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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS
DIREITO DO TRABALHO E LEGISLAÇÃO SOCIAL
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ERIVALDO SOUZA BRASILEIRO
GREICE MOREIRA MORAES
MÔNICA PEDREIRA COSTA MELO
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE E DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL NO BRASIL
Feira de Santana/Bahia
2021
ERIVALDO SOUZA BRASILEIRO
GREICE MOREIRA MORAES
MÔNICA PEDREIRA COSTA MELO
 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE E DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL NO BRASIL
Atividade apresentada na disciplina
Direito do Trabalho e Legislação Social,
ministrada pelo Prof. Reginaldo Paiva de
Barros, na Universidade Estadual de Feira
de Santana (UEFS).
Feira de Santana/Bahia
2021
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Invenção típica do mundo moderno, e mais precisamente do mundo
industrializado, a seguridade social se constitui item importantíssimo para o
funcionamento das sociedades modernas. Superados os modos de produção
baseados na escravidão ou servidão, em que aqueles que laboravam nenhum ou
pouquíssimos direitos tinham, surge, a partir do século XIX o modo de produção
capitalista, principalmente no continente europeu, a partir da chamada revolução
industrial. Num contexto de intensificação da urbanização e da dependência dos
detentores dos meios de produção, a classe trabalhadora passou a sofrer de novas
mazelas de saúde e viu sua expectativa de vida, muitas vezes, não ir além dos
quarenta anos de idade. 
Nesse moderno sistema de trocas capitalistas, o bem-estar das pessoas
passou a ser de interesse de outros além do próprio indivíduo. A combinação de
empregadores industriários e comerciantes necessitados de mão de obra, bem
como os governantes interessados no desenvolvimento econômico e social que
permitisse o fortalecimento do capitalismo, juntamente com as constantes
reivindicações dos trabalhadores a exigir melhores condições de trabalho e de
desenvolvimento social, formou um ambiente propício ao surgimento de estratégias
de mutua colaboração objetivando assistir as pessoas nos diversos momentos de
dificuldade, principalmente em decorrência de doenças, acidentes, viuvez,
orfandade, idade avançada e miserabilidade. Assim, desenvolve se a seguridade
social, que no Brasil veio a ser alavancada pelas forças do estado há
aproximadamente duzentos anos. Por muitos anos, esse sistema desenvolveu-se no
sentido da ampliação, mas em anos recentes tem dado preocupantes sinais quanto
à sua capacidade de manutenção sem ajustes desagradáveis aos beneficiários.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL
A seguridade social brasileira teve suas origens na constituição de 1824, a
qual previa os chamados “socorros públicos” em seu artigo 179 inciso XXXI. A
constituição, entretanto, limitou-se à expressão “A Constituição tambem garante os
soccorros publicos”(sic), o que gerou muitas discussões e ambiguidades para efetiva
implantação dos sistemas de ajuda aos necessitados. Depois de alguns anos, com a
aprovação da chamada Lei dos Municípios, concluiu-se pela efetivação dos serviços
na iniciativa privada através das Santas Casas de Misericórdia.
Em 1891 houve um segundo momento relevante para a seguridade social
brasileira, pois naquele ano foi promulgada nova constituição, a qual, pela primeira
vez, trouxe ao ordenamento jurídico brasileiro a palavra aposentadoria. Aquela
estabeleceu o direito aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da
Nação. 
Em 15 de janeiro de 1919 foi aprovado o decreto 3.724 prevendo a
obrigatoriedade de indenizações em decorrência dos acidentes no trabalho. Mas, o
grande destaque na vigência da constituição de 1891 foi a chamada Lei Eloy
Chaves, que na verdade foi o Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923.
Tido como marco inicial da Previdência Social no Brasil, o decreto recebeu esse
nome devido em homenagem ao deputado federal paulista que articulou junto às
companhias ferroviárias do sistema que, basicamente, previa a criação de uma caixa
de aposentadoria e pensão para os ferroviários. A partir de então os benefícios
foram se estendendo a outras categorias profissionais e em 1934 já havia previsão
para portuários, telegráficos, servidores públicos, mineradores e bancários
amparados pelos decretos 5.109, de 26/12/1926 e 24.615, de 09/06/1934. 
Com a promulgação da terceira constituição brasileira, em 1934, ampliou-se o
leque de direitos sociais ao trazer normas sobre assistência social, saúde pública,
licenças, aposentadorias e reformas. Destaque para o surgimento da aposentadoria
compulsória dos funcionários públicos aos 68 e para o direito aos benefícios com
proventos integrais, em algumas circunstâncias. Foi estabelecida também a forma
tríplice de contribuição.
A constituição de 1937 foi outorgada nova constituição, mas esta pouco
trouxe de inovações. Na vigência da mesma foram criados novos institutos de
aposentadorias e pensões em favor mais categorias profissionais, tais como
empregados de transportes de cargas. Foi garantido também o direito de os pais
miseráveis solicitarem auxílio e proteção do Estado para a subsistência e educação
dos filhos.
Nove anos depois, em 1946, num retorno ao viés democrático, foi promulgada
nova constituição, a qual trouxe como avanço uma unificação das diversas normas
legislativas então existente sobre seguridade e previdência social. Foi então
aprovada na vigência desta constituição a chamada Lei Orgânica da Previdência
Social (LOPS), através da Lei 3.807 de 1960, buscando igualdade de custeio e
unificação de alíquotas, além da eliminação dos diversos institutos então existentes.
Nessa ocasião o Brasil foi considerado o país de maior proteção social, oferecendo
17 possibilidades de assistência. Além das aposentadorias e pensões foram criados
benefícios como auxílio-natalidade, auxílio-funeral e auxílio-reclusão.
Sem inovações e seguindo o viés já posto por sua antecessora, a constituição
de 1967 basicamente reproduziu as normas então vigentes. Foi na vigência desta
constituição que se aprovou a Lei 5.316, estatizando o seguro contra acidente de
trabalho (SAT). Foi ainda na vigência desta constituição que foram inseridos no
sistema de previdência o trabalhador rural, o empregado doméstico e o trabalhador
autônomo através do Decreto – Lei nº 564, de 01 de maio de 1969, e da Lei
Complementar nº 11, de 25 de maio de 1971. Em 1966 foi aprovada a Lei nº 6.439,
de 01/09/77, a qual criou o SINPAS (Sistema Nacional de Previdência Social) que
era subdividido em INPS ( Instituto Nacional da Previdência Social), a FUNABEM
(Fundação Nacional do Bem Estar do Menor), A DATAPREV (Empresa de
Processamento de Dados da Previdência Social) e a CEME (Central de
Medicamentos).
Finalmente, em 1988 foi promulgada a chamada constituição cidadã, a qual
tem todo um capítulo dedicado à seguridade social.
A SEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988
Tida como promotora do bem-estar social, a constituição de 1988 manteve o
financiamento tripartite da seguridade social entre os entes de estado, os
empregadores e os trabalhadores. A seguridade social na constituição de 1988 está
organizada em três áreas de atuação: previdência social, assistência social e
assistência à saúde.
Em 1990 o SINPAS foi extinto e criado o INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) mediante fusão do IAPAS e do INPS. Em 1991 foram aprovadas as leis 8.212
e 8.213, regulamentando então a matéria constitucional sobre previdência e
estabelecendo o RGPS (Regime Geral de Previdência Social) no qual se unificou os
regimes urbano e rural. Além da unificação dos regimes de previdência foram
estabelecidas a assistência à saúde através do SUS (Sistema Único de Saúde) e a
assistência social nos moldesdas leis 8.080, de 19/09/1990 e 8.742, de 07/12/1993,
respectivamente. 
Em 1995 é extinto o Ministério da Previdência e criado o Ministério da
Previdência e Assistência Social, através da Medida Provisória 813. Com a
aprovação da Emenda Constitucional no 20, de 15 de dezembro de 1998, o salário-
família e o auxílio-reclusão passaram a ser devidos apenas aos dependentes de
segurados de baixa renda. Em 1999 é aprovada a lei 9.876, estabelecendo o
chamado fator previdenciário, o qual atrela o cálculo dos benefícios previdenciários à
expectativa de vida com objetivo de equilíbrio financeiro do sistema. Em 2003 a
perda da qualidade de segurado deixa de ser empecilho para a concessão de
aposentadorias por idade aos segurados que contribuíram pelo tempo mínimo de
carência, conforme lei 10.666, de 08/05/2003 e em 2009 é aprovado o teto máximo
para valores dos benefícios previdenciários do RGPS, conforme decreto 6.765, de
10/05/2009. 
 
Princípios Constitucionais da Seguridade Social
Conforme artigo 194 da constituição de 1988 os princípios da seguridade social
são:
I - universalidade da cobertura e do atendimento – que se traduz na capacidade de
alcançar todos os riscos sociais que possam gerar estado de necessidade e na
capacidade de atender a todos os que necessitem do sistema de seguridade social; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais – que se traduz no tratamento isonômico entre as populações urbanas e rurais
quanto às prestações da seguridade social; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços – que se
traduz na escolha dos benefícios e serviços integrantes da seguridade social, bem
como aos critérios de acesso à proteção social; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios – que se traduz por impedimento de
redução no valor nominal dos benefícios da seguridade social ou de seu poder de
compra em relação à inflação; 
V - equidade na forma de participação no custeio - que se traduz pela observância
da capacidade econômica do contribuinte; 
VI - diversidade da base de financiamento – que se traduz por uma participação de
toda a sociedade, seja de forma direta ou indireta, nos termos da lei.
ASPECTOS HISTÓRICOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
Inicialmente foram implantados sistemas análogos a um sistema
previdenciário, beneficiando determinados setores, os quais gozavam de
importância política: funcionários dos correios, das estradas de ferro, da marinha, da
casa da moeda, da alfândega etc. Da obrigatoriedade de indenizar contra acidentes
de trabalho às Caixas de Aposentadorias de Pensões – CAPs até a implantação de
um sistema de seguridade social financiado por toda a sociedade e com objetivo de
proteção relativa a situações de doença, velhice e pobreza, o Brasil, há mais de dois
séculos, ainda nos tempos do governo imperial construiu um sistema inclusivo o
qual, na maior parte de sua história ampliou o acesso às prestações para cobertura
de eventos relacionados a necessidade sociais. Se houve época em que o Brasil
chegou a ser considerado o país mais inclusivo em sistemas de proteção social, nos
anos recentes, contudo, esse viés tem se modificado. Sucessivas reformas no
sistema impuseram limite máximo ao valor das prestações, desestimularam a busca
pelos benefícios, reduziram o valor inicial dos mesmos e o tempo de duração, além
aumentarem os limites mínimos de idade para acesso.
Desde a promulgação da constituição de 1988 já foram feitas sete reformas
previdenciárias de considerável magnitude:
a) durante o Governo Itamar Franco, em 1993, foi aprovada a Emenda
Constitucional 03, voltada basicamente para os servidores públicos estabeleceu que
as aposentadorias e pensões passariam a ser custeadas também pelas
contribuições dos próprios servidores, além das da União;
b) no Governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, foi aprovada a Emenda
Constitucional 30, com alterações nos sistemas de previdência de servidores
públicos e de trabalhadores da iniciativa privada, estabelecendo elevação de idades
e de valores de contribuição para acesso aos benefícios;
c) Nos anos 2003 e 2005, durante o Governo Lula, foram aprovadas as Emendas
Constitucionais 41 e 47, estabelecendo valor médio paras as aposentadorias e
pensões de servidores públicos e a contribuição previdenciária para aposentados.
Os trabalhadores de baixa renda passaram a ter a possibilidade de inclusão no
sistema com alíquotas reduzidas;
d) durante o Governo Dilma Rousseff foram aprovadas as Emendas Constitucionais
70/2012 e 88/2015, alterando a forma de cálculos das aposentadorias por invalidez
no serviço público para média das contribuições e elevando a idade da
aposentadoria compulsória de 70 para 75 anos de idade;
e) em 2019, durante o Governo Bolsonaro, foi aprova da Emenda Constitucional
103, estabelecendo aumento nos limites de idade e de tempo de contribuição para
acesso às aposentadorias do RGPS, mudanças na forma de cálculo dos valores
iniciais dos benefícios e nos tempos de duração da pensão por morte.
 A PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
A seguridade social no Brasil iniciou-se de forma privada e para uns poucos
grupos de trabalhadores. Mais de um século depois das primeiras iniciativas
voltadas para a seguridade social é tem início o efetivo engajamento do Estado na
questão e começa então a se formar um sistema de previdência social, também para
uns poucos grupos de trabalhadores, conforme visto nos itens anteriores. Aos
poucos foram sendo feitas ampliações na cobertura previdenciária de forma que,
apenas a partir da constituição de 1946 é que verificar verdadeira maturidade do
sistema.
Em 1543 foi criado por Braz Cubas um plano de pensão para os empregados
da Santa Casa de Santos. Tal iniciativa de estendeu-se posteriormente às Santas
Casas do Rio de Janeiro e Salvador, bem como os empregados das Ordens
Terceiras.
Em 1793 é aprovado pelo Príncipe Regente Dom João VI o plano para os
oficiais da marinha, que assegurava pensão às viúvas. O custeio era equivalente a
um dia de vencimento e assim vigorou por mais de cem anos. 
Em 1821 Dom Pedro de Alcântara concede o direito de aposentadoria aos
mestres professores após trinta anos de serviço, e ainda o abono de ¼ aos que
continuassem trabalhando. 
Em 1824 surge a primeira menção a direitos sociais nas constituições
brasileiras com os chamados socorros públicos, os quais, depois de vários anos
ainda não tinha efetividade. Ato Adicional de 1834 estipulava competência às
Assembleias Legislativas para legislar sobre os socorros públicos. Em 1835 surge o
Montepio Geral dos Servidores do Estado, em que várias pessoas se associavam de
forma mutualista para a cobertura de vários riscos.
Em 1850 o Código Comercial previu a não interrupção dos salários em virtude
de acidentes imprevistos e inculpados, contando que a inabilitação não passasse de
três meses contínuos.
Em 1891 surge a primeira menção constitucional a aposentadoria, ainda que
apenas para servidores públicos e por invalidez no serviço da nação. É no contexto
dessa constituição verdadeiramente inicia-se o sistema de previdência do Brasil com
a Lei Eloy Chaves, de 1923, que estabeleceu o direito de aposentadorias e pensões
aos ferroviários através do custeio pelos empregados, empregadores e pelo Estado.
Em 1926 os direitos da Lei Eloy Chaves foram estendidos aos portuários e
marítimos e em 1928 aos telegráficos e radiotelegráficos. 
Em 1934 a constituição estabelece que é da União a competência para fixar
regras sobre a assistência social, fixa a forma tríplice de custeio e a contribuição
obrigatória. 
Em 1946 se coloca pela primeira vez o termo “previdência social” numa
constituição. É a partir dessa constituição que se inicia a sistematizaçãoconstitucional da matéria previdenciária com fusão das CAPs dos ferroviários e dos
servidores públicos, a uniformização de regras e a criação de regimes próprios para
os servidores da União, dos Estados, dos Municípios e dos Territórios. Surgem o
auxílio-funeral, o auxílio-natalidade e o auxílio-reclusão e passam a ser segurados
todos os que exercem atividade remunerada, além dos trabalhadores domésticos e
rurais. 
Em 1967 a nova constituição não inovou, mas foi na vigência da mesma que
se deu o status de ministério à previdenciária social com a fusão da mesma ao
ministério do trabalho, surgindo assim o Ministério do Trabalho e Previdência Social
– MTPS. Criou-se ainda Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, o Instituto
Nacional de Assistência Médica e Previdência Social – INAMPS, o Instituto de
Administração Financeira da Previdência Social – IAPAS, a Fundação Legião
Brasileira de Assistência – LBA e a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor –
FUNABEM e a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social –
DATAPREV e a Central de Medicamentos – CEME. Estes órgãos formavam o
chamado Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS.
Em 1988 consolida-se na constituição a ideia de Previdência Social como
espécie do gênero Seguridade Social. Surgem então leis específicas sobre o custeio
e o plano de benefícios da previdência e da assistência social. É criado em 1990 o
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS mediante fusão do IAPAS com o INPS. O
fator previdenciário é instituído em 1999 com uma fórmula matemática que leva em
conta os anos de contribuição, a idade e a expectativa de vida para cálculo dos
benefícios previdenciários. Em 2015 é instituído o fator 85/95 garantindo critérios de
aposentadoria sem aplicação do fator previdenciário e em 2019, com a aprovação
da Emenda Constitucional 103, surgem novas regras de acesso aos benefícios que,
basicamente, exigem mais tempo de contribuição e maior idade para a
aposentadoria e permitem cálculo que reduz o valor inicial das mesmas, além de
mudar as regras de acesso à pensão por morte visando diminuir o valor dos
benefícios, a permanência de pagamento da mesma e a impossibilidade de
acumulação com aposentadoria em determinados casos.
Diante das mudanças demográficas ocorridas no país e tendo em vista o
crescente deficit do sistema previdenciário brasileiro, muitos especialistas defendem
que as reformas são necessárias para garantir a sustentabilidade do mesmo. Outros
defendem que as constantes retiradas de direitos prejudicam aqueles que
dependem do sistema ao diminuir a proteção social. Contudo, é perceptível que
desde a promulgação da constituição de 1988, em todos os governos,
independentemente de seus vieses político-ideológico, predominaram as reformas
para redução de despesas no sistema.
Princípios Gerais da Previdência Social
I – Princípio da Igualdade, fundamentado no inciso I do artigo 5o da
Constituição de 1988, em virtude da defesa da igualdade entre homens e mulheres
perante a lei;
II – Princípio da Legalidade, fundamentado no inciso II do mesmo artigo 5o,
em virtude de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa,
senão em virtude de lei;
III – Princípio do Direito Adquirido, fundamentado ainda no artigo 5o da CF
1988 em seu inciso XXXVI, qual estabelece que a lei não prejudicará direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
Princípios Informadores da Previdência Social;
Visando alcança a proteção de todos aqueles que participam do sistema de
previdência social, a Constituição de 1988 estabelece objetivos a serem perseguidos
pelo referido sistema. São os chamados Princípios Informadores da Previdência,
quais sejam:
I – Princípio da solidariedade e proteção social, tendo em vista o disposto no artigo
1o o qual estabelece a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, que
busque a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das
desigualdades sociais e regionais, e ainda, a promoção do bem de todos,
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação;
II – Princípio da seguridade social, baseado no fato de que a previdência
social tem caráter contributivo, sendo esta uma particularidade que a
diferencia dos outros subsistemas da seguridade social – assistência social
e saúde pública;
III – Princípios previdenciários, tendo em vista que a previdência Social tem
princípios específicos que lhe tornam particular como integrante da
seguridade social. Por exemplo: uniformidade, equivalência dos benefícios
entre as populações urbana e rural, seletividade, distributividade,
irredutibilidade no valor dos benefícios, caráter democrático da gestão,
regras de cálculos no valor inicial dos benefícios, obrigatoriedade de
participação;
IV – Princípio da universalidade de participação, tendo em vista que o
sistema de previdência é de contribuição obrigatória para todas as
pessoas que exercem alguma atividade remunerada ou da qual venham
obter lucro e que também é permitida a participação de pessoas que não
estejam nessa condição, mas queiram contribuir facultativamente;
V – Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios às populações
urbanas e rurais, tendo em vista a pretensão de combater a histórica
diferenciação imposta às populações rurais pelo legislador brasileiro no
tocante à previdência social;
VI – Princípio da seletividade e distributividade, tendo em vista as
necessidades de adequação dos benefícios às reais necessidades dos
participantes do sistema de previdência e ainda a possibilidade de o
participante ser alcançado por todos os benefícios ofertados pelo sistema;
VII – Princípio da renda mensal dos benefícios não inferior ao salário
mínimo, visto que as prestações do sistema de previdência pretendem
substituir a renda do trabalho e que este deve ser remunerado com pelo
menos um salário mínimo;
VIII – Princípio do financiamento e custeio, tendo em vista que as
chamadas contribuições sociais para suporte e financiamento da
seguridade social estão são referidas no texto constitucional de forma
precisa quanto às fontes de arrecadação e aos contribuintes;
XI – Princípio da diversidade na base de financiamento, tendo em vista que
a seguridade social deve ter sua base de financiamento lastreada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, a fim de garantir a manutenção e
expansão da seguridade social;
XII – Princípio da equidade na participação no custeio, tendo em vista que
os diferentes participantes, entes estatais, pessoas jurídicas e cidadãos,
têm diferentes capacidades contributivas, é razoável a arrecadação
considera as diferenças de poder de contribuição nas diretrizes de custeio
da seguridade social;
XIII – Princípio da contrapartida, tendo em vista o nexo entre a prestação
de benefícios e a contribuição.
CONCLUSÃO.
As transformações tecnológicas e as forças da natureza costumam provocar
significativas mudanças nas sociedades. Principalmente nesses últimos duzentos
anos de convivência com o modo de produção capitalista industrializado que
diversos países têm sido forçados a decisões difíceis em função das constantes
crises econômicas que assolam a geração de empregos, o poder de compra das
pessoas e, em alguns casos, até mesmo a capacidade de subsistência das
populações. Em contextos assim, de escassez de recursos ampliação das
necessidades é que a seguridade social se torna essencial para a manutenção da
sociedade e para a sobrevivência das pessoas. No caso brasileiro, percebe-se que
inicialmente houve uma expansão das coberturas assistenciais e previdenciárias,
principalmentea partir da década de 1950. Contudo, a partir dos anos 1990 se fez
cada vez mais urgente adotar mudanças ou reformas no sistema de seguridade
social para que o mesmo possa continuar atuando, assistindo as pessoas nos
momentos de dificuldade social. Assim sucessivas reformas foram feitas, as quais
têm atingido principalmente o sistema de previdência social dos trabalhadores da
iniciativa privada e até mesmo do serviço público, seja com redução no valor dos
benefícios pagos aos segurados e seus dependentes, seja pela exigência de mais
tempo de contribuição ao sistema ou mesmo de elevação nas taxas de contribuição,
ou mesmo pela postergação do direito de acesso às aposentadorias com a
manutenção das pessoas por mais tempo no mercado de trabalho. As sociedades
são dinâmicas e essas mudanças precisam ser observadas pelo sistema de
seguridade social, a fim de que o mesmo possa continuar a cumprir com seu
brilhante papel de assistir às pessoas nos momentos mais difíceis de suas vidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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constituições brasileiras. 
Disponível:<http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/39911/evolucao-
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maio de 2021.
JUSBRASIL. Origem e evolução da Seguridade Social no Brasil. Disponível:
<https://professorceliocruz.jusbrasil.com.br/artigos/217784909/origem-e-evolucao-
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( DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891)Disponível:
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1919-571001-publicacaooriginal-94096-pl.html> Acesso em: 27 de maio de 2021.
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<https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-previdenciario/principios-
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JUS. Os atuais princípios da seguridade social. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/58646/os-atuais-principios-da-seguridade-social> Acesso
em: 27 de maio de 2021.
	Princípios Constitucionais da Seguridade Social
	Princípios Gerais da Previdência Social
	Referências Bibliográficas

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