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O Materialismos histórico

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Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895)
O Socialismo Científico
Marx, em O Capital, define o capitalismo como sendo (1) um modo de produção de mercadorias e (2) e um modo de produção de mais-valia (Mello, 2001. P.18). 
Profº. Charles da Paz
O pensamento de Marx e Engels tem sua origem na Europa do séc. XIX e que passava por um contexto de profundas transformações estruturais, econômicas, políticas e, consequentemente, culturais. A Revolução Francesa ao final do séc. XVIII, a Revolução Industrial na segunda metade do séc. XVIII, levando a formação do fenômeno de massa, da aglomeração de pessoas nas cidades, criando uma consciência de classes. Todos esses fatores começam a alterar as relações entre os indivíduos na sociedade. A Marx é atribuído o principal expoente do pensamento socialista e como tal irá fazer uma leitura das transformações sociais de sua época.
O pensamento de Marx e Engels parte de uma crítica sobre a leitura que os liberais (sobre o pensamento liberal, estudaremos mais à frente) faziam sobre o capitalismo. Entender isso é fundamental, porque para Marx e Engels o capitalismo é um modo de produção que não pode ser reformado. Significa que nenhuma mudança paliativa, puramente conjuntural, resolverá os problemas que o capitalismo cria, porque o capitalismo é estruturalmente falho. Com isso, os autores querem dizer que o capitalismo se pauta na exploração dos seres humanos, pelos os seres humanos, criando então uma divisão da sociedade, criando no mínimo, duas grandes classes no sentido qualitativo na sociedade: uma classe dominante e uma classe dominada e esse mecanismo é o fundamento de funcionamento do capitalismo. Então, reformar o capitalismo é apenas ocultar os mecanismos de exploração, inerente ao sistema e que gera a desigualdade, a pobreza, o acúmulo de riqueza, a violência, etc. Nesse sentido, na visão desses autores, o capitalismo seria dotado de contradições estruturais insuperáveis.
Importe notar que Marx e Engels adotam um ponto de crítica estrutural ao capitalismo, rebatendo qualquer tentativa de pensamento reformista. Por essa razão, eles nomeiam os pensamentos socialistas reformistas como utópicos. Tendo o objeto (o capitalismo) e encontrado o problema (os mecanismos que exploram) para estudar, eles partem para uma análise do capitalismo, que será exposta na obra O Capital.
A partir dessa obra, eles passam a ser nomeados de pais do socialismo científico porque estudaram o capitalismo para chegar a tais conclusões, ou seja, estudaram cientificamente o problema. O paradigma adotado foi o materialismo histórico. À época, a corrente teórica predominante na Alemanha era o idealismo. Segundo essa corrente, as ideias formuladas pela razão tendem a se manifestar sobre a realidade. Isso significa que as ideias condicionariam a realidade. Marx criticou o idealismo alemão e afirmou que os filósofos apenas interpretaram o mundo, agora era a hora de transformá-lo. Ou seja, o conhecimento não deve ser usado apenas para compreender a realidade, mas também para ação (práxis) transformadora do homem na sociedade. Assim, a ação humana pode transformar a realidade. Veja, Marx expõe assim que a ciência não é neutra. Em resumo, deve-se analisar, entender, descobrir as contradições e suas ideias para se ter um concreto (realidade) pensado, para depois transformar.
A forma (o método) encontrada para analisar a sociedade é o materialismo histórico. Esse paradigma analisa o progresso histórico, a partir da organização das forças produtivas, ou seja, da economia. O que os autores vão fazer é analisar a história da humanidade a partir da forma como os grupo humanos se organizavam para a sua sobrevivência material, ou seja, as necessidades imediatas, que ele chama de infraestrutura (a base material que organiza a sociedade). É a partir dela (base material) que outras estruturas se desenvolverão. Veja a figura 1 e percebe que as forças produtivas representam o imediato, que é a produção, por sua vez o mediato, ou seja, o que aparece como resultado das relações imediatas (que dão origem a), é a superestrutura (Estado, política, direito e ideologia).
Figura 1
A economia então gera as ideias (ideologias, as concepções políticas, jurídicas, de Estado), mas as ideias, após formadas, também tem o poder de atuar na manutenção da infraestrutura, o que ocorre quando as contradições da economia (infraestrutura) precisam ser ocultadas da compreensão da sociedade. Nesse sentido, a ideologia ao se formar, tem uma missão: ocultar as contradições inerentes da infraestrutura econômica.
Dessa forma, o paradigma (ou modelo) do materialismo histórico é uma forma de compreensão crítica da realidade, pois tem o poder de perceber as contradições inerentes do contexto estudado.

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