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PDF CERS - OAB - Direito do Trabalho - Capítulo 10

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OAB
EXAME DE ORDEM
Capítulo 10
 
1 
CAPÍTULOS 
 
Capítulo 1– Direito do Trabalho: conceito, características, natureza e 
funções. Fontes do Direito do trabalho. Eficácia das normas 
trabalhistas no tempo e no espaço. Princípios do Direito do 
trabalho 
 
Capítulo 2 – Relação de trabalho versus relação de emprego. 
Empregado. Empregador. 
   
Capítulo 3 – Contrato Individual do Trabalho. Alteração no Contrato de 
Trabalho. Suspensão e Interrupção no Contrato de Trabalho. 
    
Capítulo 4 – Extinção do Contrato de Trabalho. Estabilidades 
    
Capítulo 5 – Lei 6.019/1974: Terceirização e Trabalho Temporário.  
Capítulo 6 – Duração do Trabalho. Períodos de descanso. Turnos 
ininterruptos de revezamento. Teletrabalho. Férias 
     
Capítulo 7 – Segurança e medicina no trabalho: atividades insalubres 
e perigosas. Trabalho do menor. Trabalho da mulher. 
  
Capítulo 8 – Remuneração e Salário. Equiparação salarial      
Capítulo 9 – FGTS. Renúncia e Transação. Prescrição e Decadência. 
Dano Extrapatrimonial. 
   
Capítulo 10 (você está aqui!)– Direito Coletivo do Trabalho. 
Organização Sindical. Negociação Coletiva. Greve. 
    
 
 
2 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
A apostila de número 10 do nosso curso de Direito do Trabalho tratará sobre Direito Coletivo 
do Trabalho, matéria que é comumente cobradas no Exame de Ordem ao decorrer desses anos! 
De acordo com a nossa equipe de inteligência, esses assuntos estiveram presentes 9 VEZES nos 
últimos 3 anos, sendo considerados assuntos de altíssima recorrência! 
Aqui, a banca costuma seguir o seu padrão: Apresentar um caso hipotético, pelo qual a resposta 
é respaldada na legislação vigente. Por isso, recomendamos a leitura atenta da letra seca da lei 
e entendimentos jurisprudenciais, e sempre em companhia de alguma doutrina à sua escolha. 
Adicionamos também questões de outras carreiras jurídicas para que você possa assimilar ainda 
mais o conteúdo visto! 
Lembre-se: A resolução de questões é a chave para a aprovação! 
Vamos juntos! 
 
 
3 
SUMÁRIO 
DIREITO DO TRABALHO ......................................................................................................................... 5 
Capítulo 10 ................................................................................................................................................ 5 
10. Direito Coletivo do Trabalho.......................................................................................................... 5 
10.1 Introdução ................................................................................................................................................................ 5 
10.2 Princípios ................................................................................................................................................................... 5 
10.3 Organização sindical ............................................................................................................................................ 9 
10.3.1 Critérios de agregação dos trabalhadores ao sindicato ................................................................... 10 
10.3.2 Prerrogativas e deveres dos sindicatos .................................................................................................... 11 
Para o exercício de suas funções a legislação justrabalhista prevê como prerrogativas dos 
sindicatos: ........................................................................................................................................................................... 11 
10.3.3 Associações sindicais de grau superior .................................................................................................... 12 
10.3.4 Custeio .................................................................................................................................................................... 13 
10.3.5 Conflito de representação .............................................................................................................................. 15 
10.4 Negociação coletiva .......................................................................................................................................... 16 
10.5 Greve........................................................................................................................................................................ 22 
QUADRO SINÓTICO .............................................................................................................................. 26 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 30 
GABARITO ............................................................................................................................................... 38 
QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 39 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 40 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 41 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 42 
MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 46 
 
4 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 47 
 
 
 
5 
DIREITO DO TRABALHO 
Capítulo 10 
10. Direito Coletivo do Trabalho 
10.1 Introdução 
Chegamos ao último capítulo do nosso estudo sobre Direito do Trabalho. Até o momento, 
abordamos o Direito Individual do Trabalho, agora partiremos para o estudo do Direito Coletivo. 
Nas palavras do autor Maurício Godinho Delgado, o “Direito Coletivo do Trabalho é o 
conjunto de regras, princípios e institutos regulatórios das relações entre os seres coletivos 
trabalhistas: de um lado, os obreiros, representados pelas entidades sindicais, e, de outro, os 
seres coletivos empresariais, atuando quer isoladamente, quer através de seus sindicatos”.1 
Passaremos, portanto, a uma análise mais detalhada desse importante tema do Direito 
do Trabalho. 
10.2 Princípios 
De acordo com a doutrina, são princípios norteadores do Direito Coletivo do Trabalho: 
 Princípio da Liberdade Associativa e Sindical: encontra fundamento, de forma mais 
abrangente, na liberdade de associação e de reunião, prevista na CFRB/88, Art. 5º, 
incisos XVI e XVII, bem como, de forma específica, na liberdade de associação 
profissional ou sindical, disposta no art. 8º, caput, da CFRB/88. 
 
1 DELGADO, Maurício Godinho. Curs de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17 ed. rev. atual. e ampl. – São Paulo: 
Ltr, 2018, p. 1579. 
 
6 
De acordo com esse princípio, será livre a criação associativa e, por outro lado, o 
empregado não poderá ser forçado a ser associar, ou manter-se associado) ao 
sindicato, sendo inadmissíveis cláusulas de associação forçada. Observe o 
entendimento do TST na OJ nº 20, da SDC: 
OJ 20, SDC - EMPREGADOS SINDICALIZADOS. ADMISSÃO PREFERENCIAL. CONDIÇÃO 
VIOLADORA DO ART. 8º, V, DA CF/88. Viola o art. 8º, V, da CF/1988 cláusula de 
instrumento normativo que estabelece a preferência, na contratação de mão de obra, 
do trabalhador sindicalizado sobre os demais. 
É oportuno destacar que estão excluídos do princípio da liberdade de sindicalização 
os militares, uma vez que há expressa vedação constitucional: 
CFRB/88, Art. 142, §3º, IV - ao militar são proibidas a sindicalizaçãoe a greve. 
 Princípio da Autonomia Sindical: garante que sindicatos possam se organizar sem 
interferências do Estado ou das empresas. Veja o disposto no inciso I do art. 8º da 
nossa Constituição: 
CFRB/88, Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, 
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência 
e a intervenção na organização sindical; 
 
 
 
 
A criação dos sindicatos não dependerá de autorização, mas deverá ser feito registro no 
órgão competente. 
 
7 
 Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva: a normatização 
coletiva, para ser válida, demanda a participação do sindicato representante dos 
trabalhadores (o sindicato patronal não é obrigatório). 
 Princípio da Equivalência dos Contratantes Coletivos: assim como se reconhece a 
desigualdade entre as partes no Direito Individual do Trabalho, a doutrina reconhece, 
no Direito Coletivo, tratamento jurídico equivalente entre as partes, uma vez que o 
empregado não atuará isoladamente, e sim por meio de sua entidade sindical. 
 Princípio da Lealdade e da Transparência: não são admitidas condutas que 
inviabilizem a formulação das normas jurídicas juscoletivas (ACT/CCT). 
 Princípio da Criatividade Jurídica da Negociação Coletiva: a negociação coletiva 
(ACT/CCT) gera normas jurídicas. 
 
A Lei 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) instituiu a supremacia das normas oriundas de 
negociação coletiva sobre as leis editadas pelo Estado, isto é, a prevalência do negociado 
sobre o legislado. Tal pressuposto é observado, especialmente, no art. 611-A da CLT, o qual 
falaremos mais à frente. Por enquanto, apenas destacamos que a doutrina tece severas 
críticas ao tema, entendendo que o dispositivo consolidado atrita com os princípios 
fundantes do Estado Democrático de Direito, o qual possui como uma das vertentes o 
princípio da legalidade. 
 Princípio da Intervenção Mínima na vontade coletiva: trata-se de princípio 
introduzido pela Reforma Trabalhista. Consiste em limitação ao Poder Judiciário, que 
somente poderá avaliar se a ACT ou a CCT foram celebrados de acordo com os 
requisitos do art. 104 do CC/02 (agente capaz; objeto lícito, determinado ou 
 
8 
determinável; e forma prevista ou não defesa em lei), não podendo adentrar no 
conteúdo das normas coletivas. 
 Princípio da adequação setorial negociada: determina que as normas autônomas 
juscoletivas podem prevalecer sobre o padrão geral heterônomo (ex.: legislação), 
desde que respeitados certos critérios objetivamente fixados, quais sejam: 
 Quando normas autônomas juscoletivas implementam um padrão setorial 
de direitos superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônoma 
aplicável. 
 Quando normas autônomas juscoletivas transacionam setorialmente 
parcelas de indisponibilidade relativa. 
 
Estudamos no capítulo anterior os conceitos de parcelas de indisponibilidade absoluta e de 
indisponibilidade relativa. Vamos relembrá-los? 
São parcelas de indisponibilidade absoluta, aquelas cujo direito enfocado merece tutela de 
nível de interesse público, em razão de traduzir um patamar civilizatório mínimo firmado 
pela sociedade política em um dado momento histórico. A título de exemplo temos a 
assinatura da CTPS do empregado, obediência às normas de segurança e saúde no trabalho. 
Por outro lado, são parcelas de indisponibilidade relativa, aquelas que possuem direito 
voltado ao interesse individual ou bilateral simples, que não caracterize um padrão 
civilizatório mínimo firmado pela sociedade política em um dado momento histórico. Assim, 
a mudança da modalidade de pagamento de salário do empregado é um exemplo de direito 
de indisponibilidade relativa. 
 
9 
Dessa forma, portanto, no caso das normas autônomas juscoletivas, somente as parcelas 
de indisponibilidade RELATIVA é que poderão ser objeto de transação. 
10.3 Organização sindical 
Para compreender como funciona a organização dos sindicatos, é preciso primeiro 
entender o que é o sindicato. 
De acordo com o doutrinador Amauri Mascaro Nascimento, sindicato é “(...) uma forma 
de organização de pessoas físicas ou jurídicas que figuram como sujeitos nas relações coletivas 
de trabalho. A característica principal do sindicato é ser uma organização de um grupo existente 
na sociedade. Essa organização reúne pessoas físicas, os trabalhadores, mas pode reunir também 
pessoas jurídicas, as empresas, uma vez que estas se associam em sindicatos também – os 
sindicatos dos empregadores. As pessoas que se associam o fazem não para fins indiscriminados, 
mas como sujeitos das relações coletivas de trabalho.”2 
Na CLT, o art. 511 trata das entidades sindicais: 
CLT, Art. 511 - É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus 
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, 
agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a 
mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 
Da leitura do dispositivo consolidado, podemos definir, portanto, sindicato como uma 
associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos interesses econômicos (no caso dos 
sindicatos patronais) ou profissionais (no caso dos sindicatos profissionais). 
Note que não somente os empregados, mas, também, os trabalhadores e profissionais 
liberais podem se organizar como sindicatos. 
Visto isso, é importante tratarmos do modelo de organização sindical adotado pela nossa 
Carta Magna, denominado unicidade sindical. Tal sistema nada mais é do que a vedação de 
 
2 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho, 37 ed. São Paulo: LTr, 2012, p. 465. 
 
10 
criação de mais de uma entidade sindical, em qualquer grau, representativa de categoria 
profissional ou econômica, na mesma base territorial, a qual não poderá ser inferior à área de 
um Município, nos termos do inciso II, do art. 8º da Constituição. 
Em contrapartida à unicidade, temos a pluralidade sindical, que não impõe qualquer 
restrição territorial aos sindicatos, podendo estes serem estabelecidos, inclusive, no mesmo 
território. Tal sistema está previsto na Convenção nº 87 da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), que não foi ratificada pelo Brasil. 
Sendo assim, pode-se afirmar que o modelo da unicidade sindical estabelecido pela nossa 
Constituição restringe a liberdade de organização dos sindicatos no Brasil. 
10.3.1 Critérios de agregação dos trabalhadores ao sindicato 
A doutrina entende que existem três categorias no Direito Coletivo, quais sejam: 
 Categoria econômica: solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem 
atividades idênticas, similares ou conexas, conforme art. 511, § 1º, CLT. 
 
 Categoria profissional: similitude de condições de vida relativas à profissão ou 
trabalho em comum, bem como a situação de emprego na mesma área econômica, 
nos termos do art. 511, §2º, CLT. 
 
 Categoria profissional diferenciada: formada por empregados que realizam 
profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou 
devido a condições de vida singulares, como professores e técnicos em segurança 
do trabalho. 3 
Sobre o tema, atente para o disposto na Súmula 117 do TST: 
 
3 Vide questão 06 dessa apostila 
 
11 
Súmula nº 117 - BANCÁRIO. CATEGORIA DIFERENCIADA. Não se beneficiam do 
regime legal relativo aos bancários os empregados de estabelecimento de crédito 
pertencentes a categorias profissionais diferenciadas. 
Outro entendimento do TST bastante cobrado em provas de concurso é o contido na 
Súmula 374: 
Súmula nº 374 - NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA. 
Empregado integrantede categoria profissional diferenciada não tem o direito de 
haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a 
empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. 
10.3.2 Prerrogativas e deveres dos sindicatos 
Para o exercício de suas funções a legislação justrabalhista prevê como prerrogativas dos 
sindicatos: 
 Representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais 
da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados 
relativos à atividade ou profissão exercida; 
 Celebrar contratos coletivos de trabalho; 
 Eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal; 
 Colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo e solução 
dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; 
 Impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou 
profissionais ou das profissões liberais representadas; 
 Fundar e manter agências de colocação. 
Por outro lado, são deveres dos sindicatos: 
 Colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social; 
 Manter serviços de assistência judiciária para os associados; 
 Promover a conciliação nos dissídios de trabalho; 
 
12 
 Sempre que possível, e de acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro 
de pessoal, em convênio com entidades assistenciais ou por conta própria, um 
assistente social com as atribuições específicas de promover a cooperação 
operacional na empresa e a integração profissional na Classe. 
 Promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito; 
 Fundar e manter escolas de alfabetização e pré-vocacionais. 
 
A doutrina entende que o art. 514 da CLT, o qual prevê os deveres supracitados, é 
inconstitucional porque fere o princípio da autonomia sindical. No entanto, achamos 
importante que você conheça a redação do referido dispositivo, uma vez que ele pode ser 
cobrado em sua literalidade na prova. 
10.3.3 Associações sindicais de grau superior 
A estrutura da organização sindical no Brasil utiliza o chamado sistema confederativo, 
constituído por: 
 Confederações: entidades representativas de grau superior, com sede em Brasília, 
e criadas pela reunião de, no mínimo, 3 federações; 
 Federações: entidades representativas de grau superior, normalmente, estaduais, 
as quais conjugam pelo menos 5 sindicatos da mesma categoria profissional, 
econômica ou diferenciada. 
 Sindicatos: entes representativos de base. 
Sobre o tema, destacamos que, nos termos do §2º do art. 611 da CLT, as Federações e, 
na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais 
 
13 
poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas 
vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. 
 
 
Quando falos de sistema sindical, é relevante conhecermos o papel das centrais sindicais. 
Tais entidades associativas de direito privado são reguladas pela Lei 11.648/2008, que, em 
seu art. 1º, define a central sindical como entidade de representação geral dos 
trabalhadores, constituída em âmbito nacional. 
Apesar de agregarem os interesses dos obreiros, as centrais sindicais não foram 
reconhecidas pela legislação como parte do sistema confederativo, razão pela qual não 
detêm personalidade sindical. 
Ademais, a jurisprudência entende que esse órgão de cúpula não possui poderes de 
representação, isto é, não participam (do ponto de vista formal) das negociações coletivas. 
10.3.4 Custeio 
Inicialmente, cabe-nos definir as receitas sindicais mais comuns na organização sindical 
pátria: 
 Contribuição sindical: a partir da reforma trabalhista, deixou de ser obrigatória para 
todos. É devida apenas pelos trabalhadores que autorizem prévia e expressamente 
o seu recolhimento, que é realizado anualmente. Os artigos 578 a 610 da CLT tratam 
desse tipo de custeio. 
 
14 
 Contribuição confederativa: tem por objetivo o financiamento do sistema 
confederativo. 
Acerca da contribuição confederativa, o STF possui o seguinte entendimento 
sumulado: 
Súmula 666 – A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, 
só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. 
 Contribuição assistencial: possui previsão na negociação coletiva e destina-se ao 
custeio das atividades assistenciais do sindicado. 
Observe o disposto na OJ 17 da SDC do TST: 
OJ 17, SDC - CONTRIBUIÇÕES PARA ENTIDADES SINDICAIS. 
INCONSTITUCIONALIDADE DE SUA EXTENSÃO A NÃO ASSOCIADOS. As cláusulas 
coletivas que estabeleçam contribuição em favor de entidade sindical, a qualquer 
título, obrigando trabalhadores não sindicalizados, são ofensivas ao direito de livre 
associação e sindicalização, constitucionalmente assegurado, e, portanto, nulas, sendo 
passíveis de devolução, por via própria, os respectivos valores eventualmente 
descontados. 
 Mensalidade dos associados: trata-se da quantia paga mensalmente pelo 
empregado associado para custeio da própria associação. 
Conforme acima mencionado, uma das grandes mudanças trazidas pela Reforma 
Trabalhista ao direito juscoletivo foi a retirada da obrigatoriedade da contribuição sindical. Assim, 
para que o sindicato exija o recolhimento da contribuição, é necessária a prévia e expressa 
autorização pelo trabalhador. Observe o disposto nos arts. 578 e 579 da CLT: 
CLT, Art. 578 - As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias 
econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades 
serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma 
estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas. 
 
15 
CLT, Art. 579 - O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização 
prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou 
profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma 
categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta 
Consolidação. 
Acrescenta-se, ainda, que as demais modalidades de receita sindical somente podem ser 
descontadas dos empregados associados. 
10.3.5 Conflito de representação 
Ocorre conflito de representação quando há mais de um sindicato que pode ser 
considerado representante de determinada categoria. Por exemplo, Sindicato dos Trabalhadores 
nas Indústrias de Construção Civil do Município de Olinda versus Sindicato dos Trabalhadores 
nas Indústrias de Construção Pesada no Estado de Pernambuco. 
De acordo com a doutrina, existem dois critérios para a solução do conflito de 
representação entre os sindicatos: o da especialização ou especificidade e o da territorialidade 
ou agregação. 
Pela regra da especialização/especificidade, prevaleceria o sindicato de âmbito territorial 
mais abrangente, porém mais específico quanto à atividade. No nosso exemplo, preponderaria 
o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada no Estado de Pernambuco. 
De outra banda, pelo critério da territorialidade/agregação, prevaleceria o sindicato de 
âmbito territorial menos abrangente, porém mais extenso quanto à atividade, como o Sindicato 
dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil do Município de Olinda. 
E qual dos dois critérios devo considerar para a prova? 
Entendemos que, em regra, deve-se considerar o critério da especificidade, por ser o 
utilizado pelo TST. No entanto, saiba que o renomado doutrinador Maurício Godinho Delgado 
considera a regra da territorialidade/agregação a mais correta. 
 
16 
10.4 Negociação coletiva 
A negociação coletiva pode ser definida como forma de autocomposição, uma vez que 
o conflito é solucionado pelas próprias partes, sem intervenção de terceiros,possuindo como 
finalidade a fixação de condições de trabalho e disciplina das relações entre empregados e 
empregadores. O produto do ajuste coletivo pode ser a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 
ou o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). 
Mas, então, qual a diferença entre esses instrumentos coletivos? 
Conforme o caput do art. 611 da CLT, entende-se por Convenção Coletiva de Trabalho 
(CCT) o acordo de caráter normativo, pelo qual 2 ou mais sindicatos de categorias econômicas 
e profissionais estipulam condições de trabalho, aplicáveis, no âmbito das respectivas 
representações, às relações individuais de trabalho. 
Já o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), é definido como instrumento de negociação 
coletiva celebrado entre sindicatos representativos de categorias profissionais e uma ou mais 
empresas de correspondente categoria econômica, com o fim de estipular condições de 
trabalho aplicáveis no âmbito da empresa ou das empresas acordantes às respectivas relações 
d’e trabalho. 
Reforça-se, ainda, que, nos termos do §1º do art. 611 da CLT, a celebração de ACT é 
facultativa. 
Da leitura das definições de CCT e ACT, concluímos o seguinte acerca da legitimação para 
a celebração desses instrumentos: 
CCT Sindicato obreiro e patronal. 
ACT Sindicato obreiro e empregador 
diretamente. 
 
E se a categoria profissional não for organizada em sindicato? 
 
17 
De acordo com o que vimos mais acima, nos termos do §2º do art. 611 da CLT, as 
Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou 
profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das 
categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. 
Lembre-se também que as centrais sindicais não possuem legitimação para celebrar 
CCT/ACT. 
Quanto à possibilidade de negociação coletiva com o Poder Público, o entendimento 
que se sobressai é o da possibilidade da atuação do Estado como sujeito nas negociações 
coletivas, seja como empregador, podendo negociar no sentido de comparecer a uma mesa 
redonda para ajuste, seja como mediador em tratativas privadas. O que não é permitido é o 
Estado firmar ACT/CCT em cláusulas econômicas. 
Observe o seguinte entendimento do TST: 
OJ 05, SDC - DISSÍDIO COLETIVO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. POSSIBILIDADE 
JURÍDICA. CLÁUSULA DE NATUREZA SOCIAL. Em face de pessoa jurídica de direito público que 
mantenha empregados, cabe dissídio coletivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de 
natureza social. Inteligência da Convenção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho, 
ratificada pelo Decreto Legislativo nº 206/2010. 
Agora, preste bastante atenção ao disposto no art. 611-A da CLT, cujo conteúdo é 
fundamental para o tema da negociação coletiva: 
CLT, Art. 611-A - A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência 
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
 I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 
II - banco de horas anual; 
 
18 
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas 
superiores a seis horas;4 
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de 
novembro de 2015; 
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do 
empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 
VI - regulamento empresarial; 
 VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; 
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e 
remuneração por desempenho individual; 
X - modalidade de registro de jornada de trabalho 
XI - troca do dia de feriado; 
XII - enquadramento do grau de insalubridade; 
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades 
competentes do Ministério do Trabalho; 
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas 
de incentivo; 
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. 
Essa, talvez, tenha sido a maior modificação trazida pela Reforma Trabalhista, uma vez 
que ampliou as possibilidades de negociação coletiva de direitos inerentes aos trabalhadores, 
 
4 Vide questão 01 dessa apostila 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13189.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13189.htm
 
19 
resultando na consolidação da ideia de prevalência do negociado sobre o legislado, conforme 
o estudado acima. 
Nesse sentido, o referido dispositivo determinou, também, que inexistência de expressa 
indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho 
não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 
Somado a isso, a CLT passou a prever que, na hipótese de procedência de ação anulatória 
de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula 
compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 
Em contrapartida, a Lei 13.467/2017 listou direitos os quais não poderão ser objeto de 
CCT/ACT: 
CLT, Art. 611-B - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo 
de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:5 
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço (FGTS); 
IV - salário mínimo; 
V - valor nominal do décimo terceiro salário; 
VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
VIII - salário-família; 
IX - repouso semanal remunerado; 
 
5 Vide questão 03 dessa apostila 
 
20 
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por 
cento) à do normal; 
XI - número de dias de férias devidas ao empregado; 
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o 
salário normal; 
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias; 
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei; 
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos 
termos da lei; 
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos 
termos da lei; 
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas 
regulamentadoras do Ministério do Trabalho; 
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas; 
XIX – aposentadoria; 
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador; 
XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo 
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos 
após a extinção do contrato de trabalho; 
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão 
do trabalhador com deficiência; 
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos 
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 
quatorze anos; 
 
21 
XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes; 
XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e 
o trabalhador avulso; 
XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito 
de não sofrer, sem suaexpressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial 
estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; 
XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de 
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; 
XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais 
sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; 
XXIX - tributos e outros créditos de terceiros; 
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 
400 desta Consolidação. 
 
 
 
Atente que, de acordo com o parágrafo único do art. 611-B da CLT, as regras sobre duração 
do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança 
do trabalho. Assim, poderão ser objeto de negociação entre sindicatos obreiros e patronais 
ou entre sindicato profissional e empresa. 
Quanto à vigência do ACT ou do CCT, o §3º do art. 614 da CLT estabelece que não poderá 
ser superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. 
 
22 
Por fim, salienta-se que a Reforma Trabalhista passou a determinar que o ACT sempre 
prevalecerá sobre a CCT, relativizando o princípio justrabalhista da norma mais favorável ao 
trabalhador. 6 
10.5 Greve 
O art. 9º da CF/88 assegura o direito de greve aos trabalhadores: 
CF/88, Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir 
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
§1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da comunidade. 
§2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
Ante tal previsão constitucional, a Lei 7.783/89 passou a regular o direito de greve e assim 
está disposto no seu art. 2º: 
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a 
suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços 
a empregador. 
Pode-se dizer, assim, que o direito de greve é um instrumento de pressão coletiva pelo 
qual os trabalhadores buscam melhorar as suas condições de trabalho. 
A adesão à greve constitui causa de suspensão do contrato de trabalho, ou seja, não 
há prestação de serviços, nem o pagamento pelos dias não trabalhados. 
Observe o seguinte entendimento do STF sobre o exercício do direito de greve: 
Súmula 316 – A simples adesão a greve não constitui falta grave. 
 
6 Vide questão 04 dessa apostila 
 
23 
Além disso, de acordo com a Lei de Greve, é proibida a contratação de trabalhadores 
substitutos quando os empregados deflagrarem o movimento grevista, exceto se houver 
iminente prejuízo irreparável ou abusividade do movimento. 
E em qual situação a greve poderá ser considerada abusiva? Quando desrespeitada a Lei 
7.783/89, bem como quando houver continuidade da greve após a celebração de negociação 
coletiva ou de decisão da Justiça do Trabalho. 
Vejamos algumas regras sobre o movimento paredista. 
Quanto aos direitos dos grevistas, a Lei 7.783/89 dispõe que são a eles assegurados 
(além de outros): o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores 
a aderirem à greve e a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento. 
Cumpre-nos ressaltar que as manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas 
não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou 
pessoa. 
Sobre o tema, observe a Súmula Vinculante nº 23 do STF: 
Súmula Vinculante 23 - A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação 
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da 
iniciativa privada. 
Em consonância ao §1º do art. 9º da CF/88, a Lei de Greve enumerou quais seriam os 
serviços ou atividades essenciais: 
 Tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, 
gás e combustíveis; 
 Assistência médica e hospitalar; 
 Distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
 Funerários; 
 
24 
 Transporte coletivo; 
 Captação e tratamento de esgoto e lixo; 
 Telecomunicações; 
 Guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais 
nucleares; 
 Processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
 Controle de tráfego aéreo e navegação aérea; 
 Compensação bancária; 
 Atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social 
e a assistência social; 
 Atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento 
físico, mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da 
integração de equipes multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de 
reconhecimento de direitos previstos em lei, em especial na Lei nº 13.146, de 6 
de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência); 
 Outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal 
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
Nos serviços ou atividades essenciais, as entidades sindicais ou os trabalhadores são 
obrigados a comunicar, aos empregadores e usuários, a data prevista para a deflagração da 
greve com antecedência de pelo menos setenta e duas horas. Quando não for o caso de serviço 
ou atividade essencial, o aviso prévio é de quarenta e oito horas. 
 
NOTIFICAÇÃO 
Serviços essenciais Serviços não essenciais 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm
 
25 
Antecedência mínima de 72 horas. Antecedência mínima de 48 horas. 
Notifica o empregador e os usuários. Notifica a entidade patronal ou os 
empregadores diretamente interessados. 
Frise-se que, no caso dos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores 
e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação 
dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Tais 
necessidades são aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a 
saúde ou a segurança da população. 
Um assunto que pode cair na sua prova é a questão do exercício do direito de greve pelos 
servidores públicos. Por ser um assunto do Direito Administrativo não aprofundaremos o 
tema. Contudo, você precisa ter em mente que o STF, no julgamento Mandados de Injunção 
nº 712/PA, 670/ES e 708/DF, declarou a omissão legislativa quanto ao dever constitucional 
em editar lei que regulamente o exercício do direito de greve no setor público e, por 
maioria, decidiu por aplicar ao setor, no que couber, a lei de greve vigente no setor privado 
(Lei nº 7.783/89). 
 Destacamos que a Lei de Greve proíbe, expressamente, a prática de lockout pelo 
empregador: 
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o 
objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos 
empregados (lockout). 
 
 
26 
QUADRO SINÓTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO DIREITO 
COLETIVO
Princípio da Liberdade 
Associativa e Sindical
Princípio da Autonomia 
Sindical
Princípio da Interveniência 
Sindical 
na Normatização Coletiva
Princípio da Equivalência 
dos Contratantes Coletivos
Princípio da Lealdade e da 
Transparência
Princípio da Criatividade 
Jurídica
da Negociação Coletiva
Princípio da Intervenção 
Mínima
na vontade coletiva
Princípio da adequação 
setorial negociada
 
27 
Confe-
deração
Federação
Sindicato
 
 
 
28 
 
INSTRUMENTOS DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA 
ACT CCT 
Facultativo Obrigatório 
Firmado entre sindicato da categoria profissional e 
1 ou mais empresas da correspondente categoria 
econômica. 
Firmado entre 2ou mais sindicatos de categorias 
econômicas e profissionais. 
Aplicação no âmbito da empresa/empresas 
acordantes. 
Aplicação no âmbito das respectivas representações. 
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO 
NEGOCIADO PREVALECE NÃO PODEM SER NEGOCIADOS 
Pactuação da jornada de trabalho 
(observados os limites legais); 
Normas de Segurança e Saúde no Trabalho, 
incluindo NR’s; 
Obs.: DURAÇÃO do trabalho e INTERVALOS 
NÃO são consideradas. 
Banco de horas anual; Normas de identificação profissional, 
(inclusive, as anotações na CTPS); 
Intervalo intrajornada 
(mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 
06 horas); 
Seguro-desemprego; 
Modalidade de registro de jornada de trabalho; FGTS; 
Troca do dia de feriado; Salário mínimo; 
Prorrogação de jornada em ambientes insalubres, 
sem licença prévia do Ministério do Trabalho 
(observados os limites legais); 
13º salário; 
Teletrabalho; Adicional de horas extras; 
Regime de sobreaviso; Adicional noturno; 
Trabalho intermitente; Proteção do salário, conforme art. 7º, inciso X, 
CF/88. 
Remuneração por produtividade, RSR; 
 
29 
incluindo por desempenho individual, 
e gorjetas; 
Prêmios de incentivo em bens ou serviços; Férias; 
PLR; Licenças-maternidade e paternidade; 
Plano de cargos e identificação dos cargos que se 
enquadram como funções de confiança; 
Proteção do mercado de trabalho da mulher; 
Enquadramento do grau de insalubridade; Aviso prévio; 
Representante dos trabalhadores no local de 
trabalho; 
Adicionais de atividades penosas, insalubres ou 
perigosas; 
Adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE); SAT, a cargo do empregador; 
Regulamento empresarial. Proibição de discriminação 
do trabalhador com deficiência; 
 Trabalho do menor: limites de idade; 
Proteção legal de crianças e adolescentes; 
Normas especiais de proteção 
ao trabalho da mulher; 
Prescrição; 
Igualdade de direitos aos avulsos; 
Liberdade de associação 
profissional ou sindical; 
Direito de greve; 
Serviços e atividades essenciais; 
Atendimento das necessidades inadiáveis da 
comunidade; 
Aposentadoria; 
Tributos e outros créditos de terceiros. 
 
 
30 
QUESTÕES COMENTADAS 
Questão 1 
(XXX EXAME DE ORDEM – FGV - 2019) O sindicato dos empregados X entabulou, com o 
sindicato dos empregadores Y, uma convenção coletiva de trabalho para vigorar de julho de 
2019 a junho de 2021. Nela ficou acertado que a jornada seria marcada pelos trabalhadores por 
meio de um aplicativo desenvolvido pelos sindicatos; que haveria instituição de banco de horas 
anual; que, nas jornadas de trabalho de até 7 horas diárias, haveria intervalo para refeição de 
20 minutos; e que a participação nos lucros seria dividida em 4 parcelas anuais. 
Considerando o teor da norma coletiva e suas cláusulas, e considerando o disposto na CLT, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) A convenção é nula quanto à participação nos lucros, que não pode ser dividida em mais de 
2 parcelas anuais. 
B) É nula a fixação de pausa alimentar inferior a 30 minutos para jornadas superiores a 6 horas, 
mesmo que por norma coletiva. 
C) Inválida a cláusula referente à modalidade de registro da jornada de trabalho, que não pode 
ser feito por meio de um aplicativo. 
D) Inválido o banco de horas estipulado, pois, em norma coletiva, ele somente pode ser realizado 
para compensação semestral. 
Comentário: 
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei 
quando, entre outros, dispuserem sobre: 
I - banco de horas anual; 
II - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas 
superiores a seis horas; 
 
31 
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; 
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. 
Questão 2 
(XXIX EXAME DE ORDEM -FGV - 2019) A sociedade empresária Ômega Ltda. deseja reduzir 
em 20% o seu quadro de pessoal, motivo pelo qual realizou um acordo coletivo com o sindicato 
de classe dos seus empregados, prevendo um Programa de Demissão Incentivada (PDI), com 
vantagens econômicas para aqueles que a ele aderissem. 
 
Gilberto, empregado da empresa havia 15 anos, aderiu ao referido Programa em 12/10/2018, 
recebeu a indenização prometida sem fazer qualquer ressalva e, três meses depois, ajuizou 
reclamação trabalhista contra o ex-empregador. Diante da situação apresentada e dos termos 
da CLT, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) não impede a busca, com sucesso, por 
direitos lesados. 
B) A quitação plena e irrevogável pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) 
somente ocorreria se isso fosse acertado em convenção coletiva, mas não em acordo coletivo. 
C) O empregado não terá sucesso na ação, pois conferiu quitação plena. 
D) A demanda não terá sucesso, exceto se Gilberto previamente devolver em juízo o valor 
recebido pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI). 
 
Comentário: 
CLT: 
 
Art. 477- B. Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou 
coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena 
 
32 
e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário 
estipulada entre as partes. 
Questão 3 
(XXVII EXAME DE ORDEM – FGV - 2018) O sindicato dos empregados em tinturaria de 
determinado município celebrou, em 2018, acordo coletivo com uma tinturaria, no qual, 
reconhecendo-se a condição financeira difícil da empresa, aceitou a redução do percentual de 
FGTS para 3% durante 2 anos. 
Sobre o caso apresentado, de acordo com a previsão da CLT, assinale a afirmativa correta. 
 
A) É válido o acerto realizado porque fruto de negociação coletiva, ao qual a reforma trabalhista 
conferiu força legal. 
B) Somente se houver homologação do acordo coletivo pela Justiça do Trabalho é que ele terá 
validade em relação ao FGTS. 
C) A cláusula normativa em questão é nula, porque constitui objeto ilícito negociar percentual 
de FGTS. 
D) A negociação acerca do FGTS exigiria que, ao menos, fosse pago metade do valor devido, o 
que não aconteceu no caso apresentado. 
 
 
Comentário: 
Art. 611º B - Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, 
exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Incluído pela Lei nº 13.467, 
de 2017) 
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço (FGTS); (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
 
33 
Questão 4 
(XXVII EXAME DE ORDEM – FGV - 2018) Em determinada localidade, existe a seguinte 
situação: a convenção coletiva da categoria para o período 2018/2019 prevê o pagamento de 
adicional de 70% sobre as horas extras realizadas de segunda-feira a sábado. Ocorre que a 
sociedade empresária Beta havia assinado um acordo coletivo para o mesmo período, porém 
alguns dias antes, prevendo o pagamento dessas horas extras com adicional de 60%. 
De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o adicional que deverá prevalecer. 
A) Prevalecerá o adicional de 70%, por ser mais benéfico aos empregados. 
B) Diante da controvérsia, valerá o adicional de 50% previsto na Constituição Federal. 
C) Deverá ser respeitada a média entre os adicionais previstos em ambas as normas coletivas, 
ou seja, 65%. 
D) Valerá o adicional de 60% previsto em acordo coletivo, que prevalece sobre a convenção. 
 
Comentário: 
Art. 620º - As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão 
sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
IMPORTANTE: 
ACORDOS COLETIVOS: São realizados entre o sindicato de empregados e uma ou mais 
empresas. 
CONVENÇÃO COLETIVA: Ocorre entre o sindicato de trabalhadores e o de empregadores. 
 Questão 5 
 
34 
(XXVI EXAMEDE ORDEM – FGV - 2018) Em 2018, um sindicato de empregados acertou, em 
acordo coletivo com uma sociedade empresária, a redução geral dos salários de seus 
empregados em 15% durante 1 ano. 
Nesse caso, conforme dispõe a CLT, 
A) uma contrapartida de qualquer natureza será obrigatória e deverá ser acertada com a 
sociedade empresária. 
B) a contrapartida será a garantia no emprego a todos os empregados envolvidos durante a 
vigência do acordo coletivo. 
C) a existência de alguma vantagem para os trabalhadores para validar o acordo coletivo será 
desnecessária. 
D) a norma em questão será nula, porque a redução geral de salário somente pode ser acertada 
por convenção coletiva de trabalho. 
 
Comentário: 
CLT, Art. 611-A 
 § 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o 
acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa 
imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo. 
Questão 6 
(XXIV EXAME DE ORDEM – FGV - 2017) Uma instituição bancária construiu uma escola para 
que os filhos dos seus empregados pudessem estudar. A escola tem a infraestrutura necessária, 
e o banco contratou as professoras que irão dar as aulas nos primeiros anos do Ensino 
Fundamental. Não existe controvérsia entre empregador e empregadas acerca do 
enquadramento sindical 
Diante dessa situação, assinale a afirmativa correta. 
 
 
35 
A) Sendo o empregador das professoras um banco, elas são bancárias e estão vinculadas à 
convenção coletiva dessa categoria profissional. 
B) O professor integra categoria conexa, cabendo às professoras definir a que sindicatos 
pretendem se filiar. 
C) Uma vez que a atividade desenvolvida pelas professoras não é bancária, caberá à Justiça do 
Trabalho definir as regras que deverão permear os seus contratos. 
D) As professoras não são bancárias, porque integram categoria diferenciada. 
 
 
Comentário: 
"Art. 511. É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses 
econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou 
trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade 
ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. 
§ 1º A solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividades idênticas, 
similares ou conexas, constitue o vínculo social básico que se denomina categoria econômica. 
§ 2º A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação 
de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, 
compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional. 
§ 3º Categoria profissional diferenciada é a que se forma dos empregados que exerçam 
profissões ou funções diferenciadas por força de estatuto profissional especial ou em 
consequência de condições de vida singulares. 
§ 4º Os limites de identidade, similaridade ou conexidade fixam as dimensões dentro das quais 
a categoria econômica ou profissional é homogênea e a associação é natural ." 
 
 
 
36 
Questão 7 
(XXI EXAME DE ORDEM – FGV - 2016) O órgão do Ministério Público do Trabalho foi procurado por 
um grupo de trabalhadores da construção civil. Eles denunciam que o sindicato de classe obreiro está 
sendo omisso na busca de direitos e vantagens para a categoria, tanto assim que há cinco anos eles não 
têm reajuste salarial nem é elaborada uma convenção coletiva. 
Na hipótese narrada, sobre a situação do MPT, de acordo com o entendimento do TST e do STF, assinale 
a afirmativa correta. 
 
A) O parquet poderá ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica na Justiça do Trabalho, em 
substituição ao sindicato de classe omisso, evitando maiores prejuízos para os trabalhadores. 
B) O órgão do Ministério Público não poderá ajuizar dissídio coletivo, pois sua atribuição fica limitada ao 
caso de greve em serviço essencial, o que não é o caso. 
C) O MPT poderá entabular negociação diretamente com o sindicato dos empregadores e, elaborada a 
convenção coletiva, levar à homologação do Poder Judiciário. 
D) O Ministério Público poderá instaurar inquérito civil e, apurando a irregularidade, ajuizar ação na Justiça 
do Trabalho, requerendo a condenação criminal dos dirigentes do sindicato por ato de improbidade. 
 
 
Comentário: 
 
CLT, art. 617 - Os empregados de uma ou mais empresas que decidirem celebrar Acordo Coletivo de 
Trabalho com as respectivas empresas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindicato 
representativo da categoria profissional, que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a direção dos 
entendimentos entre os interessados, devendo igual procedimento ser observado pelas empresas 
interessadas com relação ao Sindicato da respectiva categoria econômica. 
 
§ 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se desincumbido do encargo recebido, 
poderão os interessados dar conhecimento do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindicato e, 
em falta dessa, à correspondente Confederação, para que, no mesmo prazo, assume a direção dos 
 
37 
entendimentos. Esgotado esse prazo, poderão os interessados prosseguir diretamente na negociação 
coletiva até final. 
 
 
38 
GABARITO 
 
 
Questão 1 - B 
Questão 2 – C 
Questão 3 - C 
Questão 4 - D 
Questão 5 - B 
Questão 6 - D 
Questão 7 - B 
 
 
 
39 
QUESTÃO DESAFIO 
Em relação às modificações estabelecidas em relação ao Direito 
Coletivo advindas da “Reforma Trabalhista”, comente quanto a 
exigência das contrapartidas recíprocas na convenção coletiva e a 
exceção que a lei impõe. 
Responda em até 5 linhas 
 
40 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO 
Segundo o Art. 611- A §2º a inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas 
NÃO ensejará sua nulidade. Entretanto, vale observar que, de acordo com o §3º do art. 611-
A, contrapartida obrigatória, que é a proteção contra a dispensa imotivada. 
Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: 
 Art. 611- A §2º 
 "A ruptura com o padrão imperativo de proteção social vai além da regra prevista no art. 
611-A, caput, da CLT reformada. É que o § 2º do mesmo art. 61 1-A da CLT autoriza a 
ausência de um sistema compensatório de direitos, com contrapartidas recíprocas fixadas 
por convenção ou acordo coletivo de trabalho (as denominadas "cláusulas 
compensatórias"). Assim, para a nova lei, a ausência de cláusulas compensatórias não 
ensejaria nulidade à negociação coletiva pactuada, por não caracterizar vício do negócio 
jurídico - tese gravemente precarizadora das condições de trabalho das pessoas humanas 
envolvidas e afrontosa aos princípios e regras constitucionais e internacionais vigorantes 
no País.(A reforma trabalhista no Brasil : com os comentários à Lei n. 13.467/2017. 
Mauricio Godinho Delgado, Gabriela Neves Delgado. - São Paulo : LTr, 2017. págs 78/79). 
 §3º do art. 611-A 
"O § 3o do art. 611-A dá CLT garantiu uma contrapartida, mas apenas no caso de ser 
pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada. Nesse caso, a norma coletiva deverá 
prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência 
do instrumento coletivo. Assim, também cai por terra a tese do TST de que a retirada de 
vantagens por norma coletiva só é válida se houver uma contrapartida compensatória. 
Aliás, o § 2o do mesmo artigo foi expresso nesse sentido: “a inexistência de expressa 
indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de 
trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico” 
(Comentários a reforma trabalhista / Volia Bomfim Cassar, Leonardo Dias Borges. - Rio 
de Janeiro: Forense; Sao Paulo : Metodo. 2017. pág 82). 
 
 
41 
LEGISLAÇÃO COMPILADA 
Princípios do Direito Coletivo do Trabalho 
 CLT: Art. 8º, §3º; Art. 611-A. CF/88: Art. 5º, XVI e XVIII; Art. 8º. 
Organização sindical 
 CLT: Arts. 511 a 610; 
 CF/88: Art. 8º, II; 
 Lei 11.648/2008 (Centrais Sindicais); 
 Convenção nº 87 da OIT; 
 Súmula do STF: 666; 
 Súmulas do TST: 117, 374; 
 OJ SDC: 17. 
Negociação Coletiva 
 CLT: Arts. 611 a 625; 
 OJ SDC: 5. 
Greve 
 CF/88: Art. 9º; 
 Lei 7.783/89 (Lei de Greve); 
 Súmulas STF: SV nº 23; Súmula 316. 
 
 
42 
JURISPRUDÊNCIA 
Princípios do Direito Coletivo do Trabalho 
 TST: RO-1000674-52.2018,5.02.0000, SDC, rel. Min. Maurício Godinho Delgado, red. 
p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 14.10.2019. (Info 208) 
 
Acordo homologado em juízo. Acréscimo de benefício à categoria profissional, de ofício, 
pelo Tribunal. Impossibilidade. Desrespeito à autonomia privada coletiva. O Tribunal, por 
ocasião da homologação de acordo, não pode, ex officio, incluir benefício à categoria 
profissional que não tenha sido avençado pelas partes, ainda que tenha relevância social. Tal 
conduta desrespeita a autonomia privada coletiva e macula o princípio da proteção da confiança, 
enfraquecendo o processo negocial e desequilibrando as relações coletivas. No caso, o TRT, ao 
homologar setenta e seis cláusulas que foram objeto de acordo firmado nos autos de dissídio 
coletivo de natureza econômica, também deferiu à categoria profissional, de ofício, a 
estabilidade provisória de trinta dias a partir da publicação do respectivo acórdão. Sob esse 
entendimento, a SDC, por maioria, deu provimento ao recurso ordinário para excluir do acórdão 
recorrido a concessão da estabilidade de trinta dias aos integrantes da categoria profissional. 
Vencidos os Ministros Maurício Godinho Delgado, relator, Kátia Magalhães Arruda e Lélio Bentes 
Côrrea. 
Comentário: Princípio da Autonomia Sindical: garante que sindicatos possam se organizar sem 
interferências do Estado ou das empresas. Veja o disposto no inciso I do art. 8º da nossa 
Constituição: CFRB/88, Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o 
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na 
organização sindical; 
 TST: E-ARR-1513-39.2012.5.02.0442, SBDI-I, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 
8.3.2018 (Info 173) 
 
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Plano de saúde. Suspensão após 180 dias de afastamento por auxílio-doença ou acidente 
de trabalho. Norma coletiva. Invalidade. Não é válida norma coletiva que estabelece a 
suspensão do plano de saúde pago pela empresa após 180 dias de afastamento do empregado 
em decorrência de auxílio-doença ou de acidente de trabalho. Embora a suspensão do contrato, 
a que se refere o art. 475 da CLT, importe na sustação temporária dos principais efeitos do 
pacto laboral, preserva-se o vínculo de emprego e o dever de cumprir as obrigações não 
vinculadas diretamente à prestação de serviços, a exemplo do plano de saúde, nos termos da 
Súmula nº 440 do TST. Ademais, embora se deva observar o princípio da autonomia das 
vontades coletivas (art. 7º, XXVI, da CF), este não pode prevalecer se violar o princípio da 
igualdade (art. 5º, II, da CF) e causar prejuízo ao trabalhador afastado, como ocorreu no caso 
em apreço, em que o empregado foi excluído do plano de saúde justamente no momento em 
que se encontrava incapacitado para o trabalho, em gozo de aposentadoria por invalidez 
decorrente de acidente de trabalho. Sob esses fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, 
conheceu do recurso de embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, 
deu-lhe provimento para restabelecer o acórdão do TRT. Vencidos os Ministros Renato de 
Lacerda Paiva e Márcio Eurico Vitral Amaro. 
Negociação Coletiva 
 TST: RO-22003-83.2018.5.04.0000, SDC, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 
14.10.2019. (Info 208) 
Lei nº 13.467/2017. Cláusula de norma coletiva que prevê jornada de 7h20min. Validade. 
Necessidade de concessão do intervalo intrajornada mínimo de trinta minutos para jornadas 
superiores a seis horas. Art. 611-A, III, da CLT. É válida, independentemente de indicação 
expressa de contrapartidas recíprocas, cláusula de instrumento coletivo firmado após a vigência 
da Lei nº 13.467/2017 que flexibilize normas trabalhistas concernentes à jornada e ao intervalo 
intrajornada, desde que, neste último caso, seja respeitado o limite mínimo de trinta minutos 
para jornadas superiores a seis horas (art. 611-A, III, da CLT). Ao dispor sobre direitos 
insuscetíveis de supressão ou redução por norma coletiva, o art. 611-B, parágrafo único, da CLT 
excluiu expressamente as regras sobre duração do trabalho e intervalos, as quais não são 
 
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consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho, para os fins do referido 
artigo. Ademais, à espécie não se aplica a Súmula nº 437 do TST, visto que suas disposições 
regem situações anteriores à vigência da Lei nº 13.467/2017. No caso, o TRT de origem, 
considerando a petição informando a existência de negociação direta entre as partes, 
homologou o acordo firmado, com ressalvas do Ministério Público que, no recurso ordinário, 
pleiteou a exclusão da cláusula que admite a adoção de “(...) jornada de trabalho ininterrupta 
de 07h20min diários, sem redução e sem acréscimo salarial e/ou gratificação de hora 
extraordinária”. Assim, verificando que a cláusula impugnada, embora preveja jornada de 
trabalho válida, não assegurou o intervalo intrajornada mínimo previsto em lei, a SDC, por 
unanimidade, conheceu do recurso ordinário do MPT e, no mérito, deu-lhe provimento parcial 
para adequar a redação da cláusula e incluir a concessão do intervalo intrajornada de trinta 
minutos a que se refere o art. 611-A, III, da CLT. 
Comentário: De acordo com o TST, É válida cláusula de instrumento coletivo firmado após a 
vigência da Lei nº 13.467/2017 que flexibilize normas trabalhistas concernentes à jornada e ao 
intervalo intrajornada, desde que, neste último caso, seja respeitado o limite mínimo de trinta 
minutos para jornadas superiores a seis horas (art. 611-A, III, da CLT). 
 TST: RO-1000351-52.2015.5.02.0000, SDC, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, 
14.5.2018. (Info 178) 
Ação anulatória. Acordo coletivo de trabalho. Regularização da jornada em turnos 
ininterruptos de revezamento. Quitação extrajudicial de horas extras pretéritas. Transação 
coletiva sindical. Validade. A SDC, por unanimidade, conheceu de recurso ordinário e, no 
mérito, negou-lhe provimento para manter a decisão do Tribunal Regional que considerou válida 
as cláusulas de termo aditivo em acordo coletivo de trabalho por meio das quais se formalizou 
expressamente a jornada de 8 horas em regime de trabalho em turnos ininterruptos de 
revezamento e, concomitantemente, se estabeleceu transação extrajudicial para a quitação das 
7ª e 8ª horas como extras relativas ao período pretérito, no qual o regime de turnos ininterruptos 
era adotado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp sem 
respaldo em norma coletiva. Na espécie, registrou-se que embora os empregados tenham 
 
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consentido com a satisfação apenas parcial do direito ao pagamento de eventuais horas extras 
trabalhadas, por outro lado, a norma coletiva assegurou benefícios importantes para a categoria, 
a revelar a ocorrência de despojamento bilateral e reciprocidade entre os sujeitos coletivos. 
Houve, portanto, efetiva transação coletiva sindical que redundou na concretização de uma das 
principais funções do Direito Coletivo do Trabalho, qual seja, a pacificação de conflitos de 
natureza sociocoletiva, na medida em que o instrumento firmado impediu a exacerbação da 
litigiosidade e trouxe segurança jurídica em relação à escala de 4x2x4 historicamente 
desempenhada pela categoria profissional. 
 
 
Greve 
 
 TST: DCG-1000418-66.2018.5.00.0000, SDC, rel. Min. MauricioGodinho Delgado, 
red. p/ acórdão Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 11.2.2019. (Info 190) 
 Dissídio coletivo. Greve. Movimento deflagrado contra a privatização das empresas que 
compõem o sistema Eletrobras. Motivação estritamente política. Abusividade. É abusivo o 
movimento grevista deflagrado pela categoria profissional contra a privatização das empresas 
que compõem o sistema Eletrobras, pois não se verifica dissídio trabalhista, ou seja, conflito 
entre empresa e trabalhadores. A política de privatização do setor elétrico não é de autoria da 
Eletrobras, nem das empresas estatais, mas do poder público, de modo que as reivindicações 
dos trabalhadores não podem ser negociadas pelas empresas. Assim, vislumbrando a ocorrência 
de greve com motivação estritamente política, a SDC, por maioria, julgou procedente o pedido 
de abusividade do movimento, vencidos os Ministros Mauricio Godinho Delgado, relator, e Kátia 
Magalhães Arruda. 
 
 
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MAPA MENTAL 
 
 
 
47 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
CISNEIROS, Gustavo. Direito do Trabalho Sintetizado. 1ª ed. Método, 2016. 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do trabalho/ Maurício Godinho Delgado. – 17 
ed. rev. atual. e ampl. – São Paulo: Ltr, 2018. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito do Trabalho. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 34ª ed. Saraiva, 2018. 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao Direito do Trabalho. 43ª ed. Saraiva, 2018. 
RENZETTI, Rogério. Direito do Trabalho para Concursos – Teoria e questões práticas. 5ª ed. 
Método, 2018. 
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho. 8ª ed. Método, 2018. 
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de Direito do Trabalho. 3. ed. atual. São Paulo: LTr, 2000. 
ROMAR, Carla Tereza Martins. Direito do Trabalho Esquematizado. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2018. 
 
	DIREITO DO TRABALHO
	Capítulo 10
	10. Direito Coletivo do Trabalho
	10.1 Introdução
	10.2 Princípios
	10.3 Organização sindical
	10.3.1 Critérios de agregação dos trabalhadores ao sindicato
	Súmula nº 117 - BANCÁRIO. CATEGORIA DIFERENCIADA. Não se beneficiam do regime legal relativo aos bancários os empregados de estabelecimento de crédito pertencentes a categorias profissionais diferenciadas.
	2.1.1
	10.3.2 Prerrogativas e deveres dos sindicatos
	Para o exercício de suas funções a legislação justrabalhista prevê como prerrogativas dos sindicatos:
	10.3.3 Associações sindicais de grau superior
	10.3.4 Custeio
	10.3.5 Conflito de representação
	10.4 Negociação coletiva
	10.5 Greve
	QUADRO SINÓTICO
	QUESTÕES COMENTADAS
	GABARITO
	QUESTÃO DESAFIO
	GABARITO QUESTÃO DESAFIO
	LEGISLAÇÃO COMPILADA
	JURISPRUDÊNCIA
	MAPA MENTAL
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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