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FARMACOLOGIA – 19/03/2021 Adrenégicos e Antiadrenérgicos Sistema nervoso é dividido em: 1. Sistema nervoso periférico (SNP): subdivido em somático e autônomo Autônomo se subdivide em simpático e parassimpático 2. Sistema nervoso central (SNC) ORGANIZAÇÃO GERAL DO S.N. AUTÔNOMO É ativado principalmente por centros localizados o Medula espinal, tronco encefálico e hipotálamo Função: modular a atividade contínua de órgãos viscerais Sinais autonômicos eferentes são transmitidos ao corpo Em alguns órgãos, o S.N. Somático tem ação oposta ao S.N.Periférico o Exemplo: coração intestino e bexiga o Enquanto um aumenta a contração cardíaca, outro irá diminuí-la Existem outros locais onde apenas um é operante o Exemplo: glândulas sudoríparas, músculo piloeretor e alguns vasos Existem locais onde os dois produzem efeitos semelhantes o Exemplo: glândulas salivares Ou seja, é um erro afirmar que esses sistemas são antagônicos!! Desempenham funções que complementam o processo de homeostase o Quando se diz que são apenas antagônicos, não se leva em consideração as outras situações (oerante e produção de efeitos semelhantes) Na divisão do simpático e do parassimpático, observa- se que vai ter tanto aqueles relacionados com a secreção de acetilcolina, quanto aqueles que vão secretar a noradrenalina ou adrenalina o Sistema nervoso autonômico simpático: neurônio pré-ganglionar vai funcionar através da liberação de acetilcolina Só tem liberação de noradrenalina quando se tratar de um neurônio pós-ganglionar Atividade principal está relacionada com a noradrenalina e adrenalina Esse sistema é o que “reage” em algumas situações (luta ou fuga) o Sistema nervoso autonômico parassimpático: liberação de acetilcolina tanto por um neurônio pré-ganglionar, quanto por um pós-ganglionar RECEPTORES ADRENÉRGICOS São os receptores para noradrenalina e adrenalina o A depender do local de atuação, podem apresentar funções diferentes Estão localizados em vários órgãos e são divididos em: 1. α: α1 e α2 α1: vasoconstrição periférica, relaxamento do TGI, contração uterina e relaxamento do esfíncter, midríase, gliconeogênese e glicólise hepáticas o Vasoconstrição está relacionada a alguns vasos específicos (periféricos) α2: regulação da liberação de noradrenalina (NA) , promove agregação plaquetária e inibe a liberação de insulina o De uma forma geral, a própria NA tem a capacidade de se autorregular quando a quantidade chega no seu limite de liberação, ou seja, não é mais necessária a presença dela, a própria substância se liga a um receptor α2 e evita a liberação de mais substância feedback negativo não há liberação de substância em excesso o Se há diminuição de insulina, começa a ter aumento da quantidade de glicose à nível sanguíneo para ser utilizada o Processo de agregação plaquetária está relacionado ao controle e não ao processo propriamente dito 2. β: β1, β2 e β3 β1: um dos principais receptores associados com a liberação de noradrenalina e adrenalina o Relacionado, diretamente, com o aumento da força de contração cardíaca e da pressão arterial o Além disso, tem-se lipólise, importante para que se tenha uma liberação energética o Problema energético está funcionando muito bem e circulação sanguínea boa também β2: principal processo que acontece é dado em adrenalina, quando se liga com esse receptor o É preciso respirar bem, por isso, esse receptor promove broncodilatação o Há relaxamento da musculatura lisa, vasodilatação e tremor muscular o Além disso, tem-se um aumento de: liberação de glucagon, gliconeogênese e glicogenólise hepática o Diminuição de: vasos periféricos e frequência sanguínea β3: auxilia no processo de lipólise, ou seja, confere mais energia Receptores fazem um controle da situação quando se precisa reagir com rapidez o SNA não atua sozinho, ele atua em conjunto sendo a partir de situações complementares em que apenas um atue ou que eles funcionem através da realização de funções opostas o Trabalham em conjunto para promover a regulação da homeostase entre o simpático e o parassimpático Esses receptores são metabotrópicos, ou seja, fazem parte da proteína G As duas substâncias que vão atuar, em relação ao sistema nervoso autonômico simpático, são: 1. Adrenalina: distribuída em todos os órgãos, menos no SNC Age em todos os receptores adrenérgicos Não é utilizada de forma oral, por sofrer uma degradação periférica pela enzima monoamina oxidase (MAO) Associada ou não com anestésicos locais o Principalmente no processo de vasoconstrição: diminuição de sangramento e diminuição de dose do anestésico, favorecendo a diminuição relacionada a processos adversos e tóxicos, além da manutenção do campo operatório clínico Emprego clínico: broncoespasmo, parada cardíaca e choque anafilático 2. Noradrenalina: associada com anestésicos locais também Emprego clínico: hipotensão ou choque anafilático Não atua bem em receptor β2 (por isso não está relacionado com broncoespasmo) FÁRMACOS ADRENÉRGICOS Existirão substâncias que irão funcionar como adrenalina e noradrenalina, bem como substâncias que irão funcionar trabalhando como antagonista de adrenalina e noradrenalina No sistema nervoso autonômico simpático: o Agonistas simpatomiméticos Imitam a ação de adrenalina ou noradrenalina o Antagonistas simpatolíticos Quebram a reação que vai acontecer Reação não acontece mais Funcionam como antagonistas de receptores, ou seja, são falsos substratos Esses fármacos, podem ter uma ação direta ou indireta: 1. Ação direta: estimulam diretamente os receptores adrenérgicos Se ligam ao receptor e desencadeiam o efeito Exemplo: descongestionantes nasais e broncodilatadores 2. Ação indireta: funcionam através de outros mecanismos de ação O objetivo é aumentar a quantidade de neurotransmissores na fenda sináptica Inibem a metabolização: através das enzimas que degradam adrenalina e noradrenalina o Inibidores da MAO: fenelzina e tranilcipramina o Inibidores da COMT: tolcapone e entacapone Impedem a recaptação: substâncias a nível de SNC se encontram dentro de vesículas o Acontece a liberação das substâncias, elas vão passar um tempo na fenda sináptica e depois vão ser recaptadas exercem a função e são pegas de volta, impedindo que haja a sintetização da mesma molécula o Exemplos: ADTs (amitripilina, imipramina, cocaína e anfetaminas) Aumentam a síntese e liberação de neurotransmissores o Exemplos: anfetaminas (dietilproprinona, femproporex, metanfetaminas e ecstasy) AGONISTAS ADRENÉRGICOS: α1: substância que se liga ao receptor, funcionando como se fosse a própria substância original o Se, por exemplo, tinha adrenalina e noradrenalina funcionando muito bem à nível de α1, o agonista também irá funcionar muito bem a esse nível o Causam vasoconstrição local o Objetivo principal com essas substâncias: descongestionantes nasais, conjuntivais e palpebrais o Podem estar ou não associados com anestésicos locais o Fármacos utilizados: 1. Fenilefrina 2. Nafazolina 3. Oximetazolina 4. Metaraminol o Problema principal associado com a maioria desses medicamentos: forma incorreta de utilização o Efeitos dos descongestionantes: Diminui a congestão Pouco efeito sobre espirros, prurido e rinorréia Hipopnéia nos roncadores crônicos o Modo de uso: tópico ou sistêmico Tópico: Vantagens: efeito rápido e raramente produzirá efeito sistêmico desde queaplicado corretamente Desvantagens: pode gerar feito rebote (lesão, irritação e hiperemia), além de dessensibilização Sistêmico: Vantagens: impede dano à mucosa e efeito rebote, além do que pode-se utilizar doses mais espaçadas – ação prolongada Desvantagens: efeitos sistêmicos, ação “mais lenta” α2: relacionado com a diminuição de neurotransmissores na fenda sináptica o Se consegue observar adrenalina ou noradrenalina ligado a esse receptor tem um feedback negativo, mesmo que as quantidades dessas substâncias estejam baixas no organismo, se adicionar um agonista específico para ele, consegue parar a liberação dessas substâncias diminuição de neurotransmissores e desenvolvimento de vasodilatação periférica Desenvolvimento de uma vasodilatação periférica se observa através de uma redução do tônus muscular o Fármacos utilizados: 1. Metildopa 2. Clonidina o Metildopa é seguro para gestantes, sendo um dos poucos medicamentos liberados para tratamento de hipertensão em gestantes Funciona como um falso substrato: pró-fármaco que vai ser convertido na forma ativa (α- metillnorepinefrina) A nível do SNC, vai se ligar à α2 e impedir a liberação de mais noradrenalina na fenda Causa, indiretamente, desenvolvimento de vasodilatação e diminuição da pressão arterial o Clonidina não apresenta uma segurança tão boa como a da metildopa Vai funcionar como hipertensivo Auxilia na liberação do hormônio de crescimento (GH) β1: espera-se que, quando adrenalina ou noradrenalina se ligarem a esse receptor, ele aumente a contração e força cardíaca, além de elevar a pressão arterial o Não são medicamentos tão seguros para utilização de forma geral restritos a uso hospitalar o Uso clínico: distúrbios cardíacos hipotensores o Fármacos utilizados: 1. Dobutamina 2. Dopamina o Dobutamina: é uma catecolamina sintética, utilizada em pacientes com IAM (infarto agudo do miocárdio), cirurgia cardíaca e ICC (insuficiência cardíaca crônica, com aumento do débito cardíaco e volume sistólico) Utilização em condições de emergência o Dopamina: revivan e dopamin Utilizado em pacientes com IAM, cirurgia cardíaca, choque (hipotensão) anafilático ou queimadura Atenção quanto à dose administrada: paciente pode ter uma parada por excesso β2: promove broncodilatação e prevenção de parto prematuro o Broncodilatação quando a adrenalina ou noradrenalina se ligam ao receptor β2 utilizados no tratamento de ASMA Pode ser utilizado em outros fatores que causem broncoespasmos o No caso do parto prematuro, esse receptor tem a capacidade de relaxar a musculatura uterina o Além disso, inibem a liberação de histamina pelos mastócitos o Fármacos utilizados: 1. Fenoterol 2. Salbutamol 3. Salmeterol 4. Terbutalina: substância mais utilizada para a prevenção de parto prematuro 5. Formoterol o Salbutamol: é um fármaco padrão β2 estimulante Listado na RENAME Pode ser usado via oral ou inalatória Normalmente é utilizado em associação com outros fármacos (bloqueador de acetilcolina é o principal) o Terbutalina: utilizados em gestantes por conseguir realizar um relaxamento uterino Bricanyl e terbutalino o Fenoterol: pouco seletivo, ou seja, pode atuar tanto no receptor β2, quanto em outros receptores β Quando se utiliza um agonista não muito seletivo em um paciente, ao se ligar em β2 (que é o objetivo), promove broncodilatação paciente vai apresentar taquicardia e aumento de pressão arterial Berotec e fymnal (fenoterol + ibupobreno, utilizado para cólicas menstruais) o Salmeterol: apresenta um efeito mais prologado que os outros (em torno de 12hrs) 10.000 vezes mais lipofílico do que o salbutamol No caso do pulmão, essa substância apresenta-se 15 vezes mais potente que salbutamol No coração, a substância se apresenta 10.000 vezes menos potente que o isoproterenol e 4 vezes menos que salbutamol o Formoterol: tem um efeito prolongado, porém com ação mais rápida (em torno de 5min) Causa bastante taquicardia e aumento da pressão arterial Fluir e foradil o Contra-indicações: hipersensibilidade, gestantes e diabtéticos devem ter cautela, além disso, ter cuidado com o uso de β- bloqueadores o Efeitos adversos: tremores finos (início da terapia), agitação, nervosismo, palpitações, taquicardia e outras arritmias, além de aumento na concentração de glicose FÁRMACOS ANTI-ADRENÉRGICOS São antagonistas direto, ou seja, os antagonistas de receptores Podem ser chamados de: anti-adrenérgicos, antagonistas adrenérgicos ou simpatolíticos Classificados em: 1. Fármacos α-bloqueadores: α1-seletivos e não-seletivos 2. Fármacos β-bloqueadores: cardiosseletivo e não-cardiosseletivo ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS: α1-seletivos: utilizado quando se quer desenvolver um processo de vasodilatação no paciente o Promove vasoconstrição em alguns vasos periféricos Bloqueando isso se tem uma vasodilatação o Utilizado como um anti-hipertensivo, por ser mais diurético, diminuindo a resistência vascular periférica (RVP) Principalmente a nível de vasos renais e prostáticos o Ao contrários dos agonistas não seletivos, não causa taquicardia, aumento do débito cardíaco ou liberação e tolerância de renina o Fármacos da classe: 1. Prazosina 2. Doxazosina 3. Terazosina 4. Tansulosina o Se tiver um problema de hipertensão, associado a uma hipertrofia prostática benigna, esses são os medicamentos utilizados Também podem ser utilizados no tratamento de hipertensão No entanto, outros medicamentos, que possuem a mesma finalidade, podem ser utilizados α-bloqueadores não-seletivos: atuam em α1 e α2 o Fármacos da classe: 1. Fentolamina 2. Fenoxibenzamina o Fentolamina: antagonista competitivo de receptores α1 e α2 Ligação reversível Utilizado como complemento do feocromocitoma Feocromocitoma está relacionado com uma complementariedade no tratamento de tumores suprarrenais e no controle de atonia intestinal o Fenoxibenzamina: promove um antagonismo irreversível (24hrs) e não competitivo de receptores α1 e α2 É preciso sintetizar novos receptores Utilizado para o tratamento complementar de feocromocitoma, para que ocorra uma diminuição do tumor e isso desenvolva o processo de hipotensão Tumor não melhora apenas com a utilização desses medicamentos, mas se consegue observar uma parada ou diminuição no tamanho do tumor Se a hipertensão do paciente for causada por causa do tumor, ela vai ser melhorada com o uso desses medicamentos o Efeitos colaterais: Hipotensão ortostática: “efeito de primeira dose” Cefaleia Insônia/depressão Congestão nasal Miose/visão borrada Incontinência urinária Taquicardia reflexa e arritmias o Os efeitos colaterais se dão porque se tem medicamentos seletivos a receptores α1 e também medicamentos não-seletivos Não-seletivos atuam em receptores α e β β-bloqueadores: constituem uma numerosa família com uso no tratamento da hipertensão arterial sistêmica, angina pectoris, disritmias cardíacas, miocardia hipertrófica... o Observa-se um aumento de contração cardíaca e aumento da pressão arterial o Se o receptor β1 for utilizado como o único antagonista, o bloqueio dele vai representar uma diminuição da pressão arterial e força cardíaca funciona muito bem para medicamentos cardiosseletivos Exemplo: atenolol o Medicamento mais lipossolúvel maior penetração no SNC efeitos adversos a níveis centrais e periféricos Exemplo: propranolol Propranolol não é seletivo, atua muito bem em β1, β2e β3 o Medicamento mais hidrossolúvel menor penetração no SNC Exemplo: atenolol o Fármacos β1 seletivos: cardiosseletivos 1. Atenolol 2. Metoprolol 3. Esmolol 4. Betaxolol 5. Bisoprolol o Efeitos adversos de cardiosseletivos: Hipotensão Bradicardia Diminuição da frequência cardíaca e pressão arterial β-bloqueadores não-cardiosseletivos: atuam muito bem em β2 o Tem atividade boa quando a adrenalina se liga a ele Processo de broncodilatação o Fármacos β-bloqueadores não- cardiosseletivos: 1. Propranolol: pode causar mais broncoconstrição em asmáticos 2. Nadolol 3. Pindolol 4. Timolol 5. Sotalol Usos terapêuticos dos β-bloqueadores: o HAS: hipertensão arterial sistêmica o Angina pectoris o IAM o Miocardia obstrutiva hipertrófica o Profilaxia de enxaquecas: pode ser por um excesso de noradrenalina à nível central o Hiperatividade simpática: auxilio no tratamento de pessoas com hipertireoidismo, por exemplo o Controle dos sintomas agudos de pânico o Ansiedade Efeitos colaterais de β-bloqueadores: o Bradicardia seguida de uma taquicardia reflexa o Intensificação dos bloqueios átrios- ventriculares: em algumas situações, esses medicamentos são utilizados para tratamentos de arritmias o Fadiga o Depressão: bloqueia a ação de noradrenalina a nível de sistema nervoso central o Broncoespasmo: principalmente se estiver lidando com medicamentos não- cardiosseletivos, atuando em receptor β2 o Hipoglicemia ou um rebote hiperglicêmico: por atuar sem seletividade a nível de receptor β3
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