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Introdução ao Sistema Nervoso Central SNC: ❖ Encéfalo. • Cérebro. • Tronco encefálico. • Cerebelo. ❖ Medula. Questionamentos: ❖ Qual o número aproximado de neurônios na cabeça de um ser humano? 86 bilhões de neurônios. ❖ Quantas conexões sinápticas apenas 1 neurônio consegue fazer? 10 mil. Comunicação neuronal: ❖ Transmissão: • Sinapse elétrica: importante para células astrócitos. • Sinapse química: componentes: o Componentes: → Canais de cálcio. → Vesículas. → Neurotransmissores. → Receptores pré e pós sinápticos. → Enzimas catabolizadoras. → Sítio de recaptação. Mediadores químicos: ❖ Neurotransmissor: • Substância presente dentro do neurônio pré-sináptico. • Substância liberada em resposta à despolarização da célula pré-sináptica. • Liberação dependente de cálcio. • Presença de receptores específicos para a substância na membrana pós-sináptica. • Produzidos no terminal axonal: Ach (acetilcolina); DA (dopamina); 5-HT (serotonina); GABA; GLU (glutamato); NA (noradrenalina). • Produzidos no corpo celular dos ribossomos: neuropeptídios. • Principal neurotransmissor excitatório: glutamato. • Principal neurotransmissor inibitório: GABA. ❖ Exemplos: NEUROTRANSMISSOR MOLÉCULAS PRECURSSORAS PRINCIPAIS MECANISMOS DE SÍNTESE MECANISMO DE REMOÇÃO DA FENDA SINÁPTICA RECEPTORES Acetilcolina Colina + acetil CoA Colina acetil transferase Acetilcolinesterase Muscarínicos Nicotínicos Glutamato Glutamina Glutaminase Transportador Glutaminérgicos Dopamina Tirosina Tirosina hidroxilase Transportador COMT e enzima MAO Dopaminérgicos Serotonina Triptofano Triptofano hidroxilase Transportador SERT e enzima MAO Serotoninérgicos Neuropeptídios Aminoácidos Síntese e transporte Diversas proteases Peptidérgicos Plasticidade cerebral: estímulos levam à adaptação estrutural e organizacional → rearranjo dos neurônios. Doença de Parkinson Introdução: ❖ Descrita primeiramente por James Parkinson como paralisia agitante. ❖ Portadores conhecidos: Papa João Paulo II; Muhammad Ali; Michael Jay Fox (possui fundação com seu nome). Epidemiologia: ❖ Prevalência de 85 a 187 casos por 100.000 habitantes. ❖ Faixa etária entre 50 e 70 anos e o pico é aos 60 anos. ❖ Incidência em homens é maior em relação às mulheres (3:2). ❖ Afeta 2% dos brasileiros acima de 60 anos. ❖ No Brasil, há 250 mil parkinsonianos segundo o IBGE. Etiologia: ❖ Idiopática. ❖ Consequente a AVC, infecção viral ou indução por fármaco antipsicótico. ❖ Doença ambiental: • Ação de neurotoxinas ambientais. • Uso de agrotóxicos específicos. • MPTP: o Contaminante usado como substituto da heroína. o Causa destruição irreversível dos neurônios dopaminérgicos nigroestriados. o Convertido pela MAOB em MPP (metabólico tóxico) → age seletivamente nos receptores dopaminérgicos e inibe reações de oxidação mitocondrial → estresse oxidativo. ❖ Produção de radicais livres no metabolismo da dopamina → anormalidades mitocondriais. ❖ Doença genética: • Forma hereditária (rara). • Desenvolvimento de agregados proteicos intracelulares (Corpos de Lewy → PT α-sinucleína). • Mutações na α-sinucleína tornam a PT resistente à degradação e ela se empilha. Sintomatologia: ❖ Distúrbio motor: tremor; rigidez; bradicinesia. ❖ Distúrbio não motor: alterações na personalidade; ansiedade; labilidade emocional; inflexibilidade; demência; bradifenia; depressão; distúrbios do comportamento. ❖ Outras manifestações: disfunção autônoma; disfunção sensorial; fadiga; perda de peso. Alterações neuroquímicas: ❖ Núcleos da base: • Forma um sistema que funciona em associação com o córtex cerebral e o sistema motor corticospinal. • Funções: controles de padrões complexos – especializados em atividades motoras (escrever letras do alfabeto; cortar papel; pregar). ❖ Diminuição de dopamina na substância negra e corpo estriado. ❖ Perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra e degeneração dos terminais nervosos no corpo estriado. ❖ Fisiologia: • Transporte da tirosina para interior do neurônio → conversão à DOPA pela enzima tirosina hidroxilase (TH) → conversão à dopamina pela ação da enzima L-aminoácidos aromáticos descarboxilase (AAADC). • Receptores: o D1: excitatório. o D2: inibitório. ❖ Via direta: neurônio dopaminérgico (DP) não excita receptor D1 (+) → não há ativação suficiente do neurônio inibitório GABAérgico → diminuição da inibição da substância negra parte reticular (PR) → aumento da inibição do tálamo → diminuição da excitação do córtex motor. ❖ Via indireta: neurônio dopaminérgico (DP) não inibe receptor D2 (-) → neurônio inibitório GABAérgico fica mais ativo (não ocorre sua inibição) → aumento da inibição do globo pálido → perde capacidade de inibir o núcleo subtalâmico (NST) → diminuição da inibição do NST → aumento da excitação da substância negra parte reticular (PR) → aumento da inibição do tálamo → diminuição da excitação do córtex motor. Tratamento farmacológico: CLASSE/MEDICAMENTOS NOMES COMERCIAIS Precursor da Dopamina LEVODOPA SINEMET; CRONOMET; PROLOPA Agonistas Dopaminérgicos BROMOCRIPTINA PARLODEL; BAGREN PERGOLIDA CELANCE LISURIDA DOPERGIN PRAMIPEXOL MIRAPEX; SIFROL ROPINIROL REQUIP Inibidor da MAO-B SELEGININA NIAR; DEPRILAN; ELDEPRIL Inibidor da COMT TOLCAPONA TASMAR ENTACAPONA COMTAN Anticolinérgicos BIPERIDENO AKINETON TRIHEXFENIDIL ARTANE Estimulação da Liberação de Dopamina – inibição de receptor excitatório AMANTADINA ❖ SUS: pramipexol; amantadina; bromocriptina; entacapona; seleginina; tolcapona; triexifenidil. ❖ Farmácia popular: • 90% de desconto. • Levodopa + carbidopa; biperideno; levodopa. ❖ Escolha da medicação: varia conforme grau de acometimento. ❖ Classes: 1) Levodopa: • Farmacocinética: o Bem absorvida no ID por transporte ativo. o Administração com alimento reduz absorção e pico de concentração plasmática. o Combinada com inibidor da dopa descarboxilase (enzima que degrada dopamina) de ação periférica (carbidopa ou benserazida). o Transforma-se em DA dentro dos terminais pré-sinápticos de neurônios dopaminérgicos no corpo estriado. • Farmacodinâmica: o Incialmente, a melhora é quase completa, mas a eficácia terapêutica diminui à medida que a doença avança. o Aumento da dose pode contribuir com melhora, mas pode causar efeitos adversos (aparecimento de discinesia e “efeito liga-desliga”). • Efeitos adversos: o Discinesia: movimentos involuntários de contração (afetam face e membros). o “Efeito liga-desliga”: rápidas flutuações em que hipocinesia e rigidez podem melhorar e, em seguida, melhorar novamente; não é visto em pacientes com DP não tratada. o Náusea e anorexia. o Hipotensão postural. o Efeitos psicológicos: síndrome esquizofrenia-símile (delírios e alucinações); confusão; desorientação; insônia; pesadelos. o IMAO + levodopa: combinação pode levar à crise hipertensiva. 2) Agonistas dopaminérgicos: • Farmacocinética: o Bem absorvidos por via oral. o Duração de ação maior que a levodopa. • Farmacodinâmica: o Não há necessidade de funcionalidade dos neurônios nigroestriatais. o Efetivos no tratamento de pacientes com “efeito liga-desliga”. o Seletividade na ação. o Não aumento produção de dopamina → não contribuem com geração de radicais livres. • Bromocriptina: agonista D2; agonista parcial D1. • Pergolida: agonista D1 e D2. • Pramipexol e Ropinirol: seletivos D2 e D3; pouca ou nenhuma atividade D1. 3) Inibidores da COMT: • Tolcapona: o Ação relativamente longa. o Inibição de COMT central e periférica. o Efeito adverso: hepatoxicidade. • Entacapona: o Ação de curta duração. o Inibição de COMT periférica. 4) Inibidores da MAO-B: • Seleginina: o Seletivo para MAO-B; em doses elevadas pode inibir MAO-A. o Protege dopamina de degradação intraneuronal. Doença de Alzheimer Definição:doença neurodegenerativa associada com amplo prejuízo das funções superiores, sendo a perda de memória o sintoma chave. Epidemiologia: 8 a 15% da população com mais de 65 anos. Etiologia: ❖ Genética: ❖ Ambiental: • Metais tóxicos. • Antimicrobianos. • Produtos industriais/comerciais químicos. • Poluição. • Pesticidas e inseticidas. Sintomatologia: ❖ Inicial (2 a 3 anos): confusão de nomes e lugares; diminuição na habilidade de recordar informações; dificuldade no manuseio de dinheiro e pagamento de contas; pouca capacidade de decisão; perda de iniciativa; ansiedade. ❖ Intermediário (2 a 10 anos): maior perda de memória; confusão; inquietude; dificuldade no reconhecimento de amigos próximos e familiares; problemas motores e perceptuais; perda de facilidade de linguagem; problemas com pensamentos lógicos; desintegração dos hábitos sociais. ❖ Final (1 a 3 anos): incapacidade de reconhecer a si mesmo; incontinência; afasia; alteração no humor (ansiedade, agitação e depressão); convulsões. Memória: ❖ Capacidade de armazenar e evocar informações. ❖ Aquisição consolidação evocação. Neurotransmissão colinérgica: ❖ Captação de colina através de transportador dependente de sódio (pode ser inibida por hemicolínio). ❖ Colina e acetila (proveniente da acetilcoenzina A) se unem e formam acetilcolina (ACh) através da enzima colina acetiltransferase (ChAT). ❖ Transporte de ACh para dentro de vesículas de armazenamento pelo transportador de ACh (pode ser inibido por vesamicol). ❖ Liberação de ACh mediante despolarização da membrana → abertura de canais de Ca2+ VD → entrada de Ca2+ fusão das membranas vesicular e celular → exocitose do neurotransmissor (pode ser inibida por toxinas pré-sinápticas – toxina botulínica). ❖ Na fenda sináptica pode atuar em receptores muscarínicos e nicotínicos pós-sinápticos para produzir resposta característica do efetor (ACh) e em RAChm e RAChn pré-sinápticos para modificar sua própria liberação. ❖ Ação interrompida pela enzima acetilcolinesterase (AChE) que degrada ACh em colina e acetato. Alterações neuroanatômicas: encolhimento do córtex cerebral (área de memória e linguagem); diminuição da massa encefálica; ventrículos aumentam de tamanho; atrofia do hipocampo. Patofisiologia: ❖ Degeneração de núcleos subcorticais: • Núcleo basal de Meynert e septo medial (acetilcolina). • Núcleo da rafe (serotonina). • Locus ceruleus (noradrenalina). Histopatologia: ❖ Placas amiloides extracelulares: depósitos extracelulares amorfos da proteína β-amiloide (Aβ). ❖ Aglomerados neurofibrilares intraneuronais: filamentos da proteína fosforilada associada ao microtúbulo (Tau). ❖ Mutações no gene PPA: • Controlam o processamento amiloide. • Clivagem do PPA é feita por três proteases: o α-secretase: produz PPA solúvel (função fisiológica). o β,γ-secretase: geram proteína Aβ de extensões variadas (Aβ40 e Aβ42). o Aβ42: possui maior tendência para se agregar como placa amiloide e é produzida em maior quantidade. ❖ Mutações nos genes da pré-senilina: aumentam atividade da γ-secretase. ❖ Mutações no gene para ApoE4: facilita clivagem de Aβ. ❖ Mutações na Tau: PT Tau é fosforilada dissocia-se dos microtúbulos deposita-se intracelularmente como filamentos helicoidais pareados agregam-se como agregados neurofibrilares extracelulares. Farmacoterapia: ❖ Inibidores da acetilcolinesterase: FÁRMACO TIPO DE INIBIÇÃO DURAÇÃO DA AÇÃO EFEITOS ADRVERSOS OBSERVAÇÕES Donepezila Seletivo para AChE 24h; 1X por dia (longa meia-vida – 70 horas); via oral Efeitos adversos colinérgicos leves 4 a 6 semanas – 5mg Após esse período – 10mg Rivastigmina Seletivo para SNC Dose inicial 4,6mg/24 horas após 4 semanas de dosagem mais baixa Tendem a diminuir com a continuação do tratamento Sistemas (adesivos) devem colados em pele limpa e seca, sem pelo e intacta nas costas, zonas superiores do braço peito; substituídos de 24 em 24 horas Galantamina (alcaloide terciário) AChE e BuChE; ↑ ação intrínseca da ACh nos RAChn pela locação a um sítio alostérico do receptor 8h; 2X por dia; dosagem oral Poucos efeitos adversos Doses mais eficientes foram 16, 24 e 32mg/dia; mais recomendadas foram 16 e 24mg/dia por terem menos efeitos adversos ❖ Antagonistas do receptor NMDA: • Memantina: Epilepsia Introdução: ❖ Distúrbio cerebral crônico de diversas etiologias, caracterizado por manifestações recorrentes clinicamente diversificadas (convulsões). ❖ Indivíduo é vulnerável a dificuldades sociais e pode apresentar profundos problemas psicológicos. TRANSTORNO PSIQUIÁTRICO PACIENTES COM EPILEPSIA POPULAÇÃO EM GERAL Transtornos do humor (depressão) 24 a 74% 3,3% distimia 5 a 17% depressão maior Transtornos de ansiedade 10 a 25% 5 a 7% TAG 1 a 4% transtorno do pânico Psicoses 2 a 9% 0,7 a 1% esquizofrenia TDAH 12 a 37% 4 a 12% Epidemiologia: ❖ 50 milhões de pessoas possuem epilepsia no mundo. ❖ Incidência de cada tipo de crise depende da faixa etária. ❖ 75% dos pacientes apresentam sua primeira antes dos 18 anos. Etiologia: ❖ Lesão/alteração em determinada área do córtex por tumor, malformação do desenvolvimento, traumatismo ou acidente vascular encefálico (AVE). ❖ Genética: genes codificam canais iônicos neuronais envolvidos no controle da geração de potenciais de ação (canais de sódio e potássio VD, receptores GABAA e receptores nicotínicos de acetilcolina. Eletroencefalografia (EEG): registra atividade elétrica integrada gerada pelos potenciais sinápticos nos neurônios das camadas superficiais de uma área localizada no córtex. Tipos: ❖ Crises epiléticas parciais: descarga começa localmente e, com frequência, permanece localiza; origem no cérebro e tronco cerebral. • Crises parciais simples: sem envolvimento da consciência. o Com sintomas motores. o Com sintomas sensoriais. o Com sinais ou sintomas autonômicos. o Com sintomas psíquicos. • Crises parciais complexas: com alteração da consciência; psicomotoras ou do lobo temporal. o Início com crise parcial simples, seguida de alterações da consciência. o Com alterações da consciência desde o início da crise. • Crises parciais seguidas de crises generalizadas secundárias: o Crises parciais simples, seguida de crises generalizadas. o Crises parciais complexas, seguida de crises generalizadas. o Crises parciais simples, seguida de crises parciais complexas, seguida de crises generalizadas. ❖ Crises epilépticas generalizadas: • Ausência: o Ocorre em crianças. o Pessoa subitamente cessa o que está fazendo. o Olha fixamente para o vazio por alguns segundos, com pouca ou nenhuma alteração motora. o Recuperação rápida. o ECG: despolarização rítmica. • Crises mioclônicas. • Crises clônicas. • Crises tônicas. • Crises tônico-clônicas: o Fase tônica: → ECG: atividade contínua generalizada de alta frequência. → Duração: 1 minuto. → Forte contração inicial da musculatura → espasmo extensor rígido e grito involuntário. → Respiração cessa. → Pode ocorrer defecação, micção e salivação. → Face congesta e cianótica. o Fase clônica: → ECG: despolarização intermitente. → Violentos abalos sincronizados (2-4 minutos). → Inconsciência (alguns minutos). → Recuperação → confusão e mal estar. • Crises atônicas. • Síndrome de Lennox-Gastaut: o Ocorre em crianças. o Associa-se a retardo mental progressivo devido ao reflexo de neurodegeneração excitatória. • Estado de mal epilético: crises contínuas ininterruptas. ❖ Crises epiléticas não classificáveis. Tratamento: ❖ 70% dos pacientes conseguem controlar suas crises através de medicamentos; 30% restantes necessitam de tratamento cirúrgicos. ❖ Objetivo: • Prevenção da recorrência de crises. • Melhor controle da doença com mínimo de efeitos adversos. • Integração do paciente na comunidade. ❖ Mecanismos de ação: • Potencializaçãoda ação do GABA: o Ativação dos receptores GABAA → facilita abertura de canais de cloreto mediados pelo GABA. EX: fenobarbital (barbitúricos) e benzodiazepínicos. o Inibição da enzima GABA transaminase (localizada no interior dos astrócitos) → não inativação do GABA pela enzima. EX: vigabatrina. o Inibição da captação de GABA pelos neurônios e células da glia aumento da concentração extracelular. EX: tiagabina. o Síntese dos fármacos: → Benzodiazepínicos. → Barbitúricos. → Vigabatrina. → Tiagabina. → Gabapentina. • Inibição de canais de sódio: o Diminuição da excitabilidade da membrana atuando sobre canais de sódio VD, os quais possuem corrente de voltagem necessária para geração de PA. o Ligação com canis de sódio no estado inativo → impedindo retorno ao estado de repouso → redução dos canais funcionais disponíveis para gerar PAs. o Estado de repouso: momento em que os neurônios não estão em atividade (não há excitação). o Estado inativo: estado em que o canal entra logo após ser ativado. o Síntese dos fármacos: → Fenitoína. → Carbamazepina. → Valproato. → Lamotrigina. o Indicações de uso: → Anticonvulsivante. → Neuralgia do trigêmeo. → Enxaqueca. → Depressão bipolar. • Inibição de canais de cálcio: o Bloqueios aos canais de cálcio ativados por voltagem do tipo T (determinam despolarização rítmica dos neurônios do tálamo associados às crises de ausência. o Síntese dos fármacos: → Etossuximida. → Felbamato. → Lamotrigina. SÍTIOS DE AÇÃO NEURONAL DE DROGAS ANTIEPILÉPTICAS SÍTIOS DE AÇÃO DE DROGAS EPILÉPTICAS EM SINAPSE GABAÉRGICA ❖ Fármacos: FÁRMACO LOCAL DE AÇÃO USO PRINCIPAL MEIA- VIDA (HORAS) CANAL DE SÓDIO RECEPTOR GABAA CANAL DE CÁLCIO OUTRO Fenobarbital + Todos os tipos, exceto crises de ausência 4-124 Benzodiazepínicos (clonazepam, clobazam, lorazepam e diazepam) ++ Todos os tipos Depende do fármaco Fenitoína ++ Todos os tipos, exceto crises de ausência 3-16 Carbamazepina ++ Todos os tipos (+ usado), exceto crises de ausência; neuralgia do trigêmeo 2-10 Ácido valproico + + Inibição da GABA transaminase Maioria dos tipos, inclusive crises de ausência 8-12 Lamotrigina ++ Inibição da liberação de glutamato Todos os tipos 2-10 Etossuximida ++ Crises de ausência; pode exacerbar crises tônico-clônicas 6-14 Gabapentina e pregabalina + Crises parciais 6-9 Vigabatrina Inibição da GABA transaminase Todos os tipos Curta Topiramato +? +? +? Desconhecido Todos os tipos, exceto crises de ausência 20 ❖ Efeitos adversos: • Fenobarbital: o Sedação; depressão; irritabilidade; nistagmo; ataxia; erupção cutânea; anemia megaloblástica; osteomalácia; hiperatividade em crianças; agitação paradoxal em idosos. • Benzodiazepínicos: o Sedação; incoordenação; ataxia; hipersecreção brônquica; hipotonia; tontura; salivação; hiperatividade paradoxal em crianças; síndrome de retirada após uso crônico; alterações de comportamento. • Fenitoína: o Tóxicos: nistagmo; ataxia; sonolências; vertigem; náuseas; vômitos; desordens do movimento; arritmias cardíacas; hipotensão. o Idiossincrásicos: reações de hipersensibilidade; dermatites; leucopenia; trombocitopenia; febre; agranulocitose; anemia aplásica; eosinofilia; hiperplasia linfoide; LES; hepatite. o Efeitos do uso crônico: hiperplasia gengival; hirsutismo; disfunção cerebelar crônica; polineuropatia; distúrbio de funções cognitivas; hipocalcemia; osteomalácia; anemia megaloblástica por deficiência de folato e B12. o Malformação fetal. • Carbamazepina: o Sedação; ataxia; reação cutânea; desconforto gastrintestinal; reações de hipersensibilidade; anemia aplásica (rara); leucopenia; vertigem; visão embaçada; diplopia; nistagmo; tremor; nioclonia; retenção hídrica; insuficiência hepática (rara); icterícia. • Ácido valproico: o Náuseas; vômitos; sedação; hepatotoxicidade; alopecia; tendência hemorrágica; pancreatite aguda; aumento de peso; teratogênico. • Lamotrigina: o Cefaleia; diplopia; tontura; sedação; ataxia; tremor; sintomas gastrintestinais; alterações comportamentais; discrasias sanguíneas; reações cutâneas; Síndrome de Steven-Johnson (rara). • Etossuximida: o Náuseas; distúrbios gastrintestinais; sedação; soluços; pancitopenia; alteração da função hepática; cefaleia; tontura; anorexia; reação extrapiramidal; alterações comportamentais; discrasias sanguíneas; LES. • Vigabatrina: o Tontura; ataxia; cefaleia; sedação; falhas no campo visual; alterações comportamentais e do humor; surto psicótico (raro); aumento do peso; agitação em crianças. Hipnóticos Sono: ❖ Fenômeno ativo. ❖ Estado funcional, reversível e cíclico, com comportamento característicos (imobilidade relativa e aumento do limiar de respostas aos estímulos externos). ❖ Produz variações biológicas e mentais. ❖ Tipos: • Sono de ondas lentas (sono não REM): o Acompanhado de diminuição da maioria das funções corporais. o Redução da respostas aos estímulos sensoriais. o Redução generalizada do tônus muscular. o Respiração se torna profunda e regular. o Diminuição da FC e produção de calor. o Aumento da liberação do hormônio de crescimento e prolactina. o Sono repousante. o Corresponde a 75% do total de sono. • Sono paradoxal (sono REM): o Movimento rápidos dos olhos. o Variação do SNA com respiração e ritmos cardíaco se tornando mais rápidos e irregulares. o Aumento da PA e secreção dos hormônios suprarrenais. o Frequência: a cada 90 minutos. o Duração: 5-30 minutos. o Relaciona-se aos sonhos e memórias. o Corresponde a 25% do total de sono. ❖ Estágios: • 1 (mais leve); 2 (50% do total de sono); 4 (mais pesado). • Noite de sono inicia no sono não-REM, passando do estágio 1 o 4 e retornando para o estágio 1 e 2, para entrar no sono REM. • Sequência tende a se repetir de 5 a 6 vezes durante a noite. Substratos neurais: ❖ Mesencéfalo: • Formação reticular. • Núcleos da rafe. • Núcleo do locus coeruleus. ❖ Diencéfalo. Neuromodulação: estados de vigília e sono. NEUROTRANSMISSOR VIGÍLIA SONO ONDAS LENTAS REM ACh ++ + +++ NA ++ + - 5-HT ++ + ± HST ++ - - ORX ++ - - Transtornos do sono: ❖ Classificação: 1. Dissonias: transtornos do ritmo circadiano do sono → pacientes tem dificuldade em iniciar ou manter o sono ou podem dormir em excesso. • Transtornos intrínsecos do sono: o Insônia. o Narcolepsia – indivíduo cai no sono enquanto realiza alguma atividade; utilizam-se medicamentos psicoestimulantes (anfetaminas – utilizadas no tratamento de TDAH). o Hipersonia. o Síndrome de apnéia obstrutiva do sono. o Síndrome de inquietação das pernas. • Transtornos extrínsecos do sono: o Insônia de altitude. o Síndrome do comer (beber) noturno. o Transtorno do sono induzido por toxina. o Higiene do sono inadequada. • Transtornos do ritmo circadiano do sono: o Síndrome da mudança da zona de tempo (fuso horário). o Padrão irregular de sono vigília. 2. Parassonias: caracterizadas por comportamentos ou eventos fisiológicos anormais associados com o sono ou alguma de suas fases. • Transtornos do despertar: o Sonambulismo. o Terrores noturnos. • Transtornos da transição sono-vigília: o Sonilóquio. • Parassonias geralmente associadas ao sono REM: o Pesadelos. o Paralisia do sono. • Outras parassonias: o Bruxismo do sono – ranger dos dentes enquanto o indivíduo está dormindo; utilizam-se medicamentos antidepressivos do grupo da fluoxetina. o Enurese do sono – perda voluntária de urina enquanto o indivíduo está dormindo; normalmente está relacionado com Ach; utilizam-se drogas anticolinérgicas (atropina), mas há efeitos adversos (boca seca/xerostomia; dilatação de pupilas/midríase; constipação); usam-se medicamentos antidepressivos (amitriptilina). 3. Transtornos do sono associados com transtornos médicos psiquiátricos: • Associadoscom transtornos mentais: o Psicoses. o Transtornos do humor. o Alcoolismo. • Associados com transtornos neurológicos: o Demência. o Parkinsonismo. • Associados com outros distúrbios médicos: o Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). o Úlcera péptica. • Transtornos do sono propostos: o Pequeno dormidor. o Grande dormidor. ❖ Epidemiologia: • 15-30% da população relatam a médicos dificuldades para dormir no decorrer de um ano. • 5-10% dessas pessoas recebem algum tipo de medicação. • Hipnóticos são mais utilizados por mulheres e idosos. ❖ Etiologia: • Genes: o GABRB3: regulação da inibição gabaérgica. o 3111T/C CLOCK: regulação do tempo do ciclo circadiano. o 5-HTTLPR: regulação da serotonina nas sinapses. o ROR1: modulação do crescimento neuronal e formação de sinapses. o PLCB1 e CACNA1C: regulação da sinalização de cálcio. • Achados: o Aumento da atividade talâmica durante o sono. o Redução da seleção sobre a cabeça do núcleo caudado. o Aumento do volume do córtex cingulado anterior. o Redução do volume do lobo frontal e atividades. o Aumento da atividade da amígdala. o Redução do volume hipocampal. ❖ Tratamento: 1. Não farmacológico: • Ida para cama somente quando houver sono. • Saída da cama se houver dificuldade de dormir. • Limitação da ingestão de cafeína e álcool à noite. • Horário regular para dormir. • Restrição do sono e exercícios moderados durante o dia. • Quarto com temperatura adequada e suficiente silêncio. 2. Farmacológico: • Hipnótico ideal, do ponto de vista farmacodinâmico, reproduziria a fisiologia normal do sono, sem provocar o aparecimento de efeitos adversos. • Não há um medicamento que atinja esses objetivos. • Drogas utilizadas: etanol, cânhamo, ópio, brometo, hidrato de cloral, paraldeído, barbitúricos, anti-histamínicos, benzodiazepínicos, zolpidem e zopiclona. ➢ Anti-histamínicos: • Mecanismo de ação: o Ação da histamina: liberação de histamina na fenda sináptica → atuação em receptores H1 → ativação do neurônio promotor do despertar → pessoa acorda. o Fármaco é antagonista do receptor (H1) e impede que a histamina se ligue → não ativação do neurônio → indução do sono. • Fármacos: o DraminB6: dimenidrinato + cloridrato de piridoxina → início mais lento. o Fenergan: cloridrato de prometazina → uso para insônia, pré-anestesia e potencialização de analgésicos (ação sedativa). o Difenidrin: cloridrato de difenidramina (difenidramina + 8-cloroteofilina) → início mais rápido; uso adulto (dose de 10 a 50mg via IV ou M; dose máxima diária 400mg); uso pediátrico acima de 12 anos (dose de 5/mg/kg/24 divida em 3 ou 4 vezes durante o dia via IV ou IM; dose máxima 300mg). ➢ Barbitúricos: • Mecanismo de ação: o Atuam sobre os receptores GABAA (subunidades α e β) → intensificação da ligação do GABA com os receptores → potencialização das correntes de cloro induzidas por GABA devido ao prolongamento dos períodos de surto de abertura do canal de cloro (≠ dos benzodiazepínicos → aumentam a frequência dos surtos). • Farmacocinética: o Absorção rápida via oral. o Administração também por IM profunda e IV (tratamento do estado epiléptico ou para indução e/ou manutenção de anestesia geral). • Farmacodinâmica: o Diminuição da latência do sono, número de despertares e durações do sono REM e de ondas lentas. • Efeitos adversos: o Tolerância. o Interrupção leva a aumentos de rebote. o Depressão residual do SNS no dia seguinte. o Alterações de humor (excitação paradoxal). o Comprometimento do julgamento e habilidades motoras finas. o Vertigem, náuseas, vômitos e/ou diarreias. o Hipersensibilidade. o Interações medicamentosas. o Intoxicação. o Contraindicado para pacientes com porfiria intermitente aguda, porfiria variegada e insuficiência pulmonar. • Fármacos: FÁRMACO MEIA-VIDA USO TERAPÊUTICO Amobarbital 10-40hrs Insônia, sedação pré-operatória e conduta de emergência nas convulsões Butabarbital 35-50hrs Insônia e sedação pré-operatória Pentobarbital 15-50hrs Insônia, sedação pré-operatória e conduta de emergência nas convulsões Fenobarbital 80-120hrs Distúrbios convulsivos, estado epiléptico e sedação diurna Secobarbital 15-40hrs Insônia e sedação pré-operatória Tiopental 8-10hrs Indução e/ou manutenção de anestesia, sedação pré- operatória e conduta de emergência nas convulsões ➢ Benzodiazepínicos: • Estrutura química: o Anel de sete elementos (anel diazepínico) + anel aromático (benzeno) que tem quatro grupos substituintes. • Mecanismo de ação: o Atuam seletivamente nos receptores GABAA → canal iônico controlado por ligante com formato de pentâmero composto de subunidades α (6 subtipos), β (3 subtipos) e γ (3 subtipos). o Ligam-se na interface entre subunidades α e γ, apenas nos receptores que contêm subunidades γ2 e α1, α2, α3 e α5. o Intensificam a resposta do GABA → facilitando abertura de canais de cloreto. o Atuam alostericamente → aumentam afinidade do GABA pelo receptor GABAA. • Indicações: o Combate a insônia e ansiedade (transtornos). o Anestesia endovenosa. o Anticonvulsivante. o Relaxante muscular. o Combate os sinais de abstinência ao álcool. • Farmacocinética: o Excelente absorção oral. o Administração também por vias IM e IV. o Não provocam indução enzimática. o Classificação conforme meias-vidas: → Ação ultrarrápida. → Ação curta. ▪ Meia-vida < 6h. ▪ Triazolam. → Ação intermediária. ▪ Meia vida de 6-24hrs. ▪ Estazolam e temazepam. → Ação longa. ▪ Meia-vida > 24hrs. ▪ Flurazepam, diazepam e quazepam. • Farmacodinâmica: o Diminuição da latência do sono e frequência com que a pessoa acorda, aumentando a duração do sono total. • Farmacoterapia: o Uso da menor dose efetiva. o Administração intermitente (2 a 4 vezes por semana). o Uso por períodos curtos. o Descontinuação gradual da medicação. o Atenção para insônia rebote. • Efeitos adversos: o Amnésia anterógrada (não há memória dos eventos experimentados enquanto sob influência do fármaco). o Prejuízo no desempenho psicomotor. o Tolerância e dependência. o Interrupção pode levar à insônia rebote. o Depressão respiratória não é comum quando administrados isoladamente. • Fármacos: FÁRMACO MEIA-VIDA USO TERAPÊUTICO Diazepan 43 ± 13hrs Transtornos de ansiedade, estado epiléptico, relaxamento muscular esquelético e pré-medicação anestésica Estazolam 10-24hrs Insônia Flurazepam 74 ± 24hrs Insônia Quazepam 39hrs Insônia Temazepam 11 ± 6hrs Insônia Triazolam 2,9 ± 1,0hrs Insônia BENZODIAZEPÍNICOS X BARBITÚRICOS X HIDRATO DE CLORAL (TRATAMENTO DA INSÔNIA) BARBITÚRICOS X BENZODIAZEPÍNICOS ❖ Sedação: ↓ da atividade do SNC (pode não estar consciente); dificuldade psicomotora. ❖ Hipnose: inconsciência; resposta a estímulos. ❖ Anestesia geral/narcose: semelhante ao coma; não há resposta a estímulos. ❖ Paralisia: indivíduo vai a óbito → apenas BARBITÚRICOS. ➢ Novos agonistas dos receptores benzodiazepínicos: • Compostos “Z”. • Atuam modulando o receptor GABAA. • Não apresentam estrutura dos BZDs. • Zolpidem: o Atua na subunidade α1 do receptor GABAA. o Meia-vida: 2,4hrs. o Promove rápida indução do sono. • Zopiclona: o Atua nas subunidades α1 e α2 do receptor GABAA. o Meia-vida: 5,3hrs. • Eszopiclona: enantiômero da zopiclona. • Zaleplona: o Atua na subunidade α1 do receptor GABAA. o Meia-vida: 0,9hrs. o Promove rápida indução do sono. o Pode ser usado no meio da noite. ➢ Melatonina: • Níveis de melatonina no núcleo supraquiasmático se elevam de maneira circadiana (aumento da concentração à noite → atinge platô → diminuição da concentração à medida que noite prossegue). • Mecanismo de ação: o Liga-se aos receptores MT1 (promove início do sono) e MT2 (altera sincronia do sistema circadiano). • Farmacodinâmica: o Melhora latência, duração e qualidade do início do sono em crianças, adolescentes , idosos emulheres na pós-menopausa. o Uso consistente de melatonina gera taxa de rebote muito baixa. ➢ Ramelteona: • Congênere da melatonina → análogo tricíclico sintético da melatonina. • Mecanismo de ação: o Atua seletivamente de forma agonista nos receptores da melatonina MT1 e MT2. • Indicação: o Tratamento de insônia transitória e crônica → dificuldade para iniciar o sono. QUADRO RESUMO DO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Farmacologia – sistema nervoso central Dividido em encéfalo (cerebelo, tronco encefálico e cérebro) e medula. 86 bilhões de neurônios. Um neurônio pode fazer 10 mil conexões. Se há um estímulo ao neurônio, inicia-se uma despolarização, por meio de canais de íons. Em uma ação hipnótica, em uma cirurgia se deseja que chegue ao estado de hiperpolarização, para que o neurônio fique sem função. Neurotransmissores precisam estar dentro de vesículas quando na célula pré-sináptica, para que haja a velocidade ideal ou a função ideal. Há receptores na célula pós-sináptica e também na célula pré-sináptica. Mediadores químicos Neurotransmissores – substancia deve estar presente no neurônio pré-sináptico. A substancia deve ser liberada em resposta a despolarização pré-sináptica, e essa liberação deve ser mediada por cálcio. Receptores específicos para a substancia devem existir na membrana pós-sináptica. Ex: acetilcolina, dopamina, serotonina (neurotransmissor do humor), gaba, noradrenalina, adenosina, histamina, glutamato (acelerador do cérebro, excitação). Produção de neurotransmissor ocorre no terminal axonal. Plasticidade cerebral Intensidade depende da idade mas pode ocorrer em todos os momentos da vida. Estímulos podem alterar a plasticidade e podem até auxiliar a produção de novos neurônios, neurogênese. NO potencializa a memória. Não está em vesículas, produzido no endotélio, é um gás, se dissipando conforme necessidade. Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Parkinson Descrito primeiramente em 1817. Famosos que tiveram/tem Parkinson – papa João Paulo 2; muhamid dali; Michael j. fox; Na doença de Parkinson, aglomerados de proteína intracelulares, conhecidos como corpos de Lewy, são desenvolvidos em várias partes do cérebro. Eles consistem em alfa sinucleína, uma proteína sináptica presente em grandes quantidades nos cérebros normais. A alfa sinucleína está relacionada à reciclagem da vesícula sináptica, mas quando sofre mutação perde essa capacidade, resultando no comprometimento do armazenamento vesicular da dopamina. Isso pode levar ao aumento da dopamina citosólica, cuja degradação produz espécies reativas de oxigênio, levando à neurotoxicidade. Além disso, há uma mutação na parquina, uma proteína que participa na degradação intracelular das proteínas degeneradas. Portanto, a alfa-sinucleína com erro no enovelamento proteico, facilitada pelas mutações genéticas ou possivelmente por fatores ambientais, acumula-se na célula como resultado do comprometimento da degradação proteica (resultado da parquina defeituosa) na forma de corpos de Lewy, os quais, por mecanismos desconhecidos, comprometem a sobrevivência da célula. Se o estresse oxidativo for aumentado, como resultado de isquemia, venenos mitocondriais ou mutações de certas proteínas mitocondriais, o resultado é a morte da célula. A morte de neurônios produtores de dopamina significa menos dopamina e, sem dopamina suficiente, outras partes do cérebro podem não funcionar adequadamente. Epidemiologia – no brasil, há 250 mil parkinsonianos. A faixa etária mais acometida se situa entre 50 e 70 anos, sendo o pico aos 60 anos. A incidência em homens é ligeiramente maior do que em mulheres (3:2). Etiologia – ação de neurotoxinas ambientais (1-metil-4-fenil-1-2-3-6-tetraidropiridina. MPTP. Toxina em que muitos jovens usuários de drogas usaram e desenvolveram Parkinson. É uma toxina super seletiva que afeta a área de desenvolvimento para o parkinson). Relação entre Parkinson/parkinsonismo e pesticidas reconhecido por pesquisadores. Produção de radicais livres na quebra de dopamina ou de outras substâncias. Predisposição genética – mais relacionado a inícios mais precoces. Principais proteínas relacionadas ao aparecimento de Parkinson: alfa-sinucleína (demência precoce) e parkina (parkinson precoce com progressão lenta). MPTP e outras substâncias conseguem afetar a mitocôndria, criando disfunções. Além disso, há a disfunção de parkina, que serve para marcar proteínas antigas que deveriam ser destruídas, mas como a parkina está com defeito elas ficam acumuladas, podendo desenvolver a doença. Sinais essenciais na doença de Parkinson: rigidez, tremor, alterações no equilíbrio postural, bradicinesia. Distúrbio não motor na doença de Parkinson – anormalidades neurocomportamentais na doença de Parkinson: demência; bradifenia; depressão e ansiedade; distúrbios do sono; alterações na personalidade (apatia, falta de confiança, medo, ansiedade, labilidade emocional e inflexibilidade); Apenas quando morre 70% dos neurônios dessa região é que inicia a manifestação da doença. Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Os gânglios da base formam um sistema que funciona em associação com o córtex cerebral e o sistema córtico-espinhal. Gânglios da base são responsáveis por movimentos, tendo como funçãi o controle de padrões complexos, especializados em atividade motora, precisando funcionar de forma harmônica. É na substancia negra que ocorre a maior taxa de destruição, levando ao desenvolvimento da doença, uma vez que destruídos os neurônios dessa região, principalmente neurônios dopaminérgicos, ocorre uma reação em cadeia que afeta as outras regiões, já que a dopamina necessita ser liberada para que o ciclo ocorra. Dopamina, produzida a partir da tirosina, uma vez que criada, é estocada em vesículas. Atua em receptores divididos em D1 (aumenta 2º mensageiro, ocorrendo ativação da 2º célula) e D2 (diminuição do 2º mensageiro). Glutamina é excitatório. Gaba é inibitório. Dopamina depende da família, se é D1 é excitatório, se é D2 é inibitório. Em condições normais, a substancia negra pc (SNpc) É conectada, através do feixe de neurônios nigroestriatal, ao estriatum (STR). Os neurônios do estriado possuem receptores D1 e D2, ou seja, alguns de seus neurônios são excitados pelo neurotransmissor e outros são inibidos; eles também são gabaérgico, ou seja, liberam GABA, o qual é um neurotransmissor inibitório. Os neurônios que saem do estriatum atuam em dois locais, formando uma via direta e outra indireta de estimulação. Na via direta, os neurônios do estriatum possuem receptores D1 e liberam GABA na substancia negra pr (SNpr), inibindo-a. Essa, então, que inibiria o ventroanterior e ventrolateral do núcleo talâmico, não o inibe e ele fica livre para excitar o córtex cerebral através do neurotransmissor glutamina. Já na via indireta, os neurônios do estriatum possuem receptores D2 para a dopamina, a qual os inibe. Caso não inibido, o estriatum iria prosseguir em inibir o globo pálido lateral (LGP). O LGP, se não inibido, iria inibir o núcleo subtalâmico (STN), o qual estimula, através da glutamina, a substância negra pr. Como já dito, a substância negra inibe os ventros do núcleo talâmico, impedindo a excitação cortical. (Retirado do resumo da Louise Hoffmann). Via direta estimula o córtex cerebral e a via indireta inibe o córtex cerebral. Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII No cérebro com a doença de Parkinson, o controle motor mais preciso se torna pior devido à falta de conexão com o córtex cerebral. Medicamentos que atuam em D2 apresentam um melhor resultado, uma vez que tentam manter um equilíbrio. Se apresentar menos dopamina atuando em D2, que é inibitório, significa que terá menos inibição, ocorrendo uma atividade mais exacerbada. Substancianegra é o azul escrito STR, sendo a dopamina o neurotransmissor que sai dele. Se há uma dificuldade na secreção de dopamina, o neurônio inibitório vai perder sua função inibitória, aumentando ainda mais a ação da via indireta, que é caracterizada pela inibição do globo pálido lateral, não conseguindo inibir o núcleo subtalamico. Por isso, ele estimula a substancia negra PR, que inibe o ventroanterior e o ventrolateral do núcleo talâmico, não conseguindo estimular o córtex. Como a via direta fica inibida, também não consegue estimular o córtex. Tratamento O medicamento de dopamina não serve para doença de Parkinson, uma vez que ela não consegue ultrapassar pela membrana hematoencefálica e é degrada por enzimas. Medicamentos – akineton e artane são utilizados apenas no início da doença, uma vez que mexe com a acetilcolina, diminuindo (no começo, a falta de dopamina aumenta a acetilcolina, isso é, aumenta a atividade colinérgica, fazendo com que o paciente trema). A dose de levodopa aumenta com o passar do tempo, por isso o início para utilizar esse medicamento é sempre adiado, para que comece a ser utilizado apenas quando realmente necessário. No Parkinson, usa-se a levodopa, que é um precursor da dopamina, inibidores da MAOB, inibidores da COMT e agonistas dopaminérgicos. LEVODOPA Tratamento mais comum e efetivo na doença de Parkinson. A dopamina difere da levodopa devido a carboxila presente nessa última. Bem absorvida no intestino delgado por meio do transporte ativo, necessitando de um transportador específico de aminoácidos. O que pode ser um problema, uma vez que se há a presença de muitos aminoácidos, que são parecidos com levodopa, o transportador se torna muito carregado, dificultando a absorção do medicamento. Não deve ser administrada durante refeições, tendo em vista que sua biodisponibilidade é reduzida. A enzima MAO degrada a dopamina e a enzima dopadescarboxilase degrada a levodopa na circulação, retirando a carboxila da levodopa, transformando-a em dopamina na circulação. Por isso ao se administrar levodopa, é necessário introduzir um inibidor de dopa descarboxilase, o Carbidopa, o qual não ultrapassa a barreira hematoencefálica, mas impede que a levodopa seja transformada em dopamina antes de chegar na Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII barreira hematoencefálica. Ao ultrapassar a barreira, a levodopa é transformada em dopamina pela dopa descarboxilase. A levodopa é transformada em DA dentro dos terminais pré-sinápticos de neurônios dopaminérgicos no estriado. No início, com a dose adequada, a melhora do paciente é quase por completo. Com o passar do tempo a eficácia do tratamento declina rapidamente e o estado motor do paciente pode alterar dramaticamente a cada dose. A eficácia do remédio é reduzida, pois ele atua nos neurônios nigroestriatais – necessita de um neurônio para que a conversão de levodopa para dopamina ocorra – e a medida que o quadro da doença progride esses neurônios são destruídos. Sem sítio de ação, o medicamento deixa de fazer efeito. Essa destruição neuronal pode ser consequência do próprio remédio; existem estudos que dizem que quanto maior o metabolismo celular, maior a degradação de neurônios. (resumo Louise Hoffmann). Efeitos adversos desse medicamento incluem: alucinações, confusão mental e náuseas (dramim, vonal, plasil – antagonista dopaminérgico). Depressão é um quadro clínico comum em pacientes com Parkinson, por isso é necessário o uso de antidepressivos. Contudo é preciso atenção ao prescrever essa classe de medicamentos. IMAO – é um antidepressivo. No entanto, os inibidores da MAO podem inibir a MAOA e a MAOB, podendo atuar mais na MAOB, que é a responsável por degradar a dopamina, que pode aumentar a frequência cardíaca, uma vez que junto com um aumento de noradrenalina, cria um estado de hipertensão. Em casos avançados, e está ocorrendo uma deterioração do estado, pode-se fazer um suporte com apomorfina, que é mais utilizado no exterior. É um agonista de vários receptores. Essa droga causa uma sonolência, sendo utilizada no modo subcutâneo. Mais utilizada em pacientes que apresentam o estado on- off. AGONISTAS DOPAMINÉRGICOS São bem absorvidos pela via oral, apresentam uma duração da ação maior do que a levodopa. Esses medicamentos descartam a necessidade de funcionalidade de neurônios nigroestriatais, pois ativam os receptores D1 e D2 de forma direta, não precisando da produção inicial de dopamina. O seu uso é recomendado quando a levodopa deixa de fazer efeito ou quando o paciente apresenta bradicinesia (tremor). Podem ser usados no início ou em estágios mais avançados da doença. Não aumenta a produção de dopamina, diminuindo a geração de radicais livres, uma vez que eles estão relacionados à morte neuronal. Utilidade limitada pelos efeitos adversos, náusea, êmese e sonolência. Apresentam curta meia-vida plasmática (6-8h), necessitando dosagem três vezes por dia. INIBIDORES DA COMT COMT – Enzima que degrada a dopamina e a levodopa. Os inibidores vão prolongar a ação da dopamina e da levodopa, uma vez que impedem a degradação de dopamina. Tolcapona tem ação relativamente longa, inibindo a COMT central e periférica, porém pode causar hepatotoxicidade. Já a entacapona tem ação de curta duração e inibe somente a COMT periférica. SELEGILINA Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Inibidor seletivo para a MAO-B, protegendo a dopamina da degradação intraneural. No entanto, em doses elevadas pode inibir também a MAO-A, podendo causar crise hipertensiva. Impede a neurotoxicidade induzida pela MPTP, bloqueando sua conversão a MPP, além de inibir a metabolização da dopamina. A seleginina é metabolizada a anfetamina, e algumas vezes causa excitação, ansiedade e insônia. Acima de zero é uma melhora no desempenho motor. No entanto, com o decorrer do tratamento, o desempenho motor é prejudicado, uma vez que até agonistas dopaminérgicos podem causar discinesia – exagero motor. Alzheimer Doença neurodegenerativa, associada com um amplo prejuízo das funções superiores. Perda de memória é o sintoma chave. A Doença de Alzheimer acomete de 8 a 15% da população com mais de 65 anos. Estima-se que nos futuros anos o número de portadores da doença aumentam, em partes devido a maior longevidade populacional. A doença de Alzheimer está associada a encolhimento do cérebro e perda localizada de neurônios, principalmente no hipocampo e na parte basal do prosencéfalo. A perda de neurônios colinérgicos no hipocampo e no córtex frontal é característica da doença. Etiologia Associado com a genética, mas também associado com o ambiente. Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Sintomatologia É difícil o doente continuar com a vida normalmente. 3 fases 1. Inicial (2-3 anos): confusão acerca de nomes e lugares, diminuição na habilidade de recordar informações, dificuldade no manuseio de dinheiro e pagamento de contas, pouca capacidade de decisão, perda de iniciativa e ansiedade. 2. INTERMEDIÁRIO (2-10 anos): maior perda de memória, confusão, inquietude, dificuldade no reconhecimento de amigos próximos e familiares, problemas motores e perceptuais, perda de facilidade de linguagem, problemas com pensamentos lógicos e desintegração dos hábitos sociais (perda de habilidades sociais, agressividade, para de tomar banho). 3. FINAL (1-3 anos): incapacidade de reconhecer a si mesmo, incontinência, afasia, alteração no humor (ansiedade, agitação, depressão), convulsões. Memória Capacidade de armazenar e evocar informações. Para a formação de memória há algumas etapas. Aquisição – muitas coisas podem atrapalhar nessa etapa inicial. Relacionado com a captação de alguma informação. Consolidação – fortalecer a informação adquirida. Ocorre especialmente durante o sono. Uma forma de manter a informação armazenada de forma mais permanente.Evocação – verificar se realmente ocorreu a consolidação, uma vez que relembra as memórias antigas. Relembrar memórias antigas. Tipos de memória: Declarativa (explícita) – relacionado aos primeiros sintomas de Alzheimer. Relacionada com fatos e eventos, sendo armazenada no hipocampo, lobo temporal, medial e diencéfalo. Não declarativa (implícita) – habilidades/hábitos (memória que faz o indivíduo lembrar como realizar atividades do dia a dia); priming (relacionado com a área de neocórtex, que é a área menos afetada no Alzheimer. Ativada por algum estímulo, como música); memória de aprendizado (respostas emocionais e memória muscular, ambas são armazenadas no hipocampo, amigdala e cerebelo). Memória de trabalho – relacionada a estudar. Saber prever o que vai acontecer em um jogo. No Alzheimer é uma das primeiras a ser afetada. Relacionado com o hipocampo. Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Vias colinérgicas centrais A colina é captada pela célula, através de seu transportador. A enzima CAT transfere a acetil para a colina, formando a acetilcolina. Esse neurotransmissor é exocitado pela célula na fenda sináptica para atuar nos receptores muscaríneos ou nicotínicos. Relacionado com acetilcolina. Patofisiologia Acúmulo de um peptídeo, uma vez que a enzima secretase atua na proteína precursora de amiloide (PPA – mais comum no locus 21, sendo que indivíduos com síndrome de down apresentam uma maior proporção com casos de Alzheimer), liberando a beta, que se acumula ao redor do neurônio. Placa senil – marcador histopatológico da doença, mas não significa que todos os indivíduos que possuem essas placas terão a doença. A estabilidade dos microtúbulos no neurônio é dependente da proteína TAU, que na doença de Alzheimer fica hiperfosforilada, pela ação de várias quinases, dificultando a passagem de informações, uma vez que os microtúbulos ficarão desestabilizados. Além disso, a TAU hiperfosforilada favorece a formação de depósitos de amiloide. No Alzheimer é o Abeta 42 que apresenta elevado. A TAU hiperfosforilada e a Abeta atuam sinergicamente para causar a neurodegeneração. A atividade da acetilcolinatransferase, o conteúdo de acetilcolina e o transporte de acetilcolinesterase e de colina no córtex e no hipocampo estão consideravelmente reduzidos na DA. Tratamento O tratamento da doença de Alzheimer atua inibindo a acetil-colinesterase, que degrada a acetilcolina em colina e acetato. A acetil-colinesterase, entretanto, não é a única que faz essa degradação, a butil- colinesterase, que está na célula da glia, também a realiza. Portanto o medicamento deve inibir ambas as enzimas. TACRINA Ação prevalente sobre a acetilcolinesterase, apesar de também atuar na butil-colinesterase. Pouco usada atualmente pois pode causar problemas hepáticos. DONEPEZIL Substituiu o tacrina, uma vez que precisa de apenas uma dose ao dia, já que apresenta uma meia vida plasmática longa. Ação predominante como inibidor da acetilcolinesterase. Seletivo para acetilcolinesterase, SNC. Apresenta efeitos adversos colinérgicos leves. RIVASTIGMINA Na forma de adesivo ou comprimido. Inibe a acetilcolinesterase e a butilcolinesterase. Seletivo para SNC. Os efeitos adversos colinérgicos tendem a diminuir com a continuação do tratamento. GALANTAMINA Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Faz com que a acetilcolina ao chegar no receptor seja mais eficaz. É um inibidor seletivo, competitivo e reversível da acetil-colinesterase. MEMANTINA Não atua no acetilcolinesterase. Atua em um receptor de membrana, que é chamado de NMDA, relacionado à memória e ao neurotransmissor glutamato. Funciona quando glutamato se associa ao receptor, permitindo que sódio e cálcio entrem na célula. A memantina (que passa pelas membranas fosfolipídicas para conectar internamente) está relacionado à impedir que aumente as concentrações intracelulares de cálcio, que auxilia na degeneração de neurônios quando aumentado. Usado na doença de Alzheimer de moderada e grave. Não parece ser neuroprotetor. Epilepsia Distúrbio cerebral crônico de diversas etiologias, caracterizado por manifestações recorrentes clinicamente diversificadas, entre as quais figuram as convulsões (distúrbio tonico-clonico). Um grupo de alterações neurológicas nos quais ocorrem convulsões periódicas. Os sintomas produzidos dependem da região afetada, por exemplo o envolvimento do córtex motor causa convulsões, o envolvimento do hipotálamo causa despolarização autônoma periférica, e o envolvimento da formação reticular na parte alta do tronco encefálico leva à perda de consciência. Famosos com epilepsia – Vincent Van Gogh, Júlio cesar, Machado de Assis, Flaubert e Dostoievski. Pacientes com epilepsia normalmente possuem outros transtornos psiquiátricos. A incidência de cada tipo de crise depende da faixa etária. Atividade convulsiva repetida pode levar à degeneração neuronal. Crises parciais – relacionadas com uma porção do cérebro, não saindo muito daquela região. Descarga (despolarização) começa localmente. Origem: cérebro, tronco cerebral. Normalmente não ocorre a perda de consciência, mas as crises parciais podem evoluir para crises generalizadas. Incidência aumenta com a idade. Despolarização assíncrona de alta frequência propaga-se de um foco local. Crises generalizadas – envolvem todo o cérebro, incluindo o sistema reticular, produzindo assim, uma atividade elétrica anormal em ambos os hemisférios. A perda imediata da consciência é característica das crises generalizadas. EEG registra atividade elétrica integrada gerada pelos potenciais sinápticos nos neurônios das camadas superficiais de uma área localizada no córtex. Crises parciais (Locais ou focais) A. Crises Parciais Simples (sem envolvimento da consciência) 1.Com sintomas motores 2.Com sintomas sensoriais 3.Com sinais ou sintomas autonômicos 4.Com sintomas psíquicos B. Crises Parciais Complexas (psicomotoras ou do lobo temporal; com alteração da consciência) 1.Início com crise parcial simples, seguida de alteração da consciência Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII 2.Com alteração da consciência desde o início. C. Crises Parciais Seguidas de Crises Generalizadas Secundárias. 1.Crises parciais simples, seguida de crises generalizadas 2.Crises parciais complexas, seguida de crises generalizadas 3.Crises parciais simples, seguida de crises parciais complexas, seguida de crises generalizadas. Crises generalizadas A. Ausência – indivíduo perde a consciência por alguns minutos, principalmente em crianças. Menos intensas, mas podem ocorrer com mais frequência. O padrão do EEG mostra despolarização rítmica característica durante a crise. A ritmicidade parece ser causada por retroalimentação oscilatória entre o córtex e o tálamo, sendo as propriedades especiais dos neurônios talâmicos dependentes dos canais de cálcio tipo T. Despolarização é regular e oscilatória. B. Crises tônico-clônicas – forte contração inicial da musculatura como um todo, causando espasmo extensor rígido e até grito involuntário. A respiração cessa e costumam ocorrer defecação, micção e salivação. Fase tonica dura cerca de 1 min, durante a face se apresenta congesta e pode tornar-se cianótica. Está muito excitado devido a entrada aumentada de sódio, cálcio. O alvo farmacológico dos antiepilépticos são nesses canais. Os sintomas das crises epiléticas são relacionados com as áreas afetadas do encéfalo. Ácido valcróico serve para crises de ausência. Em torno de 70% dos pacientes conseguem controlar suas crises através de um medicamento, o restante muitas vezes necessitam de tratamentos cirúrgicos (minoria) ou mais drogas associadas. Os antiepiléticos são prescritos para prevenir a recorrência de crises. O tratamento medicamentoso objetiva um melhor controle da doença com o mínimode efeitos adversos, buscando a integração do paciente na comunidade. Felbamato – utilizado para epilepsia generalizada grave, síndrome Lennox gastaut (tipo grave de epilepsia, que ocorre em crianças e está associado a um retardo mental progressivo – reflexo de neurodegeneração excitotóxica) . Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII O objetivo dos fármacos antiepilépticos é inibir a despolarização neuronal anômala. De acordo com um artigo, meninos apresentam maior aproveitamento da droga ácido valproico, uma vez que é um medicamento teratogênico, sendo menos usado para meninas, pois elas tem risco de gestação. Para meninas, foi mais utilizado a lamotrigina. É muito comum um indivíduo com epilepsia utilizar mais de um medicamento. MECANISMO DE AÇÃO DAS DROGAS ANTIEPILÉPTICAS Potencialização da ação do GABA Barbitúricos e benzodiazepínicos atuam na potencialização da ação do GABA, mais especificamente no GABA A. o receptor GABA A apresenta vários sítios de ligação, permitindo a entrada de cloreto, o que dificulta a despolarização, já que é um ânion. O benzodiazepínico serve para diminuir a atividade dos neurônios, uma vez que altera a forma do receptor GABAa onde ocorre a ligação com o GABA, melhorando o encaixe entre o neurotransmissor e o receptor, aperfeiçoando o encaixe, o que melhora a atividade do neurotransmissor. Os benzodiazepínicos modulam a atividade do neurotransmissor GABA, fazendo com que a atividade dos neurônios diminuam. Gardenal (fenobarbital) – barbitúrico. Não é dependente de GABA para permitir a entrada de cloreto no neurônio, por isso é mais perigoso, podendo causar uma morte por medicação aumentada. Os barbitúricos atuam no bulbo, sendo a morte por parada respiratória. Benzodiazepínicos apresentam uma segurança maior, uma vez que sempre necessitam de GABA para funcionar, não conseguindo abrir o canal para o cloreto sem o neurotransmissor GABA. Inibição de canais de sódio Indicações – anticonvulsivante, neuralgia do trigêmeo, enxaqueca, depressão bipolar. Afetam a excitabilidade da membrana por ação sobre os canais de sódio dependentes de voltagem. Ativo, inativo, repouso. O medicamento atua no estado inativo do receptor, impedindo-os de retornar ao estado de repouso e, desse modo, reduzindo os números de canais funcionais disponíveis para gerar potenciais de ação. Uma área do cérebro que não está sendo usada apresenta receptores em repouso, por isso as áreas mais ativas são as áreas que os medicamentos irão atuar, pois os receptores irão atuar apenas nos receptores inativados. Esses medicamentos, por atuarem nos canais de sódio, que estão presentes em várias regiões do cérebro, sendo utilizados muito, podem causar diversos efeitos adversos, pois é um medicamento contínuo, e não é sempre que ocorrem as crises epilépticas. Inibição de canais de cálcio Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Todos os fármacos utilizados para crise de ausência parecem compartilhar a capacidade de bloquear os canais de cálcio ativados por baixa voltagem do tipo T. A atividade do canal tipo T é importante para a determinação da despolarização rítmica dos neurônios do tálamo associados às crises de ausência. MEDICAMENTOS Carbamazepina Bloqueio uso-dependente dos canais de sódio. Bem absorvida, de maneira lenta, por administração oral. Meia vida plasmática é de cerca de 30 horas, quando dada em uma única dose, mas é forte agente indutor de enzimas hepáticas, e a meia vida se abrevia para 15 horas quando administrada repetidamente. Efeitos adversos – sonolência, tontura, ataxia a alterações mentais e motoras mais graves. Pode causar retenção hídrica e vários efeitos gastrointestinais e cardiovasculares. A carbamezipina é poderoso indutor de enzimas microssômicas hepáticas e, desse modo, acelera o metabolismo de muitos outros fármacos, como a fenitoína, contraceptivos orais, varfarina e corticosteroides. Fenitoína Relacionada com barbitúricos. Altamente eficaz em reduzir a intensidade e a duração de convulsões. Não eficaz em crises de ausência, podendo até piorar. Bloqueio uso-dependente dos canais de sódio. Bem absorvido por via oral, sendo cerca de 80-90% do conteúdo plasmático ligado à albumina. Causa indução enzimática e, desse modo, aumenta a taxa de metabolismo de outros fármacos. Necessário monitoração regular da concentração plasmática, uma vez que apresenta relação muito íngreme entre a dose e a concentração plasmática. Efeitos adversos – vertigem, ataxia, cefaleia e nistagmo, mas não causa sedação. Em concentrações plasmáticas mais elevadas pode causar confusão acentuada com deterioração intelectual. Ocorrência gradual de hirsutismo, hiperplasia das gengivas, feições mais grosseiras, uma vez que aumentam a secreção de andrógenos. Valproato Útil em epilepsia infantil, uma vez que apresenta baixa toxicidade e falta de ação sedativa. Bem absorvido por via oral, apresentando uma meia vida plasmática de 15 horas. Utilizada em várias formas de epilepsia, incluindo crises de ausência. Efeitos adversos – adelgaçamento e encrespamento dos cabelos em cerca de 10% dos pacientes. Potente teratogênico, podendo causar espinha bífida e outros defeitos do tubo neural. Pode causar lesão hepática (rara, mas grave). Etossuximida Inibição dos canais de cálcio tipo T. Bem absorvida, apresentando meia vida plasmática de cerca de 60 horas. Muito usado para crise de ausência. Efeitos adversos – náuseas e anorexia, letargia e tontura. Fenobarbital Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Afeta a duração e intensidade das crises artificialmente produzidas. Provoca sedação. Na infância pode causar alterações no comportamento e hipercinesias. Cerca de 50% ligado à albumina quando fármaco no sangue. Cerca de 25% eliminados inalterados na urina. Potente indutor das enzimas CYP hepáticas, diminuindo a concentração plasmática de vários outros fármacos. Na sobredosagem, o fenobarbital deprime as funções do tronco cerebral, produzindo coma e falência respiratória e circulatória, tal como os barbitúricos. Benzodiazepínicos Atua muito rapidamente. Efeito sedativo é pronunciado demais para que seja utilizado na terapia antiepiléptica de manutenção, e ocorre o desenvolvimento de tolerância após 1-6 meses. Eficaz no tratamento de crises agudas. Sedação é um dos principais efeitos adversos. Pode causar síndrome de abstinência, que resulta em exarcebação das crises convulsivas se o fármaco for interrompido abruptamente. FÁRMACOS ANTIEPILÉPTICOS E GRAVIDEZ Por induzirem as enzimas hepáticas CYP3A4, alguns fármacos antiepilépticos podem aumentar o metabolismo do contraceptivo oral, reduzindo sua eficácia. Além de que há fármacos com propriedades teratogênicas. A indução das enzimas CYP pode resultar em deficiência da vitamina k no recém-nascido. Drogas hipnóticas Sono é um processo ativo, um estado funcional, reversível e cíclico, com comportamentos característicos, como uma imobilidade relativa e o aumento do limiar de respostas aos estímulos externos. Sono é encontrado em outras espécies, além de haver espécies que sonham (finalidade diferente, espécie humana mais relacionado com a visão, enquanto o rato teria um sonho olfatório). Tipos de sono Sono de ondas lentas (sono não REM) – acompanhado de uma diminuição na maioria das funções corporais, redução da resposta aos estímulos sensoriais, redução generalizada do tônus muscular, a respiração se torna profunda e regular, a frequência cardíaca e a produção de calor reduzem; aumento da liberação do hormônio do crescimento e prolactina, sono repousante e compreende 75% do total de sono. Sono REM (sono paradoxal) – movimentos rápidos dos olhos. Variação no sistema nervoso autônomo, com a respiração e o ritmo cardíaco tornando-se mais rápidos e irregulares, pressão arterial mais elevada e um aumento desecreção dos hormônios supra renais. Fase relacionada com os sonhos e memória (consolidada durante esse período). Duração de 5-30 minutos, 25% do total de sono. Atividade cerebral se torna bem intensa. Hipocampo possui uma área chamada de CA1, onde ocorre alterações durante o sono, sendo relacionado com o aprendizado e com a consolidação da memória. Há muitos receptores GABA nessa região. Usuario Texto digitado vigília - acordado Hipnóticos: Gardenal, Dormonid, Stilnox (Zolpidem) Sono:Produz variações mentais e biológicas Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Estágios do sono 1. Sono mais leve 2. Ocupa a metade do tempo em que dormimos 3. Relacionado com o sono mais pesado; 4. Relacionado com o sono mais pesado; 5. Sono REM – relacionado ao sono em que os sonhos acontecem e a consolidação de memória. Não é relacionado ao sono mais profundo. O sono do ser humano se inicia no sono não rem, passa do estágio 1 até o estágio 4 e depois retorna ao estágio 1-2, para então entrar no sono REM, repetindo essa sequência (pode acontecer de cinco a seis vezes durante o sono). Uma pessoa geralmente adormece no sono não rem e acorda no sono não rem também. Substratos neuronais Formação reticular (feixe que transpassa o mesencéfalo, relacionado com a produção de acetilcolina). Núcleos da rafe – produção de serotonina (importante para a vigília). Núcleo do locus coeruleus – produção de noradrenalina (relacionado com o período de vigília). Glândula pineal – relacionada com o ciclo do sono, produção de melatonina (substancia endócrina que gera o sono, sendo o pico natural de liberação a noite, uma vez que é influenciada pela falta de iluminação). Núcleo supraquiasmático – relacionado com a regulação dos ritmos circadianos. Núcleo paraventricular – relacionado com o controle do bocejo. Transtornos do sono Sonilóquio – pessoa que fala durante o sono. Transição sono-vigília (parassonia). Bruxismo do sono – ranger os dentes durante o sono, pode-se utilizar o antidepressivo. (parassonia). Enurese do sono – urinar durante o sono, paciente não está acordado quando acontece. Antagonista muscaríneo (atropina), sendo medicado a noite, pois se ingerido durante o dia, impede a digestão, dificulta a leitura. Medicamento mais utilizado é o uso de antidepressivo com efeito anticolinérgico. (parassonia). Narcolepsia (dissonia) – paciente que cai no sono repentinamente, mesmo se realizando outra atividades. Faz se uso de anfetamina (maior tempo de meia vida – ritalina) ou metil-fenitrato (drogas estimulantes). Insônia (dissonia) – dificuldades para dormir, recebendo medicamentos para dormir. Hipnóticos parecem ser usados em maior quantidade por mulheres (devido a menopausa, uma vez que fazem mudanças no ciclo hormonal, como o calorão, que dificulta o sono. Além disso, possui um contato maior com médicos, já que os homens normalmente recorrem ao álcool) e idosos (fator fisiológico da redução da melatonina). O tempo de dormir do indivíduo pode ser relacionado com genes, dependendo da situação. Mais relacionado com o fator ambiental. Tratamento Antihistaminico – permite um sono mais tranquilo. Acetilcolina relacionado com o sono REM. DISSONIA – transtornos do ritmo circadiano, dificuldade em iniciar ou manter o sono. PARASSONIA – transtornos ao despertar, transtornos da transição sono vgília, associados com sono rem. Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII O que evitar – exercício perto do horário de dormir, usar o celular, alguns tipos de alimentos (carboidratos, café, chá mate), eletricidade – luz. Drogas utilizadas – brometo (depressor do sistema nervoso), etanol (indutor do sono, mas altera as fases do sono), maconha, ópio, barbitúricos (gardenal), anti-histaminicos, benzodiazepínicos e outros. Fármacos com meia vida mais curta no organismo reduzem a incidência de ressaca no dia seguinte. Antihistaminico – histamina é um neurotransmissor, que funciona como promotor do despertar nos neurônios do despertar. Se utiliza um antihistaminico, os neurotransmissores não irão funcionar, pois a histamina não vai conseguir se conectar com os receptores, diminuindo a atividade do neurônio do despertar. Induzem sedação e sono. Barbitúrico – não é o medicamento de escolha para insônia. Ação potencializadora do receptor GABAa. Como não necessita do neurotransmissor para funcionar, apresenta potencial de uso para suicídio e apresenta uma interação com outras drogas, não apresentando eficácia após duas semanas. Benzodiazepínico – indicado para combate a insônia e ansiedade (transtornos), anestesia endovenosa, anticonvulsivante, relaxante muscular, combate os sinais de abstinência de álcool. Diazepam, rivotril e o dormonid. Na insônia, diminuem a latência do sono e a frequência com que a pessoa acorda, aumentando a duração do sono total. Diminui a duração do sono REM. Os benzodiazepínicos quando usados em doses baixa a moderada, causam sedação com rebaixamento da consciência. Essa sedação pode evoluir para hipnose quando a dose é aumentada. Na hipnose o indivíduo responde ao estímulo dependendo da dose do estímulo, enquanto na anestesia geral, o paciente não acorda por nenhum estímulo, independendo do grau. Para o benzodiazepínico realizar anestesia geral, é necessário a associação com outros medicamentos. Sedação Hipnose Anestesia geral Apresentam elevado índice terapêutico, eficácia entre os benzodiazepínicos parece não divergir. Farmacodinâmica dos benzodiazepínicos – diminuem a latência do sono e a frequência com que a pessoa acorda, aumentando a duração do sono total. Potencialização da ação do GABA, faz com que o neurônio fique mais lentificado, já que o hiperpolariza. Sempre necessita do neurotransmissor para agir, assim impede que ocorra uma hiperpolarização gigante, diminuindo até a atividade basal, como os barbitúricos. Farmacocinética dos benzodiazepínicos – excelente absorção oral, mas também são administrados através das vias IM e IV. Não provocam indução enzimática, apresentam efeito ultracurto, curto, intermediário e longo (os efeitos são relacionados com os receptores). Apresentam diferenças evidentes em relação a farmacocinética, uma vez que apresentam meia vidas diferentes. Efeitos indesejados dos benzodiazepínicos – amnésia anterógrada (possibilita o esquecimento das coisas que estava fazendo quando estava ocorrendo o efeito do remédio; não ocorre a aquisição da informação, já que o hipocampo está com pouca atividade), prejuízo no desempenho psicomotor, tolerância e dependência (cuidado com o aumento da dose, além do período de tempo utilizado). Diazepam atua na subunidade alfa-2 do receptor GABAa, tendo tempo de meia vida longo Sofia Schmitt Schlindwein MEDFURB XLVII Considerações – na retirada do medicamento pode ocorrer insônia rebote (pessoa não consegue dormir, fica agitada). A tolerância desenvolve-se depois de 1-2 semanas de uso continuado e na sua cessação ocorrem insônia rebound e síndrome de privação. A depressão respiratória não é comum quando administrados isoladamente (se ocorrer mistura com outros medicamentos pode ocorrer daí). Farmacoterapia dos benzodiazepínicos – uso da menor dose efetiva, administração intermitente (2 a 4 vezes por semana), usado por períodos curtos, descontinuação gradual da medicação, atenção para insônia rebote. Proporção de sono das ondas lentas é significantemente reduzida pelos benzodiazepínicos. Novos compostos hipnóticos – modulam o receptor GABA. A diferença entre os benzodiazepínicos e as novas drogas está onde atuam no receptor GABAa. Zolpidem – atua na subunidade alfa-1 do receptor GABAa, tem uma meia vida de 2,4 h e promove uma rápida indução do sono. Zopiclona – atua nas subunidades alfa-1 e alfa-2 do receptor GABAa, tem uma meia vida de 5,3 h. Melatonina – a suplementaçãode melatonina tem se mostrado um método seguro e eficaz para melhorar a latência, duração e qualidade do início do sono em crianças, adolescentes, idosos e mulheres na pós- menopausa. Além disso, o uso de melatonina produz uma taxa de rebote muito baixa. Luz chega por meio do nervo optico até a glândula pineal, onde é estimulado a produção de melatonina quando está escuro. Ansiolítico Ansiedade provém de uma fonte de perigo incerta ou desconhecido. Medo é fruto de ameaça. Epidemiologia – há em torno de 264 milhões de pessoas vivendo com algum transtorno de ansiedade. Etiologia – ansiedade psicológica parece depender de interação entre predisposição genética e meio ambiente. Sintomatologia – principais sintomas que ocorrem durante a crise de ansiedade são: suor frio, palpitação, constipação, cólica, náusea, aumento do tônus muscular, tremores, sensação de falta de ar, vertigem, dificuldade para dormir e cefaleia. Classificação dos transtornos de ansiedade – toc foi recentemente retirado dos transtornos de ansiedade. Barbitúricos podem causar dependência. Benzodiazepínicos e barbitúricos são potencializadores de GABA. A maioria dos fármacos hipnóticos reduz a proporção do sono REM, apesar de os benzodiazepínicos o afetarem menos que os outros hipnóticos e o zolpidem, o menor de todos. A interrupção artificial do sono REM causa irritabilidade e ansiedade, mesmo que a duração total do sono não tenha sido reduzida, e a perda do sono REM, no final dessa experiência, tem um aumento rebound do sono. RESUMÃO DE FARMACOLOGIA II Luis Gabriel Blemer – XLV AULA INTRODUTÓRIA O Sistema Nervoso Central (SNC) é divido em encéfalo e medula espinal. Já o Encéfalo é dividido em cérebro, cerebelo e medula oblonga (tronco encefálico). O tronco encefálico é uma estrutura importante dentro da farmacologia, visto que, por controlar funções vitais, há efeitos adversos importantes quando certos medicamentos tem ação nesse local, como anestésicos gerais, álcool e o Gardenal. A unidade funcional básica do sistema nervoso é o neurônio (A), célula constituída por corpo celular, axônio e dendritos. No seu interior encontram-se organelas, núcleo e um eixo de microtúbulos (que conecta o final do axônio com o corpo celular). Na extremidade do axônio, os botões sinápticos, estão as conexões interneuronais chamadas sinapses (4), um espaço onde há troca de substâncias químicas com o propósito de passar o sinal nervoso. Na farmacologia estuda-se a neurotransmissão química, visto que é nesse tipo de sinapse que os fármacos podem agir, contudo, também existe no corpo as sinapses elétricas. A definição de neurotransmissor é: substância presente em um neurônio pré-sináptico que deve ser liberada (de forma dependente de cálcio) em resposta à despolarização desse neurônio pré-sináptico. Lembrando que, em repouso, um neurônio tem potencial negativo, e que, quando estimulado, ocorre a entrada de sódio, tornando esse potencial positivo (despolarização). Assim, desencadeia-se o potencial de ação. Com isso, há a abertura dos canais, lentos, de potássio, permitindo sua saída da célula e causando uma repolarização excessiva, a hiperpolarização. Esse fenômeno muitas vezes é usado, através de alguns medicamentos, para tornar as células menos responsivas à estímulos. Quando a despolarização chega ao terminal axonal, há a abertura de canais de cálcio voltagem dependente (3). A consequente entrada de cálcio dentro do neurônio provoca a fusão de vesículas (2), que contêm neurotransmissores, à membrana do neurônio pré-sináptico, levando à liberação dessas substâncias na fenda sináptica. Uma droga capaz de agir nesse processo é a toxina botulínica, que atua nas proteínas de ancoragem, impedindo a fusão das vesículas. Neuromoduladores são substâncias que atuam junto aos neurotransmissores, aumentando (sinergismo) ou diminuindo suas funções. Não é considerado um neurotransmissor, porque não é liberado em resposta à despolarização. Importantes neurotransmissores Acetilcolina – Ach Serotonina – 5-HT Dopamina - DA Noradrenalina - NA GABA (inibitório!) Glutamato (excitatório!) Histamina - H Endorfina Neuropeptídeo Y – NPY A maioria desses é produzida no terminal axonal, onde há sítios de captação de percursores de neurotransmissores. A Endorfina e o NPY são produzidos no corpo do neurônio, visto que são formados por inúmeros aminoácidos, mas são, posteriormente, transportados para o terminal sináptico. Plasticidade cerebral é a capacidade que o cérebro tem de se moldar ou criar conexões frente a um estímulo, adaptando sua estrutura/organização. É um fenômeno ligado ao processo de aprendizado, memória e habituação. TERMOS RELEVANTES PARA A DOENÇA DE PARKINSON ACATISIA É uma condição psicomotora onde o paciente sente uma grande dificuldade em permanecer parado, sentado ou imóvel. Clinicamente é caracterizado por inquietação psicomotora, desejo incontrolável de movimentar-se e sensação interna de tensão. O paciente assume uma postura típica de levantar-se a cada instante, andar de um lado para outro e, quando compelido a permanecer sentado, não para de mexer suas pernas. Há um movimento constante e continuado de mexer as pernas como se o paciente estivesse marchando sem sair do lugar. ACINESIA Redução da quantidade de movimento. BRADICINESIA Significa lentidão na execução do movimento. O paciente apresenta redução da movimentação espontânea em todas as esferas. A mímica facial torna-se menos expressiva, transmitindo com menor intensidade sentimentos e emoções que, por sua vez, mantém-se preservados. A caligrafia torna-se menos legível e de tamanho reduzido, fenômeno conhecido por micrografia. As atividades diárias, antes realizadas com rapidez e desembaraço, são agora realizadas com vagar e à custa de muito esforço. O paciente anda com passos mais lentos e pode apresentar alguma dificuldade para equilibrar-se. A postura geral do paciente modifica-se: existe predominância dos músculos flexores de modo que a cabeça permanece fletida sobre o tronco, este sobre o abdômen e os membros superiores são mantidos ligeiramente à frente com os antebraços semi-fletidos na altura do cotovelo. DISARTRIA Dificuldade ou má articulação de palavra. DISCINESIA É uma alteração dos movimentos voluntários, incluindo certos tipos de movimentos involuntários anômalos produzidos especialmente pelo consumo de alguns fármacos. Clinicamente a Discinesia Tardia é caracterizada por movimentos involuntários, principalmente da musculatura oro-língua-facial, ocorrendo protrusão da língua com movimentos de varredura látero-lateral, acompanhados de movimentos sincrônicos da mandíbula. O tronco, os ombros e os membros também podem apresentar movimentos discinéticos. EFEITO "ON - OFF" Bruscas flutuações motoras, em que o paciente alterna períodos de agitação e de bloqueios, com momentos de bem-estar e ausência dos sintomas parkinsonianos. FILME – TEMPO DE DESPERTAR 1969. Oliver Sacks - Neurologista. Antropólogo em Marte fala sobre vários casos como um individuo que não tem visão, o impacto disso; memória fotográfica; vários temas interessantes para realizar uma leitura. O filme trata da doença conhecida como encefalite letárgica, causada por um vírus e que progride com sintomas semelhantes à Doença de Parkinson (parkinsonismo). Na época (entre 1916-1926) houve uma epidemia viral, chamada de Doença do Sono. A história trata de pacientes que sofreram do surto na década de 20 e que foram tratados com a levodpa (200mg a 1g) em 1969. EM 1939 UTILIZAVAM A ATROPINA PARA TRATAR DOENÇA DE PARKINSON.
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