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CAP POLYCARPO Diretor do Centro de Perícias Bombeiro Militar CBMERJ Escola de Instrução Especializada (EsIE) CPICM / 2017 Centro de Criminalística da PMERJ CIPC/2017 DISCIPLINA DE PERÍCIA EM LOCAL DE INCÊNDIO CONTATOS E-mail: periciabm@gmail.com (21) 98596-9310 AULA 2 - SUMÁRIO • DINÂMICA DO FOGO E FOCOS DE INCÊNDIO • INCÊNDIOS ORIGINADOS POR FENÔMENOS TERMOELÉTRICOS RECORDANDO CONCEITOS Elementos componentes do fogo Tetraedo do Fogo Fonte: SEITO et al (2008) Principais Fontes de Calor (Ignição) 1. ATRITO 2. SOL 3. DESCARGAS ATMOSFÉRICAS 4. ELETRICIDADE 5. CHAMA ABERTA IMPORTANTE PARA DETERMINAR A CAUSA DO INCÊNDIO FASES DO INCÊNDIO Tempo Temperatura Desenvolvimento Inicial Temperatura Máxima Generalização/ Propagação Extinção Incubação *Curva de um Incêndio Padrão (celulósico) PROPAGAÇÃO PADRÃO DE UM INCÊNDIO (em ambiente fechado) AULA 2 - SUMÁRIO • DINÂMICA DO FOGO E FOCOS DE INCÊNDIO • INCÊNDIOS ORIGINADOS POR FENÔMENOS TERMOELÉTRICOS DINÂMICA DO FOGO Seção da perícia de local de incêndio destinada ao estudo da ORIGEM ESPACIAL (FOCO) e da MOVIMENTAÇÃO DO FOGO (MARCHA DO INCÊNDIO). DINÂMICA DO FOGO • INCÊNDIOS PLENA/IGUALMENTE CONSUMIDOS Dinâmica de difícil entendimento • INCÊNDIOS APLÁSTICOS INCÊNDIOS PLENA/IGUALMENTE CONSUMIDOS • A queima se dá até a consumação dos combustíveis • Anormalmente velozes • Causa comum: artificial – ação pessoal direta / adredemente preparada • Metodologia para localização do foco do incêndio – Detector de gases / cãesà hidrocarbonetos (acelerantes) *Coleta do materialà cromatografia gasosa INCÊNDIOS APLÁSTICOS • A queima NÃO se dá até a consumação dos combustíveis • O entendimento da dinâmica do fogo engloba – Estudo da velocidade de desenvolvimento do fogo – Estudo da movimentação do fogo – Estudo da morfologia dos focos de incêndio clássico – Estudo da Localização dos focos VELOCIDADE DE DESENVOLVIMENTO DO INCÊNDIO • A velocidade de queima é normal para as condições em que ocorreu o incêndio (tipo de combustível, carga de incêndio, etc)? – Se a condição é anormal, pode-se ter utilizado algum tipo de acelerante (gasolina, álcool, querosene, etc) Queima lenta Queima rápida ATUAÇÃO DO ACELERANTE Tempo Temperatura Desenvolvimento Inicial Temperatura Máxima Generalização/ Propagação Extinção Incubação *Redução do tempo necessário para atingir a temperatura máxima ESTIGMAS DA VELOCIDADE DE DESENVOLVIMENTO DO FOGO Uma queima uniforme e superficial no teto indica uma queima lenta, um lento emergir de calor. Já uma queima rápida fará um intenso estrago concentrado numa área mínima, localizada logo acima da chama principal. Neste caso, o foco de fogo possivelmente estará situado na projeção dessa deformação. ALLIGATORING Quando a madeira queima, a água vaporiza e a massa de carbono resultante se contrai (aspecto de escama de jacaré). Esfumaçamento mínimo por pequenas e irregulares rachaduras em vidraças podem indicar queima lenta. Intenso esfumaçamento e grandes rachaduras em vidros de janelas podem indicar queima rápida. ESTIGMAS DA MOVIMENTAÇÃO DO FOGO Correntes de ar desviam o fogo lateralmente, inclusive incrementando a velocidade de propagação. Na ausência de correntes de ar, próprias de ambientes confinados, o fogo obedece à regra geral e queima preferencialmente para cima. Formações verticais reduzidas das edificações, tais como poços de escadas e de elevadores, podem determinar o efeito chaminé e promoverem a subida das chamas. A propagação lateral, assim como a descendente, pode ser influenciada pela presença de tintas e aglomerantes inflamáveis Quantidades limitadas de acelerantes sobre um piso comum, inclusive de madeira sem carpete, geralmente queimam somente o próprio combustível, deixando a superfície do piso praticamente incólume. Entretanto, em regra, a disponibilidade de acelerante permite uma rápida movimentação e generalização do fogo. E a presença de substâncias combustíveis, em tese, permite o aumento do volume do fogo, sustentando a combustão por mais tempo (carga de incêndio). MORFOLOGIA DOS FOCOS DE FOGO CLÁSSICOS Imaginemos um incêndio originado do lado esquerdo do prédio representado na figura abaixo Neste caso, o foco de fogo seria representado pelos resíduos carbonizados do material que queimou sobre o piso, acompanhado de escombros da área do teto, posicionada sobre o mesmo, que poderia ter sido atingido diretamente pelas chamas ou pelo calor de convecção. Os focos de fogo padrão têm uma forma característica. Os gases destilados são mais leves do que o ar, por isso sobem, daí a razão da tendência natural do fogo subir. Por causa dessa propriedade do fogo, um foco de fogo único tende a se desenvolver de baixo para cima, sentido a partir do qual vai se difundindo lateralmente, espalhando-se progressivamente, de modo que assume a forma típica de “V”, também chamada de cone, forma padrão dos focos de fogo, cuja parte mais inferior deverá abrigar a causa do incêndio, uma vez que é o lugar onde eclodiu a chama original, a partir da qual começou o incêndio. PADRÃO EM “V” - Cônico PADRÃO EM “U” – Cônico REBATIMENTOS REGRAS PRÁTICAS PARA LOCALIZAÇÃO DOS FOCOS INCÊNDIOS VERTICAIS PAVIMENTO INDICADO PARA A BUSCA: 01 ACIMA DO PRIMEIRO PAVIMENTO AFETADO INCÊNDIOS HORIZONTAIS • Observar os estigmas deixados pela marcha da chama (movimento do fogo), já que eles convergem para o foco; •Observar a morfologia dos focos de fogo; • O foco é o setor mais intensamente comburido, podendo apresentar alligatoring irregular nas estruturas de madeira e objetos de metal e vidro fundidos, indicando grande emergir de chamas e de calor; •Costuma ser o ponto com maior concentração de resíduos; •Pode-se encontrar o agente ígneo patrocinador (fonte de calor). Ex.:equipamento elétrico FOCOS MÚLTIPLOS FOCOS MÚLTIPLOS SEM INTERCONEXÃO INCENDIARISMO VESTÍGIOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO VESTÍGIOS DE PROPAGAÇÃO DO FOGO DISPOSITIVOS ADREDEDEMENTE PREPARADOS Detonador aclopado em um isqueiro Petardo (“Cabeça de Nego”) Garrafa com acelerante Fósforos Vela Estopa Embebida em Acelerante Estopim AULA 2 - SUMÁRIO • DINÂMICA DO FOGO E FOCOS DE INCÊNDIO • INCÊNDIOS ORIGINADOS POR FENÔMENOS TERMOELÉTRICOS Sinistro vinculados ao uso da eletricidade Pode-se vincular à eletricidade as seguintes ocorrências: Ø Explosões de volumes em atmosferas saturadas; ØDetonação de explosivos; ØAquecimento anormal de estruturas e/ou equipamentos; Ø Princípio de incêndio em equipamentos eletroeletrônico; Ø Princípio de incêndio em instalações elétricas. Incêndios e fenômenos termoelétricos • O incêndio originado por fenômenos termoelétricos é causado por centelhamento ou superaquecimento localizado: • EFEITO JOULE: Transformação da energia elétrica em térmica P = RI² Incêndios e fenômenos termoelétricos PRATICAMENTE TODOS OS FENÔMENOS ELÉTRICOS GERADORES DE INCÊNDIOS EVOLUEM PARA O CURTO-CIRCUITO, ÚLTIMO ELO NA CADEIA DOS FENÔMENOS QUE PRECEDEM À ECLOSÃO DAS CHAMAS CURTO-CIRCUITO Curto-circuito Ø Ocorre a formação de uma elevada corrente elétrica gerando arcos e tendem a fundir nos pontos em que se tocam; I = V / R, se R tende a ZERO: I tende a ∞ Ø Curto-circuitos não interrompidos, provocam grande dissipação térmica, causando a deterioração do isolamento do condutor elétrico, que pode entrar em combustão; Ø Incondicionamente será formado um traço de fusão. Causas da Formação do traço de fusão Ø Danos mecânicos ao material dielétrico; Ø Degradação do material dielétrico por subdimensionamento; Ø Utilização de conexões inadequadas gerando sobreaquecimento; Ø Utilização de componentes na instalação subdimensionada; Traço de Fusão Primário • É o TF produzido antes do início do incêndio, sendo o efeito do curto-circuito subsequente (centelhamento), o provável causador do incêndio. • O TF Primárioé produzido quando a temperatura não é tão elevada, antes do momento da ocorrência do curto-circuito, mas localmente esta temperatura atinge valores acima de 1.200º C no momento do curto-circuito. Como resultado desta súbita elevação térmica o material condutor, funde-se dando origem a uma superfície POLIDA, ESFÉRICA e CONCENTRADA. Traço de Fusão Secundário • O traço de fusão produzido pela combustão do material isolante sobre o condutor energizado que veio a originar um curto-circuito. • O TF secundário caracteriza-se por possuir menor grau de polidez, maior rugosidade na superfície do traço e apresentar uma forma mais irregular e de menor densidade. Condições favoráveis à ocorrência de curto-circuito
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