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AULAS DIREITO EMPRESARIAL III

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Aula dia 24.02.2021 
2ª PARTE 
 
Declarações Cambiais 
Saque / Emissão 
Endosso 
 
Prof. Carlos Henrique Passos Mairink 
 
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FAMIG – Faculdade Minas Gerais – Todos os direitos reservados. 
AULA 
 
CURSO: Direito 
DISCIPLINA: Títulos de Crédito 
PERÍODO: 8º 
PROFESSOR: Carlos Henrique Passos Mairink 
AULA REFERÊNCIA - DIA: 24/02/2021 
TEMA DA AULA: Declarações Cambiais: Saque, Emissão e Endosso. 
 
Orientações 
Em caso de dúvidas sobre a disciplina, favor entrar em contato: 
 
WhatsApp: (31) 98455-3659 
E-mail: passosmairink@gmail.com 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Olá! 
Continuaremos com o estudo da nossa disciplina. 
Trabalharemos nessa unidade com as declarações cambiais: 
saque, emissão e endosso. Saliento que o objetivo é iniciar o 
estudo das possíveis declarações cambiais de um título de 
crédito. 
Bons estudos! 
 
 
 
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2 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
• Compreender o que são declarações cambiais. 
• Entender o que é saque e emissão. 
• Estudar o instituto do endosso. 
 
3 DESAFIO 
OBS: O DESAFIO DEVERÁ SER RESPONDIDO NA 
ATIVIDADE FÓRUM 
Analise a seguinte situação hipotética e responda os 
questionamentos: 
Antônio emitiu uma Letra de Câmbio a favor de João no 
valor de R$ 3.500,00, com vencimento para 25 de agosto de 
2020. Esta Letra, obrigava Pedro ao pagamento no seu 
vencimento. 
Querendo negociar o seu título, que iria vencer somente em 
agosto de 2020, João comprou um computador junto a Márcia, 
e deu a ela, o título, como pagamento. 
Cumpre ressaltar que João assinou no verso do título. 
Márcia apresentou o título para aceite, protestando-o. Pedro 
recusou o aceite, ou seja, o título foi protestado dia 27 de junho 
de 2019, por falta de aceite. 
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Márcia por sua vez foi a um Banco dia 28 de julho de 2020 
e entregou o título para cobrança e também assinou no verso do 
mesmo. 
Perguntas: 
a) Analise o caso e identifique as declarações cambiais 
existentes na Letra de Câmbio. 
b) Qual o nome da declaração cambial dada por Márcia 
ao Banco? 
Responda o questionamento por meio da atividade Fórum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 DECLARAÇÕES CAMBIAIS 
Saque e Emissão 
Seja o saque ou emissão, tal instituto consiste em 
declaração cambiária originária e necessária por meio da qual 
se cria o título e o coloca em circulação. A declaração é 
originária, pois ela é a primeira que surge com o título. 
Depois de tal declaração é que sobrevém as demais. São, 
por certo, necessárias, pois sem elas não há sequer que falar 
em título de crédito. E, por fim, a partir delas é que o título pode 
ser posto em circulação. 
Uma letra de câmbio representa, em última análise, 
uma declaração de vontade do sacador (saque), no 
sentido de ordenar ao sacado o pagamento de 
determinada quantia em proveito do beneficiário. A par 
dessa declaração, que sempre existirá, podem surgir 
outras declarações de vontade na letra de câmbio, com 
a intenção de assumir a obrigação pelo pagamento do 
título (aceite), de transferir o título (endosso), ou de 
garantir o pagamento desse título (aval). Todas essas 
declarações de vontade que se fazem no título são 
chamadas de declarações cambiais. 
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O saque é declaração originária e necessária porque o 
título surge graças a ele. 
O aceite, o endosso e o aval são declarações 
cambiárias eventuais ou sucessivas, na medida em 
que não precisam existir em um título. As declarações 
secundárias não são requisitos de validade ou de 
eficácia da obrigação cambial. Em todas elas se faz 
necessária a assinatura do declarante. 
As várias declarações que eventualmente sejam feitas 
na letra de câmbio são independentes entre si, isto é, 
vícios ou problemas de uma das declarações não 
afetam as demais. Cada declaração de vontade é 
autônoma e se mantém imune a problemas nas outras 
declarações. (TOMAZETTE, 2017, p. 128) 
Quanto ao saque, o sacador se torna devedor indireto e o 
sacado, se aceitar a ordem que lhe é dada, torna-se o devedor 
direito. No caso da emissão, tal declaração torna o emitente o 
devedor direto do título. 
Dentre os requisitos do cheque, a única assinatura 
obrigatória é a do emitente que cria o cheque, que 
representa a declaração cambiária principal e primária. 
Apesar de ser a única obrigatória, é possível que 
surjam outras assinaturas (declarações cambiárias 
acessórias e secundárias). No caso do cheque, as 
outras assinaturas possíveis são apenas o endosso e 
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o aval, não havendo que se cogitar de aceite (Lei no 
7.357/85). 
Embora o cheque também seja uma ordem de 
pagamento como a letra de câmbio, no qual constam o 
emitente, o sacado e normalmente o beneficiário, não 
há que se cogitar de assunção de responsabilidade 
pelo sacado. Este é apenas alguém que presta serviços 
ao emitente, não assumindo, enquanto sacado, jamais 
a condição de devedor do cheque. Vale dizer não há 
aceite no cheque. Assim sendo, o sacado jamais 
poderá ser executado por um cheque. (TOMAZETTE, 
2017, p. 297) 
Endosso 
O endosso é a declaração cambial eventual e sucessiva por 
meio da qual o seu signatário transfere o título e se torna, em 
regra, devedor indireto do título. 
O endossante pode se eximir da obrigação de devedor 
indireto se transferir o título por meio do chamado endosso sem 
garantia. 
Embora tenha ocorrido divergência na conceituação do 
endosso, hoje a questão é pacificada no sentido de que o 
endosso é um instituto criado pelo direito cambiário que importa 
em um ato unilateral de vontade, manifestado por escrito, que 
transfere a titularidade da cártula de forma autônoma, de modo 
que não há oposição do devedor ao endossatário que haveria 
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para com o endossante, além do fato de que a nulidade de um 
endosso não contamina os demais. 
Existem várias modalidades de endosso, sendo 
destacáveis, o endosso em branco, endosso em preto. 
O endosso em branco é aquele que, para sua 
caracterização, demanda apenas a assinatura do endossante, 
sem a indicação do endossatário. Tal modalidade de endosso 
deve ser feita no verso do título, pois a simples assinatura na 
face da cártula presume-se aval. 
Por sua vez, o endosso em preto é aquele em que o 
endossante, ao endossar, identifica o nome do endossatário. 
Esse endosso pode ser levado a efeito no verso ou na face do 
título. 
Rubens Requião chama atenção para uma regra 
importante em nosso ordenamento, prevista na lei n. 8.088/90, 
que em seu artigo 19 determina a emissão de todos os títulos, 
valores mobiliários e cambiais devem ser sempre sob a forma 
nominativa, ressaltando que a transmissão somente se opera 
por endosso em preto. Tal proibição do endosso em branco 
permanece em nosso ordenamento. 
Além das modalidades de endosso em branco e em preto, 
tem-se uma gama de espécies de endosso, sendo elas o 
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endosso-procuração, endosso-caução, endosso fiduciário, o 
endosso tardio e o endosso sem garantia. 
O endosso-procuração, também chamado de endosso-
mandato, consiste na transferênciada cártula para que o 
endossatário possa cobrá-la em nome do endossante. Nesse 
sentido, o endossatário não se torna proprietário da cártula e 
tampouco possui a disponibilidade do crédito. Em verdade, ao 
receber o título por endosso-procuração o endossatário age 
como mero procurador para receber e dar quitação pelo 
pagamento do título. 
Para caracterizar o endosso procuração, basta ao 
endossante inserir no título expressão correlata a “endosso por 
procuração a fulano de tal”, “endosso de valor a cobrar por fulano 
de tal”, “para cobrança por fulano de tal”, “por procuração a 
fulano de tal”, etc.. 
Considerando que o endossatário age por procuração, não 
exercendo um direito próprio de crédito, os coobrigados só 
podem invocar contra este mandatário as exceções que eram 
oponíveis ao endossante, não sendo admitidas eventuais 
exceções contra o endossatário-mandatário por si. 
Vale destacar que o mandato pode ser revogado ou 
renunciado, sempre por escrito na cártula, restando claro que o 
pagamento ao endossatário-mandatário com o consequente 
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repasse dos valores para o endossante equivale à liberação 
endossatário-mandatário de seu mandato. 
O endosso-caução, também conhecido como endosso-
garantia ou endosso-penhor, consiste na transferência via 
endosso de um título de crédito como garantia de outra 
obrigação anteriormente assumida. Veja-se que não se trata de 
emissão de um título para garantir outra obrigação, mas trata-se 
aqui de transferir um título, cujo portador e endossante é credor, 
para terceiro, de modo a garantir perante este, outra obrigação 
assumida entre estes, endossante e endossatário. 
Por certo, o endossatário pode exercer todos os direitos 
inerentes ao título de crédito, porém, na qualidade de 
procurador, posto que o título lhe foi passado em garantia. 
Por sua vez, o endosso fiduciário equivale a garantia. 
Considerando que o título de crédito é uma coisa móvel, 
certamente pode ser objeto de alienação fiduciária em garantia. 
Nesse caso teremos o endosso fiduciário, por meio do qual o 
credor fiduciário tem o domínio da coisa alienada até a 
liquidação da dívida pelo título garantida. 
O endosso tardio, também conhecido como endosso 
póstumo, é aquele feito depois do vencimento do título. Os 
efeitos desse endosso podem variar. Caso o endosso tardio seja 
feito antes do protesto, remanescem os mesmos efeitos 
característicos do endosso. Contudo, o endosso feito 
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posteriormente ao protesto por falta de pagamento ou feito 
depois de expirado o prazo fixado para se fazer o protesto, seus 
efeitos serão de uma cessão ordinária de crédito. 
Vale destacar que no endosso sem data, deve-se 
presumir que fora feito antes de expirado o prazo fixado para se 
efetivar o protesto. 
Por fim, o endosso sem garantia consiste no endosso 
levado a efeito pelo endossante, com a efetiva transferência do 
título, porém não assumindo a qualidade de devedor de 
regresso. Para tanto, deve ser inserido no título a expressão, 
“sem garantia”. 
Cláusula “não à ordem” 
A legislação prevê a possibilidade do emitente do título de 
crédito restringir a circulação da cártula por meio do endosso, 
fazendo-o por aposição da expressão “não à ordem” no título. 
Tais previsões podem ser verificadas, por exemplo, no art. 11 da 
LUG, relativamente à letra de Câmbio, e no art. 17, §1º, da lei n. 
7.357/85, relativamente ao cheque. 
Uma vez inserida a cláusula “não à ordem”, o título, se 
nominal, somente poderá ser transferido por meio de uma 
cessão de crédito, que é instituto de Direito Civil, com efeitos 
próprios. 
 
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9 INFOGRÁFICO 
 
 
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10 DICA DO PROFESSOR 
Cláusula “não à ordem” 
A legislação prevê a possibilidade do emitente do título de 
crédito restringir a circulação da cártula por meio do endosso, 
fazendo-o por aposição da expressão “não à ordem” no título. 
Tais previsões podem ser verificadas, por exemplo, no art. 11 da 
LUG, relativamente à letra de Câmbio, e no art. 17, §1º, da lei n. 
7.357/85, relativamente ao cheque. 
Uma vez inserida a cláusula “não à ordem”, o título, se nominal, 
somente poderá ser transferido por meio de uma cessão de 
crédito, que é instituto de Direito Civil, com efeitos próprios. 
11 EXERCÍCIOS 
1. O que é uma declaração cambial? 
2. Qual a diferença entre saque e emissão? 
3. O que é endosso? 
4. O que é endosso em banco? 
5. O que é endosso em preto? 
6. O que é endosso sem garantia? 
7. O que é endosso procuração? 
8. O que é endosso póstumo? 
9. O que é cláusula não à ordem? 
10. Qual a diferença entre solidariedade cambial e 
solidariedade civil. 
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12 PRATICANDO 
Responda o próximo item, relativo às normas relativas aos títulos 
de crédito. Justifique as proposições: 
Sobre as declarações cambiais nos títulos de crédito, 
assinale a alternativa INCORRETA: 
a) O saque de uma letra de câmbio é o ato unilateral de 
vontade, através do qual o sacador dá uma ordem de pagamento 
ao sacado em favor do tomador. 
b) Na letra de câmbio, o endossante, salvo cláusula em 
contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento do 
título de crédito. 
c) O aceite na letra de câmbio importa responsabilidade 
direta e principal do aceitante. 
d) Na letra de câmbio, a responsabilidade do avalista 
sempre será direta ou principal. 
13 Aqui você terá a oportunidade de assistir a nossa 
aula remota: 
• Aula do dia 24.02.2021 – turno da manhã. 
• Aula do dia 24.02.2021 – turno da noite. 
14 SAIBA + 
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Segue um vídeo para entender um pouco mais sobre 
solidariedade cambial: 
https://youtu.be/b1yS9fMWgno 
 
 
Durante o percurso, estarei sempre a sua disposição para 
auxílio. De todo modo, é útil lembrar que a caminhada é de cada 
um e, por vezes, você poderá sentir-se solitário. É assim mesmo. 
A essa altura da vida, você já deve saber que a aprendizagem é 
um processo solitário e doloroso; isso porque faz pensar e afasta 
certezas, para a construção de um novo conhecimento. É assim 
que a gente aprende. Temos várias formas de comunicação, 
individualizada ou coletiva, que poderão ser utilizadas à vontade. 
Tenho a certeza de que, uma vez seguidas as orientações 
constantes no cronograma apresentado, tudo terminará bem. 
Mas não se esqueça de que você será o construtor da sua obra. 
Estaremos, porém, sempre a seu lado para garantir a solidez da 
aprendizagem. 
https://youtu.be/b1yS9fMWgno
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Vamos trilhar paralelamente os desafios que virão, e espero que, 
no final, o trabalho seja gratificante. 
Carlos Henrique Passos Mairink 
 
BRASIL, Código Civil. (2002). Código Civil: lei 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002. Brasília: Senado, 2002. Disponível 
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. 
Acesso em: 31 jul. 2019. 
BULGARELLI, Waldirio. Títulos de crédito. 14. ed. São Paulo: 
Atlas, 1998. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Títulos de 
crédito, v. 2 - 8. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017.

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