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rompimento da barragem de Brumadinho (2019) Aluno: Gabriel Franco Ra: 118734 Data: 01/10/2020 Impacto ambiental O efeito no ecossistema foi imenso, em virtude da grande quantidade de rejeitos e da velocidade em que foram liberados, a lama destruiu grande parte da vegetação local e causou a morte de diversas espécies de animais. Os rejeitos da mineração atingiram ainda o rio Paraopeba, que é um dos afluentes do rio São Francisco. A grande quantidade de lama torna a água imprópria para o consumo, além de reduzir a quantidade de oxigênio disponível, o que desencadeia grande mortandade de animais e plantas aquáticas. Em razão da grande quantidade de lama que foi depositada na região, o solo terá sua composição alterada, o que pode prejudicar o desenvolvimento de algumas espécies vegetais. Além dessa alteração, quando a lama seca, forma uma camada dura e compacta, que também afeta a fertilidade do solo. Este desastre teve uma magnitude devastadora, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o rompimento da barragem provocou a destruição de 133,27 hectares de vegetação nativa de Mata Atlântica e 70,65 hectares de áreas de proteção permanente (APP). Especialistas afirmam que é praticamente certa a presença de ferro, manganês e alumínio - comumente encontrados nos rejeitos da exploração do minério de ferro. O material pode conter ainda outros metais, como cromo, chumbo e arsênio. O rompimento da barragem de Brumadinho oferece riscos imediatos e futuros à saúde de quem possa ter contato com a lama e todas as pessoas que vivem próximo ao rio Paraopeba. Entre os perigos estão as infecções, como leishmaniose e dengue. Além disso, o ambiente de destroços na região aumenta o risco de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e cobras. Impacto social A saúde da população local foi agredida por diversos motivos, desequilíbrio ecológico, impactos no saneamento, problemas na saúde por contaminação da água. O rio Paraopeba, contaminado em Brumadinho, passa ainda por vários municípios. A captação de água de Brumadinho não é feita diretamente do Paraopeba, mas há o risco da contaminação se estender pelos cursos de água e também chegar a poços de abastecimento e irrigação. Além disso, quando ocorre a contaminação dos rios, muita gente passa a armazenar água em casa, mas de forma incorreta. Segundo o representante da Fiocruz informou à imprensa, isso ocorreu no desastre da barragem de Mariana, o que levou a um surto de dengue. Outro problema é a possibilidade de consumo de alimentos irrigados com água contaminada, o que causa diarreia e gastroenterites. A intoxicação também pode ocorrer também por vias áreas, porque os contaminantes ficam no ar quando a lama seca, chegando ao sistema respiratório dos habitantes da região. Há notícias de que pessoas que tiveram contato com a lama em Brumadinho apresentaram náuseas, vômitos e diarreia, mostrando intoxicação. Existe a possibilidade de pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e problemas renais que dependem de hemodiálise, terem acesso limitado aos serviços de saúde que necessitam com regularidade. No caso das comunidades que ficaram isoladas pela lama, essa situação se agrava, o paciente não é acompanhado ou fica sem receita para um medicamento. Os que têm predisposição para alguma doença, o trauma pode aumentar essa probabilidade. Foi observado que depois de desastres como enchentes ou mesmo desastres nucleares, a ocorrência de AVCs aumenta. A lama atingiu imediatamente a estrutura da mineradora, que incluía centro administrativo, refeitório e oficinas de manutenção, terminal de carregamento e linha ferroviária. Inicialmente, a empresa informou que, quando ocorreu o rompimento, havia cerca de 300 trabalhadores no local. Também foram diretamente atingidos um vilarejo e uma pousada, onde se encontravam mais algumas dezenas de pessoas. Alguns minutos depois - quando já ceifara centenas de vidas e deixara um rastro de destruição, a gigantesca onda de lama de rejeitos alcançou o leito do rio Paraopeba. Uma semana após o rompimento, haviam sido contabilizadas 110 vítimas fatais, das quais 71 foram identificadas; 192 pessoas resgatadas; 395 localizadas, 108 desalojadas e 238 desaparecidas. ECONÔMICO De acordo com projeções da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a produção industrial mineira deverá encerrar 2019 com queda de 4,96% sobre o ano anterior. A indústria da transformação deverá apresentar elevação de 1,55%, enquanto a indústria extrativa deverá cair 23,95%, gerando uma retração de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. A economista da entidade, Daniela Britto, ressaltou que os reflexos do rompimento e da consequente paralisação parcial do setor em Minas chegou a toda a cadeia, impactando atividades de transporte, comércio, serviços e imobiliários, por exemplo. “A estimativa é que a cadeia como um todo tenha uma perda de R$ 22,3 bilhões no faturamento de 2019. Isso representa 4% do PIB mineiro. Em Brumadinho, a principal preocupação diz respeito ao futuro, já que a mineração respondia por 60% das receitas do município e todas as demais atividades econômicas da cidade acabavam tendo algum vínculo com o setor. Fatores que causaram e evitariam o acidente Um dos pontos enfatizados pela ANM foi a decisão da Vale de usar em junho de 2018 drenos horizontais profundos (DHP) para controlar o nível de água que pressionava a barragem. “Consta de relatório interno da Vale que, durante a instalação de um dos DHPs, foi detectada a presença de sólidos, o que é considerado anormal”, assinala nota da ANM. “Quando se constatou que havia sedimento na água drenada imediatamente teria de ser reportado ao órgão regulador. A partir dessa constatação são tomadas as providencias técnicas”, destaca o geólogo Victor Hugo Froner Bicca, diretor-geral da ANM, o mesmo posto que ocupava no extinto Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). De acordo com o diretor, “o primeiro ato [da Vale] deveria ser comunicar a agência, o órgão regulador, e depois adotar providências que a técnica recomenda”. Segundo ele, a informação teria determinado a “instauração de um regime de inspeção diária” na barragem. Em outro DHP, a ficha de inspeção em campo da Vale minimizou o “problema de percolação”, passagem de água pelo dreno. No reporte quinzenal que as normas minerais exigem, a Vale deveria ter assinalado nível 10 e não nível 6, quanto maior a pontuação maior a gravidade e “potencial comprometimento da segurança da estrutura”, conforme nota da agência reguladora. A ANM aponta que “se a Vale tivesse marcado nível 10, automaticamente a barragem subiria de categoria de risco e seria prioridade de inspeção. Além disso, exigiria que a mineradora fizesse inspeção diária, com envio de reporte à ANM todos os dias. A mineradora nunca reportou nada sobre a falha. http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-11/temer-nomeia-diretores-da-nova-agencia-nacional-de-mineracao http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2018-11/temer-nomeia-diretores-da-nova-agencia-nacional-de-mineracao Métodos de controle do acidente ambiental Desastres como o de Brumadinho poderiam ser evitados com planejamento, gestão, fiscalização e regulação adequados. Aspecto fundamental para evitar tragédias como a de Brumadinho é o acompanhamento, que inclui as tarefas de fiscalização, supervisão e auditoria. A supervisão, nesse caso, deve ser realizada pela própria empresa; a auditoria, por terceiro especializado, e a fiscalização pelo órgão competente. Há inúmeras medidas, portanto, a serem adotadas na aprovação,implantação e funcionamento do empreendimento que, se seguidas à risca, mitigam substancialmente o risco de ocorrência de um dano grave. Referencias: 1. Castro, A. L. C. Glossário de defesa civil: estudos de riscos e medicina de desastres. Ministério do Planejamento e Orçamento - Secretaria Especial de Políticas Regionais - Departamento de Defesa Civil. 2ª edição revista e ampliada, 1998. 2. Polignano, M. V.; Goulart, E. M. A.; Machado, A. T. G. D. M.; Lisboa, A. H. Abordagem ecossistêmica da saúde. Belo Horizonte: Instituto Guaçu, 2012. 200 p. 3. Cobrape. Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraopeba. Disponível em https://www.pdrhparaopeba.com. Acesso em: 19 de dezembro de 2019 4. Minas Gerais, Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Informativo mensal da qualidade das águas do rio Paraopeba após o desastre na barragem B1 - Informativo mensal da qualidade das águas do rio Paraopeba, após o desastre na barragem B1 no complexo da Mina Córrego Feijão da Mineradora Vale/SA no município de Brumadinho - Minas Gerais. IGAM, números de 1-55, 2020. Disponível em <http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/noticias/362-informativo-mensal-da-qualidade-das- aguas-do-rio-paraopeba-apos-o-desastre-na-barragem-b1-no-complexo-da-mina-corrego- feijao-da-mineradora-vale-sa-no-municipio-de-brumadinho-minas-gerais>. Acesso em: 20 de janeiro de 2020. 5. Vale. Plano de ação de emergência barragem 1 (PAEBM), 2016. Digitado 6. Lemos, R. S. Perspectivas ambientais e ecológicas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão. Disponível em: <http://www.gabientedecrise.org.br>. Acesso em: 10 de dezembro de 2019. 7. Cardin, V. S. G.; Barbosa, A. H. C. "7 formas de reparação do dano ambiental". Disponível <http://www.galdino.adv.br/artigos/download/page>. Acesso em: 10 de dezembro de 2019. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/desastre-ambiental-brumadinho.htm https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/01/30/interna_gerais,1026007/saiba-quais- sao-as-impurezas-da-lama-de-brumadinho-e-os-riscos-a-saude.shtml https://www.pdrhparaopeba.com/ http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/noticias/362-informativo-mensal-da-qualidade-das-aguas-do-rio-paraopeba-apos-o-desastre-na-barragem-b1-no-complexo-da-mina-corrego-feijao-da-mineradora-vale-sa-no-municipio-de-brumadinho-minas-gerais http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/noticias/362-informativo-mensal-da-qualidade-das-aguas-do-rio-paraopeba-apos-o-desastre-na-barragem-b1-no-complexo-da-mina-corrego-feijao-da-mineradora-vale-sa-no-municipio-de-brumadinho-minas-gerais http://portalinfohidro.igam.mg.gov.br/noticias/362-informativo-mensal-da-qualidade-das-aguas-do-rio-paraopeba-apos-o-desastre-na-barragem-b1-no-complexo-da-mina-corrego-feijao-da-mineradora-vale-sa-no-municipio-de-brumadinho-minas-gerais http://www.gabientedecrise.org.br/ http://www.galdino.adv.br/artigos/download/page https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/desastre-ambiental-brumadinho.htm https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/01/30/interna_gerais,1026007/saiba-quais-sao-as-impurezas-da-lama-de-brumadinho-e-os-riscos-a-saude.shtml https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/01/30/interna_gerais,1026007/saiba-quais-sao-as-impurezas-da-lama-de-brumadinho-e-os-riscos-a-saude.shtml http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53737-saude-orienta-para- cuidados-com-a-lama-e-rejeitos-do-rompimento-da-barragem-de- brumadinho#:~:text=O%20rompimento%20da%20barragem%20de,infec%C3%A7%C3%B5 es%2C%20como%20leishmaniose%20e%20dengue. • Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.952, de 14 de dezembro de 2011. Regulamenta, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o Decreto no 7.616, de 17 de novembro de 2011, que dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e institui a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) [Internet]. Diário Oficial da União, Brasília (DF), 2011 dez 15 [citado 2019 mar 18].; Seção 1:82. Disponível em: Disponível em: http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2952_14_12_2011.html » http://bvsms. saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2952_14_12_2011.html • Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (MG). Rompimento de barragem no município de Brumadinho: principais ações da SES-MG [Internet]. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais; 2019 [citado 2019 mar 19]. 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