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Apostila Agente Administrativo Conhecimento Especifico 2020

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Prévia do material em texto

1 
Prefeitura de Goiana-PE 
Agente Administrativo 
Noções da Administração pública. ....................................................................................... 1 
Noções de Direito Administrativo e Licitações. ..................................................................... 7 
Noções de Atos Administrativos. ........................................................................................ 18 
Contratos Administrativos. ................................................................................................. 34 
Serviços Públicos............................................................................................................... 35 
Servidores Públicos. .......................................................................................................... 52 
Controle da Administração. ................................................................................................ 70 
Correspondência Oficial. Redação Oficial. Formas De Tratamento. Expressões e Vocábulos 
Latinos de uso frequente nas Comunicações Administrativas Oficiais. Modelos e/ou 
Documentos utilizados. .......................................................................................................... 83 
Cuidados com o ambiente de trabalho: Noções de segurança e higiene do trabalho. ...... 109 
Lei nº 8.666/93. ................................................................................................................ 141 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
01. Apostila (concurso e cargo);
02. Disciplina (matéria);
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e
04. Qual a dúvida.
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A expressão “Administração Pública” abrange diversas concepções. Inicialmente, temos 
Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos de governo (com função 
política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos administrativos (com função administrativa, 
executando os planos governamentais). 
E no sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública, como o conjunto de órgãos, 
entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado. Ou seja, num sentido 
estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos administrativos. 
Sentido Formal, Subjetivo ou Orgânico 
Sob esse aspecto, a expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a 
estrutura administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num 
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que 
desempenham a função administrativa. 
O conceito subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública. Vejamos: 
Entes, entidades ou pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração 
Direta e Indireta. Os entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (todas 
com personalidade jurídica de Direito Público). Os entes administrativos são as autarquias, as fundações 
públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de 
Direito Público e/ou Privado). Nesse caso, temos entidades integrantes da Administração Pública que não 
desempenham função administrativa, e sim atividade econômica, como ocorre com a maioria das 
empresas públicas e sociedades de economia mista (Constituição Federal - CF, art. 173). 
Órgãos públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma 
pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei nº 9.784/99 os conceitua 
como unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta. 
Agentes públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública, ou seja, são pessoas físicas 
incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. 
Há ainda as entidades privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem 
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias de 
serviços públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As atividades 
exercidas dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez que o Brasil se 
baseia no critério formal. 
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade realizada, 
é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em sentido subjetivo, 
com a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades 
compreendidas na função administrativa, como exemplo temos a definição de Di Pietro1: 
1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018. 
Noções da Administração pública. 
2 
“O conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa 
do Estado”. 
Pela acepção formal/subjetiva/orgânica, deve-se perquirir tão somente “quem” o ordenamento jurídico 
considera Administração Pública, e não “o que” (critério objetivo, material, funcional). 
Sentido Material, Objetivo ou Funcional 
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade) administrativa 
desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está relacionado com o objeto da 
Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a Administração, mas sim com o que faz a 
Administração Pública. 
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo, porém, 
os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária entende que as atividades 
administrativas englobam: 
Prestação de serviço público: é toda atividade que a administração pública executa, direta ou 
indiretamente, sob regime predominantemente público, para satisfação imediata de uma necessidade 
pública, ou que tenha utilidade pública. 
Polícia administrativa: são restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades 
privadas em benefício do interesse público, exemplo as atividades de fiscalização. 
Fomento: incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, exemplo: concessão de benefícios ou 
incentivos fiscais. 
Intervenção administrativa: abrange toda intervenção do Estado no setor privado, exceto a sua 
atuação direta como agente econômico. Inclui-se a intervenção na propriedade privada (desapropriação, 
tombamento) e a intervenção no domínio econômico como agente normativo e regulador (agências 
reguladoras, medidas de repressão a práticas tendentes àeliminação da concorrência, formação de 
estoques reguladores etc.). 
Alguns autores consideram a atuação do Estado como agente econômico inclusa no grupo de 
atividades de administração em sentido material descrito como “intervenção”, nos termos do art. 173 da 
CF. Todavia, quando o Estado atua dessa maneira, isto é, como agente econômico, está sujeito 
predominantemente ao regime de direito privado, exercendo atividade econômica em sentido estrito. 
Segundo ensina Di Pietro2 o conceito de administração pública divide-se em dois sentidos: 
Subjetivo: em sentido subjetivo, formal ou orgânico, ela designa os entes que exercem a atividade 
administrativa; compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das 
funções em que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; 
Objetivo: em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida 
pelos referidos entes; nesse sentido, a administração pública é a própria função administrativa que 
incumbe, predominantemente, ao poder executivo. 
Já para Odete Medauar3 o conceito de administração pública se divide em: 
Aspecto funcional: a Administração Pública significa um conjunto de atividades do Estado que 
auxiliam as instituições políticas de cúpula no exercício de funções de governo, que organizam a 
realização das finalidades públicas postas por tais instituições e que produzem serviços, bens e utilidades 
para a população, como exemplo, ensino público, calçamento de ruas, coleta de lixo. Na verdade, 
apresenta-se difícil a caracterização objetiva da Administração Pública, daí por vezes se buscar o modo 
residual de identificá-la (conjunto de atividades que não se enquadram na legislação, nem na jurisdição); 
assim, nem o Legislativo, nem o Judiciário cuidam do calçamento de ruas, da coleta do lixo, da rede de 
escolas públicas, por exemplo. 
Ângulo organizacional: a Administração Pública representa o conjunto de órgãos e entes estatais 
que produzem serviços, bens e utilidades para a população, coadjuvando as instituições políticas de 
cúpula no exercício das funções de governo. Nesse enfoque, predomina a visão de uma estrutura ou 
aparelhamento articulado, destinado à realização de tais atividades - pensa-se, por exemplo, em 
ministérios, secretarias, departamentos, coordenadorias etc. 
2 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 31ª edição, 2018. 
3 MEDAUAR, Odete, Direito Administrativo Moderno, 21ª edição, 2018. 
3 
Classificação da Administração Pública 
A administração pode se apresentar das seguintes classificações: 
- a prática de atos de execução realizados por seus órgãos e agentes, que não devem ser
necessariamente públicos. Os atos de execução são conhecidos como atos administrativos. 
- exercer atividade voltada ao cumprimento da lei e não à política.
- a área da Administração Pública é limitada, pois cada órgão só poderá agir dentro do seu limite.
- apresenta caráter instrumental, já que o Estado utiliza-se da Administração Pública para atingir seus
objetivos. 
- manter conduta hierarquizada, mantendo obediência entre os diversos poderes administrativos.
- buscar a perfeição técnica de seus atos.
Administração Pública como Função do Estado 
A Administração Pública exerce suas funções por meio de seus agentes, órgãos e atividades públicas, 
garantindo com isso a finalidade do Estado. A Constituição disciplinou que a instituição, alteração, 
estruturação e atribuição de competência dos órgãos da Administração Pública devem ser norteados por 
lei ou normas regulamentadoras 
Os exercícios prestados pelos órgãos da Administração deverão ser harmônicos com os princípios do 
Direito Administrativo, e as ações que forem em sentido oposto serão inválidas. Devemos entender a 
Administração Pública no seu aspecto de prestação de serviços e execução e também como direção ou 
gestão, ambas preveem uma relação de subordinação hierárquica. 
Formas da Administração Pública 
Com a evolução do Estado moderno, a Administração Pública passou por significativas mudanças, e, 
portanto, a doutrina passou a usar três formas diversas para a Administração. Vamos a elas: 
Administração pública patrimonialista: no patrimonialismo, o estado é a extensão do poder 
soberano, de tal maneira que os auxiliares e servidores possuíam status de nobreza real. Infelizmente, a 
corrupção e o nepotismo acabaram por invadir esse tipo de administração, com o predomínio do 
capitalismo e democracia burguesa. Com a força que existia entre o capitalismo e a democracia, o Estado 
começa a se distinguir, tornando-se inaceitável. Devido a isto separou-se as esferas de interesses 
privados dos interesses coletivos. 
Administração pública burocrática: surgiu na metade do século XIX, no período da época do estado 
liberal, visando combater a corrupção e nepotismo que assolavam o país. Apresentava meios que 
permitiam o desenvolvimento das profissões, com proteção aos seus direitos. 
Devido a desconfiança dos administradores públicos foram necessários controles rígidos dos 
processos, com relação a contratação pessoal, para as compras e demais demandas existentes na 
Administração Pública. 
Administração pública gerencial: surgiu na metade do século XX, visando atender as economias do 
Estado e por outro lado o desenvolvimento tecnológico que estava ganhando forças. Para este momento, 
o fulcro pairava sobre ter o cidadão como beneficiário, reduzindo gastos e aumentando a qualidade de
serviços.
A palavra chave para esta forma de Administração é a eficiência, seja na qualidade da prestação de 
serviços públicos, seja pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. 
O Estado encara este momento como o melhor que já existiu, pois presumem que todos os cidadãos 
estão satisfeitos, já que na condição de clientes todas as suas necessidades estão sendo atendidas. 
Questões 
01. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário - FUNCAB/2016) Considerando que a Administração Pública
pode ser, em sentido estrito, analisada sob dois aspectos: objetivo ou material; e subjetivo ou orgânico 
ou formal, é correto afirmar que: 
(A) a Administração Pública é uma "máquina" composta por órgãos e entidades organizados sem
hierarquia sob a direção de um chefe de Estado. 
(B) no aspecto objetivo a Administração Pública pode ser considerada o conjunto de órgãos e de
pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função econômica. 
(C) a Administração Pública é uma atividade subjetiva do governo, objetivando a realização das
necessidades individuais. 
4 
(D) a Administração Pública é uma atividade concreta do Estado, objetivando a realização das
necessidades individuais. 
(E) o objeto da Administração Pública é a função pública, que abrange o fomento, a polícia
administrativa e o serviço público. 
02. (MPOG - Atividade Técnica - FUNCAB) O oferecimento de saneamento básico, transporte
coletivo e educação caracterizam atividades da denominada “administração pública". A expressão, 
quando reveste esse caráter, é escrita com letras minúsculas e revela sentido: 
(A) material.
(B) subjetivo.
(C) personalista.
(D) formal.
(E) orgânico.
03. (Assembleia Legislativa/GO - Assistente Legislativo - CS/UFG) Em sentido estrito, a
Administração Pública compreende, 
(A) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto subjetivo, apenas a
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função 
política. 
(B) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a
função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função 
política. 
(C) sob o aspecto objetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto formal, apenas a função
administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política. 
(D) sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto hierárquico, apenas a
funçãoadministrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função 
política. 
04. (TJ/CE - Técnico Judiciário - CESPE) Assinale a opção correta no que se refere aos poderes e
deveres dos administradores públicos. 
(A) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos limites de sua competência,
buscando alcançar fins diversos daqueles que a lei permite. 
(B) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de sua competência, exerce
atividades que a lei não lhe conferiu. 
(C) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir, por via administrativa ou judicial,
a prática do ato imposto pela lei. 
(D) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm competência, em relação aos
agentes subordinados, para comandar, fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições e 
ainda aplicar sanções. 
(E) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a prática de determinado ato de
interesse público. 
05. (TRE/AL - Analista Judiciário - FCC) Sobre os deveres do administrador público é correto afirmar
que 
(A) o ato do Presidente da República que atentar contra a probidade na administração constitui crime
de responsabilidade. 
(B) o dever de prestar contas abrange a prestação de contas aos munícipes das atividades particulares
do administrador público. 
(C) a obrigação do administrador público de agir com retidão, lealdade, justiça e honestidade, diz
respeito ao dever de eficiência. 
(D) o dever da eficiência abrange a produtividade do ocupante do cargo ou função, mas não tem
relação com a qualidade do trabalho desenvolvido. 
(E) pela inobservância do dever de probidade que caracterize improbidade administrativa, o
administrador público está sujeito, dentre outras sanções, à perda da função pública, porém não à 
suspensão dos direitos políticos. 
06. (SUSEP - Analista Técnico - ESAF) No exercício de seus poderes e deveres, ao administrador
público cumpre saber que: 
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5 
(A) o uso do poder discricionário possui como limite o juízo valorativo, e não a lei.
(B) exceto quando delegado a entidades privadas, o poder de polícia é ilimitado.
(C) é imprescritível a ação civil pública cujo objeto seja o ressarcimento de danos ao erário.
(D) o ato administrativo não pode ser revisto pelo Poder Judiciário.
(E) o dever de prestar contas se restringe aos gestores de bens ou recursos públicos.
07. (TCE/CE - Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental - FCC) A Administração
pública burocrática 
(A) caracteriza-se pelo controle rígido, exercido prioritariamente por indicadores de gestão.
(B) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a definição de metas para a atuação dos
servidores públicos e, consequentemente, a sua progressão na carreira. 
(C) baseia-se no princípio do mérito profissional e enfatiza a importância do cumprimento de regras e
procedimentos rígidos. 
(D) baseia-se no princípio do mérito profissional e atribui grau limitado de confiança aos servidores e
políticos, recomendando, para isso, o contrato de gestão. 
(E) foi adotada em substituição à Administração patrimonial, que distinguia o patrimônio público do
patrimônio privado. 
08. (DETRAN/MT - Auxiliar do Serviço de Trânsito - UFMT) Poder centralizado, apego às normas e
regulamentos, comunicação formal, concentração no processo e na documentação, atendimento às 
demandas do cidadão são características da Administração Pública 
(A) Patrimonialista.
(B) Gerencial.
(C) Moderna.
(D) Burocrática.
09. (SUDENE/PE - Agente Administrativo - FGV) Na Administração Pública, a gestão por resultados
está relacionada à 
(A) Administração Gerencial.
(B) Administração Patrimonialista.
(C) Administração Centralizada.
(D) Administração Burocrática.
(E) Administração Descentralizada.
Gabarito 
01.E / 02.A / 03.B / 04.C / 05.A / 06.C / 07.C / 08.D / 09.A
Comentários 
01. Resposta: E
Em sentido objetivo, a Administração Pública corresponde às diversas atividades exercidas pelo
Estado, por meio de seus agentes, órgãos e entidades, no desempenho da função administrativa. Nessa 
acepção material, a Administração Pública engloba as atividades de fomento, polícia administrativa, 
serviço público e intervenção administrativa. 
Fomento = atividade de incentivo à iniciativa privada de interesse público, mediante incentivos fiscais, 
dentre outros. 
Polícia administrativa= compreende as atividades relacionadas ao controle, fiscalização e execução 
das denominadas limitações administrativas 
Serviço público= é toda atividade concreta que a Administração exerce, por si ou por meio de terceiros. 
02. Resposta: A
Ao tratar da Administração Pública em sentido material, busca-se o objeto da Administração, as
atividades administrativas exercidas, a própria função administrativa, predominantemente exercida pelo 
Poder Executivo. Conforme a doutrina, abrange as atividades de serviço público, polícia administrativa, 
fomento e intervenção 
Leandro
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Leandro
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Leandro
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Leandro
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6 
03. Resposta: B
Administração pública Objetiva/material/funcional: equivale à função administrativa. É a atividade
administrativa 
Administração pública Subjetiva/Formal/Orgânica: equivale às pessoas, aos órgãos e aos agentes 
públicos. 
04. Resposta: C
Segundo José dos Santos Carvalho Filho assim nos ensina:
"Corolário importante do poder-dever de agir é a situação de ilegitimidade de que se reveste a inércia
do administrador: na medida em que lhe incumbe conduta comissiva, a omissão (conduta omissiva) 
haverá de configurar-se como ilegal. Desse modo, o administrado tem o direito subjetivo de exigir do 
administrador omisso a conduta comissiva imposta na lei, quer na via administrativa, o que poderá fazer 
pelo exercício do direito de petição (art. 5º, XXXIV, "a", da CF), quer na via judicial, formulando na ação 
pedido de natureza condenatória de obrigação de fazer (ou, para outros, pedido mandamental )." 
05. Resposta: A
A probidade está ligada a ideia de honestidade na Administração Pública. Não basta a legalidade
formal, restrita, da atuação administrativa, é preciso também a observância de princípios éticos, de 
lealdade, de boa-fé, de regras que assegurem a boa administração e a disciplina interna na Administração 
Pública. A Carta Magna prevê como crime de responsabilidade os atos do Presidente da República que 
atentem contra a probidade na Administração, fato que enseja sua destituição do cargo (CF/1988, art. 85, 
V) 
06. Resposta: C
Art. 37, CF A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
5º. A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou 
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
07. Resposta: C
Segundo (Pdrae, 1995).
“A Administração Pública burocrática surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado
liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Constituem princípios 
orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a 
impessoalidade, o formalismo, em síntese: o poder racional-legal. Os controles administrativos visando 
evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. 
08. Resposta: D
São caraterísticas da Administração Burocrática:
Formalidade – a autoridade deriva de um conjunto de normas e leis, expressamente escritas e
detalhadas. 
Impessoalidade – Os direitos e deveres são estabelecidos em normas. As regras são aplicadas de 
forma igual a todos, conforme seu cargo em função na organização. 
Profissionalização – As organizações são comandadas por especialistas,remunerados em dinheiro (e 
não em honrarias, títulos de nobreza, sinecuras, prebendas, etc.), contratados pelo seu mérito e seu 
conhecimento (e não por alguma relação afetiva ou emocional). 
09. Resposta: A
A Administração pública gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado uma
grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos; na eficiência dos 
serviços, na avaliação de desempenho e no controle de resultados, suas principais características. 
7 
Caro(a) candidato(a), ressaltamos que o conteúdo de Licitações será abordado no tópico “Lei 
nº 8.666/93”. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
A necessidade do homem travar relações sociais fez com que houvesse a necessidade do surgimento 
do Direito, criadas por meio de um Estado organizado, que vise a justiça e a paz social. 
O Direito divide-se em Direito Público e Privado. O primeiro tem por finalidade a regulação dos 
interesses da sociedade como um todo, composto por normas que visam disciplinar as relações jurídicas. 
Tutela-se o interesse público, que apenas atingirá as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. 
São partes integrantes do direito público o Direito Constitucional, o Direito Tributário, o Direito Penal, 
o Direito Processual Civil e o Direito Administrativo, entre outros.
O direito privado irá regular o interesse dos particulares, protegendo as relações existentes entre os
particulares, possibilitando o convívio das pessoas em sociedade, com fruição harmoniosa e utilização de 
seus bens. Ele se baseava na igualdade jurídica entre as pessoas tratadas nas relações regidas. 
O ramo do Direito Administrativo é um dos ramos do Direito Público, já que rege a organização e o 
exercício de atividades do Estado, visando os interesses da coletividade. 
O direito administrativo teve origem na França. Foi construído entre a Administração e os 
administrados, devido à jurisprudência de um órgão conhecido como Conselho de Estado. Este órgão é 
alheio ao Poder Judiciário. 
Sobrevindo a Revolução Francesa, como o período histórico era o da Monarquia Absoluta, não 
existiam disposições legais que pudessem sancionar o comportamento do Estado com relação aos 
administrados. Devido a isso, foi extremamente necessário a existência de um novo direito, pois as 
normas do direito eram precárias. 
Em suma, o conteúdo do Direito Administrativo possui variação no tempo e no espaço, de acordo com 
o Estado adotado. O Estado de Polícia visa assegurar a ordem pública. Fala-se em bem-estar social, em
que o Estado não se limita com a manutenção da ordem pública, mas com o desenvolvimento de inúmeras
atividades na área da saúde, assistência, previdência social, saúde e cultura, de maneira a desenvolver
o bem-estar coletivo. Além disso, a substituição do Estado liberal, baseado na liberdade de iniciativa, pelo
Estado-Providência aumentou, em muito, a atuação estatal no domínio econômico, criando novo
aparelhamento de ação do poder público, tanto para disciplinar e fiscalizar a iniciativa privada, com
embasamento no poder de polícia do Estado, quer para exercer atividade econômica, diretamente, na
qualidade de empresário.
Conceito 
Pode-se dizer que direito administrativo é o conjunto dos princípios jurídicos que tratam da 
Administração Pública, suas entidades, órgãos, agentes públicos, enfim, tudo o que diz respeito à maneira 
de se atingir as finalidades do Estado. Assim, tudo que se refere à Administração Pública e a relação 
entre ela e os administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo Direito Administrativo. 
Dessa forma, podemos afirmar que a Administração Pública se encontra num patamar superior ao 
particular, diferentemente do Direito Privado, onde as partes estão em igualdade de condições. 
Celso Antônio Bandeira de Mello4 enfatiza a ideia de função administrativa: “o direito administrativo é 
o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a
exercem”
Hely Lopes Meirelles5, por sua vez, destaca o elemento finalístico na conceituação: os órgãos, agentes 
e atividades administrativas como instrumentos para realização dos fins desejados pelo Estado. Vejamos: 
“o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios 
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta 
e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. 
4 MELLO, Celso Antônio Bandeira de apud Mazza Alexandre, Manual de Direito Administrativo, 4ª edição, editora Saraiva, 2014. 
5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª edição. São Paulo: Malheiros,2002. 
Noções de Direito Administrativo e Licitações. 
Leandro
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8 
Evolução 
O direito administrativo é um ramo recente, pertence ao sub-ramo do direito público, já que seus 
princípios e normas regulam as relações jurídicas em que predomina o interesse do Poder Público. 
Nasceu no século XVIII no momento em que se consolidou o Princípio da Tripartição dos Poderes de 
Montesquieu. 
Os Estados eram governados por um soberano e a ideia de poder surgiu porque diziam que os 
soberanos representavam a divindade – v.g. Luis XIV com a máxima “o Estado sou eu”. 
A partir dos séculos XVI e XVII, surgem pensamentos visando à limitação desse poder (sobretudo com 
John Locke em seus dois Tratados sobre o Governo, e em Montesquieu no “espírito das leis”: “só o poder 
limita o poder”). 
Assim, atribuiu-se as funções do Estado a diversos órgãos, objetivando o combate ao poder por meio 
da imposição de limites àqueles que o exercem. 
O direito administrativo aparece com o objetivo de estudar qual a função administrativa do Estado e os 
órgãos que a desempenham.6 
Objeto mediato e imediato do direito administrativo7 
O Direito Administrativo é um ramo científico que estuda uma parcela das normas componentes do 
ordenamento jurídico, a saber: as normas que disciplinam o exercício da função administrativa. Assim, o 
objeto imediato do Direito Administrativo são os princípios e normas que regulam a função administrativa. 
Por sua vez, as normas e os princípios administrativos têm por objeto a disciplina das atividades, agentes, 
pessoas e órgãos da Administração Pública, constituindo o objeto mediato do Direito Administrativo. 
Questões 
01. (TRE/PE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE/2017). O direito administrativo é
(A) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente.
(B) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui interfaces com os
direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial. 
(C) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado.
(D) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser considerado de
maneira dissociada das demais regras e princípios. 
(E) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas entre agentes
públicos e órgãos do Estado. 
02. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Assinale a opção correta a respeito de direito
administrativo. 
(A) A administração exerce atividade política e discricionária.
(B) A administração pública é o objeto precípuo do direito administrativo.
(C) O âmbito espacial de validade da lei administrativa não está submetido ao princípio da
territorialidade. 
(D) As instruções normativas podem ser expedidas apenas por ministros de Estado para a execução
de leis, decretos e regulamentos. 
(E) O regimento administrativo obriga os particulares em geral.
03. (PC/PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016). Acerca de conceitos inerentes ao direito
administrativo e à administração pública, assinale a opção correta. 
(A) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.
(B) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo
ordenamento jurídicobrasileiro, com divisão absoluta de funções. 
(C) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e harmônicos
entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis. 
(D) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.
(E) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as obrigações
mútuas da administração e dos administrados. 
6 ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo, 4ª Edição, São Paulo: Saraiva, 2018 
7 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
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04. (STJ - Técnico Judiciário – Administrativa – CESPE). Julgue o item seguinte, acerca do direito
administrativo e da prática dos atos administrativos. 
Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de normas 
jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à realização dos 
direitos fundamentais da coletividade. 
( ) Certo ( ) Errado 
Gabarito 
01.B/ 02.B/ 03.C/ 04. Certo
Comentários 
01. Resposta: B
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho
"O estudo moderno do Direito não mais comporta a análise isolada e estanque de um ramo jurídico.
Na verdade, o Direito é um só; são as relações jurídicas que podem ter diferente natureza. Assim, embora 
de forma sucinta, é cabível indicar algumas linhas em que o Direito Administrativo se tangencia com 
outras disciplinas jurídicas" 
02. Resposta: B
MEDAUAR indica que a Administração Pública é o objeto precípuo do direito administrativo e se
encontra inserida no Poder Executivo. Dois são os ângulos em que a mesma pode ser considerada, 
funcional ou organizacional 
03. Resposta: C
Os poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, são: o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário, independentes e harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, 
art. 2º). 
04. Resposta: Certo
Segundo o professor Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é o "conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar 
concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. 
Fontes 
Segundo Alexandre Mazza8, “fonte é o local de onde algo provém. No Direito, as fontes são fatos 
jurídicos de onde as normas emanam.” 
Pode-se traduzir fonte como a origem de algo, nesse caso a origem das normas de Direito 
Administrativo. Elas dividem-se em primárias e secundárias. 
A fonte primária é a lei. 
De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei pode impor obrigações, ou seja, somente a lei 
pode obrigar o sujeito a fazer ou deixar de fazer algo, mas o que é lei? 
Maria Helena Diniz9 ensina que a lei, em sentido jurídico, é um texto oficial que engloba um conjunto 
de normas, ditadas pelo Poder Legislativo e que integra a organização do Estado. A elaboração da lei é 
disciplinada por comando constitucional e tem sua executoriedade compulsória garantida pelo Estado. 
Assim, pode-se afirmar que a lei, em sentido jurídico ou formal, é um ato primário, pois encontra seu 
fundamento na Constituição Federal, bem como possui por características a generalidade (a lei é válida 
para todos) e a abstração (a lei não regula situação concreta). 
Existem diversas espécies normativas: lei ordinária, lei complementar, lei delegada, medida provisória, 
decretos legislativos, resoluções, etc. Todas são leis e, portanto, constituem fonte primária do Direito 
Administrativo. Não se deve esquecer das normas constitucionais que estão no ápice do ordenamento 
jurídico brasileiro. 
8 Idem 
9 DINIZ, Maria Helena. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro interpretado. São Paulo: Saraiva. 
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10 
Tratados Internacionais para ingressarem no ordenamento jurídico pátrio devem seguir um 
procedimento. 
A Constituição Federal, em seu art. 84 atribuiu competência privativa para o Presidente da República 
celebrar Tratados. Após a celebração, é preciso que o Congresso Nacional, utilizando de sua competência 
exclusiva, aprove-o (art. 49, CF). A aprovação se dá por meio de Decreto Legislativo. 
Superada essa etapa, o tratado deve ser ratificado pelo Presidente da República e, após, promulgado 
por meio de Decreto Presidencial. 
Cumprido esse procedimento, o tratado está recepcionado pelo ordenamento pátrio e, em regra, terá 
força de lei infraconstitucional. Contudo, em se tratando de tratados que versem sobre direitos humanos, 
o procedimento é diferente e vem descrito no art. 5º, § 3º da Constituição:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.
Vê-se que, quando o tratado tem por matéria direitos humanos é preciso que seja votado em dois 
turnos na Câmara e no Senado Federal e que seja aprovado por quórum qualificado de três quintos. 
Nesse caso o Tratado terão força de norma constitucional. 
Em tendo força de lei infraconstitucional ou constitucional, os tratados passam a ser fontes do Direito 
Administrativo. 
O Direito Administrativo possui ainda as fontes secundárias que são: a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. 
Doutrina é o fruto do trabalho dos estudiosos do Direito, ou seja, é a interpretação que os 
doutrinadores dão à lei. Vê-se que a doutrina não cria normas, interpreta-as de forma que determinam o 
sentido e alcance dessa e norteiam o caminho do seu aplicador. 
Jurisprudência é o resultado do trabalho dos aplicadores da lei, especificamente, são decisões 
reiteradas dos Tribunais. Também não cria normas, ao contrário, assemelhar-se à doutrina porque se 
trata de uma interpretação da legislação. 
Costumes, de modo geral, são conceituados como os comportamentos reiterados que tem aceitação 
social. Ex: fila. Não há nenhuma regra jurídica que obrigue alguém a respeitar a fila, porém as pessoas 
respeitam porque esse é um costume, ou seja, um comportamento que está intrínseco no seio social. 
Especificamente em Direito Administrativo, os costumes são as práticas administrativas reiteradas. 
Alexandre Mazza10 define: “os costumes são práticas reiteradas da autoridade administrativa capazes 
de estabelecer padrões obrigatórios de comportamento. Ao serem repetidos constantemente, criam o 
hábito de os administrados esperarem aquele modo de agir, causando incerteza e instabilidade social sua 
repentina alteração. É nesse sentido que os costumes constituem fontes secundárias do Direito 
Administrativo. Importante relembrar que os costumes não têm força jurídica igual à da lei, razão pela 
qual só podem ser considerados vigentes e exigíveis quando não contrariarem nenhuma regra ou 
princípio estabelecido na legislação. Costumes contra legem não se revestem de obrigatoriedade.”. 
10 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 2014. 
11 
Regulamentos São atos normativos posteriores aos decretos, que visam especificar as disposições 
de lei, assim como seus mandamentos legais. As leis que não forem executáveis, dependem de 
regulamentos, que não contrariem a lei originária. Já as leis auto-executáveis independem de 
regulamentos para produzir efeitos. 
Instruções normativas Possuem previsão expressa na Constituição Federal, em seu artigo 87, inciso 
II. São atos administrativos privativos dos Ministros de Estado. É a forma em que os superiores expedem
normas de caráter geral, interno, prescrevendo o meio de atuação de seus subordinados com relação a
determinado serviço, assemelhando-se às circulares e às ordens de serviço.
Na maioria das vezes apresenta-se como Instruções Normativas. 
Regimentos São atos administrativos internos que emanam do poder hierárquico do Executivo ou da 
capacidade de auto-organização interna das corporações legislativase judiciárias. Desta maneira, se 
destinam à disciplina dos sujeitos do órgão que o expediu. 
Estatutos É o conjunto de normas jurídicas, através de acordo entre os sócios e os fundadores, 
regulamentando o funcionamento de uma pessoa jurídica. Inclui os órgãos de classe, em especial os 
colegiados. 
Lei formal Relaciona-se diretamente com a forma e não precisamente com o conteúdo, devendo 
seguir o que é proposto pelas Casas Legislativas. São exemplos: as Leis Complementares, Leis 
Ordinárias ou Leis Delegadas. 
Vale frisar que a lei apresenta o mais alto nível de produção, ficando abaixo, apenas da Constituição 
Federal. 
Questões 
01. (CESPE - TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO) - Analista Judiciário - Área Judiciária – CESPE). Julgue
os itens a seguir, acerca dos princípios e das fontes do direito administrativo. 
 Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais importante de todas as fontes do direito 
administrativo. 
(...) Certo ( ) Errado 
02. (Prefeitura de Piraúba/MG - Assistente Social - MS CONCURSOS/2017). Com relação às fontes
do Direito Administrativo, assinale a alternativa correta. 
(A) Costumes são decisões judiciais reiteradas no mesmo sentido e têm efeito secundário.
(B) A lei é fonte primária e principal do Direito Administrativo.
(C) A doutrina é conduta reiterada praticada pelos agentes públicos com consciência de
obrigatoriedade. 
(D) A jurisprudência é a opinião expressa por juristas, cientistas e teóricos do direito.
03. (PC/PE - Agente de Polícia – CESPE/2016). Considerando as fontes do direito administrativo
como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o surgimento de uma norma 
posta, assinale a opção correta. 
(A) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger inclusive
os regulamentos administrativos. 
(B) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar a
convivência mediante a harmonização de pensamentos. 
(C) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do direito
administrativo. 
(D) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas
pesquisas acerca de determinada questão jurídica. 
(E) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.
04. (Prefeitura de Sobral/CE - Técnico Legislativo – Área Legislativa – CIDADES). O Direito
Administrativo tem como fontes norteadoras quatro principais objetos. Nesse sentido, assinale a 
alternativa que não representa um desses objetos: 
(A) A lei.
(B) A jurisprudência.
(C) A doutrina.
(D) Os poderes constituídos
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05. (TJ/CE - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE). Com relação ao conceito, ao objeto
e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta. 
(A) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades desenvolvidas
para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais, porém excluindo as atividades 
legislativas. 
(B) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem a
administração pública. 
(C) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis existentes
e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais administrativos. 
(D) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos infra legais
e os costumes. 
(E) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado como o conjunto
de normas que regem as relações entre a administração e os administrados. 
06. (Prefeitura de São Paulo – SP - Auditor Fiscal Municipal - Tecnologia da Informação –
CETRO). Entre as fontes principais do Direito Administrativo estão a lei, a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. Acerca dessas fontes, assinale a alternativa correta. 
(A) A doutrina, em sentido amplo, é a fonte primária do Direito Administrativo. Ela influi na elaboração
da lei e nas decisões contenciosas e não contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo. 
(B) A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao 
caso concreto. 
(C) Os costumes distinguem as regras que convêm ao Direito Público e ao Direito Privado. Assim como
a doutrina, influi na elaboração da lei. 
(D) A lei possui um caráter mais prático, mais objetivo, que a doutrina e os costumes, mas nem por
isso se aparta de princípios teóricos. 
(E) A doutrina, no Direito Administrativo Brasileiro, exerce ainda influência em razão da deficiência da
legislação. 
07. (Câmara de Belo Horizonte/MG – Redator – CONSULPLAN/2018) Ao tratar dos princípios que
regem a administração pública, a doutrina se refere a dois princípios, chamando-os de pedras de toque 
ou supraprincípios, pois, a partir destes dois, se extraem inúmeros outros. São eles: 
(A) Da legalidade e da finalidade.
(B) Da publicidade e da eficiência.
(C) Da legalidade e da moralidade.
(D) Da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público.
08. (AL/RS – Procurador – FUNDATEC/2018) A evolução do Direito Administrativo no Estado
Democrático de Direito permite afirmar ter ocorrido certa relativização do princípio da supremacia do 
interesse público. Sendo assim, é correto afirmar que um dos elementos inovadores que representa essa 
relativização é: 
(A) O princípio constitucional da legalidade.
(B) A rescisão unilateral de contratos administrativos.
(C) A intervenção na propriedade privada quando atendidos requisitos prévios previstos em lei.
(D) As cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos.
(E) O princípio da dignidade da pessoa humana.
Gabarito 
01.Certo/ 02.B/ 03.A/ 04.D/ 05.C/ 06.B / 07. D / 08. E
Comentários 
01. Resposta: Certo
Como fonte do Direito Administrativo, a lei é a mais importante. Porém, entre os princípios, não há
hierarquia. Quer dizer, o Princípio da Legalidade não é superior, nem mais importante que os demais 
princípios. 
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A lei é fonte primária
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02. Resposta: B
No Brasil, o que predomina é a lei como fonte primária, outros países adotam a jurisprudência.
Como se sabe o Princípio da Legalidade é um dos pilares que fundamentam a Administração Pública.
03. Resposta: A
A lei é fonte primária do Direito administrativo. Em decorrência do princípio da legalidade, a lei é a mais
importante de todas as fontes. Abrange, em seu sentido amplo, as medidas provisórias; os regulamentos, 
os tratados internacionais, etc. 
04. Resposta: D
Para Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino são 4 as principais Fontes do Direito Administrativo:
a Lei, a Doutrina, a Jurisprudência e o Costume. 
05. Resposta: C
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que, em suas origens, na França, o Direito
Administrativo tinha por objeto apenas a interpretação das leis administrativas. Os doutrinadores 
limitavam-se a compilar as leis existentes e a interpretá-las com base principalmente na jurisprudência 
dos Tribunais Administrativos, formando a chamada Escola Exegética, Legalista, Empírica ou Caótica, 
"para a qual o Direito Administrativo era compreendido como sinônimo de Direito Positivo". 
06. Resposta: B
A jurisprudência caracteriza-se pelo nacionalismo, isto é, enquanto a doutrina tende a universalizar-
se, a jurisprudência tende a nacionalizar-se, pela contínua adaptação da lei e dos princípios teóricos ao 
caso concreto. Realmente, pois, pela lógica, a jurisprudência é produzida a partir da utilização de leis 
nacionais, e, ao contrário, a doutrina pode espelhar-se em interpretações de várias legislações, seguir 
outros pensadores, nãovejo limitação para a doutrina. 
07. Resposta: D
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta 
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. É pelo princípio da 
supremacia do interesse público que o interesse da sociedade deve prevalecer. 
08. Resposta: E
A Relativização veio com a Constituição Federal, acompanhada com os princípios sociais e da
moralidade, a fim de valorizar a dignidade da pessoa humana. 
Princípios do direito administrativo 
Os princípios constituem fundamento do Direito Administrativo. São diversas as suas classificações, 
por isso adotar-se-á no presente a classificação de Diogo de Figueiredo Neto11. 
Para esse autor existem os princípios fundamentais que são os previstos de forma explícita ou 
implícita no Título I da Constituição, dos quais destaca-se os mais relevantes para o Direito Administrativo 
que são o princípio republicano, o princípio democrático, o princípio da dignidade da pessoa humana, o 
princípio da cidadania e o princípio da segurança jurídica. 
Alguns princípios são classificados como gerais posto que aplicados para todos os ramos do direito, 
como o princípio da legalidade, da igualdade, da publicidade, da sindicalidade, da legitimidade, entre 
outros. 
Especificamente em Direito Administrativo, os princípios são divididos em princípios gerais de Direito 
Administrativo e princípios setoriais de Direito Administrativo. 
Os primeiros trazem as normas e os valores que regem a Administração Pública de maneira geral 
como os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, entre outros. 
Por sua vez, os princípios informativos do Direito Administrativo, dizem respeito a um conjunto de 
proposições monovalentes setoriais, que serve como base do Direito Administrativo, comunicando o 
campo de jurisprudência, garantindo autonomia e elaboração de institutos específicos. 
11 FIGUEIREDO NETO, Diogo de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2006. 
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Princípio da Supremacia Do Interesse Público Este princípio consiste na sobreposição do interesse 
público em face do interesse particular. Havendo conflito entre o interesse público e o interesse particular, 
aquele prevalecerá. 
Podemos conceituar INTERESSE PÚBLICO como o somatório dos interesses individuais desde que 
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade. 
O interesse público PRIMÁRIO é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como um 
todo. Já o interesse público SECUNDÁRIO é o interesse direto do Estado como pessoa jurídica, titular de 
direitos e obrigações, em suma, é vontade do Estado. Assim, a vontade do povo (interesse público 
PRIMÁRIO) e a vontade do Estado (interesse público SECUNDÁRIO) não se confundem. 
O interesse público SECUNDÁRIO só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público 
PRIMÁRIO. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público 
PRIMÁRIO. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção. 
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo, fundamentando a 
existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à Administração Pública para que esta 
esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela Constituição e pelas leis. 
O ordenamento jurídico determina que o Estado-Administração atinja uma gama de objetivos e fins e 
lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da Supremacia do 
Interesse Público, fornecendo à Administração as prerrogativas e os poderes especiais para obtenção 
dos fins estabelecidos na lei. 
O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, 
dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do Direito Administrativo. Vejamos alguns 
exemplos práticos: 
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade, 
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade. 
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo, modificar 
ou rescindir unilateralmente tal contrato. 
- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo,
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o 
objetivo de diminuir a violência. 
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já 
existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se pôr fim a este, através da Teoria da 
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o 
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o 
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração, 
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve 
ser provocado para corrigi-lo. 
Princípio Democrático O caput do artigo 1º da Constituição Federal de 1988, adotou em seu 
parágrafo único, o denominado princípio democrático, ao afirmar que “todo poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. 
O Estado Democrático de Direito, que significa a exigência de reger-se pelo Direito e por normas 
democráticas, com eleições livres, periódicas e pelo povo bem como o respeito das autoridades públicas 
aos direitos e garantias fundamentais, proclamado 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana A dignidade da pessoa humana é o princípio permeante 
do ordenamento jurídico, sendo, assim, indissociável dos direitos fundamentais. É o que se pode 
denominar aspecto pragmático-constitucional – relação entre os direitos fundamentais e a dignidade da 
pessoa humana na ordem constitucional. 
A tríade Dignidade, Direitos Fundamentais e Constituição é a diretriz da conduta estatal e particular, 
porquanto se trata do conjunto fundante da ordem jurídica como um todo. Conclui-se que os direitos 
fundamentais são a concretização da dignidade humana dentro da ordem constitucional; concretização 
esta que é evidenciada sob o aspecto de informadora de todo o ordenamento jurídico. 
O direitos fundamentais foram alçados à condição de princípios constitucionais devido ao 
reconhecimento da importância dos valores que encerram. A compreensão dessa posição principiológica 
é relevante para o estabelecimento oportuno da conexão entre os direitos fundamentais e a missão a eles 
delegada de transmutar-se em sustento da condição digna. 
A relação entre direitos fundamentais e dignidade da pessoa humana é das mais íntimas. É certo que 
a vida digna se consagra com tais garantias provedoras. A vivência digna vai além da simples relação 
com os direitos humanos relativos às liberdades individuais ou aos direitos sociais. É óbvio que a ausência 
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de direitos dessa natureza importa em constatação mais perceptível de violação e usurpação da condição 
intrínseca de ser humano. Contudo, não se pode olvidar que todos e não apenas alguns dos direitos 
fundamentais configuram-se em instrumentos assecuratórios da dignidade do ser humano. 
Princípio da Cidadania Segundo Dalmo Dallari: 
“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente 
da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizadoou excluído da vida social 
e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. 
Ao contrário dos direitos humanos – que tendem à universalidade dos direitos do ser humano na sua 
dignidade –, a cidadania moderna, embora influenciada por aquelas concepções mais antigas, possui um 
caráter próprio e possui duas categorias: formal e substantiva. 
Princípio da Igualdade Também conhecido como Princípio da Isonomia, considera que a 
Administração Pública deve se preocupar em tratar igualmente as partes no processo administrativo, sem 
que haja discriminações não permitidas. 
O objetivo é tratar o administrado com urbanidade, com equidade, com congruência. 
No processo administrativo, busca-se uma decisão legal e justa, pois se deve tratar igualmente os 
iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. 
Princípio da Executoriedade Trata-se de atributo do ato administrativo que permite ao Poder Público 
sua imediata aplicação, sem ter que recorrer ao Poder Judiciário. 
Princípio da Consensualidade Muito usado nos casos de mediação, em que não se pode impor uma 
decisão às partes, porém o resultado do que for debatido entre elas deve ser levado em consideração. 
Para que a mediação tenha bons resultados, é necessário que exista um consenso entre as partes. 
Princípio Republicano É a forma de relacionamento das autoridades públicas com os seus cidadãos 
e traz como características a eletividade, temporariedade e necessidade de prestação de contas pela 
administração pública. 
Princípio da Sindicabilidade Diz respeito ao controle dos atos administrativos, seja pela própria 
Administração, seja pelo Poder Judiciário. Desde a segunda metade do século XX, como consequência 
dos conflitos mundiais, dos atentados aos direitos fundamentais, vem se defendendo a ampliação do 
controle (sindicabilidade) da Administração Pública pelo poder Judiciário. Seria esta a forma de se 
conterem abusos que geralmente isentam-se de controle sob a alegação da “intangibilidade jurisdicional” 
dos atos discricionários". 
Princípio da Legitimidade Está voltado aos atos administrativos, mais conhecido como presunção de 
legitimidade. 
É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos, até que se demonstre 
o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não significa que os atos
administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova é de quem alega.
Princípio da Especialidade Este princípio está presente em algumas atividades das pessoas jurídicas 
não territoriais, limitando, assim, a capacidade e a atividade, sendo-lhes interdito praticar atos que não 
tenham relação com o objeto particular que é inerente. 
Com isso, fica proibido às pessoas, aceitarem doações e legados, que impunham a elas, aceitarem 
atividades diversas à sua especialidade. Ex: uma escola, que aceitaria doação para que ali funcionasse 
um hospital. 
A partir do momento em que se confere personalidade jurídica a um agrupamento, já se concede o fim 
para o qual se tornou personalidade jurídica, não devendo atuar em sentido diverso do que fora 
incumbido. 
Princípio da hierarquia. Compreende-se como hierarquia, a relação de coordenação e subordinação 
dos órgãos do poder executivo. 
Na organização por instâncias, cada uma vai funcionar em esfera diferente da outra, não havendo 
comunicação entre essas. Há atos que só podem ser feitos pelo juiz de primeira instância, não sendo de 
competência do Tribunal. 
Basta pensar no caso do legislador, que quando entende que é caso de reexame, manda que haja 
recurso por parte do juiz. 
No legislativo, também não existe hierarquia, ainda que se tenha um sistema bicameral. O que pode 
haver no judiciário e no legislativo é a hierarquia, naquilo que tais poderes têm de administrativo. 
Pelo princípio da hierarquia, no que diz respeito especificamente ao direito administrativo, temos 
consequências, como a unidade de direção, revisão dos atos dos subordinados. Tais institutos são 
informados pelo princípio da hierarquia, pois há um respeito nas suas áreas de atribuição e competências. 
Princípio da continuidade. O serviço público diz respeito as atividades do Estado, de modo que não 
pode haver interrupção desses serviços, por isso que é vedada a greve do funcionário público, já que 
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pode ocasionar a quebra da continuidade dos serviços, que causarão inúmeros transtornos para o Estado, 
além da coletividade. 
Questões 
01. (PC/ES - Escrivão de Polícia - INSTITUTO AOCP/2019) Ao tratarmos de Regras de Direito
Administrativo, é importante considerar que o Direito Administrativo, por ser um ramo do Direito Público, 
não se adequa a todos os princípios da hermenêutica do Direito Privado. Assim, para interpretá-lo, é 
indispensável observar alguns pressupostos diretamente ligados a esse ramo do Direito. Dentre esses 
pressupostos, está a 
(A) igualdade jurídica entre a Administração Pública e os administrados, sem prevalência de interesses
de um ou de outro. 
(B) presunção absoluta de legitimidade dos atos da Administração Pública.
(C) inviabilidade de discricionariedade na prática rotineira das atividades da Administração Pública.
(D) necessidade de poderes discricionários para a Administração atender ao interesse público.
(E) sobreposição do interesse privado, ou seja, dos administrados, sobre o interesse público.
02. (Prefeitura de Londrina/PR - Procurador do Município – COPS/UEL/2019) Em decorrência do
princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse particular, assinale a alternativa correta. 
(A) O Município poderá, em favor do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, sem
necessariamente efetuar o depósito do valor da indenização. 
(B) O Município poderá, diante do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, cabendo nulidade
do ato caso não faça o pagamento da justa e prévia indenização. 
(C) O Município poderá, diante do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, mediante
pagamento com título da dívida pública federal. 
(D) O Município poderá, diante do interesse público, desapropriar imóveis urbanos, mediante
pagamento com título da dívida pública municipal. 
(E) O Município poderá, em qualquer situação, realizar a desapropriação de imóveis urbanos, inclusive
sem prévia e justa indenização. 
Gabarito 
01.D / 02.B
Comentários 
01. Resposta: D
A Supremacia Do Interesse Público é a sobreposição do interesse público em face do interesse
particular. Se houver conflito entre o interesse público e o interesse particular, o público prevalecerá. 
02. Resposta: B
Aqui precisamos conhecer sobre o princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o privado. Caso
o interesse da coletividade seja de maior relevância ao do particular, há a possibilidade de desapropriação
de imóveis urbanos, porém, a Administração Pública não pode fazer isso sem arcar com os devidos custos
ao particular.
Codificação12 
Preliminarmente, o direito administrativo, que rege a administração pública, é um dos ramos do direito 
público, vez que é composto predominantemente de normas imperativas e inafastáveis. 
Esse ramo do direito é uma conquista dos regimes republicanos e democratas, com a sujeição não só 
do povo, mas também dos governos, a certas regras gerais, ao contrário do que acontecia no caráter 
absolutista de governo, ou seja, os soberanos não se submetiam a nenhuma regra. 
Codificar é reunir um conjunto metódico, sistemático e harmônico às normas que disciplinam uma dada 
matéria, como o Direito ou parte dele. Exemplo dessa reunião de normas positivas é o Código. 
12 http://www.sedep.com.br/artigos/codificacao-do-direito-administrativo/. 
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O Direito Administrativo Brasileiro não é codificado no sentido clássico de lei única. Em vez disto, 
espraia-se em estatutos ou códigos parciais. Sua originalidade é que ele resulta de uma construção 
doutrinária e puramente teórica. 
A questãoda codificação tem colocado os doutrinados em três posições: 
Os que negam as suas vantagens (não codificação) 
Sustentam que o Direito Administrativo é um ramo jurídico novo e em constante elaboração, e uma 
vez codificado permanecerá inerte em sua evolução. 
Os que admitem a codificação parcial 
Defendem a codificação em parte, pois propugnam pela reunião de normas que disciplinam algumas 
das matérias reguladas do Direito Administrativo. 
Os que propugnam pela codificação total 
Entendem que com a codificação, facilitará a compreensão e a aplicação das normas assim reunidas, 
tanto para a Administração Pública quanto aos administrados. 
A reunião dos textos administrativos num só corpo de lei, como ocorre com os demais ramos do Direito, 
já codificados, propiciará à Administração e aos administrado maior segurança e facilidade na 
observância e aplicação das normas, oferecendo melhores possibilidades de controle e evolução. 
As leis esparsas, tornam-se de difícil conhecimento e obtenção pelos interessados, sobre não 
permitirem uma visão panorâmica do Direito a que pertencem. 
O código representa o último estágio da codificação do Direito, sendo precedido, geralmente, de 
coletâneas e consolidações das leis pertinentes à matéria. 
Os estágios que antecedem à codificação administrativa já foram atingidos, ultrapassando, o da 
codificação parcial, eis que foi superado pela existência de vários códigos parciais, tais como, Código de 
Caça, Código da Contabilidade Pública; Código de Águas; Código da Mineração; Código Florestal, Código 
Brasileiro de Aeronáutica, etc. 
Esses argumentos demonstram que os códigos não impedem a evolução do direito nem estacam sua 
formação, como sustentavam Savigny e seus seguidores, pelo contrário concorrem para a reunião 
ordenada das fontes e princípios do direito. 
Essas vantagens refletirão também nas jurisprudências, na doutrina, nas jurisdições administrativas, 
bem como em todo ensino jurídico, portanto necessária é a codificação. 
Contudo, a exemplo de Portugal, devem nossas autoridades competentes promover medidas que 
permitem a instituição do Código Administrativo Brasileiro. 
Interpretação das normas de direito administrativo 
A interpretação do Direito Administrativo serve-se de alguns princípios próprios e apresenta 
especificidades e complexidades que lhe são peculiares. Todavia isso não exclui a técnica da 
interpretação geral do direito, conforme passamos à expor: 
Gramatical: De acordo com a técnica gramatical (literal, semântica ou filológica) o hermeneuta 
procurará o sentido literal do texto normativo, buscando as regras da gramática e da linguística, examinará 
o aplicador ou intérprete cada termo do texto normativo, isolada ou sistematicamente, atendendo à
pontuação, colocação dos vocábulos, origem etimológica etc., para, ao final, formular os significados que
possa ter o preceito analisado.
Lógico: No que pertine ao processo lógico, o que se pretende é desvendar o sentido e o alcance da 
norma, estudando-a por meio de raciocínios lógicos, analisando os períodos da lei e combinando-os entre 
si, com o escopo de atingir perfeita compatibilidade. 
Histórica: A técnica interpretativa histórica funda-se na análise dos antecedentes da norma, 
pesquisando todo o seu itinerário legislativo, às circunstâncias fáticas que a precederam e lhe deram 
origem, as causas ou necessidades que induziram o órgão a elaborá-la. Essa investigação é bastante útil 
a fim de captar o exato significado das normas e os resultados que tencionam alcançar. 
Sistemático: O intérprete, partindo do pressuposto que o sistema jurídico não se compõe de um único 
sistema normativo, mas de vários, que constituem um conjunto harmônico e interdependente, considerará 
o sistema em que se insere a norma, relacionando-a com outras normas concernentes ao mesmo objeto.
Deve-se, por conseguinte, cotejar o texto normativo, em análise, com outros do mesmo diploma legal ou
de leis diversas, mas referentes ao mesmo objeto, pois por umas normas pode-se desvendar o sentido
de outras. Examinando o conjunto das normas é possível desvendar o sentido de cada uma delas.
18 
Teleológico: Por fim, o processo teleológico objetiva adaptar a finalidade da norma às novas 
exigências sociais. A técnica teleológica conduz à compreensão de que o fim prático da norma coincide 
com o fim apontado pelas exigências sociais (fim social, tendo em vista o bem comum). 
ATO ADMINISTRATIVO 
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou de quem lhe 
faça às vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, transferir, modificar ou extinguir 
direitos e obrigações. 
Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em nome dele. 
Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela condição da pessoa que os 
realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. 
Deve-se diferenciar o conceito de ato administrativo do conceito de ato da Administração. Este último 
é ato praticado por órgão vinculado à estrutura do Poder Executivo. 
Nem todo ato praticado pela Administração será ato administrativo, ou seja, há circunstâncias em que 
a Administração se afasta das prerrogativas que possui, equiparando-se ao particular. 
O que qualifica o ato como administrativo é o fato que sua repercussão jurídica produz efeitos a uma 
determinada sociedade, devendo existir uma regulação pelo direito público. Para que esse ato seja 
caracterizado, é necessário que ele seja emanado por um agente público, quer dizer, alguém que esteja 
investido de múnus público, podendo atuar em nome da Administração. 
Esse ato deve alcançar a finalidade pública, onde serão definidas prerrogativas, que diz respeito à 
supremacia do interesse público sobre o particular, em virtude da indisponibilidade do interesse público. 
Embora existam divergências, a doutrina mais moderna entende que os atos administrativos podem 
ser delegados, assim os particulares recebem a delegação pelo Poder Público para prática dos referidos 
atos. 
Questões 
01. (Câmara Municipal de Atibaia/SP - Advogado - CAIP-IMES/2016) Assinale a alternativa
incorreta. 
Os atos administrativos: 
(A) decorrem de manifestação bilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou 
impor obrigações aos administrados, apenas. 
(B) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública no exercício da função
administrativa típica. 
(C) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou 
impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
(D) decorrem de manifestação unilateral de vontade da Administração Pública, portanto são de
exclusividade do Poder Executivo no exercício da função típica. Contudo, os demais poderes (Judiciário 
e Legislativo) também podem exercê-los, atipicamente. 
02. (CNMP -Técnico do CNMP FCC) Ato administrativo é:
(A) realização material da Administração em cumprimento de alguma decisão administrativa.
(B) sinônimo de fato administrativo.
(C) manifestação bilateral de poder da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por
fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar direitos e impor obrigações aos 
administrados. 
(D) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que visa impor obrigações aos
administrados ou a si própria ou alguma realização material em cumprimento a uma decisão de si própria. 
(E) manifestação unilateral de vontade da Administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria. 
Noções de Atos Administrativos. 
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Gabarito 
01.A / 02.E
Comentários 
01. Resposta: A
Os atos administrativos enquadram-se na categoria dos atos jurídicos. Logo, são manifestações
humanas, e não meros fenômenos da natureza. Ademais, são sempre manifestações unilaterais de 
vontade (as bilaterais compõem os chamados contratos administrativos). 
02. Resposta: E
Para Hely Lopes.
Ato Administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo
nessa qualidade, tenha por fim IMEDIATO adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar 
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. 
Para Maria Sylvia. 
É a declaração de vontade do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, 
com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e se sujeita a controle do Poder Judiciário. 
Para Celso Antônio. 
É a declaração de vontade do Estado ou de lhe faça as vezes, no exercício de prerrogativas Públicas, 
manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e 
sujeitas a controle de legitimidade dos órgãos jurisdicionais. 
Requisitos / Elementos 
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Do ponto de vista da doutrina tradicional 
(e majoritária nos concursos públicos), os requisitos dos atos administrativos são cinco: 
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um 
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente. 
No Direito Administrativo quem define as competências de cada agente é a lei, que deverá limitar sua 
atuação e fazer as atribuições de cada agente. 
O ato deve ser praticado por agente público, assim considerado todo aquele que atue em nome do 
Estado, podendo ser de qualquer título, mesmo que não ganhe remuneração, por prazo determinado ou 
vínculo de natureza permanente. 
Podem ser englobados como agentes, os agentes políticos, que são os detentores de mandatos 
eletivos, secretários e ministros de Estado, considerando ainda os membros da magistratura e do 
Ministério Público. Os atos ainda poderão ser praticados por particulares em colaboração com o poder 
público, podendo se considerar aqueles que exercem função estatal, sem vínculo definido, como acontece 
com jurados e mesários, por exemplo. 
Além da competência para a prática do ato, se faz necessário que não exista impedimento e suspeição 
para o exercício da atividade. 
Deve-se ter em mente que toda a competência é limitada, não sendo possível um agente ter 
competência ilimitada, tendo em vista o dever de observância da lei para definir os critérios de legitimação. 
Objeto lícito: É o conteúdo do ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e 
qualquer ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas 
referentes a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública. 
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos 
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser 
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam 
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo. 
A forma específica se dá pelo fato de que os atos administrativos decorrem de um processo 
administrativo prévio, que se caracterize por uma série de atos concatenados, com um propósito certo. A 
exigência de forma para a prática dos atos da Administração Pública decorre do Princípio da Solenidade, 
que pertence à atuação estatal, como forma de garantia de que os cidadãos serão contemplados com 
essa ação. 
Motivo: este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses 
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes; 
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O motivo será válido, sem irregularidades na prática do ato administrativo, exigindo-se que o fato 
narrado no ato praticado seja real e tenha acontecido da forma como estava descrito na conduta estatal. 
Difere-se de motivação, pois este é a explicação por escrito das razões que levaram à prática do ato. 
Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado 
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso ou desvio de poder. 
Questão 
01. (DPE/PE - Estagiário de Direito - DPE-PE). São elementos do ato administrativo:
(A) presunção de legalidade, economicidade, eficiência e motivação.
(B) competência, forma e vinculação.
(C) presunção de legitimidade e impessoalidade.
(D) competência, forma, objeto, finalidade e motivo
(E) vinculação e discricionariedade.
Gabarito 
01.D
Comentário 
01. Resposta: D
Competência: o ato deve ser praticado por sujeito capaz, trata-se de requisito vinculado. Para que um
ato seja válido deve-se verificar se foi praticado por agente competente. 
Finalidade: O ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato praticado 
não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder; 
Forma: é o requisito vinculado que envolve a maneira de exteriorização e demais procedimentos 
prévios que forem exigidos com a expedição do ato administrativo. Via de regra, os atos devem ser 
escritos, permitindo de maneira excepcional atos gestuais, verbais ou provindos de forças que não sejam 
produzidas pelo homem, mas sim por máquinas, que são os casos dos semáforos, por exemplo. 
Motivo: Este integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a defesa de interesses 
coletivos. Por isso existe a teoria dos motivos determinantes; 
Objeto lícito: É o conteúdo ato, o resultado que se visa receber com sua expedição. Todo e qualquer 
ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas referentes 
a pessoas, coisas ou atividades voltadas à ação da Administração Pública. 
Atributos ou Características 
São prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração representa, são as 
qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros atos jurídicos. São eles: 
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Presunção de legitimidade: é a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados 
válidos, até que se demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. 
Isso não significa que os atos administrativos não possam ser contrariados, no entanto, o ônus da prova 
é de quem alega. 
O atributo de presunção de legitimidade confere maior agilidade à atuação administrativa, já que depois 
da prática do ato, estará apto a produzir efeitos automaticamente, como se fosse válido, até que se 
declare sua ilegalidade por decisão administrativa ou judicial. 
Imperatividade: é o poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações 
aos administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a Administração possui 
para impor determinado comportamento a terceiros. 
Exigibilidade ou coercibilidade: é o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos 
quanto ao seu cumprimento sob ameaça de sanção. 
Autoexecutoriedade: é o poder pelo qual os atos administrativos podem ser executados 
materialmente pela própria administração, independentemente da atuação do Poder Judiciário. 
Para a ocorrência da autoexecutoriedade é necessário a presença dos seguintes requisitos: 
a) Quando a lei expressamente previr;
b) Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos seguintes
requisitos: 
- situação de urgência; e
- inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, evitar a lesão.
Tipicidade13: é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras previamente
definidas pela lei como aptas a produzir determinados efeitos. O presente atributo é uma verdadeira

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