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AULA 2 - GESTÃO ATUARIAL

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Gestão atuarial / Aula 2 - Seguro e Previdência: Origem e 
evolução no Brasil e no mundo 
• Introdução 
o Após entender que a Ciência Atuarial envolve a gestão 
de riscos, o próximo passo é estudar alguns aspectos 
conceituais sobre origem e evolução do seguro e da 
previdência. 
o Nesta aula, estudaremos também os princípios 
consagrados no Brasil da Previdência Social. 
Esperamos que, após as questões evolutivas, você 
possa compreender os motivos que justificam a 
Reforma da Previdência Social. 
o Tenha um ótimo aproveitamento e não se esqueça de 
ler os artigos e assistir aos vídeos sugeridos! 
• Objetivos 
o Analisar seguro, apresentando sua origem e evolução 
no Brasil e no mundo; 
o Analisar previdência, apresentando sua origem e 
evolução no Brasil e no mundo; 
o Reconhecer os princípios consagrados no Brasil da 
Previdência Social. 
 
Origem e Evolução do Seguro 
Desde os primórdios, os seres humanos viveram em sociedade. 
De uma forma ou de outra, sempre dependeram uns dos outros, 
seja no âmbito tribal, familiar ou de consumo. 
Com essa visão de coletividade, para a segurança de si mesmo e 
dos seus, o homem sentiu a necessidade de um sistema o 
protegesse contra infortúnios da vida. Eventos que viessem a 
privá-lo dos seus meios de subsistência ou que causassem 
prejuízo de ordem econômica. Com essa preocupação, nasceu o 
sistema de Seguros e Previdência. 
 
Pensando no conceito, vamos verificar a situação abaixo: 
Carlos Augusto, possui um seguro que garante ao beneficiário 
cobertura em casos de danos, bem como, pequenos reparos ao 
seu imóvel. Houve um alagamento em sua residência, 
provavelmente decorrente da tubulação muito antiga de sua casa, 
e ele, acionou o seguro. 
Pergunta-se: Carlos agiu corretamente abrindo sinistro para 
resolver esse tipo de problema? Sim. O seguro é uma operação 
jurídica de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga 
para com a outra (segurado ou beneficiário), mediante o recebimento 
de uma importância estipulada (prêmio), a compensá-la (indenização) 
por um prejuízo (sinistro), resultante de um evento futuro, possível e 
incerto (risco), indicado no contrato. (SOUZA, 2007, p. 23) 
O seguro é a reposição das perdas. A compensação dos efeitos do 
acaso pela mutualidade, organizada segundo as leis da Estatística, isto 
é, conforme as probabilidades. (CHAUFTON, 1884, APUD GARCIA, 
2016) 
Sobre o conceito de seguro, Silva (1999, p. 21) leciona que: 
[…] seguro é um plano social que combina risco de muitos 
indivíduos dentro de um grupo, atuarialmente prevê perdas e 
usa os fundos das contribuições dos membros dos grupos 
para efetuar o pagamento das indenizações, quando são 
devidas nas condições e termos de contrato. 
 
Nesse contexto, a International Association of Insurance 
Supervisors - (Associação Internacional de Supervisores de 
Seguros — IAIS — 2008) estabelece, como princípio de seguros, 
a obrigatoriedade da seguradora fornecer as necessárias 
informações acerca dos riscos inerentes àquela atividade: 
 
[...] a autoridade supervisora deve requerer que as 
seguradoras divulguem informações relevantes em tempo 
hábil para dar às partes interessadas uma visão clara sobre 
suas atividades de negócios exposição financeira, de forma 
a facilitar a compreensão dos riscos aos quais estão 
expostos. O mercado de produtos financeiros está cada vez 
mais globalizado e se torna indispensável a elevação padrão 
de informações contábeis ao padrão internacional. 
 
A origem do seguro ainda é bastante controvertida. Existem duas 
correntes que divergem sobre isso: a corrente histórica e a 
corrente técnica. 
Origem do seguro: Corrente Histórica x Corrente Técnica 
A corrente histórica, defende que a origem do seguro remota há 
antiguidade nos anos antes de Cristo de maneira rudimentar e de 
caráter mutualístico. (GARCIA, 2016) 
 
Segundo Garcia (2016), na Babilônia, por volta de 2.250 a.C. 
existiam caravanas de nômades que atravessavam o Oriente 
Médio até a Ásia em busca de especiarias. Durante a expedição, 
era muito comum que alguns dos nômades perdessem seus 
camelos durante o trajeto, sendo eles por morte devido às 
condições terrestres e climáticas e até mesmo por roubos durante 
o acampamento dessas caravanas. Já o Estado criou a primeira 
proteção de seguro em 1.700 a.C. instituindo, de forma 
embrionária, o Código de Hamurabi. 
 
Segundo Brasil (1985, p. 172), grupos de navegantes 
convencionavam entre si, que se um deles perdesse a 
embarcação, seria construída outra e entregue ao proprietário. 
Ficava acordado também que se a perda da embarcação 
decorresse de viagem a locais distantes e ignotos 
(desconhecidos, inexplorados), seria cessado o acordo entre o 
grupo. Era declarado que a embarcação desaparecera por culpa 
do dono. Era a culpa anulando o acordo. 
 
Seguro no Brasil 
• Em 1808, teve início o mercado de seguros no Brasil por 
meio da abertura dos portos ao comércio internacional, 
sendo a “Companhias de Seguros BOA-FÉ” a primeira a 
funcionar no país, datada de 24 de fevereiro de 1808, a 
operar o seguro marítimo. Com a promulgação da Lei n° 
556, de 1850 (Código Comercial Brasileiro), surgiram 
inúmeras seguradoras, passando a operar não só com o 
seguro marítimo, mas também com o terrestre e o de vida. 
 
• Em 1855, era fundada a “Companhia Tranquilidade”, 
especializada em seguro de escravos, com a qual o dono 
era ressarcido financeiramente, caso houvesse a 
mortalidade dos seus escravos. A vigência desse seguro 
era de um ano e a indenização só era paga, caso o escravo 
tivesse entre 10 e 60 anos de idade, se fosse vacinado e as 
apólices excluíam a cobertura da morte, se fosse 
consequência de maus tratos. (GARCIA, 2016) Na metade 
do século XIX, após um processo de industrialização e 
urbanização devido à cultura cafeeira, passa-se a ter uma 
expansão do mercado segurador brasileiro despertando o 
interesse das seguradoras estrangeiras. 
 
• Em 1860, tornou-se obrigatória, no Brasil, a apresentação 
de balanço e o pedido de autorização para funcionamento 
de companhias de seguro. Já em 1862, foi autorizada a 
primeira companhia estrangeira a operar no país, 
denominada de “Garantia da Cidade do Porto”, seguradora 
portuguesa. (BORELLI e MONTI, 2013) 
 
• Em 1932, surge o primeiro sindicato dos corretores de 
seguros no Rio de Janeiro. A profissão de corretor de 
seguros só foi regulamentada pela Lei n. 4.595 em 1964 
 
• Em 1939, é criado o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), 
tendo como proposta política, a proteção do mercado 
brasileiro contra a presença então maciça das companhias 
estrangeiras. (SOUZA, 2007) O resseguro nada mais é do 
que um seguro do seguro, onde uma seguradora repassa 
uma parte de um seguro para outra seguradora. Resseguro 
será assunto de aulas posteriores. 
 
• Em 1951, é criada, no Rio de Janeiro, a Federação 
Nacional das Empresas de Seguros Privados e de 
Capitalização (FENASEG). (SOUZA, 2007) 
 
• Em 1966, por meio do Decreto-lei n° 73, de 21 de novembro 
de 1966, o governo militar cria o Sistema Nacional de 
Seguros Privados (SNSP) estabelecendo, posteriormente, o 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) (com a 
incumbência de instituir normas e diretrizes para o ramo de 
seguros e previdência privada) e a Superintendência de 
Seguros Privados (SUSEP) (criada, com a função de 
controlar e fiscalizar os mercados de seguro, previdência 
privada aberta, capitalização e resseguro). 
 
• E, em 1971, é criada a Fundação Escola Nacional de 
Seguros (FUNENSEG), com o intuito de promover o 
aperfeiçoamento do mercado de seguros por meio do 
desenvolvimento e da disseminação de conhecimento e da 
capacitação de profissionais e habilitando corretores de 
seguros. 
 
• Destaca-se, em 2007, a abertura do mercado brasileiro de 
resseguro, pela promulgação da Lei Complementar N° 
126/07 e regulamentações posteriores, possibilitando a 
admissão de resseguradores estrangeiros a atuarem no 
país, após quase 60 anos de monopólio exercido peloIRB-
Brasil Re. 
 
De acordo com a Norma Internacional de Contabilidade — IFRS 
4 — contrato de seguro 
um contrato no qual uma parte (seguradora) aceita um risco 
de seguro significativo de outra parte (segurado), acordando 
compensá-lo no caso de um evento futuro incerto 
especificado (evento segurado) o afete adversamente. 
 
A popularidade do seguro decorre do fato que para os indivíduos 
é financeiramente mais vantajoso contratar um seguro do que 
constituir individualmente uma reserva monetária para ser usada 
no caso da ocorrência de um dano financeiro imprevisto. 
(CARNEIRO, 2012) 
A indústria de seguros, previdência complementar aberta e 
capitalização têm papel de destaque na economia nacional, pois 
sem ela, o desenvolvimento e a geração de renda não seriam 
possíveis na escala que temos atualmente. (TUDO SOBRE 
SEGUROS, 2014) 
Para estimar de forma indireta o impacto positivo do mercado 
segurador e previdência complementar aberta na atividade 
econômica, utiliza-se com frequência a razão premio/PIB. 
O prêmio, por sua vez, é o valor pago à seguradora pela 
assunção dos riscos cobertos. Os valores arrecadados com 
prêmios diretos no mercado de seguros, no Brasil, entre 2001 a 
2015 passaram de aproximadamente R$24 bilhões de prêmios 
diretos em 2001 para R$184 bilhões em 2015, demonstrando um 
crescimento 662% no período em análise. 
Origem e Evolução da Previdência 
 
A previdência surge após a promulgação da Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão durante a Revolução Francesa, 
em 1789. 
A Declaração citava que era dever do Estado manter os meios de 
subsistência do cidadão, mesmo que ocorresse algum infortúnio 
ou devido à própria velhice. Com isso, o Estado passa a 
necessitar de meios de sistema de proteção para manter 
financeiramente seus cidadãos após um período laborativo. 
(GARCIA, 2016) 
Em 1883, surgem na Alemanha, leis instituindo Auxílio-doença, 
Seguro Invalidez e Seguro Velhice. Estes benefícios visavam 
resolver casos de extrema miséria e de minimizar o sofrimento 
dos mutilados em guerra. 
No século XX, surge a primeira previdência estruturada, em 1917, 
no México. Em 1935, surge a previdência social, nos EUA, 
idealizada no Congresso do Social Security Actuaris. (GARCIA, 
2016) 
Em 1945, após a Segunda Grande Guerra Mundial, inicia-se o 
desenvolvimento da previdência social em todo o mundo. 
As previdências sociais, em determinados países, sofrem devido 
sua composição demográfica, onde a sua camada de pessoas 
jovens é praticamente igual à de pessoas mais velhas. Isso causa 
um impacto negativo com o aumento do número de benefícios. 
O primeiro sistema previdenciário formal, baseado em 
contribuições prévias como requisito obrigatório para se obter a 
condição de participante, surgiu na Alemanha ao fim do século 
XIX. (SCHWARZER, 2000) 
Na primeira metade do século XX, com a experiência da 
depressão econômica ocorrida entre as guerras mundiais, 
surgiram os modelos universalizantes — que contemplam 
benefícios para cidadãos sem exigência de contribuições prévias. 
(SANTOS, 2004) 
A partir da constatação de que necessidades e contingências 
individuais afetam a sociedade de maneira geral, se estabeleceu 
o conceito de seguridade social que é um conjunto de ações do 
poder público e da sociedade destinado a assegurar, ao cidadão 
e aos seus dependentes, o direito à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
Previdência no Brasil 
A previdência surgiu, no Brasil, em 1554, como serviço de 
assistência social com a Criação da Santa Casa de Santos. 
(GARCIA, 2016) 
A primeira organização de previdência privada, o Montepio Geral 
dos Servidores do Estado (Mongeral), foi instituída em 1835 que 
se encontra em atividade até hoje. Em 1891, a Constituição 
estabeleceu a aposentadoria por invalidez, mas apenas para os 
servidores públicos. 
No século XX, o primeiro movimento de repercussão para criar a 
previdência social no país é datado em 1906. Operários da 
Companhia Paulista de Estradas de Ferro rebelaram-se 
contrários à empresa, que queria descontar 30% dos salários 
para formar o fundo previdenciário. 
Os operários queriam a contrapartida da empresa. Em 1923, por 
meio da Lei Eloy Chaves é introduzido o Regime Geral de 
Previdência Social, instituindo uma CAP (Caixa de Aposentadoria 
e Pensões), em cada empresa de estrada de ferro. (GARCIA, 
2016) 
Após, surgiram instrumentos normativos infraconstitucionais 
importantes, tais como o Decreto nº 9.284/1911, criando a Caixa 
de Pensões dos Operários da Casa da Moeda, e o Decreto nº 
3.274/1919, que regulou as obrigações resultantes dos acidentes 
no trabalho. 
As instituições previdenciárias organizaram-se a partir da década 
de 1920 por categorias profissionais segundo o modelo 
contributivo clássico. Até a década de 1950 houve forte expansão 
tanto da quantidade de instituições e filiados quanto da influência 
do Estado sobre elas, a ponto de serem convocadas a participar 
do financiamento da construção de Brasília. 
Entre 1923 e 1932, já existiam 183 CAPs de classes como 
prestadores de serviços de força e luz, bondes, telefones, 
telegrafia, rádio, água e esgoto, mineração e funcionários de 
empresas portuárias. 
Apenas para ilustrar, pode-se citar: 
• Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos (IAPM) 
(ano de 1933) 
• Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários 
(IAPC) (ano de 1934) 
• Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB) 
(ano de 1934) 
Em 1930, o governo preocupado em corrigir as distorções das 
CAPs (que às vezes não eram adequadas às necessidades dos 
indivíduos) cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e 
institui também as IAPs — Institutos de Aposentadoria e Pensões 
— para bancários, comerciantes e industriários (GARCIA, 2016). 
As novas instituições traziam alguns problemas, pois 
abrangiam apenas as classes de trabalhadores específicas e 
ainda traziam sistemas diferentes, por exemplo, nas 
contribuições e no pagamento dos benefícios, onde nem 
sempre as contribuições eram suficientes para o pagamento 
dos benefícios e por isso acarretaram problemas. 
• Em 1934, com a promulgação da Constituição, por Getúlio 
Vargas, estabeleceu-se o princípio da tríplice forma de 
custeio: empregados, patrões e governo. 
• A Constituição brasileira de 1937 utilizou-se da expressão 
“seguro social” pela primeira vez. 
• Em 1941, o Conselho Atuarial, do Ministério do Trabalho, 
apresentou um projeto de uniformização das taxas de 
contribuição e dos planos de benefício. 
• Em 1946, com a nova Constituição democrática, é criado o 
RGPS, onde se garante a todos os brasileiros e não apenas 
por categorias de profissionais, a proteção da previdência 
social. Mas as CAP e o IAP continuaram a existir. A 
Constituição brasileira também utilizou, de forma inédita, a 
expressão “previdência social”, e instituiu o mecanismo de 
“contrapartida”, como forma de manter o equilíbrio entre 
receita e despesas dentro do Sistema da Seguridade 
Social, bem como passou a proteger expressamente os 
denominados “riscos sociais”. As décadas de 1960 e 1970 
caracterizaram-se pela unificação das normas e da gestão, 
• Em 1960, é criado o Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social. Pela primeira vez, foi dado à 
previdência social o status de primeiro plano na vida 
nacional. A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) de 
1960, unificou a legislação dos diversos IAPs, iniciando o 
processo de universalização. É importante registrar que a 
LOPS manteve a exclusão dos trabalhadores rurais e dos 
domésticos do sistema previdenciário. A Constituição 
Federal de 1965 instituiu o “auxílio-desemprego”. 
• Em 1966, devido a denúncias de corrupção nos institutos 
previdenciários, o governo militar criou o INPS — Instituto 
Nacional de Previdência Social — unificando todos os 
institutos. (GARCIA, 2016) A previdência social dos 
trabalhadores rurais somente foi instituída em 1971, com a 
criação do Programa de Assistência ao Trabalhador Rural 
(PRORURAL),que utilizava recursos do FUNRURAL, por 
meio da Lei Complementar nº 11/1971. 
• Em 1974, é criado o Ministério da Previdência e Assistência 
Social (MPAS), desmembrando do Ministério do Trabalho. 
• Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e 
Assistência Social (SINPAS), por meio da Lei 6.439, o que 
possibilitou a integração das áreas de previdência social, 
assistência social e assistência médica, bem como a gestão 
das entidades ligadas ao Ministério da Previdência e 
Assistência Social (MPAS). As entidades integrantes do 
SINPAS são: 
• IAPAS — Instituto de Administração Financeira da 
Previdência Social — autarquia responsável pela 
arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições; 
• INPS — Instituto Nacional de Previdência Social — 
autarquia que administrava os benefícios; 
• INAMPS — Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social — autarquia responsável pela saúde; 
• FUNABEM — Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor 
— responsável pela promoção de política social em relação 
ao menor; 
• CEME — Central de Medicamentos — órgão ministerial 
responsável pela distribuição de medicamentos; 
• LBA — Fundação Legião Brasileira de Assistência –
responsável pela Assistência Social; 
• DATAPREV — Empresa de Processamento de Dados da 
Previdência Social — empresa pública, gerencia os dados 
previdenciários. 
Com exceção da DATAPREV, que hoje administra os sistemas 
informatizados do Ministério da Previdência Social e presta 
serviços de tecnologia da informação a outros órgãos e entidades 
federais, todas as entidades acima foram extintas. 
• Em 1988, a nova constituição surge com a expressão 
Seguridade Social, ampliando as áreas de atuação da 
seguridade social: saúde, previdência social e assistência 
social. Art. 201 — A previdência social será organizada sob 
a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação 
obrigatória, observados critérios que preservem o Equilíbrio 
Financeiro e Atuarial e atenderá nos termos da lei à: 
o I – Cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte 
e idade avançada; 
o II – Proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; 
o III – Proteção ao trabalhador em situação de 
desemprego involuntário; 
o IV – Salário-família e auxílio reclusão para os 
dependentes dos segurados de baixa renda; 
o V – Pensão por morte do segurado, homem ou 
mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, 
observado o disposto no § 2º. 
• Em 1990, surge o INSS — Instituto Nacional de Seguridade 
Social. A legislação previdenciária sofre fortes alterações 
com a promulgação da Emenda Constitucional nº 20, em 
1998, e a Emenda Constitucional nº 41 em 2003, onde as 
principais mudanças foram: 
• aumento de idade para a concessão para a aposentadoria, 
• fixação de teto para o pagamento de benefícios e 
• obrigatoriedade de contribuição para a aposentadoria. 
 
O sistema previdenciário brasileiro atual é dividido em quatro 
blocos: 
O primeiro deles é constituído por um regime que atende ao 
setor privado, conhecido como Regime Geral de Previdência 
Social (RGPS) 
O segundo bloco corresponde ao sistema dos servidores 
públicos da União, conhecido como Regime Jurídico Único (RJU) 
Um terceiro bloco reúne os diversos sistemas de servidores 
estatutários estaduais e municipais 
O quarto bloco, de caráter privado e facultativo, é constituído 
pelos fundos de pensão patrocinados por empresas privadas ou 
estatais (previdência complementar fechada) e pelas entidades 
abertas de previdência complementar 
 
Quadro sinótico da evolução legislativa da seguridade 
social no Brasil 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, muitos 
avanços ocorreram na seguridade social. A saúde passou a ser 
um dever do Estado e um direito de todos, independentemente 
de contribuição. É dever do Estado prestar assistência social às 
pessoas carentes, sem exigência de contribuição, como forma de 
assegurar o mínimo existencial, materializando o corolário da 
dignidade da pessoa humana. 
A Previdência social tornou-se a única modalidade de proteção 
social que exige contribuição dos segurados, como condição para 
ampará-los de futuros infortúnios sociais e de outras situações 
que merecem amparo (riscos sociais). 
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações 
de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a 
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. (EC nº 20/1998) 
Princípios da Previdência no Brasil 
Os princípios consagrados são: 
• Solidariedade: alguns contribuem mais para ajudar os que 
ganham menos; 
• Universalidade da cobertura: não admite exclusão social; 
• Uniformidade e equivalência dos benefícios: igualando 
direitos das populações urbanas e rurais; 
• Seletividade e distributividade: na prestação de 
benefícios e serviços; 
• Irredutibilidade no valor dos benefícios: o princípio é não 
permitir a redução dos mesmos; 
• Equidade na forma de participação do custeio: 
acentuando que as contribuições sejam feitas de acordo 
com a capacidade do contribuinte. 
Questão 1: (FUNIVERSA-2010) Do ponto de vista dos 
fundamentos que inspiram teoricamente o sistema de seguridade 
brasileiro, assinale a alternativa correta. 
a) Trata-se de um sistema legal inspirado apenas na doutrina 
do modelo alemão bismarkiano. 
b) Trata-se de um sistema legal inspirado apenas na doutrina 
do modelo inglês beveridgiano. 
c) Trata-se de um sistema inspirado na doutrina tanto do 
modelo alemão bismarkiano quanto no inglês beveridgiano. 
d) Trata-se de um sistema sem traços de inspiração nem na 
doutrina do modelo alemão bismarkiano nem na do inglês 
beveridgiano. 
e) Trata-se de um sistema sem traços de inspiração em 
nenhuma doutrina estrangeira. 
 Resposta: C 
Questão 2: (FCC -2015) Quanto ao conceito, à origem e 
evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil é 
INCORRETO afirmar: 
a) É considerado um marco na história da Previdência Social a 
denominada "Lei Eloy Chaves" que determinou a criação de 
Caixas de Aposentadoria e Pensões para trabalhadores 
ferroviários. 
b) Em 1934, pela primeira vez uma Constituição do Brasil faz 
alusão expressa aos direitos previdenciários, instituindo o modelo 
tripartite suportado pela União, pelos empregados e 
empregadores, além de garantir mínima proteção em face da 
velhice, invalidez, maternidade, acidente de trabalho e morte. 
c) O sistema securitário social brasileiro consagra a proteção 
do indivíduo contra riscos que possam surgir em relação à 
previdência social e à assistência social, não abrangendo a 
saúde, que é tratada com exclusividade pela União, por 
intermédio do Ministério da Saúde. 
d) O plano de ação das áreas que envolvem a Seguridade 
Social será integrado e deve estar expresso na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias que fixará as metas e prioridades do sistema, 
assegurando a cada área a gestão dos seus recursos. 
e) A Seguridade Social terá caráter democrático e 
descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, 
com participação de trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do governo nos órgãos colegiados. 
 RES: C 
Questão 3: (FUNRIO-2014) Qual foi a primeira norma legal a 
instituir a previdência social no Brasil? 
a) A Constituição de 1824. 
b) A Constituição de 1946. 
c) A Lei Áurea. 
d) A Lei Orgânica da Previdência Social de 1960. 
e) O Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, 
conhecido como Lei Eloy Chaves. RES: E 
Questão 4: ( FCC-2012) Dentre os princípios específicos da 
Previdência Social, NÃO está incluso: 
a) Vinculação entre o valor da contribuição do segurado e o 
benefício que venha a perceber. 
b) Filiação obrigatória de todo trabalhador que se enquadre na 
condição de segurado. 
c) Caráter contributivo independentemente do regime. 
d) Equilíbrio financeiro e atuarial,a fim de manter o sistema 
em condições superavitárias. 
e) Correção monetária dos salários de contribuição 
considerados no cálculo dos benefícios. RES: A 
Questão 5: São princípios básicos e finalidades da Previdência 
Social, EXCETO: 
a) Individualidade de participação nos planos previdenciários. 
b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais. 
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios. 
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a 
preservar-lhes o poder aquisitivo. RES: A

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