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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso

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1
Otávio Peres Filho
Departamento de Engenharia Florestal
Engenheiro Florestal – Doutor em Ciências 
Professor Adjunto IV – FENF/UFMT
Alberto Dorval
Departamento de Engenharia Florestal
Engenheiro Florestal – Doutor em Ciências
Técnico Nível Superior – FENF/UFMT
Evoneo Berti Filho
Departamento de Entomologia, 
Fitopatologia e Zoologia Agrícola
Engenheiro Agrônomo – Doutor em Ciências
Professor Titular – ESALQ/USP
A Entomofauna associada à Teca, 
Tectona grandis L.f. (Verbenaceae), 
no Estado de Mato Grosso
2
© 2005, autores
Patrocínio:
Ficha catalográfica preparada pela
Biblioteca “Prof. Helládio do Amaral Mello”
Projeto Gráfico, Diagramação e Capa:
Luiz Erivelto de Oliveira Júnior
Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF)
Impressão: 
Elbergráfica Artes Gráficas Ltda.
3
Apresentação
O primeiro cultivo comercial de teca, Tectona grandis, no estado de Mato Gros-
so foi realizado há mais de duas décadas. Atualmente, pode-se afirmar que se 
trata da espécie florestal de maior expressão no Estado, tanto pela área plantada 
como pela ampla distribuição, decorrência do seu alto valor comercial e da sua 
boa adaptabilidade às condições ambientais.
Com a expansão do seu cultivo, notadamente na última década, surgiram 
insetos associados a essa cultura, trazendo preocupações aos silvicultores. No 
sentido de trazer respostas às indagações levantadas, estudos tiveram que ser 
desenvolvidos, para atender as dúvidas oriundas desse segmento empresarial. 
Muitos anos de pesquisa culminaram na presente obra que está sendo lançada.
Da entomofauna estudada pode-se constatar, no decorrer da leitura, que algu-
mas espécies são pragas de expressão econômica e outras são pragas potenciais.
Deve-se registrar que a entomofauna aqui discutida é referente ao Mato Gros-
so, embora possa servir como fonte de informações aos profissionais de outros 
Estados. 
O presente trabalho, pioneiro no campo da Entomologia Florestal com teca 
no Brasil, certamente atingirá os interesses de profissionais e acadêmicos de En-
genharia Florestal, silvicultores e todos aqueles que de alguma forma se interes-
sem por essa valiosa cultura florestal.
Prof. Dr. Otávio Peres Filho
Professor Adjunto IV
Departamento de Engenharia Florestal
FENF/UFMT
4
5
Agradecimentos
Os autores agradecem a todos que colaboraram diretamente e indiretamente 
na elaboração dessa obra e especialmente às pessoas:
Prof. Dr. Carlos Alberto Moraes Passos; Profa M.Sc. Maria Rosa Gonçalves; 
Dr. Ubirajara Martins; Dr. Sérgio Antônio Vanin; Dr. Édson Possidônio Teixei-
ra; Prof. Dr. Sinval Silveira Neto, Sr. Manoel Lauro da Silva; aos acadêmicos de 
Engenharia Florestal Rogério Goularte Moura, Márcio Luiz Mendes Bezerra, 
Luiz Mário Magalhães de Souza, Anthero Luiz dos Santos e Marco Antônio 
Ramos da Silva; aos Engenheiros Florestais Fausto Hissashi Takizawa e Paulo 
Pompermayer Neto; e ao Engenheiro Agrônomo Heraldo Negri.
6
Sumário
Capítulo 1 - Viveiro
Ordem Isoptera
Família Termitidae
Syntermes molestus (Burmeister, 1839) ......................................................................09
Família Rhinotermitidae
Heterotermes sp. .........................................................................................................09
Coptotermes testaceus (L., 1758) .................................................................................09
Ordem Coleoptera
Família Lagriidae
Lagria villosa Fabr., 1783 ............................................................................................ 11
Ordem Orthoptera
Família Gryllidae
Gryllus assimilis (Fabr., 1775) ................................................................................... 12
Ordem Hymenoptera
Família Formicidae
Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908 ........................................................................... 14
Atta laevigata (F. Smith, 1858) ................................................................................... 14
Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1839 .................................................... 14
Ordem Lepidoptera
Família Noctuidae
Agrotis repleta Walker, 1857 .......................................................................................20
Capítulo 2 - Campo
Ordem Hymenoptera
Ordem Isoptera
Família Termitidae 
Syntermes molestus (Burmeister, 1839) .................................................................... 23
Família Rhinotermitidae 
Heterotermes sp. ........................................................................................................ 23
Coptotermes testaceus (L., 1758) ................................................................................ 23
7
Ordem Lepidoptera
Família Hyblaeidae
Hyblaea puera Cramer, 1777 ..................................................................................... 25
Família Saturniidae
Dirphia rosacordis Walker, 1855 ................................................................................ 32
Família Eucleidae
Miresa clarissa (Stal, 1790) ....................................................................................... 36
Família Noctuidae
Spodoptera cosmioides (Walker, 1898) ....................................................................... 38
Spodoptera eridania (Cramer, 1782) ......................................................................... 38
Família Psychidae
Oiketicus geyieri (Berg., 1877) ................................................................................... 40
Ordem Hemiptera
Família Pentatomidae
Nezara viridula (L., 1758) ......................................................................................... 42
Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) ..................................................................... 42
Edessa meditabunda (Fabr., 1794) ............................................................................ 42
Família Aphidae
Aphis spiraecola Patch, 1914 ...................................................................................... 42
Ordem Coleoptera
Família Curculionidae
Naupactus fatuus (Boh., 1840) .................................................................................. 46
Pantomorus sp. (Boh., 1833) ..................................................................................... 46
Parapantomorus fluctuosus (Boh., 1840) ................................................................... 46
Teratopactus nodicolis (Boh., 1840) ........................................................................... 46
Capítulo 3 - Madeira
Ordem Coleoptera
Família Cerambycidae
Neoclytus pusillus (Laport & Gory, 1835) ................................................................. 49
Família Scolytidae
Xyleborus ferrugineus (Fabricius, 1801) ..................................................................... 52
Xyleborus affinis Eichhoff, 1867 ................................................................................ 52
Família Bostrichidae
Sinoxylon conigerum (Gerstäcker, 1855) .................................................................. 54
Literatura Consultada ......................................................56
8
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Capítulo 1
Viveiro
9
Capítulo 1 - Viveiro
Ordem Isoptera
Família Termitidae
Syntermes molestus (Burmeister, 1839) 
”Cupim-de-solo”
Distribuição geográfica
S. molestus ocorre nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do 
Sul, Pará, Pernambuco e Roraima. 
Descrição
S. molestus: indivíduos grandes, principalmente os soldados com cabeça bem desenvolvida 
e de coloração avermelhada. 
Biologia 
S. molestus vive no solo em pequenas câmaras e em diferentes profundidades; a comunicação 
entre as câmaras e a superfície do solo é feita por canais estreitos e tortuosos, aflorando com à 
superfície por aberturas circulares de 5 a 8 mm de diâmetro (Figura 1). Seus ninhos são sub-
terrâneos e geralmente situados a 2 m de profundidade. Ascâmaras, que abrigam as colônias, 
têm o aspecto de meia-lua, em corte transversal, com a parte convexa voltada para cima e com 
dimensões de cerca de 4 cm de altura por 10 cm de largura. As câmaras são interligadas por meio 
de canais estreitos e tortuosos que também possibilitam a comunicação com a superfície do 
solo. Cortam folhas de gramíneas que são estocadas nos ninhos e servem de alimento (Gallo 
et al., 2002).
Danos
S.molestus: os ataques são mais intensos em solos arenosos e com baixa umidade e que an-
teriormente tenham sido cultivados com eucalipto, hortaliças, arroz, cana-de-açúcar, pastagens 
e outras gramíneas. As mudas de teca quando atacadas mostram amarelecimento da parte aérea 
e o “stump”1 torna-se bastante danificado e em alguns casos totalmente destruído, podendo se 
arrancar as mudas do solo com facilidade (Figura 2).
Controle
Para as espécies que atacam o sistema radicular sugere-se que a produção de mudas de teca 
seja feita em tubetes, evitando-se assim os danos produzidos no sistema radicular. Já para as 
mudas produzidas em canteiros não há recomendação específica para a cultura da teca, su-
gerindo-se a aplicação de inseticidas fipronil ou endossulfan nos canteiros; os tubetes com as 
mudas podem ser mergulhados na calda desses inseticidas, antes de serem levados ao campo. 
No caso das imersões pode-se sugerir o mesmo recomendado para o eucalipto, ou seja, soluções 
de fipronil de 0,35 a 0,50% e de emulsão de endossulfan (35%) na base de 4 ml/planta ou 20 
ml/litro, num tanque de 100 l de água. Essas mesmas soluções poderão ser aplicadas nas covas 
de plantio, ou na cobertura pós-plantio, garantindo maior proteção ás mudas.
“Stump”: do inglês toco; muda de raiz nua, muito empregada nos plantios tradicionais de teca, apresentando grande quantidade de 
reserva de nutrientes.
10
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Figura 1. Operárias e soldados de Syntermes molestus ao redor das aberturas à superfície do solo. 
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 2. Dano em “stump” de teca provocado por cupim de raiz, Syntermes molestus.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
11
Capítulo 1 - Viveiro
Ordem Coleoptera
Família Lagriidae
Lagria villosa Fabr., 1783
”Idiamim” ou “Bicho-capixaba”
Distribuição geográfica
É uma espécie exótica, originária da África, introduzida no estado do Espírito Santo. Atual-
mente encontra-se disseminada em vários Estados brasileiros.
Descrição
Adultos com comprimento do corpo variando de 10 a 15 mm; coloração bronzeada metálica; 
larvas do tipo elateriforme com tamanho variando de 10 a 15 mm e de coloração escura com 
setas longas. Os ovos apresentam coloração amarela e as pupas branco amareladas.
Biologia 
A biologia dessa espécie foi desenvolvida em couve chinesa, Brassica oleraceae, apresentando 
os seguintes resultados: período embrionário de 5 dias; período larval de 43 dias; período pupal 
de 5 dias e longevidade dos adultos de 59 dias, com um período de pré-oviposição de 25 dias. 
As massas de ovos apresentam a forma de um cone com 300 ovos/massa (Leite, 2000).
Danos
Adultos alimentam-se das folhas de teca, quando as mudas são produzidas em canteiros, 
produzindo perfurações nas folhas. Os danos produzidos não são significativos.
Controle
Não há produto registrado no Ministério da Agricultura para controle desta praga na cultura 
da teca. Entretanto, algumas plantas como o tajujá das espécies Ceratosanthes hilariana (raiz) ou 
Cayaponia martiana (ramos) e a purunga ou cabaça verde, Lagenaria vulgaris, podem ser utilizadas 
como armadilhas de atração para os adultos. A substância que atrai os adultos é a cucurbitacina, 
encontrada nas plantas mencionadas acima.
12
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Orthoptera
Família Gryllidae
Gryllus assimilis (Fabr., 1775)
”Grilo-comum”
Distribuição geográfica
A espécie ocorre em vários Estados brasileiros.
Descrição 
Adulto com coloração escura, corpo robusto, medindo cerca de 25 mm de comprimento; 
pernas posteriores do tipo saltatória e as demais ambulatórias. As ninfas são semelhantes aos 
adultos mas desprovidas de asas.
Biologia 
Insetos de hábitos noturnos ficando, durante o dia, abrigados sob serapilhera, em locais 
úmidos e escuros. À noite alimentam-se, acasalam-se e realizam outras atividades necessárias a 
sua sobrevivência. As fêmeas adultas fazem posturas no solo; as ninfas eclodem cerca de 2 se-
manas após a postura. Quando alimentados com ração de coelho e mantidos a 27 ± 2 ºC e 70% 
de umidade relativa, a fase ninfal é de 45 dias, a longevidade do adulto de 60 dias e o número 
de ovos/fêmea é de 3.636, a proporção de macho:fêmea é de 1:1. A atratividade às cores é pelo 
amarelo, seguido do verde, do azul e do branco. Testes alimentares demonstraram preferência 
em ordem decrescente por almeirão, alface, couve e batata (Melo, 1978).
Danos
Atacam a parte aérea das mudas encanteiradas, bem como as estruturas de reserva do “stump”, 
mas não as mudas produzidas em tubetes suspensos.
Controle
Para a cultura da teca não há recomendação específica, mas pode ser empregada isca tóxica. 
Para o preparo da isca basta empregar os seguintes ingredientes:
• 1 Kg de farelo de trigo;
• 100 g de açúcar;
• 0,5 L de água; 
• 100 g de inseticida (triclorfon, carbaril ou cartap).
Modo de preparo: misturar o farelo de trigo com o inseticida, a seguir misturar a água com o 
açúcar ou melaço, na razão de 0,5 L de água para 100 g de açúcar. Posteriormente, misturar tudo 
até obter uma massa moldável; se preciso adicionar mais água. Dessa massa devem ser feitos 
pequenos grânulos e distribuídos pelos canteiros (Gallo et al., 2002).
13
Capítulo 1 - Viveiro
14
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Hymenoptera
Família Formicidae
Atta sexdens rubropilosa Forel, 1908
“Saúva-limão”
Atta laevigata (F. Smith, 1858)
“Saúva-cabeça-de-vidro
Acromyrmex subterraneus subterraneus Forel, 1839
“Quenquém-de-cisco”, “Caiapó” e “Quenquém-preta”
Distribuição geográfica
A saúva-limão é encontrada em quase todo o território brasileiro, exceto em Fernando de 
Noronha e algumas regiões do nordeste, sendo encontrada nos seguintes estados: Rio Grande do 
Norte, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio 
de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Sergipe, Bahia, Paraíba, Pernambuco, 
Goiás, Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Piauí e Ceará.
A saúva-cabeça-de-vidro é distribuída nos seguintes estados: Rondônia, São Paulo, Amazo-
nas, Roraima, Pará, Maranhão, Ceará, Acre, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de 
Janeiro, Mato Grosso e Goiás.
A quenquém de cisco pode ser encontrada nos seguintes estados: Amazonas, Ceará, Rio Gran-
de do Norte, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do 
Sul e São Paulo (Della Lucia et al., 1993; Forti & Boareto, 1997; Anjos et al., 1998).
Descrição
Em Atta sexdens rubropilosa as operárias são de coloração pardo avermelhada e opaca; com in-
divíduos de no máximo 11 mm de comprimento, cabeça e abdome pilosos. Quando esmagadas 
exalam forte cheiro cítrico ou de capim cidreira, resultando dai a sua denominação vulgar.
Atta laevigata apresenta soldados com a cabeça bastante brilhante, com uma reentrância pe-
quena na parte central; com 13 a 15 mm de comprimento, são considerados os maiores do 
gênero Atta.
Em Acromyrmex subterraneus subterraneus as operárias menores do que as das saúvas, apresen-
tando, no máximo, 8 mm de comprimento; corpo com coloração, geralmente, castanho-clara e 
às vezes amarelada.
As operárias do gênero Atta apresentam 3 pares de espinhos na região notal do tórax, e as 
operárias do gênero Acromyrmex possuem 4 pares de espinhos.
Biologia
A rainha da saúva-limão pode viver de 20 a 22 anos, já as cortadeiras podem viver 120 dias 
e os soldados 390 dias.O sauveiro é considerado adulto quando realiza a sua primeira revoada 
aos 38 meses. No Quadro 1 encontra-se a duração das principais etapas da biologia da saúva-
limão. 
Não há dados disponíveis sobre as biologias de Atta laevigata e de Acromyrmex subterraneus 
subterraneus.
Os ninhos de Atta sexdens rubropilosa são formados por montes de terra solta de tamanhos 
diferentes, estando os olheiros situados no fundo de depressões à semelhança de vulcões (Fi-
gura 3). Na espécie A. laevigata os montes apresentam a forma arredondada, com os olheiros 
abrindo-se na superfície. Todavia, pode apresentar montes ao redor desses como os encontra-
15
Capítulo 1 - Viveiro
dos para saúva-limão, ou ainda, com estrutura de funís aplanados. Os ninhos de Acromyrmex 
subterraneus subterraneus são cobertos de cisco e semelhantes aos formigueiros de saúva, pois 
apresentam monte de terra solta que pode atingir até 20 m2 de área superficial e cujos olheiros 
abrem-se no meio de crateras afuniladas nos montes de terra. As panelas podem chegar a 80 cm 
de diâmetro e situadas a até 1 m de profundidade. 
Danos
Todas as espécies de formigas cortadeiras atacam, preferencialmente, folhas jovens, deixando 
as mais velhas intactas.
Nos plantios novos também os ponteiros são cortados e transportados (Figuras 4 e 5), sendo 
que para o caso da saúva-limão a destruição dos ponteiros acarreta na morte da parte distal da 
planta (Figura 6), promovendo o surgimento de brotação lateral que acarreta a deformação do 
fuste, dando-lhe um aspecto falciforme (Figura 7). Em outros casos, com a morte da parte distal, 
a planta emite uma série de brotações entouceiradas, comprometendo a forma e o desenvol-
vimento da planta (Figura 8). Nas árvores adultas, somente os ápices das plantas são atacados 
(Figura 9). 
É comum observar-se árvores com folhas cortadas no pecíolo, pelos soldados de saúva-limão 
(Figura 10). Mesmo que essas folhas não sejam totalmente cortadas e transportadas acabam 
sendo danificadas pela quebra do pecíolo (Figura 11).
A teca é uma espécie florestal exótica muito atacada pela saúva-limão, pois em plantios pró-
ximos à vegetação natural, as formigas deixam de cortar as espécies nativas para atacar a teca 
(Figura 12).
Figura 3. Ninho de saúva-limão, Atta sexdens rubropilosa, em plantio de teca.
(Foto: PERES FILHO, 2001).
16
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Quadro 1. Duração das principais etapas da biologia da saúva-limão (Mariconi, 1970).
FASE TEMPO
Penetração da içá no solo e formação da panela inicial 10 horas
Regurgitação do fungo 48 horas
Colocação do primeiro ovo 5 dias
Incubação dos ovos (1ª larva) 30 dias
Período larval (1ª pupa) 52 dias
Período pupal (1ª adulto) 62 – 66 dias
Abertura do primeiro olheiro 80 – 100 dias
Abertura do segundo olheiro 17 meses
Abertura do 3° ao 10° olheiro 20 meses
Aparecimento dos soldados 22 meses
120 olheiros 24 meses
1.000 olheiros 36 meses
Primeira revoada (vôo nupcial) – sauveiro adulto 38 meses
Figura 4. Folhas jovens da parte apical da muda, no campo, cortadas por saúva-limão, Atta 
sexdens rubropilosa. (Foto: PERES FILH0, 1999).
17
Capítulo 1 - Viveiro
Figura 5. Ponteiro cortado por saúva-limão, 
Atta sexdens rubropilosa. Muda jovem de 
teca. 
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 6. Morte da parte apical de muda jo-
vem de teca, dano produzido por saúva-limão, 
Atta sexdens rubropilosa.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 7. Tronco de teca com aspecto falci-
forme, em conseqüência do dano produzido 
por saúva-limão, Atta sexdens rubropilosa, 
ainda na fase de muda.
(Foto: PERES FILHO, 2001).
Figura 8. Entouceiramento da muda de teca, 
em conseqüência da morte da parte apical de-
vido ao corte de saúva-limão, Atta sexdens 
rubropilosa.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
18
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Figura 9. Ponteiros de árvores adultas de teca 
danificados por saúva-limão, Atta sexdens 
rubropilosa.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 10. Soldados de saúva-limão, Atta 
sexdens rubropilosa, cortando o pecíolo de 
uma folha de teca.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 11. Folha de teca caída após ter sido 
anelada por soldados de saúva-limão, Atta 
sexdens rubropilosa.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 12. Plantio de teca altamente danifi-
cado por saúvas-limão, Atta sexdens rubro-
pilosa, oriundas de sauveiros localizados na 
mata nativa, adjacente ao reflorestamento. 
(Foto: PERES FILHO, 1999).
19
Capítulo 1 - Viveiro
Controle
Uso de iscas granuladas, líquidos termonebulizáveis e gases liquefeitos são os mais recomen-
dados. Para formigueiros menores podem ser empregados pós-secos. Na tabela 1 encontram-se 
os principais inseticidas para controle de formigas cortadeiras na teca.
Para sauveiros iniciais e quenquenzeiros, a aração e a gradagem também são recomendáveis 
para controle.
Tabela 1. inseticidas para controle de formigas cortadeiras que danificam a Teca.
Inseticida
Marca 
Comercial
Dose/m2
Área Máxima para uma 
Apliação (Compasso)
Época 
Recomendada
PÓS-SECOS
Deltametrina 
(piretróide)
K-Othrine 2P 10g 1m2 seca
GASES LIQUEFEITOS
Brometo de metila Bromex 4ml 5 m2 chuvosa
LÍQUIDOS TERMONEBULIZÁVEIS
Fenitrotion 
(fosforado)
Sumifog 4ml --- quente
Clorpirifós 
(fosforado)
Atamig --- quente
Deltametrina 
(piretróide)
Decisfog e 
K-othrine
--- quente
ISCAS GRANULADAS
Clorpirifós
(fosforado)
Lakree® 10g ---
seca/chuvosa 
com porta-isca 
Diflubenzuron
(derivado de uréia)
Formilin® 10g ---
seca/chuvosa 
com porta-isca
Sulflaramida 
(sulfonamida fluoralifática)
Mirex-S
6g (saúva-limão e 
cabeça-de-vidro)
10 – 20g /colônia 
(quenquém)
--- seca/chuvosa com porta-isca
Fipronil Blitz 10 g (saúvas)
5g/colônia (quenquém) --- seca/chuvosa com porta-isca
20
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Lepidoptera
Família Noctuidae
Agrotis repleta Walker, 1857
 “Lagarta-rosca”
Distribuição geográfica
Além do Mato Grosso essa espécie pode ser encontrada nos seguintes estados: Amazonas, Rio 
de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso 
do Sul.
Descrição 
Os adultos apresentam cerca de 42 mm de envergadura; asas anteriores de coloração acinzen-
tada com manchas negras e asas posteriores hialinas (Figura 13); lagartas com coloração pardo 
acinzentada. 
Biologia 
Espécie de biologia desconhecida. As lagartas permanecem no solo a pouca profundidade, 
entre os sacos plásticos das mudas ou debaixo de torrões. As lagartas quando tocadas enrolam-se 
tomando a forma de rosca, de onde advém o seu nome vulgar.
Danos
Semelhante às demais espécies de lagartas roscas para as mudas produzidas em canteiros, ou 
seja, a lagarta fica no solo durante o dia e à noite chega à superfície para se alimentar, cortando 
as plantas rente ao solo. Nos canteiros os ataques surgem na forma de reboleiras. Essa espécie 
tem, também como hospedeiros a acácia negra (Acacia decurrens) e culturas agrícolas como alfa-
ce, algodoeiro, arroz, aveia, batatinha, mudinhas de Citrus spp., cenoura, couve, feijoeiro, fumo, 
mamoneira, melancia, melão, menta, milho, repolho e tomateiro.
Controle
Mudas encanteiradas são passíveis de serem atacadas, o mesmo não ocorrendo com as mu-
das produzidas em tubetes suspensos. 
Para os casos de mudas produzidas em contato com o solo pode-se utilizar o controle indi-
cado para as outras espécies de lagartas roscas em outras culturas. Tais como, iscas de melaço ou 
açúcar com inseticidas, na proporção de 1 Kg de açúcar ou 3 L de melaço mais 1 Kg de triclorfon 
e 25 Kg de farelo de trigo.
21
Capítulo 1 - Viveiro
Figura 13. Adulto de lagarta-rosca, Agrotis repleta (vista dorsal).
(Foto: PERES FILHO, 2003).
22
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Capítulo 2
Campo
23
Capítulo 2 - Campo
Ordem Hymenoptera
Formigas cortadeiras – videviveiro, item 4. 
Ordem Isoptera
Cupins subterrâneos e da madeira 
Família Termitidae
Syntermes molestus (Burmeister, 1839) – vide viveiro, item 1.
Família Rhinotermitidae 
Heterotermes sp. 
Coptotermes testaceus (L., 1758) 
Distribuição geográfica
Heterotermes sp. foi assinalado como sendo encontrado nos estados do Amazonas, Rio de 
Janeiro, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Piauí, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. 
C. testaceus ocorre no estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso (novo registro)(Mathews, 
1977). 
Descrição
Heterotermes sp.: o gênero é formado por espécies pequenas que ocorrem em todas as regi-
ões tropicais. Soldado monomórfico, raramente dimórfico; cápsula cefálica laranja a amarelo 
pálida, alongada, sub-retangular; ápice da cabeça com espinho arredondado ou angularmente 
transverso ou par de saliências mais ou menos arredondadas separadas por depressão mediana; 
poro frontal pequeno, mas comumente visível à curta distância atrás do espinho ou saliência; 
antenas comumente com 15 a 17 segmentos; labro mais comprido do que largo, lados con-
vexos; mandíbulas longas, estreitas, cônicas; pronoto mais estreito do que a cabeça; pernas 
anteriores curtas.
C. testaceus: soldado com cápsula cefálica, labro e antena de cor amarela; mandíbulas amare-
lo laranja até a base; pronoto e margem posterior do mesonoto amarelo; abdome com térgitos e 
esternitos amarelo claros, intensificando-se a amarelo opaco nas margens posteriores nos 4º ou 
5º segmentos; pernas e pleuritos branco amarelados (Mathews, 1977).
Biologia 
Heterotermes sp.: esta espécie perfura o tronco de diversas espécies florestais, podendo ser 
encontrada debaixo da casca de troncos, madeira processada se estiver úmida, bem como cercas 
e pedaços de madeira no solo.
C. testaceus tem como hospedeiro a seringueira. Essa espécie apresenta hábitos subterrâneos 
e os seus ninhos são encontrados em raízes de árvores velhas, toras enterradas ou em madeiras 
que não secam excessivamente devido à umidade do solo (lençol freático elevado). Quando as 
fontes de alimento são disseminadas, essas podem ser exploradas até á centenas de metros do ni-
nho matriz, por meio de pequenas câmaras interligadas por galerias no solo (Mathews, 1977). 
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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Danos
C.testaceus: encontrado atacando cerne e xilema das árvores no sentido ascendente, iniciando-
se na raiz. Ataques observados em árvores estressadas. Constrói seus ninhos nas raízes de árvores 
mortas ou nos ferimentos próximos ao coleto de árvores vivas. Penetra nas raízes das árvores, 
apesar da sua presença ser constatada mediante escavação na madeira ou em períodos chuvosos 
e de ventos fortes, quando provocam a queda das árvores. Seus danos em teca são constatados 
em sítios com situações inadequadas ao desenvolvimento das árvores, como em locais sujeitos 
ao excesso de umidade do solo, provocando o estresse hídrico das árvores. O ataque em árvores 
vivas dá-se pelas raízes vivas e parece estar correlacionado aos locais com sinais de apodrecimen-
to da casca e com o cilindro central exposto. Os cupins destroem o sistema radicular, colo e parte 
interna do tronco e, apesar de todo esse dano, as árvores permanecem verdes e com o aspecto de 
sadias. Também danificam outras madeiras em construções.
Heterotermes sp. : encontrado em colônias atacando a teca debaixo da casca em grandes exten-
sões (Figura 14). Ataca a madeira de teca cortada e árvore em pé, destruindo o tecido sob a casca. 
Na madeira cortada pode ser observado pouco tempo depois do corte, e quando os troncos ou 
toretes permanecem no campo. Em árvores vivas foram encontrados nas que estavam estressa-
das, plantadas em locais de drenagem deficiente (solo raso)(Mathews, 1977).
Controle
Para cupins que atacam a madeira debaixo 
da casca, sugere-se o descascamento dos fus-
tes, logo após o corte. 
Para as árvores em pé recomendam-se os 
plantios em solos profundos e bem drenados, 
bem como adubação balanceada para aumen-
tar o vigor das plantas. Recomenda-se, tam-
bém, aumentar o cuidado com as operações 
florestais que possam provocar danos mecâni-
cos na casca e nas raízes e até mesmo ferimen-
tos produzidos pela ação do fogo e do vento. 
As desfolhas provocadas por insetos e doenças 
também podem levar as árvores ao estressa-
mento e, para esses casos, adotam-se medidas 
de controle específicas. Como medidas silvi-
culturais, também se recomenda a eliminação 
dos indivíduos atacados ou dominados. Para 
situações de áreas com pequena quantidade 
de indivíduos atacados pode ser sugerida a 
limpeza, retirando-se as madeiras mortas das 
árvores e do solo, aplicando-se inseticida pire-
tróide no local onde foi removido o material 
atacado ou no interior do tronco, se necessá-
rio, através de orifício feito com pua.
Figura 14. Colônia de Heterotermes sp. sob 
a casca de teca.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
25
Capítulo 2 - Campo
Ordem Lepidoptera
Família Hyblaeidae
Hyblaea puera Cramer, 1777
”Lagarta-da-teca”
Distribuição geográfica
Encontrada nos municípios de Cáceres e Jangada, ambos no estado de Mato Grosso. Em 
outras localicades do Brasil esse lepidóptero foi encontrado nos municípios de Chapada dos 
Guimarães-MT, Nobres-MT, Jataí-GO, Dourados-MS, Rio de Janeiro-RJ e Cubatão/SP (área de 
mangue). 
É uma espécie nativa do continente asiático, nos locais de ocorrência da teca, como na Índia, 
onde é considerada a principal praga dessa espécie florestal (Peres Filho et al., 2002). 
Descrição 
Adulto com 35 mm de envergadura; asas anteriores de coloração acinzentada com manchas 
esbranquiçadas e escuras, asas posteriores de coloração marrom escura com manchas na parte 
central e faixa em toda a extensão das bordas de cor alaranjada, tórax e abdome de cor acinzen-
tada sendo que no abdome os tergitos apresentam-se com faixas escuras (Figura 15); lagarta com 
coloração branco amarelada em todo o corpo, no primeiro instar (Figura 16), e depois branco 
amarelada na região pleural e rubro-negra na região tergal (Figura 17); pupa marrom escura 
ligeiramente brilhante, com casulo esbranquiçado (Figuras 18 e 19); ovos de coloração creme 
(Peres Filho et al., 2002).
Figura 15. Adulto de Hyblaea puera (vista dorsal). 
(Foto: PERES FILHO, 1999).
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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Figura 16. Lagarta recém-eclodida de Hyblaea puera
(Foto: GUERRA, 2002).
Figura 17. Lagarta madura de Hyblaea puera.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
27
Capítulo 2 - Campo
Figura 18. Pupas sem casulo. 
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 19. Casulo com pupa de Hyblaea puera na folha de teca.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Biologia 
O ciclo total de vida de H.puera varia de 21 a 33 dias, sob condições de laboratório. O período 
de incubação dos ovos é de 2 a 3 dias; a fase larval de 11 a 16 dias; a fase pupal de 4 a 7 dias e a 
fase adulta de 4 a 7 dias. 
Os ovos são branco hialinos, colocados em fila ao lado das nervuras principal e secundárias 
na parte inferior da folha (Figura 20). As posturas iniciam-se na região apical da planta, passan-
do pela região mediana e finalmente na região inferior da copa. As lagartas dispersam-se por fios 
de seda que recobrem o vegetal quando as infestações vão se tornando mais elevadas. As lagar-
tas ficam alojadas dentro das dobras das folhas, construídas com fios de seda nas bordaduras, 
saindo à noite para se alimentar. As pupas também ficam alojadas nessas mesmas estruturas. Os 
adultos são fototrópicos positivos e migratórios na ocasião da seca, quando a teca perde suas 
folhas.
Fora do território nacional esta praga pode ser encontrada em hospedeiros como Vitex, Cleroden-
dron, Spathodea, Vitex altissima, Avicennia officinalis, Callicarpa arborea, Vitex peduncularis, V. pubescens, 
V. negundo e Oroxylum indicum (COMMONWEALTH INSTITUTEOF ENTOMOLOGY, 1981; MO-
HANADAS, 1986; BAKSHA e CRAWLEY, 1995).
Danos
H. puera é considerada, na Índia, como a principal praga da teca. A sua ocorrência no Brasil, 
assim como na Índia, é no período chuvoso, iniciando seus ataques nessa ocasião, de maior dis-
ponibilidade de folhas jovens. Suas lagartas atacam preferencialmente as folhas jovens (Figura 
21), com ataques ocorrendo em epicentros que se propagam, podendo atingir toda a área.
Figura 20. Ovos de Hyblaea puera, dispostos ao lado das nervuras, na página inferior da folha 
(no detalhe visão ampliada). (Foto: GUERRA, 2002).
29
Capítulo 2 - Campo
Figura 21. Dano inicial de Hyblaea puera em folha de teca. 
(Foto: MOURA , 2003).
A dispersão das lagartas, na arquitetura das árvores, dá-se através de longos fios de seda facil-
mente percebidos com o aumento da população. As lagartas iniciam o ataque alimentando-se 
entre as nervuras secundárias das folhas; durante o dia permanecem dentro dos seus abrigos, 
construídos nas bordas das folhas, saindo à noite para se alimentar. Atacam a teca desde o vivei-
ro até árvores adultas no campo. 
No estado de Mato Grosso seus ataques são freqüentes ocorrendo anualmente, com início 
nos meses de outubro e novembro indo até março, isto é, no período das chuvas, chegando a 
provocar desfolhas severas quando suas populações não são controladas.
Experimento conduzido na Índia, em áreas protegidas por 4 anos e desprotegida por 5 anos, 
demonstrou que o incremento médio anual na área protegida foi de 6,7 m3/ha, já na área des-
protegida este parâmetro caiu para 3,7 m3/ha, acarretando assim em perdas significativas no 
volume de madeira por área plantada (NAIR et al., 1996). 
Ainda, em território nacional, foram constatados ataques severos de lagartas de H.puera em Rhi-
zophora mangle (Rhizophoraceae), Avicennia geminans e A.shaueriana (Avicenniaceae), plantas nati-
vas do mangue da Baixada Santista, em Cubatão/SP (Evoneo Berti Filho, Comunicação Pessoal).
Controle
No Brasil não há controle químico oficialmente recomendado para a teca, no entanto o uso 
de Bacillus thuringiensis tem trazido resultados bastante satisfatórios. Moscas taquinídeas, ainda 
não identificadas, foram constatadas parasitando lagartas no campo.
30
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Na Índia, B. thuringiensis é utilizado no controle dessa praga (Loganathan & David, 2000), 
bem como extrato de Nim e inseticidas organo-sintéticos, tais como cipermetrina, fenvalerate, 
monocrotofós, acefato, endossulfan, quinalfós, carbaril, clordimeform, leptofós, diclorvós, can-
feclor, malation, dimetoato, fenitrotion, ambition (fenitrotion + malation) e triclorfon (PATIL 
et al., 1995; GUPTA e BORSE, 1997).
Como agentes do controle biológico são assinalados na literatura inúmeros organismos (Ta-
bela 2).
31
Capítulo 2 - Campo
Tabela 2. Lista de inimigos naturais, da lagarta da teca, Hyblaea puera Cramer.
Inimigo Natural Fonte
Insetos (Predadores)
Hestiasula brunneriana Mukhtar, 1985
Eucanthecona furcellata Surachai, 1986; Sudheendrakumar, 1986
Farina nigrolineata Sudheendrakumar, 1986
Euagoras plagiatus Patil & Naik, 1997
Endochus sp. Patil & Naik, 1997
Rhenocoris fuscipes Patil & Naik, 1997
Sphedanolestus aterrimus Patil & Naik, 1997
Insetos (Parasitóides)
Brachymeria lasus Sudheendrakumar, 1986
Alexorista solennis Sudheendrakumar,1986; Katagall, 1996
Sympiensis sp. Sudheendrakumar, 1986
Sympiensis hyblaeae Surekha, 1996
Brachymeria euploeae Tilakaratna, 1991
Echthromorpha notularia Tilakaratna, 1991
Carcelia kockiana Tilakaratna, 1991
Camptotypus arianus arianus Mohanadas, 1996
Xanthopimpla sp. Mohanadas, 1996
Theronia maskeliyae Mohanadas, 1996
Psilochalcis carinigena Mohanadas, 1996
Brachymeria lugubris Mohanadas, 1996
Tetrastichus howardi Mohanadas, 1996
Trichogramma chilonis Patil & Naik, 1996 e 1997
Aves (Predadoras)
Corvus macrorhyncos Sudheendrakumar, 1986
Acridotheres tristis Sudheendrakumar, 1986
Dicrurus adsimilis Sudheendrakumar, 1986
Turdoides striatus Sudheendrakumar, 1986
Corvus sp. Katagall, 1996
Entomopatógenos (Fungos)
Beauveria bassiana Agarwal et alii, 1985; Rajak et alii, 1990; Fajak et alii, 1993
Fusarium sp. Agarwal et alii, 1985
Aspergillus flavus Shamila et alii, 1998
A. niger Shamila et alii, 1998
Entomopatógenos (Bactérias)
Enterobacter aerogenes Sudheendrakumar, 1986
Bacillus thuringiensis Nair, 1998
Entomopatógenos (Vírus)
NPV Sudheendrakumar, 1986
Baculovirus sp. Ahmed, 1995; Nair et alii, 1996 e 1998
32
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Lepidoptera
Família Saturniidae
Dirphia rosacordis Walker, 1855
“Lagarta-queimadeira”, “Taturana” e “Sassurana” 
Distribuição geográfica
Ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e em diferentes localidades do 
estado de Mato Grosso (Zanuncio et al., 1983).
Descrição
Machos e fêmeas adultos são semelhantes, com envergadura de 92 mm (♂) e 107 mm (♀); 
coloração geral do corpo marrom avermelhada; asas anteriores com duas faixas finas e pretas 
perpendiculares às nervuras e asas posteriores com apenas uma faixa; abdome piloso com listras 
transversais apenas na região notal; ápice do abdome arredondado nas fêmeas e afunilado nos 
machos; antenas bipectinadas (♂) e filiformes (♀) (Figura 22). Lagartas com a coloração do cor-
po e cabeça amarelo clara, no primeiro ínstar e com cerdas em forma de acículas de cor branca 
recobrindo o corpo (Figura 23); posteriormente adquirem a coloração verde-clara; a partir do 
quinto ínstar as lagartas apresentam cerdas urticantes (Figura 24); pré-pupas de coloração aver-
melhada; pupas de coloração marrom e com dimensões médias de 62 por 22 mm (♂) e 64 e 
38 mm (♀); ovos inicialmente de coloração branca, passando posteriormente para creme-clara 
(Figura 25) (Zanuncio et al., 1983). 
Figura 22. Fêmea adulta de Dirphia rosacordis em vegetação de sub-bosque de um reflores-
tamento de teca.
(Foto: PERES FILHO, 2001).
33
Capítulo 2 - Campo
Figura 23. Lagartas jovens de Dirphia rosacordis em folha de teca.
(Foto: PERES FILHO, 2001).
Figura 24. Lagartas de Dirphia rosacordis em folha de teca. 
(Foto: PERES FILHO, 2001).
34
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Figura 25. Ovos de Dirphia rosacordis ovipositados na página inferior de folha de teca.
(Foto: PERES FILHO, 2001).
Biologia
A postura é feita na parte inferior da folha em pequenos grupos; os ovos medem 2,1mm de 
comprimento por 1,8 mm de largura; o período de incubação é de 22 dias e a fêmea oviposita 
em média 252 ovos, quando a espécie é criada em eucalipto. O estágio larval dura em média 
87,4 dias, também em eucalipto; cujas lagartas apresentam hábitos gregários até o quinto instar. 
A pupação ocorre no solo, sob a camada de folhas caídas, e, provavelmente, com emergência dos 
adultos no início do período chuvoso à semelhança do que ocorre nos reflorestamentos com 
eucalipto (Figura 26) (Zanuncio et al., 1983). 
Figura 26. Pré-pupa de Dirphia rosacordis sob a serapilheira de um reflorestamento de teca.
(Foto: PERES FILHO, 2001).
35
Capítulo 2 - Campo
Danos
Os focos de ataque dessa praga surgem no início do período chuvoso, quando emergem os 
adultos das pupas que permaneceram no solo durante o período da seca. Os adultos podem 
ser encontrados até o início do período da seca. As lagartas nos estágios iniciais são gregárias, 
raspando as folhas e, quando maduras, alimentam-se deixando as nervuras. Seus danos ficam 
limitados às reboleiras que em algumas situações pode trazer alguma preocupação. Apesar de 
se constituir séria praga para a eucaliptocultura mato-grossense, em teca não foram observados 
danos preocupantes até o momento.
A urticância das lagartas maduras pode se constituir em sérios problemas aos trabalhadores 
no manejo florestal.
Controle
O controle pode ser feito através de inseticida biológico à base de B.thuringiensis e de insetici-das piretróides. As lagartas são parasitadas por Apanteles sp. (Hymenoptera, Braconidae).
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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Lepidoptera
Família Eucleidae
Miresa clarissa (Stal, 1790)
”Lagarta-tanque”
Distribuição geográfica
Ocorre nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul; no estado de Mato Grosso foi ob-
servada no município de Jangada.
Descrição
Lagarta de coloração verde, apresentando o corpo achatado sendo vulgarmente denominada 
de “lagarta tanque”; recobrindo o corpo podem ser observados pelos curtos e urticantes. Os 
adultos apresentam envergadura de 35 mm; com as asas anteriores de coloração predominante 
amarronzada, com tons acinzentados e faixas brancas nas extremidades próximas à margem 
lateral; asas posteriores marrom acinzentadas; corpo piloso com o tergo torácico revestido de pe-
los amarelos; abdome revestido por pelos de coloração marrom, marrom acinzentada e branca 
(Figura 27) (Lima, 1945; Silva et al., 1968).
Figura 27. Adulto da lagarta-tanque, Miresa clarissa.
(Foto: PERES FILHO, 2002).
37
Capítulo 2 - Campo
Biologia
Espécie de biologia desconhecida. Os casulos pupais são facilmente reconhecidos por ficarem 
aderidos ao fuste e ramos em pequenos aglomerados, são rígidos e urticantes (Figura 28). Os 
adultos são fototrópicos positivos sendo coletados em armadilhas luminosas. Sua época de ocor-
rência é o período chuvoso e podem ser encontrados em focos juntamente com D.rosacordis.
Danos
Não traz preocupações quanto aos danos diretos produzidos na teca, mas pelos indiretos aos 
operadores nas execuções das práticas silviculturais, devido a urticância produzida pelas cerdas 
das lagartas, também presentes nos casulos.
Controle
Só deve ser aplicado nos locais que ocorrerem infestações mais severas e na ocasião das ope-
rações silviculturais, podendo ser recomendados inseticidas biológicos (B.thuringiensis) e regula-
dores de crescimento e, para os casos de urgência, inseticidas piretróides.
Figura 28. Casulos da lagarta-tanque, Miresa clarissa. 
(Foto: PERES FILHO, 2002).
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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Lepidoptera
Família Noctuidae
Spodoptera cosmioides (Walker, 1898)
“Lagarta-das-folhas-da-mamona”
Spodoptera eridania (Cramer, 1782)
Lagarta
Distribuição geográfica
S. cosmioides: ocorre na América do Sul com ampla distribuição no território nacional.
S. eridania: ocorre do sul dos EUA até a Argentina. 
Descrição
S. cosmioides: mariposas com 40 mm de envergadura das asas; asas anteriores de coloração 
parda com desenhos brancos nas asas anteriores e asas posteriores brancas, nas fêmeas (Figura 
29); os machos possuem asas anteriores amareladas com desenhos escuros e asas posteriores 
brancas; as lagartas têm coloração parda, com manchas pretas na parte dorsal, podendo atingir 
40 mm de comprimento.
S. eridania: adulto de coloração cinza-clara, 40 mm de envergadura; asas anteriores cinzas 
com um ponto negro no centro e posteriores esbranquiçadas; lagartas com coloração marrom 
com faixa lateral longitudinal amarela interrompida por uma mancha escura no tórax (Figura 
30) (Bavaresco et al., 2002).
Biologia 
Essas duas espécies não apresentam suas biologias estudadas em teca. S.cosmioides até pouco 
tempo atrás era conhecida como S. latifascia, quando alimentada com dieta artificial a 27ºC 
apresentou ciclo total de 37,6 dias de ovo a adulto. S.eridania exige de 30 a 40 dias para com-
pletar uma geração, sendo que o estágio larval dura de 14 a 20 dias. As lagartas constatadas em 
plantios de teca foram observadas em áreas que tinham plantios associados com pastagens ou 
em áreas que foram exploradas com esta finalidade anteriormente (Bavaresco et al., 2002; Gallo 
et al., 2002). 
Danos
Lagartas alimentam-se das folhas novas e tenras, destruindo o limbo foliar exceto as nervuras. 
Não foi constatada nenhuma desfolha preocupante nos plantios de teca. Spodoptera cosmioides 
é espécie polífaga tendo como hospedeiros plantas como algodão, pimentão, tomate, feijão, 
caupi, eucalipto, abacaxi, arroz, cebola, mangueira, berinjela, macieira (folhas e frutos), soja 
(vagens), ameixa-do-japão, begônia, poeja e hortaliças em geral; em mamona, chega a produzir 
desfolha total na planta. Spodoptera eridania é considerada praga de cravos e também atacam 
alfafa, algodoeiro, bata doce, batatinha, beterraba, capim gordura, camélia, caruarú, cebola, eu-
calipto, Euphorbiaceae, feijoeiro comum, fumo, malva, pepino, tomateiro e tungue.
Controle
O controle pode ser feito através de inseticidas piretróides ou biológicos como Bacillus thuringiensis.
39
Capítulo 2 - Campo
Figura 29. Adulto (fêmea) Spodoptera cosmioides
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 30. Lagarta de Spodoptera eridania, em folha de teca.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
40
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Lepidoptera
Família Psychidae
Oiketicus geyieri (Berg., 1877)
”Bicho-do-charuto”, “Bicho-do-cigarro ou Cigarreiro”
Distribuição geográfica
Encontrado nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e no 
Mato Grosso.
Descrição
Lagartas escuras alojadas dentro uma estrutura construída com folhas e pedaços de ramos 
finamente triturados e fios de seda da lagarta (Figura 31). Fêmea adulta neotênica e machos 
alados e pardos (Arce et al., 1987). 
Biologia
Desconhece-se a sua biologia em teca. No entanto, a biologia de O.kirbyi é conhecida tanto 
em eucaliptos como em bananeira.
Danos
As lagartas alimentam-se das folhas produzindo furos de grande dimensão entre as nervuras 
(Figura 32). Entretanto, não provocam danos a teca, sendo a sua ocorrência esporádica nas áreas 
plantadas (Arce et al., 1987).
 
Controle
Não recomendado pelo fato de não ter sido constatado nenhum dano econômico significa-
tivo, nas áreas estudadas do estado de Mato Grosso. 
41
Capítulo 2 - Campo
Figura 31. Lagarta de bicho-do-cigarro, Oike-
ticus geyieri, dentro do seu cesto em reflo-
restamento de teca.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
Figura 32. Tipo de dano produzido pela la-
garta de bicho-do-cigarro, Oiketicus geyieri, 
em folha de teca.
(Foto: PERES FILHO, 1999).
42
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Hemiptera
Família Pentatomidae
Nezara viridula (L., 1758)
”Percevejo-verde” ou “Fede-fede”
Piezodorus guildinii (Westwood, 1837)
”Percevejo-verde-pequeno-da-soja”
Edessa meditabunda (Fabr., 1794) 
“Percevejo-asa-preta-da-soja” ou “Percevejo-fedorento”
Família Aphidae
Aphis spiraecola (Patch, 1914)
”Pulgão-verde-dos-citros” ou “Pulgão-verde-da-laranja”
Distribuição geográfica
N. viridula é uma espécie encontrada na região sul do país, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, 
São Paulo e Mato Grosso.
P. guildinii é encontrada nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso.
E. meditabunda é encontrada nos estados do Amazonas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas 
Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso.
A. spiraecola é uma espécie cosmopolita, acreditando-se que tenha sido originada do extre-
mo Oriente. No estado de Mato Grosso foi encontrada na teca nos municípios de Chapada dos 
Guimarães e Rosário Oeste.
Descrição 
N. viridula: percevejo de coloração verde podendo apresentar coloração escura, mas com a 
parte ventral verde-clara; antenas de coloração vermelha; adulto com o comprimento do corpo de 
13 a 17 mm; ninfas com coloração escura e manchas vermelhas, amarelas e pretas (Figura 33)
P. guildinii: percevejo de coloração verde-clara; metade posterior do pronoto transparente po-
dendo-se observar uma mancha escura que pode exibir um fundo avermelhado; comprimento 
do corpo de 10 mm; ninfas com abdome volumoso e metade anterior do corpo pardo-escura ou 
negra e abdome amarelo-avermelhado, com manchas negras (Figura 34).
E. meditabunda: coloraçãoverde na cabeça, pronoto e escutelo; asas pretas; parte ventral do 
corpo, antenas e pernas de coloração marrom-amarelada; comprimento do corpo de 13 mm; 
ninfas verde-amareladas com desenhos no abdome (Figura 35).
A. spiraecola: indivíduos pequenos com o comprimento do corpo medindo de 1,2 – 2,2 mm. 
A coloração do corpo é verde ou verde amarelada; cabeça, base e parte distal da antena e segmen-
to das pernas escuros; sifúnculo e cauda negros; nas formas ápteras ausência de pigmentação na 
parte dorsal do abdômen, formas aladas com manchas foscas típicas ocorrendo marginalmente 
e atrás do sifúnculo. Essa espécie é muito semelhante à espécie Aphis pomi, diferindo no com-
primento dos segmentos do rostro e pela presença de dois pares de tubérculos laterais, em A. 
spiraecola, e 6 pares em A. pomi (Gallo et al., 2002).
43
Capítulo 2 - Campo
Figura 33. Casal do percevejo-verde, Nezara viridula, em cópula. 
(Foto: HERALDO NEGRI).
Figura 34. Adulto do percevejo-verde-pequeno-da-soja, Piezodorus guildinii.
(Foto: HERALDO NEGRI).
44
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Biologia
N. viridula, P. guildinii, E.meditabunda e A.spiraecola não têm sua biologia determinada em 
teca, as biologias dessas pragas foram estudadas em culturas agrícolas.
Em soja a biologia de N. viridula tem uma duração média, na fase ninfal, de 46 dias. Já na fase 
adulta a longevidade é de 60 dias aproximadamente, sendo que as fêmeas podem colocar 200 
ovos debaixo das folhas ou nas partes mais abrigadas das plantas. As posturas apresentam a forma 
hexagonal e coloração amarelada no início, passando para rosada, quando próximas da eclosão. 
P. guildinii realiza suas posturas em fileiras duplas e com ovos pretos, que são colocadas sobre 
as vagens de soja e mais raramente nas folhas. A quantidade de ovos varia de 13 a 32.
E.meditabunda quando alimentada com feijão, Phaseolus vulgaris, apresenta um período em-
brionário médio de 4,72 dias e durações médias de 5,43 dias (I ínstar); 8,98 dias (II ínstar); 7,23 
(III ínstar); 8,03 dias (IV ínstar) e 11,35 dias (V ínstar). As longevidades médias dos adultos são 
de 33,05 dias (♂) e de 34,72 dias (♀). As fêmeas colocam 24 massas de ovos com 14 ovos/mas-
sa, em mais de 80% das posturas. Os ovos são colocados em fileira dupla.
A. spiraecola nos paises de clima frio são ativos no período da primavera até outono, chegan-
do a ter 40 gerações/ano com 30-100 descendentes/fêmea. No inverno tem como hospedeiro 
primário Spiraea e algumas outras espécies de Rosaceae, no verão tem como hospedeiros secun-
dários diversas espécies de plantas pertencentes a mais de 20 famílias, inclusive plantas cultiva-
das como Citrus (Gallo et al., 2002).
 
Danos 
Os percevejos atacam as folhas novas e brotos sugando a seiva. Quando as populações são 
elevadas podem provocar o secamento e morte dos ponteiros das mudas atrasando o crescimen-
to e induzindo a formação de ramos laterais. Em algumas situações podem levar as mudas à 
morte. As infestações mais elevadas foram constatadas em localidades utilizadas anteriormente 
como pastagens.
Figura 35. Adulto do percevejo-asa-preta-da-soja, Edessa meditabunda. 
(Foto: HERALDO NEGRI).
45
Capítulo 2 - Campo
O pulgão verde dos citros ataca as folhas jovens da teca na fase de muda, produzindo seus maiores 
danos quando a planta está na fase inicial de crescimento no campo. As folhas atacadas ficam com a 
bordadura enrolada e, alguns casos, com a coloração alterada, isto é, de tonalidade arroxeada (Figura 
36). Além de mudas esses afídeos atacam as folhas jovens das brotações inferiores das árvores adultas. 
Quando o ataque é intenso as mudas têm seu crescimento diminuído. Em plantas agrícolas o ataque 
é constatado em brotos, gemas, enxertos e plantas jovens, inibindo o desenvolvimento e chegando a 
provocar a queda das flores, quando o ataque ocorre na ocasião da florada. Esses afídeos são vetores 
potenciais de viroses.
Figura 36. Dano produzido por Aphis spiraecola em folha jovem de teca. (A) enrolamento da 
folha, (B) mudança da cor da folha.
(Foto: PERES FILHO, 2002 (A); PERES FILHO, 2001 (B)).
Controle
Controle biológico com predadores como Podisus sp. (Hemiptera, Pentatomidae), parasitói-
des de ovo como Trissolcus basalis e Telenomus mormidae (Hymenoptera, Scelionidae), além de 
Trichopoda nitens (Diptera, Tachinidae) parasitando, principalmente, N.viridula.
Não há, até o momento, produtos químicos registrados para a cultura da teca.
46
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Coleoptera
Família Curculionidae
Naupactus fatuus (Boh., 1833) 
Pantomorus sp. (Boh., 1833) 
Parapantomorus fluctuosus (Boh., 1840)
Teratopactus nodicolis (Boh., 1840)
“Gorgulhos”
Distribuição geográfica 
Naupactus fatuus: espécie encontrada no município de Rosário Oeste, estado de Mato Grosso
Pantomorus sp.: a espécie não identificada foi encontrada no município de Rosário Oeste, 
estado de Mato Grosso. O gênero Pantomorus é amplamente distribuído no território brasileiro. 
Parapantomorus fluctuosus: encontrada nos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Tam-
bém é encontrada nos países vizinhos como Argentina, Bolívia e Paraguai.
Teratopactus nodicolis: encontrada nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso. Também é 
encontrada nos países como Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai (Guedes & Silva, 2002).
Descrição 
Naupactus fatuus: corpo com 14 mm de comprimento, de cor marrom com tons mais escuros 
na cabeça e faixas longitudinais, na porção mediana dos élitros, com tons mais claros; élitros 
com pontuações finas dispostas longitudinalmente; coberto recoberto de pelos e escamas circu-
lares brancas que mudam para o verde e amarelo metálicos, de acordo com a luz incidente.
Pantomorus sp.: o gênero Pantomorus Schoenherr é representado por espécies pequenas va-
riando de 6 a 10 mm de comprimento, com ausência de húmero e de asas metatorácicas. Essas 
características diferenciam esse gênero de Naupactus que incluem espécies maiores, isto é, com 
mais de 15 mm de comprimento e húmero e asas metatorácicas desenvolvidas. Filogenetica-
mente essas diferenças não são suficientes para a separação dos gêneros. 
Parapantomorus fluctuosus: fêmeas com 7 a 9 mm de comprimento; machos menores e mais 
delgados. Antenas de comprimento médio. Olhos fortemente convexos; pronoto subcilíndrico, 
com flancos moderamente curvados; élitro oval, base estreita e húmero ausente; pilosidade do 
corpo densa e inclinada com escamas marrom-claras e com um padrão de faixas brancas, sendo 
duas faixas longitudinais no disco pronotal e três pares de faixas transversais irregulares no disco 
elitral. 
Teratopactus nodicolis: fêmeas com 15 a 23 mm de comprimento; machos ligeiramente meno-
res e mais delgados. Antenas longas. Tegumento coberto em sua maioria por escamas de colora-
ção cinza a amarronzada, exceto suturas elitrais e flancos. Um par de faixas marginais, difusas, 
brancas, normalmente presentes na margem anterior do pronoto até o ápice do élitro. Pronoto 
com um tubérculo no meio de cada flanco. Húmero proeminente com tubérculos distintos 
(Guedes & Silva, 2002). 
Biologia 
São besouros considerados pragas de diversas culturas de porte herbáceo, arbustivo e arbó-
reo, trazendo sérios prejuízos em determinadas localidades. Naupactus fatuus e Pantomorus sp. 
em Tectona grandis. Parapantomorus fluctuosus ocorre em Citrus spp. e Tectona grandis. Teratopactus 
47
Capítulo 2 - Campo
nodicolis ocorre em Citrus spp., Zea mays, Vitis vinifera, Solanum tuberosum, Baccharis dracunculifo-
lia, Panicum campestre, Paspalum plicatum e Tectona grandis. 
A biologia e a ecologia de P.fluctuosus e T.nodicolis não foram estudadas na cultura da teca, 
mas em citros esses estudos mostraram que tais parâmetros são semelhantes entre si. A fase 
adulta dura de 30 a 60 dias. A média de postura é de 250 ovos/fêmea, ovipositadas em massas 
de 10 a 50 ovos, podendoser encontradas no solo, sob o cálice dos frutos na maioria das vezes 
e raramente nos ramos e nas folhas. Os ovos medem aproximadamente 1 mm e têm a coloração 
de branca à amarelada, sendo as posturas recobertas por uma substância gelatinosa. O período 
embrionário dura de 10 a 35 dias. Após a eclosão as larvas penetram no solo, alimentando-se de 
radicelas e raízes finas ou da casca das raízes mais grossas. O período larval dura de três a nove 
meses e a fase pupal, que também ocorre no solo, dura cerca de um mês. As larvas e as pupas 
ficam concentradas até 20 cm de profundidade debaixo das copas das árvores. A emergência dos 
adultos depende da temperatura e da umidade que devem ser elevadas, apesar de se encontra-
rem adultos em meses secos e frios, porém em menor quantidade. Os adultos ao emergirem des-
locam-se para a parte aérea da planta, subindo pelo caule das árvores ou pelas plantas do sub-
bosque. Em citros os adultos alimentam-se preferencialmente das folhas novas e desenvolvidas, 
situadas na parte externa da metade inferior da copa. Em teca, os adultos também se alimentam 
das folhas jovens e desenvolvidas, fazendo perfurações entre as nervuras secundárias.
Nos reflorestamentos de teca não foram constatados danos significativos na parte aérea, ou 
se as raízes são danificadas como em citros. As diferentes espécies desses curculionídeos da teca 
podem ser encontradas ocorrendo simultaneamente nas mesmas áreas (Guedes & Silva, 2002).
Controle
Não há controle recomendado, pois até agora estes insetos não causaram danos econômicos 
aos cultivos de teca. 
48
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Capítulo 3
Madeira
49
Capítulo 3 - Madeira
Ordem Coleoptera
No estado de Mato Grosso, a madeira de Tectona grandis pode ser atacada e danificada por 
coleobrocas, principalmente, por espécies das famílias Cerambycidae, Scolytidae, Platypodidae 
e Bostrichidae. 
Os ataques e os danos podem ocorrer desde a árvore em pé até no beneficiamento da madei-
ra. O tempo de permanência das madeiras nos pátios de armazenagem, aguardando beneficia-
mento, pode determinar o nível de infestação e deterioração devido à ação de espécies de insetos 
xilófagos e xilomicetófagos.
Família Cerambycidae
Neoclytus pusillus (Laport & Gory, 1835)
“Coleobroca” ou “Besouro-broqueador”
Distribuição geográfica 
É amplamente distribuída em todo o território brasileiro, podendo ser encontrada em todas 
as regiões (Penteado-Dias, 1979). 
Descrição
Os adultos medem aproximadamente 15 mm de comprimento, coloração pardo escura com 
manchas amareladas, formando desenhos nos élitros e no tórax. Os machos apresentam a ca-
beça ligeiramente triangular, antenas curtas, atingindo o primeiro tergito abdominal, enquanto 
que nas fêmeas são mais curtas, atingindo a margem posterior do metanoto. As asas atingem a 
margem posterior do terceiro segmento abdominal e as pernas posteriores são mais desenvolvi-
das do que as demais (Figura 37) (Gallo et al., 2002).
Biologia 
Trata-se de espécie polífaga, devido a sua pouca especificidade na escolha dos hospedeiros.
As fêmeas podem ser copuladas várias vezes e os ovos apresentam forma elíptica e coloração 
branca, sendo ovipositados nas fendas, frestas ou sob a casca da árvore hospedeira de Tectona 
grandis.
As larvas recém eclodidas iniciam aberturas de galerias subcorticais e, à medida que se desen-
volvem, aprofundam e alargam as galerias no sentido longitudinal, podendo atingir 120 mm de 
comprimento e 5,0 mm de largura. As larvas apresentam um comprimento médio de 20 mm, 
sendo o protórax o segmento mais largo. As pupas apresentam comprimento médio entre 12 
e 14 mm e são encontradas dentro da câmara pupal de 3 cm de comprimento, localizada no 
interior das galerias. O ciclo completo pode durar de 80 a 135 dias (Penteado-Diaz, 1979).
Danos
Toras de T. grandis podem ser atacadas logo após o corte. Amostras de toretes com casca com 
30 dias de estocagem já apresentam inúmeras galerias subcorticais com larvas de primeiro ínstar. 
Podem ocorrer reinfestações, dependendo do teor de umidade da madeira. De acordo com a 
intensidade do ataque, o prejuízo será elevado, devido ao grande número de galerias no interior 
da madeira (Figuras 38 e 39).
50
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Figura 37. Adulto de Neoclytus pusillus.
(Foto: HERALDO NEGRI).
Figura 38. Torete de Tectona grandis altamente infestado por larvas de Neoclytus pusillus 
(corte longitudinal).
(Foto: PERES FILHO, 2002).
51
Capítulo 3 - Madeira
Figura 39. Torete de Tectona grandis mostrando as galerias subcorticais produzidas por lar-
vas de Neoclytus pusillus (corte transversal)
(Foto: PERES FILHO, 2002).
Controle
A prevenção é o melhor meio de controle. A permanência de madeira recém-cortada estocada 
no campo ou no pátio da serraria deverá ser inferior a 30 dias, pois o desdobro imediato das 
toras, o tratamento com produtos químicos ou o secamento forçado poderá reduzir significa-
tivamente os danos e as perdas. A madeira atacada deverá ser eliminada. O uso de armadilhas 
iscadas com etanol ou feromônio poderá contribuir para a diminuição da população de adultos 
aptos a se reproduzirem dentro das áreas reflorestadas.
52
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Coleoptera
Família Scolytidae 
Xyleborus ferrugineus (Fabricius, 1801)
“Besouro-da-ambrosia”
Xyleborus affinis (Eichhoff, 1867)
“Besouro-da-ambrosia”
Distribuição geográfica
Xyleborus ferrugineus e Xyleborus affinis: Estas espécies encontram-se amplamente distribuída 
no Brasil: nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Bahia, 
Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará e Maranhão (Pedrosa-Macedo et al., 
1993). 
Descrição
Xyleborus ferrugineus: esta espécie apresenta coloração marrom avermelhada e tamanha muito 
variável. O tamanho varia entre os sexos, o macho mede 1,8 mm, enquanto que as fêmeas o 
comprimento varia de 2,4 mm a 3,1 mm. Na declividade que ocorre na parte posterior dos éli-
tros encontra-se um par de espinhos conspícuos. O par de espinhos situa-se mais ou menos 1/3 
na declividade é destacado dos demais pares e localiza-se no terceiro entremeio da pontuação. 
Xyleborus affinis: os adultos de coloração amarelada a marrom avermelhada, sendo compri-
mento dos machos ao redor de 1,7 mm e o das fêmeas entre 2,0 e 2,7 mm; a declividade na 
parte posterior dos élitros é recoberta por espinhos de tamanho constante (Pedrosa-Macedo et 
al., 1993).
Biologia 
Xyleborus ferrugineus: é considerada uma espécie bivoltina, podendo ocorrer duas ou mais 
gerações por ano em regiões tropicais. Os ovos são de cor branca, hialina, variando de 0,5 a 1,0 
mm de comprimento e de 0,3 a 0,7 mm de largura. A espécie apresenta três ínstares larvais. As 
fêmeas são responsáveis pela seleção, colonização e aberturas das galerias em árvores cortadas, 
derrubadas ou danificadas, onde se reproduzem. 
Xyleborus affinis: os aspectos biológicos são muito semelhantes aos de X. ferrugineus, exceto 
que X. affinis, é menos agressiva, podendo atacar material lenhoso de pequeno tamanho. Contu-
do, pode causar sérios problemas econômicos pela abertura de galerias e manchamento da ma-
deira. O sistema de galerias em toras de T. grandis é muito semelhante ao de X. ferrugineus, com 
exceção da presença de peletes nas galerias, que podem ser mais extensas. O teor de umidade 
das toras é que determina o local onde serão escavadas as galerias. X. affinis pode apresentar uma 
rede de galerias interligadas, habitadas por indivíduos de diferentes gerações, o que contribui 
para o aumento de sua extensão (Pedrosa-Macedo et al., 1993).
Danos
Xyleborus ferrugineus: é uma espécie considerada polífaga, podendo atacar uma grande quan-
tidade de hospedeiros. Em madeira de T. grandis, o ataque pode ocorrer logo após a derrubada 
da árvoree estender-se aos pátios de armazenagem. As galerias apresentam forma dendrítica, 
aprofundando-se na madeira e escurecendo-a pela atividade do fungo simbionte. Sua presença 
foi constatada somente em toras com cascas de 30 até 150 dias de armazenagem.
53
Capítulo 3 - Madeira
Xyleborus affinis: danificam a madeira pela abertura das galerias e manchamento devido à 
ação do fungo simbionte. Sua presença foi constatada somente em toras com cascas de T. grandis 
de 30 até 120 dias de estocagem. Dependendo do teor de umidade, podem ocorrer reinfestações, 
observando-se ovos, larvas, pupas e adultos nas galerias do hospedeiro.
Controle
O mesmo recomendado para o controle de Neoclytus pusillus. 
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A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
Ordem Coleoptera
Família Bostrichidae
Sinoxylon conigerum (Gerstäker, 1855)
”Caruncho-da-teca”
Distribuição geográfica
No Brasil foram encontradas espécies nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, estado de 
Mato Grosso. Trata-se de uma espécie exótica oriunda do continente asiático (Índia).
Descrição
Fronte com 4 dentes; clípeo bidentado em seu bordo anterior, ao lado da base do labro; 
mandíbulas arredondadas no ápice; clava antenal com 3 segmentos transversais, flabeliformes, 
canaliculados; pronoto e corpo com pubescência inconspícua; escutelo subtriangular, arredon-
dado no ápice; declividade apical de cada élitro com um tubérculo no centro, ao redor da sutura, 
com forma de espinho cônico com grãos em sua base. (Figura 40) (Binda & Oly, 1991).
Figura 40. Adulto de Sinoxylon conigerum.
(FOTO: GUERRA, 2002)
Biologia 
Trata-se de inseto de hábito noturno, fototrópico positivo e iscado com etanol. Desenvolve-
se em madeira de Acacia sp., raízes de mandioca, Eucalyptus sp., Adina cordifolia, Albizzia cimara, 
Holoptelea integrifolia, Mangifera indica, Shorea robusta, Terminalia bialata, Terminalia myriocarpa, 
Grewia tiliaefolia, Cajanus cajan, Pithecolobium saman, Maniohot esculenta, Piptadenia flava, Hura 
crepitans, Myroxylon balsamum, Deloix regia e gonçaleiro. Também constroem galerias em cabos 
telefônicos de chumbo. O adulto constrói túneis para deposição dos ovos na madeira recém 
cortada (Binda & Oly, 1991).
55
Capítulo 3 - Madeira
Danos
Seus danos maiores ocorrem em madeira recém cortada, tanto pelas galerias escavadas pelos 
adultos, para oviposição, como as escavadas pelas larvas. Dependendo da intensidade do ataque, 
as peças de madeira podem se tornar inviáveis para o uso (Figura 41).
 Em teca seus danos têm sido constatados em madeira de alburno e não encontrados na re-
gião do cerne. As galerias são construídas no sentido longitudinal do tronco, isto é, no sentido 
dos vasos da madeira (Figura 42).
Figura 41. Danos de Sinoxylon conigerum em tábuas de teca. 
(FOTO: GUERRA, 2002).
Figura 42. Danos de Sinoxylon conigerum em torete de teca (galerias longitudinais). 
(FOTO: GUERRA, 2002).
Controle
Para a madeira aparelhada recomenda-se a secagem controlada em estufa, para reduzir a 
umidade da madeira, causando a morte de ovos, larvas, pupas e adultos presentes no interior 
da madeira. O tratamento químico pode ser realizado com banhos das peças ou em autoclaves 
através de preservativos químicos e portanto com efeito mais duradouro. 
56
A Entomofauna associada à Teca, Tectona grandis 
L.f. (Verbenaceae), no Estado de Mato Grosso
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