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CRIMINOLOGIA E POLÍTICAS CRIMINAIS

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CRIMINOLOGIA E POLÍTICAS CRIMINAIS (MARIO SERGIO) 
 A CRIMINOLOGIA ESTUDA O PORQUE O CRIME ACONTECE. 
Livro - Dos delitos e das penas – Cezar 
CONCEITO 
• Etimologicamente, criminologia vem do 
latem crimino(crime) e do grego logos (estudo, 
tratado), significando o “estudo crime”. 
• A palavra “criminologia” foi pela primeira 
vez usada em 1883 por Paul Topinard e aplicada 
internacionalmente por Raffaele Garófalo, em 
seu livro Criminologia, no ano de 1885. 
• Para Afrânio Peixoto, a criminologia “é a 
ciência que estuda os crimes e os criminosos, 
isto é, a criminalidade”. 
• Entretanto, a criminalidade não estuda 
apenas o crime, mas também as 
circunstâncias sociais, a vítima, o criminoso, 
o prognóstico delitivo etc. 
• A criminologia é uma ciência do “ser”, 
empírica, na medida em que seu objeto 
(crime, criminoso, vitima e controle social) é 
visível no mundo real e não no mundo dos 
valores, como ocorre com o direito, que é 
uma ciência do “deve ser”, portanto 
normativa e valorativa. 
• A criminologia é uma matéria interdisciplinar, 
pois sofre a influencia de diversas outras 
ciências, como 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRIMINOLOGIA 
Biologia Criminal 
DIREITO 
Sociologia 
Criminal 
Psicologia Criminal Medicina Legal 
OBJETO DA CRIMINOLOGIA 
Embora tanto o direito penal quanto a criminologia se ocupem de estudar o 
crime, ambos dedicam enfoques diferentes para o fenômeno criminal. 
 
 
 
 
 
 
CRIMINOLOGIA 
Para a CRIMINOLOGIA o crime é um problema social, um verdadeiro fenômeno 
comunitário, abrangendo quatro elementos constitutivos, a saber: 
1º. Incidência massiva na população (não se pode tipificar como crime um fato isolado); 
2º. Incidência aflitiva do fato praticado (o crime deve causar dor à vítima e à comunidade); 
3º. Persistência espaço-temporal do fato delituoso (é preciso que o delito ocorra 
reiteradamente por um período significativo de tempo no mesmo território) 
4º. Consenso Inequívoco acerca de sua etiologia e técnicas de intervenção eficazes (a 
criminologia de condutas depende de uma análise minuciosa desses elementos e sua 
repercussão na sociedade) 
ATUALMENTE O OBJETO DA CRIMINOLOGIA ESTA DIVIDIDO EM QUATRO VERTENTES; DE LITO, 
DELINQUENTES, VÍTIMA E CONTROLE SOCIAL. 
DELITO: analisa a conduta antissocial, suas causas geradoras, o efeito tratamento dado 
ao infrator, evitando a reincidência. Como também o motivo das falhas na prevenção do delito. 
DELINQUENTE: esse ponto é muito importante o estudo das Escolas Penais. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL: é a ciência normativa visualizando 
o crime como conduta anormal para a qual fixa 
uma punição. O direito penal conceitua crime 
como conduta (ação ou omissão) típica, 
antijurídica e culpável (corrente causalista, a qual 
adota a teoria Tripartida). 
 
PARA TEORIA BIPARTIDA: A conduta (ação ou 
omissão) típica e antijurídica, onde a culpabilidade 
é meramente pressuposta de aplicação da pena, a 
chamada Teoria Bipartida do delito, adeptos 
Damásio E. de Jesus, Julio F. Mirabete, Rene Ariel 
Dotti, Celso Derlmato, Flavio Augusto Monteiro de 
Barros, dentre outros (NUCCI. OP. Cit., P 167) 
(Não é muito aceita) 
 
VITIMA: A) primaria é aquela 
que se relaciona ao indivíduo 
atingido diretamente pela 
conduta criminosa. 
 
B) Vitimização secundaria é 
uma consequência das 
relações entre as vítimas 
primaria e o Estado, em face 
da burocratização de seu 
aparelho repressivo (Polícia, 
Ministério Público) 
 
C)Vitimização terciária é aquela 
decorrente de um excesso de 
sofrimentos, que extrapola os limites 
da lei do país, quando a vítima é 
abandonada, em certos delitos, pelo 
Estado e estigmatizada pela 
comunidade, incentivando a cifra 
negra (crimes que não são levadas 
ao conhecimento das autoridades) 
CONTROLE SOCIAL: constituindo- se em um conjunto de mecanismo e sanções sociais 
que buscam submeter os indivíduos às normas de convivência social, dividido em dois aspectos: 
1º. CONTROLE SOCIAL INFORMAL: (família, escola, religião, profissão, clubes de 
serviço, etc.), com nítida visão preventiva e educacional; 
2º. CONTROLE SOCIAL FORMAL; (Policia, Ministério público, Forças Armadas, Justiça, 
Administração Penitenciaria, etc.), mais rigoroso e de conotação político-criminal. 
Essa é uma teoria de cunho marxista, que surgiu na década de 70 nos Estados Unidos. 
Seus principais teóricos são Talylor, Walton e Yong. A teoria defende que mais do que um 
problema que causa prejuízo social, o crime é uma etiqueta criada pelos grupos de poder. 
Defende ainda que a criminalização é um processo de etiquetamento de um grupo sobre outro, 
nem sempre condena um ato danoso em essência. 
CRIMINOLOGIA CRÍTICA 
A criminologia crítica não questiona a causas dos crimes praticados, questiona porque 
determinadas pessoas são tratadas como criminosas, quais as consequências desse tratamento 
e qual sua legitimidade. 
28/08 
CIFRA DOURADA 
Representa a criminalidade de crime de colarinho branco, definida como práticas 
antissociais impunes do poder político econômico, em prejuízo da coletividade dos cidadãos. 
Hoje existe a operação da Lava Jato que está apurando essa prática delituosa, mas até 
bem pouco tempo atrás, esses crimes não faziam parte das estatísticas. 
• Visto que o homem agem motivado pela busca do prazer, e, portanto, o crime é praticado 
tendo em vista o prazer do agente praticante (hedoismo), as penas devem ser prevista de forma 
a anular os proveitos do crime (contra-motivação), portanto, sem caráter retributivo (retribuição 
do criminoso pela prática do crime) 
Para combater o prazer em realizar crimes o código penal prevê dois preceitos: 
Preceito Primário – conduta descrita no tipo penal. (Parte especial do código penal a respeito de 
conduta 
 Preceito Secundário – pena que o código penal prevê para determinado crime. 
 
 
 
Finalidades da Pena 
• Anular o prazer que se tem ao cometer crimes, ou seja, uma contra motivação no ato de cometer 
crimes; 
• Caráter retributivo – retribuir uma reação a ação do crime; 
• Ressocializar o indivíduo para âmbito social, através da pena. 
 
ESCOLAS CLÁSSICAS 
• Desta forma, os clássicos partem da premissa (naturalista) de que o homem é livre. O livre 
arbítrio é um dos postulados mais característicos dos clássicos. 
A principal caracteriza da escola clássica é o livre arbítrio. 
• O crime, para os clássicos, não é um fenômeno concreto (real) da sociedade e sim, um 
ente jurídico abstrato, resultado de vontade humana. 
• O homem é um ser livre e racional, capaz de pensar, tomar decisões e agir em 
consequência disso; em outras palavras, com preleciona Afonso Serrano Maíllo (2008, p.63), “ Quando 
alguém encara a possibilidade de cometer um delito, efetua um cálculo racional dos benefícios 
esperados (prazer) e os confronta com os prejuízos (dor) que acredita vão derivar da prática do delito; 
se os benefícios são superiores aos prejuízos tenderá a cometer a conduta delitiva” 
Tudo tem uma reação. 
FINALIDADE DA PENA 
• Para a escola Clássica a pena deve ter nítido o caráter de retribuição pela culpa moral do 
delinquente (maldade), de modo a prevenir o delito com certeza, rapidez e severidade restaurar a 
ordem externa social. 
ESCOLA POSITIVA INÍCIO DO INÍCIO DO SÉCULO IX 
Com a Escola positiva há uma mudança completa do objeto principal dos estudos criminais, que 
deixa de ser o sistema legal – baseada no iluminismo – e passa a ser o delinquente a causa 
criminal. 
Escola positiva, nitidamente, se opõe ao classicismo, havendo, entretanto, três diretrizes internas: a 
antropologia; a sociologia e a “temibilidade”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Positiva: Antropobiológica ou Lombrosiana. 
Entre os maiores pensadores desta escola (século XIX) destacamos Cesare Lombroso (1835-1909), criador da teoria 
Lombroso do ATAVISMO, nela o criminoso pode ser reconhecido pela sua aparência externa,haja vista, a herança 
genética de criminoso (DETERMINISMO BIOLÓGICO), Lombroso chegou a descrever fisicamente um criminoso. 
Livro O Homem delinquente, 1876. 
03/09 
ESCOLA POSITIVA: TEMIBILIDADE 
A principal contribuição de Garofalo para a Criminologia é a sua filosofia do castigo dos fins da pena, 
e sua fundamentação, assim como as medidas de prevenção da criminalidade. 
Afirmou Garofalo: “a natureza elimina a espécie que não se adapta ao meio, assim também o Estado 
deve eliminar o delinquente que não se adapta à sociedade e às exigências de convivência”. Podemos 
concluir que ele é um incentivador de pena de morte. 
Nos Dias de Hoje Cesar Lombroso Correria Sérios Riscos 
Cesar Lombroso (1835-1909), Escola Positiva, é considerado o pai da criminologia moderna, adepto 
da fisionomia ele propôs um extenso estudo das características físicas de loucos, criminosos, 
prostitutas, homossexuais e “pessoas normais” em sua Itália natal. Hoje em dia. Suas conclusões 
soam preconceituosas e tendenciosas, sendo que a maior parte das características citadas não 
aparecem numa porcentagem realmente impressionante para serem consideradas padrão de uma 
pessoa má. 
ESCOLA MODERNA ALEMÃ OU ESCOLA POLÍTICA CRIMINAL 
A Escola Moderna Alemã, também denominada de Escola Sociológica Alemã, considerada por alguns 
doutrinadores como a mais importante das escolas ecléticas ou intermediárias surge principalmente 
dos estudos de um político criminológico alemão Franz Von Liszt e seus seguidores Adolphe Prins e 
Von Hammel, criadores da União Internacional de Direito Penal em 1888. 
Para a Escola Moderna Alemã ou Escola de Política Criminal, a aplicação de pena deve ter uma 
distinção entre imputáveis e inimputáveis, pena para os normais e medida de segurança para os 
criminosos, Art. 26 do Código Penal. 
Também defendiam a eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração, 
Art. 44 do Código Penal. 
Atenção: O nosso Código Penal adota a teoria eclética ou mista da pena, eis que os fins da pena é o 
condenado e ao mesmo tempo regenerá-lo, ou ao menos tentar. 
A Escola Moderna Alemã e a Terza Scuola italiana são escolas ecléticas que procuram conciliar os 
princípios da Escola Clássica e o tecnicismo jurídico com da Escola Positiva. 
Franz Von Liszt deu à Ciência do Direito Penal uma nova e mais complexa estrutura, pois, para ele a 
Ciência do direito Penal é uma disciplina completa, resultante da fusão de outras disciplinas 
heterogêneas: a dogmática, a criminologia e a política-criminal. 
Franz Von Liszt dizia que o conhecimento da Ciência do Direito Penal dependia da aceitação das 
seguintes ideias: 
1º) O penalista deve ter uma formação jurídica e criminalística. Isto por que houve o aproveitamento 
das ideias de clássicos e positivistas, no sentido de separar o Direito Penal das demais ciências 
penais, contribuindo de certa forma para a evolução dos dois estudos; 
 
2º) A explicação casual do delito e da pena há de ser entendida como criminológica, penológica, 
respectivamente. E a explicação do desenvolvimento da delinquência e dos sistemas penais deve ser 
respondida através de uma pesquisa histórica sobre tais temáticas; 
3º) É necessário a elaboração de uma politica criminal, com sistemas de princípios, em bases 
experimentais, pata a critica e reforma da legislação penal. Isto por que a política criminal encontra 
seu limite na lei penal, na qual o princípio da legalidade representa um baluarte de defesa social. E 
por esta razão, surgiam afirmações gráficas de que “o código penal é a Magna Carta do delinquente” 
e de que “o Direito Penal é a insuperável barreira da política criminal”. 
MOVIMENTO DE POLÍTICA CRIMINAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOVIMENTO DE LEI E ORDEM (MLO) 
“O movimento compreende o crime como o lado 
patológico do convívio social, a criminologia como uma 
doença infecciosa e o criminoso como um ser daninho” 
(ALBERTO FRANCO). 
Para o Movimento de Lei e Ordem o Direito Penal deve 
representar um instrumento de enfrentamento a 
criminalidade, sendo que para tal há de se instruir uma 
ordem penal o máximo possível repressiva reduzido cada 
vez mais benefícios de ordem penal e processual penal. 
Conclusão 
Pregam a penalização (penas mais severas), a 
criminalização, e a caracterização (ampliar o alcance da 
privação de liberdade como medida processual penal 
cautelar, antes da sentença condenatória – é o que difere 
da criminalização). 
 
MOVIMENTAÇÃO ABOLICIONISTA 
“Se o direito penal é arbitrário, não 
castiga igualmente todas as infrações 
delitivas, independentemente do ‘status’ de 
seus autores, e quase sempre recai na 
parte mais frágil e os economicamente mais 
desfavorecidos, provavelmente o melhor 
que se pode fazer é acabar de uma vez por 
todas com este sistema de reação social 
frente a criminalidade que tanto sofrimento 
acarreta sem produzir qualquer benefício.” 
(MUNHOZ CONDE) 
MOVIMENTO MINIMALISTA 
“É o sistema penal em que a pena, se prende a um 
ideal de racionalidade condicional exclusivamente na 
direção do máximo grau de tutela da liberdade do 
cidadão contra o ‘arbítrio’ punitivo do Estado”. 
(FERRAJOLI) 
O movimento do minimalismo penal não prega a não 
punição, mas a não utilização do direito penal para 
punir determinadas condutas sociais sem violência 
irrelevantes. 
 
 
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA DO DIREITO PENAL 
O Direito Penal deve atentar os Princípios da fragmentariedade: o Direito Penal só deve proteger 
ofensas graves e bens jurídicos relevantes. 
O Princípio da Subsidiariedade: que não se encontrem disponíveis outros meios menos onerosos para 
o indivíduo. 
Podemos entender que o Juizado Especial Criminal com a transação penal, Art.76 da Lei 9.099/95, 
atinge a finalidade desse movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUAL ESCOLA FOI ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO PENAL 
Art.121. Matar alguém – (Pena: Reclusão, de seis a vinte anos.) 
O nosso condigo penal não é proibitivo, em regra, adotou o elemento subjetivo do tipo, o dolo, que é: “a 
vontade livre e consciente, para a prática do crime”. 
Significa que não é proibido, portanto, é adepto a teoria de que o homem tem o livre arbítrio para tomar 
as suas decisões, se sujeitando a pena cominada para a sua conduta. 
Adotando esse entendimento podemos afirmar que o Código Penal adotou a Escola Clássica. 
Art. 26 
É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, 
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Nesse artigo podemos afirmar que o legislador adotou a teoria de Lombroso, portanto, a Escola Positiva, 
na qual o delinquente doente tem que ter tratamento e não pena. 
No tocante a finalidade da pena podemos afirmar que o nosso Código Penal adotou a Escola Moderna 
Alemã, com a finalidade retributiva, preventiva e ressocializadora. 
 
 
 
 
 
10/09 
SOCIOLOGIA CRIMINAL 
Sociologicamente a cultura do delinquente deriva: 
A) Não utilitarismo da ação: se revela no fato de que muitos delitos não possuem motivação 
racional, exemplo muitos jovens furtam roupas, sem necessidade e que não vão usar, apenas 
por estarem grupo; 
B) Malicia da conduta: é o prazer em desconcertar, em prejudicar o outro, exemplo torcidas 
organizada, atemorização aos torcedores de outros times; 
C) Negativismo de conduta: mostra-se um polo oposto aos padrões da sociedade, exemplo, não 
quer trabalhar para conquistar algo. 
ETIQUETAMENTO, ROTULAÇÃO OU REAÇÃO SOCIAL 
• Interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação ou reação social: é uma das mais importantes 
teorias do conflito. Surgida nos anos 1960, nos Estados Unidos, seus principais expoentes foram 
Erving Goffman e Howard Becker. 
• Por meio dessa teoria ou enfoque, a criminalidadenão é uma qualidade da conduta humana, 
mas as consequências de um processo em que se atribui tal “qualidade” (estigmatização). 
• A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de estigma para os condenados, 
funcionando a pena como geradora de desigualdades 
• O sujeito acaba sofrendo reação da família, amigos, conhecidos, colegas, o que acarreta a 
marginalização no trabalho, na escola sustenta-se que a criminalização primária produz a 
etiqueta ou rotulo, que por sua vez produz a criminalização secundária (reincidência). A etiqueta 
ou rotulo (materializados em atestado de antecedentes, folha corrida criminal, divulgação de 
jornais sensacionalista etc.) 
• Acaba por impregnar o indivíduo, causando a expectativa social de que a conduta venha a ser 
praticada, perpetuando o comportamento delinquente e aproximando os indivíduos rotulados uns 
aos outros. 
• Uma vez condenado o indivíduo ingressa numa “instituição” (presidio), que gerará um processo 
institucionalizador, com seu afastamento da sociedade, rotinas do cárcere, etc. 
• As consequências politicas da teoria do labelling approach (enfoque do etiquetamento) são 
reduzidas aquilo que se convencionou chamar “politica dos quatro Ds” (Descriminalização, 
Despenalização, devido processo legal e Desinstitucionalização). 
• No plano jurídico penal, os efeitos criminológicos dessa teoria se deram no sentido da prudente 
não intervenção ou do direito penal mínimo. Existe uma tendência garantista, de não a prisão, 
de progressão dos regimes de pena, de abolitio criminis etc. O problema criminal brasileiro 
ultrapassa a ridícula dicotomia de esquerda ou direita na politica penal, é uma falácia pensar na 
criminalidade atual como subproduto de uma rotulação policial ou judicial. 
LEI E ORDEM OU TOLERÃNCIA ZERO 
• Lei e ordem ou tolerância zero (zero tolerância), decorrente da teoria das “janelas quebradas” 
(broken, Windows, theory) inspirada pela escola de Chicago, dando um caráter “sagrado” aos 
espações públicos. 
• Alguns a denominam realismo de direita ou neorretribucionismo. Parte da premissa de que os 
pequenos delitos devem ser rechaçados, o que inibiria os mais graves (fulminar o mal em seu 
nascedouro), atuando como prevenção geral; os espaços públicos e privados devem ser 
tutelados e preservados. 
CRIME E IMPRENSA TELEJORNALISMO EM REFERÊNCIA 
• A população em geral, principalmente dos grandes centros, sente que vivem em uma sociedade 
e numa época violenta. 
• As noções das pessoas sobre índices criminais nem sempre correspondem à realidade, pois, 
são em grande parte, influenciados pela forma como o meio de comunicação trata o tema. 
• Os meios de comunicação acabam muitas vezes selecionados os tipos de violência e 
criminalidade relevantes, selecionando vítima, autores, situações especificas e direcionado como 
devem ser solucionadas e muitas vezes realizando verdadeiros julgamentos. Caos para 
exemplificar não faltam. 
• Existe uma distorção na percepção da população sobre criminosos e criminalidade causada, em 
parte, pela ênfase da mídia em certos tipos de crimes de interesse jornalístico. 
EXEMPLOS DA DISTORÇÃO: 
1) Negros são superestimados na população carcerária; 
2) Negros e pobres são também, superestimados no grupo criminoso; 
3) Percentual de menores envolvidos em delitos; 
4) Percentual de crimes violentos em relação ao montante; 
5) Crimes cometidos sob a influência de drogas; 
6) Crimes cometidos por funcionários públicos. 
INFLUENCIA DA MÍDIA 
Difícil tomar decisões jurídicas em relação a temas palpitantes, não apenas porque as opiniões 
a respeito de assuntos, em razão da repercussão da imprensa, não raro, são apaixonadas, mas 
também porque todos dão seu palpite, com fundamentos do que ouviram através de programas 
de televisão, jornais, revistas sites de internet, etc., é exatamente ai que está o problema, e surge 
a pergunta: é possível decidir questões jurídicas movidas pelo clamor da mídia e a paixão? 
Infelizmente grande parte da imprensa perdeu o senso jornalístico. O que é notícia, 
entretenimento e estudo cientifico? São coisas bem diferentes e muitas vezes opostas, grande 
parte das matérias tem um tom sensacionalista com fim de saciar a curiosidade do telespectador, 
aumentar os índices de audiência e principalmente formar a opinião pública, quando na verdade 
deveria simplesmente informar, narrar os fatos sem emitir ou provocar a formação antecipada da 
culpa. 
A criminologia não afirma que a imprensa não deva divulgar noticias de crimes que acontecem 
todos os dias, mas o que presenciamos atualmente é que muito pouco existe jornalismo, para 
muito de sensacionalismo em busca de audiência. 
 
 
CRIMES E IMPRENSA TELEJORNALISMO EM REFERÊNCIA 
• Pode-se perceber, ao assistir na TV as matérias de cunho criminal, que alguns grupos têm a 
participação em delitos superestimada. 
• Exemplo: Divulgação maior nos crimes com participação de menores de idade, dando a falsa 
sensação de que a maioria dos crimes são cometidos ou têm menores envolvidos. Estudo 
empírico mostra que apenas 2% dos crimes são praticados por menores de idade. 
• Com isso a mídia influencia a sociedade a discutir a mudança da idade penal. 
“NO TEMPO EM QUE VIVEMOS, OS DEUSES CONTINUAM SEDENTOS” 
Não é tempo de Anatole France, mas é o tempo de um Bob Dylan, que se recusa a reconhecer 
seu reconhecimento. No tempo em que vivemos deuses continuam sedentos. 
Os homens, á bordo de suas convicções, querem condenações; querem culpados; querem 
linchamento; querem aquilo que chamam de justiça, que nada mais é do que o reconhecimento 
urgente e cego de suas próprias convicções. 
Não basta ter ojeriza ao crime. É necessário afastar o devido processo legal, a ampla defesa e 
o julgamento isento. 
Já consideram provados todos os fatos que a mídia lhe apresentou e se questionam o porquê 
de tanto procedimento, tanta produção de provas, tantos prazos e tantos direitos procedimentais. 
A modernidade atrapalha! 
Exigem sangue... e agora! Exigem o cadafalso para o réu e o exigem imediatamente! Se o juiz 
não lhes dá, passam a exigir o sangue do próprio juiz. O bom julgador é o que acolhe o confuso 
grito de barbárie coletiva e segue – não de toga, mas com a capa do Batman – a veloz marcha 
da manada. 
Como é fácil aos homens abandonar a racionalidade para confirmarem suas visões morais do 
mundo. 
Como é fácil esquecer as normas para punir os outros, sejam eles culpados ou inocentes! 
17/09 
 
O MEDO EM RAZÃO DA MÍDIA 
É compreensível que, diante da pressão pública, as autoridades procurem soluções emergenciais 
para solucionar tais problemas, pois mesmo que o “surto” exista somente na cabeça dos responsáveis 
pelas pautas dos meios de comunicação, o temor da população, diante do fenômeno MEDO é bastante 
real. 
Diversas pesquisas de vitimização realizada pelo ILANUD (Instituto latino-Americano das Nações 
Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente) revelam que o dedo do crime e da 
violência não tem relação com as reais probabilidades de vitimização: embora jovens corram riscos 
Teoria da janela quebrada - Demonstrar que toda população tem tendência a cometer crimes. 
 
 
 
 
maiores de vitimização, o sentimento de insegurança entre eles é menor do que o manifestado pelos 
mais velhos. 
A Criminologia entende se importante que os meios de comunicação se dediquem a cobertura de 
violência e criminalidade com coleta e análise sistemática e periódica de dados sobre estas questões, 
para que possam dar audiência uma imagem fidedigna do que está realmente acontecendo na 
realidade sem exagerar a relevância do evento apresentado. 
A realidade do crime já é ruim o bastante por si só, sem que precisamos contribuir para que eles 
surjam. A Criminologia através dos estudos, entende que a imprensa deve procurar fazer uma 
apresentação contextualizada dos eventos criminais, isto para tirar a dramaticidade do fato, evitarou 
provocar pânico na sociedade ou ainda deixar de favorecer as “saídas magicas”, tão ao gosto de 
alguns legisladores. 
A Criminologia não esta afirmando que a imprensa seja a origem dos delitos, porém, os estudos 
comprovam que ela contribuí e muito para aumentar a sensação de insegurança reinante na 
sociedade na proporção que superestima determinadas modalidades delitivas em detrimento de 
enfatizar a sanção sofrida pelos autores de determinados delitos, o que, sem dúvida, seria uma 
contribuição grandiosa da imprensa na prevenção de delitos, mostrando que existe punição (fim da 
impunidade). 
MEDO DO CRIME 
O crime é uma manifestação de vida coletiva, pois, para que ocorra faz-se necessário a existência de 
pelo menos dois indivíduos (díade), SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO. 
A violência e o crime são, hodiernamente, os pontos nevrálgicos do sentimento “fugere urbem”, (fugir 
da cidade) que esta presente nos grandes centros urbanos. O crime alimenta os medos e os perigos 
urbanos, o medo da cidade não diz respeito apenas à violência, ele indica mudanças profundas em 
algumas noções constituintes do mundo moderno. 
Logo, a violência e o medo formam um caldo degenerativo que resulte em processos de mudanças 
comportamentais que no individuo, na díade, na família ou na própria sociedade. 
A mídia pode fazer aflorar nas pessoas o medo, chegando ao ponto delas não saberem mais o que é 
violência real ou violência ficta. 
Diferencias entre violência ficta ou subjetiva e real ou objetiva: 
Medo Real ou Objetivo: Medo de reviver os horrores passados em uma situação criminal anterior; 
Medo Ficto ou Subjetivo: Medo de ser a próxima vítima, embora, seu risco de vitimização seja pequeno. 
É notório em nosso cotidiano que como o medo e a violência são difíceis de entender e estão mudando 
os hábitos sociais é comum de entender e estão mudando as hábitos sociais é comum observar 
pessoas falando sobre violência com tanta “propriedade” como se fala de violência fosse falar de 
futebol, onde todo brasileiro é um técnico. 
Essa insistência em falar de crime alimenta um circulo em que o medo é trabalhando e reproduzido e 
no qual a violência, é um só tempo, combatida e aumentada. 
A fala do crime ajuda a proliferar reações “privadas”. 
LOCAL DO CRIME 
O criminoso segue uma logica de distancia para cometer seus crimes, em geral, concretiza o delito 
próximo de sua casa ou trabalho, claro que para crimes contra o patrimônio, por exemplo, está 
dinâmica pode mudar, pois neste caso entra em cena a questão do dinheiro. 
Ate mesmo nos usamos esta dinâmica, pois, para comprarmos um pão ou pequenas coisas, vamos à 
padaria ou mercado próximo de casa, mas, para compras do mês vamos ao supermercado. 
TEORIA DA DISTANCIA (DISTANCE DECAY) 
A maior parte dos crimes são cometidos perto da casa do marginal e a quantidade de crimes vai 
diminuindo conforme aumenta a distância da residência do autor. 
A distancia media da jornada varia de acordo com vários fatores: tipo de crime, modus operandi, 
período do dia, relacionamento vítima-autor, valor do bem, etc. Crimes contra a propriedade 
geralmente os criminosos andam mais, crimes pequenos contra a propriedade andam menos assim 
como em crimes contra a vida. 
LOCAL DO CRIME 
CARACTERIZAÇÃO GEOGRAFICA é uma ferramenta de apoio à decisão usada pelas policias para fazer 
conjeturas e criar hipóteses sobre a localização provável do criminoso, portanto, é uma metodologia 
de levantamento criminal que analisa a localização de uma serie de crimes conectados para indicar a 
mais provável área de residência de um autor. 
Além da priorização de suspeitos a estratégica tem sido utilizada nas policias para buscar residenciais, 
saturação policial, bloqueios, e áreas de busca de informações.

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