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PERGUNTA 1 Os resíduos sólidos urbanos, também conhecidos por RSU, são, em grande parte, compostos por matéria orgânica, proveniente de restos de alimentos, poda de árvore e outros. Os resíduos orgânicos, como são chamados, têm uma forma de tratamento particularmente especial, que resulta em um produto de valor agregado. Estamos falando da compostagem. Sabendo disso, discorra sobre o processo de compostagem e sobre como ele se associa ao aumento da vida útil dos aterros. Resposta: A compostagem é um processo biológico onde micro-organismos transformam matéria orgânica (frutas, cascas de ovo, fezes de herbívoros, etc.) em uma substância homogênea, de cor castanha, com aspecto de terra e com cheiro de floresta: o adubo. No processo de compostagem para que seja realizado com qualidade, é preciso ter, em sua composição, uma relação balanceada entre materiais ricos em carbono (palha, capim picado, casca de árvore, etc.) e em nitrogênio (borras de café, folhas verdes, restos de comida etc.). O equilíbrio entre esses elementos químicos é essencial para o processo, pois os microrganismos utilizam essas substâncias para metabolizar os materiais. Restos de carne, ossos, cinzas, cortiça, vidro e plásticos não devem ser colocados na compostagem. O primeiro passo para iniciar a compostagem é agrupar o material que será utilizado em uma pilha ou em uma composteira (a depender da disponibilidade de espaço) em um local sombreado, para evitar temperaturas elevadas e baixas. A área deve ser plana, protegida contra o vento e de fácil acesso. Condições específicas de temperatura, umidade e aeração também são fundamentais para que a matéria orgânica seja decomposta nas melhores condições e com os melhores resultados. O material rico em carbono deve ser cortado em pequenos pedaços e despejado em uma área limpa de forma espaçada para favorecer a aeração. Após isso é a hora de derramar as substâncias ricas em nitrogênio por cima da primeira camada e assim sucessivamente até chegar à quantidade desejada (é importante que a última faixa de material a ser colocada seja de carbono). Durante todo o processo é necessário molhar o composto periodicamente. Mas é fundamental manter a umidade equilibrada, o excesso e a falta de água são desfavoráveis ao composto. Caso a mistura esteja seca basta regar, mas se estiver tudo muito molhado, basta adicionar folhas secas. Quando todas as camadas estiverem empilhadas, o composto deve ser coberto com folhas de bananeira ou capim, para proteger o material das chuvas, do vento, da insolação e da evaporação. A mistura deve ser revirada e, caso necessário, molhada constantemente. Essa operação acelera a compostagem, impede o mau cheiro, equilibra a temperatura e oxigena o produto. O produto final, de aspecto homogêneo, textura semelhante à terra, cor castanha e cheiro agradável demora cerca de 3 a 4 meses para ficar pronto. Com relação a vida útil dos aterros, em 2010, surgiu a Lei 12.305 que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). Entre outros pontos, ela exige que sejam colocadas em prática soluções que aumentem o ciclo de vida dos materiais, como a reutilização de resíduos orgânicos (compostagem) e recicláveis (reciclagem), para que os aterros sanitários recebam apenas resíduos que não podem ser reutilizados (rejeitos). Conclui-se que quando tomamos atitudes simples como a compostagem dos resíduos orgânicos e a reciclagem dos resíduos secos, estamos reduzindo o volume final dos resíduos enviados para os aterros sanitários, conseguindo prolongar a vida útil deste empreendimento, fazendo com que sua operação para a deposição de materiais (que não possíveis reciclar) seja prolongada, não precisando fazer uso de uma nova área para essa finalidade.
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