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Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Equilíbrio e Cinética EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR: MISTURAS AZEOTRÓPICAS Alunos: Ana Clara Alves Filipe Caitano Larissa Silva Luiza Conforte Professor: Antônio Carlos Sant’Ana Juiz de Fora, 2018 1. Introdução: As misturas ideias ou ligeiramente afastadas da idealidade podem ser fracionadas em seus constituintes por uma destilação. Por outro lado, se os desvios da lei de Raoult são suficientemente grandes para produzir um máximo ou um mínimo na curva de pressão de vapor, esse máximo e mínimo correspondente aparecerá na curva dos pontos de ebulição. Estas misturas não podem ser completamente separadas por destilação fracionada. De acordo com o Teorema de Gibbs-Konovalov, sendo a curva de pressão de vapor possuidora de um máximo ou um mínimo, neste ponto, as curvas de liquido e vapor se tangenciam, possuindo então, o liquido e o vapor a mesma posição. A mistura associada à pressão de vapor de máximo ou de mínimo, isto é, a composição da mistura nestes pontos, define-se como azeótropo. A princípio iremos considerar o sistema representado pela figura 1. Na qual é visível a presença de um ponto de ebulição máximo. Seja um sistema descrito pelo ponto b de composição azeotrópica aquecido, ocorre formação de vapor em tmáx. O vapor formado possui composição similar, ou a mesma composição daquela do líquido original, não sendo, verificada qualquer separação no sistema. Considerando agora um sistema de composição a4 sendo aquecido, o vapor é formado na temperatura t’, sendo sua composição a4’. Desta forma, tem-se um vapor mais rico na substância de ponto de ebulição mais elevado. Por consequência, tem-se ao fim da destilação a saída do componente A puro e a manutenção da mistura azeotrópica no recipiente. Figura.1 Diagrama T x Z no PE máximo. Figura.2 Diagrama T x Z no PE mínimo. Analisando a Figura.2, que representa o comportamento dos azeótropos de mínimo. A interpretação é similar a anterior, porém, neste caso, não há uma alteração da composição do azeótropo no decorrer da destilação. Uma mistura representada pelo ponto a2 tem sua fervura iniciada em t, tendo a composição do vapor a2’. Durante o fracionamento desta mistura verifica-se no destilado a formação de azeótropo e no recipiente um resíduo do componente A. Podemos dizer que o azeótropo, comporta-se como um composto puro, pois entra em ebulição a uma temperatura constante e definida, enquanto as demais misturas fervem em um certo intervalo de temperatura, porém, torna-se importante frisar que a variação de pressão altera a composição e a temperatura de ebulição de um azeotropo, não sendo este, portanto, um composto puro. 2. Objetivos: Construir o diagrama de fases líquido-vapor, de temperatura de ebulição em função da composição, para o sistema binário de cicloexano/álcool isopropílico, utilizando a análise de refratométrica para determinação dos constituintes da mistura azeotrópica. 3. Parte Experimental: - Materiais Utilizados: • Balão de destilação; • Termômetro; • Condensador; • Manta de aquecimento; • Tubos de ensaio; • Pipeta graduada; • Pipetas; • Proveta; • Refratômetro de Abbe; • Ciclohexano; • Álcool isoprpílico. - Procedimento: Verificou-se a montagem do aparato de destilação e ligou-se a água para resfriar o sistema. Adicionou-se a quantidade de ciclohexano indicada na tabela 1 (amostra 1) no balão e ligou-se a manta aquecedora, quando o ponto de ebulição foi atingido anotou-se a temperatura, foi coletada uma amostra do destilado e do resíduo do balão e desligou-se a manta aquecedora. Mediu-se o índice de refração das amostras coletadas e o excesso do destilado foi devolvido ao balão. Adicionou-se ao balão o volume de álcool isopropílico indicado na tabela 1 e repetiu-se o procedimento. Esse procedimento foi realizado para todos os volumes indicados na tabela1 e, então se desligou a manta e o fluxo de água. 4. Resultados e Discussões: A tabela 1 apresenta os dados medidos e os dados calculados a partir do experimento. A partir do gráfico 1, curva padrão Xisopropanol x n, construído na experiência 1, foi possível calcular Xciclohexano. Na equação da reta x representa Xisopropanol e y representa n, substituindo os valores de índice de refração observados em y obtemos valores de fração molar de isopropanol. Sendo: Xisopropanol + Xciclohexano = 1; Xciclohexano = 1 - Xisopropanol. Desta forma foram calculadas a frações molares de ciclohexano apresentadas na tabela 1. Tabela 1. Temperatura de ebulição, índice de refração e composição do destilado e resíduo para diferentes misturas de ciclohexano/isopropanol Amostra Visopropanol adicionado (mL) Vciclohexano adicionado (mL) Tebulição (ºC) Índice de refração Xciclohexano Destilado Resíduo Destilado Resíduo 1 0,0 150,0 77 1,4260 1,4260 1,0323 1,0326 2 2,0 - 76 1,4237 1,4260 0,9859 1,0326 3 +3,0 - 77 1,4170 1,4260 0,8473 1,0326 4 +5,0 - 67 1,4100 1,4250 0,7035 0,9883 5 +10,0 - 64 1,4086 1,4225 0,6747 0,9603 6 +25,0 - 65 1,4076 1,4131 0,6541 0,7672 7 150,0 0,0 79 1,3770 1,3770 0,0252 0,0252 8 10,0 73 1,3921 1,3920 0,3356 0,3335 9 +15,0 69 1,3990 1,3820 0,4734 0,1280 10 +20,0 68 1,4015 1,3830 0,5288 0,1486 11 +30,0 68 1,4020 1,3860 0,5391 0,2102 12 +40,0 66,5 1,4040 1,3920 0,5801 0,3335 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 62 64 66 68 70 72 74 76 78 80 T e b (C ) X cicloexano Grafico T eb (C) x X cicloexano 0 2 4 6 8 10 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,37 1,38 1,39 1,40 1,41 1,42 1,43 n X isopropanol Equation y = a + b*x Adj. R-Sq 0,9969 Value Standard E B Interce 1,424 5,42793E- B Slope -0,048 8,54521E- Grafico 1. Curva padrao n x Xisopropanol Observando-se o diagrama de fases obtido, verifica-se que a mistura estudada trata- se de um azeótropo de mínimo. A temperatura crítica de mínimo do processo se dá aos 64°C, abaixo dessa temperatura não há fase gasosa independente da composição do sistema, quando a fração molar do ciclohexano é aproximadamente igual a 0,6747. 5. Conclusão: De acordo com o diagrama de fases formado, pode-se concluir que a mistura binária ciclohexano e álcool isopropílico forma um azeótropo de mínimo, com temperatura crítica igual a 64ºC. A partir da regra da alavanca é possível calcular as quantidades relativas e as composições das fases envolvidas no sistema. No presente relatório, para o Xciclohexano=0,6747. Não foi possível obter os valores desejados devido a erros da curva de calibração, na leitura dos índices de refração e durante o procedimento, que geraram erros na obtenção dos valores de fração molar, alguns valores foram maiores que 1. Para uma solução ciclohexano/álcool isopropilico de composição Xciclohexano=0,85 aquecida até uma temperatura de 70ºC, nós temos aproximadamente Xciclohexano=0,82 na fase de vapor e Xciclohexano=0,9 na fase liquida. Apesar das dificuldades encontradas, levando-se em consideração a perda de solvente enquanto o aparato está aberto para coleta de amostra, o fato de o termômetro estar muito acima do condensador, a perda de calor e a difícil visualização da temperatura e a falta de iluminação para a medição do índice de refração pode-se considerar que o experimento foi realizado com êxito, possibilitando a observação de um azeótropo. 6. Referências Bibliográficas: 1. Apostila de Laboratório de Equilíbrio e Cinética, 2° / 2012. 2. ATKINS, P.W. Físico-Química. 6ª Edição. Ed. LTC, Vol.1. Rio de Janeiro. 1999 3. Castellan G., Fundamentos de Físico Química; São Paulo LTC S.A., 1986
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