todo texto que se preze privilegia a boa comunicação, não é mesmo? Comunicar é a principal função de todo e qualquer ato de fala, não importa se na linguagem escrita ou na linguagem oral. Quem quer ser um bom escritor deve conhecer recursos linguísticos essenciais para o desenvolvimento de uma redação que interaja de maneira satisfatória com o leitor.
Conhecer elementos como a coerência e a coesão, assim como sua aplicabilidade, garante a escrita de um texto cujas ideias estejam apresentadas de forma competente, possibilitando ao leitor uma leitura aprazível e dialógica. Para tanto, existem os tipos de coerência e os tipos de coesão, que são indispensáveis para a construção do texto.
A coesão é responsável pelos sentidos encontrados na superfície do texto. Através dela é estabelecida a relação semântica (relações de sentido entre as palavras) entre os elementos do discurso através do uso adequado de conectivos, que servirão para encadear de maneira lógica as ideias do texto. Para escrever um texto coeso, conheça agora os cinco tipos de coesão textual:
⇒ Coesão por referência: é um dos tipos mais utilizados em um texto. Graças a ela, evitamos repetições de termos, descuido que pode tornar desagradável a leitura de um texto:
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados pelos professores da escola.
Em vez de:
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Os alunos do terceiro ano foram acompanhados pelos professores da escola.
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⇒ Coesão por substituição: são empregadas palavras e expressões que retomam termos já enunciados através da anáfora. Observe o exemplo:
Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles serão suspensos.
Em vez de:
Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso o mau comportamento volte a acontecer, os alunos serão suspensos.
⇒ Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que isso comprometa a clareza de ideias da oração:
Maria faz o almoço e ao mesmo tempo conversa ao telefone com a amiga.
Em vez de:
Maria faz o almoço e ao mesmo tempo Maria conversa ao telefone com a amiga.
⇒ Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto através do emprego adequado de conjunções:
Como não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti ao espetáculo pela televisão.
⇒ Coesão lexical: Ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou heterônimos. Observe o exemplo:
Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia 21 de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio maior de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. 
Sinonímia é a relação que se estabelece entre palavras de sentidos semelhantes. Vale destacar que há semelhança de sentido, não igualdade de sentido. As palavras que apresentam significados parecidos são chamadas de sinônimas. Para continuarmos o nosso estudo sobre a sinonímia, sugiro a leitura deste fragmento do romance “Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto:
Hiperonímia e Hiponímia
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Hiperonímia e Hiponímia... talvez, a princípio, tais expressões possam nos causar certa estranheza, mas conforme formos aprendendo mais sobre elas, compreenderemos que representam um assunto bastante comum.
Semelhantemente à Matemática, sobretudo no que diz respeito aos conjuntos e subconjuntos, temos o caso em questão. Vejamos, pois:
FRUTAS – MAÇÃ
                  BANANA
                  LARANJA
                  MELÃO
                  MELANCIA...
Temos
o conjunto “frutas” e os subconjuntos que as representam:     MAÇÃ
BANANA
LARANJA
MELÃO
MELANCIA...
Assim se dá com a hiperonímia e a hiponímia, cujos conceitos podem ser assim definidos:
Hiperonímia = como o próprio prefixo já nos indica, esta palavra confere-nos uma ideia de um todo, sendo que desse todo se originam outras ramificações, como é o caso de frutas.
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Hiponímia = demarcando o oposto do conceito da palavra anterior, podemos afirmar que ela representa cada parte, cada item de um todo, no caso: maçã, banana, laranja, melão e melancia. Essas são palavras hipônimas.
Mediante tais elucidações, constatamos que as relações de significado existentes entre as palavras, servem-nos de auxílio para construirmos nossos pensamentos e expormos nossas opiniões.
Coesão Referencial
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras
A coesão referencial é um mecanismo de coesão textual que colabora com a textualidade através do uso de elementos coesivos. Ela conecta as diversas partes de um texto sejam palavras, orações e períodos.
Trata-se de um recurso coesivo que ocorre quando um termo ou expressão que já foi citado no texto é retomado por meio de outro termo que o substitui.
O que foi mencionado anteriormente é chamado de referente textual, enquanto o termo que o remete é denominado de correferente.
Sua função é extremamente importante para a coerência textual visto que permite que o leitor identifique os termos referidos no texto.
Exemplo: Sara saiu essa manhã de casa. Ela foi trabalhar na loja e mais tarde foi ao curso de dança.
De acordo com o exemplo, o termo "ela" retoma o sujeito "Sara", evitando assim, a repetição desnecessária.
Classificação
A coesão referencial pode ocorrer de diversas maneiras e os mecanismos mais utilizados são: a anáfora, a catáfora, a elipse e a reiteração.
Anáfora
A anáfora retoma o referente por meio de um elemento coesivo que pode ser: artigos, advérbios, pronomes e numerais. Nesse caso, o referente textual já foi mencionado anteriormente no texto.
"De uma coisa tenho certeza: essa narrativa mexerá com uma coisa delicada: a criação de uma pessoa inteira que na certa está tão viva quanto eu. Cuidai dela porque meu poder é só mostrá-la para que vós a reconheçais na rua, andando de leve por causa da esvoaçada magreza."
(A hora da estrela de Clarice Lispector)
Os termos destacados retomam o referente que foi citado anteriormente no texto: "pessoa inteira".
Catáfora
A catáfora, diferente da anáfora, antecipa o referente, ou seja, o referente textual surge após o elemento coesivo. Geralmente, ela é empregada por meio de pronomes demonstrativos e indefinidos.
"Há três coisas que não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade". (Buda)
Função Utilitária: A arte serve ou é útil para se alcançar um fim não artístico, isto é, ela não é valorizada por si mesma, mas só como meio de se alcançar uma outra finalidade.
função utilitária.
O texto I fala do aspecto ortográfico da língua; o texto IV fala do uso das figuras de linguagem no texto.
Já os textos II e III possuem função estética, já que representam textos literários.
Função endofórica, anafórica, catafórica, exofórica, dêitica, díctica
Endofórica – relaciona termos dentro do texto. Se divide em anafórica e catafórica.
Exofórica – relaciona termos de fora do texto para dentro. Também é chamada de dêitica, díctica
Anafórica – faz referência a algo já dito anteriormente no texto.
Eg. Matei o presidente. Aquele homem governava com sangue.
Catafórica – faz referência a algo que ainda será dito no texto.
Eg. Nossa meta é esta: ganhar dinheiro;
Dêitica – localiza alguma coisa no espaço/tempo;
Eg. Ali será amarelo. (faz referência a algo externo, que não está no texto)
A coesão textual possibilita a ligação entre as palavras, as orações e as frases de um texto e a utilização de pronomes, de sinônimos, entres outros com atuação em favor dessa ligação.
As relações exofóricas caracterizam-se por serem aquelas que apresentam referências encontradas fora do texto. As relações endofóricas são aquelas que possuem referências encontradas dentro do próprio texto.
As relações anafóricas são as que realizam a retomada de referentes aparecidos anteriormente. E as relações catafóricas são as que possuem o referente depois das mesmas.
Uso do Paralelismo
Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras
Paralelismo é a correspondência de funções gramaticais e semânticas existentes nas orações. Além de melhorar a compreensão de texto, o fato de respeitar o paralelismo torna a sua leitura mais agradável.
Exemplos:
1. Não só canta, como bolos é sua especialidade.
2. Não só canta, como faz bolos com especialidade.
Apenas na segunda oração há a presença de paralelismo. Isso porque há uma relação de equivalência dos termos.
O núcleo do primeiro período é o verbo cantar. O núcleo do segundo período é o verbo fazer. Assim, a oração apresenta uma estrutura simétrica, o que ocorre através dos dois verbos (canta, faz).
Na primeira oração, o núcleo do primeiro período é o verbo cantar. No segundo período, porém, o núcleo é o substantivo bolos. Daí decorre que não houve correspondência entre ambos os períodos (canta, bolos).
Lembre-se: Para que o paralelismo esteja presente no discurso, é preciso que haja simetria estrutural!
Há dois tipos de paralelismo: sintático e semântico.
Paralelismo sintático
O paralelismo sintático, ou paralelismo gramatical, observa a ligação existente entre as funções sintáticas ou morfológicas dos elementos da oração.
Exemplos:
1) O que espero das férias: viagens, praia e visitar lugares diferentes.
Há aqui uma quebra na estrutura da oração, a partir do momento em que se utiliza o verbo visitar em vez de continuar a sequência morfológica com substantivos.
O ideal seria: O que espero das férias: viagens, praia e visitas a lugares diferentes.
2) Quando eu der a notícia, eles ficariam tristes.
Neste caso, ocorreu uma alternância nos tempos verbais. No primeiro período o verbo está no futuro do subjuntivo, o que obriga que o verbo do segundo período esteja no futuro do presente e não no futuro do pretérito.
O correto seria assim: Quando eu der a notícia, eles ficarão tristes.
Outra alternativa seria: Quando eu desse a notícia, eles ficariam tristes.
Paralelismo semântico
O paralelismo semântico observa a correspondência de valores existentes no discurso.
Exemplos:
1) O evento durou o dia todo e algumas dores nos pés.
O sentido da oração foi interrompido. No que respeita à duração da festa era esperado algo como “O evento durou o dia todo e adentrou a noite.”, por exemplo.
2) Preocupado, perguntou o quanto a namorada gostava dele. Ela respondeu que gostava milhares de reais que ele tinha no banco.
Também neste caso, há ausência de paralelismo. A namorada deveria dizer que gostava muito ou pouco do namorado. Não faz sentido tentar estabelecer uma relação entre valor sentimental e quantia financeira.
Casos frequentes
1) não só ... mas também
Sem paralelismo: Não só corrigiu os seus erros e é a ajuda do seu grupo de estudos.
Com paralelismo: Não só corrigiu os seus erros, mas também ajudou o seu grupo de estudos.
2) por um lado ... por outro
Sem paralelismo: Por um lado, eu concordo com a atitude dela, por outro, eu acho que ela fez o que era certo.
Com paralelismo: Por um lado, eu concordo com a atitude dela, por outro, fico preocupada com as consequências.
3) quanto mais ... mais
Sem paralelismo: Quanto mais eu o vejo, talvez não case com ele.
Com paralelismo: Quanto mais eu o vejo, mais certeza tenho que não quero casar com ele.
4) tanto ... quanto
Sem paralelismo: Tanto foram convidados adultos e crianças.
Com paralelismo: Tanto foram convidados adultos quanto crianças.
5) ora ... ora, seja ... seja
Sem paralelismo: Ora faz os deveres, mas não faz tudo.
Com paralelismo: Ora faz os deveres, ora não faz.
6) não ... nem
Sem paralelismo: Não posso contar para o patrão, provavelmente para a patroa.
Com paralelismo: Não posso contar para o patrão, nem para a patroa.
7)
primeiro ... segundo
Sem paralelismo: Primeiro porque eu não como carne, segundo porque eu sou vegetariana.
Com paralelismo: Primeiro porque eu não como carne, segundo porque não quero sair com você.
Paralelismo na literatura
O paralelismo costuma ser usado intencionalmente na literatura. É o caso do exemplo acima, em que a falta de paralelismo pode ser uma forma de trazer alguma comicidade ao texto.
Nesses casos, a sua falta não deve ser considerada um erro.
Na produção literária, a utilização do paralelismo pode ser um recurso para tornar o texto agradável. Assim, ele propicia a musicalidade dos poemas, tal como as figuras de linguagem.
Na literatura, o paralelismo pode ser chamado de paralelismo anafórico. Isso porque na figura de sintaxe anáfora há uma tendência em seguir uma simetria sintática e semântica nas suas repetições no início dos versos.
Exemplo:
"Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia."
(Primeira estrofe do poema A Estrela, de Manuel Bandeira)
Existem cinco funções da linguagem: referencial, emotiva, poética, conativa e metalinguística.
A função referencial ou denotativa possui como função informar o receptor sobre algo de forma clara e precisa. É o tipo de função que costumas ver nas notícias dos jornais.
A função emotiva, como o nome indica, se trata de transmitir a emoção e o sentimento por meio das palavras, sendo encontrada em diários, por exemplo. A função poética se caracteriza por utilizar o sentido conotativo das palavras.
A função conativa ou apelativa visa convencer o receptor de algo, como comprar algo que está sendo oferecido em uma propaganda. Já a função metalinguística nada mais é do que falar sobre um código usando o mesmo.

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