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O QUE É A ESCOLA? Profª. Ms. Danielle Batista Para George Snyders: A escola é o lugar de divergência entre professor e aluno, visto o jeito de ser, a compreensão de mundo e a posição que cada um ocupa. Para Neidson Rodrigues: A escola deve preparar para o exercício da cidadania, capaz de conviver numa sociedade que recebe muitas influências culturais, políticas, econômicas, científicas. A escola influencia e é influenciada, não é apenas um local de reprodução de interesses, mas também de Produção. A escola é uma instituição de cultura, de socialização do saber, oferecendo acesso aos bens culturais, comprometida com a formação política e cidadã dos indivíduos. - Para José Carlos Libâneo: - A escola é uma das esferas em que acontece a atividade educativa - Visa o desenvolvimento científico e cultural do povo, preparando os educandos para a vida, para o trabalho, para cidadania - Para Mário Sérgio Cortella: - A escola não deve cair na neutralidade nem como inútil para a transformação, deve apontar a contradição das injustiças sociais - Tem uma função conservadora e inovadora ao mesmo tempo, garantindo e combatendo a conservação - O educador tem um papel político pedagógico - A escola deve reconhecer que existem possibilidades de transformar a sociedade, não numa visão radicalista, mas pensa-se em possibilidades, em novidades. A escola precisa ser um espaço de: Amizade (professor e aluno; aluno e aluno) Clima de colaboração Trabalho conjunto Parceria entre professor e aluno para que haja crescimento e desenvolvimento Seleção de conteúdos que aproveitem as experiências, as vivências e os conhecimentos dos alunos Questionamento por parte dos alunos, em que eles formulem suas próprias questões Estratégias dinâmicas que envolvam os alunos Avaliação contínua, que ofereça aos professores informações sobre o desenvolvimento do aluno Para a arquiteta Bia Goulart, que elaborou um texto para aplicação dos recursos destinados aos repasses para escolas que funcionam em tempo integral: “As escolas, salvo raras exceções, são idênticas, no Brasil inteiro, de norte a sul, na montanha ou no litoral, na cidade ou no campo, das redes municipais, estaduais e até mesmo nas redes privadas, seja nas metrópoles, nas grandes cidades, nas pequenas, até nas comunidades indígenas, nos acampamentos do Movimento Sem Terra, o que encontramos são escolas iguais. Muros altos, portão, entrada, secretaria, guichê de atendimento, refeitório, cozinha, banheiros de funcionários, sala de professores, administração, direção, banheiros da equipe gestora, e depois as salas e banheiros dos alunos. Algumas tem a sorte de já ter biblioteca, sala de informática, almoxarifado, laboratório de ciências, sala de artes, quadra, ou, melhor ainda as que tem a quadra coberta e até um pequeno auditório. Agora...Gangorra? Balanço? Gira-gira? Isso não! Isso é pra criança da educaçã”o infantil. Afinal de contas, 6 anos já é gente grande, não é mesmo? - Escolas grandes ou pequenas, novas ou antigas, bonitas ou feias, seus espaços são assim há 200 anos. Os mesmos espaços que foram pensados para ensinar no tempo que ensinar significava também vigiar e punir, controlar, castigar, separar, segregar, mandar, reprimir. E os espaços escolares foram pensados para cumprir também estas “funções”. - Os conceitos de Educação mudaram, propostas pedagógicas mudaram, os conteúdos, os modos de ensinar e de aprender. E com elas os professores, os estudantes, funcionários, diretores, as famílias, todos mudaram, todos mudamos. Nossas cidades estão diferentes, o País está diferente e as nossas escolas continuam as mesmas, iguais ao que eram e iguais entre si. Com seus espaços praticamente inalterados no que se refere à essência de sua organização, de sua concepção. Espaços que foram, na sua origem, pensados para docilizar os corpos, modelar subjetividades,homogeneizar comportamentos, fragmentar a percepção, controlar a produção. E até hoje assim permanecem. Não devemos chamar o povo à escola para receber instruções, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições. Mas, para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feito, que leve em conta suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história. (PAULO FREIRE, 1995). “SE A EDUCAÇÃO SOZINHA NÃO TRANSFORMAR A SOCIEDADE, SEM ELA TAMPOUCO A SOCIEDADE MUDA.” (PAULO FREIRE) O QUE É CURRÍCULO? • Currículo vem do latim “curriculum”, que significa “percurso”, “carreira”, “curso”, “o modo de fazer”, “o que ocorrer no curso ou percurso efetuado”; • Tradicionalmente, currículo significa um rol de matérias ou disciplinas organizadas de forma lógica, sequencial e hierarquizada, determinada por uma sociedade num determinado período histórico; • - Os currículos se alteram em função da evolução da sociedade, que estabelece novas exigências considerando o momento em que a humanidade se encontra; Conceitos Atuais Currículo é tudo que cerca o aluno, em todos os momentos; Currículo é mais que “conteúdos” que devem ser aprendidos, mas é tudo que está na vida escolar de uma criança e/ ou adolescente; Currículo constitui-se em experiências que crianças têm e que permitem sua realização em forma de aprendizado; Currículo retrata uma determinada cultura, experiências oriundas das relações humanas; Conceitos Atuais Currículo se constitui, de fato e de direito, a partir do momento em que as crianças e os adolescentes o experimentam, sem vivência, sem experiência não existe currículo; As relações humanas, os métodos de ensino, os recursos materiais e físicos disponíveis e os processos de avaliação fazem parte de um currículo; Um currículo dirige interesses e necessidades das crianças e adolescentes, permitindo à elas viver em comunidade, em sociedade, contribuindo para o enriquecimento de suas vidas a partir da aquisição de informações, habilidades, capacidades, atitudes, normas e valores; . CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO É o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes consideradas importantes para o desenvolvimento de um grupo, num determinado tempo e espaço. O currículo é um espaço tencionado de forças culturais e políticas, não está pronto e posto para ser cumprido, ele é construído na medida em que os sujeitos se envolvem , se entrelaçam e se comprometem na construção dos conhecimentos necessários para a sobrevivência do grupo social. (Silva, 1995, 2001) • Currículo: como articulação de saberes • Saberes: Cognitivos, conceituais , procedimentais e valorativos • Percurso: para construção de um perfil compromissado socialmente • Matriz Curricular: quadro teórico-prático global e articulado, em complexidade crescente Devemos, ainda, considerar que o currículo se refere a uma realidade: Determinada Histórica Cultural Social REFLETE Procedimentos Didáticos Procedimentos Administrativos Condicionam sua prática e teorização A elaboração de um currículo é um processo social, no qual convivem lado a lado os fatores lógicos, epistemológicos, intelectuais e determinantes sociais como poder, interesses, conflitos simbólicos e culturais, propósitos de dominação dirigidos por fatores ligados à classe, raça, etnia e gênero. Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 363) assim o definem: O currículo formal ou oficial é aquele estabelecido pelos sistemas de ensino, expresso em diretrizes curriculares, nos objetivos e nos conteúdos das áreas ou disciplinas de estudo. Podemos citar como exemplo os Parâmetros Curriculares Nacionais e as propostas curriculares dos estados e municípios. O currículo real é aquele que, de fato, acontece na sala de aula, em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino. É tanto o que sai das ideias e da prática dos professores, da percepção e do uso que eles fazem do currículo formal, como o que fica na percepção dos alunos. Alguns autores chamam de experiência o currículo tal qual é internalizado pelosalunos. É importante ter clareza de que, muitas vezes, o que é realmente aprendido, compreendido e retido pelos alunos não corresponde ao que os professores ensinam ou creem estar ensinando. Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 363), definindo currículo real: Libâneo, Oliveira e Toschi (2003, p. 363) Definindo o Currículo Oculto: O currículo oculto refere-se àquelas influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores e são provenientes da experiência cultural, dos valores e significados trazidos de seu meio social de origem e vivenciados no ambiente escolar – ou seja, das práticas e das experiências compartilhadas na escola e na sala de aula. É chamado de oculto porque não se manifesta claramente, não é prescrito, não aparece no planejamento, embora constitua importante fator de aprendizagem. Currículo Oculto Se currículo é tudo que envolve todas as ações e experiências obtidas por crianças e adolescentes, chamado também de currículo explícito, existem experiências que necessariamente não estão totalmente explícitas no currículo, nem por isso menos importantes. Estas denominadas de currículo oculto; Currículo oculto refere-se às normas, atitudes, valores, comportamentos que estão implícitos no cotidiano escolar e, consequentemente, na vida social de crianças e adolescentes; Portanto, o currículo explícito e o currículo oculto tem a mesma importância para o processo de formação de crianças e adolescentes; DIMENSÕES DE UM CURRÍCULO • FILOSÓFICA: opção de valor, concepção de homem, de sociedade, de mundo, determinando finalidades, propósitos e conteúdos da escola; • SÓCIO-ANTROPOLÓGICA: visão clara da realidade em que se insere, estabelecendo um trabalho dinâmico e atual. Assim, faz-se necessário levantamento de informações básicas da realidade da comunidade e da escola; • PSICOLÓGICA: atenção ao desenvolvimento das crianças e dos adolescentes que serão atendidos, respeitando as características e aprendizado de cada uma delas;
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