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MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE CONSTRUÇÃO Obras Rodoviárias I Data: 24/11/2020 Profº Douglas Couri Jr. Equipamentos em construções de grande porte Nas construções de grande porte, é muito importante avaliar os equipamentos que serão utilizados, necessitando dimensionar o rendimento deles, em relação ao custo e à equipe disponível. As máquinas, em geral podem ser divididos em duas categorias que trabalham em conjunto: Máquinas motrizes; Máquinas operatrizes. Máquinas Motrizes São as máquinas que servem como fonte de energia do equipamento; Podem ser mutáveis ou definitivas; O acionamento pode ser elétrico (no caso de equipamentos menores), mas geralmente trata-se de um motor a diesel; Quando móveis, são instaladas sobre rodas ou esteiras; Exemplo: tratores, compressores, geradores... Máquinas motrizes – Trator de Pneus Uma opção favorável quando: Topografia é favorável, sem muitos taludes, ou com taludes brandos; As condições de aderência e suporte do solo são boas, de modo que o equipamento não atole; O terreno pode sofrer as erosões que este equipamento causa com a passagem das rodas no mesmo local consecutivamente; Além disso, o trator sobre pneus possui um rendimento superior à opção de esteira. Máquinas motrizes – Trator de Esteira Uma opção favorável quando: Topografia é irregular, e é necessário fazer o transporte em fase anterior ou durante a terraplanagem; As condições de aderência e suporte do solo não são boas, pois a esteira distribui o peso do equipamento + carga sobre uma área maior; O terreno está aplainado e não pode ser erodido para que não prejudique o serviço já executado; A esteira porém rende menos que o trator sobre rodas, pois é mais difícil de manobrar. Máquinas motrizes – Rodas x Esteira Características Trator de Esteira Trator de Pneus Esforço Trator Elevado Limitado devido às condições de aderência Velocidade Baixa (< 12km/h) Alta (< 60km/h) Aderência Boa Limitada Flutuação Boa Regular a má Balanceamento Bom Bom Onde: Esforço trator: força máxima que a máquina pode exercer na barra de tração (esteira ou rodas motrizes) para rebocar ou empurrar as máquinas operatrizes / carregamentos de trabalho; Velocidade: velocidade máxima que a máquina consegue exercer em suas atividades; Aderência: capacidade que a máquina tem de se deslocar sobre uma superfície sem patinar (esteiras) ou atolar (rodas); Flutuação: tensão da máquina sobre o solo – capacidade que ela tem de se movimentar sem afundar no terreno; Balanceamento: é a distribuição do seu peso em torno de seu centro de gravidade em relação à altura da máquina, de modo que se o balanceamento for bom, menor é a chance da máquina tombar. Máquinas Operatrizes São as máquinas tracionadas, empurradas ou manobradas pelas unidades motrizes; Podem ser mutáveis ou definitivas; Podem ser trocadas dentro de uma mesma máquina motriz; Possui diversas funcionalidades, dependendo de cada serviço. Máquinas Operatrizes Máquinas operatrizes – Unidades escavo-empurradoras Conhecidos também como “Dozers”, são máquinas resultantes da união de uma unidade de uma unidade de tração (trator) e um elemento tipo lâmina, que pode ser reta ou angulável. Entre diversas funções, estas máquinas podem ser utilizadas para: Escavação em geral; Rebocar outras máquinas; Derrubar árvores; Abrir cortes tanto para terraplenar como para abrir caminho. Cálculo do rendimento de unidades escavo- empurradoras Pode ser avaliado a partir de uma seção transversal do monte de material que se acumula na frente da lâmina. Este material pode ser tido como um triângulo retângulo. Cálculo do volume de terra: 𝐿 . ℎ2 . 𝜇 𝑄 = 2 . tan 𝑎 Sendo: Q – capacidade da lâmina L – comprimento da lâmina; h – altura da lâmina; μ – fator de correção que depende do material a ser carregado (areia, cascalho e rocha, μ = 0,8; terra comum, μ = 1,0). Cálculo do rendimento: 𝑅 = 𝑄 . 𝑓 . 𝐸. 60 𝑇 Sendo: R – rendimento da máquina em (m3/h) L – comprimento da lâmina; E – fator de eficiência do trator (E = 0,8 – esteira / E = 0,7 - rodas); T – tempo que o equipamento leva para completar um ciclo; f – fator de correção dos volumes (empolamento). Tabelas: Taxa de empolamento: Inclinação do terreno: Exercício: Para o Dozer que consta em catálogo anexo, calcula a produção horária dele em terreno plano, e em seguida, a produção horária dele em um terreno em aclive de 15 %. Dados: Modelo do Dozer – D155AX-6 - KOMATSU® - Sobre rodas Distância entre o monte e o local de terrapleno: 160 metros; Velocidade média de ida – carregado – 7,5 km/h; Velocidade média de volta – descarregado - 9,2 km/h; Taxa de empolamento – 0,80 Material a ser carregado - solo Tempo fixo – obtido no local de trabalho – 0,50 minutos Para constar: RENDIMENTO = PRODUÇÃO HORÁRIA Máquinas operatrizes – Unidades escavo-carregadeiras As mais comuns são chamadas de “pás-carregadeiras”, “escavadeiras” e no caso de união de ambos, “retro-escavadeiras”. São máquinas projetadas para terraplenar e transportar o material até outro equipamento que possa fazer a descarga. Escavadeira: Lança: implemento que possibilita a escavadeira a realizar suas tarefas em outro plano. Lança com pá frontal (shovel): Para escavações de grande porte, passagem de canais, extração de minérios subsolos de edifícios e taludes. Lança com caçamba de arrasto (drag line): É formado por uma estrutura leve de treliça, com longo alcance. A caçamba, que geralmente é furada, é provida de dentes e aberturas na sua parte superior e na lateral voltada para a máquina onde se encontra sua parte cortante. Fica presa à lança por cabos isto lhe confere grande mobilidade, e faz com que a escavação ocorra quando é puxado na direção da máquina. Por permitirem que se escave a grandes distâncias (~ 20m). As escavadeiras quando equipadas com lanças deste tipo realizam: abertura de grandes valas sem escoramento, remoção de solos moles, restauração de calhas de canais de rios construídos por depósitos naturais ou artificiais; abertura de danais de drenagem; valetas; acabamento de taludes. Lança com mandíbulas (clamshell): Trata-se de uma caçamba que sobe e desce na vertical, realizando a escavação pela ação do seu peso próprio. Deve estar aberta ao final da descida e fechada no início da elevação. São utilizadas na abertura de valas cujas paredes devem ser contidas com escoramentos, desde que esteja convenientemente espaçada e dentre o pequeno alcance da máquina, inclusive abaixo do seu nível. Cálculo do rendimento de unidades escavo-carregadoras Cálculo do volume de produção: 𝐶 𝑄 = 𝑡𝑐 Sendo: Q – volume de produção em m3 por s; C – capacidade da caçamba em m3; tc – templo de ciclo do equipamento, em segundos. Cálculo do rendimento: 𝑅 = 3600 . 𝐶 . 𝑓 . 𝐸 . 𝐾 𝑡𝑐 Sendo: R – rendimento da máquina em (m3/h); C – capacidade da caçamba em m3 (fornecedor informa); K – fator de eficiência da caçamba pelo solo (tabela); E – eficiência da escavação (usualmente E = 0,5); tc – templo de ciclo do equipamento, em segundos. f – fator de correção dos volumes (empolamento). IMPORTANTE: o dimensionamento do rendimento das escavadeiras são semelhantes às pás-carregadeiras (mesmo procedimento)!!! O método deste slide se aplica apenas para shovel, clamshell e drag line. Tabelas: Eficiência da caçamba: Tempo de ciclo do shovel: Observações: Para cada acréscimo de giro de 10, somam-se 2 segundos, ao tempo de ciclo e para cada decréscimo de 10, subtraem-se 2 segundos; Se o volume da caçamba estiver entre os volumes da tabela, adota-se o tempo de ciclo correspondente ao volume mais próximo daquele do implemento em questão, para o giro de 90°. Exercício: Para o Shovel que consta em catálogo anexo, (ilustrativo) calcular a produção horária dele. Dados: Modelo do Shovel – 6020B - CAT® - Sobre esteira – Shovel de 3,00 m3; Giro necessário – 120 graus; Taxa de empolamento – 0,90; Material a ser carregado – solo de argila úmida.Máquinas operatrizes – Unidades de transporte São projetados para transportas o material escavado em grandes distâncias (acima de 1km). Caminhão basculante: Unidade resultante do chassi de um caminhão ligeiramente alterado ao qual se aplica uma carroceria de chapas (básculas). Na prática, a báscula é conhecida por caçamba. Os basculantes têm capacidade, que em sua grande maioria, entre 4 e 6m³. Caminhão Off-road: São caminhões especialmente fabricados para o serviço de terraplenagem pesada ou mineração. São feitos para trabalhar (carga e descarga) de forma semelhante ao basculante comum. Sua constituição traz limitações de mobilidade, vazão porque estas unidades, até de 100 t, geralmente são mantidos dentro do canteiro de obras. Capacidade sempre superior a 10m³. Dumpers: São destinados ao transporte de material em blocos de volume ponderável, com capacidade maior que à dos basculantes comuns. Podem ser de pequeno porte, ou de grande porte (muito grande mesmo...) Reboques transportadores: São unidades adaptadas a transporte de equipamentos especiais. Podem ser contínuos ou articulados (quando o material é capaz de auto sustentar-se). Cálculo do rendimento de unidades transportadoras Cálculo do volume de produção: 𝑅 = 60 . 𝐶 . 𝐸 𝑡𝑐 Sendo: Q – volume de produção em m3/h; E – eficiência, que deve ser igual ao da máquina escavadeira; C – capacidade da caçamba em m3; tc – templo de ciclo em minutos. 𝑐 𝑝𝑑𝑝 𝑉1 𝑉2 𝑡 = 𝑑 . 0,06 + 𝑡 + 𝑑 . 0,06 Sendo: d – distância média de transporte em m; V1 – Velocidade de ida carregado (km/h); V2 – Velocidade de volta descarregado (km/h); tpdp – Tempo para parada, descarga e partida (min); Tabelas: Tempos de parada, descarga e partida: Velocidade média de trabalho: Exercício: Quanto tempo 3 caminhões devem levar para transportar 2000 m3? Dados: Distância entre o local de carga e o bota-fora – 7,5 km; Estrada a ser percorrida – de terra; Eficiência – 0,5 (caminhão abastecido por escavadeira tipo shovel); Capacidade da caçamba – 6,0 m3 (para os 3 caminhões). Unidades Escavo-Transportadoras São equipamentos projetados para aprofundar os cortes iniciados pelos Dozers e executar as operações de escavação, transporte e descarga em materiais de consistência média (arenosos ou arenoso-siltosos) transportados a distâncias médias (entre 100 e 1000 m). São utilizados também para o preparo de leito e subleito em estradas, pois não possuem precisão de altura para o corte. Tipos: Scraper rebocado: Consiste numa caçamba que se apoia sobre dois eixos com pneumático. Motoscraper : São formados por uma caçamba que se apóia sobre um eixo em sua parte traseira e sobre um rebocador em sua parte dianteira. Máquinas operatrizes – Unidades aplainadoras Conhecidos também como “moto-niveladores”, são máquinas projetadas para o serviço de acabamento, tombamento e espalhamento de um modo geral, conformando o terreno com cotas e greides finais do projeto geométrico de estradas, principalmente. São conhecidas no campo com o nome de motoniveladoras. Tem como principais características: Grande mobilidade da lâmina de corte; Alta precisão nos cortes; Capacidade para grandes deslocamentos para obras lineares. Aplainadora: Patrol: Cálculo do rendimento de unidades aplainadoras Cálculo do rendimento: 𝑇 = 𝑃 . 𝑑𝑚 𝑉 . 𝐸 Sendo: T – tempo de a máquina leva para executar o serviço (em s); P – número de passadas sobre a faixa para completar a operação; dm – extensão de cada passada (em m); V – velocidade da máquina em cada passada (em m/s); E – fator de eficiência (geralmente, E=0,6). Máquinas operatrizes – Unidades compactadoras Simplesmente são utilizadas para compactar o solo. Rolo pé-de-carneiro: É um tambor metálico com protuberâncias (patas) solidarizadas, em forma tronco-cônica e com altura de aproximadamente de 20 cm. Podem ser auto propulsivos ou arrastados por trator. É indicado na compactação de outros tipos de solo que não a areia e promove um grande entrosamento entre as camadas compactadas. A camada compactada possui geralmente 15 cm, com número de passadas variando entre 4 e 6 para solos finos e de 6 a 8 para os solos grossos. Rolo vibratório: Nos rolos vibratórios, a frequência da vibração é o que influi no processo de compactação do solo. São utilizados eficientemente na compactação de solos granulares (areias), onde os rolos pneumáticos ou Pé-de-Carneiro não atuam com eficiência. A espessura máxima da camada é de 15 cm. Rolos Pneumáticos Constam de eixos com rodas pneumáticas em número de 5 ou 7. No chassis, que se apoias obre os eixos, é colocado lastros para proporcionar pesos suficiente para a compactação. São muito eficientes na compactação de pavimentos de betume a frio, na compactação da base de pedra britada do pavimento e na compactação das camadas delgadas de material frouxo deixadas no topo dos aterros pelos rolos pés-de- carneiro. Cálculo do rendimento de unidades compactadoras 𝑅 = 𝐸 . 𝑉 . 𝑊 . 𝐻 𝑁 Sendo: V – velocidade que o rolo se desloca em operação, em m3/s; E – eficiência (geralmente, E=0,80); W – largura útil da faixa em cada passada; N – número de passadas do rolo até se compactar em grau necessário; H – Espessura da camada de terra solta.
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