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Politicas Publicas de Saúde - aula completa

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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora Rinnara Lopes de Oliveira
Esta unidade analisará a trajetória de condução nacional da Política de 
Saúde no Brasil a partir da primeira metade do século XX. Especifi ca-
mente, foram enfocadas: a) a analise da linha do tempo de construção 
do SUS, dos princípios e diretrizes, os Programas de Saúde e as Nor-
mas Operacionais e b) a compreensão da Organização do Sistema de 
Saúde do Brasil e suas melhorias através da Estratégia da Saúde da 
Família. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida pelo método de revi-
são de literaturas, cuja análise dos condicionantes da política mostrou 
que o marco constitucional, os arranjos institucionais e a ação de atores 
setoriais foram fundamentais à expansão de programas e serviços pú-
blicos, que conferiram materialidade e ampliaram a base de apoio ao 
Sistema Único de Saúde no âmbito setorial. Conclui-se apontando a 
Saúde da Família como estratégia de mudanças, bem como apresen-
tando as difi culdades enfrentadas pelos profi ssionais e implantação da 
estratégia. 
Sistema Único de Saúde; Sistemas de Saúde; Política de Saúde;
Política Pública
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CAPÍTULO 01
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA E NO 
CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
História da Saúde no Brasil – Linha do tempo___________________
Apresentação do módulo __________________________________
12
10
O Sistema Único de Saúde – SUS_____________________________ 20
Normas Operacionais do SUS________________________________ 44
Programa de Melhoria do Acesso e de Qualidade (PMAQ)________ 94
CAPÍTULO 02
NORMAS OPERACIONAIS DO SUS (NOB/NOAS), PACTO PELA SAÚDE
CAPÍTULO 03
ORGANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Recapitulando__________________________________________________ 60
Política Nacional de Humanização (PNH)______________________ 68
Pacto pela Saúde__________________________________________ 53
Saúde da Família como Estratégia da Mudança________________ 97
Política Nacional da Atenção Básica(PNAB)____________________ 72
Recapitulando__________________________________________________ 32
Recapitulando_____________________________________________ 102
Fechando a Unidade_______________________________________ 111
Referências_______________________________________________ 114
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Este módulo aborda assuntos fundamentais sobre as Políticas 
Públicas de Saúde, com intuito de ampliar o seu conhecimento enquan-
to profi ssional da Estratégia Saúde da Família (ESF). Com uma con-
cepção mais ampla da sua área de atuação, você poderá aplicar, direta 
ou indiretamente, o seu conhecimento na transformação da realidade 
social e de saúde da população, com respeito às singularidades e às 
particularidades que envolvem as necessidades e os problemas apre-
sentados pelo(s) indivíduo(s) e comunidade(s). 
Convidamos você, durante todo estudo, à refl exão sobre suas 
atividades do dia a dia procurando, por um lado, a expressão de dinâ-
micas sociais mais amplas e, por outro, possibilidades de melhoria da 
sua organização para aumentar seus efeitos na saúde dos coletivos, 
famílias e indivíduos.
Os capítulos do módulo agregam temas relacionados às Políti-
cas Públicas de Saúde, com ênfase na Estratégia da Saúde da Família, 
levando em consideração o Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto 
ordenador da Políticas Públicas de Saúde, e a Atenção Primária em 
Saúde (APS) enquanto base para a construção das Redes de Atenção 
à Saúde (RAS). 
O capítulo 1 traz uma linha do tempo, mostrando a constru-
ção histórica de décadas do Sistema Único de Saúde (SUS), com seus 
avanços e recuos, mas que, afi nal, resultou no atual Sistema de Saúde 
Brasileiro. Além de abordarmos especifi camente as características do 
Sistema Único de Saúde, princípios e diretrizes, forma de fi nanciamen-
to, controle social e a organização do SUS, bem como seu compromis-
so, enquanto política social, em garantir o direito à saúde.
Já o capítulo 2 explanará as Normas Operacionais do Sistema 
Único de Saúde, sendo elas: Normas Operacionais Básicas, Normas 
Operacionais de Assistência à Saúde, que foram instrumentos utiliza-
dos para a defi nição de estratégias que orientam a operacionalização 
do sistema de saúde. Faremos também um estudosobre o Pacto da 
Saúde, que foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional de 
Saúde, na perspectiva de superar problemas políticos, técnicos e ad-
ministrativos que difi cultam a participação mais efetiva e autônoma dos 
municípios na gestão do SUS, com o objetivo de atender as necessida-
des de saúde da população. E logo, criou em seu conteúdo, três com-
ponentes que promovem transformações e fortalecem o Sistema Único 
de Saúde- SUS. São eles: Pacto pela Vida, Pacto de Gestão e o Pacto 
em Defesa do SUS.
Para fi nalizar esse modulo, no capítulo 3, sugerimos a apro-
ximação com as políticas de saúde nacionais, que organizam a assis-
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tência, com foco na Atenção Primária à Saúde/Atenção Básica à Saú-
de (APS/ABS), destacando os princípios, atributos e diretrizes da APS. 
Aprofundaremos o estudo com a Política Nacional de Humanização, 
que efetivou os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção 
e gestão, qualifi cando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas 
solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. Assim como a Po-
lítica Nacional da Atenção Básica, que estabelece a relativização da 
cobertura universal, a segmentação do acesso, a recomposição das 
equipes, a reorganização do processo de trabalho e a fragilização da 
coordenação nacional da política. E atrelado às políticas, analisaremos 
o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção 
Básica, impulsiona a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da 
Atenção Básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável 
nacional, regional e localmente, de maneira a permitir maior transpa-
rência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção 
Básica em Saúde. E por fi m, estudaremos o potencial, os avanços e 
as difi culdades da Saúde da Família como estratégia de mudança do 
modelo de atenção no Brasil, e os desafi os a serem enfrentados nesse 
processo de mudança.
Bons estudos!
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S HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL – LINHA DO TEMPO
Neste capítulo, apresentamos a você uma breve descrição so-
bre o longo caminho da construção do SUS como a principal Política 
de Saúde no Brasil. Um período marcado por expressivas discussões 
e debates políticos sobre as condições de saúde da população brasi-
leira. A seguir destacamos as datas que marcaram os momentos que 
determinaram as políticas governamentais, que de alguma forma “pavi-
mentaram” o caminho para o SUS. Vale ressaltar que, deixamos de lado 
outros importantes marcos na história do SUS, por preferir listar os fatos 
que mais se relacionam com nosso estudo.
Em 1923 - Criação das Caixas de aposentadorias e Pen-
sões (CAP)
Através da Lei Eloy Chaves é criado as CAP. Garantiu pensão 
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
NUMA PERSPECTIVA
HISTÓRICA E NO CONTEXTO
POLÍTICAS PÚBLICAS
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em caso de algum acidente ou afastamento do trabalho por doença, e 
uma futura aposentadoria. Em um âmbito de rápido processo de indus-
trialização e acelerada urbanização. Com as CAP, surgem as primeiras 
negociações sobre a necessidade de se atender à demanda dos traba-
lhadores. Nesse momento, surgem complexas relações entre os seto-
res público e privado que persistirão no futuro Sistema Único de Saúde 
(REIS, 2012).
Em 1932 - Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões 
(IAPs)
Os IAPs foram criados no Estado Novo de Getúlio Vargas. Os 
institutos surgiram como resposta, por parte do Estado, às lutas e reivin-
dicações dos trabalhadores no contexto de consolidação dos processos 
de industrialização e urbanização brasileiros. Acentua-se o componente 
de assistência médica, em parte por meio de serviços próprios mas, 
principalmente, por meio da compra de serviços do setor privado (REIS, 
2012).
Em1965 - Criação do Instituto Nacional de Previdência So-
cial (INPS) 
Resultou da unifi cação dos IAPs, no contexto do regime au-
toritário de 1964, vencendo as resistências a tal unifi cação por parte 
das categorias profi ssionais que tinham institutos mais ricos. O INPS 
consolida o componente assistencial, com marcada opção de compra 
de serviços assistenciais do setor privado, concretizando o modelo as-
sistencial hospitalocêntrico, curativista e médico-centrado, que terá uma 
forte presença no futuro SUS (REIS, 2012).
Em 1977 - Criação do Sistema Nacional de Assistência e 
Previdência Social (SINPAS) e Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social (INAMPS)
Foi criado o SINPAS, e, dentro dele, o INAMPS (órgão 
governamental prestador da assistência médica), que passa a ser o 
grande órgão governamental prestador da assistência médica – basi-
camente à custa de compra de serviços médico-hospitalares e espe-
cializados do setor privado. É possível dizer que tal lógica do INAMPS, 
que sobreviveu como órgão até a criação do SUS, ainda se reproduz no 
interior do sistema único, mesmo passados 20 anos desde sua criação. 
(REIS, 2012).
Em 1982 - Implantação do Programa de Ações Integradas 
de Saúde – (PAIS)
Com ênfase na Atenção Primaria, sendo a rede ambulatorial 
pensada como a “porta de entrada” do sistema. Visava à integração 
das instituições públicas da saúde mantidas pelas diferentes esferas de 
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governo, em rede regionalizada e hierarquizada. Estabelecia a criação 
de sistemas de referência e contra referência e a atribuição de priori-
dade para a rede pública de serviços de saúde, com complementação 
pela rede privada, após sua plena utilização; previa a descentralização 
da administração dos recursos; simplifi cação dos mecanismos de pa-
gamento dos serviços prestados por terceiros e seu efetivo controle; 
racionalização do uso de procedimentos de custo elevado; e estabele-
cimento de critérios racionais para todos os procedimentos. Viabilizou 
a realização de convênios trilaterais entre o Ministério da Saúde, Minis-
tério da Previdência e Assistência Social e Secretarias de Estado de 
Saúde, com o objetivo de racionalizar recursos utilizando capacidade 
pública ociosa.(REIS, 2012).
Em 1986 - 8ª Conferência Nacional de Saúde
Proposta de criação do SUS (Sistema Único de Saúde). A reali-
zação da VIII Conferência Nacional de Saúde, com intensa participação 
social, deu-se logo após o fi m da ditadura militar iniciada em 1964, e 
consagrou uma concepção ampliada de saúde e o princípio da saúde 
como direito universal e como dever do Estado; princípios estes que 
seriam plenamente incorporados na Constituição de 1988 (REIS, 2012).
Em 1987 - Criação dos Sistemas Unifi cados e Decentraliza-
dos de Saúde (SUDS)
Principais diretrizes: universalização e equidade no acesso aos 
serviços de saúde; integralidade dos cuidados assistenciais; descen-
tralização das ações de saúde; implementação de distritos sanitários. 
Um fato marcante ocorreu, pois, pela primeira vez, o Governo Federal 
começou a repassar recursos para os estados e municípios ampliarem 
suas redes de serviços, prenunciando a municipalização que viria com 
o SUS. As secretarias estaduais de saúde foram importantes neste mo-
vimento de descentralização e aproximação com os municípios, que 
recebiam recursos fi nanceiros federais de acordo com uma programa-
ção de aproveitamento máximo de capacidade física instalada (REIS, 
2012).
Em 1988 - Constituição Federal
Foi aprovada a “Constituição Cidadã”, os artigos 196 a 200 pre-
vê uma seção especifi ca para tratar das políticas de Saúde. Estabelece 
a saúde como “Direito de todos e dever do Estado” e apresenta, na sua 
Seção II, como pontos básicos: “as necessidadesindividuais e coletivas 
são consideradas de interesse público e o atendimento um dever do 
Estado; a assistência médica-sanitária integral passa a ter caráter uni-
versal e destina-se a assegurar a todos o acesso aos serviços; estes 
serviços devem ser hierarquizados segundo parâmetros técnicos e a 
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sua gestão deve ser descentralizada.” Estabelece, ainda, que o custeio 
do Sistema deverá ser essencialmente de recursos governamentais da 
União, estados e municípios, e as ações governamentais submetidas a 
órgãos colegiados ofi ciais, os Conselhos de Saúde, com representação 
paritária entre usuários e prestadores de serviços (BRASIL, 1988).
Em 1990 - Criação do Sistema Único de Saúde (SUS)
Lei Orgânica do SUS, nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 – 
dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação 
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspon-
dentes. Detalha os objetivos e atribuições; os princípios e diretrizes; a 
organização, direção e gestão, a competência e atribuições de cada 
nível (federal, estadual e municipal); a participação complementar do 
sistema privado; recursos humanos; fi nanciamento e gestão fi nanceira 
e planejamento e orçamento (REIS, 2012).
 E logo, a Lei Complementar do SUS, Lei nº 8.142 / 90 – dis-
põe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único 
de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de re-
cursos fi nanceiros na área da saúde e dá outras providências. Institui 
os Conselhos de Saúde e confere legitimidade aos organismos de re-
presentação de governos estaduais (CONASS - Conselho Nacional de 
Secretários Estaduais de Saúde) e municipais (CONASEMS - Conselho 
Nacional de Secretários Municipais de Saúde). Finalmente estava cria-
do o arcabouço jurídico do Sistema Único de Saúde, mas novas lutas e 
aprimoramentos ainda seriam necessários (BRASIL, 1990).
Em 1991 - Criação da Comissão de Intergestores Tripartite 
(CIT) e Comissão de Intergestores Bipartite (CIB)
Criada a Comissão de Intergestores Tripartite (CIT) com repre-
sentação do Ministério da Saúde, das secretarias estaduais de saúde 
e das secretarias municipais de saúde e da primeira norma operacional 
básica do SUS, além da Comissão de Intergestores Bipartite (CIB), para 
o acompanhamento da implantação e operacionalização da implanta-
ção do recém-criado SUS. As duas comissões, ainda atuantes, tiveram 
um papel importante para o fortalecimento da ideia de gestão colegiada 
do SUS, compartilhada entre os vários níveis de governo (REIS, 2012).
Nesse mesmo ano, foi criado o Programa de Agentes Comu-
nitários de Saúde (PACS) pelo Ministério da Saúde. 
Em 1993 - Norma Operacional Básica do Sistema Único de 
Saúde - NOB-SUS/93
Estabeleceu normas e procedimentos reguladores com foco 
no avançado processo de descentralização. Procura restaurar o com-
promisso da implantação do SUS e estabelecer o princípio da munici-
palização, tal como havia sido desenhada. Institui níveis progressivos 
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de gestão local do SUS e estabelece um conjunto de estratégias, que 
consagram a descentralização político-administrativa na saúde. Tam-
bém defi ne diferentes níveis de responsabilidade e competência para 
a gestão do novo sistema de saúde (incipiente, parcial e semiplena, a 
depender das competências de cada gestor) e consagra ou ratifi ca os 
organismos colegiados com grau elevado de autonomia: as Comissões 
Intergestoras (Tripartite e Bipartite) (BRASIL, 1993).
Em 1994 – Criação do Programa Saúde da Família ou PSF 
no Brasil
A operacionalização deixa de ser apenas um programa e ga-
nha a autoridade de estratégia de reorganização do modelo de atenção. 
A”Estratégia Saúde da Família”, teve início em 1994 como um dos pro-
gramas propostos pelo governo federal aos municípios para implemen-
tar a Atenção Primária. A Estratégia Saúde da Família visa à reversão 
do modelo assistencial vigente, em que predomina o atendimento emer-
gencial ao doente, na maioria das vezes em grandes hospitais. A família 
passa a ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo 
uma compreensão ampliada do processo saúde-doença. Inclui ações 
de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doen-
ças e agravos mais frequentes (REIS, 2012).
No Brasil, a origem do PSF remonta à criação do Programa de 
Agentes Comunitários de Saúde (PACS) em 1991 como parte do pro-
cesso de reforma do setor da saúde, desde a Constituição, com inten-
ção de aumentar a acessibilidade ao sistema de saúde e incrementar as 
ações de prevenção e promoção da saúde (REIS, 2012).
Em 1996 - Norma Operacional Básica do Sistema Único de 
Saúde - NOB-SUS/96
A edição da NOB/96 representou a aproximação mais explícita 
com a proposta de um novo modelo de Atenção. Para isso, ela acelera 
a descentralização dos recursos federais em direção aos estados e mu-
nicípios, consolidando a tendência à autonomia de gestão das esferas 
descentralizadas, criando incentivo explícito às mudanças, na lógica as-
sistencial, rompendo com o produtivismo (pagamento por produção de 
serviços, como o INAMPS usava para comprar serviços do setor priva-
do) e implementando incentivos aos programas dirigidos às populações 
mais carentes, como o Programa de Agentes Comunitários de Saúde 
(PACS), e às práticas fundadas numa nova lógica assistencial, como o 
Programa de Saúde da Família (BRASIL, 1996). 
Na gestão plena da Atenção Básica, os recursos são transferi-
dos de acordo com os procedimentos correspondentes ao PAB – Piso 
da Atenção Básica. A atenção ambulatorial especializada e a atenção 
hospitalar continuam fi nanciadas pelo Sistema de Informações Ambu-
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latoriais (SIA-SUS) e pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH-
-SUS). No caso dos municípios em gestão plena do sistema, a totalida-
de dos recursos é transferida automaticamente (REIS, 2012).
Em 1997 -Criação do Piso da Atenção Básica (PAB)
Lançamento dos Reforços, um projeto de fi nanciamento para 
impulsionar a implantação dos Polos de Capacitação, Formação e Edu-
cação Permanente de Recursos Humanos para Saúde da Família; pu-
blicação de um segundo documento ofi cial “PSF: uma estratégia para 
a reorientação do modelo assistencial”, dirigido aos gestores e traba-
lhadores do SUS e instituições de ensino; PACS e PSF são incluídos 
na agenda de prioridade da Política de Saúde; publicação da Portaria 
MS/GM nº. 1882, criando o Piso de Atenção Básica (PAB), e da portaria 
MS/GM nº. 1886, com as normais de funcionamento do PSF e do PACS 
(REIS, 2012).
Em 1998-O PSF por não se tratar mais apenas de um “pro-
grama”, passa a ser considerado “Estratégia de Saúde da Família”
Início da transferência dos incentivos fi nanceiros fundo a fundo 
destinados ao PSF e ao PACS, do Fundo Nacional de Saúde para os 
Fundos Municipais de Saúde; primeiro grande evento: “I Seminário de 
Experiências Internacionais em Saúde da Família”; edição do “Manual 
para a Organização da Atenção Básica”, que ser serviu como importan-
te respaldo organizacional para o PSF; defi nição, pela primeira vez, de 
orçamento próprio para o PSF, estabelecido no Plano Plurianual. (REIS, 
2012).
Em 1999 - Realização do 1º Pacto da Atenção Básica
Marcado também pelo segundo grande evento, “I Mostra Na-
cional de Produção em Saúde da Família, construindo um novo mode-
lo”; realização do estudo “Avaliação da implantação e funcionamento do 
Programa Saúde da Família”; edição da Portaria nº. 1.329, que estabe-
lece as faixas de incentivo ao PSF por cobertura populacional.
Em 2000 - Criação do Departamento de Atenção Básica 
Como forma de consolidação da Estratégia de Saúde da Fa-
mília; publicação dos Indicadores 1999 do Sistema de Informação da 
Atenção Básica; a população atendida alcança o percentualde 20% da 
população brasileira.
Em 2001 - Edição da “Norma Operacional da Assistência à 
Saúde - NOAS/01
Ênfase na qualifi cação da atenção básica; realização de um 
terceiro evento, “II Seminário Internacional de Experiências em Atenção 
Básica/Saúde da Família”; apoio à entrega de medicamentos básicos à 
Equipe de Saúde da Família (ESF); incorporação das ações de saúde 
bucal ao PSF; realização da primeira fase do estudo “Monitoramento 
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das equipes de Saúde da Família no Brasil”.
Em 2002 - Norma Operacional de Assistência à Saúde - 
NOAS-SUS/2002
Cuja ênfase maior é no processo de regionalização do SUS, a 
partir de uma avaliação de que a municipalização da gestão do sistema 
de saúde, regulamentada e consolidada pelas normas operacionais es-
tava sendo insufi ciente para a confi guração do sistema de saúde, por 
não permitir uma defi nição mais clara dos mecanismos regionais de 
organização da prestação de serviços. Como veremos adiante, o Pacto 
pela Vida tem sua grande força, exatamente em um novo ordenamento 
dos processos de regionalização do SUS (BRASIL, 2002).
Ampliação das responsabilidades dos municípios na Atenção 
Básica. Criação de mecanismos para o fortalecimento da capacidade 
de gestão do SUS. Políticas Nacionais de Saúde da Pessoa Portadora 
de Defi ciência, de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e de Redução 
da Morbimortalidade por Acidentes e Violências.
Em 2003 - Criação do Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU)
O programa “De Volta para Casa” contribui com o processo de 
reinserção social de pessoas com história de internação psiquiátrica; 
Início da execução do Programa de Expansão e Consolidação da Es-
tratégia de Saúde da Família (Proesf), cuja proposta inicial era a amplia-
ção do programa em municípios de grande porte, ou seja, com mais de 
100 mil habitantes, e publicação dos Indicadores 2000, 2001 e 2002 do 
Sistema de Informação da Atenção Básica.
2006 - Pacto pela Saúde
Muda a lógica de implementação do SUS, que deixa de ser 
orientada por NOB e passa a ser feita por meio da pactuação entre os 
gestores. Pacto pela Vida, Pacto de Gestão, e Pacto em defesa do SUS. 
As transferências dos recursos também foram modifi cadas, passando 
a ser divididas em seis grandes blocos de fi nanciamento (Atenção, Bá-
sica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, 
Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimento em Saúde). 
Política de Saúde da Pessoa Idosa.(REIS, 2012).
Em 2011- Publicação do Decreto 7.508/11
Regulamenta a Lei Orgânica 8.080/90. Traz conceitos impor-
tantes e fortalece a regionalização através da Instituição de regiões de 
Saúde – o que garante a integralidade da assistência à saúde. Publi-
cação da Nova Portaria da Atenção Básica – PNAB; Estratégia Rede 
Cegonha. Plano Nacional de Enfrentamento de Doenças Crônicas Não 
Transmissíveis. Regulamentação do Cartão Nacional de Saúde; Pro-
grama Saúde Não Tem Preço.
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Em 2012 - Sancionada a Lei Complementar 141/12 
Defi ni os percentuais mínimos a serem investidos pelas esfe-
ras de governo nas ações e serviços de saúde. Estabelecem quais são 
as ações e serviços de saúde.
Em 2015 - Emenda Constitucional 86/15
Altera o art. 198 da Constituição Federal, defi nindo o valor mí-
nimo a ser investido pelas esferas de governo. Sendo, o valor mínimo 
de 15% para a União – recursos próprios; Publicação da lei 13.097/15 
– altera o art. 23 da Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 passando a ser 
permitida a participação direta e indireta de capital estrangeiro na assis-
tência à saúde no Brasil. Inclui o art.53ª na citada LOS.
Em 2017 -Nova Política Nacional de Atenção Básica – PNAB
Através da Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, que 
estabelece a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Bási-
ca, no âmbito do SUS. A nova Pnab considera processos que aumen-
tem a capacidade clínica das equipes, que fortaleçam práticas de mi-
crorregulação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), tais como gestão 
de fi las, exames e consultas descentralizadas para cada UBS, possibi-
litando a comunicação intersetorial com as centrais de regulação e os 
serviços especializados, com pactuação de fl uxos e protocolos, apoio 
matricial e apoio a distância (BRASIL, 2017).
SAIBA MAIS
Para aprofundar os conhecimentos, recomendamos que você 
assista sobre a história das políticas de saúde no Brasil. Políticas de 
Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde. O resumo está 
disponível em: http://ulbra-to.br/encena/2013/08/20/Politicas-deSaude-
-No-Brasil-um-seculo-de-luta-pelo-direito-a-saudee o trailer está dispo-
nível em: https://fi lmow.com/politicas-de-saude-nobrasil-um-seculo-de-
-luta-pelo-direito-a-saude-t20712/.
E para fi nalizar esta primeira parte dos nossos estudos, citare-
mos um balanço feito por Nelson Rodrigues dos Santos, militante histó-
rico do Movimento Sanitário Brasileiro, em 2008:
Esses avanços foram possíveis graças à profunda descentralização de com-
petências com ênfase na municipalização, com a criação e o funcionamento 
das comissões Intergestores (Tripartite nacional e Bipartites estaduais), dos 
fundos de saúde com repasses fundo a fundo, com a extinção do INAMPS 
unifi cando a direção em cada esfera de governo, com a criação e o funciona-
mento dos conselhos de saúde, e fundamentalmente, com o belo contágio e 
a infl uência dos valores éticos e sociais da política pública do SUS perante 
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a população usuária, os trabalhadores de saúde, os gestores públicos e os 
conselhos de saúde, levando às grandes expectativas de alcançar os direitos 
sociais e decorrente força e pressão social (SANTOS, 2007).
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS
Antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, 
apenas uma parcela da população podia pagar pelos serviços de saúde 
e os trabalhadores contribuintes de previdências sociais (trabalhadores 
da economia formal, com “carteira assinada”) e seus dependentes que 
tinham acesso à assistência médica. A outra parcela, os não contribuin-
tes de previdências, tinha acesso limitado, normalmente, aos poucos 
hospitais públicos e às instituições de caráter fi lantrópico, como as San-
tas Casas. 
A saúde era sinônimo de assistência médica e as ações de 
promoção de saúde e prevenção de doenças, com destaque para as 
campanhas de vacinação e controle de endemias, eram desenvolvidas 
por órgãos públicos.
A previdência social era fi nanciada com recursos dos traba-
lhadores, das empresas e do governo federal e proporcionava como 
principais benefícios: a organização de serviços de saúde, pagamento 
de aposentadoria, pagamento de remuneração e ou seguro durante o 
período em que o trabalhador estivesse doente, portanto impossibilitado 
de trabalhar. 
Em 1988, através da Constituição Federal foi estabeleci-
da uma nova ordem social no âmbito da saúde, foi criado o Sistema 
Único de saúde (SUS), pautado em princípios doutrinários e princípios 
organizacionais, a partir da defi nição de saúde como direito.
Para regulamentar o SUS foi necessária a criação da Lei nº 
8080/1990 e Lei nº 8142/1990.
E o que é o SUS?
“É o conjunto de ações e serviços de saúde prestados por ór-
gãos e instituições Públicas Federais, Estaduais e Municipais, da Admi-
nistração Direta e Indireta e das Fundações mantidas pelo Poder Pú-
blico.” E complementarmente... “pela iniciativa privada” (artigo 4º da Lei 
Federal 8.080).
Prevê os artigos 196 a 200, da Constituição Federal de 1988 
(CF88), conhecida como a “Constituição Cidadã”, as principais caracte-
rísticas do SUS, “saúde é direito de todos e dever do Estado”, devendo 
ser garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal21
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e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recu-
peração da saúde. 
O SUS é uma política de Estado que amplia os direitos so-
ciais e busca assegurar a cidadania, sendo constituído pelo conjunto 
das ações e de serviços de saúde sob gestão pública. Está organizado 
em redes regionalizadas e hierarquizadas em todo o território nacional, 
com direção única em cada esfera de governo. Entretanto, o SUS, não 
é uma estrutura que atua isolada na promoção dos direitos básicos de 
cidadania. 
A gestão das ações e dos serviços deve ser participativa e mu-
nicipalizada. Torna-se necessário entender que Estado não é apenas 
como o governo federal, mas como poder público, abrangendo a União, 
os estados, o Distrito Federal e os municípios. 
Antes X Depois
Fonte:CCS,2012
SUS: Princípios e Diretrizes 
Paim (2009, p. 56) expõe de forma ampla, a defi nição de Prin-
cípios e Diretrizes, uma vez que quando se fala sobre o SUS gera certa 
confusão e sobreposições do que vem a ser um principio e uma diretriz.
[...] Diretrizes são orientações gerais de caráter organizacional e técnico. 
“Princípios são aspectos que valorizamos nas relações sociais, a maioria 
derivados da moral, da ética, da fi losofi a, da política e do direito. São valores 
que orientam os nossos pensamentos e as nossas ações.(PAIM, 2009, p.56).
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Dispõe na Lei nº 8.080, capítulo II, art. 7º, as ações e serviços 
públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados 
que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos e 
acordo com as diretrizes previstas no Art.198 da Constituição Federal, 
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I – Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos 
os níveis de assistência;
II – integralidade de assistência, entendida como conjunto ar-
ticulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, in-
dividuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de 
complexidade do sistema;
III – preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua 
integridade física e moral;
IV – igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou 
privilégios de qualquer espécie;
V – direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saú-
de;
VI – divulgação de informações quanto ao potencial dos servi-
ços de saúde e sua utilização pelo usuário;
VII – utilização da epidemiologia para o estabelecimento de 
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII – participação da comunidade;
IX – descentralização político-administrativa, com direção úni-
ca em cada esfera de governo;
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saú-
de;
X – integração em nível executivo das ações de saúde, meio 
ambiente e saneamento básico;
XI – conjugação dos recursos fi nanceiros, tecnológicos, mate-
riais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII – capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis 
de assistência; e
XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar du-
plicidade de meios para fi ns idênticos.
A participação e o controle social estão garantidos nas confe-
rências nacionais e com a atuação dos Conselhos de Saúde. A respon-
sabilidade pela gestão da saúde é pactuada nas esferas do governo 
federal, estadual e municipal.
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SAIBA MAIS
Para um aprofundamento sobre o SUS, seus princípios e dire-
trizes, recomenda-se a leitura do livro: O que é o SUS?, de Jairnilson 
Silva Paim, de 2009. 
Conceituando os princípios do SUS
Universalidade: caracteriza a saúde como um direito de cida-
dania, ao ser defi nido pela Constituição Federal como um direito de 
todos e um dever do Estado. Neste sentido, abrange a cobertura, o 
acesso e o atendimento nos serviços do SUS e exprime a ideia de que 
os governos Municipal, Estadual e Federal têm o dever de prestar esse 
atendimento em todos os níveis de assistência, a todos os indivíduos 
em território nacional, independente de cor, raça, religião, local de mo-
radia, situação de emprego ou renda e entre outros.
Integralidade: pressupõe a identifi cação dos sujeitos como 
totalidades. As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao 
mesmo tempo para promoção, prevenção e recuperação. O atendimen-
to integral extrapola a estrutura organizacional hierarquizada e regio-
nalizada da assistência de saúde, se prolonga pela qualidade real da 
atenção individual e coletiva assegurada aos usuários do sistema de 
saúde, requisita o compromisso com o contínuo aprendizado e com a 
prática multiprofi ssional. 
Equidade: Todo cidadão é igual perante o Sistema Único de 
Saúde e será atendido conforme as suas necessidades. Os serviços 
de saúde devem considerar que, em cada população existem grupos, 
classes sociais e regiões, que vivem de forma diferente, tendo seus 
problemas específi cos, diferenças no modo de viver, de adoecer, de 
ter oportunidades, de satisfazer suas necessidades de vida. Tratando 
desigualmente os desiguais.
Descentralização: estrutura ao organizar os três entes gover-
namentais federados, a União, os Estados e os Municípios. Este prin-
cípio encontra-se estabelecido no artigo 198 da Constituição Federal. 
Estabelece, nesse artigo, que as ações e serviços públicos de saúde 
devam formar parte de uma organização regionalizada e hierarquizada, 
e que devem constituir um sistema único. A diretriz da descentralização 
tornou possível a incorporação de novos atores ao cenário nacional, 
atingindo uma aproximação da sociedade com o Estado, e possibilitan-
do o aparecimento de ricas experiências locais.
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A Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 em sua íntegra encon-
tra-se no link:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
SUS: Financiamento do SUS
Outro ponto a ser destacado na Lei 8.080, refere-se ao fi nan-
ciamento do SUS, trazendo como fontes de recursos do orçamento da 
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios. Nas esferas estaduais e municipais, além dos recursos orça-
mentários do próprio tesouro, há os recursos que são transferidos pela 
União.
Os recursos orçamentários, portanto, abrangem além dos que 
derivam do orçamento de cada instância, os que derivam de contribui-
ções sociais; que devem ser identifi cados nos fundos de saúde para a 
execução das ações previstas em vários instrumentos de planejamen-
to. Para ampliar os conhecimentos, porém de forma sintética, veja no 
quadro a seguir, os instrumentos de planejamento do fi nanciamento e a 
periodicidade de sua elaboração. 
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Quadro 1 - Instrumentos de planejamento do fi nanciamento em saúde
Fonte: (CONASS, 2011, p. 99).Fonte: (CONASS, 2011, p. 99).
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Esses instrumentos interligam-se sequencialmente, compondo 
um processocíclico de planejamento para operacionalização integrada, 
solidária e sistêmica do SUS.
A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, o SUS conta, 
nessa abrangência/magnitude, com serviços próprios (públicos); além 
de serviços contratados ou conveniados de caráter privado complemen-
tar (fi lantrópicos e lucrativos), (BRASIL, 1990).
A Lei n. 8.080/90 (BRASIL, 1990) determina, em seu artigo 9º, 
que a direção do SUS deve ser única, de acordo com o inciso I do artigo 
198 da Constituição Federal, sendo exercida, em cada esfera de gover-
no, pelos seguintes órgãos: 
I. No âmbito da União, peloMinistério da Saúde; 
II. No âmbito dos estados e do Distrito Federal, pela respectiva 
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; 
III. No âmbito dos municípios, pela respectiva Secretaria de 
Saúde ou órgão equivalente.
Ao estudarmos sobre o fi nanciamento do SUS, vale destacar a 
Lei Complementar nº 141/2012, que (BRASIL, 2012a): 
Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição Federal para 
dispor sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços 
públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de 
transferências para a saúde e as normas de fi scalização, avaliação e 
controle das despesas com saúde nas 3 (três) esferas de governo; revo-
ga dispositivos das Leis nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, 
de 27 de julho de 1993; e dá outras providências.
SAIBA MAIS
Para compreender melhor a Lei nº 141/12, sugerimos a leitura 
do livro “O SUS e a Lei Complementar nº 141 comentada” (SANTOS, 
2012).
No Art. 6º, da referida lei, explicita que os Estados e o Distrito 
Federal aplicarão, anualmente, 12% (doze por cento) da arrecadação 
de impostos em ações e serviços públicos de saúde. E no Art. 7º, que 
os municípios aplicarão, anualmente, 15% (quinze por cento) da arreca-
dação de impostos em ações e serviços públicos de saúde. Entretanto, 
não defi ne o percentual da arrecadação da União, que será aplicado, 
anualmente, em saúde.
Observadas as disposições do art. 200 da Constituição Fede-
ral, do art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e do art. 2º 
desta Lei Complementar, são considerados como ações e serviços de 
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saúde, para efeito de fi nanciamento:
I. Vigilância em saúde (epidemiológica e sanitária).
II. Atenção integral e universal à saúde em todos os níveis de 
complexidade.
III. Capacitação de pessoal de saúde do SUS.
IV. Desenvolvimento científi co e tecnológico e controle de qua-
lidade promovidos pelo SUS.
V. Produção, aquisição e distribuição de insumos específi cos 
dos serviços de saúde do SUS.
VI. Saneamento básico de domicílios ou de pequenas comu-
nidades.
VII. Saneamento básico dos distritos especiais indígenas ou 
remanescentes de quilombos.
VIII. Manejo ambiental vinculado diretamente ao controle de 
vetores de doenças.
IX. Investimento na rede física do SUS.
X. Remuneração de pessoal ativo da área de saúde.
XI. Ações de apoio administrativo realizadas pelas instituições 
do SUS.
XII. Gestão do sistema público de saúde.
Observação: a respectiva lei também apresenta o que não 
constituirá despesas com ações e serviços públicos de saúde (BRASIL, 
2012a). 
Leia na integra a Portaria nº 3.992 do Ministério da Saúde, pu-
blicada dia 28 de dezembro de 2017, reduziu de seis para dois blocos 
de fi nanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) – um de custeio, 
que concentra a quase totalidade dos recursos federais e outro de in-
vestimentos.
SUS: Controle Social
A Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a par-
ticipação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) 
e sobre as transferências intergovernamentais de recursos fi nanceiros 
na área de saúde, entre outras providências. Também instituiu as Con-
ferências e os Conselhos de Saúde em cada esfera de governo (BRA-
SIL, 1990).
O SUS prevê em cada esfera de governo com duas instâncias 
colegiadas de participação da sociedade: as Conferências de Saúde 
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e os Conselhos de Saúde, permitindo que a comunidade, através de 
seus representantes, opine, defi ne, acompanhe a execução e fi scalize 
as ações de saúde das três esferas de governo: Federal, Estadual e 
Municipal.
Dada a importância da participação da sociedade, para a cria-
ção do SUS, que o relatório fi nal da 8ª Conferência Nacional de Saúde 
de 1986 serviu de base para a elaboração do capítulo sobre saúde da 
Constituição Federal de 1988.
As Conferências acontecem de quatro em quatro anos e se 
realizam em um processo ascendente, desde Conferências Municipais 
de Saúde, passando por uma Conferência Estadual de Saúde em cada 
estado, que resulta em uma Conferência Nacional de Saúde, onde são 
mostrados os percursos para o aperfeiçoamento do SUS. Reúnem-se 
os representantes da sociedade (os usuários do SUS), do governo, dos 
profi ssionais de saúde, dos prestadores de serviços, parlamentares e 
outros para “apreciar a situação da saúde e propor as diretrizes à for-
mulação da política de saúde” nos municípios, nos estados e no país.
Saiba mais sobre as conferências na página do Conselho Na-
cional de Saúde http://conselho.saude.gov.br
A Lei n. 8.142/90, em seu parágrafo 2º, a defi ne: 
O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, 
órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores 
de serviço, profi ssionais de saúde e usuários, atua na formulação de 
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância 
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e fi nanceiros, cujas 
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituí-
do em cada esfera de governo. 
São os órgãos de controle do SUS pela sociedade nos níveis 
municipal, estadual e federal. Permite que a população exerça o contro-
le social sobre a gestão da saúde, tendo uma atuação independente do 
governo, onde o representante dos cidadãos defende os interesses dos 
diferentes segmentos sociais e necessidades da população que mais 
precisa e usa os serviços do SUS, exercendo o controle social ao lutar 
para garantir, na prática, o direito constitucional à saúde com qualidade 
e o respeito à dignidade humana.
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E funcionam como colegiados, de caráter permanente e deli-
berativo, isto é, devem funcionar e tomar decisões regularmente, acom-
panhando, controlando e fi scalizando a política de saúde e propondo 
correções e aperfeiçoamentos em seu rumo, onde se manifestam os 
interesses dos diferentes segmentos sociais, possibilitando a negocia-
ção de propostas e o direcionamento de recursos para diferentes prio-
ridades.
São componentes dos Conselhos os representantes do gover-
no, dos prestadores de serviços, dos profi ssionais de saúde e usuários, 
de forma paritária:
a) 50% de entidades de usuários;
b) 25% de entidades dos trabalhadores de Saúde;
c) 25% de representação de governo, de prestadores de servi-
ços privados conveniados, ou sem fi ns lucrativos.
 “O Controle Social não deve ser traduzido apenas em meca-
nismos formais e, sim, refl etir-se no real poder da população em modi-
fi car planos, políticas, não só no campo da saúde”.Relatório fi nal da 9ª 
Conferência Nacional de Saúde de 1992.
SAIBA MAIS
Desde 1941 até 2011 foram realizadas 14 Conferências Nacio-
nais de Saúde (CNS) em contextos políticos diversos e cujas caracte-
rísticas em termos de composição, temário e deliberações foram muito 
diferentes entre si.
SUS: Organização
Após estudarmos os princípios, as diretrizes, as formas de 
fi nanciamento e o controle social do SUS, torna-se necessário com-
preender como serviços de saúde se organizam para a garantia do di-
reito à saúde com todas as prerrogativas legais que são preconizadas 
em leis vigentes.
A forma de organização do SUS é simples, porém complexa, 
pois deve ter o mesmo padrão em todo o país. Podemos entendê-lo da 
seguinte maneira: um núcleo comum, que concentra os princípios dou-
trinários, e uma forma e operacionalização, os princípios organizativos.
O Decreto 7.508, de 28 de junho de 2011
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para 
dispor sobre a organização do SUS, o planejamento da saúde, a assis-
tência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. 
Viabiliza o aprimoramento do Pacto pela Saúde, contribuindo 
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para a garantia do direito à saúde a todos os cidadãos brasileiros. Suas 
principais vertentes são: 
– Mais transparência na Gestão do SUS;
– Mais segurança jurídica nas relações interfederativas;
– Maior controle social;
Além de estabelecer a organização do SUS em Regiões de 
Saúde, sendo estas instituídas pelo Estado, em articulação com os seus 
municípios, e que representam o espaço privilegiado da gestão com-
partilhada da rede de ações e serviços de saúde, tem como objetivos: 
garantir o acesso resolutivo e de qualidade à rede de saúde, constituída 
por ações e serviços de atenção primária, vigilância à saúde, atenção 
psicossocial, urgência e emergência e atenção ambulatorial especiali-
zada e hospitalar; efetivar o processo de descentralização, com respon-
sabilização compartilhada, favorecendo a ação solidária e cooperativa 
entre os entes federados, e reduzir as desigualdades loco-regionais, por 
meio da conjugação interfederativa de recursos.
Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e or-
denado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes fede-
rativos, nas Comissões Intergestores, garantir a transparência, a inte-
gralidade e a equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde; 
orientar e ordenar os fl uxos das ações e dos serviços de saúde; monito-
rar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e ofertar regionalmente 
as ações e os serviços de saúde.
Conceitos importantes são trabalhados no Decreto 7.508/ 2011 
que necessitamos conhecer para atuarmos em nossos serviços no âm-
bito do SUS. Abaixo serão detalhados para melhor entendimento.
Região de Saúde: Espaço geográfi co contínuo constituído por 
agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identida-
des culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e in-
fraestrutura de transportes compartilhados, com a fi nalidade de integrar 
a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de 
saúde.
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde: Acordo de 
colaboração fi rmada entre os entes federativos, com a fi nalidade de or-
ganizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada 
e hierarquizada, com defi nição de responsabilidades, indicadores e me-
tas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos fi nancei-
ros que serão disponibilizados, forma de controle e fi scalização de sua 
execução e demais elementos necessários à implementação integrada 
das ações e serviços de saúde. 
Portas de Entrada: Serviços de atendimento inicial à saúde do 
usuário no SUS.
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Comissões Intergestores: Instâncias de pactuação consensual 
entre os entes federativos para defi nição das regras da gestão compar-
tilhada do SUS. 
Mapa da Saúde: Descrição geográfi ca da distribuição de re-
cursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e 
pela iniciativa privada, considerando a capacidade instalada existente, 
os investimentos e o desempenho aferido, a partir dos indicadores de 
saúde do sistema.
Rede de Atenção à Saúde: Conjunto de ações e serviços de 
saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a fi nalida-
de de garantir a integralidade da assistência à saúde.
Serviços Especiais de Acesso Aberto: Serviços de saúde espe-
cífi cos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de 
situação laboral, necessita de atendimento especial.
Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica: Documento que esta-
belece critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; 
o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos 
apropriados, quando couber; as posologias recomendadas; os meca-
nismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verifi cação dos 
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERH Prova: Enfermeiro Ní-
vel: Superior.
Situações que condicionavam o acesso do usuário aos serviços 
públicos de saúde, como a necessidade de estarem formalmen-
te inseridos no mercado de trabalho, foram legalmente excluídas 
com as disposições constitucionais acerca do SUS e com a Lei nº 
8.080/1990 por meio do seguinte princípio:
a) regionalização
b) universalidade
c) hierarquização
d) descentralização
e) integralidade
QUESTÃO 2
Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível: 
Superior.
De acordo com o art. 2° da Lei n° 8080/1990, é correto afi rmar que 
a saúde é: 
a) Direito do Estado e dever do cidadão. 
b) Cultivada no seio familiar e aprimorada quando do convívio com a 
sociedade. 
c) A responsabilidade maior do Estado, junto com a educação. 
d) Um direito fundamental do ser humano. 
e) Mais importante que a educação
QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível: 
Superior.
De acordo com o art. 2° da Lei n° 8080/1990, o dever do Estado de 
garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas 
econômicas e sociais que visem ao (à): 
a) Fortalecimento da raça brasileira e à sua qualifi cação como um de 
superiores no mundo moderno.
b) Redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabele-
cimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às 
ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
c) Aumento dos riscos de doenças e ao estabelecimento de condições 
que assegurem acesso universal aos serviços para a sua promoção, 
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proteção e recuperação.
d) Exposição da população brasileira a endemias e viroses situacionais.
e) Acesso privilegiado às ações e aos serviços de saúde para a sua 
promoção, proteção e recuperação. 
QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível: 
Superior.
De acordo com a Lei 8.080/1990, o Sistema Único de Saúde (SUS) 
é constituído:
a) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados apenas por 
órgãos e instituições públicas federais da Administração direta e indireta 
e das fundações mantidas pelo Poder Público.
b) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde e assistência social, 
prestados apenas por órgãos e instituições públicas federais da Admi-
nistração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público. 
c) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde e assistência social, 
prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e 
municipais, da Administração direta e indireta e das fundações manti-
das pelo Poder Público. 
d) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e 
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração 
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
e) Pelo conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e 
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração 
direta e indireta, das instituições privadas e das fundações mantidas 
pelo Poder Público.
QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERH Prova: Enfermeiro Ní-
vel: Superior.
As instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos 
para defi nição das regras da gestão compartilhada do SUS são de-
nominadas: 
a) colegiados de gestão
b) comissões intersetoriais 
c) conselhos de saúde
d) conferências de saúde
e) comissões intergestores
QUESTÃO 6
Ano: 2014 Banca: BIORIO Órgão: Prefeitura de Três Rios- RJ Pro-
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va: Enfermeiro Nível: Superior.
Avalie se são objetivos do Sistema Único de Saúde - SUS:
I - A identifi cação e divulgação dos fatores condicionantes e deter-
minantes da saúde;
II - A formulação de política de saúde destinada a promover, nos 
campos econômico e social, o dever do Estado de garantir a saú-
de consistena formulação e execução de políticas econômicas 
e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros 
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem aces-
so universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua pro-
moção, proteção e recuperação.
III - A assistência às pessoas por intermédio de ações de promo-
ção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada 
das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Está correto o que se afi rma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas
c) I e III, apenas
d) II e III, apenas
e) I, II e III
QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: CONSCAM Órgão: Prefeitura de Fernão-SP Pro-
va: Enfermeiro Nível: Superior.
Considerando a Lei 8.142/90, marque a alternativa incorreta.
a) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferên-
cias não será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.
b) Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema 
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais 
de recursos fi nanceiros na área da saúde e dá outras providências.
c) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re-
presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de 
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordi-
nariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
d) O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, ór-
gão colegiado composto por representantes do governo, prestadores 
de serviço, profi ssionais de saúde e usuários, atua na formulação de 
estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância 
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e fi nanceiros, cujas 
decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituí-
do em cada esfera do governo.
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e) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Con-
selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão 
representação no Conselho Nacional de Saúde.
QUESTÃO 8
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de João Pessoa - PB 
Prova: Enfermeiro Nível: Superior.
Assinale a alternativa correta acerca da evolução histórica da orga-
nização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema 
Único de Saúde (SUS).
a) Antes da implementação do Sistema Único de Saúde (SUS) pela 
Constituição Federal de 1988, existia a chamada assistência médico-
-hospitalar, prestada pelos Estados e Municípios, a qual também pauta-
va-se pelo princípio da universalidade.
b) O Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
(INAMPS) prestava serviço a toda população, em caráter universal, com 
recursos provenientes do recolhimento de taxas sociais.
c) Em meados da década de 80, começaram a ser implementadas as 
Ações Integradas de Saúde, cujas principais diretrizes eram a universa-
lização, a acessibilidade, a descentralização, a integralidade e a partici-
pação comunitária.
d) A Instituição do Sistema Unifi cado e Descentralizado de Saúde - 
SUDS - se deu por meio de celebração de convênio entre o Instituto 
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e o 
governo federal.
QUESTÃO 9
Ano: 2013 Banca: Cetro Órgão: Anvisa Prova: Enfermeiro Nível: 
Superior.
Conforme dispõe o artigo 7° da Lei n° 8.080/1990, as ações e ser-
viços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou 
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são 
desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 
da Constituição Federal, obedecendo a diversos princípios. Assi-
nale a alternativa que apresenta alguns desses princípios trazidos 
no referido artigo.
a) A preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integri-
dade física e moral; o direito à informação, às pessoas assistidas, sobre 
sua saúde; a participação das instituições privadas na elaboração 
das políticas de saúde em nível municipal; a utilização da epide-
miologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recur-
sos e a orientação programática.
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b) A preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integrida-
de física e moral; a igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos 
ou privilégios de qualquer espécie; a participação da comunidade; a or-
ganização dos serviços privados de modo a evitar duplicidade de meios 
para fi ns idênticos.
c) A universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis 
de assistência; o direito à informação sobre o estado de saúde de qual-
quer usuário; a divulgação de informações quanto ao potencial dos ser-
viços de saúde e sua utilização pelo usuário; a capacidade de resolução 
dos serviços nos níveis de assistência estadual e municipal.
d) A integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado 
e contínuo de ações e serviços, preventivos e curativos, individuais e 
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade 
do sistema; a divulgação de informação quanto ao potencial dos servi-
ços de saúde e sua utilização pelo usuário; a igualdade de assistência 
à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie; a capaci-
dade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência.
e) A integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado 
e contínuo de ações e serviços, preventivos e curativos, individuais e 
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexida-
de do sistema; a preservação da autonomia das pessoas na defesa 
de sua integridade física e moral; a utilização da epidemiologia para o 
estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação 
programática; a organização dos serviços públicos e privados, de modo 
a evitar duplicidade de meios para fi ns idênticos.
QUESTÃO 10
Ano: 2014 Banca: IADES Órgão: EBSERH Prova: Enfermeiro Nível: 
Superior.
A universalidade, a integralidade, a equidade, a hierarquização, a 
regionalização e a participação popular estão no contexto dialé-
tico e legal da conformação do Sistema Único de Saúde. Com re-
lação ao princípio da equidade, é correto afi rmar que consiste em:
a) Oferecer atendimento indistinto a todos os usuários, quanto às ques-
tões curativas.
b) Tratar desiguais de maneira desigual, para que todas as necessida-
des de saúde sejam atendidas da melhora forma e de acordo com as 
diferenças e vulnerabilidades específi cas.
c) Atender todos os indivíduos igualmente, privilegiando as questões 
curativas e de acordo com as prioridades defi nidas pelo controle social.
d) Realizar atendimento crescente de níveis de atenção primária para 
os de maior complexidade.
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e) Garantir acesso integral às ações e aos serviços de saúde.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Um senhor, atualmente com 65 anos de idade, lembra-se do tempo em 
que o atendimento médico era restrito aos trabalhadores com carteira 
de trabalho assinada, destacando que ainda havia restrições de acesso 
para eles a algumas necessidades de atendimento. Com base nessa 
situação hipotética, cite e comente sobre os princípios do Sistema Úni-
co de Saúde que procuram resolver os problemas apontados por esse 
senhor.
TREINO INÉDITO
No campo de atuação do SUS, é incorreto afi rmar que está (ão) incluída 
(s) a: 
a) O controle e a fi scalização de serviços, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde.
b) A formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobio-
lógicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na 
sua produção.
c) Capacitação de professores do ensino fundamental e o médio. 
d) Vigilância nutricional e a orientação alimentar.
e) Participação na formulação da política e na execução de ações de 
saneamento básico.
NA MIDIA 
ConferênciaNacional de Saúde – é preciso mudar?
A Conferência Nacional de Saúde se fortaleceu ao longo dos anos como 
espaço efetivo para a participação e o controle social no SUS, mas re-
fl exões sobre a necessidade de mudança no seu formato começam a 
surgir
Estabelecidas pela Lei n. 378/1937, que reorganizou os ministérios da 
Educação e da Saúde como forma de manter o governo a par das ações 
desenvolvidas pelos estados nessas áreas, as Conferências Nacionais 
de Educação e de Saúde foram instituídas com o objetivo de serem 
órgãos destinados a promover o permanente entendimento desses mi-
nistérios com os governos estaduais no terreno da administração dos 
negócios de sua competência.
Quatro anos após a sua instituição por lei, o Brasil deu o primeiro passo 
na busca pela participação e pelo controle social nas políticas públicas 
de saúde com a realização da 1ª Conferência Nacional de Saúde.
Hoje, 73 anos depois, apesar de já estarem consolidadas como espaço 
onde a sociedade se articula para garantir os interesses e as necessi-
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dades da população na área da Saúde e assegurar as diversas formas 
de pensar o Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Nacional de 
Saúde (CNS) entende que esses espaços precisam mudar em vários 
aspectos.
É o que afi rma a presidente do CNS, Maria do Socorro de Souza, quando 
questionada pela revista Consensus sobre a necessidade de se mudar 
o formato desses fóruns. “As conferências têm por atribuição fazer uma 
avaliação da situação de saúde e apontar ajustes e deliberar acerca das 
diretrizes das políticas de saúde. No setor saúde, aprendemos muito a 
fazer conferências, contudo há o consenso de que precisamos ampliar 
os seus propósitos, melhorar o seu formato e o modo de fazê-las”, diz.
Para promover essas mudanças, Maria do Socorro explica que o CNS 
tem promovido uma série de debates e discussões, a fi m de construir 
novo formato para a realização da 15ª Conferência Nacional de Saúde 
a ser realizada em 2015, em Brasília/DF.
Segundo ela, o Conselho propõe inovações, com diferentes temporali-
dades, na forma de mobilizar, promovendo a ampliação da participação 
social, articulando segmentos menos representados, a exemplo da po-
pulação em situação de rua, juventude, população ribeirinha, do campo 
e da fl oresta, comunidades tradicionais e indígenas, mulheres, negros, 
pessoas com defi ciências, LGBT, imigrantes, ciganos, entre outros. No 
formato, a proposta, segundo ela, é incluir novas etapas.
Socorro esclarece que o Plenário do CNS aprovou, por unanimidade, 
na reunião ordinária do conselho ocorrida no mês de agosto, o tema 
da 15ª Conferência: “Saúde pública de qualidade para cuidar bem das 
pessoas. Direito do povo brasileiro”. Além disso, foi aprovada, também, 
a metodologia da conferência, estruturada em quatro etapas. A primeira 
consiste na avaliação da Saúde no Brasil, com contribuições e diretri-
zes para a elaboração dos instrumentos federais de planejamento e 
orçamento em saúde; na segunda etapa, serão realizadas as etapas 
municipais e estaduais com indicação de diretrizes e eleição de delega-
dos; na terceira, será realizada a Etapa Nacional da 15ª; e, por último, 
a quarta etapa, a ser realizada após a 15ª Conferência Nacional com a 
elaboração do Plano Nacional de Saúde (PNS/2015) e o monitoramento 
das deliberações.
Esse monitoramento, será, segundo a presidente, o maior desafi o após 
a conferência, pois o relatório fi nal com as deliberação não pode ser tra-
tado pela gestão como mera carta de intenções. “A agenda dos gover-
nos – em todas as esferas – só terá legitimidade se incorporar a agenda 
da sociedade. Este é nosso maior desafi o”, destacou.
Para o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério 
da Saúde (SGEP/MS), André Bonifácio, são inegáveis os avanços em 
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termos de espaços de participação e controle social em saúde, sendo 
possível destacar a existência de conselhos de saúde em 100% dos 
municípios brasileiros e a ampliação da participação direta dos cida-
dãos, inclusive por meio de outros mecanismos, como as Ouvidorias em 
Saúde, audiências públicas, dos comitês de políticas de promoção da 
equidade em saúde, entre outras.
Bonifácio observa que a participação social já está consolidada na Saú-
de, mas é recente em outras políticas, e observa que, nos últimos 12 
anos, ela tem-se tornado mais efetiva em outras políticas públicas. De 
acordo com o secretário da SGEP, a Saúde tem-se debruçado para 
ampliar e fortalecer esse espaço, criando mecanismos de maior escuta 
da sociedade brasileira, dos diferentes movimentos sociais que ainda 
não estão representados nos conselhos de saúde, mas que fazem uso 
dos serviços de saúde pública, e que precisam apresentar a sua pauta 
e ocupar legitimamente o seu lugar nas discussões sobre o SUS. “Um 
marco recente disso é a inovação trazida pela representação da Popu-
lação em Situação de Rua em alguns conselhos estaduais, e também 
no Conselho Nacional de Saúde, que tem incorporado, de modo cada 
vez mais forte, também as demandas das populações negra, LGBT e do 
Campo, Floresta e Águas, para citar alguns exemplos”.
As Conferências precisam, na visão do secretário, “ser, na verdade, es-
paço que aponte as diretrizes para o Plano Nacional de Saúde e o Plano 
Plurianual, o PPA, que é feito a cada quatro anos. Esse é o desafi o que 
o Conselho Nacional de Saúde está debatendo para a realização da 15ª 
Conferência Nacional de Saúde no próximo ano”, destacou.
Na opinião do gestor de Relações Institucionais da Pastoral da Criança 
e conselheiro de saúde representante da Confederação Nacional dos 
Bispos do Brasil (CNBB), Clóvis Boufl eur, nos mais de 70 anos de rea-
lização de conferências, os formatos foram se ajustando ao longo da 
história.
Para Boufl eur é preciso ousar e pensar em etapas regionalizadas. “Pre-
cisamos ousar nesse aspecto, mas precisamos, acima de tudo, pensar 
sobre a forma de abordar a questão da regionalização e como viabilizar 
isso. Precisamos conhecer o que já existe de organização local e regio-
nal e ampliar o leque de participação e também das formas de organi-
zação da sociedade nas regiões”, reforçou.
Existe distanciamento dos gestores em relação às conferências e aos 
conselhos de saúde?
“Em algumas situações sim; além de distanciamento, há também des-
conhecimento por parte de gestores acerca do papel do controle social”, 
acredita a presidente do CNS, Maria do Socorro.
Para ela, isso acontece por diferentes fatores e destaca a cultura política 
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democrática ainda em construção no país e que concorre com práticas 
conservadoras; o desconhecimento de alguns gestores e conselheiros 
de que a participação social é um dos princípios constitucionais; a au-
sência de representação da gestão em muitos conselhos e conferências 
e a concorrência entre os espaços de decisão no SUS.
“Não há solução para o SUS sem participação social autônoma e efeti-
va. Cada gestor precisa assumir sua cota de responsabilidade em prol 
do fortalecimento do controle social no SUS. É uma conquista da demo-
cracia brasileira de que não podemos abrir mão”.
Já na visão do conselheiro Clóvis Bloufl eur realmente é baixa a partici-
pação dos gestores nesses espaços, com participações mais frequen-
tes apenas em solenidades. “Difi cilmente vemos gestores nos grupos 
de trabalho, por exemplo. O que percebo é que eles se restringem aos 
processos mais solenes. Acredito que todos devam se sentar à mesa 
com espírito de igualdade de direitos e deveres, porque, mesmo exer-
cendo diferentes funções, do ponto de vista do Estado, todos temos os 
mesmos direito e deveres”.
Opinião diferente tem o secretário da SGEP, André Bonifácio. Segundo 
ele, o que ocorre são atores com posicionamentos e interesses diversossobre os mesmos objetos, o que, “muitas vezes, pode provocar estra-
nhamentos e divergências que fazem parte do processo de participa-
ção, o que é saudável para a democracia”, defi niu.
Bonifácio ressalta que o próprio processo de composição dos conselhos 
garante o assento dos gestores nas discussões e que são eles, inclusi-
ve, que convocam as conferências. “Nós precisamos aprimorar o papel 
do gestor como conselheiro da gestão dentro daquele espaço de par-
ticipação social e, como gestor da política, como executor das ações.
Precisamos aprimorar essa relação, fortalecendo esse espaço de diálo-
go, compreendendo que o gestor, dentro de um conselho, deve também 
dar visibilidade à gestão, enfrentando o desafi o de fazer, de fato, a ges-
tão participativa”, destacou.
Expectativas e Desafi os
Para André Bonifácio, o principal desafi o é retomar o papel da Confe-
rência. Ele cita a 8ª Conferência Nacional de Saúde como marco, por 
ter, naquele momento de redemocratização do Brasil, reconhecido a 
saúde como um direito de todos e um dever do Estado, além der ter 
avançado para a necessidade de se apontarem as diretrizes e os princí-
pios que consolidariam, futuramente, o SUS. “Mais do que pensar o for-
mato, temos de pensar qual o papel político da Conferência, e é esse o 
desafi o que estamos nos colocando para a 15ª edição. Precisamos que 
a Conferência aponte para a defesa do SUS, reafi rme os princípios da 
universalidade, da integralidade, da equidade e da participação e possa 
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incidir, de fato, nos rumos da saúde pública no país, contribuindo com 
diretrizes reais para o Plano Nacional de Saúde e o PPA 2015-2018”.
Para se alcançar esse objetivo, no entanto, Bonifácio diz ser fundamen-
tal levar para dentro da conferência debates como o reconhecimento 
das iniquidades territoriais e das diferentes populações nessa dimen-
são continental que tem o país, discutindo a problemática da saúde no 
âmbito da sua condição humana, reconhecendo a diversidade especial-
mente no acesso à saúde, que se dá de modos particulares para o ne-
gro, para o cidadão do campo, para os que vivem nos grandes centros 
urbanos, entre outros. “A 15ª CNS traz como desafi o máximo possibilitar 
que a população usuária de nosso sistema infl uencie diretamente os 
rumos da saúde no Brasil a partir de sua contribuição nesse grandioso 
e democrático processo”, esclareceu.
Clóvis Boufl eur destacou que a escolha do tema da 15ª edição “Saú-
de pública de qualidade para cuidar bem das pessoas. Direito do povo 
brasileiro” foi grande acerto. “A qualidade dos serviços, na minha visão, 
é o que existe de consenso no Brasil e no mundo em relação à saúde. 
Porque a qualidade signifi ca que houve acertos na área de preparação 
dos profi ssionais, no pagamento adequado dos salários, na parte de 
recursos humanos, na parte de acesso etc.”, disse.
Segundo ele, a expectativa é que o debate avance em relação a esses 
dois aspectos de maneira que as pessoas tenham mais conhecimento 
sobre os seus direitos e deveres. “O objetivo da 15ª deve ser debater a 
necessidade que a população sente em relação a esses dois grandes 
focos: saúde pública de qualidade para poder cuidar bem das pessoas e 
as pessoas saberem também dos seus direitos e deveres para poderem 
exigir qualidade nos serviços”.
Assim como o secretário da SGEP, Maria do Socorro também citou a 8ª 
Conferência quando questionada sobre os desafi os e expectativas para 
o futuro. “A expectativa do Conselho Nacional de Saúde é que a 15ª 
Conferência Nacional de Saúde seja tão relevante quanto foi a 8ª. Que-
remos fazer uma Conferência diferente com que todos nós possamos 
contribuir. No entanto, repensar a Conferência é repensar os Conselhos 
também”, acrescentou.
Socorro explicou que a proposta do CNS é fazer uma avaliação partici-
pativa, de massa, em uma escuta respeitosa e consequente. De acordo 
com ela, esse exercício propiciará maior conhecimento do SUS pela 
população e pela consciência crítica, dará visibilidade aos conselhos, 
ampliará e animará a participação social para os processos de tomada 
de decisão. “Nosso foco será o Plano Nacional de Saúde. Quanto à in-
tersetorialidade, temos feito esforços de dialogar com outros conselhos 
de políticas públicas e de defesa de direitos das pessoas, entretanto 
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esse desafi o exige mudanças na forma de conceber, planejar e execu-
tar políticas de saúde”.
A presidente do CNS fi nalizou ao afi rmar ser necessário ousar e pensar 
as políticas de saúde articuladas com os processos de desenvolvimento 
social e econômico. “Precisamos pensar saúde para além do setor saú-
de, para além da agenda dos 4 anos da gestão”.
Fonte: REVISTA CONSENSUS
Data: 13 jan. 2018.
Leia a notícia na íntegra: https://www.conass.org.br/consensus/confe-
rencia-nacional-de-saude-e-preciso-mudar/
NA PRÁTICA
A participação social é um dos princípios estabelecidos na Lei Orgânica 
do SUS. 
Importante ferramenta de democratização das organizações, busca-se 
adotar uma série de práticas que efetivem a participação da sociedade 
na gestão. Através da participação social é que supera a resignação 
e o medo e gera condições para o exercício pleno da liberdade e da 
cidadania. 
A Lei nº 8.142 é mais específi ca quanto à participação popular e estipula 
as Conferências de Saúde e o Conselho de Saúde como as instâncias 
colegiadas às quais a sociedade civil tem direito (e dever) de compare-
cer.
Mesmo com todas as garantias legais que possibilitam o controle social 
do SUS, nada disso adianta se não houver um real engajamento da po-
pulação. Falar de participação popular ou controle social nas políticas 
públicas de saúde não signifi ca apenas a implantação de ações que 
lidem com desperdícios, desvios e corrupção. O controle social vai além 
da função de vigilância e envolve também o dever de cobrar e auxiliar 
na efetividade e no comprometimento daqueles que fornecem os servi-
ços de saúde.
Para que isso aconteça, os cidadãos podem contar com outros meios 
além dos institucionais aqui mencionados, que seriam formas não ins-
titucionalizadas de participação e de realizar impacto nas atividades da 
saúde. Um exemplo de medida não institucionalizada de participação 
é o comparecimento a grupos educativos sobre assuntos relacionados 
à saúde, que podem ser organizados por cidadãos. Esses grupos são 
como aulões ou palestras, que têm o objetivo de explicar determinado 
assunto e informar a população, sendo ótimas formas de compreender 
a relação entre saúde e cidadania.
Apesar desses serem meios de participação “não institucionalizados”, 
isso não signifi ca que eles sejam ilegais. Na realidade, no próprio relató-
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rio da 9ª Conferência Nacional de Saúde aponta como “importante que 
os movimentos populares criem e mantenham seus foros independen-
tes e autônomos, buscando a discussão dos problemas e as soluções 
para as questões de saúde”.
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto:
POLÍTICAS de Saúde no Brasil: um século de luta pelo direito à saúde.
O resumo está disponível em: http://ulbra-to.br/encena/2013/08/20/Po-
liticas-deSaude-No-Brasil-um-seculo-de-luta-pelo-direito-a-saude e o 
trailer está disponível em: https://fi lmow.com/politicas-de-saude-nobra-
sil-um-seculo-de-luta-pelo-direito-a-saude-t20712
Livros:
O que é o SUS? de Jairnilson Silva Paim (PAIM, 2009).
“O SUS e a Lei Complementar nº 141 comentada” (SANTOS, 2012).
Acesse os links:
http://www.scielo.br/pdf/csp/v25n7/20.pdf, http://www.scielosp.org/pdf/
csp/v25n7/21.pdf, https://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n2/a09v12n2.
pdf?origin=publication_detail
e http://conselho.saude.gov.br
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