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ESTRADASESTRADAS Estradas Luisa de Moura Leão Luisa de Moura Leão GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro Quando se fala de engenharia de estradas, logo vem à cabeça a curiosidade referente à grandiosidade de projetos e operações em inúmeras vias. Para entender a ciência por trás das estradas, elas devem ser olhadas sob um espectro amplo dentro da En- genharia Civil, visto que o projeto de concepção de uma via é multidisciplinar, sendo necessário que o engenheiro projetista se atente a várias etapas de implementação da via. A concepção de projeto, de forma primordial, faz o reconhecimento total da área de implantação, ou do atual estado de conservação, caso seja uma via já delimitada. Para formulação de um pré-projeto, são necessárias projeções de tráfego a longo prazo e a viabilidade econômica de implantação do projeto demandado. Somado a isso, é essencial que sejam observadas as feições hidrológicas e topográ� cas a serem atra- vessadas, sem esquecer das características geotécnicas do solo local. Assim, o projeto pode ser acertado desde que dentro de certas inferências, de modo a começar a ser concebido, se fundamentando na disposição geométrica do local, isto é, através da composição de curvas, rampas e outras de� nições espaciais pertinentes ao projeto e que melhor se adaptem ao contexto. Capa_SER_ENGPROD_EST.indd 1,3 23/11/2020 11:21:49 © Ser Educacional 2020 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Luisa de Moura Leão DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 2 19/11/2020 14:17:28 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 3 19/11/2020 14:17:28 Unidade 1 - Conceitos gerais para o projeto geométrico de rodovias Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12 Noções sobre classificação técnica e funcional das vias .......................................... 13 Classificação funcional de vias .................................................................................... 13 Classificação técnica de vias ........................................................................................ 18 Classificação das rodovias brasileiras ........................................................................... 20 Conceitos para projetos planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias 24 Conceitos teóricos e práticos sobre o levantamento topográfico ......................... 26 Escolha do traçado de rodovias ....................................................................................... 31 Reconhecimento do terreno .......................................................................................... 33 Exploração para o projeto geométrico ........................................................................ 36 Elementos do projeto geométrico ................................................................................. 37 Traçado das pistas .......................................................................................................... 42 Sintetizando ........................................................................................................................... 44 Referências bibliográficas ................................................................................................. 45 Sumário SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 4 19/11/2020 14:17:28 Sumário Unidade 2 - Elementos do projeto geométrico Objetivos da unidade ........................................................................................................... 49 Introdução aos elementos do projeto geométrico ......................................................... 50 Projeto em planta ................................................................................................................. 52 Elementos constituintes do projeto em planta ........................................................... 54 Curvas circulares simples .............................................................................................. 57 Curvas circulares com transição .................................................................................. 59 Superlargura .................................................................................................................... 63 Perfil longitudinal................................................................................................................. 65 Elementos constituintes do perfil longitudinal ........................................................... 66 Greides retos .................................................................................................................... 67 Curvas verticais ............................................................................................................... 69 Seções transversais............................................................................................................. 70 Elementos constituintes da seção transversal .......................................................... 72 Superelevação ................................................................................................................. 78 Sintetizando ........................................................................................................................... 83 Referências bibliográficas ................................................................................................. 84 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 5 19/11/2020 14:17:28 Sumário Unidade 3 - Interseções e movimentação de terra Objetivos da unidade ........................................................................................................... 86 Princípios das interseções ................................................................................................. 87 Correntes de tráfego ....................................................................................................... 91 Interseções em nível ....................................................................................................... 94 Interseções em desnível ................................................................................................ 95 Critérios de escolha ........................................................................................................ 96 Distânciasde visibilidade das interseções ............................................................... 100 Princípios de terraplenagem ........................................................................................... 101 Movimentação de terra ............................................................................................... 104 Equipamentos ................................................................................................................. 108 Sintetizando ......................................................................................................................... 111 Referências bibliográficas ............................................................................................... 112 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 6 19/11/2020 14:17:28 Sumário Unidade 4 - Dispositivos de drenagem e mecanismos indutores de erosão Objetivos da unidade ......................................................................................................... 114 Princípios de drenagem .................................................................................................... 115 Drenagem superficial ........................................................................................................ 116 Exemplo de cálculo ....................................................................................................... 119 Drenagem do pavimento ................................................................................................... 122 Exemplo de cálculo ....................................................................................................... 123 Drenagem subterrânea ...................................................................................................... 125 Exemplo de cálculo ....................................................................................................... 128 Processos erosivos ............................................................................................................ 130 Causas ............................................................................................................................. 131 Ocorrências em rodovias ............................................................................................. 134 Procedimentos de prevenção e reparação .............................................................. 137 Sintetizando ......................................................................................................................... 142 Referências bibliográficas ............................................................................................... 143 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 7 19/11/2020 14:17:28 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 8 19/11/2020 14:17:28 Quando se fala de engenharia de estradas, logo vem à cabeça a curiosidade referente à grandiosidade de projetos e operações em inúmeras vias. Para en- tender a ciência por trás das estradas, elas devem ser olhadas sob um espectro amplo dentro da Engenharia Civil, visto que o projeto de concepção de uma via é multidisciplinar, sendo necessário que o engenheiro projetista se atente a várias etapas de implementação da via. A concepção de projeto, de forma primordial, faz o reconhecimento total da área de implantação, ou do atual estado de conservação, caso seja uma via já delimitada. Para formulação de um pré-projeto, são necessárias projeções de tráfego a longo prazo e a viabilidade econômica de implantação do projeto demandado. Somado a isso, é essencial que sejam observadas as feições hidro- lógicas e topográfi cas a serem atravessadas, sem esquecer das características geotécnicas do solo local. Assim, o projeto pode ser acertado desde que dentro de certas inferências, de modo a começar a ser concebido, se fundamentando na disposição geomé- trica do local, isto é, através da composição de curvas, rampas e outras defi ni- ções espaciais pertinentes ao projeto e que melhor se adaptem ao contexto. ESTRADAS 9 Apresentação SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 9 19/11/2020 14:17:29 Dedico a realização desse trabalho à minha mãe, Luciana, e aos meus saudosos avós, Vitório e Irany, que sempre acreditaram na minha capacidade, me instigando a correr atrás dos meus sonhos, sem medo. A professora Luisa de Moura Leão é bacharela em Engenharia Civil pela Uni- versidade do Estado de Minas Gerais (2018). É autora do livro Estabilização química de solos com o resíduo lama de cal: uma revisão para implementação do resíduo em obras geotécnicas, lançado pela Editora Novas Edições Acadêmicas em 2020. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9377924328796723 ESTRADAS 10 A autora SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 10 19/11/2020 14:17:29 CONCEITOS GERAIS PARA O PROJETO GEOMÉTRICO DE RODOVIAS 1 UNIDADE SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 11 19/11/2020 14:17:38 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Entender os conceitos iniciais para a concepção de um projeto de rodovia; Reconhecer as demandas técnicas para escolha do traçado de rodovias. Noções sobre classificação técnica e funcional das vias Classificação funcional de vias Classificação técnica de vias Classificação das rodovias brasileiras Conceitos para projetos planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias Conceitos teóricos e práticos sobre o levantamento topográfico Escolha do traçado de rodovias Reconhecimento do terreno Exploração para o projeto geométrico Elementos do projeto geométrico Traçado das pistas ESTRADAS 12 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 12 19/11/2020 14:17:39 Noções sobre classificação técnica e funcional das vias No território brasileiro, a partir da Lei federal nº 10.233/2001, as rodovias passaram a corresponder às normativas do Departamento Nacional de Infraes- trutura de Transportes (DNIT). Desde então, a autarquia passou a dispor vários manuais de acesso livre, abordando temas diversos sobre o projeto e operação de rodovias. Os manuais de Diretrizes Básicas para Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários, IPR-726 e IPR-727, ambos de 2006, tratam dos escopos e projetos necessários para implementação de rodovias, apontando a necessidade de ave- riguar a classifi cação da rodovia pertinente ao projeto desejado. Para fi ns de complementação, o Manual de Implantação Básica de Rodovia, ou IPR-742, de 2010, trata da disposição desse assunto, mostrando a importância da classifi ca- ção para que as projeções de tráfego e mobilidade ao longo dos anos sejam aten- didas. Assim sendo, o DNIT estabeleceu as formas de classifi cação das rodovias: • Quanto à jurisdição (federais, estaduais, municipais e particulares); • Quanto à função (de trânsito rápido, arterial, coletora e local); • Quanto ao aspecto físico (não pavimentada, pavimentada, com pista sim- ples ou dupla); • Quanto ao padrão técnico (de acordo com tabela vigente do próprio Depar- tamento). É interessante ressaltar que, para projeção técnica em engenharia, as classi- fi cações mais importantes a serem constatadas são a funcional e a técnica, uma vez que levam em conta os aspectos de projeto inerentes à prática operacional. Ambas podem ocorrer simultaneamente, havendo uma classifi cação funcional e técnica para a mesma rodovia. Classificação funcional de vias A classifi cação funcional trata as vias de forma hierárquica de acordo com a função exercida por elas. É o processo de agrupar rodovias em sistemas e classes, segundo a acepção dada por Pontes Filho, na página 23 do livro Estra- das de rodagem: Projeto geométrico, de 1998, conforme o tipo de serviço que as mesmas proporcionam. ESTRADAS 13 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 13 19/11/2020 14:17:39 Dessa forma, a classificação funcional fica ligada às localidades servidas e aos diferenciais de mobilidade. Inclusive, essa é a classificação adotada pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estipulado pela Lei nº 9.503/1997, respon- sável pelas diretrizes de formaçãodos condutores. O código, em seu artigo 61, define a velocidade máxima permitida na via urbana, como mostrado no Quadro 1, condição que influencia na concepção de projeto e define também a condição de mobilidade da via. Classe funcional da via Aceita cruzamentos? Aceita semáforo? Velocidade máxima permitida Trechos estruturais Trânsito rápido Não Não 80 km/h Arterial Sim Sim 70 km/h Trechos complementares Coletora Sim Sim 40 km/h Local Sim Sim 30 km/h QUADRO 1. CARACTERIZAÇÃO DAS VIAS FUNCIONAIS DIAGRAMA 1. RELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS VIAS Fonte: BRASIL, 1997. (Adaptado). Fonte: SÃO PAULO, 2012. O Diagrama 1 traz um esquema da relação de três tipos das vias funcionais entre centros urbanos. Arterial Coletora Local Local Local Local Loc al Loc al Lo ca l Lo ca l Coletora Co le to ra Coletora Coletora Arterial Ar te ria l Município A Município B Município C ESTRADAS 14 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 14 19/11/2020 14:17:39 Sistema de trânsito rápido Segundo o CTB, em seu artigo 60, essas vias são caracterizadas por aces- sos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível. Como não têm limitações ao fluxo do tráfego, se enquadram as pistas livres, de alta velocidade como as autoestradas. Por isso, são vias de grande mobilidade, usadas para escoamento rápido e quando implementadas em centros críticos de tráfego, proporcionam o desafogamento do trânsito. Sistema arterial Na designação do DNIT, as rodovias arteriais têm a função de propiciar mo- bilidade para grandes volumes de tráfego, podendo ser internacionais, inter- -regionais e interestaduais ou ainda, de acordo com Pontes Filho, ligar grandes centros urbanos geradores de tráfego. O sistema arterial, diante de sua impor- tância geográfica, é dividido em subclasses: arterial principal, arterial primá- rio e arterial secundário, com características próprias de projeto. A definição dessas subclasses dentro do sistema arterial é simples: • Arterial principal: de grande extensão, importantes vias destinadas ao grande tráfego internacional ou entre regiões do País. Um bom exemplo dessa subclasse é a Rodovia BR-163, que liga Santarém (PA) a Tenente Portela (RS), atravessando no percurso de Norte-Sul, seis estados brasileiros, e as regiões Norte, Centro-Oeste e Sul do País; • Arterial primário: de tamanho inferior ao sistema arterial principal, são vias importantes para interligação de regiões e estados. Um exemplo é a Ro- dovia Transamazônica – BR 230, que embora o nome remeta à região amazônica, liga as regiões Norte e Nordeste do País, seguindo da cidade de Cabedelo (PB) até Lábrea (AM). Construída nos anos 1970, a rodovia aguarda há anos pela finalização; • Arterial secundário: é uma via de menor extensão, se comparada às anteriores da subclasse, pois liga apenas estados. Um caso ocorre na Rodo- via Fernão Dias – BR 381, que liga Belo Horizonte e São Paulo. ESTRADAS 15 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 15 19/11/2020 14:17:39 Sistema coletor Englobam as rodovias que proporcionam um misto de funções de mobili- dade e acesso, atendendo a núcleos populacionais ou centros geradores de tráfego de menor vulto, que não são servidos pelo sistema arterial e propor- cionando, segundo Pontes Filho, acessibilidade dentro de uma área espe- cífica, geralmente intermunicipal, complementando a rede viária a partir do sistema arterial. EXEMPLIFICANDO No Diagrama 2, é possível perceber como há uma relação inversa entre mobilidade e a acessibilidade, aplicadas quanto ao potencial das vias. As que possuem grande mobilidade também são aquelas em que há menor interferência externa, são mais fluidas e de grande velocidade. O contrário acontece nas de grande acessibilidade, caracterizadas por velocidade reduzida pela sua função de interligação. DIAGRAMA 2. RELAÇÕES DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE Fonte: BRANDÃO, [s. d.]. Sistema expresso Sistema arterial Sistema coletor Sistema local Mobili dade Acessi bilidad e Assim como sistema arterial, o sistema coletor divide-se em: • Coletor primário: proporciona acessos a partir do sistema arterial, dando opções de ligação com os centros de geração de tráfego, no nível intermunicipal; ESTRADAS 16 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 16 19/11/2020 14:17:39 • Coletor secundário: também proporciona acesso como o coletor primá- rio, mas tem um elo diferente, isto é, liga a partir do sistema coletor primário, áreas de densidade populacional mais baixa. No Quadro 2, constam as particularidades das subclasses dos sistemas arterial e coletor. Via Extensão total das rodovias neste sistema, referente à rede rodoviária existente no País Atendimento veicular Velocidade de operação Arterial principal 2,0 – 3,5 % da rede 30,0 – 35,0% 60 a 120 km/h Arterial primário 1,5 – 3,5 % da rede 15,0 – 20,0 % 50 a 100 km/h Arterial secundário 2,5 – 5,0 % da rede 10,0 – 20,0 % 40 a 80 km/h Coletor primário 4,0 – 8,0 % da rede 8,0 – 10,0 % 30 a 70 km/h Coletor secundário 4,0 – 8,0 % da rede 7,0 – 10,0 % 30 a 60 km/h QUADRO 2. PARTICULARIDADES DA SUBCLASSIFICAÇÃO NOS SISTEMAS ARTERIAL E COLETOR Fonte: BRASIL, 1999. (Adaptado). Sistema local Por outro lado, as vias locais são aquelas cuja função principal é oferecer condição de acesso no nível municipal. São geralmente vias de pequena extensão, destinadas a proporcionar acesso ao tráfego intramunicipal de áreas rurais e de pequenas localidades às rodovias mais importantes, con- forme escrito por Pontes Filho. Segundo dados do Manual de Projeto Geo- métrico de Rodovias Rurais, IPR-706 do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) – autarquia extinta em 2001 cujas atribuições eram as mesmas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do DNIT – e ainda em vigência, este sistema é responsável por 65 a 80 % da rede rodo- viária existente no País, atendendo 5 a 30 % dos veículos, na velocidade de operação de 25 a 30 km/h. ESTRADAS 17 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 17 19/11/2020 14:17:39 Classificação técnica de vias A classifi cação com base técnica leva em conta a operação prevista na rodovia após seu décimo ano de abertura, trabalhando com base numa pro- jeção do uso futuro e, segundo Pontes Filho, inclui critérios de projeto como velocidade de projeto, rampas, larguras de pista, acostamento, visibilidade e níveis de serviço que afetam a operação e as condições de segurança. Dessa forma, são tidos em consideração dois fatores fundamentais: o volume médio do tráfego e as condições de relevo atravessadas que interferem no projeto geométrico da via. Há muitas semelhanças entre a classifi cação técnica e a classifi cação fun- cional, pois a forma técnica de classifi cação se baseia nos critérios hierárqui- cos da funcional. O DNIT, por meio da IPR–742, de 2010, defi niu a classifi cação técnica e há uma divisão por classes e critérios a serem obedecidos, vistos no Quadro 3. A classifi cação técnica defi ne a grandeza do projeto de forma decrescente nas classes de 0 a IV. Classe de projeto Características Critério de classifi cação técnica Velocidade de projeto por região (km/h) Plana Ondulada Montanhosa 0 Via expressa – controle parcial de acesso Decisão administrativa 120 100 80 I A Pista dupla – controle parcial de acesso O volume de tráfego previsto reduzirá o nível de serviço numa rodovia de pista simples abaixo do nível “C” 100 80 60 B Pista simples Volume horário de projeto VHP>200; Volume médio diário VMD>1400 QUADRO 3. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DAS RODOVIAS ESTRADAS 18 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 18 19/11/2020 14:17:39 II Pista simples Volume médio diário VMD 700- 1400 100 70 50 III Pista simples Volume médio diário VMD 300- 700 80 60 40 IV Pista simples Volume médio diário VMD<300 80-60 60-40 40-30 Fonte: DNIT, 2010. (Adaptado). Dentroda forma técnica, as rodovias são classificadas em 5 classes de projeto, de acordo com a publicação de 1999 do DNER. A rodovia de classe 0 é aquela de grande padrão técnico, fechada a ciclistas e pedestres, sem se- máforos e cruzamentos, aumentando a velocidade e, portanto, obtendo um deslocamento mais rápido, bem como as autoestradas e as vias expressas, a exemplo da Via Expressa de Contagem (MG). Na classe I, os pavimentos podem ser duplos ou simples e têm controle parcial de acesso. Atendem ao mesmo padrão de tráfego da classe 0, porém, com interferências, velocidade e mobilidade menores. Um caso é a Rodovia Presidente Dutra, que liga as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. A partir da classe II, a pista é obrigatoriamente simples e a classificação passa a ser baseada no tráfego médio de veículos por dia, sendo esse o critério principal para classificação de uma rodovia na forma técnica. O Volume Médio Diário (VMD) é a quantidade estimada de veículos mistos que passam por dia na rodovia. Para encontrar esse valor, é estimada uma projeção de veículos passantes no décimo ano após a abertura da rodovia para o tráfego. Na projeção do VMD, são conside- rados 15 anos, sendo 5 destinados para os estu- dos de implantação e construção da rodovia e os dez restantes para a operação mencionada anteriormente. Tentar calcular um VMD para um tempo superior a 15 anos não se mostra muito interessante, pois traz um cenário de re- sultados propensos a grandes desvios. ESTRADAS 19 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 19 19/11/2020 14:17:39 Classificação das rodovias brasileiras A jurisdição das rodovias brasileiras é dividida entre os âmbitos federal, es- tadual e municipal. As rodovias federais são subdivididas, ainda, quanto à sua ligação e direção geográfi ca. Rodovias federais As rodovias federais estão sob responsabilidade do DNIT e também da ANTT. As vias federais são de concepção arterial, pelo grande volume de veículos usuá- rios e pela importância na mobilidade nacional. Elas se distinguem das outras rodovias estaduais pela nomenclatura BR-YZZ, sendo que, no lugar das letras Y e ZZ, são colocados algarismos de acordo com a seguinte regra: Y = 0, rodovias radiais; Y = 1, rodovias longitudinais; Y = 2, rodovias transversais; Y = 3, rodovias diagonais; Y = 4, rodovias de ligação. ZZ = 05 a 95, rodovias radiais; ZZ = 00 a 99, rodovias longitudinais; ZZ = 00 a 99, rodovias transversais; ZZ = 00 a 99, rodovias diagonais; ZZ = 00 a 99, rodovias de ligação. Vias radiais As rodovias radiais no território brasileiro são aquelas que partem de Brasí- lia, tendo início a partir do anel rodoviário de Brasília – DF-001, com destino aos vários extremos do País, ligando pontos importantes e estratégicos. No País, se encontram oito rodovias radiais, com trecho inicial em Brasília, com destino aos diversos extremos do território brasileiro. Mesmo com o início da construção da maioria destas datas na época dos anos 1950, por meio do Plano de Metas do então presidente Jusceli- no Kubitscheck, muitas delas têm trechos não terminados ou degradados por falta de con- servação. São exemplos de rodovias radiais no território brasileiro: ESTRADAS 20 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 20 19/11/2020 14:17:39 • BR-010: Rodovia Bernardo Sayão, ou Rodovia Belém-Brasília, que liga Brasí- lia à capital do estado do Pará; • BR-040: recebe o nome de Rodovia Presidente Juscelino Kubitscheck no trecho de Brasília até Petrópolis (RJ) e Rodovia Washington Luís no trecho até a cidade do Rio de Janeiro; • BR-070: o trecho liga Brasília a Cáceres (MT), continuando após a fronteira com a Bolívia como Ruta 10. Vias longitudinais As rodovias longitudinais cortam o País na direção Sul-Norte ou Norte-Sul, dependendo do sentido da quilometragem. Essas vias têm como nomenclatura prevista BR-1ZZ: • BR-101: liga Touros (RN) a São José do Norte (RS), e pela grande extensão seguindo o litoral do País, recebe vários nomes a cada trecho; • BR-116: começa em Fortaleza (CE) e termina em Jaguarão (RS), passando por cerca de dez estados; • BR-135: liga Belo Horizonte (MG) a São Luís (MA). Vias transversais Assim como as rodovias longitudinais, as rodovias transversais cortam o País, mas no sentido Leste-Oeste para quilometragem, e a nomenclatura nesse caso é a BR-2ZZ: • BR-262: liga o estado do Espírito Santo, a partir de Vitória, passando por Belo Horizonte, até chegar no estado do Mato Grosso do Sul, terminando em Corumbá, fronteira com a Bolívia; • BR-277: rodovia que começa no Porto de Paranaguá, em Paranaguá (PR) e ter- mina na Ponte da Amizade, fronteira com o Paraguai, cidade de Foz do Iguaçu (PR). Vias diagonais Assim como as rodovias longitudinais e transversais, as vias diagonais tam- bém cortam o território, mas no sentido Nordeste-Sudoeste ou Noroeste-Sudes- te. A nomenclatura das vias diagonais é obtida com BR-3ZZ: • BR-364: começa em Limeira (SP) e termina em Amâncio Lima (AC). Foi pri- mordial para dar acesso à capital Porto Velho (AC), antes só acessível pela Ferro- via Madeira-Mamoré; • BR-381: começa em São Mateus (ES), passa por Belo Horizonte, onde adqui- re o nome de Rodovia Fernão Dias e termina em São Paulo (SP). ESTRADAS 21 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 21 19/11/2020 14:17:39 Vias de ligação São vias que ligam duas rodovias entre si, fornecendo um elo e acesso entre ambas. A nomenclatura usada é BR-4ZZ: • BR-488: liga a Rodovia Presidente Dutra (BR-116) ao Santuário de Aparecida, em Aparecida (SP). Por esta razão, é tida como a menor rodovia federal do País; • BR-493: conhecida como Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, circunda a cidade do Rio de Janeiro e os municípios litorâneos vizinhos, desviando o tráfego das principais vias de entrada da cidade. Rodovias estaduais As rodovias estaduais estão sob a jurisdição dos DER – Departamentos de Estradas de Rodagem de cada estado. Em geral, as rodovias estaduais são vias arteriais e coletoras. Tomando como exemplo as rodovias do estado de São Pau- lo, a classificação pertinente das vias estaduais é dada pelo DER/SP. A separação no estado se dá da seguinte maneira: • Rodovias radiais: assim como nos casos das rodovias federais, é possível fazer esta classificação para as rodovias estaduais que partem da capital do es- tado. No caso de São Paulo (SP), as nomenclaturas dessas rodovias são dadas pela angulação dada pela linha Norte que corta a capital e o eixo da rodovia, em número par. Exemplo: SP 270 – Rodovia Raposo Tavares; • Rodovias transversais: ligam as demais localidades do estado e sua nomenclatura é definida por um núme- ro ímpar, dada pela distância do local e a capital. Exem- plo: SP 055 – Rodovia Padre Manoel da Nóbrega; • Rodovias de ligação: vias internas que ligam outras rodovias ou pontos de referência importantes dentro do estado. CURIOSIDADE De acordo com o governo de Minas Gerais, o estado tem a maior malha rodoviária do Brasil, equivalente a cerca de 16% do somatório de rodovias estaduais, federais e municipais de toda a malha viária existente no País. No estado, são 272.062,90 km de rodovias. Do total, 9205 km são de rodovias federais, 22.286 km de rodovias estaduais pavimentadas, e 240.571,90 km de rodovias municipais – na maioria, não pavimentadas. ESTRADAS 22 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 22 19/11/2020 14:17:39 Rodovias municipais As vias municipais estão sob a jurisdição das prefeituras municipais locais, que as administram pelas suas respectivas Secretarias de Transportes. No muni- cípio de Belo Horizonte, a BHTrans – Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte é o órgão responsável pela engenharia de transportes. Concessões No âmbito federal, estadual e municipal, as vias de interesse são concedidas para operação a empresas de iniciativa privada, desde que passem por trâmites de leilão da concessão. As vias federais passam pelo crivo da ANTT, vinculada ao Ministério da Infraestrutura.A primeira concessão de rodovia federal ocorreu no ano de 1994, quando a Ponte Rio-Niterói passou a ser tarifada. Segundo consta nos relatórios oficiais, a ANTT administra 22 contratos de concessão federal. Concessionária Rodovias Extensão (km) 1 Autopista Fernão Dias BR-381/MG/SP 562,1 2 Autopista Fluminense BR-101/RJ 320,1 3 Autopista Litoral Sul BR-376/PR - BR-101/SC 405,9 4 Autopista Planalto Sul BR-116/PR/SC 412,7 5 Autopista Régis Bittencourt BR-116/SP/PR 401,6 6 CCR ViaCosteira BR-101/SC 220,42 7 CONCEBRA BR-060/153/262/DF/GO/MG 1.176,5 8 CONCER BR-040/MG/RJ 179,9 9 CRT BR-116/RJ 142,5 10 ECO101 BR-101/ES/BA 475,9 11 ECOPONTE BR-101/RJ 13,2 12 ECOSUL BR-116/293/RS 457,3 13 ECO050 (antiga MGO Ro-dovias) BR-050/GO/MG 436,6 14 Ecovias do Cerrado BR-364/365/MG/GO 437 QUADRO 4. RODOVIAS FEDERAIS SOB CONCESSÃO ESTRADAS 23 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 23 19/11/2020 14:17:39 15 MS VIA BR-163/MS 847,2 16 Nova Dutra BR-116/RJ/SP 402 17 Rodovia do Aço BR-393/RJ 200,4 18 Rota do Oeste BR-163/MT 850,9 19 Transbrasiliana BR-153/SP 321,6 20 Via 040 BR-040/DF/GO/MG 936,8 21 Via Bahia BR-116/324/BA 680,6 22 ViaSul BR-101/290/386/448/RS 473,4 TOTAL 10354,26 Fonte: ANTT, [s. d.]. (Adaptado). As rodovias federais são em geral, muito extensas e de difícil acompanha- mento pelo poder público. Apenas em concessões, há mais de 10 mil quilôme- tros destinados para operação privada, dado que a manutenção das rodovias federais, que sofrem desgaste rápido advindo do alto volume de tráfego, depen- dendo de altos recursos e grande supervisão, passou a ser um impasse para o poder público. O modelo de concessão passou a ser então uma forma de lidar com a situação, sendo que, dentro da concessão, as empresas detentoras devem atuar de forma a garantir a boa operação da rodovia durante o tempo de concedido, realizar progressos como duplicações e prestar atendimento aos usuários da via. Em troca, são autorizadas pelo poder público a taxar a utilização da via nas praças de pedágio. Conceitos para projetos planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias Quando se pensa na idealização de um projeto geométrico de rodovias, ele é considerado um processo de múltiplas etapas, estudos multidisciplinares, adequações constantes no projeto e que esse processo depende também, do local encontrado. De uma forma geral, o projeto é composto por três fases distintas. A primeira a ser considerada no projeto geométrico é a formulação ESTRADAS 24 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 24 19/11/2020 14:17:39 do anteprojeto da rodovia, que mostra se as condições encontradas são cor- relatas ou não ao projeto almejado. O anteprojeto rodoviário, é um projeto preliminar que é composto de: • Estudos de viabilidade técnica, social e econômica; • Avaliação da topografia da região a ser cortada; • Identificação dos pontos técnicos de passagem; • Composição e projeção do tráfego no futuro (em geral, 10 anos a mais, após o término da construção); • Geologia e perfil geotécnico do solo a ser utilizado; • Hidrologia e índice pluviométrico local; • Relação dos impactos ambientais a serem causados. Nesta etapa, são con- siderados vários cenários de anteprojeto, para que seja escolhido o de melhor custo/benefício. Aferida a viabilidade do projeto, diante de todas essas condicionantes, pas- sa-se para o projeto de implantação da rodovia, que dá início à etapa de criação dos projetos: • Geométrico (curvas, rampas); • De terraplanagem (movimentação de terra); • De drenagem; • De obras de arte especiais (pontes, viadutos, passarelas); • De pavimentação; • Interseções e integração da rodovia ao meio ambiente (paisagismo); • Desapropriação, se necessário. Ao final da execução da etapa de projetos, se procede o fechamento dos trabalhos, realizando um memorial descritivo do projeto, mencionando todos os métodos e condi- ções consideradas, orçamento previsto e utilizado, o plano de execução feito e as medidas de manu- tenção futura da via, de forma geral, contendo toda descrição do projeto geométrico adotado, que deve ser técnica, econômica e socialmente possível. A etapa do anteprojeto é uma das que mais tem influência na definição da geometria a ser implantada para o traçado da rodovia, junto com a avaliação topográfica local. ESTRADAS 25 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 25 19/11/2020 14:17:39 Conceitos teóricos e práticos sobre o levantamento topográfico O projeto geométrico de uma estrada, em resumo, é a delimitação da área de interesse do traçado frente aos elementos físicos da região. O levan- tamento topográfi co tem o papel de buscar o melhor trajeto que perpasse o terreno natural, favorecendo condições de segurança e conforto ao dirigir (aceleração, frenagem), propiciando o melhor tráfego possível sobre a plata- forma da rodovia, e tudo isso com o menor impacto ambiental possível. Para tanto, é necessário entender que a rodovia é composta de infra e superestrutura. A infraestrutura rodoviária é composta pela etapa de cons- trução da rodovia que implica as ações de terraplenagem (corte e aterro) e tudo que a antecede. Assim, o terreno ajustado, que fi ca adequado após o processo, é base para implementação da superestrutura rodoviária, que é a formalização do pavimento. A parte que corresponde à infraestrutura é dependente da defi nição do traçado da rodovia e das condições em que o terreno se encontra. Logo, o levantamento topográfi co é necessário para a implementação do projeto geométrico, que visa os trechos de reta – tangentes, nas planícies, e os trechos curvos – curvas horizontais, nas zonas montanhosas ou on- duladas, sendo interdependente assim, do relevo. É interessante perceber que, quanto menos curvas o projeto geométrico tiver, melhor é a condição de trabalho, operação e usabilidade da via, além dos custos de execução serem diminuídos. Defi nida a necessidade de levantamento topográfi co, os trabalhos de infraestrutura em topografi a são divididos em duas etapas. Num primeiro momento, no anteprojeto, o levantamento da região é feito com precisão menor. Isto se dá porque, nesse primeiro momento, a escolha do melhor traçado para a via é feita diante de vá- rios levantamentos topográfi cos, com base no que melhor se enquadra aos requisitos técnicos de projeto. Nessa etapa o levantamento é feito com aerofotogrametria. ESTRADAS 26 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 26 19/11/2020 14:17:39 Logo que essa etapa é vencida e a melhor diretriz do traçado é definida, se dá início a utilização de levantamentos planialtimétricos de grande precisão para composição do projeto básico. Essa etapa conta, além da aerofotogra- metria, com o procedimento in loco de análise planialtimétrica (estação total ou nivelamento topográfico), para traçar a linha de referência da composi- ção real da estrada que passará naquele local, com a demarcação de piquetes a cada 20 m, e leitura nas demarcações. Assim são encontradas as diferenças de nível e modelos digitais para pos- terior representação gráfica e base do projeto executivo. O DNIT dá em suas Instruções de Serviço – IS 204 e IS 205, contidas dentro do Manual IPR-726, de 2006, as diretrizes dos serviços de topografia quanto às etapas de projeto. O Quadro 5 descreve as definições técnicas das demandas de topografia duran- te as fases de projeto. Fase Caracterização Fase do projeto preliminar A fase compreende a confecção do modelo topográfico digital do terreno. Preferencialmente, é adotado o processo aerofotogramétrico, que envolve: • Definição da área a ser voada e coberta por aerofotos existentes na escala aproximada de 1:25.000; • Realização de cobertura aerofotogramétrica na escala 1:15.000; • Execução de apoio terrestre; • Elaboração de restituição aerofotogramétrica; • Definição de produto final cartográfico. Fase do projeto básico A fase objetiva, a partir da elaboração do modelo digital do terreno, a definição da geometria darodovia e o fornecimento dos elementos topográficos necessários para o projeto básico. Os levantamentos devem ter precisão compatível com a escala 1:2.000 e envolver: • Implantação da rede de apoio básico com marcos de concreto; • Implantação e nivelamento da rede de referência de nível; • Levantamento planialtimétrico cadastral do terreno; • Locação de pontos do eixo do traçado selecionado que permita sua perfeita identificação no campo; • Levantamento planialtimétrico cadastral dos locais de jazidas, interseções, seções transversais urbanas, dispositivos de drenagem etc. QUADRO 5. ATRIBUIÇÕES DOS SERVIÇOS DE TOPOGRAFIA NAS FASES DE PROJETO ESTRADAS 27 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 27 19/11/2020 14:17:39 Fase do projeto executivo A etapa envolve a consideração e a definição dos elementos geométricos pertinentes, e procedimentos concernentes à locação de eixo, na forma de: 1) Elementos geométricos • Elementos planimétricos: as unidades básicas dos traçados devem ser arcos de circunferência de raio e desenvolvimento mais amplos quanto possível. Entretanto, para as curvas circulares não serem confundidas visualmente com as tangentes, recomenda-se um raio máximo de 5.000 metros; • Elementos altimétricos: o perfil longitudinal da estrada deve ser suave e uniforme, evitando-se as constantes quebras do alinhamento vertical e os pequenos comprimentos de rampas diferentes. 2) Locação do eixo do projeto Para a locação do eixo de uma estrada, são necessárias plantas do projeto básico, cadernetas de exploração, elementos de apoio terrestre – quando o projeto básico for feito em plantas aerofotogramétricas –, a relação de altitudes e localização dos marcos geodésicos. A locação do eixo é feita com estaqueamento de 20 em 20 metros e com estacas fracionárias nos pontos singulares do projeto, margens de travessia de cursos d’água, estradas de ferro, fundo de talvegues etc. Fonte: DNIT, 2006. (Adaptado). O levantamento topográfico é, portanto, um estudo presente em todas as fases de projeto, sendo demandado em cada uma delas em diferentes níveis. A equipe de topografia acompanha todo o processo de implementação da estrada verificando todos os critérios de precisão usados, porque a marcação bem definida sobre as interferências naturais do terreno, dá base para a for- mação das curvas necessárias para mudanças de direção. Quanto mais ondulado e montanhoso o projeto, maior a necessidade das curvas e de auxílio da equipe de topografia. O Gráfico 1 indica a questão de auxílio da topografia, mostrando como as retas terminam no projeto para dar início às curvas. As retas são terminadas (como exemplo, no trecho A→B), e as curvas são traçadas (como no trecho B→D). No entanto, a linha ainda continua em direção A→C e esta condição mostra os ângulos de projeto. Pontes Filho define os traçados e os ângulos, dizendo que o alinhamen- to central no gráfico se caracteriza pelo seu comprimento e posição relativa (quando se refere à deflexão - Δ) ou absoluta (quando se refere ao azimute - α). A definição das incógnitas na curva do Gráfico 1 são: • Trechos retilíneos A→B, D→E e G→H são as tangentes; • Trechos retilíneos B→C, C→D, E→F, F→G são as tangentes externas; ESTRADAS 28 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 28 19/11/2020 14:17:40 • Δ1 e Δ2 são ângulos de deflexão; • α1, α2 e α3 são os azimutes dos alinhamentos; • Arcos B→D e E→G serão os desenvolvimentos das curvas horizontais. GRÁFICO 1. ELEMENTOS GRÁFICOS AXIAIS DO TRAÇADO GRÁFICO 2. AZIMUTE E O COMPRIMENTO DE UM ALINHAMENTO Fonte: PONTES FILHO, 1998. Fonte: PONTES FILHO, 1998. N A B Δ1 Δ2 α1 α2 α3 C D E F G H N E Ni+1 Pi+1 Ni Ei Pi Azi L ΔE ΔN Ei+1 O alinhamento dado gera distâncias e ângulos de projeto. No caso, as me- didas de distância são definidas pelas estacas cravadas nos pontos de re- ferência. Já os azimutes (α) são ângulos que podem variar de 0 a 360°, em sentido dos ponteiros do relógio. Pontes Filho define os azimutes como o comprimento do alinhamento a partir das coordenadas retangulares N e E, vistas no Gráfico 2. O valor do azimute é deduzido por meio de equações re- lacionadas aos ângulos e às direções N e E. ESTRADAS 29 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 29 19/11/2020 14:17:40 Com a composição topográfica do traçado, os azimutes dão forma às mu- danças de direção desse traçado e mais tarde se transformarão nas curvas do projeto. O levantamento planialtimétrico por fim, propicia a visão do projeto de duas formas. Em perfil longitudinal, conforme o Gráfico 3, é possível acom- panhar a cota em que estão as estacas de interesse e as áreas necessitadas de corte e aterro ao longo do traçado. GRÁFICO 3. PERFIL LONGITUDINAL DE UM TERRENO Fonte: PONTES FILHO, 1998. A hcorte hcorte haterro haterro Terreno Menores custos Melhoria das características técnicas Greides B É possível perceber, ainda no Gráfico 3, três formas de observação desse terreno. A primeira é o terreno natural, tal como ele é, com declives e aclives. A segunda já delimita o terreno com suavização proposta por cortes e ater- ros, contudo, demonstra rampas muito íngremes para subidas e descidas. A terceira é uma proposta ideal de aplainamento do terreno por onde a rodovia irá passar – greide, compondo-o numa subida com inclinação mais favorável ao desenvolvimento do tráfego de veículos, por meio de corte e aterro. Já em seção transversal, é possível ver a altura das estacas de interesse em relação à linha poligonal, ou seja, em determinado ponto do eixo longitudinal. Em seção transversal, se conhece a composição do trecho observado, de corte, como no Diagrama 3, aterro ou misto. ESTRADAS 30 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 30 19/11/2020 14:17:40 DIAGRAMA 3. SEÇÃO TRANSVERSAL EM CORTE Fonte: PONTES FILHO, 1998. Off set 2,0 2,50 2,5 1,23,6 3,6 7,20 m Off set 1:1 1:1 5% 5%2% 2% O Diagrama 3, em se tratando da representação da seção transversal num determinado ponto, traz todo o detalhamento da faixa estradal. Mostra a faixa de rolamento e sua largura prevista em ambos os sentidos, a inclinação de 2% para escoamento de água advinda de chuva, evitando a aquaplanagem, e ca- nal de escoamento, bem como os off sets, ou término do domínio da estrada. Escolha do traçado de rodovias O estudo que dá o traçado das rodovias é um elemento chave do projeto geométrico, pois defi ne a porção do terreno natural na qual a faixa de rola- mento passa. Por se tratar de uma inclusão dentro de um sistema natural, é de se esperar que sejam conhecidas as intervenções necessárias diante das condições encontradas in loco, como as adequações referentes ao tipo de rele- vo, o estudo das condições geológicas e o perfi l geotécnico do solo na terraple- nagem, bem como a hidrologia histórica da região, de forma a prever eventos futuros que possam interferir na usabilidade da rodovia, e por fi m, o impacto ambiental do projeto. Outro fator a ser lembrado na concepção do projeto é o fator social, já que a estrada infl uencia a comunidade pela qual perpassa, abrindo novos acessos e, portanto, gerando novos povoados, com tendência a se tornarem maiores com o tempo. Economicamente, a abertura de uma nova estrada aumenta a comunicação entre entes federativos, promovendo a troca de mercadorias e a circulação monetária. ESTRADAS 31 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 31 19/11/2020 14:17:40 Não obstante, além dos fatores positivos mencionados, há o fator eco- lógico. O dano ambiental causado pela abertura de uma estrada é grande e preocupa com relação à fauna, flora e recursos hídricos interferidos por ela. É necessário que o estudo do traçado de uma estrada contemple as etapas de reconhecimento e exploração, de maneira consciente, buscando o equilíbrio entre as partes. Ao fim da escolha do traçado, espera-se que a via atenda aos requisitos de segurança e conforto dos usuários, de acordo com o nível de serviço dese- jado, dados pela AASHTO napágina 36 do livro A policy on geometric design of highways and streets de 2018, referente à classificação técnica adotada. EXPLICANDO • Nível A: escoamento veicular livre, com baixo volume (densidade de tráfego baixa) e sem restrições devido à presença de mais veículos, alta velocidade dentro do permitido; • Nível B: escoamento veicular estável, mas a velocidade já começa a ser restringida pela presença de mais veículos, motoristas com razoável liberdade de escolha de velocidade dentro do permitido, boas condições de ultrapassagem; • Nível C: escoamento veicular estável, mas com velocidade controlada com o alto volume do tráfego, sem escolha de velocidade e faixa; • Nível D: escoamento veicular começa a ficar instável, com velocidade ainda tolerável, mas afetada pelo volume de tráfego e restrições temporá- rias na rodovia; • Nível E: escoamento veicular tido como instável, alto volume de tráfego, uso pleno das faixas, sem capacidade de ultrapassagem. Nível de satura- ção da via; • Nível F: escoamento veicular forçado, de baixa velocidade, e com volu- me de tráfego abaixo do volume de saturação da via. Situação de forma- ção de engarrafamento: extensas filas que não possibilitam a manobra. Finalizada a obtenção de todos os dados referentes à topografia e bem pla- nejadas todas as ações sobre as informações encontradas, o Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo, na página 5 do Relatório Técnico: Projeto de Engenharia para Implantação de Rodovias de 2005, define que deve ser formula- do um projeto preliminar do traçado geométrico, tendo como objetivo funda- mental apresentar ao órgão titular responsável, as informações obtidas sobre a seleção da diretriz a ser detalhada na fase subsequente. ESTRADAS 32 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 32 19/11/2020 14:17:40 Reconhecimento do terreno O estudo de reconhecimento do terreno no qual deve passar a rodovia visa descobrir por onde se dá o melhor traçado, considerando todas as atribuições da região, desde o ponto inicial ao ponto final da via. É um estudo complexo, dispendioso e minucioso, que implica diretamente o su- cesso da redução de custos, redução da intervenção ambiental e ligação social e logística entre centros urbanos. A análise tenta delimitar os locais de interesse para a passagem do traçado, a partir das informações obtidas previamente no anteprojeto, como condições sociais, hidrológicas, topo- gráficas, geológicas e geotécnicas, que influenciam no projeto geométrico. O estudo costuma ser feito em faixas de 2 a 3 km de largura para a estrada projetada, visan- do observar o melhor local de implementação dentre as alternativas encontradas. Um esquema de um estudo de reconheci- mento é visto no Gráfico 4, mostrando a existên- cia de três elementos de projeto, a diretriz geral, a diretriz parcial e os pontos de passagem obrigatórios. GRÁFICO 4. DIRETRIZES DO TRAÇADO DE RODOVIAS Fonte: BRANDALIZE, [s. d.]. Morro Diretriz geral Banhado 1 2Rio A B C ESTRADAS 33 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 33 19/11/2020 14:17:40 Detalhando o Gráfico 4, a diretriz geral liga de forma contínua o início do trecho de interesse A ao final B. A condição de projeto é muito difícil de ser alcançada, pois, em se tratando de uma reta, só seria possível num terreno plano, sem interferência externa nem a necessidade de pontos de passagem que fizessem o desvio do traçado original. Já o traçado nos pontos A-C-B, delimitam a diretriz parcial, que começa a considerar o relevo como fator independente e influenciável no projeto, além de um ponto de passagem denominado C. No Gráfico 4, há uma tentativa, com a diretriz parcial, de desvio da topografia acentuada pelas curvas de nível do denominado morro, mas que continua sendo um traçado insuficiente, se observada a passagem do traçado em duas vezes sobre rio, o que necessi- taria de duas obras de arte (pontes) e uma passagem sobre um reservatório extenso de água. Tais condições aumentam o orçamento da obra e, portanto, não são desejáveis. Por fim, o traçado nos pontos A-1-2-C é o que é mais razoável em termos de viabilidade econômica, ao se desviar dos pontos de altitude, que ocasio- nariam rampas e cortes, do curso d’água – que, no caso, necessitaria apenas de uma obra especial fazendo um desvio do reservatório. Tudo isso ligando aos pontos de passagem, determinados por fatores de ordem técnica, política, econômica, histórica ou ecológica, principalmente para dar acesso público a locais de interesse, como pontos turísticos, povoa- dos e cidades estratégicas que podem dar suporte às demandas do fluxo vei- cular, desvio de áreas de proteção, entre outros. A diretriz do traçado é influenciada pela região em que será locada, pela classe da rodovia, que dispõe os atributos inerentes a ela, e os pontos de passagem. É importante ressaltar que, conforme a classificação técnica das vias, o relevo local influencia na finalização da velocidade e consequente mo- bilidade final da via, ou seja, sempre que possível, deve-se optar pela situa- ção de relevo menos tortuoso possível, de acordo com o seu VMD de veículos. O estudo do traçado pode encontrar os seguintes relevos, em que a escolha também pode influenciar na diminuição de custos levando em conta a quantidade de movimentação de terra ne- cessária a cada um: ESTRADAS 34 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 34 19/11/2020 14:17:40 • Relevo plano: distâncias de reta longas e maior visibilidade. A neces- sidade de obras (pontes, viadutos) é diminuída nesse tipo de relevo, o que propicia a diminuição de custos. É definido da seguinte forma: 10 m de cota a cada km percorrido; • Relevo ondulado: há a necessidade de cortes e aterros constantes para adequação ao projeto da rodovia e há também a composição de rampas e curvas, que podem aumentar os custos pela movimentação de terra. Defini- do por 10 a 40 m de cota para cada km percorrido; • Relevo montanhoso: essa condição tem mudanças abruptas de relevo, o que faz com que o pavimento estradal fique em cotas muito variadas, de- mandando muito aterros e cortes para tentar aplainar a estrada. Assim, fica com diferença de cota maior que 40 m por km percorrido. As condições geológicas e geotécnicas permitem reconhecer os atri- butos que influenciam as obras de terraplenagem, corte e aterro diante das formas de relevo em contraponto ao projeto definido. Já o entendimento da hidrologia local dá condições de optar pela melhor forma de traçado que di- minua a necessidade de obras de arte especiais, como as pontes, assim como visto no Gráfico 4. A verificação de propriedades e construções no traçado também é um fator que requer atenção especial, uma vez que parte do orçamento tem que ser destinada para indenizações pela desapropriação. As interferências no ecossistema são um fator de preocupação de acordo com a página 3 de Pro- jeto geométrico de rodovias, de Pimenta e Oliveira, editado em 2004, uma vez que a estrutura da estrada, de grande comprimento e pequena largura, é um agente agressivo ao meio ambiente, dividindo o ambiente em duas áreas isoladas. As formas mais utilizadas de reconhecimento para abordagem des- tas questões são: o reconhecimento terrestre, reconhecimento por mapas e cartas, e o reconhecimento por aerofotogrametria. Reconhecimento terrestre Utiliza os métodos convencionais de engenharia em solo, como o uso de estação total e outros métodos convencionais. É realizado quando não exis- tem bons levantamentos e, nesse caso, o responsável percorre o local do tra- çado, visando os pontos de coleta de dados mais indispensáveis para o proje- to, observando ângulos do traçado e obstáculos a ultrapassar. ESTRADAS 35 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 35 19/11/2020 14:17:40 Reconhecimento por mapas ou cartas Uso de mapas e cartas estabelecidos por instituições como o Instituto Bra- sileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). É uma possibilidade de dar início aos trabalhos preliminares,realizando o projeto dentro do escritório de engenha- ria. O problema desse método é que, as cartas disponibilizadas geralmente não têm boa precisão, isso é, os mapas e cartas possuem pequena escala, e, portanto, tem um nível de detalhamento menor. Nesses modelos, é possível verifi car a presença de cursos d’água, o relevo e a topografi a incidente no local e em algumas cartas temáticas. Também é possível aferir a geologia do local. O Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo defi ne que os estudos preliminares devem ser desenvolvidos sobre plantas existentes em escala 1:10.000. Reconhecimento por aerofotogrametria Faz uso de imagens capturadas por sensoriamento remoto dos VANT’s – Veículos Aéreos Não Tripulados, que mapeiam a região formando plantas planialtimétricas, com boa escala das imagens geradas. Essa é a opção mais precisa, de menor custo e de menor tempo gasto. Tem bons resultados ao criar um mosaico das fotografi as de precisão, que são agrupadas e transfor- madas em MDT – Modelo Digital de Terreno, feito com o apoio terrestre, isso é, criação de pontos de referência para orientar o modelo. Exploração para o projeto geométrico Após a escolha do traçado dada pelas etapas do reconhecimento do ter- reno, é feito um levantamento mais preciso de forma a encontrar os pontos críticos do desenho geométrico escolhido. Essa etapa não é feita em conjunto com a anterior, por simples economia, uma vez que fazer a exploração do trecho após o seu reconheci- mento prévio, reduz gastos a uma só opção. A faixa de estudo é diminuída para 100 a 200 m no entorno do traçado da diretriz, condição para aumentar a confi abilidade e precisão do estudo feito anteriormente (2 a 3 km). ESTRADAS 36 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 36 19/11/2020 14:17:40 São observadas demandas de infraestrutura e superestrutura para ope- ração da rodovia, vendo se realmente o traçado escolhido corresponde às expectativas de projeto. É nessa etapa, também, que é observada a delimi- tação do traçado das rodovias e obtidos os principais elementos do projeto geométrico, que são os dados longitudinais e transversais. Dos perfi s longitudinais, saem os elementos altimétricos do projeto, como as retas tangentes e curvas horizontais, e também os elementos planimétri- cos, mostrando os greides da estrada e as curvas verticais. Das seções trans- versais saem as seções de corte, aterro ou seções mistas do leito estradal. Elementos do projeto geométrico Quando se fala na elaboração do projeto geométrico, é imprescindível a consulta ao material técnico disposto pelo DNIT na forma dos dois manuais de Diretrizes Básicas de Elaboração de Estudos e Projetos Rodoviários, na forma dos IPR-726 e IPR-727, ambos de 2006, defi nindo as atribuições bási- cas de projeto. Sobre a abordagem dos elementos do projeto, a estrutura de estradas numa seção transversal é vista no Diagrama 4, que esquematiza as funções dos atributos de projeto essenciais para uma pista única. DIAGRAMA 4. ELEMENTOS DO PROJETO GEOMÉTRICO DE RODOVIAS Fonte: MANZOLI, [s. d.]. Área externa esquerda Valeta de proteção Crista de corte Rampa de corte Talude Faixa lateral / acostamento Faixa lateral / acostamento Sarjeta V V H H Leito ou superfície da base Área externa direita Valeta de proteção Crista do aterro Saia do aterro Pé do aterro Pavimento Eixo da estrada Off set Off set Subleito ou base Sub-base Faixas de tráfego Pista de rolamento Plataforma ESTRADAS 37 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 37 19/11/2020 14:17:40 Já o Quadro 6 exibe as definições dos principais elementos de estradas e outros importantes, mas não representados, necessários para o entendimen- to e composição do projeto geométrico, contidos no Manual de Implantação Básica de Rodovia, o IPR-742, de 2010, mais exatamente na página 46. Elemento Definição Faixa de domínio É a faixa que se desapropria para a construção da estrada, prevendo uma largura suficiente que permita, no futuro, sua expansão, facilitando também a execução de serviços de manutenção e a proteção das obras. Vedo É o tapume da estrada para protegê-la contra a invasão de animais de certo porte e também fixar os limites da faixa de domínio, garantindo a sua posse. O vedo pode ser uma cerca de arame farpado, um muro de pedra arrumada, uma cerca viva etc. Valeta de proteção dos cortes É a valeta que se constrói entre a crista do corte e o limite da faixa de domínio, para desviar as enxurradas das encostas para fora da estrada. É uma auxiliar da sarjeta e evita que a sarjeta fique sobrecarregada. Rampa do corte É a parte fortemente inclinada da seção transversal do corte. Se o corte é em seção plena, existem duas rampas. É também chamado de talude de corte. Saia do aterro É a parte inclinada da seção transversal do aterro. Se o aterro é em seção plena, existem duas saias. Pé do corte ou do aterro É o extremo inferior da rampa do corte, ou saia do aterro. Crista do corte ou do aterro É a interseção da rampa do corte com o terreno natural. Quando a seção é toda em corte, há duas cristas de corte. Caso a seção seja mista, há apenas uma crista. Crista de aterro é a borda saliente da seção de uma estrada em aterro. Quando a seção é toda em aterro, existem duas cristas de aterro, mas, se a seção é mista, só há uma crista de aterro. Terreno marginal É o terreno contíguo situado ao longo da faixa de domínio de uma estrada de rodagem. Faixa marginal É cada uma das faixas de terreno compreendida entre a crista do corte e o limite da faixa de domínio, no caso da seção em corte, ou entre o pé do aterro e o limite da faixa de domínio, no caso da seção em aterro. Recuo É a distância na qual se permitem construções estranhas à estrada, a contar do limite da faixa de domínio. É assunto regulamentado para cada estrada ou trecho de estrada. Faixa terraplenada É a área compreendida entre as linhas de offsets. É a faixa correspondente à largura, que vai: De crista a crista do corte, no caso de seção plena em corte; Do pé do aterro ao pé do aterro, no caso de seção plena em aterro; Da crista do corte ao pé do aterro, no caso da seção mista. QUADRO 6. DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS BÁSICOS CONSTITUINTES DE UMA RODOVIA EM PISTA SIMPLES ESTRADAS 38 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 38 19/11/2020 14:17:40 Plataforma É a faixa da estrada compreendida entre: Os dois pés dos cortes, no caso da seção em corte; De crista a crista do aterro, no caso da seção em aterro; Do pé do corte à crista do aterro, no caso da seção mista. No caso dos cortes, a plataforma compreende, também, a sarjeta. Acostamento É a faixa que vai da borda do pavimento até a sarjeta, no caso da seção da estrada em corte, ou a faixa que vai da borda do pavimento até a crista do aterro, no caso da seção em aterro. Destina-se à proteção da borda do pavimento, estacionamento do veículo na estrada e pista de emergência. Sarjeta É uma valeta rasa, com seção em V aberto, situada ao pé do corte e destinada a receber as águas pluviais da plataforma e da faixa que vai da valeta de proteção até o pé do corte. Banqueta de proteção do aterro É um prisma de terra que se constrói junto à crista dos aterros para servir de anteparo às rodas dos veículos automotores, no caso de derrapagem, e também para impedir que as enxurradas corram pelos aterros altos, provocando erosão. Defensa É uma cerca baixa, robusta, com moirões de madeira de lei ou de aço, com pranchões ou chapas de aço corrugado dispostos na horizontal, pregados nos mourões do lado interno da estrada. São colocadas nas cristas de aterros altos (mais de 2,50 m de altura), em curvas perigosas, e destinam-se a impedir, num acidente, que o veículo saia da plataforma da estrada, com consequências mais danosas para o veículo, passageiros ou cargas. Proporciona maior segurança para o tráfego. Pista É a faixa pavimentada da estrada por onde trafegam os veículos automotores.As estradas de rodagem podem ter uma única pista (pista simples) ou duas pistas (pista dupla). No segundo caso, cada pista tem o tráfego num único sentido, permitindo maior segurança. No caso de pistas duplas, elas são contíguas (paralelas) ou independentes. Faixas de tráfego É a parte da pista necessária à passagem de veículo automotor típico. Cada pista deve ter, pelo menos, duas faixas de tráfego, a fim de permitir o cruzamento de dois veículos ou a passagem de um veículo pelo outro. No caso de transposição de serras, as estradas podem ter ainda uma faixa adicional, a terceira faixa, destinada à subida de veículos lentos. Borda do pavimento É a beirada da pista, como o nome indica. Abaulamento É a inclinação transversal de cada trecho reto da seção transversal, sempre expresso em porcentagem. A seção transversal da pista de uma estrada de rodagem em tangente deve ser abaulada (convexa), para facilitar o escoamento das águas pluviais. A seção transversal é constituída de dois trechos retos simétricos em relação ao centro da pista, inclinados para cada margem, com uma ligeira concordância no vértice. Nas estradas pavimentadas, o abaulamento empregado é, em geral, de 1% a 3%, não devendo ir além de 3%, para não prejudicar a estabilidade do veículo. Nas estradas de pistas paralelas, o pavimento geralmente não é abaulado, pois cada pista tem inclinação transversal única, para permitir somente escoamento lateral das águas, no sentido da borda externa. Estender a denominação abaulamento para a inclinação desse tipo de pista é uma impropriedade, pois a superfície de cada pista é plana e não abaulada. ESTRADAS 39 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 39 19/11/2020 14:17:40 Superelevação ou Sobrelevação É a inclinação transversal da pista de uma estrada em curva, para fazer face à força centrífuga do veículo automotor em movimento. É sempre expressa em porcentagem. Pela norma do DNIT a superelevação varia de 2% a 10%, conforme o raio de curvatura da estrada. As normas citadas denominam a superelevação de inclinação transversal das curvas, fugindo ao critério ocidental que emprega palavra correspondente à superelevação. Superlargura É o alargamento da estrada nas curvas, em relação à largura adotada nos trechos em tangente. Só se emprega nas curvas com pequenos raios de curvatura. Fonte: DNIT, 2010. Esses elementos são necessários dentro do projeto para que aconteça o conforto e a segurança do usuário da via. Vários componentes listados são importantes para a efetiva manutenção e conservação da via. Porém, ainda há mais pontos importantes ao projeto geométrico que não estão represen- tados no diagrama e no quadro, embora sejam inerentes à composição do projeto geométrico. Veículo de projeto O veículo de projeto, ou veículo tipo, é um veículo de categoria bem defini- da que tenha representação, em geral, da maioria dos veículos que trafegam pela pista. De acordo com Pontes Filho, o veículo de projeto tem influência nos casos: • Largura do veículo de projeto: influencia na largura da pista de rola- mento, acostamentos e ramos de interseções; • Distância entre eixos do veículo de projeto: influi no cálculo da super- largura e determinação dos raios mínimos internos e externos das pistas; • Comprimento total do veículo de projeto: influencia na largura dos canteiros, e na extensão das faixas de espera; • Relação peso bruto/potência do veículo de projeto: define o valor má- ximo de rampa e a necessidade de faixa adicional para subidas. Velocidade de projeto (Vp) É a velocidade máxima que um veículo padrão em trânsito pode usar, sen- do mantidas a sua segurança ao dirigir e o conforto no uso e manobras na via, em condições normais. Pontes Filho define como a velocidade selecionada para fins de projeto da via que condiciona as principais condições da mesma, tais como curvatura, superelevação, distâncias de visibilidade da qual depen- de a operação segura do veículo. ESTRADAS 40 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 40 19/11/2020 14:17:40 A velocidade de projeto é dependente do relevo encontrado, que influi inteiramente no projeto geométrico. Por isso, é desejável que o trecho seja em sua maioria reto, e que as curvas aplicadas tenham amplo espectro para manobra. É importante que estradas enquadradas em classes mais altas, te- nham uma boa velocidade de projeto, uma vez que sua finalidade é justamen- te proporcionar mobilidade, o que em trechos de alta curvatura diminuiria esse objetivo. Velocidade de operação (Vo) A velocidade de operação é referente à velocidade média do trecho sob todas as condições de segurança definidas na via. Pelas condições de relevo encontradas em diferentes pontos da via e as variações de tráfego, esta cos- tuma ser a velocidade utilizada para definir a capacidade de uso da via em detrimento da outra. O estudo dessa velocidade é necessário, pois o veículo não consegue percorrer todo o trecho da rodovia com a velocidade de projeto estipulada. Distância de visibilidade Pimenta e Oliveira associam diretamente a extensão da estrada que pode ser vista à frente pelo motorista com a segurança do tráfego. É imprescindível que o projeto geométrico aborde condições de boa visibilidade para os moto- ristas. As distâncias de visibilidade estão divididas em: • Distância de visibilidade de frenagem (Df): distância de visibilidade mínima para que o veículo em movimento possa parar no momento em que o motorista avista um impedimento no percurso. Pontes Filho conta que a Df é a soma de duas parcelas: A D1 que é a distância percorrida entre o instante da percepção até a reação, e D2 que é a distância percorrida a partir da reação (frenagem); • Distância de visibilidade de ultrapassagem (Du): em rodovias de pista única, o projeto geométrico deve contemplar seções frequentes em que tenha visibilidade possível para que aconteça a ultrapassagem dos veículos em alta velocidade sobre os de menor velocidade. Pimenta e Oliveira dizem que a Du é o comprimen- to de estrada necessário para que um veículo possa ultrapassar outro pela faixa de tráfego oposta, com segurança. ESTRADAS 41 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 41 19/11/2020 14:17:40 Traçado das pistas As pistas são compostas por trechos de reta e trechos de curva, elementos projetados para facilitar as manobras e a tomada de decisão do condutor. Por isso, não se aconselha a projeção de uma curva após a saída de outra. Dessa forma, no Diagrama 5, é possível ver uma síntese das diferenças dos traçados necessários na composição de rodovias e suas representações em planta, per- fi l e visão espacial. Verifi ca-se ainda que as curvas da estrada são classifi cadas como horizontais ou verticais (no caso de rampas) e também são classifi ca- das quanto à sua concavidade ou convexidade conforme o traçado. DIAGRAMA 5. DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS EM PLANTA E PERFIS Tangente Trecho reto Tangente com inclinação longitudinal única Tangente Curva Concavidade em tangente Tangente Curva Concavidade em tangente Curva Trecho reto Curva horizontal com inclinação longitudinal única Curva Curva Concavidade com curva horizontal Curva Curva Convexidade com curva horizontal Fonte: DER/SC, 2000. EM PLANTA EM PERFIL ELEMENTO ESPACIAL ESTRADAS 42 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 42 19/11/2020 14:17:41 Algumas questões a evitar no projeto geométrico: • Terrenos para os quais o teste ISC – Índice de Suporte Califórnia, que mede a capacidade de suporte daquele solo para serviço, for considerado de baixa capacidade de suporte (alta compressibilidade); • Locais de corte em material rochoso de baixa categoria, encostas íngre- mes sujeitas a desmoronamento; • Terrenos brejosos, pantanosos, sujeitos a inundações e de muita carga orgânica; • Cortes exagerados no terreno, que possam causar danos desnecessários ao meio ambiente; • Rampas íngremes, longas, assim como curvas fechadas; • Locação das obras de arte próximas às curvas. ESTRADAS43 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 43 19/11/2020 14:17:41 Sintetizando Nessa unidade, se aprendeu um pouco sobre como as rodovias são classi- ficadas. Através dos critérios técnicos do DNIT, base para o Código de Trânsito Brasileiro e da classificação jurisdicional que se dá pela posição geográfica das rodovias, em seu ponto de partida e final. Em síntese, as rodovias no Brasil se dividem entre três jurisprudências: municipal, estadual ou federal. As federais, do mesmo modo que a maioria das outras rodovias, têm um sistema de nume- ração que ajuda a identificar o sentido da rodovia. Os trabalhos de levantamento planialtimétrico são essenciais para deter- minação de todo o projeto geométrico da rodovia. Com o uso das ferramentas corretas, como o levantamento terrestre e por aerofotogrametria, se pode fa- zer um levantamento satisfatório de todo o relevo do terreno, o que ajuda na exatidão dos dados e dos cálculos na construção da rodovia. Por fim, foram destrinchadas todas as condicionantes que influem na esco- lha desse traçado e quais as dificuldades que se pode encontrar pelo caminho, às quais se deve atentar para dar início e fim à fase preliminar do projeto geo- métrico de estradas sem problemas. Dessa forma, é possível compreender os requisitos iniciais para composição do projeto geométrico. ESTRADAS 44 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 44 19/11/2020 14:17:41 Referências bibliográficas ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres. Concessionárias. Disponível em: <https://www.antt.gov.br/concessionarias>. Acesso em: 09 set. 2020. AASHTO - American Association of State Highway and Trasportation Officials. A poli- cy on geometric design of highways and streets. 7. ed. Washington D.C.: AASHTO, 2018. BRANDALIZE, M. C. B. Estudo da estrada e sua importância. Disponível em: <http:// www2.uefs.br/geotec/estradas/apostilas/estradas(05).htm>. Acesso em: 09 set. 2020. BRANDÃO, M. L. Classificação das vias. Trânsito Ideal. Disponível em: <http://www. transitoideal.com.br/pt/artigo/2/passageiro/86/classificacao-das-vias>. Acesso em: 09 set. 2020. BRASIL. Lei n° 10.233, de 05 de junho de 2001. Dispõe sobre a reestruturação dos transportes aquaviário e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agên- cia Nacional de Transportes Aquaviários e o Departamento Nacional de In- fraestrutura de Transportes, e dá outras providências. Brasília: Poder Executivo, 06 set. 2001. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/ L10233.htm>. Acesso em: 09 set. 2020. ______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Bra- sileiro. Brasília: Poder Executivo, 25 set. 1997. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm>. Acesso em: 09 set. 2020. ______. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Estradas de Roda- gem. (DNER) Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico. Divisão de Capacitação Tecnológica. Manual de projeto geométrico de rodovias rurais. Publicação IPR- 706. Rio de Janeiro: DNER, 1999. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e- -manuais/manuais/documentos/706_manual_de_projeto_geometrico.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. ______. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estu- dos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de pavimentação. Publicação IPR-719. 3. ed. Rio de Janeiro: DNIT, 2006. Disponível em: <http://www1. dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/manuais/Manual%20de%20Pavimen- ta%E7%E3o_05.12.06.pdf >. Acesso em: 09 set. 2020. ESTRADAS 45 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 45 19/11/2020 14:17:41 ______. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Es- tudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários – escopos básicos/instruções de serviço. Publicação IPR-726. 3. ed. Rio de Janeiro: DNIT, 2006. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/documentos/726_diretri- zes_basicas-escopos_basicos-instrucoes_de_servico.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. ______. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Diretrizes básicas para elaboração de estudos e projetos rodoviários – instruções para apre- sentação de relatórios. Publicação IPR-727. Rio de Janeiro: DNIT, 2006. Disponí- vel em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/documentos/727_ diretrizes_basicas_instrucoes_apresentacao_relatorios.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. ______. Ministério dos Transportes. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria Executiva. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de implantação básica de rodovia. Publicação IPR-742. Rio de Janeiro: DNIT, 2010. Disponível em: <http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/manuais/documen- tos/742_manual_de_implantacao_basica.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. DER/SC - Departamento de Estradas de Rodagem de Santa Catarina. Rodovias. Disponível em: <http://www.deer.mg.gov.br/transportes/rodovias>. Acesso em: 09 set. 2020. DER/SC - Departamento de Estradas de Rodagem de Santa Catarina. Diretoria de Estudos e Projetos. Diretrizes para a concepção de estradas: condução do traçado. DCE-C. Florianópolis: DER/SC, 2000. Disponível em: <https://www.sie. sc.gov.br/webdocs/sie/doc-tecnicos/engenharia-rodoviaria/especificacao-ser- vico/manuais-e-diretrizes/Diretrizes_para_a_Concepcao_de_Estradas_(DCE). pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. MANZOLI, A. Projeto de estradas. Disponível em: <https://engenhariacivilfsp. files.wordpress.com/2014/09/aula5.pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. MINAS GERAIS. Rodovias. Disponível em: <https://www.mg.gov.br/conteudo/ conheca-minas/rodoviais/rodovias>. Acesso em: 09 set. 2020. ESTRADAS 46 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 46 19/11/2020 14:17:41 PIMENTA, C. R. T.; OLIVEIRA, M. P. Projeto geométrico de rodovias. 3. ed. São Carlos: Rima, 2004. PONTES FILHO, G. Estradas de rodagem: Projeto geométrico. São Carlos: [s. l.], 1998. SÃO PAULO (estado). Secretaria de Transportes. Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP). Classificação e Codificação das Rodovias Estaduais de São Paulo. São Paulo: DER/SP, 2005. Disponível em: <http://www.der.sp.gov.br/WebSite/Arquivos/MalhaRodoviaria/codificacao. pdf>. Acesso em: 09 set. 2020. SÃO PAULO (estado). Secretaria de Transportes. Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP). Manual básico de estradas e ro- dovias vicinais: planejamento, projeto, construção, operação. São Paulo: DER/ SP, 2012. SÃO PAULO (estado). Secretaria de Transportes. Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP). Relatório Técnico: Projeto de En- genharia para Implantação de Rodovias. São Paulo: DER/SP, 2005. ESTRADAS 47 SER_ENGPROD_EST_UNID1.indd 47 19/11/2020 14:17:41 ELEMENTOS DO PROJETO GEOMÉTRICO 2 UNIDADE SER_ENGPROD_EST_UNID2.indd 48 19/11/2020 15:32:29 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Entender a função dos elementos em um projeto geométrico; Delimitar as particularidades dos elementos do projeto; Analisar criticamente os requisitos inerentes à escolha de cada um. Introdução aos elementos do projeto geométrico Projeto em planta Elementos constituintes do projeto em planta Curvas circulares simples Curvas circulares com transição Superlargura Perfil longitudinal Elementos constituintes do perfil longitudinal Greides retos Curvas verticais Seções transversais Elementos constituintes da seção transversal Superelevação ESTRADAS 49 SER_ENGPROD_EST_UNID2.indd 49 19/11/2020 15:32:29
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