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PLANEJAMENTO_PECUARIO

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PLANEJAMENTO PECUÁRIO – IZ319
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE ZOOTECNIA
DEPARTAMENTO DE REPRODUÇÃO E AVALIAÇÃO ANIMAL
APOSTILA – VERSÃO 4.0 – AGOSTO / 2018
Prof.Carlos Augusto de Oliveira – cao@ufrrj.br
2
Carlos Augusto de Oliveira – cao@ufrrj.br
Professor Adjunto - UFRRJ/IZ/DRAA
Zootecnista
MBA Administração Rural
MBA Estrategia em Agribusiness
M.Sc. Gestão de Negócios
D.Sc. Zootecnia
Copyright © 2018 Carlos Augusto de Oliveira. Citações liberadas desde que referenciadas.
 SUMÁRIO 
1. Introdução ..................................................................................................... 3
2. Características especí cas do primeiro setor – Agropecuária ...................... 23
3. Análise SWOT ............................................................................................... 27
4. Diagnóstico e intervenção administrativa em fazendas ................................ 40
5. Teorias de administração .............................................................................. 45
6. O capital no negócio agropecuário – contabilidade ..................................... 49
7. Fluxo de caixa – cash ow .......................................................................... 53
8. Avaliação econômica de projeto agropecuários ........................................... 54
9. Custo de produção na pecuária ....................................................................
10. Dimensionamento e performance do rebanho.............................................
61
91
11. A informação na pecuária – controle .......................................................... 112
12. Rastreabilidade na Pecuária .......................................................................
13. Crédito rural ................................................................................................
118
130
14. Orçamentos / parâmetros ........................................................................... 140
15. Referências bibliográ cas ........................................................................... 148
3
“A agricultura é o nervo econômico da civilização, com ela se inicia e a ela deve a
melhor porção de sua riqueza”. (Caio Prado Júnior – 1942)
1.Introdução
No início do século 20 a agricultura brasileira desempenhou importante função no
processo de desenvolvimento. O Brasil era nitidamente agrícola com a grande maioria
da população vivendo nas zonas rurais. O Café era o principal produto no mercado de
trocas e o grande responsável pela geração de divisas internacionais. 
O setor agrícola era pouco tecnificado e com grande independência dos demais
setores da economia, a maior parte da produção era feita em terras adequadas e/ou
férteis, momento em que se alcançou a autossuficiéncia em alimentos básicos. 
A partir da década de 30, as relações de trocas no mercado internacional sofreram
profundas alterações em virtude da depressão econômica ocorrida na maioria dos
países. O modelo brasileiro baseava-se exclusivamente na produção de matérias
primas, com ênfase no Café. 
Os estudos econômicos da época já demonstravam claramente que a demanda
mundial pôr produtos de origem primária era inelástica em relação aos preços e a
renda, ou seja, à medida que se aumentasse a oferta haveria decréscimo nos preços
dos produtos, e pior, à medida que a renda real aumentasse cada vez menos seria
proporcionalmente gasto com produtos de origem primária, objetivamente, estava claro
que mais produção iria significar menores rendas para as pessoas envolvidas no
processo produtivo, no caso, agricultores. 
Na época as lideranças nacionais se conscientizaram da importância da
industrialização do país, de tal forma que se diminuísse a dependência externa com
relação aos produtos manufaturados, assim sendo, a partir da década de 50, iniciou-se
o processo de industrialização do Brasil, sempre voltado para o fortalecimento do
mercado interno, onde se diminuiu a ênfase na exportação de matérias primas. 
Para a época, a maior contribuição da agricultura foi à liberação de enormes
contingentes de mão de obra rural para o setor urbano, esta transferência de
trabalhadores do campo para as cidades foi fator importante no desenvolvimento
econômico do país. A eficiência produtiva destes trabalhadores na cidade foi
fortemente aumentada. Destacando que não houve diminuição da oferta de produção
agrícola. 
Neste momento a agricultura além de contribuir com a liberação de mão de obra,
participou também com o fornecimento de produtos para serem processados no parque
industrial emergente, com o detalhe que este fornecimento foi de alimentos baratos
para a crescente população das cidades. Vale destacar que os alimentos deveriam ser
baratos porque os salários pagos eram baixos, este ciclo fundamentava a política
econômica da época; baixos salários para possibilitar a geração de lucros que seriam
reaplicados em novas indústrias, que gerariam novos empregos, que por sua vez
gerariam mais riquezas para a nação. Situação que persistiu até o início dos anos
noventa. 
Concomitante a estas duas funções, o setor agrícola tem desempenhado ao longo dos
últimos anos papel fundamental na captação de divisas externas, via exportação de
produtos primários (café, soja, suco de laranja, açúcar, carnes e outros) e que hoje na
4
forma simplesmente de matérias primas já não conseguem nos alavancar para um
patamar de desenvolvimento sustentado, a palavra de ordem é a agregação de valores
aos produtos primários. Fato ainda não realizado pelo país em níveis desejáveis. 
O setor agrícola brasileiro dentro de nosso modelo de desenvolvimento econômico tem
feito substancial transferência da riqueza gerada por ele, para os outros segmentos da
sociedade, transferências de recursos e acumulação de capital (humanos, financeiros e
materiais) para outros setores da economia. 
Entre as formas de transferências destacamos a mais tradicional, que é o mecanismo
salarial, ao pagar menores salários para o setor agrícola à sociedade transfere
recursos para o setor urbano. 
Outra forma de transferência de capital está relacionada aos mecanismos de mercado,
onde a relação de preços recebidos e pagos é quase sempre desfavorável ao setor
rural. 
Um dos mais perversos mecanismos de transferência de renda do setor agrícola era a
inflação elevada, que basicamente beneficiavam os segmentos econômicos que
possuíam grande volume de conhecimento e informações, e que “detinham” a
capacidade de repassar preços aos consumidores finais. 
O grifo na palavra “detinham” está relacionado aos monopólios que estão sendo
formados graças a chamada globalização, e o pouco desempenho regulador que o
governo tem estabelecido em relação a este gravíssimo e irreversível fato.
 
Esse conjunto de ações está baseado no pressuposto de que a taxa de acumulação de
capital é que determina a taxa de crescimento do nível do emprego na economia, por
sua vez, o crescimento do nível do emprego nos setores mais dinâmicos da economia
é que irá determinar o maior ou menor grau de desenvolvimento nesta economia, por
estas razões é que os recursos são alocados naqueles setores que apresentam a
probabilidade de ofertar maiores taxas de retorno à sociedade.
Todas estas entre outras funções fazem parte de um modelo macroeconômico, e é
dentro deste contexto que as empresas rurais, sejam elas familiares ou não devem
estar preparadas para operar o chamado mundo “globalizado”. 
Cabe aos produtores e/ou empresários rurais, independente de sua localização, porte e
linha específica de produção, ter pleno conhecimento do contexto macroeconômico e o
modelo de desenvolvimento utilizado pelo país, além, fundamentalmente de se manter
atualizado no que acontece no Brasil e no mundo nas áreasafins. 
Só com acesso livre e democrático a informação, poderemos estar atualizados, no
entanto, o diferencial é só para quem consegue fazer uso estratégico desta mesma
informação. 
1.1 - A agricultura no Brasil
1.1.1 – Século XVI – Brasil Pré-Colonial
O Pau-brasil é o destaque, incentivado pelos portugueses e em troca de espelhos e
outras porcarias os índios em 10 anos fazem uma devastação na floresta. Tinham
trocado os machados de pedra por ferro e neste período já não tinha Pau-brasil a 20
km da costa. 
5
Em 1532 com o surgimento das capitanias hereditárias (limitadas pelo meridiano de
Tordesilhas) e com a finalidade de fazer a colonização com despesas correndo pelos
donatários, surge a cana de açúcar, trazida pelo donatário Martin Afonso de Souza, nos
litorais do RJ e SP, seguindo depois para PE, assim como uma pecuária (bois e
cavalos) para fins de transporte, serviço e alimentação. 
Índios devastando o pau-brasil
O sistema fracassa por falta de capital, passando a vigorar o sistema de Governo
Geral, que foi até 1808, seria a vinda da família real para o BR. Ficando estabelecido
pelo rei de Portugal que não seriam instaladas manufaturas nas colônias, ato que ficou
conhecido como Alvará, desta forma as colônias teriam que importar qualquer
manufaturado, fato que persistiu até a independência. 
O primeiro governador geral (Tomé de Souza) baseado em Salvador, BA, incentivou a
agricultura, com a introdução de escravos negros e de bovinos para trabalho. Com a
morte do rei de Portugal e por falta de descendentes a Espanha unifica as coroas, fato
que leva os colonizadores a ultrapassar oficialmente o meridiano de Tordesilhas,
levando a pecuária a interiorizar-se. 
6
No século seguinte acaba-se por restaurar a coroa Portuguesa. Ao fim deste século as
invasões francesas e holandesas não conseguem estabelecer grandes relações com a
agricultura no sul e sudeste, havendo maior contato com o Maranhão e Pernambuco
(Maurício de Nassau).
 
1.1.2 – Século XVII – Brasil Colonial
Continua a produção de cana de açúcar como carro chefe de nossa agricultura, os
holandeses incrementam os usineiros (PE), endividando e garantindo sua permanência
(holandeses) por mais tempo no BR, até que a Holanda muda de atitude em relação a
Maurício de Nassau e acaba por provocar revolta local. 
O território brasileiro é dividido em dois Estados; o do Maranhão (do Amazonas ao
Ceará, mas tarde torna-se Grão-Pará com sede em Belém) e o estado do Brasil ( do
RN ao RS, com a sede em Salvador-BA) à partir de 1763 a capital vêm para o RJ.
Esta divisão dura até 1774. 
A classe que dominava econômica, social e politicamente eram os grandes
proprietários de terras, chamada de aristocracia rural. O Brasil se fixa como uma
colônia de exploração agrícola nos moldes mercantilista, onde havia um pacto que
Portugal controlava todo o comércio da colônia, garantindo sua margem de lucro.
Comércio este feito por algumas empresas privilegiadas pela coroa, com concessão
para comprar e vender a produção brasileira, produção esta que sempre era vinculada
a demanda do mercado externo e aos interesses de Portugal, a filosofia era produzir a
maior quantidade pelo menor preço com base em: monocultura, latifúndio e a mão de
obra escrava. 
O declínio do comércio de Portugal com o oriente, as constantes ameaças de invasões
levou a coroa portuguesa a se decidir em ocupar as terras da colônia brasileira
definitivamente, e a cana de açúcar foi a cultura que mais se adequou as condições
desta empreitada de ocupação, graças ao clima, solo, abundância de terras,
escravidão e o mercado mundial, que demandava o produto (açúcar). 
Necessitando de capital, Portugal se associa aos Holandeses, que passaram a dominar
a lucratividade do produto, a cana fica como principal atividade entre os séculos XVI e
XVII, entrando em declínio na metade do século XVIII, motivado pela expulsão dos
holandeses do BR, os mesmos foram plantar cana em suas colônias e aí a
concorrência de outros comércios e a mineração que passou a levar mão de obra da
7
agricultura, levando a primeira crise do país de um produto só, a cana. Ao final do
século XVIII e início do século XIX a atividade volta a ter importância. 
As Entradas (particular) e Bandeiras (oficial) expandem a pecuária, pois a tem como
apoio na busca de ouro e prata, a pecuária do sul se desenvolve também, no preparo
do charqueado (carne seca) como alimento conservado para estas viagens. 
Sempre beirando os rios para facilitar os acessos, vão formando pequenas colônias,
desenvolvendo agricultura de subsistência e pecuária de apoio. São Paulo é o maior
beneficiado devido à navegabilidade de seus rios.
As atividades secundárias e na maioria das vezes complementares as necessidades da
sociedade passaram a ter importância, eram elas; 
-Pecuária - trabalho, transporte e alimentação.
-Fumo – Exportação para a África no escambo do comércio negreiro.
-Drogas do sertão – plantas medicinais com altos preços no mercado Europeu,
coletada pelos índios nas missões religiosas.
-Agricultura de subsistência – mandioca, milho, feijão, arroz, etc.
-Outros – exportação de madeiras nobres, peles e outros exóticos.
-Mineração – ouro e pedras preciosas – desenvolvida com as Entradas e Bandeiras
1.1.3 – Século XVIII
Entra o algodão no Maranhão, voltado para abastecer a indústria têxtil Inglesa,
atividade nos mesmos moldes do açúcar, monocultura, latifúndio e escravista. 
Agricultura de consumo interno ganhou impulso, os centros urbanos necessitavam de
alimentos e boa parte destes centros foi provocada pela mineração de ouro, prata e
diamante. No sul continua a expansão da pecuária para consumo interno, a cana volta
a ter valor e expandir, a mineração do ouro atinge seu auge. 
1.1.4 – Século XIX
Foi feita a elevação do Brasil a Reino Unido com a vinda da família real e a
independência em 1822. Acontece a chamada revolução industrial na Europa, a
Inglaterra começa a reivindicar direitos de igualdade com relação à mão de obra
escrava, ao qual considerava muito barata. 
8
O café começa a ter importância na economia brasileira, a cana volta a diminuir sua
expressão. É revogado o Alvará. O BR começa sua indústria manufatureira, aparece a
figura do Barão de Mauá, empreendedor que incrementa a indústria e o comércio. 
D.João funda o Banco do Brasil, cria a 1.indústria de manufatura de pólvora, com
objetivo de criar defesa contra os invasores, esta indústria foi financiada pelos ingleses,
que em contrapartida pede a D.João para limitar o crescimentos de outras indústrias,
desta forma criando dependência comercial a favor deles. 
A Inglaterra já pedia tratamento diferenciado à mão de obra, fim dos escravos.
Concomitantemente, a escravatura começava a apresentar problemas, os custos de
manter escravos, espera-los crescer, sustentá-los na velhice, cria-se a lei dos
sexagenários, o ventre livre e finalmente a abolição (13 de maio / dia do Zootecnista). 
Fora estes fatos, a escravidão apresentava péssimo desempenho de eficiência, havia
rebeliões, custo de seguranças e a aí a solução era a carta de alforria. A troca da
escravatura pelos colonos europeus era mais compensadora, colonos traziam raízes,
família, vontade de crescer, etc. quanto à impossibilidade de retornar, os mesmos já
chegavam endividados, algo parecido com os antigos donatários. 
Os Ingleses exportavam mercadorias para o BR com uma taxa de 15% de impostos, os
portugueses com 16% e os outros com 24%, os Ingleses inundam o Brasil com
produtos impedindo o desenvolvimento das manufaturas brasileiras. O Brasil torna-se
sede do império português e cria condições para abrigar 10 mil nobres que vieram com
a família real, criando entre outras, várias estruturas administrativas com toda sua
burocracia.
A produção de algodão e açúcar estavaem crise, o país continuava a enfrentar a
queda de preços dos produtos exportados (basicamente commodities) devido, entre
outros a concorrência e o encarecimento dos produtos importados. O governo
aumentava os impostos para fazer frente às dívidas.
O Café, originário da África e introduzido no Pará, trazido para o RJ, encontra toda
infraestrutura, adquirindo importância no Vale do Paraíba, seguindo para o oeste
paulista, depois MG e PR. 
O café também produz uma nova classe social a aristocracia, os barões do café, mais
moderna e mais urbana em comparação com os usineiros, passando a influenciar na
política. 
9
O café produzia excedentes para a balança comercial brasileira, possibilitava
investimentos nas indústrias e o Brasil se recusava a renovar os tratados que davam
vantagens à Inglaterra, criando um surto de empreendimentos com destaque ao Barão
de Mauá. 
São Paulo chega a comercializar 10% do café mundial e 70% das exportações
brasileiras, ao final do século começam a aparecer os primeiros sinais de crise do café,
devido à super produção. Foram criados vários mecanismos artificiais e até os dias
atuais o café brasileiro sofre altos e baixos, perdeu para a Colômbia o título de melhor
qualidade e para a Alemanha, que em determinado momento chegou a ser o maior
exportador sem plantar um único pé de café. Atualmente o Brasil está na liderança na
produção e exportação deste produto.
1.1.5 – Século XX
A borracha finda seu ciclo por volta de 1910, os sintéticos tomam a dianteira. A seda
não se estabeleceu, os tecidos sintéticos impedem.
O cacau, em desenvolvimento encontra na Bahia o melhor ambiente para sua
expansão, ganhou atenção do governo com a criação de órgãos como a CEPLAC,
encontrou grande desafio na concorrência internacional e o maior dos desafios com a
doença devastadora chamada de vassoura de bruxa.
 
O desenvolvimento da pecuária leiteira, em 1950 chega pelo modelo norte americano,
confinamento, semiconfinamento e no final do século finalmente o modelo tropical.
O café em relativa alta até a primeira grande crise internacional, que gerou o programa
de erradicação na época de Getúlio Vargas. O governo cria o IBC, mantendo-se em
oscilação até ganhar firmeza de valor no início do século XXI. 
Juscelino Kubitschek industrializa o país principalmente no uso de veículos
motorizados e tratores, é a decadência da tração animal e o início das grandes
lavouras (exportação).
A soja (ou o soja) entra forte nos anos 70, com a criação do sistema EMBRATER
(EMATER), a EMBRAPA, pesquisa para melhorar cultivares. A Universidade Rural é
uma das precursoras da formação de profissionais na área agronômica, mas acaba
perdendo sua relação com o resto do Brasil na área.
O algodão vive em altos e baixos, a briga constante contra a praga do bicudo e o
preço, a tecnologia vence o modelo produtivo e o transgênico tem melhor aceitação,
nas chamadas culturas não alimentares.
O trigo é visto como uma cultura não adaptada ao clima tropical, nosso pão é o pão
francês, 100% de trigo, as tentativas de colocar milho e/ou mandioca de forma parcial
não enfrentam acolhimento parecido com o de colocar álcool na gasolina, e só
recentemente (anos 90) o ministro da agricultura passou a visualizar que se importava
de trigo é demais.
10
O arroz ganha espaço inicialmente, sempre para o consumo interno e passa a
enfrentar a concorrência internacional, passando a viver momentos de altos e baixos, e
ultimamente menores consumo pela população.
A avicultura passa a ser tocada pela tecnologia importada, as iniciativas brasileiras de
se fazer uma avó genuinamente brasileira não funcionam na prática e a antiga
Agroceres faz “joint-venture” com a Ross inglesa buscando esta tentativa, consegue
mais não é unanimidade.
A suinocultura, após a crise da peste suína clássica (1980), ganha tecnologia e vários
fornecedores de genética, no início tocado como atividade complementar de pequenos
produtores rurais, ganha necessidade de escala, fato ocorrido também na avicultura,
que migra fortemente para os centros produtores de grãos.
O milho que começou seu desenvolvimento com base na subsistência, passa alimentar
nossa avicultura e o Brasil passa a ser o maior exportador de frango. O milho também
promove grande impulso a suinocultura.
O Brasil produz super safras de grãos ano após ano.
A fruticultura ganha espaço, a citricultura passa a incomodar a safra americana. A safra
brasileira quando não encontra boa colocação se volta para o mercado interno, derruba
a laranja de mesa e a princípio, não consegue se estabelecer como suco pré-
elaborado, ganhando espaço posterior nos sucos em “caixinha”.
As frutas tropicais ganham espaço na exportação, mas ainda com produções tímidas
no nordeste, posteriormente ganhado destaque na agricultura irrigada no Vale do São
Francisco.
A informática entra na agropecuária, mas ainda não é vista como sua devida
importância pelos produtores rurais até os dias atuais.
O Plano Real. O Brasil vence a guerra contra a inflação. 
A posse de terra deixa de ser especulativa. Aparece o movimento dos sem terra,
aumenta a saída de produtores rurais do negócio agropecuário, o maior plantador de
soja do mundo entra falência, os fazendeiros perdem status, a agricultura familiar
ganha destaque para o governo federal.
 
O conceito de Agronegócios ou Agribusiness – antes / dentro / após a porteira – se
estabelece, mas os produtores não conseguem tirar proveito.
A qualidade total entra timidamente na agropecuária.
A qualidade do leite ao produtor entra em discussão é criada a portaria 56 do Ministério
da Agricultura. 
A água mineral é um dos maiores destaques comercial ganha grife e aditivos.
Aparece a doença da “vaca louca” e a aftosa (doença considerada apenas de países
subdesenvolvido como o Brasil, na época) na Inglaterra e muda o conceito da pecuária
européia com relação sua qualidade, o país dizima seu rebanho para tentar recuperar o
que perdeu.
11
O Brasil começa seu primeiro trabalho sério de erradicação da febre aftosa e entra no
cenário de exportação de carne verde passando a incomodar os principais produtores
mundiais, tornando-se o maior exportador mundial do produto.
Os alimentos orgânicos têm crescimento espetacular na Europa, ganhando sua fatia de
mercado.
Nasce o conceito de segurança alimentar, saúde, o medo dos transgênicos e o
conceito de respeito à vida dos animais se radicaliza na Europa, confundindo com
conforto animal; galinhas felizes, porcos alegres e bois satisfeitos.
Multinacionais de química agrícola se horizontalizam e compram empresas de
tecnologia no ramo da biotecnologia.
Os transgênicos são rechaçados pela comunidade esclarecida mundial, neste
momento eles estão disponibilizados para os produtores rurais. Atualmente esta
discussão perdeu a importância inicial e a maioria da safra brasileira já é de
transgênicos (milho e soja). 
 
Nasce o conceito de boi verde e boi orgânico, e o Brasil passa a entender que é uma
das últimas reservas mundiais para produzir o boi verde, mas não consegue tirar
proveito desta situação. 
1.1.6 – Século XXI
O MAPA cria o SISBOV. Criado inicialmente apenas para identificar os bovinos e
bubalinos brasileiros, passa a rastrear a produção pecuária cinco anos após sua
criação.
A rastreabilidade é imposta ao BR como uma espécie de barreira econômica para a
exportação da carne bovina. Inicialmente prevista como obrigatória para todo o
rebanho bovino até o ano de 2007, tornou-se obrigatória apenas para os bovinos
destinados a exportação.
 
A granelização total do leite brasileiro terá data para se concretizar,e nos primeiros três
anos deste novo século atingiu 80% do leite oficial.
O APPCC (análise dos pontos perigosos e críticos de controle) passará a ser feita
dentro das propriedades rurais, o leite será o carro chefe. Ganha o nome de Boas
Práticas da Produção Leiteira.
O PNQL vira lei.
O século se inicia com forte valorização das commodities agrícolas, e as mesmas
passam a fazer o diferencial na balança de pagamentos brasileira.
Os candidatos ao primeiro presidente da república brasileira neste novo século já
conseguem distinguir a importância da agropecuária, prometem espaço especial para a
mesma em seus governos, de subsídios a alta competitividade.
O governo brasileiro lança contratos de opções para o café e milho.
Em 2003 sai o preço mínimo do leite, mas não consegue ser praticado devido a
cartelização do setor.
12
Na safra recorde de grãos de 2003, significativa parte da safra gaúcha de soja é
transgênica, criando problema para o produto brasileiro diante do mundo na época.
O governo Lula faz planos para aumentar em 1.0 ponto percentual a taxa de juros do
crédito rural.
A desvalorização em quase 50% do real frente ao dólar eleva a renda dos agricultores
produtores de commodities, deixa de forma significativamente positiva a balança
comercial do país, mas empobrece e sacrifica toda população brasileira. 
O governo norte americano pressiona o Brasil com relação a negociação sobre a ALCA
e sem saída o governo Lula, começa a negociar.
Com a quebra de safra na Austrália o Brasil se torna o maior exportador de carne
bovina, o SISBOV vem cumprindo sua função de forma adequada, mas com muitas
suspeitas de fraudes no processo, apenas para os produtores exportadores.
O Brasil aprova lei para o uso de transgênicos, para safra 2003/4, criando uma série de
situações complexas, pode uma coisa, não pode outra. A Monsanto, dona desta
tecnologia na semente de soja impõe suas regras, quanto ao valor de seus royalties. 
A produção brasileira de trigo bate recorde, e os moinhos (poucos) regulam o preço
para baixo, comprando pouco, levando o desinteresse do produtor pela próxima safra,
o governo assiste a tudo calado.
Quebra a Parmalat mundial, os produtores leiteiros brasileiros passam por momentos
ruins, o estado com a produção leiteira mais desorganizada, RJ, é que mais sofre.
 
A abertura da China para o mercado faz entre outros, com que a soja brasileira se
mantenha com preços firmes, sendo o negócio agrícola que não para de crescer.
A safra 2003/04 bate novo record, a agropecuária é a atividade que mais traz divisas
para o país.
Mudam algumas regras do SISBOV, as suspeitas de fraudes operacionais se
confirmam, e o modelo de marcação de cada animal fica extremamente rígido, no
entanto, o processo de rastreabilidade fica em segundo plano.
O SISBOV perde os prazos de implantação e a obrigatoriedade é apenas para bovinos
destinados ao abate para exportação.
A safra 2004/05 não é um recorde devido a problemas de seca em algumas regiões do
sul, no entanto como ainda havia estoque da produção passada e os principais
mercados estão em parte abastecidos, os preços se mantêm em patamares abaixo dos
praticados na safra anterior, gerando problemas de caixa para a maioria dos produtores
de grãos.
O governo do PT faz forte gestão sobre seu caixa, diminuindo o fluxo financeiro para a
agropecuária, esquecendo de todos os saldos positivos gerados na balança comercial
pelo setor.
13
O BR vem aumentando sua participação nas exportações de lácteos, passa todo o
período de safra com preço firme junto aos produtores. A concordatária Parmalat volta
a tomar posição no mercado de compra de leite, as expectativas para o leite são boas.
A lei de biosegurança é aprovada com restrições pertinentes, começam aparecer às
pesquisas brasileiras no campo da transgenia nos principais segmentos agropecuários.
O caso da contaminação em humanos por parasita oriundo do consumo de peixe cru,
comida japonesa, se torna um bom exemplo da importância da segurança alimentar.
O Banco do Brasil cria mais recebíveis financeiros lastreados em produção
agropecuária, chamados de CRA (Certificados Recebíveis do Agronegócio), CDA
(Certificado de Depósito Agropecuário) e WARRANT Agropecuário, são mais opções
para diminuir o uso do crédito rural tradicional e com juros de mercado. 
As safras brasileira de grãos dos anos 2004/5/6, foram caracterizadas por preços
abaixo dos obtidos no ano de 2003, o mundo estava abastecido de determinadas
commodities. Era mais um ciclo de preços baixos, repetindo um passado recente.
O etanol (álcool) brasileiro ganha espaço mundial com os tratados voltados ao meio
ambiente e o problema da emissão de gases, o cana volta a ter espaço de liderança,
repetindo seus altos e baixos como nos últimos cinco séculos da história do país.
A safra de grãos de 2007 deverá bater um novo recorde, algo como pouco mais de 124
bilhões de toneladas (124 ton safra 2003). No entanto apesar de melhores preços, os
custos estavam mais altos, mesmo com a queda do preço do dólar em relação ao real.
O governo brasileiro abaixa a taxa de juros do crédito rural, de 8,75% a.a. foi para
6,75% a.a., isto para os financiamentos a partir dos chamados R.O. (recursos
obrigatórios, oriundos da exigibilidade bancária).
O preço do leite de vaca, pagos aos produtores atinge valores significativos no inverno
de 2007, em comparativo com o dólar ficam superiores aos preços europeus e norte
americano. 
O Brasil continua a bater recordes na exportação de carnes, é o segundo em aves e o
primeiro em bovinos, mesmo assim os setores de produção de bovinos não se
empenham na implantação da rastreabilidade, a debilidade do controle sanitário do
país fica bem visível, os produtores europeus e as autoridades reagem com ameaças
de cortes nas importações da carne bovina brasileira.
 
Apesar dos recordes nas exportações da carne bovina os preços internacionais pagos
são estáveis e em níveis conservadores. 
Reaparecem surtos de aftosa na Inglaterra.
O Brasil bate novo recorde na safra de grãos 2006/07, pouco mais de 131 milhões de
toneladas. Apenas a safra de milho norte americana para o período foi de 338 milhões
de toneladas.
Os preços da arroba do boi sobem bem acima do esperado, chega a alcançar valores
próximos a U$60, quase três vezes a média histórica brasileira.
14
Os preços do leite atingem valores superiores a U$0,40 o litro, superando em muito
suas médias históricas.
Todos os custos dos insumos agropecuários sobem bem acima da inflação do período,
elevando os diversos custos de produções.
A corrida norte americana em produzir o etanol (álcool combustível) a partir do milho,
muda o valor do alimento no mundo, elevando o preço da comida em todo o planeta.
A crise de crédito imobiliário nos USA, cria problemas nos mercados em todo o mundo
e ao aliar-se aos aumentos de preços das principais commodities agrícolas, cria
situação de desconforto aos mercados. 
 A eleição do novo presidente dos USA, em substituição ao Bush, deverá direcionar
novos rumos ou não na dura política de Bush em busca do petróleo, o candidato
Obama aparenta ter visão mais humanista.
O Brasil tenta se firmar como opção mais econômica e ecológica para produção de
combustível renovável, fora o álcool de cana de açúcar, vem tentando na produção de
óleo vegetal a partir de plantas rústicas como mamona, a solução para diminuir a
agressividade poluente do óleo diezel, produzindo o biodiezel, que infelizmente está
sendo feito de óleo de soja. 
O Brasil fez aumento significativo no aumento da oferta de crédito para a safra 2008/9,
com expectativa de produzir pouco mais de 140 milhões de toneladas de grãos. 
O SISBOV continua a ser um mecanismo complicado de implementação, algumas
lideranças de pecuaristas chegam a dizerque se o mundo quiser carne bovina
brasileira, tem que ser do nosso jeito (sem rastreabilidade). Aparentam presunção
demais ou uma forte miopia comercial.
O mercado continua nervoso, devido à crise imobiliária norte americano e o ascendente
preço do petróleo.
A renda média dos brasileiros cresce, realidade também para outros países em
desenvolvimento, a demanda por alimentos aumentam carregando os preços das
commodities agrícolas para cima, o mundo reage aumentando a produção de
alimentos.
Ao final da primeira década do novo século, os preços das principais commodities
agrícolas sobem, os custos também. A arroba do boi gordo brasileiro atinge o maior
preço de sua história, pouco mais de U$67,00 no final da entresafra. Caindo para
U$57,00 no começo da safra (quase 3 vezes a média história do final do século XX). 
......... 
2018, o crescimento norte americano eleva o valor do dolar. O BR continua a operar na
dependência de suas principais commodities – petroleo e grãos.
A elevação do dolar aumentar a receita em reais gerada pela exportação de grãos, em
contrapartida eleva os insumos agrícolas, aumentando o custo de produção de nossa
agropecuária.
A política de dolarização dos combustível provoca um caos na economia do país.
………..
15
Sai o que foi chamado de NOVO Código Florestal – Lei 12.651 de 25/05/2012
Lei 12.651 de 25/05/2012 – estabelece limites de uso das áreas dos imóveis rurais
para que se mantenha o equilíbrio entre as dimensões ambiental e econômica na
exploração agropecuária.
A lei refere-se à proteção e preservação de florestas, matas ciliares e áreas de
preservação permanente e reserva legal.
Áreas Consolidadas
Áreas Consolidadas são as Áreas de Preservação Permanente (APP) e de Reserva
Legal, ocupadas antes de 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias,
atividades agrossilvipastoris, ecoturismo ou turismo rural. Exemplos: várzeas ocupadas
com arroz, encostas, ocupadas com café, uva, aviários, entre outros. É permitida a
manutenção e continuidade dessas atividades desde que não estejam em área que
ofereça risco às pessoas e ao meio ambiente e que sejam observados critérios
técnicos de conservação do solo e da água indicados pelo Programa de Regularização
Ambiental (PRA). Está proibida a utilização de novas áreas em APP e Reserva Legal
além dessas ocupadas até 22 de julho de 2008. O órgão ambiental poderá comprovar
a situação de área consolidada por meio de fotos de satélite que possui em seus
arquivos, referentes a período anterior a 22 de julho de 2008. Nas demais situações, ou
seja, aquelas que não se enquadrem em áreas consolidadas, as áreas de APP e
Reserva Legal terão de ser recuperadas conforme orientações nesta Cartilha.
Cadastro Ambiental Rural (CAR)
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico de abrangência nacional,
obrigatório para todos os imóveis rurais. O CAR é indispensável para aderir ao
Programa de Regularização Ambiental (PRA).
Objetivo do CAR
• Receber informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base
de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e
combate ao desmatamento.
• Cadastrar as Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal e facilitar o trabalho
de fiscalização.
Onde é feita a inscrição no Cadastro Ambiental Rural?
Ainda não legalizado, faltava a assinatura da lei até março de 2014. Via Internet. Se a
Reserva Legal já está averbada na matrícula do imóvel, com o perímetro e sua
localização, basta ao proprietário apresentar ao órgão ambiental a Certidão de Registro
de Imóveis em que conste a averbação da Reserva Legal ou Termo de Compromisso.
O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de
Imóveis.
Para a inscrição no SICAR
Os dados do Cadastro Ambiental Rural de todos os imóveis do país irão integrar o
Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR), cujo objetivo é administrar e monitorar
a recomposição, regeneração, compensação e a supressão de áreas de vegetação
nativa dos imóveis rurais de todo o país.
Área de Preservação Permanente (APP)
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São áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, de acordo com o NOVO
CÓDIGO FLORESTAL.
Programa de Regularização Ambiental (PRA)
O Programa de Regularização Ambiental permite ao proprietário rural regularizar as
Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal consolidada, desde que não
estejam em áreas de risco e sejam observados critérios técnicos de conservação do
solo e da água. O PRA irá solucionar vários passivos ambientais dos produtores rurais
e será considerado no acesso aos incentivos econômicos e financeiros na prestação de
serviços ambientais. A União, os Estados e o Distrito Federal terão um ano, a partir de
25/05/2012, data de aprovação do Novo Código Florestal, para implantar Programas de
Regularização Ambiental de posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-
las à nova legislação. Esse prazo poderá ser prorrogado por mais um ano.
O que é necessário para participar do PRA?
• Cadastro Ambiental Rural (CAR).
• Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas.
• Termo de compromisso de adesão ao PRA.
• Cotas de Reserva Ambiental (CRA), quando couber.
Módulo Fiscal
O Módulo Fiscal é a unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada
município, considerando fatores como tipo de exploração predominante no município e
renda obtida com a mesma.
Para ser considerado APP consolidada o produtor tem que:
• Inscrever-se no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
• Cumprir as obrigações estabelecidas no Programa de Regularização Ambiental (PRA)
para recuperação das áreas ocupadas irregularmente.
Recomposição de APPs Consolidadas
Antes mesmo da inscrição no CAR e da participação no PRA o produtor já deve ir
recompondo as APPs consolidadas, o que poderá ser feito isolada ou conjuntamente,
pelos seguintes métodos:
• Condução de regeneração natural de espécies nativas.
• Plantio de espécies nativas.
• Plantio de espécies nativas conjugadas à regeneração natural de espécies nativas.
No caso de produtores de agricultura familiar, é permitido o plantio intercalado de
espécies nativas de ocorrência regional com espécies exóticas lenhosas perenes ou de
ciclo longo, em até 50% da área total a ser recomposta.
1. APP consolidada nas faixas marginais de qualquer curso de água natural (mata
ciliar de beira de rio)
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2. APP consolidada no entorno das nascentes e dos olhos de água perenes.
3. APP consolidada no entorno dos lagos e lagoas naturais.
4. APP consolidada no entorno dos reservatórios d’água artificiais
Para os reservatórios artificiais de água destinados à geração de energia ou
abastecimento público, que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão
ou autorização assinados anteriormente à Medida Provisória nº 2166/67 de 24/08/2001,
a faixa da Área de Preservação Permanente (APP) será a diferença entre estes dois
níveis de água da represa: o nível máximo operativo normal e a cota máxima
maximorum, que é o nível de água atingido pela represa nos casos de enchentes.
Essas medidas, portanto, variam de acordo com o reservatório e com a declividade do
terreno.
5. APP consolidada nas encostas ou em partes destas, topo de morros, montes,
montanhas e serras
Será admitida a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas,
perenes ou de ciclo longo e infraestrutura de atividades agrossilvipastoris
desenvolvidas em:
• Encostas ou parte destas com declividade superior a 45°. 
• Em topo de morros, montes, montanhas com inclinação média maior que 25°. 
• Em áreas com altitude superior a 1.800 metros qualquer que seja a vegetação. 
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O pastoreio extensivo nos locais referidos deverá ficar restrito às áreas de vegetação
campestre natural ou já convertidas para vegetação campestre, admitindo-se o
consórciocom vegetação lenhosa perene ou de ciclo longo. Será admitida, ainda, a
manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas e infraestrutura de
atividades agrossilvipastoris desenvolvidas nas APPs consolidadas de bordas de
tabuleiros ou chapadas dos imóveis de até quatro módulos fiscais, desde que
autorizadas pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente. Em todas essas situações
descritas acima é obrigatório que as atividades estejam informadas no CAR, que sejam
adotadas boas práticas agronômicas e medidas de conservação do solo e da água
descritas no PRA. É vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.
Reserva Legal - RL
A Reserva Legal é uma área no interior de uma propriedade rural coberta com
vegetação nativa ou nativa e exótica.
Qual o tamanho da Reserva Legal?
O tamanho da Reserva Legal varia dependendo do estado da Federação. As
atividades na área de Reserva Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de
2008 deverão ser suspensas imediatamente. O processo de recomposição deverá ser
iniciado em até 25/05/2014 e concluído nos prazos estabelecidos pelo PRA.
Quanto à localização da Reserva Legal
A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em consideração
os seguintes estudos e critérios:
1. O plano de bacia hidrográfica.
2. O Zoneamento Ecológico-Econômico.
3. A formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, Área de
Preservação Permanente, Unidade de Conservação ou outra área legalmente
protegida.
4. As áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade.
5. As áreas de maior fragilidade ambiental.
O produtor deverá fazer o cadastro de seu imóvel no CAR e especificar o local
pretendido de localização da Reserva Legal, para análise e aprovação do órgão
ambiental. Com o protocolo da inscrição no CAR em mãos, o proprietário não poderá
receber qualquer sanção administrativa ou restrição a direitos, em razão da não
formalização da área de Reserva Legal. Proprietário com Reserva Legal constituída e
inscrita no CAR, com área maior que o mínimo exigido, poderá utilizar a área
excedente para fins de constituição de servidão ambiental, cota de Reserva Ambiental
e outros instrumentos. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão
ambiental por meio de inscrição no CAR sendo vedada a alteração de sua destinação
nos casos de transmissão ou desmembramento.
Reserva Legal para propriedades maiores que 4 módulos fiscais
Os proprietários rurais poderão incluir as APPs no cálculo de 20% ou conforme o limite
regional (de 20% a 80%) da Reserva Legal. Porém, se a soma das áreas de Reserva
Legal mais a APP for superior a 20%, o produtor não poderá retirar a vegetação
excedente. A inclusão da APP no cálculo do percentual de 20% da Reserva Legal do
imóvel será permitida, desde que:
1. O benefício previsto não implique na conversão de novas áreas para o uso
alternativo do solo.
2. A APP a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação,
conforme comprovado pelo proprietário ao órgão ambiental.
3. É necessário que o imóvel esteja cadastrado no CAR.
19
A recomposição da Reserva Legal poderá ser feita de três formas:
1. Regeneração natural de vegetação nativa.
2. Plantio intercalado de espécies nativas regionais e exóticas, em sistema
agroflorestal, com direito a exploração econômica. A área recomposta com espécies
exóticas não poderá exceder a 50% da área total a ser recuperada.
3. Compensação da Reserva Legal, que poderá ser feita mediante:
• Aquisição de Cota de Reserva Ambiental (CRA).
• Arrendamento de área de servidão ambiental.
• Doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação
de domínio público pendente de regularização fundiária.
A área que será dada como compensação deverá:
• Estar inscrita no CAR.
• Ser equivalente em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada.
• Estar localizada no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada.
• Se fora do estado, estar localizada em áreas identificadas como prioritárias pela
União ou pelos Estados.
Agricultura Familiar
O Novo Código Florestal estabelece um capítulo para a Agricultura Familiar. Os
principais assuntos tratados são estes:
Intervenção em APP e Reserva Legal
A intervenção e a supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente e de
Reserva Legal para as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental dependerão
de simples declaração ao órgão ambiental, desde que o imóvel esteja escrito no CAR.
Seguem as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental:
a. Abertura de pequenas vias de acesso interno e construção de suas pontes e
pontilhões.
b. Implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo.
c. Construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro.
d. Construção de moradia de agricultores familiares onde o abastecimento de água se
dê pelo esforço próprio dos moradores.
e. Construção e manutenção de cercas na propriedade.
f.Coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas
desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função
ambiental da área.
g. Exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar,
incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não
descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função
ambiental da área.
Cadastro Ambiental Rural
Para o registro no CAR da Reserva Legal nos imóveis,o proprietário apresentará os
dados identificando área proposta de Reserva Legal, cabendo aos órgãos competentes
ou instituição por ele habilitada realizar a captação das respectivas coordenadas
geográficas. O CAR será gratuito, devendo o poder público prestar apoio técnico e
jurídico ao agricultor familiar.
Para inscrição no CAR dos imóveis rurais da agricultura familiar, é necessário:
• Identificação do proprietário ou possuidor do imóvel.
• Comprovação da propriedade ou posse.
• Croqui com o perímetro do imóvel, as Áreas de Preservação Permanente e Reserva
Legal.
20
Para cumprimento da manutenção da área de reserva legal da agricultura familiar,
poderão ser computados os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais,
compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar, ou em consórcio
com espécies nativas da região em sistemas agroflorestais.
Plano de Manejo Florestal da Agricultura Familiar
O licenciamento ambiental do Plano de Manejo Florestal Sustentável comercial para a
agricultura familiar será um processo simplificado. O manejo sustentável da Reserva
Legal para exploração florestal eventual, sem propósito comercial direto ou indireto,
para consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos ambientais
competentes. Esse manejo está limitado à retirada anual de 2metros cúbicos de
material lenhoso por hectaree não poderá comprometer mais de 15% da biomassa da
Reserva Legal, nem ser superior a 15 metros cúbicos de lenha para uso doméstico e
uso energético, por propriedade por ano.
Apoio Técnico e Incentivo Financeiro
O poder público poderá instituir programa de apoio técnico e incentivo financeiro,
podendo incluir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender,
prioritariamente, a agricultura familiar nas iniciativas de:
1. Preservação voluntária de vegetação nativa acima dos limites de 20% ou mais.
2. Proteção de espécies da flora nativa ameaçadas de extinção.
3. Implantação de sistemas agroflorestal e agrossilvipastoril.
4. Recuperação ambiental de APP e de Reserva Legal.
5. Recuperação de áreas degradadas.
6. Promoção de assistência técnica para regularização ambiental e recuperação de
áreas degradadas.
7. Produção de mudas e sementes.
8. Pagamento por serviços ambientais.
Área de PreservaçãoPermanente
As orientações a seguir referem-se às Áreas de Preservação Permanente que não se
enquadram nas áreas consolidadas, tratadas no início.
As APPs para áreas que não sejam consideradas consolidadas não mudaram suas
dimensões em relação ao Código anterior.
1. APP nas faixas marginais de qualquer curso d’água natural, excluídos os efêmeros,
desde a borda da calha do leito regular
2. APP no entorno das nascentes e dos olhos d'água perenes. Deverá ser constituído
um raio de 50 metros de vegetação nativa no entorno das nascentes ou dos olhos d
´água perenes, qualquer que seja a sua situação topográfica.
3. APP nas encostas ou partes destas com declividade superior a 45°. A APP deverá
ocupar o equivalente a 100% na linha de maior declive.
21
4. APP no topo de morros, montes, montanhas e serras com altura mínima de 100
metros e inclinação média maior que 25°. A APP será delimitada a partir da curva de
nível correspondente a 2/3 da altura mínima da elevação sempre em relação à base.
Essa APP deverá ser definida por um técnico habilitado.
5. As áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a
vegetação
6. APP no entorno dos lagos e lagoas naturais.
7. APP em reservatórios d'água artificiais.
Áreas de Uso Restrito
Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o manejo florestal sustentável
e o exercício de atividades agrossilvipastoris, bem como a manutenção da
infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas as boas
práticas agronômicas. Não é permitida a exploração de novas áreas de uso restrito.
São ainda áreas de APP
Desde que declaradas de interesse público por ato do chefe do Poder Executivo, as
áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais
das seguintes finalidades:
a. Conter erosão do solo.
b. Reduzir os riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha.
c Proteger as restingas ou veredas.
d. Proteger várzeas.
e. Abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção.
f. Proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico.
g. Formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias.
h. Assegurar condições de bem-estar público.
22
Agricultura de Baixo Carbono – Agropecuária ABC
Plano ABC - MAPA
Programas
• Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas;
• Programa 2: Integr. Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs);
• Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD);
• Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN);
• Programa 5: Florestas Plantadas;
• Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais;
• Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.
23
Visão tradicional da economia de um país.
 PRIMEIRO SETOR » AGROPECUÁRIA e MINERAÇÃO
 SEGUNDO SETOR » INDUSTRIA
 TERÇEIRO SETOR » COMÉRCIO e SERVIÇOS
2. Características específicas do primeiro setor – agropecuária.
2.1 – A terra
Para os outros setores da economia a terra tem a função apenas de ser um meio físico
de ocupação, simplesmente um local para montar uma fábrica ou um comércio, ou
seja, ponto de suporte para as edificações, desta forma também permitindo em alguns
casos ser transferido de local para outro todas as vezes que as condições sociais,
políticas e/ou econômicas exigirem.
Para a agropecuária a terra tem função produtiva e poderá ser determinante para o
sucesso ou não da atividade, nela ocorrem à grande maioria dos processos biológicos
que vão determinar o andamento das atividades rurais. O conhecimento e domínio
destas variáveis (processos biológicos) são fundamentais para obtenção da melhor
participação do solo em uma atividade, ainda mais, que este solo pode variar dentro de
uma mesma propriedade rural, determinando as melhores tendências de uso. 
Planejador que visualizar o solo como mera estrutura física e que simplesmente o
poder da tecnologia poderá adequá-lo a qualquer situação, já começará a determinar o
possível fracasso de seu plano.
As análises climáticas de uma determinada região, topográficas e químicas de um
determinado solo serão sempre importantes para o planejador na busca da obtenção
dos melhores objetivos e metas economicamente viável para um projeto agropecuário.
2.2 – Produção em condições de riscos e incertezas
A agropecuária opera fundamentalmente com processos biológicos, sejam eles
vegetais e/ou animais, que depois que os processos produtivos são iniciados
dificilmente se pode interrompê-los. Devido a natureza biológica as alternativas de
controle são menores, e em alguns casos impossíveis de controlar, existindo
determinadas falhas que dificilmente podem ser corrigidas em um período agrícola. 
Em outros casos a limitação financeira impossibilitará os acertos de rumos da
atividade, portanto o planejador tem que conhecer antecipadamente os riscos e
incertezas, levar continuamente seus projetos a “stress” com auxílio de modelos
informatizados e durante o desenvolvimento dos mesmos aplicar sistemas de
monitoramento técnico e financeiro avaliando continuamente os resultados. 
2.3 – Custos elevados de entrada e saída dos negócios
A atividade agropecuária em função de suas características exige a presença de uma
série de recursos físicos (custo de entrada); materiais, financeiros e humanos para sua
realização, portanto além da terra, as imobilizações fixas e semifixas são altamente
24
significativas, e o retorno que tais imobilizações em poder gerarem receitas, quando
comparado com outras atividades econômicas poderá ser desfavorável. 
Para sair do negócio os custos também são elevados, devido à baixa liquidez destes
ativos, com exceção dos animais, principalmente os bovinos. 
2.4 – Fluxo de produção descontínuo
O setor agropecuário tem fluxo de produção descontínuo em sua normalidade, seja ele
motivado pela sazonalidade ou estacionalidade. Na agricultura existem as safras de
culturas que são cultivadas em determinados períodos do ano, portanto surgem as
entresafras. 
Na pecuária, mesmo as de produção contínua, existem momentos do ano em que
surgem as safras, que são geradas pelas maiores ofertas de pastagens e mesmo nos
animais confinados (suínos e aves) as safras acontecem devido à maior oferta de milho
provocado pelas safras de grãos. 
Ainda existe a sazonalidade de determinadas espécies de animais, como os caprinos e
mais recentemente alguns animais silvestres. O fluxo descontínuo de produção
provoca normalmente aumento de custos. 
Equipamentos e galpões podem ficar ociosos boa parte do ano. Decisões comerciais
têm que ser atrelada ao fluxo de produção, que normalmente quando é favorável em
volume é desfavorável em preço. 
O planejador tem que não só trabalhar com as safras, mas também buscar
mecanismos sejam físico ou financeiro para amenizar estes impactos. 
2.5 – Dispersão das atividades no espaço rural
Diferente dos outros setores, a dispersão física dos sistemas exploratórios no espaço
rural, também agrega custos aos sistemas de produções, sejam elas motivadas pelos
fretes, pelas péssimas condições das estradas, falta de energia elétrica ou pela falta de
comunicação. 
O sistema de comunicações via banda larga, já disponível em boa parte do território
brasileiro a custos razoáveis já é uma realidade, facilitando as comunicações e acessos
a todo tipo de informação para fins de tomadas de decisões, aquisições e vendas,
importantíssimo na eliminação de intermediários que só agregam custos ao sistema, no
entanto nem os produtos e insumos ainda são virtuais, necessitando entregas físicas
para se obter resultados.
2.6 – Dependência com outros setores da economia
No século passado vimos que o primeiro setor financiou grande parte das atividades
econômicas no BR, nos dias de hoje, a agropecuária é altamente dependente dos
outros setores e é financiada em larga escala sejampor agentes financeiros
governamentais ou não, e até mesmo por seus fornecedores e/ou compradores. 
Na penúltima década do século passado os sistemas produtivos brasileiros (industrial e
agro) passaram a ter como objetivo a verticalização industrial, ou seja, participar em
quase todos os processos de sua cadeia produtiva. 
25
Desta forma fabricavam também seus próprios insumos, ao longo do tempo notaram
que não eram tão competentes para assumir todo o processo, e passaram o foco de
suas atenções para o ponto da cadeia produtiva onde desempenhavam melhores suas
atividades, passando a terceirizar em um primeiro momento e alguns evoluíram para as
parcerias. 
Em um segundo momento estas empresas passaram a adotar a horizontalização, ou
seja, abocanhar o máximo de possibilidades ou produtos dentro de suas áreas de
competências, a isso passou a ser chamada de globalização de empresas, que
objetivamente é a formação de grandes conglomerados econômicos que usam suas
forças financeiras como estratégia para abocanhar mercados no mundo inteiro. 
Caberá ao planejador perceber o enquadramento de seus produtos junto aos
compradores e conhecer as variáveis que influenciam na formação dos preços destes
produtos, planejando formas de controlar os custos de produção para fazer frente às
distorções que estes grandes conglomerados podem fazer nestes mercados, já que a
dependência destas empresas é uma realidade de difícil alternativa. 
2.7 – Importância declinante da agropecuária na renda nacional
Um dos indicadores relativos para se medir o grau de desenvolvimento econômico de
uma nação é a renda per capita, que é o somatório de bens e serviços finais
produzidos na economia dividida pela população. À medida que as nações se
desenvolvem, parcelas cada vez maiores da população passam a residir nas zonas
urbanas. 
Com a criação de uma gama de atividades que acabam por influenciar de forma mais
significativa os indicadores de desenvolvimento, mesmo que a agropecuária cresça em
valores absolutos sua importância em valores relativos é decrescente, devido a sua
participação relativa e ao número menor de empregos que vai passando a gerar. 
A visão da agropecuária como cadeia produtiva, eleva-a a categoria do chamado
agronegócios ou agribussines, que os profissionais do setor demonstram que
representa a movimentação financeira de algo como mais de 30% do PIB brasileiro, no
entanto o ainda chamado primeiro setor (produção agropecuária) participa na grande
maioria das vezes como o elo mais fraco desta cadeia, desta forma dependente de
desempenhos de produtividade como única forma de se manter competitivo, diante dos
constantes “trancos” que os setores “antes e depois da porteira” continuam a promover
“dentro da porteira”. 
Caberá ao planejador conhecer estes limites, criar metas produtivas reais e que
privilegiem os ganhos de escala e/ou limites técnicos de cada propriedade. Caso
contrário, outra estratégia saudável será o planejamento para produção de
especialidades, que mesmo assim deverão ser feitas em volumes e freqüências
comerciais adequadas, ou seja, sem planejamento o primeiro setor não tem
sustentabilidade. 
2.8-Interdependência – Agronegócios
Como sabemos o setor agrícola nos primórdios do desenvolvimento econômico do país
financiou várias etapas deste processo, notadamente a formação de um parque
industrial doméstico de grande porte.
26
Nos dia de hoje a agropecuária passou a ter um entendimento diferenciado, a fim de
dar o devido valor ao setor, esta atividade passou a ser entendida dentro da matriz
produtiva nacional como componente participante – interdependente – em pouco mais
de 30% do PIB brasileiro. 
A noção de cadeia produtiva elevou a categoria de setor primário para a mentalidade
de agronegócios (agribusiness) a agropecuária brasileira, exatamente a mesma visão
internacional.
Não que este fato tenha melhorado preços de produtos, muito pelo contrário, mas
passou a demonstrar aos atores envolvidos no processo (principalmente os produtores
de matéria prima) que a produção tem que ser eficiente, sem subsídios governamentais
e sem favores da antiga inflação, pena que nem todos estes preceitos sejam praticados
por todos os países.
O surgimento de um complexo agro-industrial vigoroso com visão moderna de parceria
traz riquezas às partes envolvidas, o mesmo não se pode dizer quando fatores
aleatórios ocorrem e as partes envolvidas buscam sua própria sobrevivência, “farinha
pouca meu pirão primeiro”.
Determinados atores do agribusiness com grande poder financeiro passam a controlar
a cadeia produtiva de traz para frente, limitando lucros a seus “parceiros” em bem
próprio, sem repasse dos ganhos obtidos aos consumidores finais, normalmente são os
produtores de matérias primas que são achatados neste processo, pois os
intermediários com pouca importância econômica já deixaram de existir.
A chamada globalização vem demonstrando nos países de economia emergente como
o nosso, o surgimento de monopólios, a briga é dura, não só o governo, mas também
as entidades e a sociedade têm que se manifestar.
Os produtores terão que ter o entendimento da cadeia produtiva, o antes, o dentro e o
depois da porteira, para tomar decisões empresarias sejam elas individualmente
(dentro da porteira) com base das informações de sua propriedade, sejam elas antes
ou depois da porteira, com base nas informações do ambiente sócio-econômico vividos
naquele momento. 
Lembrando que a visão atual diz que ninguém é tão grande o bastante para atuar
individualmente, sem a organização de grupos (cooperativas, associações, etc.) o
produtor só, nunca terá força para provocar mudanças, o velho lema continua a valer –
a união faz a força – mesmo contra os monopólios e/ou oligopólios.
2.9 – Outras características
Tempo de produção maior que o tempo de trabalho, desenvolvendo-se o processo
produtivo agropecuário, em algumas fases, independente da existência de trabalho,
mas sim de planejamento adequado da planta produtiva.
Sistema de competição econômica sujeita as seguintes características: 
-Existência de um grande número de produtores e consumidores.
-Produtos que normalmente apresentam pouca diferenciação entre si, commodities.
-A entrada e saída no negócio, pouco altera a oferta total.
27
2.10 - Conclusões
Analisando estas características em conjunto ou isoladamente podem-se notar a
necessidade de desenvolvimento de planejamento que observe as mesmas como os
pontos fracos da atividade agropecuária, no entanto, tenham neles o devido respeito e
as estratégias definidas para amenizar seus impactos ao negócio. 
Todos os empreendimentos, em qualquer setor têm seus riscos sejam eles estruturais
ou de mercado, o planejamento visa criar formas para enfrentá-los profissionalmente.
“Planeje e talvez você erre. Não planeje, talvez acerte.”
Gustavo Aguiar, Zootecnista. 
3. Análise SWOT 
Para montar uma análise SWOT de riscos (identificação de pontos fortes, pontos
fracos, ameaças e oportunidades), normalmente usa-se uma simples planilha dividida
em quatro grande áreas:
 S - Strengths (Pontos Fortes, de origem interna) 
 W - Weaknesses (Pontos Fracos, de origem interna) 
 O - Opportunities (Oportunidades externas) 
 T - Threats (Ameaças externas) 
A análise SWOT é uma ferramenta muito comum em desenvolvimento ou desenho
(design) de projetos e planejamento estratégico nas organizações. 
É uma forma resumida de contrapor aspectos internos (a força e as deficiências da
organização ou do projeto) e externos (oportunidades e ameaças criadas no ambiente
onde essa organização atua, em que o projeto é implementado).
ANÁLISE
SWOT
 
 BUSCA DE OBJETIVOS
 
 AJUDA
 
 ATRAPALHA
O
R
IG
E
M
INTERNA
(PROP.RURAL) FORÇAS FRAQUEZAS
EXTERNA(MERCADO)
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
A análise SWOT pode servir para se avaliar uma propriedade rural, um projeto, uma
parte do projeto, um produto, uma equipe, etc. Para cada um destes itens, devem-se
fazer perguntas como:
 
Pontos Fortes:
 O que você (empresa/propriedade rural/equipe/pessoa) faz bem? 
 Que recursos especiais você possui e pode aproveitar? 
 O que outros (empresas/propriedade rural/equipes/pessoas) acham que você 
faz bem? 
28
Pontos Fracos:
 No que você pode melhorar? 
 Onde você tem menos recursos que os outros? 
 O que outros acham que são suas fraquezas? 
 
Ameaças:
 Que ameaças (leis, regulamentos, concorrentes) podem lhe prejudicar? 
 O que seu concorrente anda fazendo? 
 
Oportunidades:
 Quais são as oportunidades externas que você pode identificar? 
 Que tendências e "modas" você pode aproveitar em seu favor? 
 
Objetivamente, o negócio ou projeto em análise deve tentar enquadramento, dentro
das possibilidades, nas propostas abaixo relacionadas;
Força
Para determinar os pontos fortes do projeto, observe:
- Seu projeto tem características únicas, que o fazem se destacar de outros
projetos, ou seja, idéias ou práticas que ninguém conseguiria imitar facilmente,
que ninguém fez ainda, porque se devem a características especiais do seu
grupo?
- O que faria um financiador escolher o seu projeto no lugar de outro?
- O que no projeto levaria a comunidade-alvo (mercado) a apoiá-lo?
- O que te faz sentir forte e engajado como líder ou participante desse projeto?
Deficiências
Para determinar as deficiências do projeto, observe:
- Existem procedimentos no projeto que ainda podem ser melhorados mesmo
depois do seu início? Que tipo de avaliação e desafio estará permanentemente
dificultando a realização do projeto?
- Em que pontos projetos concorrentes ou semelhantes são melhores do que o
seu?
- Há projetos parecidos que você conhece que já tentam atingir o mesmo
segmento da comunidade (mercado)? Qual a força deles?
29
Oportunidades
Para determinar as oportunidades do projeto, observe:
- Onde estão e quais são oportunidades que seu projeto oferece para sua
comunidade (mercado)?
- Quais são as novas tendências, demandas, preocupações que a comunidade
(mercado) tem apontado e que podem ser parcial ou totalmente atendidas pelo
projeto?
- Que desdobramentos futuros o projeto pode ter, se ele der certo?
- Que outros projetos na comunidade ou que você conheça poderiam ser
chamados a cooperar com o seu? Ou seja, quem faz parecido (concorrente)
pode vir a ser um parceiro e cooperar para que uma rede ganhe mais força e
crie mais oportunidades? Quem são esses concorrentes/parceiros? Como você
espera entrar em contato e quando? Que argumentos podem ser usados para
criar essas oportunidades de cooperação?
Ameaças
Para determinar as ameaças do projeto, observe:
- Que forças ou fatores dificultam a realização do seu projeto na comunidade? E
nas instituições com quem você já colabora ou participa (governo, ONGs,
associações, entidades, outras lideranças)? Você tem contato com essas forças
ou tem entrado em conflito com elas? 
- Qual o histórico de conflitos e soluções na comunidade em outros projetos
parecidos? Ou seja, você ou alguém que você conhece já tentou e não
conseguiu? Por que?
- Você acha que as tecnologias podem mudar e tornar o seu projeto obsoleto?
- Qual o risco de novas tecnologias surgirem e exigirem mudanças no projeto?
- Mudanças políticas na comunidade ou no país podem dificultar a implementação
do projeto?
30
ANÁLISE
SWOT
 
 AMBIENTE INTERNO 
 
PONTOS FORTES 
AJUDA
PONTOS FRACOS
ATRAPALHA
A
M
B
IE
N
T
E
 E
X
T
E
R
N
O
:
AMEAÇAS
MANUTENÇÃO SOBREVIVÊNCIA
OPORTUNIDADES DESENVOLVIMENTO CRESCIMENTO
4. Diagnóstico e Intervenção Administrativa em Fazendas – TRABALHO DA
DISCIPLINA
Objetivos
Aplicar as teorias administrativas de planejamento pecuário em fazendas e/ou
empresas agropecuárias, deverá ser desenvolvido com um caso real, portanto será um
“estudo de caso”. A finalidade será diagnosticar e propor um modelo técnico-
administrativo para o caso em questão.
A propriedade rural
Para executar o trabalho, deverá ser escolhida uma propriedade rural em plena
produção, em atividade pecuária para fins comerciais, podendo ser empresa ou pessoa
física, com proprietário ou diretor acessível e que demonstre interesse nesta
consultoria e seus resultados.
Metodologia do trabalho
Cada aluno deverá desenvolver sua metodologia de trabalho, demarcando seu próprio
ritmo, podendo desenvolver roteiro próprio para elaboração do estudo de caso. 
Deverão ser respeitados dois momentos para o trabalho; 
 
>>>>>> Diagnóstico, ou seja, levantamento da situação atual com parecer conclusivo
sobre o estado da “arte” e no segundo momento o; 
>>>>>> Planejamento, ou seja, a proposta de um novo modelo exploratório com base
em princípios técnicos e administrativos em comum acordo com as realidades
encontradas em cada propriedade. 
Este trabalho deverá ser apresentado em forma de relatório, papel A4, letras arial
tamanho 12, margem direita 3,0 cm, esquerda 1,0 cm, superior e inferior 2,5 cm.
Roteiro OBRIGATÓRIO para elaboração do estudo de caso
DIAGNÓSTICO
-Identificação da propriedade e proprietário, 
-caracterização da propriedade, escrituras, verificação da área real, 
31
-área do sistema de produção, número do antigo INCRA, registro geral de imóveis ou
não (posse), 
-características do proprietário e/ou diretor, verificação se existe um modelo atual de
planejamento, atual modelo administrativo, quem é quem, níveis hierárquicos, como
comercializam seus produtos, para quem, valores, 
-identificação de pontos falhos, pontos fortes (análise SWOT), descrição do ambiente
operacional, seus pontos fracos e fortes, como são feitas as compras, se existem
processos de capacitação profissional, 
-topografia, clima, solos, instalações, atividade exploratória, plantel, produção,
produtividade, há preocupação com qualidade de produção e produto, o que é feito
neste sentido, 
-as instalações são adequadas para seus fins, usa-se informática para controlar, o que,
quanto, como, os equipamentos são usados adequadamente, são suficientes, existe
manutenção adequada, 
-a mão de obra tem treinamento, rotatividade de mão de obra, os níveis de produção
são coerentes com a tecnologia empregada, 
-índices zootécnicos observados, 
-relação patrão empregado, existe política de recursos humanos, incentivos,
premiações, os funcionários são estimulados de alguma forma, 
-existem estoques, quanto, quais, 
-existe identificação de custos de produção, 
-existe estratégia empresarial no empreendimento, objetivos de crescimento, etc.
-observação do respeito a legislação ambiental e código florestal.
Tópico obrigatório – Construção do modelo SWOT da propriedade analisada.
PLANEJAMENTO
Com base no conhecimento efetivo da atividade desenvolvida pela propriedade, dos
pontos fracos e fortes, das limitações técnicas e administrativas, da visão do ambiente
interno e externo, das reais possibilidades financeiras do empreendedor, das limitações
físicas da propriedade, das oportunidades de negócios que possivelmente não estejam
sendo aproveitadas, do potencial produtivo que possivelmente não esteja sendo
explorado, dos possíveis custos excessivos que possam estar sendo gastos pela
exploração, etc. Desenvolva um relatório, objetivo, que contenha explanações e
dimensionamentos de custos, performances técnicas e financeiras, propondo um novo
plano para ser implementado por este produtor.
A objetividade com qualidade tanto no diagnóstico como no planejamento, definindo de
forma clara e concreta as deficiências e qualidades, como também as soluções, com
seus custos compatíveis na relação de benefício, seráo fator determinante da
verificação da qualidade do estudo de caso, e para o produtor em análise a
possibilidade de este relatório ter utilização real e prática. 
Projeto pecuário (projeto completo) – Roteiro OBRIGATÓRIO;
- TODOS OS TRABALHOS DEVERÃO TER UM ORÇAMENTO PARA INVESTIMENTOS
FIXOS E/OU SEMIFIXOS PROPOSTO PELO PROJETO. 
- SERÁ OBRIGATÓRIA A UTILIZAÇÃO DE CRÉDITO RURAL, O LIMITE DE 40% DO TOTAL
PROPOSTO NO ORÇAMENTO. 
 
ATENÇÃO – A PROPRIEDADE RURAL DEVERÁ SER REAL, CASOS HIPOTÉTICOS SERÃO
DESCONSIDERADOS.
32
1. Diagnóstico
Conforme descrição anterior seguido da análise SWOT da propriedade. 
2. Nome da Empresa ou Pessoa Física
3. Caracterização da empresa ou pessoa física – dados cadastrais (Razão
social/Identidade, CPF/CNPJ, capital social, sócios, participações dos quotistas,
endereço, telefone, profissão, etc.) 
4. Nome da propriedade rural
5. Localização da propriedade (endereço completo), número do INCRA, RGI, própria ou
arrendada, etc. Latitude e longitude da propriedade (sede ou curral) obtida por GPS ou
o Google maps.
6. Área em ha – comprovado por escritura e/ou medição
7. Descrição das benfeitorias existentes; (apresentado em forma de quadro)
7.1-Benfeitorias fixas – denominação, metragem quadrada, culturas perenes,
quantidades, etc. com o valor atual de cada benfeitoria descrita.
7.2-Benfeitorias semifixas – equipamentos, identificação, ano, quantidades, animais,
agricultura, etc. com o valor de cada benfeitoria descrita.
7.3-Terras – Área total da propriedade, com breve descrição das benfeitorias inseridas
na terra como; pastagens, drenagem, estradas, acessos, proximidades, aspectos que
valorizam a propriedade, etc., com o valor da terra sem as benfeitorias descritas
anteriormente.
Obs; Ao final da descrição dos itens 7.1 e 7.2, deverá haver somatório do total de
benfeitorias e este valor deverá ser depreciado para fins de obtenção do custo de
produção. Ao final do item 7.3, deverá haver o somatório dos 3 itens onde será
informado o valor total da propriedade (avaliação).
8. Características da propriedade
8.1-Topografia – descrição
8.2-Clima – descrição técnica com as variações de temperatura, chuvas e ventos.
8.3-Solos – resultado médio das análises dos solos da propriedade, destacando
diferenças positivas e negativas.
8.4-Recursos hídricos 
8.5-Recursos ambientais 
9. Utilização atual do solo – dividido em ha e com somatório igual ao total em ha da
propriedade
10. Objetivos do projeto
( descrição dos objetivos do projeto a curto, médio e longo prazo, se houver )
33
11. Metas produtivas – quantificação dos objetivos ao longo dos meses ou anos.
12. Mercado (PONTO FUNDAMENTAL) – de forma resumida ou abrangente poderá
ser exposto às expectativas de mercado para colocação dos produtos propostos no
projeto, preços esperados, tendências, oferta e demanda dos produtos, concorrentes,
qualificações do mercado, vantagens competitivas, possibilidade de exportação, etc.
13. Orçamentos – (investimentos)
(item obrigatório, deverá ser descritivo em forma de quadro, com os respectivos
valores, lembrando que este item será parte obrigatória no cash-flow, onde 40%
deverão ser financiados pelo crédito rural) 
13.1-Construções civis – plantas, memorial descritivo, cronograma físico e planta de
situação.
13.2-Máquinas, equipamentos, animais. 
13.3-Pastagens e cercas.
13.4-Orçamento de culturas de apoio – capineiras, milho, etc.
13.5-Orçamentos de custeio das atividades – ano a ano. (a depreciação só deverá
constar para a obtenção do custo de produção, para fins do cálculo do fluxo de caixa
não deverá entrar)
13.6-Resumo financeiro dos orçamentos.
14. Uso programado do solo – situação proposta no projeto 
(locação dos ha da propriedade com relação a sua atual localização, ex. propriedade
com 15 ha, 5 ha em reserva de mata, 1ha ocupado por benfeitorias, 1 ha de capineira e
8 ha de pastagens, agora de acordo com o projeto)
15. Tecnologia de produção – Descrição por etapas de todo o processo tecnológico a
ser empregado no empreendimento, sistema de produção, manejos, alimentação,
manejo profilático, sistemas de controle, o que será feito para a obtenção dos índices
propostos, etc.
16. Dimensionamento e Evolução do Rebanho 
17. Custo de produção previsto
Neste item deverá ser aproveitada a planilha do custeio, com o cálculo das
depreciações, onde deverá ser projetado o custo de produção previsto no projeto
(número anual), custo do primeiro ano até a estabilização do rebanho. O custo de
produção será apresentado pela unidade de produção, arroba, litro ou kg. 
18. Descrição da estrutura administrativa e mão de obra 
Definir a política de recursos humanos a ser empreendidos no projeto, treinamento de
mão de obra, técnicos nível superior e/ou médio, administrador, definição de salários,
etc.
19. Descrição do impacto ambiental do projeto 
Caracterização do projeto diante das normas ambientais regionais, descrição das
atitudes de tratamento ambiental a serem usadas no projeto, quando demandantes de
34
orçamentos específicos quantificá-los no item 13, se for o caso definir necessidades de
certificação da agência de meio ambiente local.
20. Descrição do impacto social provocado pelo projeto 
Caracterização das modificações socioeconômicas que o empreendimento provocará
inclusive aspectos ligados a educação e saúde das famílias dos funcionários. 
21.Avaliação econômica e financeira do projeto 
Utilizar a TIR (taxa interna de retorno) para avaliar a taxa de juros suportada pelo
capital a ser investido no empreendimento, utilizar a relação B/C, o breack even point e
destacar o valor do estoque operacional de animais.
ATENÇÃO – A TIR DEVERÁ SER ANALISADA EM DOIS ASPECTOS; 
1. SOBRE O HORIZONTE (TEMPO) NECESSÁRIO PARA QUE O VALOR
RESULTANTE (TIR) SUPERE A TAXA DE JUROS PROPOSTA PARA
REMUNERAÇÃO MÍNIMA DO CAPITAL PRÓPRIO. 
2. SOBRE O HORIZONTE (TEMPO) TOTAL PROPOSTO NO PROJETO.
21. Conclusões 
Dar parecer conclusivo sobre o empreendimento e sua viabilidade, está análise deverá
ter viés zootécnico, no entanto a base conclusiva será financeira.
20. Assinatura e “CRZ”.
35
5. Teorias de administração.
5.1 – Abordagens Clássicas – 1900 a 1930.
5.1.1 – F.W.Taylor.
 
Em um primeiro período Taylor defendeu a racionalização do trabalho, a luta contra o
desperdício, para tanto Taylor começou seu trabalho junto com os operários no nível de
execução, efetuando trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo
seus movimentos em processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os
gradativamente. 
Em um segundo momento formulou os princípios de administração, que ficaram assim
divididos; 
-Princípio do planejamento – substituir a improvisação e a atuação empírica pelos
métodos baseados em procedimentos científicos. Objetivo – Ciência, em vez de
empirismo.
-Princípio do preparo – selecionar trabalhadores e capacitá-los para produzir mais e
melhor. Objetivo – Harmonia em vez de discórdia.
-Princípio de controle – controlar o trabalho para se certificar de que o mesmo está
sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o planejamento.
Objetivo – Cooperação, em vez de individualismo.
-Princípio da execução – distribuir as atribuições e responsabilidades para que a
execução do trabalho seja disciplinada. Objetivo - Rendimento máximo, em vez de
produção reduzida.
-Portanto a teoria de Taylor coloca a administração científica, sem improvisos e
tem o Planejamento e Controle como suas bases de execução.
36
5.1.2 – H.Fayol.
 
Fayol entendia que a organização é constituída de um organismo social e material,
complexo de relações de partes

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