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Carne� Conceito Carne é o conjunto de tecidos de cor e consistência características, que recobre o esqueleto dos animais. Comercialmente, denomina-se carne todas as partes dos animais que servem de alimento ao homem, inclusive as provenientes de aves, caça, peixes e frutos do mar. Um corte de carne apresenta tecido muscular conjuntivo, gordura e, às vezes, ossos. Os órgãos internos, comumente denominados “miúdos”, usados na alimentação também podem ser classificados como carne. COMPOSIÇÃO QUÍMICA A composição química das carnes varia com a raça e o tipo de animal, que afetam os atributos relacionados à cor, ao sabor, ao odor, à textura, à maciez e à suculência. Em cada espécie, alguns dos fatores que influenciam esses atributos são idade, o sexo, o estágio de desenvolvimento, as condições fisiológicas, os fatores ambientais, a alimentação, o período do abate, o consumo. A carne, de maneira geral, apresenta: ● Baixo conteúdo de CHO (0,8 a 1%) glicogênio ● Elevado conteúdo proteico ● Qualidade dos aminoácidos constituintes aa essenciais (lisina e leucina). ● Fração lipídica é a mais variável fatores intrínsecos (raça, idade, sexo) e fatores extrínsecos (alimentação e nível de atividade física). ● Mais velho maior teor de lipídios ● Fêmeas/ animais castrados maior concentração de lipídios ● Tipo de tecido (muscular ou se adiposo) O conteúdo de vitaminas depende da espécie, da idade, da alimentação e do corte cárneo. Em geral, a carne é boa fonte de tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), piridoxina (B6) e cobalamina (B12). Pobre em vitamina D, E e K, sendo o teor muscular de vitamina A superior em relação às outras lipossolúveis. Carne suína 5x + tiamina Conteúdo de minerais: Fe, P, K. Pobre em Ca ESTRUTURA ● Tecido Muscular ● Tecido Conjuntivo ● Tecido Adiposo As diferenças em relação às características organolépticas das carnes resultam, especialmente, dos tecidos que as constituem. Tecido Muscular Composto de feixes de fibras microscópicas, de forma tubular, que se afinam nas extremidades. O conjunto de fibras feixe muscular conjunto de feixes é chamado de músculo. Tanto os feixes como o músculo estão envolvidos com tecido conjuntivo. Essas fibras variam em tamanho, tendo em média de 2,5 a 5 cm de comprimento. Principais proteínas: actina e miosina De acordo com a forma que a mioglobina vai se encontrar teremos disenteria pigmentações. Mioglobina ligada a água na sua forma ferrosa, tem a coloração em vermelho púrpura, o contato com o oxigênio, a água sai e o ferro se liga ao oxigênio, formando oximioglobina, que tem a coloração vermelho brilhante (característica de uma carne fresca). A carne vai desidratando e se não tiver uma oxigenação correta, a mioglobina vai perdendo água formando metamioglobina; e a oximioglobina também pode formar a metamioglobina, que é o ferro oxidado, formando o ferro férrico. Tem uma coloração marrom, relacionado a uma carne menos fresca, com o teor de água e oxigenação reduzida. O tamanho dos feixes musculares e a quantidade de tecido conjuntivo, que os mantêm ligados, determinam a textura da carne, que será mais macia quando as fibras apresentarem pequeno diâmetro. As carnes mais macias são as de animais novos, de fêmeas e depende também do tipo de cocção a que a carne é submetida. Outros fatores que influem na textura da carne são a espécie, a alimentação e a atividade física do animal. Tecido Conjuntivo Caracteriza-se por possuir um menor número de células e grande quantidade de substância amorfa produzida pelas próprias células desse tecido. Função: unir e manter ligadas diversas partes do organismo. Proteínas: colágeno e elastina Tecido conjuntivo: Responsável pela dureza de um corte cárneo, por ser a fração mais insolúvel e menos digerível da carne. (quanto mais tecido conjuntivo a carne tiver, mais dura ela será. O Tecido conjuntivo pode ser branco ou amarelo. ● O tecido conjuntivo branco, embora endureça a carne, transforma-se em gelatina quando cozido em calor úmido, tornando-se, assim, macio. Semitransparente, é composto principalmente de colágeno, e encontrado em grandes proporções nos tendões (os quais ligam os músculos aos ossos). Ex.: pés de galinha e pele de peixe. ● O tecido conjuntivo amarelo, composto de elastina (uma substância albuminoide amarela, constituída essencialmente de tecido elástico), é muito flexível e tem aspecto brilhante. Encontrado em abundância nos ligamentos que unem os ossos e os órgãos, mas não é amaciado pela cocção. A quantidade de tecido conjuntivo varia nos diferentes músculos. A carne de porco apresenta menos tecido conjuntivo do que a do boi. No macho, o tecido conjuntivo é mais abundante do que na fêmea, mas a remoção dos testículos do animal novo, processo conhecido como castração, elimina essa diferença. Capões e bois, animais castrados, têm carne mais tenra do que galos e touros, pois têm menos tecido conjuntivo. A maciez da carne depende da temperatura e do tempo de cocção. Quando as carnes são bem cozidas, ocorre uma maior rigidez (endurecimento proteico), devido à coagulação das proteínas miofibrilares. Com o calor, o colágeno se transforma em gelatina, amaciando a carne. O amaciamento do tecido conjuntivo ocorre entre 57 e 60°C. Recomenda-se a cocção lenta, em temperatura baixa, para a carne rica em tecido conjuntivo. Exemplo: caldo com músculo, peito e bochecha bovinos. Gordura A gordura encontrada nas carnes geralmente está localizada entre as células do tecido conjuntivo. Os principais depósitos estão situados ao redor dos órgãos internos, entre os músculos e em volta destes, e diretamente sob a pele. Ex.: costela, cupim, picanha e vísceras. A gordura melhora o sabor, a suculência e a maciez da carne cozida, reduz o tempo de cocção e diminui perdas de sucos por evaporação. A cor e o ponto de fusão variam de acordo com a espécie e o tipo de alimentação do animal. Geralmente, a gordura de porco é mais branca e mais mole do que a bovina. PART. 2 TRANSFORMAÇÃO DE MÚSCULO EM CARNE ⇒ para que o músculo se torne alimento, diversas transformações bioquímicas acontecem. Todas essas transformações bioquímicas vão ser influenciadas pelo tratamento ante morte, no rigor mortis e armazenamento da carne. ⇒ é necessário saber o que acontece antes dessa carne se tornar própria para o consumo, pois isso vai influenciar quando a carne for submetida a uma preparação culinária, influenciando no sabor, maciez, cor, retenção de água, firmeza, suculência. ● O estresse ante mortem (provocado por transporte, jejum prolongado, condições climáticas) e o declínio do pH são fatores que influenciam diretamente na qualidade das carnes de forma geral. Em suínos tais fatores exercem maior influência que nos bovinos. ● Estresse pré-abate pode causar a diminuição da reserva de glicogênio do músculo (parcial ou total). Então com a a diminuição da reserva de glicogênio do músculo inicia-se o metabolismo anaeróbico, produzindo ácido lático e diminuindo o pH. ● Sangria → com a sangria, ocorre a interrupção da oxigenação das células musculares → síntese de ATP por via anaeróbica →ocorre acúmulo de ácido lático→ redução do pH ou aumento da acidez intracelular. ● chaga a uma faixa de pH em que atinge o: Rigor mortis Rigor mortis ● É o início da rigidez muscular, quando o pH atinge valores de 5,9 até 5,5, e caracteriza-se pela interação permanente entre os filamentos de actina e miosina, provocando a perda de elasticidade e da extensibilidade, o encurtamento do músculo e o aumento na tensão. ● A carne se torna rígida até que enzimas começam a ser liberadas devido a perda da integridade das membranas e degradam a estrutura proteica. Além disso, o abaixamento do pH promove a desnaturação proteica. Esses 2 fatores associados provocam o amaciamento da carne (fim do rigor mortis). ● No caso dos bovinos esta maciez só se dá em 24 ou 48hs após o abate. Na ave pode ocorrer de 4 a 12hs. No pescado ocorre de forma muito discreta. ● Após o rigor mortis a carne tem maior capacidade de retençãode água, e isso que torna a carne macia ou não. ● O congelamento só pode ser feito após o término do rigor mortis, pois se for feito quando ela ainda está em rigor mortis, quando ela for preparada, ficará dura, pois não finalizou o processo de rigor mortis, em ela perde a capacidade de reter água . Maturação da carne ● Por maturação entende-se a complementação da transformação do músculo em carne. ● Essa fase é importante para acentuar o sabor e a maciez da carne. ● Consiste em mantê-la em temperaturas próximas a 15°C e em umidade controlada por um período entre 2 e 3 dias. As reações bioquímicas são mediadas por catepsinas, calpaínas e outras proteínas endógenas. Carne maturada ● As carnes (carcaças ou cortes selecionados) são mantidos em câmeras de refrigeradas, com controle de umidade, por períodos de 7 a 21 dias, dependendo da espécie animal. ● Torna a carne mais macia e melhora outros atributos organolépticos desenvolvimento de compostos responsáveis pelo flavor, como acetaldeído, diacetil e cetonas. ● essa maturação prolongada: Minimiza as diferenças qualitativas entre vários tipos de carne. Carne resfriada ou refrigerada ● Refrigeração por aplicação do ar frio ● Consiste em resfriar rapidamente a carcaça, logo após o abate, em temperatura de -1°C a 2°C, até atingir 4°C internamente. Este processo requer de 18 a 24h. ● O resfriamento super-rápido utiliza nas duas primeiras horas a temperatura de -3°C a -5°C no bovino e de -5°C a -8°C no suíno, e em seguida continua o resfriamento em temperatura de 0°C a 2°C. Este processo requer de 12 a 18h para bovino e de 10 a 16 horas para suínos para atingir 4°C. Carne congelada ● No processo de congelamento lento, devido a velocidade, formam-se primeiro, cristais de gelo no espaço extracelular, e parte da água intracelular migra para o exterior da fibra, formando grandes cristais. Estes provocam rupturas mecânicas nas células e diminuição na capacidade de retenção de água. ● No congelamento rápido, forma-se grande número de pequenos cristais de gelo, bem distribuídos intra e extra celular, não havendo rupturas nas células e favorece a absorção da água pelas proteínas no descongelamento. ● A carne congelada que foi descongelada jamais deve ser novamente congelada. ● Tempo de armazenamento em meses de diferentes tipos de carne sob congelamento Carne embalada a vácuo ● Menor risco de contaminação, devido a ausência de oxigênio e menor temperatura de armazenamento, isso limita o desenvolvimento de micro-organismos e maior vida de prateleira ● A carne embalada a vácuo tem cor escura em virtude da ausência de oxigênio na embalagem, por conta da ausência da oximioglobina (cor avermelhada da carne e presença da metamioglobina (marrom). ● Após a abertura da embalagem, a carne readquire em alguns minutos sua cor vermelho-púrpura original. CULINÁRIA DAS CARNES CULINÁRIA DAS CARNES ● Cuidados desde do momento da aquisição até seu consumo. ● A descrição de aspectos referentes à qualidade, que sinalizam a compra do produto, a atenção nas formas de armazenamento de acordo com o método de conservação utilizado, o planejamento adequado para o pré-preparo e o preparo, cautela na montagem e na distribuição da preparação, são itens que devem ser avaliados. AQUISIÇÃO ● Recomenda-se a compra e o consumo de carnes de animais que tenha a chancela do SIF (Serviço de Inspeção Federal), pois é uma garantia de que técnicos do MAPA avaliaram a sanidade dos animais abatidos. ● Fornecedores apresentam o SIF e transportam as carnes de forma adequada (refrigeração ou congelamento)? ● Devem-se observar características que definem a qualidade dos produtos Coloração, umidade, textura, odor. ● limitação das carnes congeladas: por estar congelada dificulta observar as características de qualidade. Pré-preparo ● Para carnes congeladas, a primeira etapa de pré- preparo é o descongelamento adequado. Este deve ser lento, em temperatura de refrigeração entre 0°C e 5°C, porque promove a reabsorção da água pelas proteínas musculares e menor perda por exsudação. ● Carnes que passam pode descongelamento lento são mais macias e suculentas. ● Operações de limpeza, subdivisão, união e amaciamento. ● Deve-se evitar lavar carnes de qualquer espécie antes do preparo, pois isto facilita a dissipação de bactérias contaminantes nas superfícies de trabalho próximas (Domene). ● O corte das carnes deve ser com seccionamento transversal das fibras musculares para diminuir a resistência à ação mecânica da boca. ● O pré-preparo visa também remover a gordura aparente e porcionar a carne em peças regulares e compatíveis com o planejamento de quantidades previsto no cardápio para cada refeição. ● A regularidade do corte promoverá adequada transferência de calor e uniformidade no acabamento da preparação. ● A adição de sal promove a maciez da carne em baixas concentrações, dada a ação dos íons, diminuindo a atração eletrostática das cadeias proteicas e promovendo a solvatação, que aumenta a solubilidade proteica. Uso de 0,5 a 0,8% de sal de cozinha em ralação ao PL da carne (Domene) ● Efeito oposto é causado pelo excesso de sal pois haverá desidratação com comprometimento da textura. Amaciamento da carne ● Alguns procedimentos podem ser utilizados com a finalidade de amaciar a carne. ● O processo de amaciamento pode se dar por ação mecânica, enzimática, química. ● Ação mecânica: no uso doméstico, pode-se utilizar um batedor de bife para amaciar a carne. Em UAN, o amaciamento é realizado com um equipamento que contém várias lâminas que seccionam as fibras da carne, tornando-a mais macia. ● Ação enzimática: utiliza enzimas naturais (como a papaína e a bromelina, extraídas do mamão e do abacaxi, respectivamente) ou industrializadas, que promovem uma desorganização estrutural da fibra, fazendo com que haja um aumento da acidez, resultando em uma consistência gelatinosa. Deve-se tomar cuidado com a quantidade do produto enzimático adicionado em relação à quantidade de carne, pois o amaciamento em excesso resulta em uma carne de textura friável, semelhante ao fígado. ● Ação química: um dos processos comuns de amaciamento é deixar a carne em vinha-d’alhos (temperos e vinagre ou vinho) por algum tempo. O pH ácido da vinha-d’alhos hidrolisa as proteínas, continuando a maturação natural conferida pelo ácido láctico. Cocção ● Para os cortes de carne que contêm pouca gordura e muito colágeno (paleta, acém, fraldinha, peito e capa de filé), deve-se utilizar calor úmido no momento do preparo. ● O calor seco pode ser utilizado em cortes de carne mais macias (alcatra, lagarto, peito de frango e peixes), em preparações grelhadas e malpassadas (bifes, utilizando-se filé-mignon, contrafilé ou patinho). pouco colágeno e muita gordura. ● Calor seco: para carnes que possuem o teor de gordura mais elevado, que vai ser responsável por dar maciez na carne, pois com o calor seco, pode desidratar e ela ficar mais dura. ● As temperaturas de cocção adequadas para as carnes são: Nas carnes que contêm muito tecido conjuntivo, como carne de peixes e aves, devem-se utilizar temperaturas mais brandas, na faixa de 50 a 60°C. a oximioglobina que da a coloração vermelha da carne fresca, conforme o alimento vai ser submetido a cocção vai formar o composto hematina, de coloração marrom. de acordo com a concentração de hematina vai dar a caracteristica de carne ao ponto, bem passada e muito bem passada. CARNE BOVINA Carne bovina ● A Secretaria de Inspeção de Produto Animal (SIPA) regulamentou os cortes de carne bovina a partir d Portaria n o 5, de 8 de novembro de 1988. ● Todos os cortes possuem praticamente o mesmo valor nutritivo, sendo mito a afirmação de que o corte de primeira é melhor que o de segunda. ● O que existe, na verdade, são diferentes teores de gordura, formas corretas de preparação, específicas para cada corte. ● Nesse contexto, encontram-se carnes que proporcionam preparações rápidas (como bifes, por exemplo), enquanto outras requerem preparações mais demoradas (cozidos)– o que não deve ser motivo para sua classificação como carne de segunda. no meio são os cortes com maior teor de gordura, cupim (1) também. os cortes traseiros e dianteiros possuem menos gordura. De acordo com o teor de gordura, os cortes de carne bovina podem também ser classificados como cortes de carne magra e de carne gorda. Quando a quantidade de gordura excede a 50% do valor calórico total proveniente da gordura, considera-se a carne gorda, e, quando menor que 50%, carne magra. Formas de preparo Bifes O fatiamento das peças de carne para a retirada de bifes deve ser feito no sentido transversal à fibra, seccionando-a, pois cortar a carne no sentido da fibra torna-a dura após a cocção. A gordura não deve ser totalmente removida da carne, pois tem efeito amaciante e confere a ela sabor. Para que não se tornem ressecados, os bifes devem ter espessura de 1 a 1,5 cm. Um dos cortes de carne mais utilizados para o preparo de bifes é o filé-mignon. De acordo com o tipo de corte, esses bifes recebem diversas denominações e possuem diferentes tempos para a fritura Formas de preparo Picados O corte da carne picada deve obedecer a um mesmo padrão de tamanho e formato, para uma boa apresentação e cocção uniforme. Há preparações que exigem padronização do tamanho dos cortes: ● Brochette ou espeto: cubos de aproximadamente 3 cm; ● Goulash: cubos de aproximadamente 4 cm; ● Picadinho: cubos de aproximadamente 2 cm; ● Iscas: tiras de aproximadamente 5 cm (comprimento) x 1 cm (largura). Moídos ● A carne a ser utilizada moída deve estar em condições de refrigeração e conservação adequadas. A carne moída apresenta maior superfície de exposição e, como a multiplicação microbiana ocorre predominantemente na superfície, o risco de toxinfecção ou deterioração é grande. ● Os tipos de cortes de carne que podem ser moídos são músculo, patinho, coxão duro, coxão mole e, dependendo do tipo de preparação, podem passar pelo processo duas vezes, como para preparar quibe. Pode ser empregada para hambúrgueres, almôndegas e bolinhos; como recheio de massas (pastéis, rissoles e rocamboles); ou refogada com legumes (batata, milho verde e vagem cozida). Assados ● Quando as peças de carne destinam-se a assados, devem ser mantidas as peles e as gorduras que as recobrem, pois estas impedem a perda de suco e conferem maciez e melhor sabor. ● As carnes assadas podem ser simples, recheadas ou do tipo rosbife. As peças de carne com mais de 2 kg garantem melhor apresentação, considerando-se que as carnes reduzem de tamanho após a cocção. Carne de sol É um tipo de carne utilizada na culinária sertaneja nordestina. A carne de boi, depois de cortada, é ligeiramente salgada e exposta ao sol forte. Como exige um clima muito seco, o preparo da carne de sol épossível nas regiões semi-áridas do Nordeste. A secagem é rápida, formando-se uma espécie de crosta protetora, que conserva a parte de dentro da carne úmida, suculenta e macia. A forma mais adequada de preparar carne de sol é grelhar ou fritar, pois contém fibras macias que não necessitam de cocção muito longa. Os tipos de preparações mais comuns são denominados Maria Isabel (arroz com carne) e paçoca (carne de sol frita misturada com farinha de mandioca e amassada no pilão). tem menos sal que a carne seca. possui uma parte interior macia. Carne seca É a carne de boi desossada, que passa por um processo de conservação bastante simples. Logo depois de abatido o animal, retalha-se a carne, esfrega-se com sal e empilha-se em lugar seco. As “mantas” de carne são constantemente trocadas de posição nessas pilhas, para facilitar a evaporação da água e evitar que a carne deteriore. Em seguida, estendem-se os pedaços em varais ao sol até completar a desidratação. O cozimento da carne-seca é demorado, pois, para ficar no ponto, ela deve estar quase se desmanchando. Preparações como arroz de carreteiro e feijoada utilizam carne-seca. No caso das carnes salgadas, segundo a portaria CVS-6/99, o dessalgue deve ser realizado por meio de imersão em água, no máximo a 21°C, trocada a cada 4h; em água sob refrigeração; por fervura. Mocotó É obtido pelo cozimento das cartilagens e dos tendões das patas de bois e porcos, sendo muito apreciado em algumas regiões do Brasil. Pode ser consumido cozido, na forma de caldo ou geleia. Timo Trata-se de uma glândula existente no pâncreas e na garganta do animal jovem. O timo comestível situa- se na garganta, depois atrofia e fica quase imperceptível. Conhecido pelos franceses como ris de veau, é uma iguaria das mais apreciadas pela alta gastronomia . Tutano É a medula dos ossos (fêmur e tíbia), utilizada como componente de molhos e acompanhamentos. O conjunto do músculo com o osso é chamado de ossobuco. Vitela A carne de vitela é proveniente do novilho com menos de 6 meses de idade. Existe a vitela de leite e de confinamento. As de leite são abatidas depois de vinte dias de nascidas; geralmente, são animais machos. As vitelas de confinamento são alimentadas com forragem, depois do desmame, têm carne mais escura e menos macia. Miúdos São os órgãos internos dos animais, também chamados de vísceras; possuem elevado valor nutritivo (ferro e vitaminas do complexo B) e são de baixo custo. Em geral, denomina- se miúdo os órgãos provenientes de aves, e vísceras, os órgãos dos outros animais (boi, porco e vitela). Os miúdos e vísceras podem ser utilizados em diferentes tipos de preparações. CARNE SUÍNA Suínos (porco, leitão, leitoa) O porco é um mamífero adulto, descendente do javali e criado para alimentação humana. Quando novo, chama-se leitão. Animal apreciado por alguns e desprezado por outros. Condições higiênicos-sanitárias dos criadouros Transmissão parasitoses (teníase e triquinose). Deve-se cozinhar bastante a carne de porco até atingir temperatura interna de 75°C, e jamais consumi-la com sangue. Com a evolução dos tempos, o porco tornou-se um alimento básico para o homem, devido à fácil reprodução, capacidade de adaptação e às numerosas possibilidades de consumo. A adoção de regimes alimentares adequados à produção de carnes levaram a redução de colesterol da carne suína. De acordo com a tabela TACO, a bisteca e o lombo apresentam 56 e 55 mg de colesterol em 100g; comparativamente a outros cortes comuns na dieta do brasileiro, nota-se que equivalência ou vantagem ao escolher a carne suína: o acém bovino apresenta 58 mg/100g de colesterol e carne de coxa de frango, sem pele, 91 mg/100g. A carne de porco deve ser rosada, firme, com gordura branca e consistente; a carne com qualidade inferior apresenta muita gordura, é menos firme, e os ossos são menos vermelhos. No Brasil, a carne de porco é encontrada em cortes tradicionais, e cada corte tem sua utilização específica e maneira adequada de preparo Pré-preparo Objetivo: diminuir o teor de gordura pela remoção da camada aparente e fracionar a carne de maneira a uniformizar a cocção e facilitar a distribuição. Tipos de cortes: iscas, carne moída, filés, medalhões e cubos são alternativas aos tradicionais cortes inteiros de lombo, pernil e bisteca. Preparo A diminuição do teor de gordura dos cortes de suínos limitou igualmente as possibilidades de preparo sob calor seco; dada a imatura e delicada cobertura de gordura de cortes como o lombo suíno, o preparo em forno ou brasa exigirá a adoção de recurso complementar, como o envoltório com papel alumínio ou manteiga – ou ainda o uso de assadeira de cobertura – para que a umidade não se perca depressa demais comprometendo a textura da carne Para cocção em chama, ao contrário, cortes magros em iscas, moídos ou em cubos exigem pouco tempo de calor, e o sistema de saltear poderá ser suficiente com 10 a 12 minutos de exposição. A fritura é uma técnica que contribui favoravelmente para o desenvolvimento de sabores e texturas muito apreciados na carne suína, como o torresmo a partir da panceta. A cocção úmida pode ser usada quando combinada a carne suína com feijão, para preparo de feijão tropeiro, feijoada. OVINOS (cordeiro,carneiro, ovelha) Ovinos A carne ovina abrange três tipos de animais: cordeiro de leite, animal de até 3 meses, que ainda não desmamou; o cordeiro, entre 4 meses e 1 ano; e o carneiro, animal adulto e castrado. A ovelha é a fêmea adulta, que fornece leite e lã. A carne mais consumida e fácil de encontrar é a de cordeiro. É de textura lisa, macia, coloração rosa-avermelhada, de consistência firme e com pouca gordura. Nos animais mais velhos, a gordura é mais escura e abundante, e a carne bem mais vermelha. Tem valor nutritivo semelhante ao das outras carnes. CAPRINOS (cabrito, bode, cabra) Caprinos A carne caprina é, geralmente, a carne de cabrito, o animal de 2 a 3 meses de idade. Essa carne deve ser bem lavada para se retirar a mucosidade que a envolve, devendo-se extrair glândulas, manchas e coágulos. Animais muito jovens possuem carne insípida, e os muito velhos carne escura e desagradável. A cabra e o bode são, respectivamente, a fêmea e o macho adultos. São apreciados em algumas preparações típicas, principalmente a buchada de bode. O leite de cabra e seus derivados também são muito utilizados. exercício 1) Quanto a estrutura e propriedades da carne, durante a cocção, é CORRETO afirmar que: A coagulação das proteínas miofibrilares é a responsável pela maior rigidez de carnes bem cozidas. O tecido conjuntivo amarelo é composto, principalmente, por colágeno que, quando submetido à cocção por calor úmido, se transforma em gelatina. A gordura melhora o sabor e suculência, mas aumenta a perda de sucos por evaporação durante a cocção. Pouco encontrada em animais novos, a cartilagem é mais flexível e macia em animais mais velhos e mais dura em animais mais novos. O tamanho dos feixes musculares e a quantidade de tecido conjuntivo, determinam a textura da carne, sendo mais macia a carne que apresentar fibras de maior diâmetro. 2) Um dos cortes mais apreciados, para o preparo de bifes, é o filé mignon. Assinale a alternativa que apresenta a denominação que recebe o bife deste corte bovino, com aproximadamente, 300g a 400g, 6cm a 7cm de altura e formato arredondado: Châteaubriant. Tournedo. Escalope. Medalhão. 3) A faixa de temperatura de cocção adequada para a carne bovina é: dúvida: qual a diferença de ao ponto e mal passada? qual a temp. da mal passada? mal passada: de 40°C a 50°C. ao ponto: de 50°C a 60°C. bem passada: de 70°C a 80° C muito bem passada: de 90°C a 100°C. 4) Acerca dos tipos de carne bovina, marque a opção que a se refere às características dos cortes. Desse tipo de corte saem outros, como a picanha e a maminha. É utilizado para bifes, assados e cozidos de panela. R.: ALCATRA Corte de origem de parte bastante exercitada pelo animal, rica em tecido conectivo. Indicado em preparações que exijam cozimento lento para amaciá-lo.R.: COXÃO DURO Corte em que se entrelaçam gordura e fibras musculares. É geralmente utilizado em churrascos, mas exige longo tempo de cozimento.R.: CUPIM Corte formado por fibras longas e magras com uma parte externa gordurosa. É uma carne mais dura e com formato arredondado. É também conhecida como lagarto-branco ou tatu.R.: LAGARTO 5) Analise o trecho a seguir e assinale a alternativa que completa respectivamente as lacunas: “Para cortes de carne bovina, ricos em ___________ e com menos ____________, recomenda-se a cocção lenta e abafada”. Fibras musculares e tecido conectivo, respectivamente. Tecido conectivo e gordura, respectivamente. Gordura e tecido conectivo, respectivamente. Fibras musculares e gordura, respectivamente. 6) As enzimas papaína e bromelina são utilizadas no amaciamento de carnes, esta ação ocorre em função da: Desorganização estrutural da fibra; Hidrólise das fibras pela elevada acidez; Hidrólise das fibras pela elevada alcalinidade; Secção por ação mecânica Maturação da fibra 7) As preparações culinárias de carnes são variadas. Relacione a coluna da direita com a da esquerda assinalando, a seguir, a alternativa que apresenta a alternativa correta. Carne dourada por fora e rosada por dentro.R.:Rosbife Bife grosso e redondo, contornado por toucinho.R.: Tournedor cocção mista ao forno regada com molho.R.:Braise Carne picada e ensopada.R.:Gouslash 8) Os pigmentos responsáveis pela coloração vermelha da carne de boi são: avidina e hemoglobina. mioglobina e albumina. hemoglobina e serotonina. mioglobina e hemoglobina. 9) Dentre os processos de amaciamento de carne, é considerado de ação enzimática o uso de: Vinha d’ alho Embalagem à vácuo Bromelina Lisozima Leptina 10) Situações de estresse devem ser evitadas para a preservação da atividade aeróbica do músculo do animal, de modo a favorecer melhor textura da carne. A glicólise post mortem também favorece uma importante propriedade da carne que é: Cor. Maciez. Vida útil. Capacidade de retenção da água. Capacidade de contração muscular.
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