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BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. A Psicologia da Aprendizagem.

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BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. A 
Psicologia da Aprendizagem. In: Psicologias: Uma introdução ao Estudo de Psicologia. São 
Paulo: Ed. Saraiva, 2001, p. 114-134. 
 
 
 O presente resumo tem como objetivo apresentar as principais ideias e conceitos 
discutidos no capítulo 8 “A psicologia da aprendizagem”, que compreende os tópicos: A 
aprendizagem como objeto de estudo; Teorias da aprendizagem; A Teoria Cognitivista da 
aprendizagem; Uma teoria de ensino: Bruner; Motivação e Teorias atuais. O referido capítulo 
compõe a obra Psicologias: Uma introdução ao Estudo de Psicologia, organizada por Bock, 
Furtado e Teixeira e publicada em 2001. 
Comumente, utiliza-se o termo "aprender" para se referir a algo que antes não se sabia 
fazer, mas que agora é possível se executar. Por outro lado, para a psicologia, esse conceito 
não soa tão simples, uma vez que "aprendizagem" compreende muitas outras coisas. Assim, 
ela pode se dar tanto por conta do desenvolvimento físico, vitórias e conquistas, vivências, 
repetição (como castigo ou não), etc. Diante disso, muitos teóricos dessa área fizeram-se 
alguns questionamentos acerca da aprendizagem, tais como: qual o seu limite? Como o 
aprendiz participa desse processo e há motivação por trás disso? 
Ressalta-se, ainda, que há muitas teorias sobre aprendizagem, mas por questões 
práticas elas poderiam ser agrupadas em duas categorias: a do condicionamento e a 
cognitivista. A primeira consiste em evidenciar o fator estímulo e resposta, ligadas 
basicamente às condições do ambiente. A segunda leva em conta as relações dos sujeitos com 
o mundo a sua volta, o que influencia na sua organização cognitiva. Por meio das relações 
com o mundo, internalizam-se e organizam-se os conteúdos. 
Em vista disso, tem-se as controvérsias sobre essas concepções, mais especificamente 
três, apontadas pelos autores. A primeira refere-se à forma como se aprende: os teóricos do 
condicionamento defendem que os indivíduos aprendem por meio de hábitos, enquanto que 
os cognitivistas dizem ser por meio de ideias (conceitos); a segunda concerne ao modo como 
se mantém o comportamento que fora aprendido. Para o condicionamento, isso se dá por 
meio do encadeamento de respostas, i.e., as etapas que se seguem para se atingir o que se 
quer. Já para os cognitivistas, o que mantêm um comportamento são as ações cerebrais, tais 
como a atenção e a memória; por fim, a terceira controvérsia, a qual se remete ao modo como 
se soluciona uma nova situação-problema, uma dificuldade: para o condicionamento, 
relembram-se hábitos passados, ou seja, procura-se resolver um novo problema tendo-se 
como base experiências de problemas anteriores. Dessa comparação resulta uma espécie de 
"solução" readequada. Por outro lado, os cognitivistas partem da ideia de que, mesmo com a 
experiência passada sobre um problema, não há garantia de que a solução utilizada para 
resolvê-lo poderá ser reajustada a este novo. 
Sobre a abordagem a respeito da teoria cognitivista da aprendizagem, nesse texto, 
utilizou-se a teoria de David Ausubel. Assim, esclarecem-se alguns conceitos. O primeiro é 
sobre a cognição, que segundo os autores, "é o processo através do qual o mundo de 
significados tem origem." A partir de um significado surgem outros significados, pois eles 
não são estanques. A segunda conceituação é referente à aprendizagem, que é "o processo de 
organização das informações e de integração do material à estrutura cognitiva". Tal 
aprendizagem pode ser dividida em duas: a mecânica e a significativa. A primeira diz respeito 
às informações que se adquire, mas que não se associam a entendimentos já existentes no 
sistema cognitivo. O conhecimento, aqui, é arbitrário, o que resultaria no que se conhece 
como "saber de cor". A segunda ocorre tendo-se como base conceitos já existentes no sistema 
cognitivo, os quais servirão como suporte para a aprendizagem. Ou seja, para se absorver um 
novo conceito é necessário que se tenha absorvido conceitos anteriores a esses para que se 
entenda o "novo". 
 Tendo-se isso em vista, por "ponto de ancoragem", entende-se o ponto básico que 
serve como uma espécie de precursor para novos conceitos, i.e., para se chegar ao 
entendimento de coisas mais amplas e complexas é preciso, antes de tudo, ter conhecimentos 
previamente estabelecidos. Com isso já estabelecido, tem-se a aptidão para saber reconhecer 
e diferenciar variadas coisas. Ainda que não se tenha um “ponto de ancoragem”, ao se ter 
contato com algo novo, partir-se-á das informações agora apresentadas e, a partir delas, 
formar-se-á a ancoragem acerca do novo assunto em questão. 
Dessa forma, partindo-se dessas concepções a respeito do processo de aprendizagem, 
algumas teorias envolvendo o ensino foram formuladas. Dentre os teóricos que se 
sobressaíram, tem-se Jerone Bruner. Para ele, ao ensinar, o professor deve se preocupar não 
só com a "extensão da matéria", mas sobretudo com a forma como ela será estruturada. 
Ao se falar sobre a estrutura da matéria, o que se propõe é que, ao se organizar o 
conteúdo a ser ensinado, parta-se dos entendimentos mais gerais para os mais particulares. 
Para esse teórico, o ensino deve se direcionar para a compreensão: compreender as relações 
existentes entre fatos e ideias. Além disso, ressalta-se a importância do erro para o 
aprendizado do aprendiz, pois a partir disso ele será orientado pelo professor a refazer o seu 
raciocínio para identificar o que e quando errou, a fim de prosseguir rumo ao raciocínio 
correto. 
No cerne do processo de aprendizagem destaca-se a motivação, e este ainda é um 
tema muito caro à psicologia, principalmente às teorias que envolvem aprendizagem e 
ensino. A motivação pode ser atribuída tanto ao fato de se aprender com facilidade quanto às 
dificuldades que contornam este processo. O estudo da motivação leva em consideração três 
vertentes: o ambiente; as forças internas ao indivíduo, como os interesses e necessidades; 
e o objeto, a fonte que mobiliza a atração do indivíduo. 
O processo motivacional pode ser entendido como o artifício que articula o organismo 
para realizar a ação, partindo-se sempre de uma relação com o ambiente, com a necessidade 
e com o objeto. Entende-se, com isso, que a base da motivação é sempre um desejo ou uma 
necessidade. Nesse cenário, o ambiente é extremamente importante para fornecer estímulo 
ao organismo e dessa forma alcançar o objetivo, que seria a satisfação da necessidade. 
Quando não se encontra o objeto, fala-se em frustração. 
O grande desafio das instituições de ensino é criar condições favoráveis para que os 
alunos se sintam estimulados a aprender. Para isso, algumas estratégias são apresentadas, 
dentre elas estão: a prática educacional, a qual deve partir da necessidade do aluno e, com 
isso, criar novos motivos, i.e., criar novos interesses no aluno. Bruner defende que o caminho 
é propiciar a descoberta. Outros caminhos também são possíveis, como: criar uma postura 
investigativa no aluno, utilizar uma linguagem acessível, adequar o grau de dificuldade dos 
exercícios e, por fim, mas não menos importante, fazer o aluno entender que o conteúdo é 
útil. 
Dentre as várias teorias que são referências quando se trata de aprendizagem, 
destacam-se os nomes do Russo Vygotsky e do suíço Piaget, estes foram base do trabalho de 
Emília Ferreiro, estudiosa da área. Vygotsky levantou muitas críticas aos estudos que 
buscavam compreender a atividade psicológica humana baseando-se em estudos com 
animais. Também foi crítico quanto às concepções que asseguravam os princípios 
intelectuais humanos como fruto de uma maturidade biológico, a qual estaria predeterminada 
com o passar do tempo. Para Vygotsky, esse desenvolvimento teria uma origem social e não 
puramente biológica. 
Parte dos estudos realizados Por Vygotsky é direcionada para as questões escolares e 
ajudama ter um novo olhar para os “problemas de aprendizagem”. O autor direciona a 
problemática para o campo das relações sociais, levando em consideração que o ensino-
aprendizagem sempre parte de uma relação com o outro. Sabe-se que uma criança já tem 
contato com a cultura desde seu nascimento e que este contato é sempre mediado pelo 
“outro”, portanto, a aprendizagem não começa na escola, mas sim na relação em sociedade 
que se dá em um movimento de fora para dentro. Nessa perspectiva, a escola surge como um 
instrumento de sistematização da cultura. 
 Diante dessas concepções, Vygotsky criou o conceito de Zona de desenvolvimento 
proximal, que abrange a capacidade de desenvolvimento da criança a partir do ensino 
sistemático. Essa zona diz respeito à longitude entre o desenvolvimento real, no qual a 
criança soluciona seus problemas sem orientação, e o desenvolvimento potencial, que é 
guiado por um adulto. Para o estudioso, a aprendizagem é puramente social, pois ocorre no 
processo de interação com adultos e colegas. Nesse sentido, a escola é responsável por 
estimular essa interação. 
 Outro estudioso do tema foi o suíço Jean Piaget, sua teoria é considerada 
construtivista, pois ele buscou explicar o surgimento de inovações, mudanças e 
transformações do desenvolvimento intelectual. Assim, Piaget empregou na formação de sua 
teoria o modelo biológico. Nele, o homem é direcionado no sentido de equilibrar suas 
necessidades biológicas básicas de sobrevivência e os impedimentos colocados pelo caminho 
para o alcance dessas necessidades. Nesse sentido, a organização é o artifício responsável 
por tornar o comportamento humano eficiente para a satisfação de suas necessidades, um 
verdadeiro processo de adaptação. A adaptação permite transformar dados assimilados e 
incorporá-los ao organismo. Além disso, também faz o sentido contrário, pois permite que o 
organismo se ajuste a esses novos elementos. 
 De posse desses conceitos, pode-se dizer que o desenvolvimento intelectual é um 
processo de adaptação, já que assimila, incorpora as informações da experiência individual e 
acomoda-as. O Autor não formulou teorias de ensino-aprendizagem, mas seus estudos foram 
base para estudiosos da área, como é o caso de Emília Ferreiro. 
 A argentina Emília Ferreiro tem como principal característica de seu trabalho o 
comprometimento em integrar o objetivo científico com as realidades social e cultural da 
América Latina. A psicopedagoga aponta a existência de mecanismos no sujeito aprendiz, os 
quais se dão por meio da interação com a linguagem escrita e se expressam de forma peculiar 
em cada indivíduo. Dessa forma, as produções escritas realizadas por crianças podem parecer 
estranhas porque, na realidade, são esquemas de assimilação do objeto de aprendizagem, são 
interpretações. Ferreiro foi muito engajada na temática da alfabetização e trabalhou 
incisivamente o caráter evolutivo da escrita, que permitiu compreender atitudes infantis e 
eliminar delas a carga patológica que lhe era atribuída.

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