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RESENHA GEOURBANA- LIVRO DE CORREA LOBATO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
 CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
 ANTONIO FELIPE RODRIGUES SANTOS
RESENHA CRITICA: QUEM PRODUZ O ESPAÇO URBANO? ROBERTO CORREA LOBATO
SENHOR DO BONFIM
2021
RESENHA CRITICA 
CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1989. (Cap. 3)
A evolução e crescimento dos grandes centros urbanos é algo que vem tornando-se parte da dinâmica social, terrenos ainda não habitados a anos atrás, atualmente estão em constante processo de expansão com valores que passam do mínimo ao máximo em questão de poucos meses. Basicamente quem ou o que está agenciando tão rápido o crescimento imobiliário? E como as relações sociais dentro dessas mudanças vão permanecer?
De acordo com Corrêa (1989) o espaço urbano é um produto social, sendo resultado das transformações ao longo dos anos por conta dos agentes sociais concretos, que produzem e consomem o espaço, trazendo não somente mudanças concretas, mas também sociais. 
Sendo essas transformações de tamanha complexidade, mas perceptíveis, pois há um constante processo de reorganizar o espaço sendo possível perceber que há deterioração de áreas, renovação urbana, incorporação de novas áreas e diversas outras mudanças que podem ocorrer pelo simples fato da mudança do conteúdo social e econômico de determinados locais da cidade (CORRÊA, 1989).
Na teoria são processos que encantam, porem na pratica a mudança não é para todos, sendo passível de constância ou aumento da desigualdade socioespacial existente. Os agentes que modelam e usufruem do espaço urbano têm nomes e sobrenomes, são classificados como proprietários dos meios de produção e fundiários, acompanhado dos promotores imobiliários e juntamente o estado que é capaz de regular a atuação dos agentes citados posteriormente (CORRÊA, 1989).
Os proprietários dos meios de produção 
São eles os maiores consumidores de terrenos em amplitude para desenvolver as suas atividades produtivas, terrenos estes que precisam ter uma boa localização para o transporte e acessibilidade da população, tendo em vista o acesso a suas produções. Mas há um disparidade e complexidade nas relações entre os proprietários dos terrenos e o dos meios de produção, ocasionando assim uma especulação imobiliária que não interessa aos industriais, mas sim aos fundiários que cada vez mais querem se apropriar da renda da terra segurando os terrenos e aumentando seu preço mediante a escassez do mesmo, e por consequência tendo ainda mais um renda sobre a terra.
Em um mundo onde o capitalismo manda e desmanda, é possível haver relações conflitantes entre meios de produção e fundiários, justamente por conta dos elevados aumentos dos terrenos. Por isso o estado sendo pressionado pelos donos dos meios de produção, conseguem fazer a desapropriação da terra em prol de construção de moradias e acesso mais barato ao terreno, justamente pela facilidade das industrias produtivas terem mão de obra barata e próxima a seus meios de produção (CORRÊA, 1989). Basicamente é passível que as atividades fabris fiquem mais distantes dos bairros onde moram os mais ricos fixando-se próximo as áreas mais proletárias.
Os proprietários fundiários 
São agentes que estão profundamente interessados em obter a maior renda da terra possível, trabalham e vivem para isso. Quanto mais elevado o status social da terra mais valor é condicionado, sendo assim pressionam o estado para que faça melhorias tais com como infraestrutura viária, energia elétrica, água encanada e saneamento básico através do investimento publico poupando assim de seu próprio bolso.
Outra forma comum de adquirir renda da terra por partes desses proprietários é a especulação de terra agrícolas, para fins de transformação do espaço rural em urbano, expandido as cidades. Com um diferencial das rendas agrícolas e renda da terra, proprietários de terras agrícolas são seduzidos por um valor da terra maior que o da sua produção anual, sendo assim tentado a vender suas propriedades em prol do progresso capitalista, trocando o campo pela cidade ou investindo em uma área agrícola menor ou a uma distancia mais acentuada da cidade. “Assim estruturas agrárias diferenciadas em setores distintos da periferia podem influenciar diferencialmente a passagem do rural para o urbano” (CORRÊA 1989, p.17). 
As estratégias do capital fundiário são diversificadas e constituem em buscar áreas que não há tanto interesse de compra e valoriza-las, usando como princípio o motivo de sua localização, quer seja perto do mar, de uma praça supermercados importantes e até prédios públicos. Tudo isso baseia-se em ter uma renda da terra de maior valor, atrelando vantagens a seus terrenos residenciais e fazendo campanhas com os porquês de morar em tais lugares que a eles pertencem. Os bairros que antes usualmente era classificados por periferia hoje ganham outro status social, não sendo mais socialmente periféricos (CORRÊA, 1989).
Então os proprietários de terrenos que não possuem amenidades físicas ou pontos importantes da cidade em áreas afastadas, são obrigados a lotear e vender seus terrenos com uma infraestrutura precária, justamente para obter a renda da terra, os lotes são vendidos para pessoas com baio poder aquisitivo e com preços acessíveis e divididos em inúmeras parcelas, criando assim bairro com situações precárias e na maioria das vezes mercê da marginalidade.
Os promotores imobiliários
Então dentre esses processos de aquisição e intermediação dessas áreas com destino a valorização e vendas, há responsáveis ou conjuntos de agentes que vão tornar o “sonho” em realidade. Os promotores imobiliários que são responsáveis pela transformação do terreno em mercadoria, decidindo quem vai construí-lo bem como a propagação de suas unidades. Em tese seria isso se não fosse a parte ainda do financiamento, contratação de profissionais para fazer estudo técnico, propaganda dos imóveis e por fim a sua comercialização, sendo aos olhos do publico um processo árduo, porem para quem tem capital, torna-se rápido (CORRÊA, 1989).
A atuação como promotor imobiliário não é algo ligado ou restrito a somente uma pessoa ou uma empresa X, por isso, empresas que se especializam na área da construção e diversificam seu trabalho sustentam-se por conta desse mercado imobiliário que cresce mais a cada ano. De promotores imobiliários a Bancos e Estado todos lucram de certa forma desde a especulação ao fornecimento de empréstimos e documentação para regularização desses terrenos.
A estratégia desses sistemas não é interesse em produzir moradias acessíveis aos menos favorecidos, as camadas populares, mas sim habitações novas e modernas para se sobrepor as antigas, elevando assim seus preços tornando inacessíveis para as camadas mais pobres por assim dizer, aumentando mais ainda a desigualdade e exclusão nos grandes centros urbanos. O que sempre é alvo a atingir, é o lucro e não o bem estar e a caridade.
De acordo com Corrêa (1989, p.23) “A atuação espacial dos promotores imobiliários, se faz de modo desigual, criando e reforçando a desigualdade residencial que caracteriza a cidade capitalista.”
O Estado 
Quando quer o estado é um poderoso agente de desenvolvimento urbano, seria ele o responsável por construir e melhorar a infraestrutura das cidades, garantindo moradia e bem estar para os habitantes da mesma sem levar em conta sua classe social. Na teoria deveria ser mais ou menos assim, mas na pratica é bem diferente. De acordo com Corrêa (1989), o estado praticamente torna-se um agente imobiliário e um proprietário fundiário. Ou seja, ele facilita a compra, valorização e as regularizações da terra em prol do favorecimento de grandes setores imobiliários interessados em investir seu capital e trazer suas empresas, com o intuito de gerar emprego e renda para a população. “Tende a privilegiar os interesses daqueles segmentos ou segmentos da classe dominante, que, a cada momento estão no poder” (CORRÊA, 1989 p.26).
Os interesses pelo uso da terra chamam mais a atençãona esfera municipal, onde as leis são mais frágeis e mais propensas a ceder o solo como forma de investimento, basicamente devido ao poder que os municípios tem sobre a terra favorecendo assim as elites locais, que cada vez mais tendem a valorizar os espaços urbanos, causando o aumento da desigualdade social e “empurrando” os menos favorecidos para as “beiradas” das cidades. Produz-se assim uma segregação residencial, termo citado pelo autor para as melhorias em áreas selecionadas a serem valorizadas, melhoria para alguns, não para todos.
Baseando-se nas falas do autor, o estado cria e dá toda uma condição para o aumento da cidade, que se expande do centro para as bordas tendo em vista as melhorias construídas. Com a elevação do preço da terra, as pessoas que não tem condições de arcar com os altos custos de impostos sobre o solo são obrigadas a se afastarem cada vez mais dos centros e suas facilidades, sendo segregacionados espacialmente, vivendo sob condições de saneamento basico e infraestrutura precários, dependentes de usar três a quatro transportes públicos para chegar ao trabalho justamente pela distância infinda de sua moradia ao centro.
Os Grupos Sociais Excluídos
Prejudicados pelos agentes citados anteriormente estão estes, os excluídos. Se tratando do quesito habitação esse é o mais afetado pelo capitalismo, para eles há uma seletividade, já que não possuem uma renda que os possibilite adquirir a casa própria então a consequência é alugar uma. Mas nem sempre é possível viver em um bairro decente, numa rua decente e em uma casa decente, deve-se priorizar se é melhor dormir embaixo de um teto ou almoçar todos os dias. De acordo com Corrêa (1989) este é um dos mais significativos sintomas da exclusão.
Para assim fugir do preço e excesso de impostos cobrados pelo estado, torna-se necessário morar cada vez mais longe dos centros em pequenos espaços, sem organização, pouco saneamento básico, falta de água tratada e aglomerados uns em cima dos outros em estruturas que desafiam até as leis da física. Senta-se e espera a iniciativa do estado ou “mete a cara e faz”.
 A evolução da favela é isso, seu crescimento urbanizado até se tornar um bairro popular, os moradores que não conseguem esperar pelo estado ao fazendo pouco a pouco e isso estende-se por muitos anos, até melhorar suas residências e usando de suas habilidades adquiridas a implantação de diversas atividades econômicas a fim de sustentar-se (CORRÊA, 1989).

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