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TCC - EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO DE QUIMICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE LABORATÓRIO VIRTUAL
JAINE BEATRIZ DA SILVA
Dourados, MS
Dezembro/2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
USO DAS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE LABORATÓRIO VIRTUAL
JAINE BEATRIZ DA SILVA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na Graduação à Universidade Federal da Grande Dourados, Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia, para a conclusão do curso de Licenciatura em Química.
Orientação: Prof. Me. Ademir de Souza Pereira
Dourados, MS
Dezembro/2018
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA
ATA DE DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LICENCIATURA EM QUÍMICA
Aos 05 dias do mês de Dezembro do ano de 2018, no horário das 10:00h às 12:00h horas, na sala de Reuniões da FACET na Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), foi realizada a defesa pública do Trabalho de Conclusão de Curso da aluna JAINE BEATRIZ DA SILVA, intitulado USO DAS TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA: A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE LABORÁTORIO VIRTUAL. A Banca Examinadora, composta pelos professores, Prof. Me. Ademir de Souza Pereira (orientador/presidente), Profa. Dra. Elisangela Matias Miranda e Prof. Fernando Fernandes Rodrigues após avaliação e deliberação, considerou o trabalho: 
[ ] aprovado; [ ] reprovado.
Eu, presidente da banca, lavrei a presente ata que segue assinada por mim e demais membros:
_____________________________________________________________
Prof. Me. Ademir de Souza Pereira – UFGD - Orientador/Presidente
_____________________________________________________________
Profa. Dra. Elisangela Matias Miranda - UFGD 
________________________________________________________________
Prof. Fernando Fernandes Rodrigues – SED-MS
 
____________________________________________________________________________
UFGD – FACET – Coordenação do Curso de Bacharelado em Química
Rodovia Dourados-Itahum, Km 12
Fone: (67) 3410-2076
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de mеυ destino, mеυ guia, socorro presente na hora de angústia, ао mеυ pai João Batista da Silva, minha mãe Zeli da Silva е аоs meus irmãos.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer, em primeiro lugar, а Deus, pela força е coragem durante toda esta longa caminhada.
Aо mеυ pai João Batista da Silva, minha mãe Zeli da Silva е аоs meus irmãos.
Ao professor Me. Ademir Pereira pela paciência na orientação е incentivo qυе tornaram possível а conclusão desta monografia.
Ao meu namorado Arllen France de Arruda Melchiorre, que foi compreensivo com os momentos em que permaneci distante.
E aos meus amigos, pessoas muito especiais que tornarão os meus dias mais felizes nesses anos de faculdade. 
Gratidão por todas as pessoas que acompanharam o meu crescimento.
 
33
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo investigar as contribuições da utilização da tecnologia da informação e comunicação no ensino de química com ênfase na utilização de um software laboratório virtual. Nesse contexto, a disciplina química faz parte do currículo escolar no ensino médio e está inserida no final do ensino fundamental, sendo sempre considerada pelos alunos como uma disciplina de difícil compreensão, gerando assim, desinteresse na aprendizagem, dificuldades na assimilação dos conceitos e uma falta aplicabilidade no cotidiano do aluno. Sendo a Química uma ciência experimental, a prática laboratorial é essencial, e tem contribuído para o aprendizado dos alunos. Entretanto, nem todas as escolas estão preparadas e equipadas para a realização de experimentos, pois muitas escolas não possuem laboratório, reagentes, vidrarias, equipamentos e professor capacitados. Nesse contexto abarcamos no presente trabalho, propondo o uso das tecnologias de informação e comunicação como forma de simular interativamente aulas experimentais de química, para o ensino médio. A pesquisa desenvolvida foi de cunho qualitativo, com uma turma do 1º ano de Ensino Médio da Escola Estadual Manoel Ferreira de Lima, localizada na cidade de Maracajú-MS. Como método de construção de dados foi utilizado um questionário avaliativo sobre as contribuições que a aula promoveu, o mesmo, foi analisado pela técnica Análise Textual Discursiva, onde emergiram durante a análise a categoria a priori, quatro categorias intermediarias, quinze categorias iniciais e vinte e seis unidades de significado. Com base nos resultados obtidos consideramos que a utilização do software Laboratório Virtual possui potencialidade para ser utilizado como uma ferramenta didática no ensino de Química, visto que, funcionam como um fator de interação e motivação, auxiliando na compreensão de conceitos químicos. 
Palavras-chave: tecnologias de informação e comunicação, ensino de química, laboratório, Software.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	9
2.	OBJETIVOS	11
2.1.	Objetivo geral	11
2.2.	Objetivos específicos	11
3.	A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA	12
4.	ASPECTOS METODOLÓGICOS	19
5.	RESULTADOS E DISCUSSÃO	23
5.1.	Análise dos dados	23
5.2.	Contribuições do Lab. Virtual na aprendizagem	24
5.3.	Contribuições do Uso da TIC	26
5.4.	Contribuições da utilização de tecnologias cotidianas	29
5.5.	Contribuições positivas e negativas	31
CONSIDERAÇÕES FINAIS	33
REFERÊNCIAS	35
6.	APÊNDICE	39
26
1. INTRODUÇÃO
Ao realizar meu primeiro estágio na escola com as turmas do 2° ano do ensino médio, período matutino de uma escola pública da rede estadual no município de Maracajú-MS, pude apresentar uma proposta de experimentação investigativa, na qual, observei o entusiasmo e a grande participação dos alunos na sala. Este fato também me motivou para que procurasse atividades que fizessem os alunos se motivarem para estudarem química. 
O meu interesse em trabalhar com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) partiu do contato com a disciplina de Informática no Ensino de Química, na qual, pude observar algumas contribuições da utilização da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. A partir disso, comecei a prestar mais atenção nas atividades desenvolvidas na escola que envolvesse as TICs. 
Além disso, ao observar a falta de Laboratórios de Química da escola, e a rara utilização da Sala de Tecnologia, apresentei a professora regente a proposta de unirmos o ambiente da Sala de Tecnologia a atividades diferenciadas dentro do Laboratório Virtual ChemCollective. Ao observar o entusiasmo dos alunos em outras atividades desenvolvidas durante o estágio feito nessa escola, resolvi explorar a utilização das tecnologias educacionais, visto que os alunos possuem acesso a várias ferramentas tecnológicas na escola como o computador, celular e acesso a internet.
O Laboratório Virtual ChemCollective é uma simulação online de um laboratório de química, projetado para ajudar os alunos a vincularem cálculos químicos a uma autêntica química de laboratório. O laboratório permite que os alunos selecionem centenas de reagentes padrão (aquosos) e os manipulem de maneira semelhante a um laboratório real.
Como um projeto na National Science Digital Library (NSDL), os objetivos da ChemCollective são apoiar uma comunidade de instrutores interessados ​​em melhorar o ensino de química através de atividades online interativas e envolventes. O líder do projeto é o Dr. David Yaron, Professor Associado de Química da Carnegie Mellon. Muitas das atividades originais neste site foram desenvolvidas por um grupo da Carnegie Mellon, incluindo Yaron, engenheiros de software experientes, programadores de graduação, consultores educacionais e redatores técnicos.A professora aceitou a proposta e já de início me informou que a turma disponível para o desenvolvimento da atividade seria o primeiro ano do ensino médio, do período noturno. Sendo essa uma turma muito tímida e pouco participativa, com alunos jovens que em sua maioria trabalhavam o dia todo. Em práticas já executadas pela professora com metodologias que envolvessem questionamentos, a mesma relatou que havia obtido poucas respostas dos alunos.
Sendo assim, observei as aulas da professora regente e em seguida me dediquei ao planejamento de uma aula utilizasse um software denominado Laboratório Virtual ChemCollective, conforme o conteúdo informado.
Em outubro iniciei a observação das aulas, apresentei a proposta para os alunos, e informei que a atividade seria desenvolvida em duplas, devido a quantidade de computadores disponíveis.
Essa atividade não foi desenvolvida durante o período de desenvolvimento do Estágio Curricular Supervisionado em Ensino IV, no entanto, vale ressaltar que a referida componente curricular criou um campo de reflexão que me motivou a desenvolver essa atividade de pesquisa, a partir do seguinte questionamento: Verificar a utilização de uma ferramenta cotidiana (computador) como um caráter motivador para o aprendizado de química a partir do software Laboratório Virtual ChemCollective.
Nesse contexto, nos últimos anos, assiste-se a era da ascensão e a popularização do computador e, mais especificamente, o uso da internet, celulares e novas tecnologias. Com isso, a sociedade contemporânea está cada vez mais informatizada e globalizada. Dificilmente, hoje se pensa no processo de ensino e aprendizagem sem a presença desta, seja como meio de comunicação, de pesquisa, de interação, ou outros; desta forma professores são chamados a participar desse novo processo de ensino e aprendizagem. 
A utilização das Tecnologias educacionais no ensino de Química vem como uma ferramenta didática, que promove aulas dinâmicas e interessantes, demostrando aos alunos que é possível aprender com ferramentas que antes eram usadas somente para entretenimento.
Para que as potencialidades dessa utilização sejam alcançadas é necessário um bom planejamento das atividades e observação dos materiais disponíveis para realização, visto que, muitas escolas possuem acesso internet e computadores, que tendem a ficarem obsoletos com o rápido avanço tecnológico.
2. OBJETIVOS
Objetivo geral
Esse trabalho tem como objetivo avaliar a eficiência e contribuições do uso de novas tecnologias, com ênfase na utilização do software intitulado Laboratório Virtual ChemCollective, como uma ferramenta que possa auxiliar no processo de ensino e aprendizagem de Química de forma dinâmica em turmas do ensino médio de uma escola da rede estadual da cidade de Maracaju – MS.
Objetivos específicos
· Identificar as potencialidades da utilização do programa de Laboratório virtual;
· Avaliar o uso do Laboratório Virtual ChemCollective na promoção de aulas dinâmicas e dialogadas.
3. A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO ENSINO DE QUÍMICA
Conforme Souza (2004), as novas tecnologias de informação e comunicação são elementos importantes para o desenvolvimento pessoal e profissional do ser humano e sua inserção na escola diminui o risco da discriminação social e cultural, dessa forma, as TICs poderão atuar como coadjuvante para a renovação da prática pedagógica. 
Com essa nova potencialidade ao nosso alcance, é essencial que seja utilizada no contexto escolar, visto que, podem contribuir com a aprendizagem de conceitos científicos. As tecnologias modificaram o ensino e pesquisa em Química e estão presentes no cotidiano de toda a sociedade. É esperado, conforme Oliveira e colaboradores (2008), que comecem a aparecer cada vez mais trabalhos científicos em Ensino de Química que olhem especificamente o papel destas tecnologias. 
Sendo assim, é de suma importância que o professor compreenda as modificações ocorridas com a globalização e se atualize para exercer a função de mediador dentro dessa concepção, entre as tecnologias usadas no ensino e a aprendizagem dos alunos; acreditando que as ferramentas tecnológicas não substituirão o seu trabalho, pois é ele que irá planejar as aulas e saber o melhor momento e qual o melhor recurso tecnológico para complementar e auxiliar na aplicação de um determinado conteúdo. De acordo com Hack e Negri (2010), a busca de especialização é indissociável do perfil do docente que, no processo comunicacional estabelecido com seus alunos, midiatiza o conhecimento, no qual o papel do professor não é substituído, mas repensado como mediador no ensino e auxilia os alunos na busca e exploração dos dados existentes nas mídias. 
O Laboratório Virtual é um tipo de software que permite simular experimentos com os principais recursos de um laboratório físico. Os alunos têm acesso a um ambiente virtual em que podem fazer escolhas como se estivessem em um laboratório real, observando todas as reações, materiais, equipamentos e reagentes, como se estivessem no mesmo.
Existem várias opções de software que simulam Laboratórios Virtuais, como o LabVirt, Laboratório Didático Virtual criado pela Universidade de São Paulo - USP, atualmente coordenado pela Faculdade de Educação. Nele contem simulações feitas pela equipe do LabVirt a partir de roteiros de alunos de ensino médio das escolas da rede pública; links para simulações e sites interessantes encontrados na Internet; exemplos de projetos na seção "projetos educacionais" e respostas de especialistas para questões enviadas através do site.
Nesse contexto, diante era de comunicação e tecnologias vivenciadas nos dias atuais, e da necessidade de se haver uma mudança no olhar para o Ensino de Química, sendo esse não mais tradicional, mas inovador e atualizado, utilizando recursos tecnológicos apropriados e metodológicos disponíveis nas escolas, como meio facilitador da transmissão dos conhecimentos na área estudada. 
Na posição de futura professora percebo que, é visível ainda a existência de uma lacuna da realidade das escolas e das práticas de contextualização que estudamos, os currículos de química, geralmente, são extensos e conteudista, priorizando a memorização de conceitos, símbolos, fórmulas, regras e cálculos, totalmente desvinculados do dia-a-dia dos alunos, gerando desinteresse e dificuldades na aprendizagem. Segundo Raupp (2009), estudos experimentais e exploratórios no campo de representações revelam que os estudantes possuem dificuldades em transitar entre os níveis de representações macroscópico, microscópico e simbólico.
Nesse contexto, é pasmoso ministrar uma aula de química utilizando apenas como recurso instrucional o quadro de giz, sendo assim, o laboratório tem um papel central no ensino de química e as pesquisas têm revelado a sua importância no engajamento dos estudantes no processo de investigação, articulando o trabalho experimental à resolução de problemas semiabertos podendo ser muito eficaz para a aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes pelos estudantes (GOI; SANTOS, 2009). 
A experimentação no laboratório escolar pode promover ao aluno, oportunidades de vivenciar além de situação de investigação, a construção de conhecimentos e resolução de problemas. As atividades são normalmente, realizadas em grupo e potencializam a comunicação e a argumentação, importantes aspectos da atividade científica, que permitem aos participantes construir significados compartilhados (DRIVER, 1994; GIL PERES, 1999). Assim, os alunos podem construir hipóteses, analisar dados, observar criticamente os problemas de interesse e implicações da Ciência.
Bueno e colaboradores (2008), defendem que na disciplina de química podemos distinguir duas atividades: a prática e a teórica e que quando não há articulação entre essas atividades, os conteúdos não são relevantes à formação do indivíduo. Entretanto, ao que parece, o ensino de química não tem oferecido condições para que o aluno compreenda conceitos nem tão pouco sua aplicabilidade e importânciano cotidiano, e nem sempre é possível a realização de experimentos, pois muita escola não tem laboratório e quando tem, faltam vidrarias e reagentes, além da falta de capacitação dos professores.
Dentro deste contexto, consideramos de extrema importância a inclusão das novas tecnologias no processo de ensino, visto que, estão inseridas no cotidiano do aluno e dessa forma, se diferenciam de outras formas de contextualização como experimentação e jogos didáticos; pois atualmente os estudantes estão conectados à internet em vários momentos do dia, sendo assim, é importante trazer essas tecnologias apresentando aos alunos a potencialidade que essas ferramentas possuem na sua aprendizagem.
Devido à falta de Laboratório no ambiente escolar abordado, vislumbramos as contribuições dessa abordagem do Laboratório Virtual ChemCollective, visto que, normalmente, os Laboratórios de Informática são utilizados somente para pesquisas e raramente para utilização de softwares (FARIAS, 2010).
Dentro desse contexto, investiremos no ensino do conteúdo de ácidos e base, com ênfase na abordagem de indicadores, sendo um conteúdo bastante ilustrativo e experimental, o que causa dificuldades de assimilação pelos alunos. Em contrapartida, existem muitos experimentos disponíveis para auxiliar a compreensão dos alunos, contudo a falta de laboratórios, reagentes e materiais na grande maioria das escolas públicas, torna difícil a execução dessas práticas. 
Sendo assim, consideramos o Laboratório Virtual ChemCollective uma alternativa viável, visto que a maioria das escolas não possuem Laboratório de Química, mas possuem Laboratório de Informática.
A ascensão da utilização do computador, foi a grande responsável pelo avanço da tecnologia e hoje é uma ferramenta essencial para humanidade, sendo a internet a principal de suas grandes criações.
Segundo Miranda (2012, p. 28) “as pessoas que trabalham no domínio da Tecnologia Educativa não se interessam somente pelos recursos e avanços técnicos, mas também, e, sobretudo, pelos processos que determinam e melhoram a aprendizagem”. 
Junto com os computadores, vieram algumas tecnologias como as TIC, que surgiram com o objetivo de interagir com a educação, integrando os assuntos abordados em sala de aula do aluno com seu cotidiano tecnológico, visto que a quase toda a sociedade já utilizava a internet.
 O Brasil está 4º lugar como o país com o maior número de conexões à Internet, segundo pesquisas da Revista Exame de 2017, diante desses dados é possível notar que existe uma grande quantidade de pessoas conectados ou que tenha computadores, com isso, mostra também que as TIC podem ser utilizadas favorecendo o processo de ensino aprendizagem já que a grande maioria da população possui acesso a computadores e internet.
A utilização da TIC como um método educacional, como por exemplo o computador, vem como um auxílio para dinamizar as aulas, fugindo um pouco de aulas tradicionais, unindo o entretenimento que a internet proporciona com aprendizagem.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (	PCN) com enfoque na área de Ciências da Natureza e suas tecnologias, abordam o desenvolvimento de competências do mundo tecnológico, destacando a habilidade de “desenvolver a capacidade de questionar processos naturais e tecnológicos, identificando regularidades, apresentando interpretações e prevendo evoluções. Desenvolver o raciocínio e a capacidade de aprender (BRASIL/MEC, 2000, p. 12).
Dentro desta abordagem, os PCN defendem dentro do contexto de Química que:
o aprendizado de Química pelos alunos de Ensino Médio implica que eles compreendam as transformações químicas que ocorrem no mundo físico de forma abrangente e integrada e assim possam julgar com fundamentos as informações advindas da tradição cultural, da mídia e da própria escola e tomar decisões autonomamente, enquanto indivíduos e cidadãos. Esse aprendizado deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. (BRASIL/MEC,2000, p. 31).
Uma das competências mais importantes que a aprendizagem nesse contexto pode propiciar é entender a importância das tecnologias contemporâneas de comunicação e informação para planejamento, gestão, organização e fortalecimento do trabalho de equipe.
Segundo Miranda (2012, p. 28) “as pessoas que trabalham no domínio da Tecnologia Educativa não se interessam somente pelos recursos e avanços técnicos, mas também, e, sobretudo, pelos processos que determinam e melhoram a aprendizagem”. Essa busca por processos que melhorem a aprendizagem tem o objetivo de propiciar aos alunos aulas dinâmicas e interessantes, saindo do contexto de aulas tradicionais, unindo entretenimento e aprendizagem. Rolkouski (2011, p. 87) defende que “o papel da tecnologia no processo ensino-aprendizagem subentende uma concepção do que vem a ser o aprender e o ensinar” e também que “o uso da tecnologia está além do ‘fazer melhor’, ‘fazer mais rápido’, trata-se de um ‘fazer diferente”. 
Brandão (2010, p. 01) defende que “essas novas tecnologias devem ser um dos instrumentos para a construção do conhecimento. No mundo de hoje, as tecnologias são indispensáveis na educação das crianças e dos adolescentes. Eles ‘vivem’ tecnologias e quem não vive sonha em viver. É o mundo deles. Isto é fato. Como ignorar este potencial? Como permanecer no cuspe e giz?”.
Com o avanço da Tecnologia, é visível a busca de aprimoramento por parte dos educadores, devido necessidade de atualização no mundo moderno. Diante dessa realidade, as escolas também viram a necessidade de utilização nas novas tecnologias disponíveis como os computadores por exemplo.
Entretanto, para utilização dessas novas ferramentas didáticas no processo de ensino e aprendizagem é necessário que o professor tenha um conhecimento básico de informática, para que possa mediar os alunos durante as aulas, facilitando a construção de conhecimentos. 
Dificilmente os sistemas de ensino irão obrigar o professor a ter domínio dos novos artefatos tecnológicos, entretanto, profissionais que não se apropriarem desse conhecimento irão manter-se à com informações científicas e fontes cada vez mais pobres que irá influenciar na aprendizagem do aluno. Sendo assim a responsabilidade da escola para além das escolhas individuais dos professores (SERRA, 2009, p. 123-124).
A química é considerada uma ciência experimental, porém também possui seu lado visual, como na ilustração de orbitais moleculares, espectros entre outros. Sendo assim, é importante a busca por metodologias que auxiliem na construção do conhecimento cientifico.
Diante disso, o laboratório tem um papel central no ensino de química e as pesquisas têm revelado a sua importância no engajamento dos estudantes no processo de investigação, articulando o trabalho experimental à resolução de problemas semiabertos podendo ser muito eficaz para a aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes pelos estudantes (GOI; SANTOS, 2009).
A experimentação promove ao aluno uma oportunidade de vivenciar situações de investigação, construção de conhecimentos e a resolução de problemas. Além de promoverem atividades em grupos, que potencializam a comunicação e permite aos alunos construírem significados compartilhados. 
Diante da falta de laboratório, materiais adequados e professores capacitados para proporcionar aulas experimentais nas escolas, a utilização de um programa de simulação de aulas práticas de laboratório, utilizando o computador, pode contribuir na melhoria da aprendizagem de química, facilitando o entendimento de conceitos teóricos e minimizando a distância da realidade cotidiana, além de tornar as aulas de química mais dinâmica, e proporcionar um ambiente de aprendizagem.
O Laboratório Virtual ChemCollective é um espaço alternativo, diante da falta de laboratórios de química em escolas públicas, onde o estudante poderá simular experimentos que possibilitam interatividadecom os conteúdos trabalhados em sala de aula. Ao interagirem com o software, os alunos, terão a possibilidade de executar experimentos que envolvem vários conteúdos, com segurança e disponibilidade de todos os materiais.
As potencialidades do uso da tecnologia em sala, podem ser observadas em diversas áreas, no artigo “O Uso da Tecnologia em Sala de Aula” de Ramos (2009), retrata uma abordagem do uso de tecnologia nas aulas de Sociologia do Ensino Médio, trabalhando pedagogicamente com o uso dos aparelhos eletrônicos trazidos pelos alunos à sala de aula, visando uma aula muito mais produtiva, mais crítica, que remeta melhor ao aluno reflexões sobre a temática aplicada pelos professores. O autor concluiu que a relação educação e tecnologia necessita ser mais aprofundada, pois a tecnologia está nas mãos dos alunos, dentro das salas de aula, sem ser usada de forma criativa para melhorar a educação e o aprendizado.
Alves (2009), em “As possibilidades do Uso das Novas Tecnologias em sala de aula”, demonstrou as possibilidades pedagógicas do uso das novas tecnologias em sala de aula, através de uma pesquisa bibliográfica que consistiu na leitura e análise de diversos livros e artigos, a autora concluiu em sua pesquisa que tecnologia é uma importante ferramenta para tornar a aula mais interessante além de contribuir para inclusão social, pois a tecnologia está presente no cotidiano e o seu conhecimento é necessário para inserção do indivíduo na sociedade.
Em “O Uso das Tecnologias na Sala de Aula, como ferramenta pedagógica e seus reflexos no campo”, o autor Segantini (2014) pesquisou a contribuição do uso dos recursos tecnológicos existentes nas instituições escolares, como laboratório de informática, TvPendrive e ainda apresentar outros recursos tecnológicos, e concluiu que às tecnologias encantam os educandos, proporcionando um maior interesse destes, por vários assuntos que vão enriquecer o seus conhecimentos, desenvolvendo potencialidades e aptidões.
No artigo “A Tecnologia no Ensino de Química e suas contribuições na aprendizagem dos alunos”, os autores Lopes e colaboradores (2015) desenvolveram juntamente com alunos animações computacionais básicas visando contribuir para a melhoria do ensino e aprendizagem em química, e concluíram que a inclusão da tecnologia no ensino tem se constituído nos últimos anos como uma das mais significativas iniciativas no âmbito educacional, mostrando que o uso do computador e a criação de recursos didático-pedagógicos, tal como as animações computacionais, contribuem expressivamente no processo de ensino-aprendizagem de química.
Em “O Uso de Tecnologias no Ensino de Química: A experiência do Laboratório de Virtual Química Fácil”, os autores Vieira, Meirelles e Rodrigues (2011) propõem um software contendo aulas práticas virtuais de química, para o ensino médio, investigando a contribuição das aulas práticas virtuais como instrumento facilitador da aprendizagem no ensino de química. E concluíram que a utilização do laboratório virtual, não pode substituir o laboratório real, mas pode contribuir para minimizar a falta dos mesmos e de materiais necessários para executar os experimentos, colaborando como uma importante ferramenta no processo ensino aprendizagem.
Com base nos trabalhos acima apresentados e suas contribuições, apresento minha pesquisa, que veio da observação do ambiente escolar aonde realizei meu primeiro estágio. Sendo a Química uma ciência experimental, considero de extrema a importância a visualização de mundo. Dentro desse contexto são raras as escolas que possuem seus próprios laboratórios virtuais, proponho nessa pesquisa, a utilização do Laboratório Virtual ChemCollective, abordando o conteúdo de Ácidos, Bases e seus Indicadores, como contribuição para o processo de ensino aprendizagem.
4. ASPECTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa utiliza o software Laboratório Virtual de Química[footnoteRef:1] que articula a teoria e prática (experimentação), de forma a criar um ambiente que possa contribuir com o processo de ensino e aprendizagem, com o intuito de contribuir com a compreensão dos conceitos científicos de química. [1: Laboratório Virtual ChemCollective, Disponivel em < http://chemcollective.org/vlab>.] 
Os participantes da pesquisa seis alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública localizada no município de Maracajú-MS, cidade localizada na região Centro-Oeste do Brasil, no estado de Mato Grosso do Sul. Sua população é de aproximadamente 45.932 habitantes, segundo dados do IBGE. Devido às chuvas ocorridas no dia planejado para a aplicação da atividade, poucos alunos foram a aula.
A investigação possui caráter qualitativo, pois este tipo de pesquisa científica foca no caráter subjetivo do objeto analisado, estudando as suas particularidades e experiências individuais. Segundo Malhotra o método qualitativo "proporciona melhor visão e compreensão do problema" (MALHOTRA et al, 2010, p. 113). Ainda segundo Malhotra et al (2005) o objetivo da pesquisa qualitativa é a obtenção da compreensão qualitativa do problema, nesse sentido, temos como intenção investigar situações que as TICs impactam no ambiente escolar, por meio da atividade proposta.
Bogdan e Biklen (1994, p. 11) afirmam que a investigação qualitativa surgiu de um campo inicialmente dominado por práticas de mensuração, elaboração de testes de hipóteses variáveis etc., da qual “[...] alargou-se para contemplar uma metodologia de investigação que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções pessoais”. E apresentam-nos as cinco principais características da investigação qualitativa:
(1) A situação natural constitui a fonte dos dados, sendo o investigador o instrumento-chave da recolha de dados; (2) A sua primeira preocupação é descrever e só secundariamente analisar os dados; (3) A questão fundamental é todo o processo, ou seja, o que aconteceu, bem como o produto e o resultado final; (4) Os dados são analisados intuitivamente, como se se reunissem, em conjunto, todas as partes de um puzzle; (5) Diz respeito essencialmente ao significado das coisas, ou seja, ao “porquê” e ao “o quê.
A amostra é tomada por um número pequeno de casos. A coleta dos dados não é estruturada e sua análise não é estatística. Portanto, trata-se de um estudo descritivo que pretende descrever características de determinada população, dentro dessa pesquisa alunos do primeiro ano do ensino médio, e estabelecer relações entre variáveis sem manipula-las. Sendo utilizada a coleta de dados, por meio de questionários e observações. 
A atuação da pesquisadora, se deu pela modalidade de observação participante, uma modalidade da pesquisa qualitativa. Logo, a observação participante é definida como uma abordagem de observação etnográfica no qual o observador participa ativamente nas atividades de recolha de dados, sendo requerida a capacidade do investigador se adaptar à situação (PAWLOWSKI; ANDERSEN; TROELSEN; SCHIPPERIIN, 2016). 
Essa abordagem possibilita obter uma visão holística e natural dos materiais a serem estudadas, é utilizada em estudos ditos exploratórios, descritivos, etnográficos ou, estudos que visam a universalização de teorias interpretativas. Sendo uma metodologia muito adequada para o investigador apreender, compreender e intervir nas diversas condições em que se move, onde o objetivo do investigador está focado na dinâmica de um grupo no seu ambiente natural, e não simplesmente na recolha de respostas individuais às questões.
As atividades em sala de aula foram realizadas em duas etapas, descritas a seguir:
1 - Ensino do conteúdo de Ácidos e Bases: O conteúdo foi ministrado pela professora regente da sala, logo, minha participação decorreu na observação e interação dos alunos na sala. As observações foram feitas e anotadas, em torno do comportamento dos alunos, dificuldades na compreensão do conteúdo, e dúvidas surgidas durante as aulas. No total foram observadas duas aulas. 
2 - Utilização do Laboratório Virtual: Após o desenvolvimento do conteúdo, os alunos terãouma aula na sala de tecnologia da escola, e por meio da utilização do Laboratório Virtual, será simulado a utilização de Indicadores em soluções ácidas e básicas, nas quais observarão a reação dos mesmos em diferentes soluções. As Figuras 01 e 02 apresentam imagens do software utilizado nessa atividade.
Figura 01: Página inicial do Laboratório Virtual
Fonte: ChemCollective
Figura 02: Ilustração de materiais e reagentes.
Fontes: ChemCollective.
Os alunos foram organizados em duplas, devido a quantidade alunos e computadores disponíveis, os procedimentos das reações foram impressos e entregues aos alunos para a execução. 
O quadro 1 apresenta a sequência de atividades realizadas nesta pesquisa. O detalhamento das ações é apresentado no Apêndice A, deste trabalho.
Quadro 1: Sequência didática desenvolvida
	Momento
	Conceitos 
	Metodologia
	1°
(50 min)
	Ensino do Conteúdo
	- Foi apresentado aos alunos o conteúdo de Reações Ácido – Base e seus indicadores.
- A aula foi ministrada pela professora regente. 
	2°
(50 min)
	Ensino do Conteúdo.
	- Foi apresentado aos alunos uma breve revisão do conteúdo anterior e em seguida, iniciado o conteúdo de balanceamento das equações.
- A aula foi ministrada pela professora regente.
	3°
(50 min)
	Utilização do Laboratório Virtual ChemCollective.
	 - Nessa aula os alunos foram levados a Sala de Tecnologia, onde utilizaram o Lab. Virtual em uma proposta de utilização de Indicadores Ácido-Base. Ao final responderam um questionário sobre a proposta da Utilização dos Laboratórios Virtuais no Ensino de Química e das TIC’s.
Fonte: Autores 
Os dados foram analisados pela técnica de análise textual discursiva, que pode ser definida como uma abordagem de análise de dados que transita entre duas formas consagradas de análise na pesquisa qualitativa que são a análise de conteúdo e a análise de discurso. 
Segundo Bardin (2011) a Análise de Conteúdo emprega-se tanto da descrição como da interpretação, sendo a descrição como uma etapa essencial no processo analítico, visto que antecede a interpretação. Não é possível chegar a uma interpretação sem o desenvolvimento da descrição. De acordo com Caregnato e Mutti (2006) a análise do Discurso tem como preocupação principal a interpretação, sendo essa como uma base em uma teoria de cunho crítico. Existem várias linhas de Análise do Discurso, e um consenso de que ela assume desde o início um referencial interpretativo e crítico, sendo assim ao investir nesta técnica o pesquisador deve entender que a descrição é uma etapa secundária e, de modo, desnecessária. 
Em relação a Análise Textual Discursiva, a descrição e interpretação são vistas também como elementos da análise, porém, esses elementos se desenvolvem em momentos simultâneos. Para Moraes (2003) descrever e interpretar são elementos concebidos em conjuntos e compõem como parte do esforço de elucidar a compreensão de um fenômeno investigado. A principal característica que difere a Análise Textual Discursiva da Análise de Conteúdo e Análise do Discurso, no que se refere à descrição e interpretação, é a acepção de desenvolver ambos os elementos de modo integrado.
Segundo Moraes e Galiazzi (2013) a Análise Textual Discursiva (ATD) possui 3 ciclos: 1. Desmontagem dos textos: unitarização, 2. Estabelecimento de relações: categorização, 3. Captando o novo emergente: metatexto, todo esse processo se inicia com a unitarização em que os textos são separados em unidades de significado. Estas unidades por si mesmas podem gerar outros conjuntos de unidades oriundas da interlocução empírica, da interlocução teórica e das interpretações feitas pelo pesquisador. Após a unitarização se inicia o processo de categorização, onde ocorre a construção de relações entre as unidades base, formando as categorias. Com a formação das categorias se inicia a construção do metatexto, resultante do processo de explicitar a compressão da combinação dos elementos construídos nos passos anteriores.
Sendo assim, a Análise Textual Discursiva (ATD) pode ser definida como um processo auto-organizado de construção de compreensão no qual novos entendimentos surgem durante o ciclo descrito acima.
O envolvimento na análise textual discursiva propicia quatro reconstruções concomitantes: 1. do entendimento de ciência e de seus caminhos de produção; 2. do objeto da pesquisa e de sua compreensão. 3. da competência de produção escrita; 4. do sujeito pesquisador. 
A ATD tem no exercício da escrita seu fundamento enquanto ferramenta mediadora na produção de significados e por isso, em processos recursivos, a análise se desloca do empírico para a abstração teórica, que só pode ser alcançada se o pesquisador fizer um movimento intenso de interpretação e produção de argumentos.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análise dos dados
A utilização do software Laboratório Virtual ChemCollective foi iniciada com a entrega do procedimento (Apêndice B) a ser executado do ambiente virtual no dia 10 de outubro na sala de tecnologia da escola. Após a execução, foi entregue aos alunos um questionário sobre a utilização do Lab. Virtual nas aulas de Química que, posteriormente, foi analisado por ATD.
A tabela 1, apresenta os resultados da análise dos questionários, apesar das questões presentes no questionário apresentarem seus objetivos, elas convergiram-se em uma só questão definida e englobou e fundamental uma categoria global, estabelecida como a priori. As categorias iniciais estão diretamente ligadas a categoria a priori, analisando o discurso transcrito pelos alunos no questionário.
Tabela 1: Processo de categorização
	Categoria final
(a priori)
	Categoria intermediaria 
	Categoria inicial
	Unidades de significado
	
Contribuições do Lab.
 Virtual na aprendizagem/TIC/
Utilização de
Tecnologias
Cotidianas
	Contribuições do Lab. Virtual na aprendizagem
	Visualização
	1. “Visão mais simplificada”
	
	
	
	1. “Visualização contribui para a aprendizagem”
	
	
	
	1. “Visualizar os efeitos do indicador”
	
	
	Auxílio na aprendizagem
	1. “Aprender melhor o conteúdo”
	
	
	
	1. “A tecnologia facilita a aprendizagem”
	
	
	
	1. “Melhor entendimento do conteúdo”
	
	
	Motivação
	1. “Deixar as aulas mais legais”
	
	
	
	1. “Tornar as aulas mais dinâmicas”
	
	
	Sala de tecnologia
	1. “Fazer atividade aqui”
	
	Contribuições do Uso da TIC
	Visualização
	1. “Visualização dos efeitos ajudou a compreender o conteúdo”
	
	
	
	1. “Visualização de um Laboratório” 
	
	
	
	1. “Ver as imagens... ajudou muito”
	
	
	
	1. “Visualização das cores do indicador"
	
	
	Facilidade no aprendizado
	1. “Conseguir entender o que professora explica em sala”
	
	
	Falta de Lab. Virtual
	1. “Pois não temos na escola”
	
	
	Motivação
	1. “Deixa a aula mais interessante”
	
	Contribuições da utilização de tecnologias cotidianas
	Motivação
	1. “Chamar a atenção”
	
	
	
	1. “Interesse do aluno”
	
	
	
	1. “Deixar as aulas mais dinâmicas”
	
	
	Visualização
	1. “Visão do conteúdo mais explicita”
	
	
	Benefício a aprendizagem
	1. “ajuda na aprendizagem”
	
	
	Globalização Tecnológica 
	1. “Tudo está na internet”
	
	
	Sala de Tecnologia
	1. “Similar a um Laboratório”
	
	Contribuições positivas e negativas
	Pontos Positivos
	1. “Aula mais dinâmica”
	
	
	
	1. “Aula foi ótima”
	
	
	
	1. “Aprendi melhor o conteúdo”
	
	
	
	1. “Ajudou na aprendizagem”
	
	
	
	1. “Aula mais interessante”
	
	
	
	1. “Não tem”
	
	
	Pontos Negativos
	1. “Falta de computadores”
Fonte: Autores
Contribuições do Lab. Virtual na aprendizagem
Conforme é apresentado na tabela 1, a subcategorias iniciais dessa são: Visualização, Auxílio da Aprendizagem, Motivação e Sala de Tecnologia, se totalizaram em uma categoria a priori, definida como Contribuições do Lab. Virtual na aprendizagem, que possui 9 unidades de significado.
A categoria analisada está no contexto da Química, pois como uma ciência experimental, busca estudar a matéria, suas transformações e a energia envolvida nesses processos, com isso, podemos dizer que no contexto educacional, o desenvolvimento de atividadesexperimentais é um importante aliado no processo de ensino e aprendizagem; pois possui a potencialidade de utilizar a visualização e interação por meio de simulações de química. 
Essa categoria foi desenvolvida ao observar nas respostas do questionário tentativas dos alunos de expor as contribuições da utilização do Laboratório Virtual ChemCollective. Segundo Maldaner (2003), a atividade experimental possibilita a introdução de conteúdo a partir de seus aspectos macroscópicos, por meio de análise de fenômenos. 
“Ela também permite demonstrar, de forma simplificada, o processo de construção ou elaboração do conhecimento, da historicidade e a análise crítica da aplicação do conhecimento químico na sociedade” (MALDANER, 2003, p. 57).
As atividades experimentais, normalmente, remetem ao fato de utilização de um laboratório de química, no entanto, propusemos neste trabalho utilizar um software que simula situações de um laboratório. Nesse contexto, Santos (2001) aponta que a utilização de softwares no ensino de Química é uma estratégia que pode ser utilizada para reduzir a deficiência das aulas experimentais, como falta de laboratórios adequados, vidrarias, materiais entre outros recursos. O uso dessas ferramentas educacionais propícia uma aula mais dinâmica que atrai a curiosidade e a busca pela descoberta científica em estudo.
Dentro deste contexto, podemos iniciar a análise do corpus da pesquisa. Analisando unidades de significado observamos alguns trechos que refletem essa categoria:
“...visão mais simplificada” (A1)
“...tornar as aulas mais dinâmicas” (A2)
“... a tecnologia facilita a aprendizagem” (A3)
Todos os trechos descritos pelos alunos fazem relação com as contribuições do uso do Laboratório Virtual ChemCollective. O aluno (A1) afirma que uma das contribuições da aula foi proporcionar uma “visão mais simplificada”; ou seja, uma visão mais simples do conteúdo que já havia estudado. Essa visão mais simples é uma forma de visualizar o conteúdo desenvolvido pela professora na sala, de uma maneira mais ilustrativa proporcionado pelo Laboratório Virtual ChemCollective, facilitando o processo de aprendizagem. Porém, acreditamos que somente a visualização não é suficiente para a construção do conhecimento científico pelo aluno, nesse sentido, é essencial uma fundamentação teórica do conteúdo. 
O aluno (A2) descreve em seu questionário que uma das contribuições da utilização do Laboratório Virtual ChemCollective foi “...tornar as aulas mais dinâmicas”, ou seja, potencializar ou até mesmo ressignificar as aulas tradicionais, tornando o processo de ensino e aprendizagem atrativo e interessante aos alunos. Essa “dinâmica” exposta pelo aluno, é uma contribuição da abordagem de ensino utilizada em sala, que pode ser definida dentro desse contexto como a capacidade de estimular os alunos e conquistar a atenção deles, tornando assim a aula mais dinâmica e interessante.
As tradicionais são aquelas, as quais, o aluno não tem voz, o professor detém todo o conhecimento e transmite ele ao aluno, o papel do aluno é “copiar” tudo que o professor aplica na lousa. Nas aulas de Química, essa concepção se reflete em aulas conteudistas, de forma que o aluno precisa imaginar o mundo abstrato e simbólico químico por meio da apresentação da teoria, não explorando assim a química como uma ciência experimental.
O aluno (A3) relata em seu questionário que “...a tecnologia facilita a aprendizagem”, com essa afirmação o aluno apresenta que em sua concepção as novas tecnologias podem influenciar no processo de ensino e aprendizagem, pois se aproxima do seu cotidiano; sendo assim também é interessante para que o aluno visualize essa ferramenta no ambiente escolar, promovendo a integração desses dois ambientes.
Santos (2011) defende que o processo educacional com as inovações da informática torna a construção do conhecimento uma atividade mais atrativa e dinâmica, proporciona a busca pelo conhecimento através da observação e favorece uma visão mais além da apresentada pelos livros didáticos. Já Oliveira (2008) considera que as tecnologias modificaram o processo de ensino e aprendizagem e estão presentes no cotidiano de toda a sociedade. Sendo assim, é inevitável, que comecem a aparecer cada vez mais trabalhos científicos e no ambiente escolar que abordem a tecnologia como ferramenta para o ensino de química.
Dessa forma foi possível observar que não dá para separar o mundo tecnológico do mundo escolar, e que é essencial a integração entre os dois mundos. Os alunos se motivaram para o aprendizado, pois comentavam com os demais colegas como era os efeitos dos indicadores; demonstravam que estavam da mesma cor, além de problematizarem, questionando o que ocorreria caso adicionasse uma quantidade maior de indicador do que o previsto no procedimento. Ao final ficaram surpresos ao saber que poderiam ter acesso ao laboratório virtual nos seus próprios celulares que faz parte do seu dia-a-dia, e pode ser meio de aprendizagem. 
Contribuições do Uso da TIC
Conforme é apresentado na tabela 1, a subcategorias iniciais dessa categoria intermediária são: Visualização, Facilidade na Aprendizagem, Falta de Laboratório e Motivação, se totalizaram em uma categoria a priori, definida como Contribuições do Uso das TICs, que possui sete unidades de significado.
Entendemos que a utilização das TICs no ambiente escolar promove cooperação entre os alunos, torna as aulas mais atrativas e interessantes, além de demostrar que a tecnologia pode ser usada não só como entretenimento no dia a dia, mas como uma ferramenta para promoção da aprendizagem, em qualquer campo da educação.
Segundo Silva (2003) os avanços tecnológicos têm provocado nas escolas e instituições de ensino, mudanças em seu comportamento e pensamento, passando da tranquilidade de um sistema educativo tradicional e estático, para um sistema educativo dinâmico; o qual mudanças no ambiente e na tecnologia incentivam os educadores a obter conhecimentos gerais e específicos para fazer frente à nova realidade.
Nesse contexto, apresentamos essa categoria, que foi desenvolvida ao observar nas respostas do questionário tentativas dos alunos em expor as contribuições da utilização das TICs na aula.
Segundo Sette (1999), as TICs proporcionam aos alunos, não apenas o acesso ao conhecimento humano, disponibilizado em meio digital, mas, principalmente, a produção e difusão de sua própria criação, sendo uma ferramenta de disseminação da voz do aluno, através da transmissão de suas ideias, por exemplo, em fórum ou blog científico. Esses novos meios de comunicação, quando democratizados, acessíveis a todos, ensejam e dão voz e poder ao cidadão, através da promoção de atividades que levem o aluno a refletir e tomar decisões. 
Belloni (1999) defende que, no contexto da escola, as tecnologias e mídias ganham cada vez mais espaço. Nas escolas de hoje já existem bibliotecas, salas de vídeo, laboratórios de informática e equipamentos eletrônicos diversos como vídeos, televisores, câmeras, filmadoras e computadores fixos e móveis.
 	Analisando as respostas dos alunos observamos alguns trechos que refletem essa categoria:
“...visualização de um Laboratório” (A1)
“...conseguir entender o que professora explica em sala” (A2)
“...deixa a aula mais interessante” (A3)
Todos os trechos descritos pelos alunos fazem relação com as contribuições do uso das TICs nas aulas. O aluno (A1) em sua resposta defende que uma das contribuições que a aula propiciou com a utilização do uso das TICs, foi a “...visualização de um Laboratório”, pois a escola não possui um Laboratório Físico disponível para os alunos, sendo assim, a utilização desta ferramenta proporcionou aos alunos a interação com um Laboratório virtual, já que a escola não possui, um físico; fato que acontece na maioria das escolas públicas de Maracaju – MS. Acreditamos que visualizar as reações químicas por meio dos experimentos os alunos se sentiram motivados a interagir e aprender os conceitos estudados em um Laboratório.
O aluno (A2) relata em seu questionárioque uma das contribuições da utilização das TICs foi “...conseguir entender o que professora explica em sala”, ou seja, facilitar o processo de ensino e aprendizagem tornando o conteúdo mais compreensivo, devido a possibilidade de visualizar e utilizar um laboratório, observando assim o conteúdo estudado dentro na sala ilustrado no ambiente experimental, o que facilita o entendimento da parte teórica. Visto que muitos alunos não conseguem compreender o conteúdo somente com a teoria, necessitam de exemplificações, ilustrações e imagens.
O aluno (A3) descreve em seu questionário que a utilização das TICs “...deixa a aula mais interessante”, com essa afirmação entendemos que o aluno compreende que as novas tecnologias são ferramentas essencial para tornar as aulas mais dinâmicas e interessantes; dessa forma, promovendo a aprendizagem por meio da utilização de tecnologias cotidianas no ambiente escolar.
Segundo Belloni (1999) a educação também acompanha os avanços tecnológicos e utiliza seus recursos para ampliar, aprimorar e melhorar seu processo. Sendo assim, a escola é um espaço de promoção da democratização do conhecimento utilizando a informação, que é divulgada mais facilmente, pelos meios de comunicação e pela introdução das TIC no seu ambiente e cotidiano.
A utilização das TICs no processo de ensino e aprendizagem em geral, promovem a popularização do conhecimento por meio da utilização de ferramentas cotidianas como o computador, o celular e a utilização da internet. Essa inclusão deve ser implantada nas escolas visto que são ferramentas que estão presentes no seu dia-a-dia, e possuem potencialidades importantes como tornar as aulas mais dinâmicas e interessantes. Além de poder levar informações e discussões que estão na mídia para a sala de aula, promovendo um pensamento crítico.
Contribuições da utilização de tecnologias cotidianas
Essa categoria representa as respostas do questionário, no qual os alunos expuseram, as suas compreensões a respeito das contribuições da utilização das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem. Essas tecnologias estão presentes no dia-a-dia dos alunos, como o celular, a internet e o computador. Conforme é apresentado na tabela 1, a subcategorias iniciais dessa categoria intermediaria são: Motivação, Visualização, Benefício a aprendizagem, Globalização Tecnológica e Sala de Tecnologia, que se totalizaram em uma categoria a priori, definida como Contribuições do Uso das tecnologias cotidianas, que possui 7 unidades de significado. 
Segundo Carvalho (2009) o uso das tecnologias tem sido amplamente difundido nos últimos anos e faz parte do nosso dia a dia. Os jovens apropriam com bastante facilidade dessas tecnologias usando-as em seu cotidiano dentro e fora do espaço escolar. Sendo assim, é importante ressaltar a relevância do uso das tecnologias no processo de ensino e de aprendizagem para os jovens, visto que é algo que faz parte do seu cotidiano. Nesse sentido, Lévy (1996) defende que, a era atual das tecnologias da informação e comunicação estabelece uma nova forma de pensar sobre o mundo que vem substituindo princípios, valores, processos, produtos e instrumentos que mediam a ação do homem com o meio, e fazem parte do seu cotidiano.
Analisando as respostas dos alunos observamos alguns trechos que refletem essa categoria:
“...chamar a atenção” (A1)
“...visão do conteúdo mais explicita” (A2)
“...similar um Laboratório” (A3)
Todos os trechos descritos pelos alunos fazem relação com as contribuições do uso das tecnologias cotidianas nas aulas. O termo “tecnologias cotidianas” se refere as tecnologias que fazem parte da vida dos alunos e estão inseridas em seu cotidiano. 
O aluno (A1), em sua resposta defende que uma das contribuições que a aula propiciou com a utilização do uso das tecnologias cotidianas, nesse caso o computador, foi a “...chamar a atenção”, ou seja, propor ao aluno uma aula diferente, interessante e que lhe despertou o interesse em aprender. A utilização de tecnologias cotidianas como o computador na promoção de aulas diferenciadas, possuem essa potencialidade de chamar a atenção do aluno, visto que são aula dinâmicas e utilizam algo presente no dia-a-dia dos alunos, mas que muitas vezes está desconectado do ambiente escolar.
O aluno (A2) descreve em seu questionário que uma das contribuições da utilização das tecnologias cotidianas foi “...visão do conteúdo mais explicita”, ou seja, uma visão mais abrangente do conteúdo facilitando o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, os alunos estudaram em sala de aula o conceito teórico do assunto abordado no laboratório virtual, proporcionado pela utilização do computador uma tecnologia cotidiana na vida aluno. Nesse contexto formativo, os alunos puderam visualizar esse conteúdo por meio de pequenos experimentos que demostravam os efeitos de cada indicador já estudado teoricamente, com isso, concluíram que o laboratório proporcionava uma visão do conteúdo mais explicita e clara do conteúdo já estudado em sala.
O aluno (A3) relata em seu questionário que a utilização das tecnologias cotidianas possibilita “...similar um Laboratório”, com essa afirmação o aluno afirma que o uso do computador algo comum em nosso cotidiano, possibilitou o alcance a um Lab. Virtual, pois o laboratório físico a escola não possui. Com isso percebemos que o uso do computador, ferramenta disponível na escola, pode ser mais explorada com o uso de softwares para contribuir com o ensino de química
Segundo Mercado (1999, p. 27) “as novas tecnologias criam novas chances de reformular as relações entre alunos e professores e de rever a relação da escola com o meio social, ao diversificar os espaços de construção do conhecimento”, ao revolucionar os processos e metodologias de aprendizagem, permitindo à escola um novo diálogo com os indivíduos e com o mundo.
A utilização de uma tecnologia cotidiana como o computador abordado nessa aula, proporcionou aos alunos a possibilidade visualizar e utilizar um laboratório, promovendo aulas mais interessantes e dinâmicas na construção do conhecimento estudado, os conceitos abordados foram Indicadores Ácido-Base. Essa utilização deve ser bem planejada pelo professor, visto que se feita de qualquer maneira não promovera aprendizagem dos conceitos abordados. Lévy (1999, p.172) traz uma questão importante em relação a essa categoria: “Como manter as práticas pedagógicas atualizadas com esses novos processos de transação de conhecimento?” Não se trata aqui de usar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo os papéis de professor e de aluno.
Contribuições positivas e negativas 
Com a ascensão das TICs na educação, a tecnologia, usada com sabedoria é ferramenta indispensável para o sucesso do ensino aprendizagem. Porém, quando usada de forma displicente não agrega valor aos conteúdos trabalhados. 
Segundo Seabra (1995), a utilização das tecnologias abre novas possibilidades para que professores e alunos possam superar barreiras físicas, colocando o mundo mais acessível à ponta dos dedos.
Porém, de acordo com Figueiredo (1998), num mundo inundado de informação, aquilo a que prestamos atenção não são conteúdos, mas sim os contextos. Sendo assim, é importante que os professores que aceitem trabalhar com esse desafiador mundo tecnológico devem estar preparados para não apenas repassar seus conteúdos, vídeos e pesquisas de internet, mas sim contextualizar todo seu conteúdo no mundo.
Sendo assim há necessidade de um bom planejamento para que essa utilização alcance seus objetivos. Analisando as respostas dos alunos observamos alguns trechos que refletem essa categoria:
“...aula mais dinâmica” (A1) – Ponto Positivo
“...falta de computadores” (A2) – Ponto Negativo
O aluno (A1) relata em seu questionário que um ponto positivo da aula foi propor “...aula mais dinâmica”, ou seja, algo mais atrativoe menos tradicional e cansativo aos alunos, proporcionando aumento do interesse dos alunos, visto que a química é muitas vezes vista por eles como algo chato, complicado e sem utilidade no seu dia-a-dia. Sendo assim é importante a promover atividades que venha mudar esse pré-conceito dos alunos.
O aluno (A2) descreve em seu questionário que um ponto negativo da aula foi a “...falta de computadores”, infelizmente, a escola não possuía muitos computadores sendo assim os alunos realizaram a atividade em dupla. Esse fato acontece em muitas escolas, a falta de recurso é um problema atual. Com esse enfoque, percebemos que em seu planejamento, é essencial que o professor se atente a esse detalhe, além de observar a realidade da escola.
Segundo Gaspar (2003, p. 66), “atualmente vivencia-se um novo paradigma que é ensinar e aprender com a mediação de um computador” com esse apontamento um dos maiores problemas é como o professor em sala de aula conseguirá efetivamente utilizar essa nova ferramenta, pois muitas vezes o docente não possui os recursos básicos para auxiliá-lo. A utilização do Laboratório Virtual por meio dos computadores se mostrou uma metodologia em potencial, visto que os alunos se interessaram pela proposta, participaram ativamente e descreveram suas contribuições. 
Os alunos geralmente se sentem motivados quando possuem aulas diferentes, a visualização do laboratório através do computador, algo que a maioria tem acesso, ou até mesmo através do celular. Por meio de questionamentos descobriram que existem aplicativos interessantes e gratuitos que auxiliam na aprendizagem, e que eles podem aprender conceitos não só na escola mais em qualquer ambiente.
Dessa forma, é importante que os professores estejam capacitados para utilizar essa tecnologia de maneira coerente no ambiente escolar, e não só como uma “brincadeira” sem se fundamentar e promover a aprendizagem. 
Ao planejar algo desse tipo, o professor também precisa analisar o ambiente escolar, a disponibilidade dos computadores e a seu desenvolvimento, visto que muitos softwares necessitam de processadores eficientes. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Segundo Sette (1999) o mundo está vivendo um período de grandes mudanças e vem com isso, exigindo de todos nós, uma postura diferente e muitas transformações, como a utilização de tecnologias cada vez mais desafiadoras. Com isso, apresentamos nesse trabalho, os resultados de uma investigação realizada na escola a respeito do uso das TIC para o ensino de química.
Diante dessa nova realidade, o processo de ensino e aprendizagem também estão sendo transformados, logo, as novas tecnologias em ascensão são parte do cotidiano dos alunos, portanto, o ambiente escolar precisa se adaptar e explorar essas novas ferramentas disponíveis.
A busca por novas ferramentas de ensino é importante para a educação e a mudança no perfil dos alunos ocasionado pelos avanços tecnológicos da última década pedem que o professor se reformule, busque novos meios de se ensinar. (COUTINHO, 2014). 
Com isso, podemos dizer que no contexto educacional, o desenvolvimento de atividades experimentais é um importante aliado no processo de ensino e aprendizagem; pois possui a potencialidade de utilizar a visualização e interação por meio de simulações de química.
Por meio dessa pesquisa foi possível concluir que a utilização das TIC’s no ensino de Química, com ênfase na abordagem do Laboratório Virtual possui um grande potencial no processo de ensino e aprendizagem, visto que, despertam o interesse dos alunos e promovem aulas dinâmicas. 
As contribuições descritas pelos alunos através do questionário aplicado, enfatizaram a possibilidade de visualização, sendo essa descrita em duas vertentes, “visualização de um Laboratório Virtual” e “visualização do conteúdo de maneira mais simples”. Outros pontos bastantes enfatizados pelos alunos foram o seu aspecto motivacional, “tornando as aulas mais legais e dinâmicas”, e o seu auxílio na aprendizagem “a tecnologia facilita a aprendizagem”.
A visualização de um Laboratório foi um aspecto que motivou os alunos na resolução da atividade, sendo que, a escola não possui um Laboratório para realização de atividades experimentais, nem reagentes e materiais disponíveis. E a visualização do conteúdo já estudado em sala de aula facilitou a aprendizagem dos alunos, contribuição relata nos questionários pelos eles.
Para que as potencialidades dessa metodologia sejam alcançadas é necessário um bom planejamento da atividade e um conhecimento básico de informática por parte do professor, pois ele mediará toda a aula. É necessário que os professorem participem de cursos de formação continuada a respeito da temática educacional tecnológico, para que essas atividades não seja só um momento dinâmico e interativo entre os alunos, mas promova a aprendizagem dos conceitos abordados.
Ao planejar esse tipo de atividade é necessário observar as tecnologias disponibilizadas pela escola para a realização da mesma, pois muitas vezes, as escolas possuem poucos computadores e o acesso à internet precário. 
Durante a execução dessas atividades diferenciadas é comum a dispersão muito fácil da atenção do aluno, dentro desse contexto, o professor deve estar atento durante todo seu planejamento para que não aconteça momentos de dispersão durante as aulas. Sendo de extrema importância a sua mediação e necessário também limitar a quantidade de alunos durante a aplicação.
Considerando os resultados alcançados com essa pesquisa foi possível confirmar que o software Laboratórios Virtual possui potencialidade didática para ser utilizado como uma ferramenta didática no ensino de Química, visto que, funcionam como um fator de interação e motivação, auxiliando na compreensão de conceitos químicos.
Em suma, os objetivos foram alcançados e constatados por meio das respostas dos alunos. Além disso, foi possível observar que para atingir os objetivos descritos é necessário por parte do professor um bom planejamento e conhecimento de informática básica, para mediar todo o processo.
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VIEIRA, E.; MEIRELLES, R. M. S.; ROGRIGUES, D. C. G. A. O Uso de Tecnologias no Ensino de Química: A experiência do Laboratório de Virtual Química Fácil. VIII ENPEC - Encontro Nacional De Pesquisa Em Educação E Ciências. Universidade Federal de Campinas, 2011.
36. APÊNDICE
Procedimento utilizado no Laboratório Virtual
Vamos relembrar? 
Indicadores Ácido-Base.
O que são?
Um indicador ácido-base é uma substância que muda de cor quando colocada em contato com um ácido ou uma base.
Procedimento:
1) Fenolftaleína.
No ambiente do seu Laboratório Virtual adicione a fenolftaleína a uma base forte e a uma ácido forte, e em seguida responda sobre a sua coloração em meio ácido e básico:
Meio ácido:________________________________________
Meio básico:_______________________________________.
2) Alaranjado de Metila
No ambiente do seu Laboratório Virtual adicione o Alaranjado de Metila a uma base forte e a uma ácido forte, e em seguida responda sobre a sua coloração em meio ácido e básico:
Meio ácido:________________________________________
Meio básico:_______________________________________.
3) Vermelho Metílico
 No ambiente do seu Laboratório Virtual adicione o Vermelho Metílico a uma base forte e a uma ácido forte, e em seguida responda sobre a sua coloração em meio ácido e básico:
Meio ácido:________________________________________
Meio básico:_______________________________________.
4) Bromocresol Verde
No ambiente do seu Laboratório Virtual adicione o Bromocresol Verde a uma base forte e a uma ácido forte, e em seguida responda sobre a sua coloração em meio ácido e básico:
 Meio ácido:________________________________________
 Meio básico:_______________________________________.
Questionário aplicado após a aula.
Questionário
Acadêmica: Jaine Beatriz da Silva 
Aluno:______________________________________________________ Ano°:____________
1)	Você considera que a proposta de utilização dos Laboratórios Virtuais no Ensino de Química contribui na melhoria da aprendizagem? 
( ) Sim.
( ) Não.
2)	Se sim, justifique sua resposta.
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3)	Quais as contribuições que uso da tecnologia no ensino “TIC’s” proporcionou nessa prática?
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4)	Você considera viável a utilização de tecnologias cotidianas como o computador, celular e a internet durante as aulas? Quais são suas contribuições?
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5)	Aponte pontos positivos e negativos sobre essa aula.
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