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SOLUÇÃO DE CONFLITOS JURÍDICOS Martha Luciana Scholze Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar um conflito. Explicar as modernas teorias do conflito. Analisar os reflexos das teorias do conflito diante da conciliação. Introdução A palavra conflito traz muitas definições e, com isso, muitas teorias. A definição de conflito abrange desde uma guerra que mata vários civis, uma briga pela guarda de um filho, até um conflito interno, de consciência, um conflito psicológico. Estudiosos procuram dividir os conflitos em teorias, para que possam ser melhor estudados. Diferentes elementos constituem um conflito, e pode acontecer de um fato que gera conflito em uma determinada sociedade ser considerado absolutamente normal em outra sociedade. Neste capítulo, você vai estudar os elementos constitutivos e as mo- dernas teorias do conflito e vai analisar os reflexos das teorias diante da conciliação. Definição de conflito A noção de confl ito não é unânime. Originada no latim, a palavra confl ito tem como raiz etimológica a ideia de choque, de contrapor ideias, palavras, ideologias, valores ou armas. Defi nir a palavra confl ito é uma tarefa árdua, composta de diversas variantes: um confl ito pode ser social, político, familiar, interno, externo, entre pessoas, entre nações, étnico, religioso ou, ainda, um confl ito de valores. C04_Modernas_teoria_conflito.indd 1 27/06/2018 17:15:37 Em uma determinada comunidade, explode uma bomba matando dezenas de civis. Em outra sociedade, um casal litiga judicialmente pela guarda de um filho. Não longe dali, pais e filhos conflitam por ideias e valores. Na fábrica, patrões e empregados discutem condições de trabalho e aumento salarial. Ao mesmo tempo, uma pessoa solitária vive, internamente, um conflito de consciência. Assim, para que haja conflito é preciso, em primeiro lugar, que as forças confrontantes sejam dinâmicas, contendo em si próprias o sentido da ação, reagindo sobre as outras. Pode-se dizer que o conflito também consiste em um enfrentamento entre dois seres ou grupos da mesma espécie, que manifestam, uns a respeito dos outros, uma intenção, geralmente relacionada a um direito. Para buscar ou manter esse direito, muitas vezes esses indivíduos lançam mão da violência, o que pode resultar no aniquilamento de um dos conflitantes. O conflito trata de romper a resistência do outro, pois consiste no confronto de duas vontades, quando uma busca a dominar a outra, com a expectativa de lhe impor a sua solução. Essa tentativa de dominação pode se concretizar por meio da vio- lência direta ou indireta, por meio da ameaça física ou psicológica. No final, o desenrolar pode ser o reconhecimento da vitória de um sobre a derrota do outro. Assim, o conflito é uma maneira de ter razão, independentemente dos argumentos racionais. O conflito é um procedimento contencioso no qual os antagonistas se tratam como adversários ou inimigos. Para Morais e Spengler (2018), a teoria do conflito possui três pressupostos fundamentais e interconexos: posse individual de interesses de base, que cada um procura realizar e que são peculiares a cada sociedade; necessária ênfase sobre o poder como núcleo das estruturas e relações sociais e na luta para obtê-lo; ideias e valores utilizados pelos mais diversos grupos sociais como instrumentos para definir a sua identidade e os seus objetivos, o que vai desembocar na discussão da raiz identitária do conflito. Estar em conflito é apenas uma das possíveis formas de interação; ou- tra forma é a cooperação. Os conflitos podem acontecer entre indivíduos, grupos, organizações, etc. Existem, então, diversos níveis nos quais podem ser situados, de modo que seria possível centrar a atenção somente sobre os conflitos de classe, esquecendo dos conflitos étnicos, ou ainda, centrar apenas nos conflitos internacionais, esquecendo os conflitos políticos internos dos Estados e as guerras civis. Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória2 C04_Modernas_teoria_conflito.indd 2 27/06/2018 17:15:37 Como meio de medir forças e demonstrar poder, o conflito pode se trans- formar em disputa. Uma disputa é um conflito interpessoal que é comunicado ou manifestado. Um conflito não se transforma em disputa a não ser que seja comunicado a alguém, na forma de incompatibilidade ou contestação. Con- flitos aparecem quando as pessoas definem a sua posição, quando reagem e correspondem a infrações nos seus relacionamentos ou nas organizações, ou quando líderes expressam ofensas de forma pública ou privada. É importante fazer a diferenciação de disputa e conflito. Enquanto somente conflito, a incompatibilidade de interesses pode permanecer indefinidamente não iden- tificada por terceiros e sem efeitos aparentes. Enquanto disputa, o conflito ocasiona comportamentos relacionados à obrigação. A disputa, seja ela a respeito de fatos, de dinheiro ou de uma compra em um leilão, não é mais do que duas posturas em desacordo, mas de forma ordenada, já que cada um defende a sua posição. A disputa pode ocultar um conflito, mas diferente dele, não é caótica. A disputa pode ser a via para resol- ver o conflito, mas nem toda resolução de disputa acaba com o conflito, que permanece contido, do mesmo modo que nem toda disputa traduz um conflito. No mesmo sentido, os termos conflito e competição são empregados muitas vezes como sinônimos, o que pode provocar confusão. Muito embora a competição seja fonte e possa provocar conflito, nem todos os conflitos refletem a competição. O objetivo pelo qual a competição se dá em uma sociedade sempre é, presumivelmente, a favor de uma pessoa ou de terceiros. Nesses termos, cada uma das partes concorrentes tenta aproximar-se ao má- ximo daquele terceiro. A principal característica sociológica da competição é o fato de o conflito ser indireto. Quando alguém se livra de um adversário ou o prejudica diretamente, não está competindo com ele. Antes de tudo, a forma pura da luta competitiva não é ofensiva e defensiva, pela razão de que o prêmio da disputa não está em mãos de nenhum dos adversários. Algumas dúvidas que se instalam são: o conflito sempre é negativo? Ele pode ser considerado positivo? O conflito é uma patologia que acontece quando os papeis sociais não são desenvolvidos de forma adequada ou é um fenômeno fisiológico de desenvolvimento? O conflito possui, afinal, importância social? Em resumo, o conflito é inevitável e salutar, especialmente se queremos chamar a sociedade na qual ele se insere de democrática. O importante é encontrar meios autônomos de manejá-lo, fugindo da ideia de que seja um fenômeno patológico e encarando-o como um fato, um evento fisiológico importante, positivo ou negativo, conforme os valores inseridos no contexto social analisado. Uma sociedade sem conflitos é estática. 3Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória C04_Modernas_teoria_conflito.indd 3 27/06/2018 17:15:37 Nem todo conflito é igual e nem todo conflito deve ser abordado da mesma forma. Por essa razão é preciso saber como e quando usar cada ferramenta, como negociação, poder, litígio, arbitragem, ouvidoria, conciliação, e diversas outras ferramentas dispo- níveis. O desafio está em saber o que aplicar em cada ocasião, procurando escolher e aplicar as técnicas de forma inteligente. Modernas teorias do conflito Há grande diversidade de teorias, escolas e pensadores que se distinguiram na condução do tema sobre as modernas teorias do confl ito, mas, de uma forma mais abrangente, podemos dividi-los, em dois grandes grupos: o condutismo (behaviorismo ou culturalismo) e a teoria macro (teoria clássica). Os condutistas se detêm no estudo da psicologia da conduta, realizando a análise primária do comportamento individual em sobreposiçãoà do conflito. Tal corrente se baseia na aprendizagem por condicionamento e na influência do ambiente no qual o sujeito está inserido. Os condutistas privilegiam a observação do comportamento e defendem a não consideração de elementos da ordem psicanalítica ou hereditária relacionados ao consciente — processos mentais ou biológicos —, não porque não existam, mas por serem pertinentes apenas ao campo da individualidade de cada ser humano. Para os condutistas, o conflito nada mais é do que um desdobramento do comportamento humano. O behaviorismo valoriza o papel do estímulo em determinada situação. O conjunto de respostas a determinado estímulo em uma situação específica é chamado de comportamento. O cerne dessa corrente não se situa na ordem propriamente psíquica, mas, sim, nos reforços dados aos indivíduos. Os defensores da teoria macro, por outro lado, atraem para o centro de sua análise o relacionamento entre os indivíduos e as influências destes na eclosão de conflitos e sua consequente resolução, aliados aos mais diversos fatores exógenos ou endógenos do conflito, não se tratando de um elemento meramente compor- tamental, como defendem os condutistas. Portanto, as variáveis sociais e outras que envolvam a aplicação da noção de ator racional são estudadas pelos clássicos, envolvendo não somente inflexões comportamentais, mas também a interpretação de conceitos de negociação e oportunidade para a tomada de decisões. Para entender a teoria de aprendizagem de Skinner, uma vertente do condutismo, verifica-se o seguinte exemplo: suponha-se uma lide entre o autor Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória4 C04_Modernas_teoria_conflito.indd 4 27/06/2018 17:15:37 A e o réu B, que tenha por objeto a discussão sobre a demarcação de um imóvel rural com 10 hectares, adquirido mediante a herança do genitor de A. O réu B alega que adquiriu dois hectares do bem quando o seu proprietário ainda era vivo, mediante compra e venda sem contrato formal, mas operacionalizada mediante a posse. Sabe-se que A pertence à família nos moldes tradicionais, religiosa e de nome. Com a deflagração do conflito e até o momento da audiência judicial de conciliação, B insiste em inserir um estímulo em A, alegando que a sua família “não tem palavra”. Nos termos da teoria comportamentalista, como A está inserido num meio cujo condicionamento é o de se manter uma posição defensiva em relação aos membros da família, é natural que um estímulo de agressão a esse valor repercuta negativamente e induza A a um conjunto de reações comportamentais que o façam resistir a B. Esse comportamento pode incluir a dificuldade em se praticar uma postura dialógica de compor o conflito. Cabe ao magistrado identificar esse elemento e expurgá-lo na medida do possível, visando remover os obstáculos para a pacificação do conflito. É importante mencionar que um dos principais fundamentos modernos para os conflitos é a teoria dos jogos. Embora tenha a sua origem em um dos ramos da matemática, após a Primeira Guerra Mundial (1944), e tenha sido concebida para análises econômicas, a teoria dos jogos é aplicada abundante- mente nos campos da administração, da economia, da matemática, das ciências políticas, do jornalismo e da filosofia. Para a referida teoria, a definição de conflito complementa aquela proposta por Deutsch (1973), segundo a qual a chave do conflito é a incompatibilidade entre atividades e foge às perspectivas tradicionais de abordagem do conflito como disputa pelo poder e pela riqueza. Os conflitos podem ter resultados positivos ou negativos, que dependem de diversos fatores, desde o motivo do conflito até mesmo a forma como foi tratado. Nos conflitos nas organizações, podemos citar como efeitos positivos o despertar de sentimentos e a renovação da energia do grupo, fazendo com que muitas vezes a equipe busque meios mais eficazes de realizar tarefas e soluções criativas e inovadoras. Como efeitos negativos, podemos citar as consequências indesejáveis para o bom funcionamento da organização, como sentimentos de frustação, hostilidade e tensão, que prejudi- cam tanto o desempenho das tarefas como o bem-estar das pessoas. Geralmente é desperdiçada muita energia na resolução de conflitos, que poderia ser direcionada para o trabalho, e podem surgir comportamentos que prejudicam a cooperação e o relacionamento entre as pessoas do grupo. 5Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória C04_Modernas_teoria_conflito.indd 5 27/06/2018 17:15:37 Reflexos das teorias do conflito na conciliação Entre os meios extrajudiciais de solução de confl itos (MESCs), os mais usuais e conhecidos são a arbitragem, a conciliação, a negociação e a mediação. Na arbitragem, enquanto instrumento de heterocomposição, aparece a figura de um terceiro, ou colegiado, com a atribuição de decidir o litígio que a ele foi submetido pela vontade das partes. Dessa forma, a arbitragem se caracteriza, ainda, como um método adversarial, no sentido de que a posição de uma das partes se contrapõe à da outra, outorgando-se autoridade ao árbitro para solucionar a questão. A decisão do árbitro se impõe às partes, tal qual uma sentença judicial; a diferença é que não foi proferida por um integrante do Poder Judiciário. Nesse contexto, a eleição desse instituto e de uma série de regras a ele pertinentes será consensual, mas a resolução do conflito pelo terceiro se torna obrigatória às partes, mesmo contrariando a sua vontade ou pretensão. A participação das partes, nesse instrumento, se volta à formulação de pretensões e ao fornecimento de elementos que contribuam com o árbitro para que este venha a decidir o litígio. Já na negociação, conciliação e mediação, a solução da divergência é buscada pelos próprios envolvidos, de forma consensual, não imposta. Anda-se pela trilha da autocomposição, no espaço de liberdade de escolha e decisão quanto à solução a ser dada ao conflito. O terceiro, quando aqui aparece, funciona como um intermediário ou facilitador da aproximação e da comunicação entre as partes, instigando a reflexão de cada qual sobre o conflito, a sua origem e as suas repercussões, para que as partes, voluntaria- mente, cheguem a um consenso ou ao reequilíbrio da relação. A negociação é rotineiramente utilizada para a contratação (formação da relação jurídica) e praticamente integra a natureza humana, mas também pode ser aproveitada para a solução de divergências. Diferentemente da negociação, a mediação e a conciliação pressupõem a intervenção de um terceiro imparcial, para facilitar a composição entre os interessados. O terceiro aqui aparece para ajudar as partes a encontrar a melhor solução para o conflito. Embora com passagem obrigatória pela análise do conflito, o foco principal na conciliação é a solução do problema. A meta é alcançar um acordo razoável às partes. Para Cahali (2017), o con- ciliador, seja juiz ou não, fica na superfície do conflito, sem adentrar nas relações intersubjetivas, nos fatores que desencadearam o litígio, focando mais as vantagens de um acordo em que cada um cede um pouco para sair do problema. Não existe a preocupação de aprofundar-se nas questões subjetivas e emocionais e nos fatores que desencadearam o conflito, pois Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória6 C04_Modernas_teoria_conflito.indd 6 27/06/2018 17:15:37 isso demandaria sair da esfera da dogmática jurídica e dos limites objetivos da controvérsia. Esse método é mais adequado para a solução de conflitos objetivos, nos quais as partes não tiveram convivência ou vínculo pessoal anterior, cujo encerramento se pretende. O conflito é circunstancial, sem perspectiva de gerar ou restabelecer uma relação continuada envolvendo as partes. A criatividade deve ser um dos principais atributos do conciliador. Dele, espera-se talento na condução das tratativas e na oferta de diversas opções decomposição equilibrada, para as partes escolherem. Um exemplo são as situações de acidentes de trânsito com danos materiais, em que as partes apresentam orçamentos para reparos dos veículos e conciliam o que fica melhor para ambas — cada uma cede um pouco e se chega à resolução do conflito existente. Historicamente, a conciliação tem intimidade com o Judiciário, verificada a sua incidência no curso do processo, por iniciativa do próprio magistrado, diante de determinação legal para se tentar conciliar as partes, com previsão, inclusive, de audiência. Ganha cada vez mais espaço a utilização desse meio alternativo de solução de conflito extrajudicialmente, por meio de profissionais independentes ou instituições próprias. Exemplos usuais de situações em que a conciliação é recomendada incluem: acidentes de trânsito; responsabilidade civil em geral; divergências comerciais entre consumidor e fornecedor do produto, entre clientes e prestadores de serviços, etc. 7Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória C04_Modernas_teoria_conflito.indd 7 27/06/2018 17:15:37 O tema das modernas teorias do conflito pode ser encon- trado em livros, filmes e trabalhos científicos. A dica é o filme Beleza Americana, do ano de 1999. Analisando-o pelo viés moderno da teoria dos confli- tos, é possível identificar a desconstrução de vários preceitos norteadores da cultura e dos valores morais norte-americanos. Uma leitura que nos apresenta as teorias dos conflitos é intitulada As teorias do conflito: contribuições doutrinárias para uma solução pacífica dos litígios e promoção da cultura da consensualidade, de Humberto Lima de Lucena Filho, disponível no link abaixo ou código ao lado: https://goo.gl/7zN4Lp 1. Palavras de ordem, símbolos, propaganda, atos públicos, vandalismo e violência são manifestações de hostilidade frequentes contra estrangeiros na Europa. Os países onde mais intensamente têm ocorrido esses fatos são Alemanha, França, Inglaterra, Bélgica e Suíça. Sobre a afirmação acima é correto dizer que: a) trata-se de um conflito étnico, que para a teoria do conflito é uma forma de manifestação de vontade, de cultura e de raça. b) trata-se de casos isolados de preconceito contra estrangeiros. c) são manifestações pontuais que ocorreram na Europa em determinado momento da economia. d) trata-se de brigas internas entre países que buscam defender a sua economia. e) são atos que acontecem no mundo inteiro, não apenas na Europa, visando à proteção de fronteiras. 2. No nosso estudo, percebemos que é difícil conceituar a palavra conflito. Sobre esse conceito, analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: I. O conflito pode se transformar em disputa, que é um conflito interpessoal comunicado ou manifestado. Um conflito não se transforma em disputa a não ser tenha a participação de alguém, na forma de incompatibilidade ou contestação. II. Conflito e competição podem sempre ser utilizados Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória8 C04_Modernas_teoria_conflito.indd 8 27/06/2018 17:15:39 como sinônimos. III. O conflito pode ser negativo ou positivo, e é importante para a sociedade que ele exista, visto que, por meio dele, as ideias podem ser discutidas e defendidas. a) Apenas a afirmativa I está correta. b) Apenas a afirmativa II está correta. c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. d) As afirmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão incorretas. 3. Com relação às teorias que estudam o conflito, a teoria condutista nos apresenta: a) a valorização do papel do estímulo em determinada situação. b) o relacionamento entre os indivíduos e as influências destes na eclosão de conflitos e sua consequente resolução. c) que o centro dessa corrente não se situa na ordem psíquica, mas, sim, nos reforços dados aos indivíduos. d) o conflito como sendo um desdobramento do comportamento humano. e) as variáveis sociais que envolvem a aplicação da noção de ator racional, que não envolve somente inflexões comportamentais. 4. No que diz respeito aos métodos alternativos de resolução de conflitos, podemos afirmar que: a) na arbitragem, a resolução do conflito pelo terceiro se torna obrigatória às partes, mesmo contrariando a sua vontade ou pretensão. b) na mediação, o terceiro envolvido deve proferir uma decisão conforme as provas que foram apresentadas pelas partes. c) na conciliação, além de resolver o conflito, também está em jogo aproximar as partes. d) na arbitragem, a sentença arbitral deve ser homologada pelo Poder Judiciário. e) na mediação, as partes devem apresentar provas do conflito, e é o juiz quem determinará a solução deste. 5. Sobre a conciliação, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. É mais adequada para a solução de conflitos objetivos, nos quais as partes não tiveram convivência ou vínculo pessoal anterior, em que se pretende a resolução do conflito. II. A solução da divergência é buscada pelos próprios envolvidos, de forma consensual, não sendo imposta pelo Poder Judiciário. III. O terceiro imparcial aparece para ajudar as partes a encontrarem a melhor solução ao conflito e alcançarem um acordo razoável. a) Apenas a afirmativa I está correta. b) Apenas a afirmativa II está correta. c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. d) As afirmativas I, II e III estão corretas. e) Todas as afirmativas estão incorretas. 9Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória C04_Modernas_teoria_conflito.indd 9 27/06/2018 17:15:40 CAHALI, F. J. Curso de arbitragem. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017. DEUTSCH, M. The resolution of conflict: constructive and destructive processes. New Haven and London: Yale University Press, 1973. MORAIS, J. B.; SPENGLER, F. M. Mediação e arbitragem: alternativas à jurisdição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2018. Leituras recomendadas ANDERY, F. R. O conflito como elemento constitutivo, estrutural e permanente no conceito do político de Carl Schmitt. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 16, n. 2787, 17 fev. 2011. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/18493/o-conflito-comoelemen- toconstitutivo-estrutural-e-permanente-no-conceito-do-politico-de-carl-schmitt>. Acesso em: 18 jun. 2018. LEITE, G. As modernas teorias do conflito e promoção da cultura da paz em face da contemporaneidade. Portal Jurídico Investidura, Florianópolis, 6 Jun. 2017. Disponível em: <investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/processocivil/335759-as-moder- nas-teorias-do-conflito-e-promocao-da-cultura-da-paz-em-face-da-contempora- neidade>. Acesso em: 18 jun. 2018. Modernas teorias do conflito e os seus reflexos na abordagem conciliatória10 C04_Modernas_teoria_conflito.indd 10 27/06/2018 17:15:40 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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