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Anderson Lobato Moreira Keiliane Sodré Pimenta Yohanan Souza Reis POSIÇÕES CIRÚRGICAS Macapá – AP, 2020 Anderson Moreira Lobato Keiliane Sodré Pimenta Yohanan Souza Reis POSIÇÕES CIRÚRGICAS Macapá – AP, 2020 Trabalho referente a disciplina de Ensino Clínico em Cirurgia, ministrada pela docente Marivanda Sobrinho com a finalidade de obtenção de nota parcial para Av1. 1. Posições Cirúrgicas Posição cirúrgica é aquela em que é colocado o paciente anestesiado, para ser submetido a um procedimento cirúrgico. O posicionamento do paciente é uma atividade de exige destreza, força e habilidade da equipe médica e de enfermagem para mobilizar o corpo do paciente, com movimentos precisos, sincronizados e delicados visando evitar hipotensão, desconforto, traumas e outras intercorrências como dores lombares, entorses e paresia. São técnicas de posicionamento no intraoperatório no qual é colocado o paciente após devidamente anestesiado com a área operatória exposta para facilitar o procedimento, munidas de cuidados e atenção por parte do cirurgião e equipe de enfermagem para a realização do ato cirúrgico a fim de evitar complicações. O paciente deve estar em posição tão confortável quanto possível estando anestesiado ou acordado. 2. Tipos de posições cirúrgicas A indicação da posição cirúrgica depende do tipo de cirúrgica a ser realizada e da técnica cirúrgica a ser empregadas. As principais posições utilizadas durante procedimentos cirúrgicos são: 2.1 Posição supina ou decúbito dorsal: Indicada para indução anestésica geral e acesso às cavidades maiores do corpo (craniana, torácica e peritoneal). O paciente fica deitado sobre o dorso, braços e pernas em posição anatômica. As palmas das mãos voltadas para o corpo. A posição da cabeça deve manter as vértebras cervicais, torácicas e lombares numa linha reta. Os quadris e pernas paralelos, as pernas ficam descruzadas para prevenir traumas os nervos peroneais, tibial atrito e comprometimento circulatório. Cirurgias abdominais supra e infra umbilicais, torácicas e vasculares. Figura1. Posição Supina ou Decúbito Dorsal. FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ 2.2 Posição prona ou decúbito ventral: É aquela em que o paciente se encontra deitado de abdômen para baixo, com os braços estendidos para frente e apoiados em talas. Indicada para cirurgias da região dorsal, lombar, sacro coccígea e occipital. 2.3 Posição decúbito lateral ou de Sims: Nessa posição o paciente fica deitado sobre um dos lados, para obter seu equilíbrio pela flexão da perna inferiormente colocada a extensão da superior, fixando-o transversalmente pelo quadril a mesa operatória. O paciente fica deitado sobre o lado não afetado, oferecendo acesso a parte superior do tórax, na região dos rins, na seção superior do ureter. O posicionamento das extremidades e do tronco facilita a exposição desejada. Essa posição também permite visualizar a região dos rins, a ponte da mesa de operação é levantada (Pilet) e a mesa é flexionada, de modo que a áreas entre a 12º costela e a crista ilíaca seja elevada. Indicada para toracotomias e cirurgias renais. Figura 2. Posição Prona ou Decúbito Ventral FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ Figura 3. Posição Sims ou Decúbito lateral FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ 2.4 FOWLER: Paciente permanece semissentado na mesa de operações; Usada como posição de conforto quando há dispneia após cirurgia de tireoide, mamoplastia e abdominoplastias. 2.5 Posição de Litotomica ou ginecológica: o paciente fica em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas, afastadas e apoiadas em perneiras acolchoadas, e os braços estendidos e apoiados em talas; Cuidados com pacientes com limitações de movimentos devido prótese de quadril, artrite, gessos, amputações ou obesidade. Cirurgias proctológicas, ginecológicas e urológicas por via baixa. Em obstetrícia, para partos via vaginal. Indicada para exames urinários, endoscópicos, cirurgias ginecológicas por via baixa e anorretais. 2.6 Posição Jackknife ou Canivete: Decúbito ventral, com as coxas e pernas para fora da mesa e o tórax sobre a mesa, a qual será levemente inclinada no sentido oposto das pernas, e os braços estendidos e apoiados em talas; Cirurgias da região anal. Figura 4. Posição Fowler FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ Figura 5. Posição Litotomica ou Ginecológica FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ 2.7 Posição de Trendelemburg: É uma variação do decúbito dorsal, em que a parte superior do dorso é abaixada e os membros inferiores são elevados através da plataforma da mesa de operação. Função principal é manter as alças intestinais na parte superior da cavidade abdominal, oferendo melhor visualização dos órgãos pélvicos – cirurgias laparoscópicas; varizes (ajuda na hemostasia). na ocorrência de hipotensão, aumentando a oxigenação cerebral. Oferece melhor visualização dos órgãos pélvicos durante a abertura ou cirurgia laparoscópica no abdome inferior ou pelve. Nessa posição o paciente ficará em posição dorsal com elevação da pelve e membros inferiores, por inclinação da mesa cirúrgica, a cabeça fica mais baixa que os pés. Pode ser utilizada também para melhorar a circulação no córtex cerebral e gânglio basal quando a PA cai repentinamente e aumenta o fluxo sanguínea arterial para o crânio. Figura 6. Posição Canivete ou Jackknife FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ Figura 7. Posição Trendelemburg FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ 2.8 Posição de Trendelemburg Reverso ou Proclive. Usada frequentemente para oferecer acesso a cabeça e pescoço para facilitar o deslocamento da víscera para adiante do diafragma e na direção dos pés. Indicada para manter as alças intestinais na parte inferior do abdome e reduzir a pressão sanguínea. Nessa posição o paciente estará em decúbito dorsal com elevação da cabeça e tórax e abaixamento do MMII. Quando a modificação desta posição é usada para cirurgia da tireoide, o pescoço pode ser hiper estendido pela elevação dos ombros do paciente. 3. Cuidados com o posicionamento do paciente no período operatório ▪ Evitar posições viciosas, procurando a funcionalidade; ▪ Movimentos firmes, delicados e seguros; ▪ Manipular lentamente, com movimentos firmes, delicados e seguro; ▪ Retirar alternadamente as pernas do paciente da perneira; ▪ Manter cabeça voltada para o lado; ▪ Nunca se afastar da mesa cirúrgica e deixar o paciente sozinho; ▪ Impedir o contato direto do paciente com a superfície metálica da mesa; ▪ Observar se há compressão de vasos, nervos e órgãos comprometendo funções vitais - materiaise equipamentos sobre o corpo ou contenção apertada; ▪ Não comprimir e hiper estender terminações nervosas. ▪ Proteger proeminências ósseas. ▪ Não deixar pendentes MMSS e MMII. ▪ Manipular lentamente, pois a mudança repentina de posição pode provocar a queda da pressão arterial ▪ Manter cabeça lateralizada, a fim de prevenir aspirações de secreções Figura 8. Posição Trendelemburg Reverso ou Proclive FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ ▪ O edema periorbitário é uma consequência comum da cirurgia intracraniana, relacionado à posição ventral durante o ato cirúrgico. ▪ Verifique a mesa de operação quanto ao funcionamento adequado. ▪ Registar intercorrências. Figura8. Mostra o Edema Periorbitário FONTE: http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ http://enfermagemcomamor.com.br/index.php/2018/03/21/mudanca-de-decubito-e-posicoes/ Referências BRUNNER LS, SUDDARTH DS. ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA. RIO DE JANEIRO: INTERAMERICANA; 1977. POSSARI JF, CENTRO CIRÚRGICO: PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO – 5. ED, SÃO PAULO: IÁTRIA; 2014.