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Morfofisiologia da Mama, Síntese do Leite e Importância do Aleitamento Materno

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Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
1 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
 
MAMA 
○ A glândula mamária é um órgão par, que se situa na 
parede anterior do tórax, na parte superior e está 
apoiada sobre o músculo peitoral maior, se estende 
da segunda à sexta costela no plano vertical e do 
esterno à linha axilar anterior no plano horizontal; 
○ A mama feminina é composta por lobos (glândulas 
produtoras de leite), por ductos (pequenos tubos que 
transportam o leite dos lobos ao mamilo) e por 
estroma (tecido adiposo e tecido conjuntivo que 
envolve os ductos e lobos, vasos sanguíneos e vasos 
linfáticos); 
○ As mamas são órgãos pares, situadas na parede 
anterior do tórax, sobre os músculos Grande Peitoral. 
Externamente, cada mama, na sua região central, 
apresenta uma aréola e uma papila; 
○ Na papila mamária exteriorizam-se 15 a 20 orifícios 
ductais, que correspondem às vias de drenagem das 
unidades funcionantes, que são os lobos mamários; 
○ A mama é dividida em 15 a 20 lobos mamários 
independentes, separados por tecido fibroso, de 
forma que cada um tem a sua via de drenagem, que 
converge para a papila, através do sistema ductal; 
• ÁCINO – porção terminal da “árvore” mamária, 
onde estão as células secretoras que produzem o 
leite. 
 
 
• LÓBULO MAMÁRIO – conjunto de ácinos. 
• LOBO MAMÁRIO - unidade de funcionamento 
formada por um conjunto de lóbulos (15-20) que se 
liga à papila por meio de um ducto lactífero. 
• DUCTO LACTÍFERO – sistema de canais (15-20) que 
conduz o leite até a papila, o qual se exterioriza 
através do orifício ductal. 
• PAPILA – protuberância composta de fibras 
musculares elásticas onde desembocam os ductos 
lactíferos. 
• ARÉOLA – estrutura central da mama onde se 
projeta a papila. 
• TECIDO ADIPOSO – todo o restante da mama é 
preenchido por tecido adiposo ou gorduroso, cuja 
quantidade varia com as características físicas, estado 
nutricional e idade da mulher. 
• LIGAMENTOS DE COOPER - responsáveis pela 
retração cutânea nos casos de câncer de mama, são 
expansões fibrosas que se projetam na glândula 
mamária. 
○ Os alvéolos desembocam em reduzidas estruturas 
ductais - os dúctulos, que se reúnem em duetos 
maiores. 
○ Os duetos maiores, por sua vez, fundem-se para 
formar duetos principais que drenam as unidades 
maiores, os lobos. Os ductos principais apresentam 
dilatação na projeção da aréola,denominada seio 
galactóforo, cuja importância reside na panicipação 
do mecanismo de sucção das mamas pelo neonato. 
○ Entre os lóbulos e duetos, as mamas são 
preenchidas por tecido gorduroso e conjuntivo. 
○ A vascularização mamária permeia esse tecido 
extraglanduJar até as menores unidades alveolares, 
que externamente se revestem de capilares e de 
células mioepiteliais. 
Morfofisiologia da Mama e Síntese do Leite 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
2 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
○ As células mioepiteliais têm função contrátil, 
auxiliando na mobilização do leite dos alvéolos para 
os dúctulos 
○ As mulheres mais jovens apresentam mamas com 
maior quantidade de tecido glandular, o que torna 
esses órgãos mais densos e firmes; 
○ Ao se aproximar da menopausa, o tecido mamário 
vai se atrofiando e sendo substituído 
progressivamente por tecido gorduroso, até se 
constituir, quase que exclusivamente, de gordura e 
resquícios de tecido glandular na fase pós-
menopausa; 
○ Tem como função principal a produção do leite para 
a amamentação, mas tem também grande 
importância psicológica para a mulher, representando 
papel fundamental na constituição de sua auto-estima 
e auto-imagem; 
FISIOLOGIA 
○ Na infância, as meninas apresentam discreta 
elevação na região mamária, decorrente da presença 
de tecido mamário rudimentar. Na puberdade, a 
hipófise, uma glândula localizada no cérebro, produz 
os hormônios folículo-estimulante e luteinizante, que 
controlam a produção hormonal de estrogênios pelos 
ovários. Com isso, as mamas iniciam seu 
desenvolvimento com a multiplicação dos ácinos e 
lóbulos. 
○ A progesterona que passa a ser produzida quando 
os ciclos menstruais tornam-se ovulatórios, depende 
da atuação prévia do estrogênio, é diferenciadora da 
árvore ducto-lobular mamária. 
○ Na vida adulta, o estimulo cíclico de estrogênios e 
progesterona fazem com que as mamas fiquem mais 
túrgidas no período pré-menstrual, por retenção de 
líquido. 
○ A ação da progesterona, na segunda fase do ciclo, 
leva a uma retenção de líquidos no organismo, mais 
acentuadamente nas mamas, provocando nelas 
aumento de volume, endurecimento e dor. 
○ Depois da menopausa, devido à carência hormonal, 
ocorre atrofia glandular e tendência à substituição 
dotecido parenquimatoso por gordura. 
○ No período da gestação, o estímulo de estrogênio e 
progesterona (hormônios esteróides) é máximo, 
devido à sua produção pela placenta, mas outros 
hormônios também se elevam na gestação, sem os 
quais não seria possível a lactação. 
○ São eles: prolactina, hormônios da tireóide, 
corticosteróides e lactogênio placentário. 
 
○ A plenitude funcional das mamas ocorre na 
amamentação, com a produção e saída do leite. 
○ A ejeção do leite, no momento das mamadas, é 
reflexo basicamente da contração das células 
mioepiteliais, que circundam os ácinos, estimuladas 
pela liberação de um outro hormônio, a ocitocina, que 
é produzido na hipófise posterior ou neuro-hipófise. 
○ A mulher que não amamenta jamais atinge a 
maturidade funcional da mama. 
○ As alterações fisiológicas locais são exuberantes por 
causa dos altos níveis de esteroides sexuais; 
Os duetos lactíferos proliferam a partir da terceira 
semana de gravidez, levando ao aumento de tecido 
glandular, consideravelmente maior em relação ao 
tecido gorduroso e conjuntivo; 
○ Os altos níveis de estrógenos placentários 
desencadeiam prolíferação celular, em especial das 
estruturas duoais, que não só aumentam em 
quantidade, como desenvolvem o lúmen em 
canalículos que não existiam previamente; 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
3 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
○ Outros hormônios que participam da atividade 
mitótica dessas células são o hormônio do 
crescimento e a insulina; 
○ A progesterona, por sua vez, é responsável pela 
diferenciação das células tenninais dos dúaulos em 
células acinosas (alvéolos); 
○ A prolactina toma essas células acinosas 
diferenciadas em células maduras, capazes de 
produzir os diferentes componentes do leite; 
○ Apesar dos altos níveis de prolactina durante a 
gravidez, sua ação é limitada pelos eJevados teores 
circulantes de progesterona e de hormônio 
lactogênico placentário, cuja ligação com receptores 
alveolares possui maior afinidade; 
○ Esses fenômenos acentuam·se no segundo trimestre 
com o aumento da produção de prolactina, que 
estimula os processos secretórios dos alvéolos 
mamários; 
○ Nesse momento, as mamas já possuem capacidade 
plena de funcionamento; 
○ No terceiro trimestre observam-se a redução dos 
componentes extraglandulares e o desenvolvimento 
ainda mais pronunciado das unidades lóbulo-acinosas; 
As mamas atingem capacidade máxima de produção e 
de secreção de proteínas, lactose e lipídios, além de 
atividade exponencial de determinadas enzimas como 
a galactosiltransferase e a lactose sintetase; 
○ O aumento do volume mamário também se deve ao 
desenvolvimento vascular localizado, o que contribui 
para o surgimento de veias visíveis pela epiderme, 
denominadas rede de Haller; 
○ Os fenômenos vasculares são proeminentes desde o 
inicio da gestação, o que gera intumescimento e 
edema localizados." A inervação do tegumento é 
extremamente abundante e está comprometida com 
os arcos reflexos neurais envolvidos na lactogênese e 
na galactocinese; 
○ As mudanças na coloração e pigmentação das 
aréolas mamárias são evidentesjá no primeiro 
trimestre de gravidez. A proteção epitelial é reforçada 
pelo desenvolvimento das glândulas sebáceas do 
mamilo - os tubérculos de Montgomeiy-, que irão 
lubrificar e proteger a pele local, mantendo sua 
elasticidade. 
○ Aumento da sensibilidade no mamilo é um dos 
primeiros sinais de gestação em muitas mulheres; 
Durante a gestação a aréola pode aumentar e os 
tubérculos ou glândulas de Montgomery crescem e 
passam a secretar uma substância sebácea com 
propriedades antibacterianas. As mudanças descritas 
a seguir podem influir na eficiência da remoção de 
leite pelo bebê; 
○ Os mamilos aumentam e tornam-se mais 
protrácteis, o que pode ser medido pela compressão 
da aréola imediatamente posterior ao mamilo. 
Quanto mais protráctil o mamilo e o tecido mamário 
posterior a ele, mais facilmente o bebê mamará; 
○ É a protractibilidade do tecido mamário (e não a 
forma ou tamanho do mamilo) que determina se o 
mamilo poderá adentrar suficientemente a boca do 
bebê para evitar trauma pela atividade oral infantil ou 
se sua boca conterá porção suficiente de mama para 
extrair leite eficientemente; 
○ O mamilo é o conduto através do qual flui o leite e 
provavelmente serve como estímulo oral para iniciar o 
comportamento alimentar. Mamilo invertido 
extremo, intratável, envolvendo frequentemente 
também espessamento e sinéquia de tecido mamário, 
pode tornar a amamentação difícil e até impossível; 
○ Durante a gestação ocorre intenso desenvolvimento 
lobular sob influência do lactogênio e esteróides 
luteais e sexuais placentários; 
A crescente liberação de prolactina contribui para o 
desenvolvimento da mama. Ductos e alvéolos 
multiplicam-se tão rapidamente, que entre 5 e 8 
semanas de gestação as mamas de muitas mulheres 
aumentam visivelmente e ficam mais pesadas, a 
pigmentação da aréola se intensifica e as veias 
superficiais dilatam-se. 
Todavia, à medida que o desenvolvimento glandular 
continua, em muitas mulheres as reservas adiposas 
são mobilizadas resultando em mudanças pouco 
perceptíveis, que não interferem no sucesso 
subseqüente da amamentação; 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
4 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
○ Após o parto, o volume de cada mama aumenta em 
média 225ml8 devido à duplicação do fluxo 
sanguíneo, aumento da secreção e desenvolvimento 
do tecido glandular, parcialmente preenchido por 
colostro, às vezes desde a metade da gestação; 
○ O colostro pode vazar, dependendo de fatores como 
temperatura ambiente e tônus dos músculos 
esfincterianos que controlam o fluxo espontâneo. Há 
uma grande variação interpessoal destes fenômenos, 
que não tem valor preditivo no sucesso na 
Amamentação; 
○ Nos primeiros meses de gestação é pronunciado o 
aparecimento de brotos ductulares pela influência de 
estrógenos. Com o aumento do nível de 
progesteronaapós o 3º mês, o desenvolvimento dos 
alvéolos ultrapassa a formação de ductos e o 
progressivo aumento da prolactina estimula a 
atividade glandular e a secreção de colostro. O 
momento em que as mamas adquirem a capacidade 
de sintetizar os constituintes do leite é chamado 
lactogênese I. A produção de grandes volumes de leite 
é inibida pelos esteróides sexuais placentários, 
particularmente progesterona. Este fenômeno é tão 
poderoso, que mesmo pequenos fragmentos de 
placenta podem retardar a lactogênese II, produção 
mais copiosa de leite, que se inicia no puerpério. A 
preparação das mamas para lactação é muito efetiva 
e a produção de leite pode começar até mesmo na 
16ª semana, se a gravidez se interromper. 
SÍNTESE DO LEITE 
O processo de lactação é mecanismo fisiológico 
específico dos mamíferos e compõe-se de uma série 
de eventos bioquímicos e teciduais de 
desenvolvimento e preparação das mamas, bem 
como de controle neuroendócrino da produção e 
excreção láctea; 
○ A síntese de leite nos alvéolos é um processo 
complexo que envolve quatro mecanismos 
secretórios: exocitose; síntese e transferência de 
gordura; secreção de íons e água e transferência de 
imunoglobulinas do espaço extracelular, de pequena 
relevância clínica direta e revistos em outro trabalho; 
○ Após o nascimento a inibição placentária da síntese 
de leite desaparece e o nível de progesterona no 
sangue da mãe cai rapidamente. As mamas enchem-
se de colostro em até 30 h após o nascimento. Entre 
30 e 40 h depois do parto11 há uma mudança rápida 
na composição do leite, com aumento da 
concentração de 
lactose e consequentemente do volume de leite, pois 
ela é o componente osmoticamente mais ativo. Este 
aumento de volume ocorre geralmente antes da 
percepção de aumento ou ingurgitação das mamas ou 
outro sinal subjetivo de desconforto, freqüentemente 
descrito como “descida do leite”; 
A lactação, do ponto de vista energético, é a maneira 
mais eficiente de atender as necessidades alimentares 
dos mamíferos jovens, sendo o leite materno 
ativamente protetor, imunomodulador e ideal para 
suas necessidades; 
 
○ O desenvolvimento intra-uterino da glândula 
mamária já é aparente na fêmea humana ao fim da 6ª 
semana de gestação; 
Na puberdade e adolescência a secreção hormonal da 
hipófise anterior estimula a maturação dos folículos 
de Graaf do ovário e a secreção de estrógenos 
foliculares, os quais por sua vez estimulam o 
desenvolvimento dos ductos mamários; 
○ A gestação exerce o efeito mais dramático sobre as 
mamas, embora o desenvolvimento do tecido 
glandular e a deposição de gordura e tecido conectivo 
continuem sob a influência de estimulação hormonal 
cíclica; 
○ Na gestação e parto ocorrem muitas alterações nos 
mamilos e mamas prenunciando a lactação. O preparo 
das mamas é tão efetivo,que a lactação começa 
mesmo que a gestação termine na 16ª semana; 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
5 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
○ Após o nascimento, cessa a inibição placentária 
sobre a síntese de leite e o nível de progesterona no 
sangue da mulher declina rapidamente. A mama se 
enche de 
leite de alta densidade e pequeno volume chamado 
colostro em até 30 horas após o parto. Como não é o 
nível hormonal da mãe, mas a eficiência da sucção do 
bebê, ou seja, a remoção de leite que governa o 
volume produzido em cada mama, mães que 
permitem que seus bebês mamem à vontade 
frequentemente observam grandes volumes de leite 
24 a 48 horas após o nascimento; 
○ Os reflexos maternos envolvidos na lactação são: 
produção e ejeção de leite. Vários reflexos 
complementares são acionados quando o bebê se 
alimenta: reflexo de rotação ou busca (induz o bebê a 
procurar o mamilo), de sucção (ação mandibular 
rítmica que permite a criação de pressão negativa e 
ação peristáltica da língua) e de deglutição. As ações 
instintivas da criança se consolidam no puerpério em 
comportamento aprendido; 
○ O uso de bicos de mamadeira e chupetas pode 
condicionar o bebê a ações orais diferentes, 
inadequadas para amamentação. 
A comparação entre leite materno e leite de vaca 
falha na descrição das muitas e importantes 
diferenças entre eles, por exemplo, diferenças 
estruturais e qualitativas de proteínas, gorduras e 
biodisponibilidade de minerais. A proteção contra 
infecções e alergias conferida ao bebê, impossível de 
ser alcançada por outro tipo de alimento, é a 
qualidade mais proeminente do leite de peito. O 
efeito máximo sobre o espaçamento inter-gestacional 
é alcançado enquanto o bebê é exclusiva ou quase 
exclusivamente amamentado e a mãe permanecer 
amenorréica. 
○ A amamentação é, por sua vez, processo em que o 
ato de nutrir o recém-nascido se reveste de 
significado emocional e se relaciona à construção 
inicial da relação entre mãe e filho, estreitando-se os 
vínculos afetivos. Apresenta. portanto, fatores 
influenciadores de natureza distinta, mais ligados aos 
aspectos psicológico e circunstancial que aos aspectosbiológicos." 
○ Mães que permitem que seus bebês mamem à 
vontade, freqüentemente observam que têm grande 
volume de leite 24 a 48 h após o parto sem apresentar 
ingurgitação; 
○ Atualmente se aceita que o fenômeno descrito 
como “descida do leite” marca a mudança do controle 
endócrino para o autócrino da lactação, situação em 
que é a remoção de leite, em meio hormonal 
favorável, que governa a produção; 
○ Algumas mães podem perceber esta transição como 
uma sensação de mamas cheias e quentes, enquanto 
o aumento da Pressão intramamária que acompanha 
a liberação dos peptídios supressores nas glândulas 
começa a adequar o volume de leite produzido ao 
necessário ao bebê (isto é, igual ao que está sendo 
retirado). Sensação de enchimento progressivo da 
mama decorre da combinação de retirada ineficiente 
de leite e aumento do fluxo sanguíneo mamário 
causando edema linfático, que por sua vez limita o 
fluxo de leite, permitindo acúmulo de peptídios 
supressores e eventual diminuição da sua secreção; 
○ Os reflexos maternos envolvidos na lactação são o 
da produção e o da ejeção de leite. Ambos envolvem 
ação de hormônios (prolactina e oxitocina, 
respectivamente) e são sensíveis à força motora da 
lactação, a sucção; 
○ A estimulação das terminações nervosas do 
complexo mamilo-areolar pelo bebê envia impulsos 
pela via neuronal reflexa aferente para o hipotálamo, 
resultando na secreção de prolactina pela hipófise 
anterior e oxitocina pela hipófise posterior; 
○ Outros hormônios (cortisol, insulina, hormônios da 
tireóide, paratireóide e do crescimento) também 
apóiam a lactação; 
A prolactina é o hormônio chave da lactogênese, 
estimulando a produção alveolar inicial; induz o RNA 
mensageiro e de transferência a sintetizar proteínas 
do leite e influencia a síntese de alfalactalbumina e, 
portanto, lactose nas células alveolares. Suas outras 
funções incluem mecanismos de retenção de água e 
sal através dos rins e possivelmente o prolongamento 
da amenorréia puerperal pela ação sobre os ovários. 
Ambas as funções reduzem o estresse metabólico da 
lactação; 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
6 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
○ Além de induzir a liberação de prolactina pela 
hipófise anterior, a amamentação também excita as 
fibras colinérgicas do hipotálamo e estimula liberação 
de oxitocina pela hipófise posterior; 
○ A oxitocina contrai as células mioepiteliais, forçando 
o leite para fora dos ductos. As contrações podem ser 
muito fortes e dolorosas no início, ejetando leite a 
muitos centímetros de distância do peito, embora na 
maioria das vezes cause apenas o gotejamento de 
uma mama enquanto o bebê mama na outra. A 
liberação de oxitocina aumenta a pressão 
intramamaria e a termomamografia mostra aumento 
evidente do fluxo sanguíneo. As mães podem sentir o 
reflexo de ejeção ou “descida do leite” como sensação 
de calor e formigamento, pressão no seio ou podem 
nem percebê-lo, a menos que acompanhem o ritmo 
de alimentação do bebê; 
LACTOGÊNESE 
A produção e secreção de colostro podem ser 
observadas, como visto, a partir do segundo trimestre 
de gestação, quando as glândulas mamárias atingiram 
maturidade para a produção láctea; 
○ A lactogênese não ocorre durante a gravidez em 
razão do efeito inibitório do estríol, da progesterona e 
do hormônio lactogênico placentário sobre os efeitos 
da prolactina nos alvéolos; 
○ Com o parto e a dequitação, os níveis à circulantes 
de estrógeno, hormônio lactogênico placentário e 
progesterona produzidos pela placenta decrescem de 
forma abrupta, possibilitando a ação da prolactina em 
seus receptores mamários; 
○ A prolactina produz uma série de efeitos nas células 
alveolares: 
• Diferenciação celular da fase pré-secretória para a 
fase secretória. 
• Estímulo da síntese de RNA para produção de 
proteínas espedficas do leite (caseína, 
alfalactoalbumina). 
• Indução de enzimas catalisadoras 
(galactosiltransferase e lactose sintetase) 
A prolactina exerce seus efeitos na mama, 
modificando a secreção de colostro para leite 
propriamente dito no período de aproximadamente 
72 horas. Esse fenômeno também é conhecido como 
apojadura ou descida do leite e coincide com 
ingurgitamento mamário típico desse período; 
○ Os níveis de prolactina sobem em picos induzidos 
pela sucção do recém-nascido. Quanto menor for o 
intervalo entre as mamadas, menor será o tempo para 
o restabelecimento dos níveis de prolactina, 
mantendo o nível sérico desse hormônio e a produção 
adequada de leite; 
○ A secreção basal é progressivamente menor com 
picos relativamente maiores até o terceiro mês pós-
parto, quando os níveis séricos circulantes se 
aproximam dos valores normais; 
○ Acredita-se que determinadas substâncias presentes 
no leite matemo sejam responsáveis pela regulação 
autócrina de sua produção, inibindo localmente a 
secreção láctea e alterando sua composição quando 
existe estase no sistema ductal; 
○ Assim, a produção de leite pelas glândulas mamárias 
depende não só da existência de um aparelho 
glandular desenvolvido, mas também da contínua e 
eficiente remoção do leite. 
LACTOPOESE E GALACTOCINESE 
A lactopoese relaciona-se com o conjunto de eventos 
que visa à manutenção da produção e da ejeção do 
leite; 
○ A galactocinese, por sua vez, é o mecanismo que 
descreve a excreção do leite durante a sucção das 
mamas pelo neonato; 
○ A produção e a ejeção do leite são controladas por 
arcos reflexos neurais, iniciando-se em terminações 
nervosas livres no complexo areolopapilar; 
○ O estímulo dessas terminações nervosas leva 
informações pelas vias aferentes torácicas (de T4 a 
T6), com liberação de ocitocina pela hipófise posterior 
e prolactina pela hipófise anterior; 
○ A ejeção do leite é realizada pelo estímulo da 
ocitocina nas células mioepiteliais que circundam os 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
7 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
alvéolos mamários ese contraem causando a excreção 
láctea; 
A ocitocina também age nas células da musculatura 
lisa areolar mamário de provovendo compressão do 
seio lactóforo e ereção dapapila, eventos que 
colaboram para o mecanismo de ejeção do leite. Além 
desses, os efeitos da ocitocina em outros órgãos 
podem ser observados durante o aleitamento, como 
as contrações uterinas que contribuem para a 
involução do útero; 
○ O reflexo de ejeção do leite é mais complexo que o 
reflexo liberador de prolactina, uma vez que é mais 
suscetível a influências de fatores psicoemocionais e 
ambientais. Assim, situações de desconforto, 
vergonha, ansiedade e dor provocam inibição 
imediata desse reflexo, reduzindo a quantidade de 
leite expelida; 
○ É também comprovada a presença de uma 
substância inibitória da produção de prolactina (fator 
inibidor da prolactina), cuja liberação está relacionada 
ao eixo neuroendócrino e, portanto, sujeita a 
modificações dependentes de estímulo emocional 
exógeno. Durante a sucção das mamas pelo recém-
nascido, o estímulo dos nervos torácicos provoca a 
redução dessa substância, permitindo a secreção de 
prolactina; 
○ O pico de secreção de prolactina relaciona-se com o 
intervalo entre o parto e a primeira mamada e a 
frequência das mamadas consecutivas. Assim, quanto 
maior for o intervalo entre o parto e a primeira sucção 
das mamas pelo recém-nascido, menores serão o pico 
inicial e a secreção basal de prolactina, com menor 
produção láctea; 
○ Orienta-se, dessa forma, que a primeira pega não 
exceda 40 minutos do pano e que a frequência 
mínima seja por volta de 7 a 8 mamadas por dia. 
Preconiza-se a amamentação de livre demanda, 
evariações individuais são possíveis sem maiores 
prejuízos; 
O aumento dos intervalos entre as mamadas ou a 
sucção ineficiente acarreta estase láctea e redução do 
fluxo vascular local. Esse fenômeno gera alterações 
celularescom destruição de tecido mamário e 
substituição por tecido conjuntivo e gordura. Em 
geral, essas alterações se completam após 3 meses da 
suspensão do aleitamento, embora boa parte dos 
tecidos glandulares permaneça até o período 
climatérico. 
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO 
BENEFÍCIOS EXCLUSIVOS 
○ Sabe-se que crianças que não são amamentadas 
com leite materno apresentam maior risco de óbito 
por diarreia (risco 14,2 vezes maior), doenças 
respiratórias (3,6 vezes) e outros tipos de infecção 
(2,5 vezes), quando comparadas àquelas que recebem 
aleitamento materno exclusivo; 
○ Proteção contra síndrome da morte súbita do 
lactente diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, doença de 
Crohn, retocolite ulcerativa, linfoma, doenças 
alérgicas e outras doenças crônicas do aparelho 
digestório. 
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO 
○ A técnica de preparo das mamas para o aleitamento 
inicia-se com as orientações realizadas no período 
pré-natal; 
O exame físico das mamas é de suma importância. 
pois é por meio dele que se podem diagnosticar as 
anormalidades anatômicas, prevendo suas possíveis 
complicações e corrigindo-as sempre que possível. A 
inspeção do mamilo fornecerá informação a respeito 
de lesões e oleosidade ou ressecamento da pele 
areolar. além de classificar o tipo de papila em 
normal, plana, pseudoinvertida ou invertida. Os 
cuidados dispensados com os mamilos devem incluir 
exposição solar e higiene com água. Recomenda-se 
evitar o uso de lubrificantes e sabonetes, os primeiros 
por exacerbar a oleosidade da pele local e os últimos 
por resseca-la em demasia. O aumento da produção 
sebácea pelas glândulas da aréola fornece quantidade 
de lubrificação necessária e suficiente à fufura 
lactante; 
○ As papilas invertidas não protraem, mesmo na 
vigência de exercícios e manobras, enquanto as 
pseudoinvertidas podem permanecer protraídas por 
algum tempo após manipulação ou sucção. Para esses 
casos, orientam-se exercícios de rotação, tração e 
 
Mód. VIII – Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento 
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exteriorização, que irão aumentar a flexibilidade e a 
capacidade de exposição da papila; 
○ As técnicas de amamentação visam à pega correta 
da boca do recém-nascido no mamilo da lactante, 
com consequente nutrição adequada da criança, sem 
prejuízo físico ou psicológico materno. 
POSICIONAMENTO DA CRIANÇA 
○ Indicativos da posição correta: corpo encostado ao 
da mãe (abdome com abdome), o queixo deve estar 
tocando o peito da mãe, corpo e cabeça alinhadas 
sem necessidade de virar a cabeça para alcançar a 
mama e criança apoiada no braço da mãe envolvendo 
a cabeça, pescoço e parte superior do tronco. 
PEGA 
○ Para sucção efetiva a criança deve abocanhar não só 
o mamilo, mas toda ou maior parte da aréola. Dessa 
forma proporciona a formação de um grande e longo 
bico que toca o palato, iniciando o processo de 
sucção. 
○ Os ductos lactíferos terminais que ficam por baixo 
da aréola, são assim pressionados pela língua contra o 
palato e inicia-se a saída do leite, ajudada pelo reflexo 
de ejeção mediado pela ocitocina. 
○ Caso haja a pega só no mamilo, ocorrerá erosão 
e/ou fissura mamilar por fricção continuada. Sem a 
pressão dos ductos lactíferos contra o palato, não há 
saída adequada de leite. A mãe pode ser auxiliada a 
aproveitar o movimento de busca e apreensão, que é 
estimulado colocando o mamilo na bochecha do bebê, 
deixando-o explorar o peito com a língua. 
SUCÇÃO EFETIVA 
○ A boca do bebê deve estar bem aberta, lábio 
inferior voltado pra fora, língua acoplada em torno do 
peito, bochechas com aparência arredondada, sucção 
lenta, profunda e ritmada e com períodos de atividade 
e de pausa. 
○ Antes de iniciar a pega, a mulher deverá ser 
orientada a palpar a aréola. Se estiver túrgida, 
ordenhar um pouco de leite para facilitar a pega. 
 
TÉRMINO DA MAMADA 
○ O ideal é que o bebê solte espontaneamente o 
peito. Caso isso não ocorra pode colocar o dedo 
mínimo na boca do bebê pela comissura labial para 
romper o vácuo e soltar o peito sem machucar o 
mamilo. 
INTERCORRÊNCIAS 
○ Dificuldade de sucção: quando, por alguma razão, o 
bebê não estiver sugando ou a sucção é ineficaz, e a 
mãe deseja amamentá-lo, ela deve ser orientada a 
estimular a sua mama regularmente (no mínimo cinco 
vezes ao dia) por meio de ordenha manual ou por 
bomba de sucção. Isso garantirá a produção de leite. 
Alguns bebês não conseguem pegar a aréola 
adequadamente ou não conseguem manter a pega. 
Isso pode ocorrer porque o bebê não está bem 
posicionado, não abre a boca suficientemente ou está 
sendo exposto à mamadeira e/ou chupeta. Além 
disso, o bebê pode não abocanhar adequadamente a 
mama porque elas estão muito tensas, ingurgitadas, 
ou os mamilos são invertidos ou muito planos. 
○ Demora na descida do leite: em algumas mulheres a 
apojadura só ocorre alguns dias após o parto. Nesse 
caso é muito útil o uso de um sistema de nutrição 
suplementar (translactação), que consiste em um 
recipiente (pode ser um copo ou uma xícara) 
contendo leite (de preferência leite humano 
pasteurizado), colocado entre as mamas da mãe e 
conectado ao mamilo por meio de uma sonda. A 
criança, ao sugar o mamilo, recebe o suplemento. 
Dessa maneira o bebê continua a estimular a mama e 
sente-se gratificado ao sugar o seio da mãe e ser 
saciado. 
Mamilos planos ou invertidos: para fazer o 
diagnóstico de mamilos invertidos, pressiona-se a 
aréola entre o polegar e o dedo indicador: se o 
mamilo for invertido, ele se retrai; caso contrário, não 
é mamilo invertido. Mostrar à mãe manobras que 
podem ajudar a aumentar o mamilo antes das 
mamadas, como simples estímulo (toque) do mamilo, 
compressas frias nos mamilos e sucção com bomba 
manual ou seringa de 10mL ou 20mL adaptada 
(cortada para eliminar a saída estreita e com o 
êmbolo inserido na extremidade cortada). 
 
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Recomenda-se essa técnica antes das mamadas e nos 
intervalos se assim a mãe o desejar. O mamilo deve 
ser mantido em sucção por 30 a 60 segundos. 
○ Ingurgitamento mamário: há três componentes 
básicos: (1) congestão/aumento da vascularização da 
mama; (2) retenção de leite nos alvéolos; e (3) edema 
decorrente da congestão e obstrução da drenagem do 
sistema linfático. Como resultado, há compressão dos 
ductos lactíferos, o que dificulta ou impede a saída do 
leite dos alvéolos. Não havendo alívio, a produção do 
leite pode ser interrompida, com posterior reabsorção 
do leite represado. O leite acumulado na mama sob 
pressão torna-se mais viscoso; daí a origem do termo 
“leite empedrado”. O ingurgitamento patológico, a 
mama fica excessivamente distendida, o que causa 
grande desconforto, às vezes acompanhado de febre 
e mal estar. Pode haver áreas difusas avermelhadas, 
edemaciadas e brilhantes. Os mamilos ficam 
achatados, dificultando a pega do bebê, e o leite 
muitas vezes não flui com facilidade. 
○ Mastite: processo inflamatório de um ou mais 
segmentos da mama (o mais comumente afetado é o 
quadrante superior esquerdo), geralmente unilateral, 
que pode progredir ou não para uma infecção 
bacteriana. A estase do leite é o evento inicial da 
mastite e o aumento da pressão intraductal causado 
por ela leva ao achatamento das células alveolares e 
formação de espaços entre as células. Por esse espaço 
passam alguns componentes do plasma para o leite e 
desse para o tecido intersticial da mama, causando 
uma resposta inflamatória. O leite acumulado, a 
resposta inflamatória e o dano tecidualresultante 
favorecem a instalação da infecção, comumente pelo 
Staphylococcus (aureus e albus) e ocasionalmente 
pela Escherichia coli e Streptococcus (α-,β- e não 
hemolítico), sendo as lesões mamilares, na maioria 
das vezes, a porta de entrada da bactéria.

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