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1. Defina o que é o Imperativo Categórico Kantiano. O Imperativo é um enunciado que manda sobre a vontade e os sentimentos individuais (lei imperativa), podendo ser de dois tipos: o Hipotético e o Categórico. O Imperativo Categórico pode ser caracterizado como algo incondicionado, com um fim em si (e não a partir dele), determinado pelos princípios do indivíduo e depende exclusivamente da razão (age porque está na sua consciência, pouco importa se vai chegar em algo com esse agir). Por exemplo: faz o bem pois pensa que é o certo, e não porque quer ganhar algo em troca. Pode-se afirmar então que esse Imperativo é a própria Lei Moral, uma máxima subjetiva que deve poder sempre valer como princípio universal se quer ser considerada boa, como Kant mencionou em sua frase: “age somente segundo uma máxima tal qual possa querer que ela vire uma lei universal”. Ou seja, o sujeito pode seguir inclinações, desejos, paixões e afeições a partir da ordem do sensível ou obedecer uma lei que ordena agir moralmente. Essa Lei desloca a questão moral e ética da sociedade para o indivíduo, concepção essa que leva ao individualismo. Portanto, a realização da lei moral depende das condições físicas e culturais em que o ser humano se encontra, e quem toma a decisão é o próprio sujeito, pois ninguém tomará em seu lugar, sendo que essa decisão vai ser condicionada pela forma que ele aprendeu a ver o mundo. O agir ético é um fim em si mesmo, é um princípio, é o Imperativo Categórico. 2. O que é uma Ética Utilitarista? É a Ética desenvolvida no período de transição entre a Medieval e Moderna, na era das revoluções na Inglaterra do séc. XIX e consolidação do capitalismo e do indivíduo burguês urbano (ou seja, época de uma sociedade em transformação). O Utilitarismo é uma concepção ética que sustenta que o bom é idêntico ao útil/vantajoso para o maior número de pessoas, o que, evidentemente, também inclui o benefício daquele que age (o qual vai em contraposição aos Imperativos Kantianos). 3. O que é o utilitarismo para Benthan e para Stuart Mill? Benthan, pensador inglês que defendia a liberdade de pensamento, disse que "a melhor ação é a que proporciona a maior felicidade ao maior número de pessoas". Sua ideia de Utilitarismo partia do conceito de que a sociedade está abaixo de 2 amos: a dor e o prazer, e é a partir deles que definimos nossa prática. Também defendia que toda ação humana deve ser julgada segundo a utilidade que tem, ou seja, suas consequências, pois a utilidade está relacionada a ideia de prazer ou sofrimento (pensamento conhecido como “hedonismo de ação”). Ele apoiava que os indivíduos deviam sempre procurar alcançar o prazer e se distanciar do sofrimento, e isso ocorreria por meio de ações adequadas/úteis à coletividade (“produção do maior bem e do menos sofrimento para uma maioria”). Benthan foi sofrendo diversas críticas, por exemplo perguntas como: Se cada um quer buscar seu próprio prazer, como garantir a de todos? Como isso se dá na prática para aquele que rege as leis de todos? Caso não o faça (bem geral), quais razões para condenar sua atitude? Ele não estaria em concordância com sua própria natureza? Então, Stuart Mil tentou criar um pensamento que não houvesse espaço para tais questionamentos partindo de um ponto diferente do anterior: o bem que tanto quer se alcançar é a felicidade ideal, e não propriamente o prazer hedonista, e se a meta é garantir a felicidade geral, devemos buscar algo para além do ato em si (relativizar a ideia do útil, definir não como algo só individual, mas coletivo/social). Além disso, ele afirma que os bens mais preciosos e mais cobiçados nos parâmetros da felicidade são a virtude, o auto respeito, a dignidade e o autodesenvolvimento (indo em oposição aos hedonistas). Somado a isso tudo, teria a ideia de beneficiar o maior número de pessoas da melhor maneira, e se prejudicar alguém, que seja o mínimo possível, com o sofrimento amenizado. 4. Quais os princípios do Utilitarismo? O Utilitarismo possui três princípios: a teoria consequencialista, na qual dita que as ações são certas ou erradas em função de suas consequências (está certa se causa felicidade e incorreta se causa infelicidade); a teoria hedonista, na qual o critério relevante de qualquer coisa é a felicidade/prazer ou infelicidade/dor causado pela ação; e o critério da imparcialidade, no qual a felicidade de uma pessoa conta de modo igual ao de outra pessoa (felicidade como algo social/coletivo, e não meramente individual). 5. Quais as críticas ao Utilitarismo? Existem diversas críticas a Ética Utilitarista, principalmente por exigir a total imparcialidade dos indivíduos, conciliando o interesse individual com o coletivo, algo que sabemos ser difícil de acontecer. Além disso, também há o fato de que não se pode definir com exatidão qual seria a mencionada felicidade ideal e os prazeres que devem ser desprezados, quem faz parte dessa maioria e dessa minoria na sociedade, e como se daria a distribuição de utilidade.
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