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EXMO. SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU/RJ. …………….., associação que tem entre suas finalidades a proteção e defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado, fundada em … de ….. de …., CNPJ ……., com sede na Rua ….., s/n, CEP ………, …….., Estado do …….., com legitimidade processual nos termos do art. 129, § 1.º da Constituição Federal e art. 5.º caput e incisos I e II da lei 7.347/87, (Anexo … – Estatutos),vem, perante Vossa Excelência, por seu advogado, infra assinado , inscrito na OAB sob n.º ……/…, (Anexo … – Procuração) com escritório na Rua ………, …, conj. …, Edifício …. – CEP ……., ……. – ……., onde recebe intimações e notificações, propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE com pedido de medida liminar em face da Empresa BY , pessoa jurídica de direito privado, CNPJ n° …,endereço eletrônico ...,situada na Rua ……., n.º …., Bairro …… – ………, ….., CEP ……., pelas seguintes razões de fato e de direito: I – DOS FATOS A Ré com suas atividades industriais vem despejando de maneira irregular efluentes líquidos tratados no corpo receptor hídrico no córrego do Ouro, localizado no município de Nova Iguaçu/RJ, decorrentes do abate de bovinos. Durante a investigação foi constatado que a empresa Ré estava despejando líquidos de forma irregular, fora dos padrões estabelecidos por órgão ambiental ,não possuindo a devida licença de operação para a atividade frigorífica e de abate de bovinos, embora possuísse a licença de instalação. A Ré foi devidamente autuada no dia 19 de dezembro de 2020, auto de infração n°..., em razão do “lançamento de efluentes hídricos tratados fora dos parâmetros estabelecidos na legislação ambiental competente”. O despejo de efluentes líquidos em área de proteção ambiental sem a devida permissão ambiental de órgão competente ,acarreta danos ao meio ambiente praticando ilícito civil, por ofensa a bens se direito difuso. II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS A Constituição Federal em seu artigo 225 estabelece: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” Com muito acerto analisou José Afonso da Silva em sua Obra Direito Constitucional Ambiental que a denominação meio ambiente embora pareça redundante, encerra uma riqueza maior de sentido, mais globalizante, abrangendo a natureza natural e artificial (DIREITO CONSTITUCIONAL AMBIENTAL, José Afonso da Silva, 2.ª Edição, Malheiros Editores, 1977, págs. 1 e 2). No mesmo sentido, a qualificação que o preceito encerra de “essencial à sadia qualidade de vida”, mostra que não é qualquer meio ambiente que é protegido, mas aquele que propicia qualidade de vida, isto é, um meio ambiente que assegure condições de saúde, bem-estar e a segurança da população. Devido ao efeitos danosos ao meio ambiente pelas atividades de despejo de efluentes líquidos poluidores sem a devida autorização ambiental responde conforme preconiza o art.15 da lei n° 6938/91. Art. 15. O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) § 1º A pena e aumentada até o dobro se: (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) I - resultar: (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) b) lesão corporal grave; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) II - a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) III - o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) Um dos princípios norteadores do Direito Ambiental é o da prevenção. Isso porque, uma vez ocorrido o dano, o restabelecimento do status quo ante é, como regra, inviável. A Lei 6.938/1981 dispõe o seguinte: “Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos” A jurisprudência é pacífica quanto ao referido tema: TJ-SP - Apelação Cível AC 00017121920158260416 SP 0001712- 19.2015.8.26.0416 (TJ-SP) Jurisprudência•Data de publicação: 05/10/2020 RECURSO DE APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESPONSABILIZAÇÃO DE INDÚSTRIA POR INFRAÇÃO AMBIENTAL. POLUIÇÃO AMBIENTAL. EMPRESA DO RAMO OLEIRO. INFRAÇÃO AMBIENTAL CARACTERIZADA. ADOÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 1. Trata-se de recurso de apelação interposto por empresa ré em ação civil pública ambiental ajuizada pelo Ministério Público contra sentença que julgou procedente em parte os pedidos da demanda para condená-la à obrigação de fazer, consistente em adotar medidas mitigadoras ao dano ambiental provocado pelo exercício de sua atividade empresarial no ramo oleiro em produzir tijolos e telhas. 2. Existência comprovada de insuficiência de medidas e instrumentos adequados para evitar o dano ambiental. Indicação de medidas reparadoras que devem ser observadas, a teor do que impõe a responsabilidade objetiva em matéria ambiental. Sentença parcialmente reformada. Recurso desprovido. Sendo assim a empresa Ré deve interromper de imediato suas atividades até adquirir o devida autorização por órgão competente e reparar os danos causados ao meio ambiente em consequência de suas atividades naquele córrego, além do pagamento de indenização pelos danos causados. IV. DA MEDIDA LIMINAR As atividades dos Requeridos contrariam o disposto na Lei 6.938/1981, lei n° 6938/91 e o art. 225 da Constituição Federal e seus parágrafos. https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1109448236/apelacao-civel-ac-17121920158260416-sp-0001712-1920158260416 https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1109448236/apelacao-civel-ac-17121920158260416-sp-0001712-1920158260416 A continuidade das ações nocivas pode ser evitada com a suspensão das atividades imediatamente. O artigo 12 da lei 7.347/85 é claro ao elencar que; “poderá o juiz conceder mandado liminar com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo”. Segundo nosso ordenamento jurídico, este procedimento situa-se no âmbito do poder geral de cautela do juiz, para o qual a doutrina exige a implementação de dois requisitos essenciais: o “fumus boni iuris”, que é a ocorrência do direito substancial invocado por quem pretenda a segurança, e o “periculum in mora”, configurado em um dano potencial maior, um risco da degradação continuar, tendo em vista a conduta do Requerido Vale lembrar que um dos princípios basilares do direito ambiental é o da prevenção e da precaução, e a concessão de mandado liminar é uma forma de se evitar que danos maiores venham a ocorrer ainda no decurso do processo. Cuida-se para que o dano ambiental não alcance a impossibilidade de reparação e pressupõe, desde logo, lesão ao que é bem comum de todos, a saúde. Estão consagrados, nacional e internacionalmente, como princípios basilares do Direito Ambiental os princípios da prevenção e precaução são assim discernidos pelo Juiz Álvaro Luiz Valery Mirra: “ Princípio da prevenção de danos e degradações ambientais. Esse princípio decorre da constatação de que as agressõesao meio ambiente são, em regra, de difícil ou impossível reparação, ou seja: uma vez consumada uma degradação ao meio ambiente, a sua reparação é sempre incerta e, quando possível, excessivamente custosa. Daí a necessidade de atuação preventiva para que se consiga evitar os danos ambientais. Além disso, corresponde também àquela exigência referida anteriormente, de que as gerações atuais transmitam o “patrimônio” ambiental às gerações que nos sucederem, objetivo inatingível sem uma maior preocupação com a prevenção. https://www.facebook.com/sharer.php?u=https%3A%2F%2Fjuristas.com.br%2F2020%2F01%2F30%2Facao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente%2F https://www.facebook.com/sharer.php?u=https%3A%2F%2Fjuristas.com.br%2F2020%2F01%2F30%2Facao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente%2F E a tal ponto a ideia de prevenção se tornou importante que a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizado no Rio de Janeiro, em 1992, adotou, em sua Declaração de Princípios, o denominado princípio da precaução. De acordo com esse princípio, sempre que houver perigo de ocorrência de um dano grave ou irreversível, a falta de certeza científica absoluta não deverá ser utilizada como razão para se adiar a adoção de medidas eficazes para impedir a degradação do meio ambiente, sobretudo em função dos custos dessas medidas. Por outras palavras, mesmo que haja controvérsias no plano científico com relação aos efeitos nocivos de uma determinada atividade sobre o meio ambiente, em atenção ao princípio da precaução essa atividade deverá ser evitada ou rigorosamente controlada. ” Diante do exposto, presentes o fumus boni juris na forma da legislação acima explicitada, e o periculum in mora configurado pelo efeito nocivo e danoso à saúde que a continuidade da poluição sonora produz, a Autora requer a Vossa Excelência, como autoriza o art. 12 da lei 7.347/85, inaudita altera pars, a concessão de MEDIDA LIMINAR consistente de determinação do Juízo para que desde já suspenda as atividades no local até decisão final do presente feito. V – DOS PEDIDOS 1. A concessão de MEDIDA LIMINAR, inaudita altera pars, determinando a suspensão de qualquer atividade no local por parte da Ré , por medida de prevenção e precaução. 2. A condenação do Requerido, fundada na obrigação de não fazer, consistente na abstenção de quaisquer atividades que venham a poluir o efetivo córrego já citado nos autos. 3. A condenação dos requeridos com a interdição total do estabelecimento e cassação do alvará de licenciamento do estabelecimento que porventura possua. 4. seja promovida a citação da Ré , para que, querendo, conteste a presente ação, sob pena de revelia; 5. seja julgada procedente a presente ação, em todos os termos do pedido retro, condenando-se os Requeridos ao pagamento das custas do processo e honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor total da condenação. 6. Requer-se ainda o chamamento do Ministério Público para que intervenha no feito. VI – DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito especialmente documental, testemunhal ,pericial e depoimento pessoal da Ré. VII – DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$...(por extenso). Nestes termos, Pede Deferimento , Local e Data, Advogado OAB https://twitter.com/intent/tweet?text=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora&url=https%3A%2F%2Fjuristas.com.br%2F2020%2F01%2F30%2Facao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente%2F&via=juristas https://pinterest.com/pin/create/button/?url=https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/&media=https://juristas.com.br/wp-content/uploads/2020/01/iStock-1168708127.jpg&description=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora https://pinterest.com/pin/create/button/?url=https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/&media=https://juristas.com.br/wp-content/uploads/2020/01/iStock-1168708127.jpg&description=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora whatsapp://send/?text=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora%20%0A%0A%20https:/juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/ whatsapp://send/?text=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora%20%0A%0A%20https:/juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/ https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/&title=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora https://www.linkedin.com/shareArticle?mini=true&url=https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/&title=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora https://reddit.com/submit?url=https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/&title=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora https://reddit.com/submit?url=https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/&title=Modelo+de+A%C3%A7%C3%A3o+Civil+P%C3%BAblica+por+Danos+Causados+ao+Meio+Ambiente+%E2%80%93+Polui%C3%A7%C3%A3o+Sonora https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/ https://juristas.com.br/2020/01/30/acao-civil-publica-por-danos-causados-ao-meio-ambiente/ AÇÃO CIVIL PÚBLICA POR DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE com pedido de medida liminar I – DOS FATOS TJ-SP - Apelação Cível AC 00017121920158260416 SP 0001712-19.2015.8.26.0416 (TJ-SP) TJ-SP - Apelação Cível AC 00017121920158260416 SP 0001712-19.2015.8.26.0416 (TJ-SP) IV. DA MEDIDA LIMINAR
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