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Resumo de Fundição Avanços tecnológicos do séc. XX: Moldes permanentes, fundição centrífuga, alumínio, magnésio, fundição cera perdida (precisão), areias e equipamentos para moldagem, automação, ferros dúcteis e dúcteis austemperados. Partes e processos essenciais da fundição Aplicações de peças fundidas, (saneamento, elétrica, indústria de base, automotivo, aeroespacial, decoração, medicina e informática) Machos e Areia de macharia Macho é a parte do molde fabricado separadamente e colocado em sua cavidade após a extração do modelo para: Obter, de maneira mais econômica, formas internas ou externas de uma peça; Facilitar construção de uma peça; Areia de macharia – areias constituídas por grãos de areia silicosa e aglomeradas ou com silicato de sódio mais aplicação de gás carbônico, ou aglomeração por resinas de cura a frio. Exigência de qualidade para moldes e machos: • Exatidão de formas e dimensões; • Permanência da forma e dimensão com o decorrer do tempo; • Facilidade de extração • Bom estado de superfícies; Sobre-metal Material acrescentado no modelo no local onde há indicação de usinagem para que haja material a ser usinado na peça. O mesmo também serve para compensar a contração da peça durante o resfriamento que provoca uma diminuição nas dimensões da peça em relação ao molde. Compensada com alteração das dimensões no modelo, adotando valores de coeficiente de contração linear. Modelos e caixas dos machos Ângulos de saída ◦ Para facilitar a extração do modelo e do macho e dado a suas paredes uma inclinação. Marcações de macho ◦ Partes salientes que após a moldação deixam sua impressão no molde para posicionamento dos machos Cantos Arredondados ◦ Facilitar o processo de moldagem, evitar defeitos, concentração de tensões e trincas a quente Canais de enchimento São canais dimensionados de tal forma que o metal líquido limpo preencha a cavidade do molde a uma dada temperatura e durante um intervalo de tempo. Massalotes Reserva de metal líquido adjacente à peça – FORNECER METAL LÍQUIDO PARA COMPENSAR CONTRAÇÃO Evitar formação de vazios (RECHUPES) Colocado na parte da peça que solidifica por último (PONTO QUENTE) Solidificação progride da periferia para o centro da peça e certa quantidade de liga liquida fica envolvida por metal solidificado. Contração liquida restante, ao terminar a solidificação da peça, forma cavidade em seu interior (rechupe) Contração – peça com rechupe, superfície irregular e dimensões incorretas – CORREÇÃO COM MASSALOTE. Areias de Moldagem São sistemas heterogêneos formados por areia silicosa (elemento granular refratário) + aglomerante. O mesmo deve apresentar boa resistência mecânica, plasticidade, permeabilidade adequada e alta refratariedade. Possuem classificações quanto a origem (natural ou sintética), quanto ao uso (nova ou reclicada), quanto ao emprego (areia de moldagem ou macho), quanto ao estado de umidade (úmida verde ou seca estufada). Componentes da Areia base e aglomerantes Areia base Silicosa: Composição química afeta a dilatação térmica, reatividade com o metal fundido, e refratariedade do molde. Granulometria afeta a permeabilidade da areia e penetração metálica; Não Silicosa: Zirconita (alto custo), Cromita (maior extração de calor); Aglomerantes (envolvem e ligam os grãos – resistência mecânica e térmica) Orgânicos: leve socagem seguida de uma secagem do molde em estufa (melaço de cana, amido de milho, óleos) DESUSO Inorgânicos: socagem – tendem a sinterizar em contato com metal fundido (argila –BENTONITA, silicato de sódio e cimento; Sintéticos: excelente resistência, boa colapsibilidade , elevado custo. Ligas usadas FERROSAS ◦ Ferro Fundido (83%) – Ferro e carbono cuja porcentagem de carbono varia de 2,11 a 4,5% ◦ Aço (10%) - Ferro e carbono cuja porcentagem varia entre 0,008% a 2,11%, NÃO FERROSAS ◦ Não Ferrosas (7%) ◦ Alumínio – baixa viscosidade e temperatura de fusão, elevado coeficiente de transferência de calor. ◦ Cobre – vários tipos de processos; ◦ Zinco – fundição sobre pressão, fino acabamento, podem ser compostas de ZN, Al, MG e Cu. PROCESSOS DE FUNDIÇÃO Moldagem em areia, Moldagem em casca, Sob pressão, Shell molding, Cold Box, Fundição de precisão, Centrifuga e alta precisão. Cada processo possui as suas qualidades e os mesmos são escolhidos, devido ao Tamanho e da geometria da peça, tipo de liga, número de peças e da Qualidade superficial. Moldagem em areia Método mais tradicional, assenta o modelo na areia e assim obtém a peça a ser fundida no molde. Areia com Argila, ligantes químicos, shell molding e cold box. Fundição de precisão (cera perdida) Liberdade de forma, excelente acabamento, estreita tolerância adimensional, curto espaço de tempo, grande quantidade de peças, diversidade em complexidades, eliminação de etapas de usinagem, soldagem e encaixes, alto investimento, uso de produtos químicos e resíduos. Moldes Permanentes por gravidade Metal líquido vertido em molde metálico, pode ser reutilizado, importante para a formação de lingotes cilíndricos ou prismáticos, produz peças uniformes com tolerâncias estritas e com bom acabamento superficial e é limitado a peças pequena. Fundição sobre pressão Possuem desgastes acentuados das matrizes metálicas, restrito a ligas não ferrosas e de baixo ponto de fusão (Al e Zn), possui excelente acabamento, limite de peso, moldes = matrizes, matrizes podem ser refrigeradas a água. Vantagens: Peças de alumínio – maiores resistência do que fundidas em areia; mínimo preparo superficial; Formas mais complexas; Paredes e tolerâncias mais estreitas; alta capacidade de produção. Desvantagens: Limitações peso de peças (<5kg); Retenção de ar; Alto custo. Principais componentes (CÂMARA FRIA) 1- Reservatório de gás ou combustível 2- Pistão 3- Shot sleeve 4- Die 5- A mesa da prensa 6- Braçadeira Fundição Centrífuga Molde gira durante a solidificação o que melhora a alimentação e o enchimento dos detalhes da superfície, estrutura colunar livre de defeitos, fabricação de tubos de ferro fundido e cilindros de laminação. Fundição contínua ou lingotamento continuo Critérios para escolha: Tamanho da peça, Tipo de liga a ser fundida, Acabamento e à tolerância dimensional exigidos e número de peças encomendado. Restando dois ou mais processos tecnicamente viáveis – CRITÉRIOS ECONÔMICOS Custo de equipamento (incluindo amortização e manutenção) e material permanente; Custo de produção: custo dos insumos, incluindo mão de obra, taxas administrativas e lucro AULA 3 O objetivo da solidificação é fixar os átomos que se movimentam violentamente e arranjá-los numa ordem de longo alcance, através da remoção de energia térmica (resfriamento). A solidificação pode ser definida em termos: • Macroscópico: processo de transformação da fase líquida em fase sólida • Microscópico: processo de: • Nucleação: formação de núcleos sólidos e estáveis a partir do líquido; • Crescimento: os núcleos começam a crescer com a agregação de átomos do líquido A melhor situação para a energia livre de Gibbs é o equilíbrio, ou seja, o menor G possível (baixa entalpia e alta entropia) Entalpia → quantidade de calor existente nas substâncias na forma de amplitude de vibração atômica. Entropia → Desorganização interna da substância, como os átomos se arranjam. A temperatura de fusão é a única na qual dois estados podem coexistir, Tf = Ts para substâncias puras ou sistemas eutéticos. Do ponto de vista termodinâmico, é definido como a temperatura na qual as energias livres das duas fases (liquido e sólido) são iguais, ou seja, a variação da energia de Gibbs= 0. Só é observado o surgimento de sólidos em temperaturas inferiores à da temperatura de fusão. O grau de super-resfriamento máximo varia de 80 a 332ºC. SOLIDIFICAÇÃO = NUCLEAÇÃO + CRESCIMENTO NUCLEAÇÃO Nucleação Homogênea → sem interferência ou contribuição energética, ocorre aleatoriamente, teórico (para super-resfriamentos muito grandes). O próprio líquido fornece os átomos para formar os núcleos. Variação térmica considerável → menor vibração dos átomos → aglomerado de átomos (cluster) SUPERRESFRIAMENTO Térmico → condição essencial para os embriões da fase solida possam sobreviver na forma de núcleos estáveis. Devido a instabilidade, na nucleação homogênea, os embriões formam-se e dissolvem-se devido a agitação dos átomos. Tanto o raio crítico como a energia crítica diminuem a medida que aumenta-se o super-resfriamento. Nucleação Heterogênea → com contribuição energética a partir de substratos, impurezas, paredes de moldes, inoculantes, mais favorável para a nucleação. A estabilidade do núcleo exige o equilíbrio mecânico das tensões superficiais no ponto de junção. No ângulo de molhamento, a energia é mais baixa e o super-resfriamento pode ser menor para a nucleação heterogênea. Taxa de nucleação depende de dois fatores, energia livre (instabilidade na fase líquida) e da difusão, a mesma é o produto das duas curvas que representam fatores opostos. Baixas temperaturas e baixa difusão dificultam o processo de nucleação. Inoculação → introduzir intencionalmente ao liquido partículas inoculadoras. Refino do grão → produz um grande numero de grãos, cada um começando a crescer a partir de um dos muitos iniciais. Assim, o maior número de grãos formados, resulta no aumento da resistência mecânica. MECANISMOS DE CRESCIMENTO 1. Mecanismo com interface lisa e solidificação progressiva A interface cresce segundo um plano atômico bem definido que separa as fases sólida e líquida caracterizado por uma variação abrupta e nítida. Metais puros e ligas eutéticas 2. Mecanismo com interface difusa ou solidificação extensiva A interface de crescimento não apresenta uma separação bem definida entre as fases solida e liquida ocorrendo a formação de uma região intermediária formada pela mistura das fases. Ligas que solidificam sob um intervalo de temperaturas Ambas dependem de como o calor é extraído do material. Crescimento planar • Quando liquido inoculado é resfriado sob condição de equilíbrio não há necessidade de super-resfriamento • A temperatura do liquido junto a frente de solidificação é maior que a de solidificação. • Qualquer protuberância que surja na interface S/L está cercada por líquido a temperatura acima da de solidificação • O crescimento da protuberância para até que o restante da interface avance Crescimento dendrítico • Quando o liquido não foi inoculado e a taxa de nucleação é baixa (necessita super- resfriamento antes da formaão do sólido). • Sob essas condições, uma equena protuberância sólida chamada dendrita se forma na interface, uma vez que o liquido a frente esta super-resfriado • A medida que a dendrita sólida cresce o calor latente é transferido para o liquido super- resfriado • Também podem ser formados brações de dendritas secundários e terciários que aceleram a transferência de calor latente. Diferença entre Planar e Dendritico • Ocorre em função em função das diferenças de transferência de calor latente e durante a solidificação • O molde deve absorver o calor no crescimento planar, porém, o liquido super-resfriado absorve o calor no crescimento dendrítico. O tempo de solidificação afeta o tamanho das dendritas, que por sua vez são caracterizados pelo espaçamento entre os seus braços secundários, que são afetados, de modo que, diminuem quando o fundido solidifica mais rapidamente. Quanto mais fina e extensa, melhor a condução de calor latente para o liquido super-resfriado. Menor espaçamento de braço dendrítico eleva a resistência mecânica e aumenta a ductilidade das ligas fundidas. Na fabricação de componentes por fundição: Molde: forma acabada Lingote: necessita de conformação. AULA 4 Variação de volume Contrações durante a obtenção de uma peça fundida: • Contração no estado liquido (desde a temperatura de vazamento até o inicio da solidificação) + contração na solidificação (do inicio ao fim da solidificação) → Ambas podem ser compensadas pelo uso de MASSALOTES. • Contração no estado sólido (do final da solidificação até temperatura ambiente) → compensada na fabricação dos FERRAMENTAIS. MASSALOTES → são reservatórios de metal líquido que constituem os sistemas de canais de alimentação de peças fundidas. Os mesmos compensam as contrações no estado liquido e solido de metais e suas ligas garantindo assim a SANIDADE das peças obtidas. Condições básicas na alimentação REQUISITO TÉRMICO - o massalote deve ser o último a solidificar. REQUISITO DA CONTRAÇÃO VOLUMÉTRICA - O volume do massalote deve ser suficiente para compensar as contrações da peça ou seção da peça a qual o mesmo deve atender. REQUISITO DA DISTÂNCIA DE ALIMENTAÇÃO - Peças extensas como placas, barras e anéis. Deve verificar a distância máxima de cobertura de cada massalote, para depois calcular a quantidade de massalotes. Neste caso cada massalote deve atender no mínimo ao requisito térmico local e o volume de todos os massalotes deve atender ao requisito volumétrico da peça. LUVAS Revestimento dos Massalotes • Metal líquido queima - reação exotérmica (aluminotermia) • Após queima – material isolante • Vantagens • Maior produtividade da rebarbação; • Redução na porcentagem de refugos por rechupe, As luvas podem ser fechadas ou abertar, com ou sem machos estranguladores. Pó Exotérmico • Cobertura Massalote e/ou luvas abertas; • Fenômeno de aluminotermia • Aumenta eficiencia dos massalotes e luvas exotérmicas Resfriadores • Aumenta a distancia de alimentação • Reduz o numero de massalotes AULA 5 Os sistemas de enchimento para conduzir o metal líquido até a cavidade do molde, devem ser dutos com baixa turbulência, limpos, sem afetar demasiado na temperatura, e com velocidades adequadas a fim de produzir peças com qualidade. A) Reduzir turbulência; B) Não aspirar gases ou ar; C) Não gerar erosão; D) Enchimento no tempo adequado; E) Gerar gradiente térmico favorável a alimentação. FATORES QUE CONDICIONAM A) Rendimento metálico; B) Espaço na placa; C) Geometria da peça; D) altura da caixa. RELAÇÕES ENTRE AS ÁREAS TRANSVERSAIS DO SISTEMA O primeiro numero representa o modulo da área transversal da base do canal de descida. O segundo numero representa o modulo da área transversal do canal de distribuição. O terceiro numero representa o modulo da área transversal dos canais de ataque. EX: 1:1:1 Sistema divergente - tendência a oxidação e absorção de gases, baixas velocidades nos canais de distribuição e ataques (Al; Mg; Cu+Al, Mg, Cr, Si) Sistema divergente → 1:4:4 Sistema convergente - rendimento metálico, enchimento rápido, ligas com baixa tendência a oxidação (Ferros fundidos cinzentos) Sistema convergente → 1:0.8:0.6 Aço ao carbono, inox, e ferro fundido nodular, deve-se estudar cada caso, pois se podem usar ambos os sistemas. FUNIL E BACIA DE VAZAMENTO A extremidade do canal primário deve sempre procurar o balanceamento do sistema de canais. QUANTO AOS FERROS FUNDIDOS Os ferros fundidos são materiais de engenharia bastante versáteis, pelo fato de combinarem custo relativamente baixo com outras características, tais como boa fundibilidade, boa usinabilidade, possibilidade de obtenção de amplas faixas de dureza e resistência mecânica, resistência a corrosão, capacidade de amortecimento de vibraçõese condutividade térmica. Como o carbono está presente no ferro fundido, cementita, grafita e dissolvido nas fases. Os dois principais fatores determinantes da microestrutura bruta de fusão são a composição química e a taxa de resfriamento durante a solidificação. Principais elementos adicionados: Silicio, Manganes, Enxofre e Fosforo. Elementos de liga no ferro fundido, aumentam a quantidade de perlita e diminuem o espaço interlamelar deste microconstituinte. Ferro fundido cinzento Ferro fundido nodular AULA 7 A escolha do processo de fundição depende de alguns fatores, sendo eles: Tamanho e geometria da peça, tipo de liga, numero de peças, qualidade superficial. FERRO GUSA • O aço e o ferro-fundido são obtidos a partir de uma matéria-denominada FERRO-GUSA. • O FERRO-GUSA é uma liga de ferro e carbono contendo de 3,5 a 4,5% de carbono e outros elementos residuais como: ◦ Silício; ◦ Manganês ◦ Fosforo ◦ Enxofre Carburantes → elementos que enriquecem a carga de carbono (maior sucata → maior carburante), silício coque e carvão vegetal. Escoria → subproduto da fundição, mistura de óxidos e sulfitos metálicos com impurezas, provocadas para limpar o metal. DEFEITOS COMUNS NA FUNDIÇÃO Bolhas de gás devido a umidade alta, excesso de voláteis e excesso de carepas de oxidação. Aparecem como protuberâncias superficiais e após o jateamento como cavidades abertas na superfície. SOLUÇÕES: AUMENTAR A EFICIENCIA DO SEPARADOR MAGNÉTICO E UTILIZAR AREIA MAIS GROSSA PARA MELHORAR A PERMEABILIDADE. Penetração metálica a pressão, a massa fundida é forçada para dentro dos poros do molde, excesso do coque do pó de carvão. Aparecem como protuberâncias aleatórias na peça. SOLUÇÕES: AUMENTAR O GRAU DE COMPACTAÇÃO DO MOLDE E MELHORAR A EFICIENCIA DA MISTURA E DA EXAUSTÃO. Erosão devido a areia seca, ataques mal posicionados e uso excessivo de separador. Aparecem como irregularidades, rugosidades próximas aos ataques ou na parte inferior da peça. SOLUÇÕES: EFICIENCIA DA MISTURA É A SOLUÇÃO IDEAL, ARGILA ATIVA E COMPACTABILIDADE. Inclusões de areia devido aos ataques mal posicionados, escamas, erosão e colocação inadequada de machos. Aparecem como cavidades na peça. SOLUÇÕES: AUMENTAR A COMPACTAÇÃO DO MOLDE E DA MISTURA, REDUZIR A TEMPERATURA DA AREIA. Sinterização devido a reação entre o oxido de ferro e a bentonita e a areia formando silicatos, vazamento de metal do molde. Aparecem como camadas de areia fortemente aderidas a peça. SOLUÇÕES: AUMENTAR A DIÇÃO DO PÓ DE CARVÃO, REDUZIR O TEOR DE ARGILA ATIVA.
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