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ESTRUTURAS E FUNÇÕES DA PELE

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ESTRUTURAS E FUNÇÕES DA PELE
INTRODUCÃO
A pele é sede de muitos processos complexos e dinâmicos.
Entre esses processos estão funções de barreira e imunológicas, produção de melanina, síntese de vitamina D, sensações, regulação térmica, proteção contra traumatismos e composição estética. 
FUNCÃO DE BARREIRA
 A barreira epidérmica protege a pele de microrganismos, substâncias químicas, traumatismos físicos e ressecamento por perda transepidérmica de água. 
Essa barreira é criada pela diferenciação dos queratinócitos à medida que se movem da camada de células basais para o estrato córneo. Os queratinócitos da epiderme são produzidos e renovados por células-tronco existentes na camada basal, o que resulta em substituição da epiderme a aproximadamente cada 28 dias. 
Essas células levam 14 dias para atingir o estrato córneo e outros 14 dias para descamar. Os queratinócitos produzem as queratinas, proteínas estruturais que formam filamentos que fazem parte do citoesqueleto do queratinócito. 
No estrato espinhoso, filamentos de queratina irradiam a partir do núcleo e conectam-se aos desmossomos, estruturas proeminentes ao microscópio, conferindo às células um aspecto “espinhoso”. 
A medida que as células se movem para o estrato granuloso, formam-se grânulos querato-hialinos compostos por queratina e profilagrina. A profilagrina é convertida em filagrina (proteína de agregação de filamento), responsável por agregar e alinhar os filamentos de queratina em feixes paralelos e altamente comprimidos que formam a matriz para as células do estrato córneo. 
Conforme os queratinócitos se movem para o estrato córneo, perdem seus núcleos e organelas e desenvolvem uma forma hexagonal plana. 
FUNCÃO IMUNOLÓGICA
As células epiteliais na interface entre a pele e o meio ambiente representam a primeira linha de defesa via sistema imune inato. 
As células epiteliais estão equipadas para responder a estímulos ambientais por meio de diversas estruturas, incluindo os receptores semelhantes ao toll (TLRs), que são no mínimo 10, o receptor semelhante a NOD (domínio de oligomerização ligado ao nucleotídeo), lectinas tipo C e proteína de reconhecimento de peptideoglicanos. 
Células dendríticas fazem a ponte entre o sistema imune inato e o adaptativo. Células dendríticas dérmicas podem induzir a autoproliferação de células T e a produção de citocinas, assim como do óxido nítrico sintase. 
PRODUCÃO DE MELANINA E PROTECÃO CONTRA LESÕES POR RADIACÃO ULTRAVIOLETA
Os melanócitos representam 10% das células na camada de células basais. Há outra população de melanócitos no folículo piloso responsável pela cor do cabelo e pela substituição dos melanócitos epidérmicos, quando necessário. 
Os melanócitos produzem melanina, um polímero pigmentado que absorve a faixa ultravioleta (UV) do espectro luminoso. 
A melanina produzida é armazenada nos melanossomos, uma organela especializada. Os melanossomos são fagocitados por queratinócitos e transportados para uma região acima do núcleo do queratinócito, atuando como um escudo protetor contra a radiação UV. 
Um melanócito fornece melanossomos para até 30 a 40 queratinócitos. Todos os humanos apresentam o mesmo número de melanócitos.
A variedade nos tons de cor da pele decorre de variações nos melanossomos. Os indivíduos com pele mais escura apresentam melanossomos em maior número, maiores e mais dispersos. 
A exposição à radiação UV estimula a produção de melanina no interior dos melanossomos e confere à pele um tom “bronzeado". 
SÍNTESE DE VITAMINA D
As principais fontes de vitamina D são constituídas pela dieta e pela produção de precursores da vitamina D pela pele. 
Com a exposição à luz UV, a provitamina D3 (7-di-hidrocolesterol) existente na epiderme é convertida em pré-vitamina D que se converte em vitamina D3.
A vitamina D3 é convertida para sua forma metabolicamente ativa no fígado e nos rins. 
SENSAÇÃO
A pele é um dos principais locais de interação com o meio ambiente e muitos tipos de estímulo são processados pelos sistemas nervosos central e periférico.
Há três tipos principais de fibras nervosas na pele: 
REGULAÇÃO TÉRMICA
A pele ajuda a regular e manter a temperatura central do corpo por meio da regulação do suor e variação do fluxo sanguíneo na pele. 
A evaporação do suor contribui para o controle da temperatura corporal. Em condições normais, são produzidos 900 mL de suor por dia. Quando há aumento da atividade física ou aumento da temperatura ambiente, é possível produzir 1,4 a 3L de suor por hora. 
A regulação do fluxo sanguíneo nos capilares, nas papilas dérmicas e em outros vasos cutâneos tem papel importante na perda de calor por convecção e na conservação de calor. 
Normalmente, o fluxo sanguíneo na pele representa cerca de 5% do débito cardíaco, mas em temperaturas muito baixas esse fluxo pode cair para próximo de zero e, em situações de calor extremo, chegar a 60%. A disfunção da termorregulação pode levar à hipertermia ou à hipotermia.
PROTEÇÃO CONTRA TRAUMATISMO
A espessura da derme varia entre 1 e 4 mm. Ela protege e amortece as estruturas subjacentes contra lesões e proporciona apoio para vasos sanguíneos, nervos e estruturas anexas. 
É separada da epiderme pela membrana basal, que é criada pela camada basal da epiderme. O colágeno é responsável pela força tênsil da pele e representa 75% do peso seco da derme. 
As falhas na síntese do colágeno estão associadas a doenças como síndrome do Ehlers-Danlos (hiperextensão de articulações e da pele). 
As fibras elásticas são responsáveis pela elasticidade e resistência da pele e representam 2 a 3% do peso seco da pele. 
IDENTIDADE E ESTÉTICA
A percepção da etnia, idade, estado de saúde e atratividade é afetada pelo aspecto da pele e do cabelo. 
Fotodano, erupções, distúrbios do cabelo, distúrbios pigmentares e acne podem produzir efeitos profundos na autoimagem e em como o indivíduo é percebido pelos outros.
FONTE: Dermatologia clínica [recurso eletrônico] / Carol Soutor, Maria K. Hordinsky; tradução: Adernar Valadares Fonseca ; revisão técnica: Tania Ludmila de Assis. - Dados eletrônicos. - Porto Alegre: AMGH, 2015

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