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Poderes Da Administração Pública Poderes da administração pública são prerrogativas que a administração tem na busca do interesse público, para fazer valer os princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e o princípio da indisponibilidade do interesse público. Nesse sentido, os agentes públicos deverão possuir essas prerrogativas para alcançar esses interesses públicos, através desses poderes. São eles: • Poder de polícia • Poder disciplinar • Poder hierárquico • Poder regulamentar • Poder vinculado • Discricionário Além dessas prerrogativas atribuídas ao agente público, o ordenamento jurídico impõe também os deveres administrativos, que consistem em um poder-dever de agir, agindo o agente público no interesse público. 1. Características dos poderes da administração a) Irrenunciabilidade: o administrador público tem o dever de agir, sempre buscando fazê-lo em benefício da coletividade. b) Observância Do Princípio Da Legalidade: o agente público só pode fazer aquilo que a lei o autoriza, estando inteiramente subordinado a ela. Além disso, agindo de modo a infringir a lei, poderá ser responsabilizado. Sempre que ele extrapolar esses limites, de forma desproporcional, incorrerá em abuso de poder, onde toda ação que torna a execução do ato administrativo irregular, sendo ele legal ou ilegal, causa a seu autor, a sanção através de medidas disciplinares, civis e criminais. O abuso de manifesta de duas maneiras: • excesso de poder: onde o agente público vai além dos seus poderes, aos quais está autorizado por lei; • desvio de finalidade: há um vício na sua conduta (art. 2º da Lei nº 4.717/65 – Lei de Ação Popular) c) Limite De Competência: quando o agente atua de forma a invadir a esfera de poderes de outro agente público ou ainda se exercer atividades não conferidas por lei, atuando em excesso desse poder; • Irrenunciabilidade • Princ. Da Legalidade • Limite de competência • Princ. Razoabilidade x Proporcionalidade d) Observância Aos Princípios Da Razoabilidade E Proporcionalidade: a atuação do agente público deve ser pautada no equilíbrio e sensatez. 2. Poderes da administração pública - espécies a) Poder Vinculado Ou Regrado: a conduta do administrador deve estar estritamente pautada na lei, não permitindo qualquer juízo de valor, conveniência ou oportunidade, de sua parte. b) Poder Discricionário: o agente está estritamente obrigado a cumprir a lei, porém a lei o permite, em alguns casos, fazer uso do juízo de valor, analisando conveniência e oportunidade, avaliando qual a situação mais vantajosa para a administração. Há uma liberdade na ação administrativa, dentro dos limites da lei. Ato discricionário, quando autorizado é legal e válido. c) Poder Disciplinar: prerrogativa que a administração tem de aplicar sanções naquele agente que agiu praticando uma infração disciplinar (demissão, suspensão, advertência). Para este agente público infrator, é dada a oportunidade de defender-se, com base no princípio do contraditório e da ampla defesa. • Poder Vinculado (ou regrado) • Poder discricionário • Poder disciplinar • Poder Hierárquico • Poder de polícia Art. 5º, LV, CF - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Súmula Vinculante nº 5: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Atenção!!!! ✓ A CF/88 traz o entendimento de que não é mais possível punir o servidor público com base no PRINCÍPIO DA VERDADE SABIDA, que autorizava o superior hierárquico a punir de imediato o agente, sempre que tivesse o conhecimento pessoal do cometimento da infração. Hoje, não é mais possível a punição, posto que a CF explicita o direito do contraditório e ampla defesa, inclusive no âmbito administrativo. d) Poder Hierárquico: tem como base a estruturação vertical nos quadros da Administração Pública, estabelecendo relações verticais, entre os funcionários, naqueles que mandam e aqueles que obedecem. O superior hierárquico estabelece as funções nos seus órgãos, ordenando e revendo a atuação dos subordinados, coordenando, controlando e corrigindo as atividades administrativas. A hierarquia funciona como um instrumento de organização e aperfeiçoamento do serviço público e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos, impondo-lhes o dever de obediência. e) Poder De Polícia: prerrogativa do direito público, que autoriza a administração pública a restringir o uso e gozo da liberdade e propriedade, em favor do interesse da coletividade. A administração pública pode condicionar e restringir atividade e direitos individuais, em benefício dos interesses do Estado. Encontra definição também no Código Tributário Nacional: Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. O poder de polícia limita a atuação do particular, em nome do interesse público, incide sobre a liberdade e do direito à propriedade. Não pode ser delegado para entes da iniciativa privada, já que estes não podem atuar em nome do Estado. • são características do poder de polícia: ✓ Editado Pela Administração Pública: tanto através de atos preventivos de fiscalização ou atos repressivos. ✓ Funda-Se No Vínculo Geral entre a administração pública e os administrados. ✓ Supremacia Geral: são determinações que incidem sobre todos os cidadãos, indistintamente: • Editado pela Adm. Pública • Vínculo Geral • Supremacia Geral • Supremacia Especial • Liberdade e propriedade • Função Administrativa • Princípio da Legalidade • Proibição de construções verticais acima da altura fixada pelo Estatuto da Cidade • Obrigatoriedade de observar o recuo nas construções • Imposição de denunciar doenças contagiosas • Proibição de manter certos animais em zona urbana • Proibição de manter determinadas lavouras em certa localidade • Fixação de limite máximo de velocidade • Autorização de porte de arma de fogo ✓ Supremacia Especial: são fundadas em privilégios ou vínculos especiais da Administração sobre os administrados. Decorrem, geralmente, de estatuto ou contrato: • Atos que impõem restrições ao servidor público – trabalho de uniforme • Imposições ao concessionário, em decorrência do contrato de concessão de serviços públicos – transporte público • Retirar invasores em edifícios públicos e áreas públicas, em defesa do patrimônio público, como praças, ruas, estradas, rodovias... • Internados em hospitais públicos, asilos ou estabelecimentos penais. • Exigência do Poder Permitente ao Permissionário de uso do bem público. ✓ Incide sobre a Liberdade e a Propriedade ✓ Atuação Da Função Administrativa: atua em diversos setores: • Polícia edilícia • Polícia sanitária • Polícia de trânsito e tráfego.... ✓ Atividade que se submete ao Princípio Da Legalidade • são atributos do poder de polícia: ✓ Discricionariedade: em regra, os atos de polícia são discricionários, onde há um juízo de oportunidade e conveniência. Passa a ser vinculado se a norma legal que o rege, estabelecer modo e forma para sua realização. Assim, a autoridadesó poderá exercê-lo validamente se obedecer às exigências da lei ou regulamento pertinente. ✓ Autoexecutoriedade: em nome da eficiência e da supremacia do interesse público sobre o particular, deverão ser realizados independentemente de autorização do poder público., ✓ Coercibilidade: aparece sempre que o ato se tratar de uma obrigação para o administrado. Possibilita o emprego da força física, sempre que o for violado, mas sempre pautado na proporcionalidade e razoabilidade. ✓ Poder Regulamentar (OU NORMATIVO): é o poder que o administrador tem de complementar a lei, através de um ato normativo secundário, para garantir a sua fiel execução (regulamento executivo ou de execução). Esse poder regulamentar pode ser exercido através de diversos atos de regulamentação, por exemplo: • Decretos • Regulamentos • Portarias • Editais • Circulares... • Discricionariedade • Autoexecutoriedade • Coercibilidade • Regulamentar (ou Normativo) Exemplo: LEI DE DROGAS: é um ato normativo primário, que estabelece os crimes e procedimentos que deverão ser adotados, no processamento do tráfico de drogas, mas não estabelece quais as substâncias são consideradas com drogas. É necessário, nesse caso, um ato apto a complementar essa lei, para garantir a sua fiel execução.
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