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s. reprodutor feminino A função reprodutora feminina é controlada pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovariano O ovário produz as células germinativas e os hormônios esteroidais e peptídicos Hormônios esteroidais influenciam: • desenvolvimento dos órgãos sexuais acessórios • desenvolvimento das glândulas mamárias e tecido ósseo • interações neuroendócrinas ⇾ controle da ovulação • preparação cíclica para fertilização e implantação • metabolismo dos minerais, das proteínas e dos lipídios Estrutura do ovário Pode ser dividido em 3 regiões: 1. córtex ⇾ contém os folículos 2. medula ⇾ estroma (células conectivas de suporte, células produtoras de esteroides e elementos neurovasculares) 3. hilo ⇾ liga a glândula ao mesovário + entrada de nervos e vasos Os folículos ovarianos podem estar em diferentes estágios ⇾ primordiais, primários, formação do antro, folículo de Graaf ou folículos atrésicos São compostos por: ovócito + células granulosas + células da teca DESENVOLVIMENTO FOLICULAR O folículo primordial sofre uma multiplicação rápida nas primeiras 24 semanas de gestação ⇾ 2 milhões de oócitos primários Antes da puberdade ⇾ cerca de 400 mil folículos ovarianos A primeira divisão meiótica é completada somente no momento da ovulação, formando o folículo primário O oócito secreta a zona pelúcida (substância mucoide rica em glicoproteínas) ⇾ separa o oócito das células granulosas As células do estroma adjacentes se diferenciam na teca folicular (camadas concêntricas ao redor do folículo primário) Presença de espaços com fluidos entre as células granulosas ⇾ formação do antro ⇾ o folículo passa a chamar folículo de Graaf O oócito é circundado por células granulosas (cúmulo oóforo) Ainda na fase folicular, 1 folículo torna-se dominante e cresce mais, expelindo seu oócito durante a ovulação Esse oócito dominante só entra em meiose na metade do ciclo menstrual, em razão do aumento dos níveis de LH Mucificação/Expansão ⇾ mudanças estruturais e funcionais nas células granulosas do cúmulo oóforo ⇾ secretam a corona radiata, substância sensível à hialuronidase, expandindo o cúmulo, o que ajuda no transporte na tuba uterina ATRESIA ⇾ processo degenerativo dos folículos que não atingem a maturidade ⇾ necrose do oócito e das células granulosas O folículo que liberou o oócito se reorganiza e forma o corpo lúteo ⇾ células granulosas luteinizadas, células tecais, fibroblastos e capilares invadem a nova estrutura Luteinização ⇾ aparecimento de gotas de lipídios no citoplasma, desenvolvimento de densa matriz mitocondrial e hipertrofia do retículo endoplasmático NÃO fertilização ⇾ corpo lúteo é substituído por uma cicatriz chamada corpo albicans Síntese e secreção de gonadotrofinas LH e FSH pertencem à família de hormônios glicoproteicos hCG também é um hormônio glicoproteico ⇾ secretado pelas células trofoblásticas da placenta Esses hormônios são formados por duas cadeias ⇾ cadeias a similares e cadeias β diferentes ⇾ as estruturas β do LH e do hCG são similares (tamanhos diferentes) LH e FSH são secretados pelos gonadotrofos presentes na adeno-hipófise A regulação é dada pela integração entre o sinal de GnRH e os efeitos de retroalimentação O GnRH é secretado de maneira pulsátil e age na adeno-hipófise ⇾ crucial para a regulação da secreção de LH e FSH Glutamato e kisspoptinas ⇾ estimula a liberação de GnRH GABA e opioides ⇾ inibem a liberação de GnRH INIBINA ⇾ produzida pelo ovário, exerce retroalimentação negativa na hipófise, diminui FSH sérico FOLISTATINA ⇾ produzida pelo ovário, inibe a produção e secreção de FSH ATIVINA ⇾ produzida pelo ovário, aumenta a produção e secreção de FSH Vias GnRH: • receptores acoplados à proteína Gs ⇾ formação de AMP cíclico • ativação da proteína Gq ⇾ ativação da fosfolipase C ⇾ formação de IP3 e diacilglicerol (DAG) ⇾ IP3 libera o Ca2+ do RE ⇾ DAG + Ca2+ estimulam a proteína quinase ⇾ fosforila fatores de transcrição da região promotora de genes regulados por GnRH A secreção de gonadotrofinas é iniciada pela mobilização de Ca2+ intracelular A secreção ideal é obtida pelo sinergismo entre o complexo cálcio-calmodulina e a cascata IP3-DAG-PKC LH e FSH ligam-se a receptores específicos ⇾ os de FSH estão nas células granulosas e o de LH, em diversos tipos de células ovarianas Mecanismo: • acoplam com a proteína Gs ⇾ aumentam a atividade da adenil-ciclase ⇾ aumento de AMP cíclico ⇾ ativa PKA ⇾ fosforila fatores de transcrição O feto já sintetiza FSH e LH na 5ª semana de gestação ⇾ decaem no recém-nascido No 10º ano de vida, a secreção começa a aumentar ⇾ os níveis de FSH aumentam antes Reativação púbere ⇾ de origem central, determinada por ativação do pulso hipotalâmico gerador de GnRH CICLO MENSTRUAL Na puberdade, o hipotálamo começa a secretar o GnRH, que interage com a hipófise para liberar LH e FSH As gonadotrofinas são responsáveis pelo desenvolvimento e maturação do folículo ovariano e secreção de estrógeno Os efeitos do estrógeno na hipófise são inibitórios ⇾ diminui os níveis de gonadotrofinas Aumento de estrógeno na fase folicular do ciclo: • proliferação de células granulosas • estimulação da síntese de IGF-1 • diminuição da apoptose e da atresia folicular • aumento da expressão de receptores de LH Na metade do ciclo ⇾ 17β-estradiol sérico aumenta ⇾ breve efeito de retroalimentação positiva ⇾ desencadeia picos de LH e FSH O pico desses hormônios estimula a ruptura folicular e a ovulação O folículo rompido transforma-se no corpo lúteo ⇾ produz grandes quantidades de progesterona Na ausência de gestação, o corpo lúteo interrompe sua função, os níveis de esteroides diminuem e a menstruação ocorre MENOPAUSA Quando a função dos ovários começa a diminuir Estágio de transição da vida reprodutiva feminina ⇾ os ovários tornam-se refratários às ações das gonadotrofinas, os ciclos menstruais passam a ser irregulares e as mulheres param de ovular e menstruar Sintomas: atrofia vaginal, ondas de calor, redução da libido e acelerada reabsorção óssea (pode levar a síndromes de deficiência de cálcio) PERIMENOPAUSA/CLIMATÉRIO: período compreendido entre o início das mudanças relacionadas com a diminuição da função ovariana e a parada completa da menstruação PÓS-MENOPAUSA: período que se inicia após 12 meses da interrupção da menstruação A principal característica morfológica do ovário com a chegada da menopausa é a perda acelerada de folículos primordiais Característica endócrina: queda acentuada dos níveis de estrógeno e de inibinas Aumento marcante da concentração de FSH e LH A secreção de progesterona virtualmente cessa Aumento de gonadotrofinas ⇾ resultado da perda de controla de retroalimentação por estrógenos e inibina O ovário continua a produzir andrógeno e há pouca mudança na concentração de testosterona circulante Terapia de reposição hormonal ⇾ alivia muitos sintomas da menopausa Estrógenos SÍNTESE E SECREÇÃO Os ovários são a principal fonte de 17β-estradiol circulante na mulher As gonadotrofinas aumentam a atividade de 20,22-desmolase (enzima de clivagem da cadeia lateral do colesterol) O transporte de colesterol para as mitocôndrias de células produtoras de estrógenos é facilitado e aumentam a atividade da aromatase Os estrógenos são sintetizados a partir da androstenediona e da testosterona O ovário contém 17β-hidroxiesteroide-desidrogenase tipo I ⇾ favorece a produção de testosterona e estradiol a partir de androstenediona e estrona, respectivamente A aromatase está presente no RE das células granulosas, dos adipócitos, do sincício-trofoblasto placentário, dos blastocistos antes da implantação, dos ossos, de várias regiões do cérebro, etc. Em mulheres na pós-menopausa, a principal fonte de estrógenos é a estrona, produzida pelo tecido adiposo a partir da DHEA A placenta produz grandes quantidades de estrona e estriol a partir da DHEA fetal O 17β-estradiol liga-sea proteínas plasmáticas ⇾ SHBG e albumina RECEPTORES E MECANISMO DE AÇÃO Os estrógenos exercem seus efeitos fisiológicos pela interação com os receptores de estrógenos (ERa e ERb) São receptores nucleares que agem como fatores de transcrição ativados por ligantes ERa ⇾ predominante no útero, glândula mamária, fígado, rim, coração e ductos deferentes ERb ⇾ predominante em próstata, ovário, bexiga, pulmão e sistemas gastrintestinal e hematopoiético A expressão dos receptores é regulada pelo desenvolvimento sexual, pelo próprio estrógeno e por processos patológicos Mecanismo de ação clássico genômico: ligação do hormônio ⇾ alteração conformacional do receptor ⇾ dissociação das proteínas do choque térmico ⇾ dimerização e fosforilação do receptor ⇾ ligação ao DNA em região específica (ERE) ⇾ regulação da transcrição gênica Os ERs ativados pelo hormônio podem, também, regular a expressão gênica pela interação com outros fatores de transcrição sem ser o ERE Ações rápidas não-genômicas do 17β-estradiol: 1. interação de 17β-estradiol com os clássicos receptores de estrogênio ⇾ leva ao aumento dos níveis intracelulares de AMP cíclico, fosfatos de inositol, Ca2+, óxido nítrico, e ativação de Erk1/2 e Akt/PKB 2. o 17β-estradiol liga-se ao receptor acoplado à proteína G em tecidos-alvo da ação do estrógeno ⇾ leva ao aumento dos níveis intracelulares de AMP cíclico, fosfatos de inositol e ativação de Erk1/2 A regulação é um processo multifatorial, com ações genômicas e rápidas, que convergem para elementos de resposta localizados nos promotores dos genes-alvo do hormônio AÇÕES FISIOLÓGICAS Estrógenos regulam: proliferação, diferenciação, crescimento celular e função dos órgãos do sistema reprodutor feminino e masculino, urogenital, cardiovascular, nervoso central, das glândulas mamárias e do tecido ósseo AÇÕES NO DESENVOLVIMENTO • responsáveis por mudanças que surgem na puberdade e pelos caracteres sexuais secundários femininos • crescimento e desenvolvimento da vagina, útero e tubas uterinas • levam ao desenvolvimento das mamas • testosterona ovariana contribui para o aparecimento dos pelos púbicos e axilares, para a pigmentação da região genital e para o crescimento e secreção das glândulas sebáceas ESTEROIDES GONADAIS SOBRE SISTEMA REPRODUTOR • alterações cíclicas da produção regulam a tuba uterina, o útero, o colo do útero e a vagina • preparam o útero para a implantação ⇾ na fase folicular, reconstroem o endométrio • sem a gravidez, elimina-se o endométrio sob a forma de fluxo menstrual • estrógeno induz a expressão de receptores de progesterona ⇾ resposta ao hormônio na segunda metade do ciclo • na fase lútea, progesterona limita o estrógeno, estimulando a diferenciação e as secreções epiteliais e o crescimento dos vasos endometriais • estrógeno favorece as contrações rítmicas do miométrio uterino e a contratilidade da tuba uterina • estrógeno estimula a proliferação e a diferenciação do tecido epitelial na tuba uterina • estrógeno aumenta a quantidade de água no muco cervical, facilitando a penetração do espermatozoide • na vagina, o estrógeno induz estratificação e cornificação do epitélio, incluindo a indução de gene que codifica a proteína citoqueratina GLÂNDULA MAMÁRIA • estrógenos ⇾ papel importante no crescimento e da diferenciação dos ductos glandulares durante a pré- puberdade, puberdade, maturidade e gravidez/lactação EFEITOS METABÓLICOS • os estrógenos regulam diretamente os osteoblastos e aumentam a síntese de colágeno tipo I, da osteocalcina, da osteopontina, da fosfatase alcalina e de outros mediadores • aumentam a sobrevida dos osteócitos, inibindo a apoptose • diminuem o número e a atividade dos osteoclastos • aumentam a produção pelos osteoblastos da osteoprotegerina • afetam o crescimento ósseo e o fechamento das epífises • elevam ligeiramente os triglicérides e reduzem os níveis séricos de colesterol total • aumento de HDL e diminuição de LDL • ações na parede vascular ⇾ maior produção de óxido nítrico, levando à vasodilatação ⇾ mecanismo que envolve a ativação da Akt e Erk e aumento da atividade da sintetase do NO endotelial Progesterona síntese e secreção A progesterona é secretada pelo ovário durante a segunda metade do ciclo, pela ação do LH Fertilização ⇾ trofoblasto secreta hCG para a circulação materna, sustentando a secreção pelo corpo lúteo Placenta em desenvolvimento começa a secretar estrógeno e progesterona, junto com as suprarrenais fetais No plasma, a progesterona liga-se a proteínas plasmáticas, CBG e à albumina receptores e mecanismo de ação As progestinas exercem seus efeitos fisiológicos pela interação com os receptores de progesterona (PR) Os PRs são expressos em tecidos como útero (endométrio e miométrio), ovários (corpo lúteo), cérebro, osteoblastos, etc A interação da progesterona com PR-A e PR-B leva a respostas funcionais distintas Na maioria das células, a interação da progesterona com PR-B induz atividades hormonais estimulatórias em células em que PR-A é inativo Mecanismo de ação clássico genômico: mudança conformacional dos receptores ⇾ dissociação das proteínas do choque térmico ⇾ dimerização e fosforilação dos receptores ⇾ ligação do dímero ao DNA em região específica (PRE) ⇾ recruta uma cascata de proteínas co-ativadoras ⇾ favorece a interação com proteínas adicionais (CPB e p300) ⇾ acetilação da histona e remodelagem da cromatina ⇾ acesso das proteínas transcricionais basais ⇾ regulação da transcrição gênica Mecanismos de respostas rápidas também são observados pela interação da progestina com outras proteínas Esses efeitos rápidos estão envolvidos na reação acrossômicas do espermatozoide, na modulação da excitabilidade neuronal e na prevenção do trabalho de parto prematuro ações fisiológicas SISTEMA REPRODUTOR FEMININO • a progesterona inibe o desenvolvimento do folículo ovariano pré-ovulatório, agindo diretamente nas células granulosas • as células da granulosa diferenciam-se em células luteínicas ⇾ consequência do pico de gonadotrofinas e da ativação de vários genes-alvo da progesterona • na fase lútea ⇾ progesterona induz o desenvolvimento do endométrio secretor e influencia as glândulas endocervicais a secretar um material viscoso e escasso, dificultando a penetração dos espermatozoides • inibe a atividade mitótica induzida pelo estrógeno • a queda dos níveis de progesterona no final da fase lútea leva a mudanças na matriz extracelular do endométrio e à constrição arteriolar, resultando na menstruação • também está envolvida na regulação do processo de implantação e na manutenção da gestação pela inibição da contratilidade uterina GLÂNDULA MAMÁRIA • durante a gestação, a progesterona leva à proliferação dos ácinos das glândulas mamárias em preparação para a lactação • câncer de mama ⇾ a progesterona aumenta a atividade mitótica do epitélio e há aumento de ciclinas, CDKs e protooncogenes + inibir a expressão de genes responsáveis pela inibição do crescimento celular EFEITOS NO SNC • a progesterona aumenta a temperatura corpórea basal no meio do ciclo ⇾ correlacionada com a ovulação • aumenta a resposta ventilatória dos centros respiratórios ao CO2, reduz a Pco2 na fase lútea e durante a gestação • pode ter ações depressoras sobre o SNC ⇾ sonolência com a administração do hormônio EFEITOS METABÓLICOS • progesterona aumenta os níveis de insulina basal após a ingestão de carboidratos • estimula a atividade da lipoproteína lipase, intensificando a deposição de gordura • aumenta o LDL e apresenta reduções modestas de HDL @rafvieiracampos
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