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- -1
CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR 
PÚBLICO
UNIDADE 3 - SUBSISTEMAS DE CONTAS E O 
PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR 
PÚBLICO – PCASP
Autoria: Graziana Olinda da Silva Mattos - Revisão técnica: Jardson Edson 
Guedes da Silva Almeida
- -2
Introdução
Quando falamos da ciência contábil propriamente dita, independentemente da área de atuação, sabe-se que o
seu objeto é o patrimônio do ente para o qual ela estará sendo trabalhada. Da mesma forma, a contabilidade
aplicada ao setor público tem como objeto o patrimônio público. Assim, esta unidade estará centrada nesse
estudo. Para isso, traremos as seguintes reflexões: qual a importância de uma boa gestão do patrimônio público?
Como a contabilidade pode ser uma grande aliada para as instituições públicas no que se refere à manutenção do
patrimônio público, obedecendo à legislação pertinente? De que maneira os gestores públicos podem se
apropriar dos resultados que a contabilidade demonstra em relação ao patrimônio gerido para que consigam
manter ou melhorar a eficiência de suas gestões?
Nesta unidade, será realizada a exposição da composição do patrimônio público. Além disso, serão considerados
os fenômenos que envolvem o patrimônio público, relacionados às variações patrimoniais e suas respectivas
classificações. Por fim, serão abordadas, ainda, as provisões, bem como a avaliação e a mensuração de ativos e
passivos por meio da reavaliação e da redução ao valor recuperável, da depreciação, da amortização e da
exaustão. Esses conhecimentos são importantes para que seja realizada uma introdução aos estudos pertinentes
aos demonstrativos contábeis aplicados ao setor público, matéria de extrema importância para o profissional da
contabilidade aplicada ao setor público.
Bons estudos!
3.1 Patrimônio público
Antes de falarmos do patrimônio público propriamente dito, julgamos necessário relembrar o conceito de
patrimônio, de maneira geral, na contabilidade, por ser o seu objeto de estudo, independentemente da área em
que ela atue.
É normal encontrar pessoas que entendam a contabilidade como mero instrumento de cálculo de impostos e
tributos. Contudo, essa ciência já passou e ainda passa por constantes evoluções e atualizações. Principalmente
depois que se iniciou o processo de convergência das normas contábeis brasileiras aos normativos contábeis
internacionais. “A Contabilidade surgiu para auxiliar a gestão do patrimônio” (VELLANI, 2014, p. 1).
Portanto, o patrimônio definido na ciência contábil nada mais é de que um conjunto de bens, direitos e também
de obrigações, os quais estão em posse de um ente, seja ele ente pessoa física ou jurídica.
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Figura 1 - Controle do patrimônio
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: na figura, há um caderno, uma caneta, uma calculadora e moedas em espécie, demonstrando o
papel da contabilidade em controlar o patrimônio.
É importante que se entenda bem esse conceito, pois ele representa a ideia central para a compreensão dos
fenômenos que envolvem as variações patrimoniais. Por isso, as obrigações também estão inseridas nele. Pelo
reconhecimento delas, é que se pode conhecer a situação patrimonial líquida do ente evidenciada por meio da
conhecida equação fundamental do patrimônio que realiza a apuração de resultado: ativo - passivo (ativo menos
passivo).
Vejamos alguns conceitos que remetem ao patrimônio, abordados por alguns autores da área. De acordo com
Kohama (2016, p. 145):
Patrimônio em seu conceito clássico é considerado como “o conjunto de bens, direitos e obrigações”
pertencentes a pessoa física ou jurídica. A interpretação real desse conceito nos leva à seguinte
ilação prática: o patrimônio é composto pelo somatório dos bens mais os direitos (ativo), subtraindo-
se as obrigações (passivo), possuídos por uma pessoa física ou jurídica.
Já segundo Franco (2000 ÁVILA ., 2011, p. 14), a contabilidade:apud et al
É a ciência que estuda e pratica, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das
entidades, mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de
oferecer informações sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico
decorrente da gestão da riqueza econômica.
Por fim, temos o conceito abordado por Filho (2014, p. 79), o qual pondera que o:
Patrimônio é definido como sendo o conjunto de bens, direitos e obrigações, sob o controle de pessoa
(s) física(s) ou jurídica(s), cuja operacionalidade e/ou utilização deve resultar no cumprimento da
missão e objetivos para o qual foi concebido.
Em suma, o patrimônio se constitui no conjunto de bens, diretos e obrigações pertencentes às pessoas físicas ou
jurídicas e que são passíveis de contabilização.
- -4
Contextualizado o conceito de patrimônio, podemos adentrar a seara do objeto da contabilidade aplicada ao
setor público: o patrimônio público. Ressalta-se que esse conceito só muda em termos, em virtude de se tratar de
interesse público, ou seja, ele será conduzido dentro dos entes que compõem a Administração Pública em todo o
Brasil e que obedecem a normativos específicos tanto legislativos quanto contábeis.
Vale ressaltar que a ciência contábil tem passado por muitas atualizações desde o início do processo de
convergência. E esse processo também engloba a contabilidade aplicada ao setor público, tudo isso visando à
padronização de procedimentos viabilizando a comparabilidade de informações em nível mundial.
De acordo com a NBC T 16.1, o patrimônio público é:
[...] o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados,
produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou
represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à
exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações.
Já de acordo com Filho (2014, p. 80):
Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não,
adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor
público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à
prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas
obrigações.
Por fim, Oliveira e Teixeira (2019, p. 2) ponderam que, “assim como na Contabilidade aplicada ao setor privado,
o objeto de estudo da Contabilidade Pública é o patrimônio, chamado, nesse caso, de patrimônio público, e
entendido como o conjunto de bens e direitos à disposição do Estado”.
Os conceitos enfatizam que o patrimônio público são todos os bens, direitos e obrigações inseridos nos entes que
compõem a Administração Pública. Além disso, é importante ressaltar que se deve considerar patrimônio aquilo
que é passível de contabilização. Sob esse enfoque, trataremos as especificidades quando falarmos da
composição do patrimônio público.
É importante conhecer as especificidades da contabilidade aplicada ao setor público para o correto
entendimento de sua aplicação nos registros e nas análises do patrimônio público.
O patrimônio público oferece dois aspectos passíveis de análise pela contabilidade aplicada ao setor público, a
saber: o aspecto qualitativo e o aspecto quantitativo.
Por aspecto qualitativo, entende-se a qualidade que é dada a cada componente do patrimônio público, ou seja, o
VOCÊ QUER LER?
Em conformidade com o processo de convergência das normas internacionais de
contabilidade, o Conselho Federal de Contabilidade edita e publica frequentemente as Normas
Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao setor público – NBC TSP. Por isso, sugerimos a leitura
e a apreciação das NBC TSP Estrutura Conceitual, que abordam muitos dos temas estudados
até aqui. É sempre muito interessante se manter atualizado diante desse processo de
convergência. As mudanças têm sido bastante oportunas. Confira em: http://www1.cfc.org.br
./sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.pdf
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.pdfhttp://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.pdf
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Por aspecto qualitativo, entende-se a qualidade que é dada a cada componente do patrimônio público, ou seja, o
que aquele item representa na composição desse patrimônio, sua função e seu funcionamento.
Já o aspecto quantitativo lida com os valores atribuídos a cada item, ou seja, sua informação em termos
monetários.
3.1.1 Composição do patrimônio público
Conforme foi amplamente explorado no conceito do patrimônio público, ele é composto por bens, direitos e
obrigações das entidades públicas. Assim, apreciaremos essa composição de forma individualizada, a seguir.
Bens públicos
O primeiro item da composição patrimonial a ser estudado nesta unidade são os bens públicos. Estes, por sua
vez, representam aqueles que são de domínio público e estão sob a responsabilidade de um ente da
Administração Pública.
Figura 2 - Bens públicos
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra a Catedral de Brasília como um bem público.
Os bens públicos, de acordo com o art. 99 do Código Civil Brasileiro, são classificados em três grupos, a saber:
uso comum;
uso especial;
dominicais.
Os são aqueles que estão à disposição da população para uso direto ou imediato, de formabens de uso comum
gratuita ou remunerada, a depender da legislação pertinente.
Uma particularidade dos bens de uso comum é que eles não fazem parte do patrimônio público. Contudo, estão
incluídos no ciclo orçamentário dos entes que os gerem, pois estes assumem as despesas e custos com
manutenção e infraestrutura desses bens, conforme pondera Kohama (2016, p. 146):
Muito embora não constituam o patrimônio público, são de propriedade do Estado, que não possui a
“posse” exclusiva. Portanto, a construção, conservação e reforma dos bens de uso comum do povo
cabe à Administração Pública, que utiliza recursos incluídos na Lei Orçamentária ou em créditos
adicionais e, por isso, percorrerão todos os estágios da despesa orçamentária. Esses gastos
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adicionais e, por isso, percorrerão todos os estágios da despesa orçamentária. Esses gastos
conquanto constituam despesa orçamentária não provocam a mutação patrimonial, por não serem
incorporáveis ao patrimônio.
São exemplos de bens de uso comum mares, rios, estradas, parques, ruas, monumentos, entre outros.
Figura 3 - Bem de uso comum
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra uma praça pública como um exemplo de bem de uso comum.
Os são aqueles que só estão nessa classificação por serem destinados ao serviço público ebens de uso especial
serem de utilidade pública. Desse modo, podem existir os mesmos tipos de bens com interesse particular. É o
caso das escolas, por exemplo, pois existem escolas públicas e escolas particulares, e o que as diferencia é
justamente o interesse inserido nelas.
Uma particularidade dos bens de uso especial é que a condição para eles serem públicos é geralmente designada
por algum dispositivo legal. E essa condição, enquanto existir, exige que o bem seja inalienável.
Figura 4 - Bem de uso especial
Fonte: Mediapool, 2020.
- -7
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura ilustra uma sala de aula de uma escola pública como um exemplo de um bem de uso
especial.
Pelo exposto, tanto os bens de uso comum quanto os bens de uso especial, apesar de serem geridos pela
Administração Pública, não fazem parte do patrimônio dos entes públicos. E todos os recursos públicos
envolvidos na construção/manutenção desses bens são tratados como custos e/ou despesas.
Por fim, existem os . Esses bens são os que, de fato, fazem parte do patrimônio dos entesbens dominicais
públicos e são objeto da contabilidade aplicada ao setor público que registra, por meio de escrituração, todos os
fatos relacionados.
São de interesse público, mas o ente tem a posse e o registro formal desse bem, a propriedade efetiva. Nessa
classificação, tem-se o que estiver disponível em caixa em forma de numerário, bens móveis e imóveis, além de
todas as subclassificações inseridas nesses grupos.
Figura 5 - Bem dominical
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura ilustra uma caixa registradora de modelo antigo, demonstrando um bem dominical, que é
o caixa e suas respectivas subclassificações.
Em suma, os bens de uso comum e de uso especial são geridos pelos entes públicos, mas não fazem parte de seus
patrimônios. Apenas os bens dominicais são parte do patrimônio público e, por consequência, são objeto da
contabilidade aplicada ao setor público. No caso dos bens de uso especial, a infraestrutura desses bens é objeto
de escrituração contábil e de inserção na estrutura orçamentária dos entes públicos que fazem a gestão deles.
Direitos dos entes públicos
Consideram-se direitos para os entes públicos todos os valores que estes têm a receber, seja em curto prazo ou
em longo prazo. Podemos citar como exemplos de direitos a receber a inscrição de uma dívida para recebimento
futuro, os serviços prestados pelo ente ou o fornecimento de bens, entre outros.
Obrigações dos entes públicos
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Obrigações dos entes públicos
As obrigações das entidades da Administração Pública são aquelas provenientes de compromissos assumidos
pelo ente e que também podem ser de curto ou longo prazos.
Os prazos de cumprimento dessas obrigações podem já ser estabelecidos no momento da aquisição do
compromisso, ou estabelecidos por lei, como é o caso dos salários a pagar dos servidores públicos que prestam
serviços ao ente.
Composição de acordo com a NBC TSP Estrutura Conceitual
Estudados os itens que representam o patrimônio público, abordaremos, agora, de acordo com o normativo
contábil mais atual, essa composição de maneira mais técnica.
Os itens estudados na composição do patrimônio, quais sejam, bens, direitos e obrigações, inserem-se nos dois
principais grupos da contabilidade: ativo e passivo. Dessa forma, definiremos esses grupos em consonância com
a norma referenciada.
“Ativo é um recurso controlado no presente pela entidade como resultado de evento passado” (CFC, 2016, p. 27). 
Portanto, o ativo são os bens e os direitos que o ente controla e que foram adquiridos por meio de um processo
ocorrido em evento anterior à entrada deles no patrimônio da entidade. O ativo pode ser dividido em circulante
e não circulante. O ativo é classificado como circulante se tiver disponibilidade de realização imediata ou de, no
máximo, até 12 meses após a divulgação dos demonstrativos contábeis (STN, 2018). Todos os demais itens fora
da classificação do ativo circulante estarão automaticamente inseridos no ativo não circulante.
“Passivo é uma obrigação presente, derivada de evento passado, cuja extinção deva resultar na saída de recursos
da entidade” (CFC, 2016, p. 29). No passivo, as obrigações da entidade que foram resultados de um fato de
ocorrência anterior. Além disso, para que essa obrigação seja extinta, um ativo terá de ser diminuído, ou seja,
recursos provenientes do ativo precisam ser suprimidos para que essa obrigação seja efetivamente cumprida.
Da mesma forma que o ativo, o também se classifica em e . Para serpassivo circulante não circulante
circulante, ele deve ter exigência de, no máximo, até 12 meses após a divulgação dos demonstrativos contábeis
do ente. Fora dessa premissa, ele será classificado como não circulante.
3.1.2 Avaliação e mensuração de ativos e passivos
Avaliar e mensurar significa dar um valor para determinado item, utilizando algumas técnicas existentes a
depender da natureza desse item e dos normativos pertinentes ao assunto com o intuito de evidenciá-lo
adequadamente nos demonstrativos contábeis.
O objetivo primordial é apresentar adequadamente o custo dos serviços e as capacidades operacional e
financeira da entidade com vistas à adequada prestação de contas e consequente responsabilização, bem como
nos processos de tomada de decisão (STN, 2018).
O normativo contábil que propõe as bases de mensuração de ativos e passivos é a NBC TSP – Estrutura
Conceitual. Essas bases podem ser as seguintes:
VOCÊ QUER VER?
O filme , estreado em 1994,traz vários bons ensinamentos sobre a Um sonho de liberdade
profissão de contador, além de abordar a parte ruim de quem não utiliza a profissão de forma
adequada. É uma ótima opção para conhecer um pouco a profissão, além de alguns outros
ensinamentos da área financeira. Você terá um momento de entretenimento de qualidade. Vale
conferir!
- -9
Ativos
• Custo histórico:valor desembolsado para se obter o ativo.
• Valor de mercado: valor que o ativo pode ser negociado em condições normais 
de mercado.
• Custo de reposição: valor desembolsado para repor o ativo considerando o que 
foi arrecadado com a alienação do anterior.
• Preço líquido de venda: valor arrecadado com a venda após deduzidos todos os 
custos.
• Valor de uso: valor presente do bem em uso.
Passivos
• Custo histórico: valor recebido para se adquirir a obrigação.
• Custo de cumprimento da obrigação: valor incorrido ao assumir a obrigação.
• Valor de mercado:valor de liquidação do passivo em condições normais de 
mercado.
• Custo de liberação:valor correspondente à baixa imediata da obrigação.
• Preço presumido: valor que a entidade aceitaria em troca da baixa da obrigação.
Para cada grupo classificado no ativo e no passivo do ente, há um critério de avaliação e mensuração, entre os
listados neste subtópico.
3.2 Procedimentos contábeis patrimoniais
Neste tópico, abordaremos todas as ações que envolvem os fatos que se relacionam diretamente com o
patrimônio dos entes públicos e como eles são tratados pela contabilidade aplicada ao setor público. É
importante tratarmos sobre esses procedimentos porque eles têm o intuito principal de padronização dos
procedimentos, levando-se em conta o processo de convergência das normas contábeis internacionais, em
atendimento aos normativos vigentes.
3.2.1 Variações patrimoniais
As variações patrimoniais são todas as modificações ocorridas que impactam, direta ou indiretamente, os itens
que compõem o patrimônio da entidade, alterando seus valores. Essas alterações podem ser derivadas de
incorporações, desincorporações ou baixas.
Conforme pondera Filho (2014, p. 121):
As variações patrimoniais são transações que resultam em alterações nos elementos patrimoniais da
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
VAMOS PRATICAR?
Discrimine itens que podem compor o patrimônio público de um ente qualquer, identificando
se é um bem, um direito ou uma obrigação desse ente e onde eles devem ser alocados: se no
ativo ou no passivo.
- -10
As variações patrimoniais são transações que resultam em alterações nos elementos patrimoniais da
entidade do setor público, mesmo em caráter compensatório, afetando, ou não, o seu Patrimônio
Líquido, e devem ser classificadas em quantitativas e qualitativas.
São exemplos de fatos que alteram o patrimônio:
alienação;
aquisição;
depreciação;
amortização;
superveniência.
Figura 6 - Amortização
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra pessoas reunidas em uma mesa efetuando cálculos de amortização, que é um tipo
de variação patrimonial.
As variações patrimoniais podem ser ou . Variações qualitativas provocam alteraçõesqualitativas quantitativas
no patrimônio, mas não alteram a situação líquida patrimonial. São provocadas por fatos permutativos ou
mutações patrimoniais, ou seja, que modificam valores iguais (aumentando uma conta e diminuindo outra) entre
contas patrimoniais. São exemplos de variações qualitativas a construção de bens de infraestrutura, aquisição de
estoques, aquisição de bens de uso especial etc.
VOCÊ O CONHECE?
Você sabe que o dia do contador é comemorado no Brasil no dia 22 de setembro? E que o
responsável pela inserção dessa comemoração em nosso calendário foi João de Lyra Tavares?
Ele foi uma personalidade muito importante nas ciências contábeis, pois atuou ativamente pela
consolidação da ciência no Brasil. Além disso, ele é considerado patrono da contabilidade
brasileira, sendo eternizado na Medalha de Mérito Contábil.
- -11
Já as variações patrimoniais quantitativas interferem e alteram a situação líquida patrimonial e são decorrentes
de fatos modificativos. Esse tipo de variação ainda se classifica em variações patrimoniais aumentativas e
diminutivas. Vejamos a seguir.
Variações patrimoniais aumentativas
As variações patrimoniais aumentativas são aquelas que alteram a situação líquida provocando um acréscimo
patrimonial. Esse tipo de alteração traz benefícios econômicos para o ente que a obtém.
Ratificando essa conceituação, de acordo com Filho (2014, p. 122):
São aquelas que aumentam o resultado patrimonial e, simultaneamente, o patrimônio líquido da
entidade. Trata-se de receitas sob o enfoque patrimonial, pois decorrem de aumentos nos benefícios
econômicos da entidade, durante o período contábil, sob a forma de aumento de ativos ou
diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido.
Figura 7 - Variações patrimoniais aumentativas
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura apresenta um gráfico, no qual uma pessoa aponta a seta em crescimento, demonstrando
uma variação patrimonial aumentativa.
Outro aspecto importante das variações patrimoniais aumentativas é que elas são consideradas receitas pelo
aspecto patrimonial, não se confundindo com as receitas orçamentárias e o que dispõe a Lei 4.320/64 em seu
art. 35.
As variações patrimoniais aumentativas podem decorrer ou do aumento do valor dos itens do ativo não
circulante ou da diminuição de valor dos itens que compõem o passivo não circulante. Além disso, elas podem
ser decorrentes da execução orçamentária do ente público ou independentes dela.
São exemplos de variações aumentativas decorrentes da execução orçamentária a arrecadação de receitas
tributárias, receitas de contribuições, receitas patrimoniais, entre outras.
Já as variações aumentativas independentes da execução orçamentária podem ser exemplificadas pelos ganhos
com a reavaliação de ativos, doações recebidas etc.
Variações patrimoniais diminutivas
- -12
Variações patrimoniais diminutivas
As variações patrimoniais diminutivas são aquelas que alteram a situação líquida patrimonial, reduzindo-a. São
consideradas despesas sob o enfoque patrimonial, e, do mesmo modo que as receitas, não devem ser
confundidas com as despesas orçamentárias tratadas na Lei 4.320/64.
Também podem ser resultantes da execução orçamentária ou independentes dela. Como exemplo de variações
diminutivas resultantes da execução, podemos citar as despesas com pessoal e encargos, aquisição de material
de consumo, entre outros. E variações diminutivas independentes da execução podem ser decorrentes de perdas
por reavaliação de ativos, doações realizadas etc.
As variações patrimoniais diminutivas decorrem que qualquer diminuição de valor dos itens do ativo não
circulante.
Figura 8 - Variação patrimonial diminutiva
Fonte: Mediapool, 2020.
#PraCegoVer: a figura ilustra um gráfico com vários itens sendo cortados por uma mão com uma tesoura,
representando as variações patrimoniais diminutivas.
No plano de contas aplicado ao setor público – PCASP, as variações apresentam-se organizadas nas informações
de natureza patrimonial, assim como o ativo e o passivo. As variações patrimoniais aumentativas – VPA estão
alocadas no lado do passivo e as variações patrimoniais diminutivas – VPD estão alocadas no lado do ativo.
Resultado patrimonial
As variações patrimoniais são apuradas e evidenciadas pela contabilidade aplicada ao setor público com o
VOCÊ SABIA?
Existem variações patrimoniais que alteram o patrimônio tanto quantitativa quanto
qualitativamente, ou seja, são provenientes de fatos permutativos e modificativos,
simultaneamente. Essas variações são chamadas de mistas ou compostas.
- -13
As variações patrimoniais são apuradas e evidenciadas pela contabilidade aplicada ao setor público com o
intuito de se resguardar a transparência nos fatos ocorridos no patrimônio público. Com isso, os resultados
apurados são demonstrados em demonstrativo contábil específico para esse fim.
De acordo com a NBC TSP –Estrutura Conceitual (2016, p. 32):
O confronto entre as variações patrimoniais aumentativas e as diminutivas resulta no resultado patrimonial.
Considerando que, caso as variações patrimoniais aumentativas sejam superiores às variações patrimoniais
diminutivas, o resultado será chamado de superavitário. E, caso ocorra o inverso, ou seja, as variações
patrimoniais diminutivas sejam superiores às variações patrimoniais aumentativas, o resultado patrimonial é
chamado de deficitário.
De acordo com Slomski (2013, p. 108):
O saldo da conta contábil Resultado Patrimonial do Exercício será levada a débito ou a crédito da
conta contábil, componente do Patrimônio Líquido, Superávit/Déficits Acumulados quando do
encerramento do exercício financeiro da entidade.
A importância de se evidenciar essas variações no setor público reside no fato de que os saldos apresentados em
balanço patrimonial, por exemplo, comparando-se dois períodos, não demonstram o que ocorreu para que
aqueles saldos se alterassem. A princípio, o que se tem, é uma evidenciação de aumento ou diminuição dos itens
patrimoniais. Com as variações, pode-se, de forma detalhada, verificar como esses saldos alteraram, levando-se
em consideração sempre que estamos tratando de recursos públicos de interesse geral da sociedade e que estão
sendo aplicados nos entes públicos para que os serviços sejam prestados de forma adequada.
CASO
A Prefeitura Municipal de Açucena efetuou arrecadação de receitas provenientes de Imposto
Predial Territorial Urbano – IPTU. Nesse sentido, analisaremos que tipo de variação
patrimonial ocorreu no fato descrito. A receita arrecadada é uma receita tributária, por ser
originária da arrecadação do tributo IPTU. Com essa arrecadação, também houve entrada de
dinheiro no caixa da prefeitura. Dessa forma, foram acionados dois sistemas: o patrimonial,
com o caixa, e o orçamentário, com a arrecadação da receita prevista no orçamento da
prefeitura. Com a entrada do dinheiro, houve um aumento no ativo circulante. A contrapartida
dessa entrada de numerário será uma variação patrimonial aumentativa – VPA, que é uma
conta de natureza credora. Portanto, como o caixa é de natureza devedora, pois é uma conta do
ativo, finalizamos o lançamento e atendemos à premissa contábil das partidas dobradas,
averiguando que houve uma variação patrimonial quantitativa aumentativa.
VAMOS PRATICAR?
Você deverá identificar que tipo de variação patrimonial ocorre quando um ente público
recebe um bem em doação. Identifique as contas envolvidas nessa transação e se a variação
patrimonial ocorrida é quantitativa ou qualitativa. Se for quantitativa, se é aumentativa ou
diminutiva e por quê.
- -14
Conclusão
Finalizamos esta unidade e você, caro(a) estudante, pôde aprender sobre o objeto da contabilidade aplicada ao
setor público, ou seja, o patrimônio público. A partir dos conceitos iniciais, foi possível observar como o
patrimônio público é composto, além de conhecer as formas de avaliação e de mensuração de ativos e passivos.
Os procedimentos contábeis relacionados ao patrimônio público também foram apresentados por meio das
variações patrimoniais e suas especificidades.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender o conceito de patrimônio no âmbito de alguns teóricos da área contábil e aprender o que é 
o patrimônio público, entendendo sua composição por meio do estudo dos bens, direitos e obrigações dos 
entes públicos;
• conhecer o importante normativo contábil, a NBC TSP Estrutura Conceitual, que trata dos itens que 
compõem o patrimônio público (o ativo e o passivo) e suas classificações em circulante e não circulante;
• entender a avaliação e a mensuração de ativos e passivos com as técnicas disponíveis e elencadas nos 
normativos pertinentes, principalmente no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – MCASP;
• aprender sobre as variações patrimoniais que ocorrem no patrimônio dos entes da Administração 
Pública, as quais podem ser qualitativas ou quantitativas, alterando ou não a situação líquida patrimonial 
desses entes;
• compreender que as variações patrimoniais são demonstradas com a finalidade de garantir a 
transparência dos atos ocorridos nos entes públicos e que afetam o patrimônio, além de subsidiar o 
demonstrativo contábil respectivo.
Bibliografia
ÁVILA, C. A.; BÄCHTOLD, C.; VIEIRA, S. J. . Curitiba: IFPR, 2011.Noções de contabilidade pública
BRASIL. . Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro paraLei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
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SLOMSKI, V. de acordo com as normas internacionais de contabilidadeManual de Contabilidade Pública:
aplicadas ao setor público (IPSASB/IFAC/CFC). 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
	Introdução
	3.1 Patrimônio público
	3.1.1 Composição do patrimônio público
	3.1.2 Avaliação e mensuração de ativos e passivos
	3.2 Procedimentos contábeis patrimoniais
	3.2.1 Variações patrimoniais
	Conclusão
	Bibliografia

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