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Auxiliar de Saúde Bucal (ASB)
Gabrielly Silva Oliveira 
SUS E ESF 
BRASÍLIA DF
2020
Auxiliar de Saúde Bucal (ASB)
Gabrielly Silva Oliveira 
TCC - TRABALHO SOBRE O SUS E ESF
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção do título e certificação no curso de Auxiliar de Saúde Bucal (ASB). 
BRASÍLIA DF
2020
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------4
2. DESENVOLVIMENTO -----------------------------------------------------------------------5
2.1. Criação do SUS------------------------------------------------------------------------5
2.2. Princípios e Diretrizes do SUS-----------------------------------------------------8
2.3. Saúde Bucal no SUS – Brasil Sorridente--------------------------------------10
3. Estruturação das Equipes de Saúde Bucal--------------------------------------------12
4. ANEXOS----------------------------------------------------------------------------------------15
5. CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------16
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS----------------------------------------------------17
1 INTRODUÇÃO 
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).  Já o SUS é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. 
Quanto a saúde bucal, a Política Nacional de Saúde Bucal – Programa Brasil Sorridente é a maior política pública de saúde bucal do mundo. Desde seu lançamento, em 2004, além da expansão e criação de novos serviços de saúde bucal, reorientou o modelo assistencial com a implantação de uma rede assistencial que articula os três níveis de atenção e as ações multidisciplinares e intersetoriais. 
Este trabalho, visa mostrar a criação do SUS, mostrando através de uma pesquisa bibliográfica, as principais diretrizes no SUS- Brasil sorridente e a estruturação das equipes de saúde bucal. 
2 DESENVOLVIMENTO	
Criação do SUS
A sua criação, do SUS proporcionou o acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde (BRASIL, 2020). O SUS fornece serviços de saúde próprios e contrata parte dos serviços junto ao setor privado. O setor privado, constituído por operadoras de planos e seguros privados de saúde, cobre ao redor de um quarto da população brasileira que corresponde principalmente aos extratos de maior renda (SILVA; VIANA, 2011).
O SUS veio da evolução de um direito chamado direito à saúde, que há pouco tempo foi definitivamente estabelecido no Brasil. A constitução Federal diz: Art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
Ao fim da ditadura, as propostas da Reforma Sanitária foram reunidas num documento chamado Saúde e Democracia, enviado para aprovação do Legislativo. Uma das conquistas foi a realização da 8ª Conferência Nacional da Saúde em 1986. Pela primeira vez na história, foi possível a participação da sociedade civil organizada no processo de construção do que seria o novo modelo de saúde pública brasileiro. Essa conferência foi tão importante pois desde o seu tema – “saúde como direito de todos e dever do Estado” – teve como resultado uma série de documentos que basicamente esboçaram o surgimento do Sistema Único de Saúde (POLITIZE, 2018). 
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
Após sua criação em 1988, já em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde, que detalha o funcionamento do sistema e instituiu os preceitos que seguem até hoje. A partir deste momento, a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita. Desde setembro de 2000, quando foi aprovada a Emenda Constitucional 29 (EC-29), o SUS é administrado de forma tripartite, e conta com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Os gestores são responsáveis pela administração dos recursos, sua implantação e qualidade. Atualmente, o orçamento do Governo Federal repassado para o Ministério da Saúde gira em torno 101 bilhões de reais (BRASIL, 2015).
O SUS atende todos que procuram suas unidades de saúde ou tem necessidade de atendimento de emergência. Por exemplo, os atendimentos prestados pelo Samu em acidentes de trânsito são fornecidos pelo SUS e garantidos a todos. Principais informações sobre o SUS: Ele é universal, pois atende a todos sem cobrar nada, independente de raça ou condição social. Integral, pois trata a saúde como um todo com ações que, ao mesmo tempo, pensam no indivíduo sem esquecer da comunidade. Garante equidade, pois oferece os recursos de saúde de acordo com as necessidades de cada um. O SUS é administrado de forma tripartite, ou seja, o financiamento é uma responsabilidade comum dos três níveis de governo - federal, estadual e municipal.
Segundo o Ministério da Saúde (2015). o Sus conquistou diversos avanços desde sua crição. Reconhecido internacionalmente, o Programa Nacional de Imunização (PNI), responsável por 98% do mercado de vacinas do país, é um dos destaques. O Brasil garante à população acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), disponibilizando 17 vacinas para combater mais de 20 doenças, em diversas faixas etárias, na rede pública de todo o país. Há ainda outras 10 vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Também é no SUS que ocorre o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo. O programa cresceu 63,85% na última década, saltando de 14.175 procedimentos em 2004 para 23.226 em 2014. Também dá assistência integral e totalmente gratuita para a população de portadores do HIV e doentes de Aids, renais crônicos, pacientes com câncer, tuberculose e hanseníase (BRASIL, 2015).
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS
Os princípios e diretrizes do SUS são as bases para seu funcionamento, bem como a legislação, organização, Leis, princípios e obrigações. Essa legislação começa a partir do atigo 7 da constituição Federal que diz: Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde - SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
II - Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - Direito àinformação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - Integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e  
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.”
Em relação aos principios e diretrizes, são 13 no total. Sendo eles: 
A universalidade: Segundo a FIOCRUZ (2020), A universalidade é um dos princípios fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS) e determina que todos os cidadãos brasileiros, sem qualquer tipo de discriminação, têm direito ao acesso às ações e serviços de saúde. A adoção desse princípio fundamental, a partir da Constituição Federal de 1988, representou uma grande conquista democrática, que transformou a saúde em direito de todos e dever do Estado. Antes do SUS, apenas pessoas com vínculo formal de trabalho (carteira assinada) ou que estavam vinculadas à previdência social poderiam dispor dos serviços públicos de saúde. A opção para as demais pessoas era pagar pelos serviços privado. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Brasil, 1988: 63)”.
Integridade: Integridade é definida como a qualidade daquele que se comporta de maneira correta, honesta e contrária à corrupção.iz respeito ao leque de ações possíveis para a promoção da saúde, prevenção de riscos e agravos e assistência a doentes, implicando a sistematização do conjunto de práticas que vem sendo desenvolvidas para o enfrentamento dos problemas e o atendimento das necessidades de saúde.
Equidade: Equidade é um dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem relação direta com os conceitos de igualdade e de justiça. No âmbito do sistema nacional de saúde, se evidencia, por exemplo, no atendimento aos indivíduos de acordo com suas necessidades, oferecendo mais a quem mais precisa e menos a quem requer menos cuidados. Busca-se, com este princípio, reconhecer as diferenças nas condições de vida e saúde e nas necessidades das pessoas, considerando que o direito à saúde passa pelas diferenciações sociais e deve atender a diversidade. O princípio da equidade também norteia políticas de saúde, reconhecendo necessidades de grupos específicos e atuando para reduzir o impacto dos determinantes sociais da saúde aos quais estão submetidos. Neste sentido, no Brasil, existem programas de saúde em acordo com a pluralidade da população, contemplando as populações do campo e da floresta, negros, ciganos, pessoas em situação de rua, idosos, pessoas com deficiência, entre outros. (FIOCRUZ, 2020).
Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais (BRASIL, 2019).
Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região. Os objetivos da regionalização são:
Garantir acesso, resolutividade e qualidade às ações e serviços de saúde cuja complexidade e contingente populacional transcendam a escala local/municipal.
2. Garantir o direito à saúde, reduzir desigualdades sociais e territoriais e promover a equidade.
3. Garantir a integralidade na atenção à saúde por meio da organização de redes de atenção à saúde integradas.
4. Potencializar o processo de descentralização, fortalecendo estados e municípios para exercerem papel de gestores e organizando as demandas nas diferentes regiões.
5. Racionalizar os gastos e otimizar os recursos, possibilitando ganhos em escala nas ações e serviços de saúde de abrangência regional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Definir o papel e as atribuições dos gestores do SUS nas três esferas de governo significa identificar as especificidades da atuação no que diz respeito a cada uma dessas macro funções gestoras, de forma coerente com a finalidade de atuação do Estado em cada esfera governamental, com os princípios e os objetivos estratégicos da política de saúde, e para cada campo da atenção na saúde (promoção da saúde, articulação intersetorial, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador, assistência à saúde, entre outros) (LECOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001).
Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.
SAÚDE BUCAL NO SUS – BRASIL SORRIDENTE
Durante anos, a Odontologia esteve à margem das políticas públicas de saúde. O acesso dos brasileiros à Saúde Bucal era extremamente difícil e limitado, fazendo com que as pessoas se acostumassem a só procurar atendimento odontológico em casos de dor. Essa demora na procura ao atendimento aliada aos poucos serviços odontológicos oferecidos fazia com que o principal tratamento oferecido pela rede pública fosse a extração dentária, perpetuando a visão da Odontologia mutiladora e do cirurgião-dentista com atuação apenas clínica. 
O Brasil Sorridente - Política Nacional de Saúde Bucal - é o programa do governo federal que tem mudado a Atenção da Saúde Bucal no Brasil. De modo a garantir ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal da população brasileira, o Brasil Sorridente reúne uma série de ações para ampliação do acesso ao tratamento odontológico gratuito, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). 
A Política Nacional de Saúde Bucal – Programa Brasil Sorridente é a maior política pública de saúde bucal do mundo. Desde seu lançamento, em 2004, além da expansão e criação de novos serviços de saúde bucal, reorientou o modelo assistencial com a implantação de uma rede assistencial que articula os três níveis de atenção e as ações multidisciplinares e intersetoriais. Diante da evolução e dos avanços da Política Nacional de Saúde Bucal, fez-se necessária a criação do livro A Saúde Bucal no Sistema Único de Saúde (SUS) com a união do Caderno de Atenção Básica nº 17 de Saúde Bucal (2006) e o Manual de Especialidades em Saúde Bucal (2008) seguido de suas atualizações. Este material foi produzido por profissionais do serviço público de saúde e pesquisadores de faculdades e universidades, com diferentes experiências de prática profissional clínica e de gestão, que se empenharam em contribuir para a educação continuada de profissionais de saúde, gestores e professores (BRASIL, 2018).
O Brasil Sorridente foi instituído e articulado a outras políticas de saúde e demais políticas públicas, de acordo com os princípios e as diretrizes do SUS. Apresenta como principaislinhas de ação a reorganização da Atenção Básica (especialmente por meio das equipes de Saúde Bucal – eSB – da Estratégia Saúde da Família), da Atenção Especializada ambulatorial (por meio da implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias), a adição de flúor nas estações de tratamento de águas de abastecimento público e a vigilância em saúde bucal (BRASIL, 2004b; PUCCA et al., 2009). As diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal buscam contemplar o estabelecido pela Constituição Federal do Brasil (capítulo II, seção II, artigo 196) (BRASIL, 1988): “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, p. 21., 2018).
As principais linhas de ação do programa são: 1. Reorganização da Atenção Básica em saúde bucal, principalmente com a implantação das Equipes de Saúde Bucal na Estratégia Saúde da Família; 2 Ampliação e qualificação da Atenção Especializada, em especial com a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias. Na Atenção Especializada encontra-se também a Assistência Hospitalar.
O Brasil Sorridente contempla ainda o Brasil Sorridente Indígena e apresenta interface com outras ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, o que ajuda a compreender seu alcance. Saiba mais sobre as ações em Saúde Bucal nas seguintes ações do governo federal: Programa Saúde na Escola , Brasil sem Miséria, Plano Nacional para Pessoas com Deficiência, Qualificação Profissional e Científica e Fluoretação das Águas de Abastecimento Público (Ministério da Saúde, 2018). 
O gestor do SUS, independentemente da instância de atuação (federal, estadual ou municipal) deve ter o planejamento em saúde (Plano de Saúde e respectivas Programações Anuais e Relatório de Gestão) norteando os instrumentos de planejamento e orçamento de governo (Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual).
Para o atendimento no SUS em relação a saúde bucal, é necessário que dados e informações sejam confirmadas. 
Informações Gerais: 
População, especificando-se divisões em urbano/periurbano/rural, por idades, etc. ∙ Renda per capita anual e mensal estimada. 
Dados de escolaridade (públicas/privadas e grau de ensino). ∙ 
Organização geral do sistema de saúde (grau de descentralização, autonomia do poder local, modelo de financiamento). ∙ 
Oferta de Pessoal médico, de Enfermagem, de Odontologia e de outras categorias. 
Unidades de saúde existentes e tipo de serviços prestados. 
Instituições formadoras de recursos humanos, com oferta de vagas e número de profissionais formados anualmente na área médica, odontológica e quanto a técnicos e pessoal auxiliar.
Epidemiologia: 
Prevalência de cárie. 
Tendencia de processos de cárie. 
Doença periodontal. 
Indicadores de saúde. 
Identificação da existência de rede pública de abatecimento de água tratada, sua cobertura populacional e presenças da fluorestação em teor ótimo para a região, o acesso a outros métodos sistêmicos de uso de flúor
Oferta de serviços odontológicos:
Número total de profissionais (setor público e privado). 
Existência de planos de saúde e empresas de seguro-saúde. 
Levantamento da capacidade instalada dos serviçoes públicos filantrópicos, universitários e privados disponíveis à população. 
Identificação dos serviços públicos de atenção primária, secundária e terciária. 
Disponibilidade de serviços preventivos públicos e privados de ações de educação em saúde. 
Sistema de vigilância Sanitária.
Informações qualitativas:
Opinião da população em relação à quantidade e qualidade dos serviços de atenção à saúde bucal disponíveis. 
Condicionantes políticos e econômicos que favoreçam ou dificultem a ação setorial, incluindo a identificação de focos de resistência e de restrição efetiva ou potencial ao desenvolvimento das ações desejadas ou previstas, núcleos de poder político, econômico, administrativo, efetivos ou que possam ter influência na superação dos problemas existentes (PINTO, 2013; ROSA et al., 1992; GOES; MOYSÉS, 2012, adaptado).
O planejamento pode ser feito da seguinte forma: realização de reuniões domiciliares para discussão e elaboração de documento que priorize uma demanda voltada aos principais agravos (cárie e doença periodontal), ressaltando a importância de métodos preventivos, como higiene oral e alimentação (BRASIL,, 2018).
As RAS estruturam-se para enfrentar uma condição de saúde específica, por meio de um ciclo completo de atendimento (PORTER; TEISBERG, 2007). As Redes de Atenção à Saúde (RAS) constituem-se de três elementos básicos: 
a. População
b. Estrutura operacional
c. Modelo de atenção à saúde (MENDES, 2011).
A população sob responsabilidade das RAS vive em territórios sanitários singulares, organiza-se socialmente em famílias e é cadastrada e registrada em subpopulações por riscos sociossanitários. Não basta, contudo, o conhecimento da população total: ela deve ser segmentada, subdividida em subpopulações por fatores de riscos e estratificada por riscos em relação às condições de saúde estabelecidas (MENDES, 2011).
A estrutura operacional das RAS é constituída pelos pontos da rede e pelas ligações materiais e imateriais que comunicam esses diferentes nós. A estrutura operacional das RAS compõe-se de cinco componentes: 
1. Centro de comunicação, a Atenção Básica. 
2. Pontos de atenção à saúde secundários e terciários. 
3. Sistemas de apoio (sistema de apoio diagnóstico e terapêutico, sistema de assistência farmacêutica e sistema de informação em saúde).
4. Sistemas logísticos (cartão de identificação das pessoas usuárias, prontuário clínico, sistemas de acesso regulado à atenção e sistemas de transporte em saúde). 
5. Sistema de governança. Os três primeiros correspondem aos pontos da rede; e o quarto, às ligações que comunicam os diferentes nós (BRASIL apud MENDES, 2011). O processo de trabalho dentro de uma rede assistencial organizada por meio de diferentes níveis de governança exige uma base populacional e uma base territorial para atuação dos serviços. Nesse sentido, a criação de territórios sanitários, áreas e população de responsabilidade de serviços é fundamental para a conformação de redes de atenção. Considerando esses aspectos, a rede pode ter organização local, distrital, municipal ou regional e ser composta por Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), Centros de Apoio Diagnóstico (CAD), Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD), Unidades de Pronto Atendimento (UPA), farmácias e hospitais de referência (BRASIL, 2018).
6. O Brasil Sorridente é, portanto, a política de saúde bucal do SUS, com progressivas articulações transversais em ações dentro do Ministério da Saúde junto a outros ministérios. Essas ações buscam o enfrentamento das iniquidades e geram acesso para populações em situação de vulnerabilidade, como Rede Cegonha, Plano Brasil sem Miséria, Programa Saúde na Escola, Programa Viver sem Limite (para pessoas com deficiência), Unidades de Pronto Atendimento 24 horas e ações dirigidas para população indígena, população negra e quilombolas, assentamentos e população rural, população ribeirinha, população idosa, população encarcerada e população em situação de rua (MOYSÉS, 2013). 
O Brasil Sorridente, além da expansão e da criação dos serviços odontológicos, reorientou completamente o modelo assistencial. Iniciou a implantação de uma rede assistencial de saúde bucal, que articula não apenas os três níveis de atenção, mas principalmente as ações multidisciplinares, multiprofissionais e intersetoriais. Este parece ser um dos grandes desafios da Odontologia, constituir-se como uma área da integralidade, conformando uma rede de atenção à saúde que supere as especificidades odontobiológicas. Impactos epidemiológicos são produtos de ações intersetoriais, emque a prática odontológica é parte integrante e constituinte de um todo que agrega ações setoriais, educacionais, ambientais, sociais, entre outras (BRASIL, 2018).
Figura 1 – Principais ações da Política Nacional de Saúde Bucal – Brasil Sorridente
Integração ensino-serviço
GraduaCEO
Reestruturação e qualificação
Promoção e prevenção
Reorganização da Atenção Primária em Saúde Bucal
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL
Equipe de Saúde Bucal
Fluoretação das águas de abastecimento público
Alta complexidade
Atenção odontológica no credenciamento
de Cacon e Unacom
Trat. Odont. para pacienes
com necessidades especiais
Vigilância e monitoramento
Centros colaboradores de Vigilância em Saúde Bucal
Fonte: Ministério da Saúde.Ampliação
e qualificação da Atenção Especializada
Adesão RCPD
Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias
Centros de Especialidades Odontológicas
Incentivo à pesquisa em saúde bucal coletiva
Capacitação de profissional
Telessaúde
Pmaq AB/CEO
Fornecimento de Equip. p/ ESB e Centros Cirúrgicos
CONCLUSÃO
Considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde existentes, o SUS é descrito pelo Ministério da Saúde como “um sistema ímpar no mundo, que garante acesso integral, universal e igualitário à população brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de órgãos. 
O sus tornou-se um dos meios mais procurados para cuidados com a saúde no Brasil. Além de contar com todos os tipos de atendimento médico, o Sus disponibiliza ainda, os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica.
Segundo o portal do governo em média 152 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS para ter acesso aos serviços de saúde (80% do total da população brasileira). São realizados cerca de 2,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais, anualmente, 9,7 milhões procedimentos de quimioterapia e radioterapia, 236 mil cirurgias cardíacas e 19 mil transplantes. 
Com a criação do Brasil Sorridente o Sus passou a dá importância a saúde bucal da população. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 7 milhões de brasileiros são beneficiados com tratamento odontológico através do SUS. 
Uma pesquisa do Globo.com, mostrou que em média, 49% dos brasileiros não consideram atendiemnto odontológico um atendimento de fácil acesso no Brasil, em média 69% não sabe que tem direito a saude bucal, através do SUS. Isso evidencia que a inclusão da saúde bucal no SUS, tem grande benefício para a população, só carece de mais divulgação do serviço por parte das autoridades. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. A saúde bucal no Sistema Único de Saúde [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
SILVA, H.; VIANA, A. O financiamento do sistema de saúde no Brasil, gasto em saúde e as modalidades para sua racionalização. In: IBAÑEZ, N.; ELIAS, P. M.; SEIXAS, P. H. (Org.). Política e gestão pública em saúde. São Paulo: Hucitec, 2011. p. 179-203.
PINTO V. G. Planejamento. In: ______. Saúde Bucal Coletiva. São Paulo: Editora Santos, 2000. Cap. 2. p. 8-30.
ROSA, A. G. F. et al. O que fazer nos municípios?. Rio de Janeiro: Rede CEDROS; 1992. (Cadernos de Saúde Bucal, v. 1).
SOUZA, Djalmo Sanzi. Gestão do processo de trabalho das equipes de saúde bucal na atenção primária à saúde In: GOES, P. S. A.; MOYSÉS, S. J. (Org.). Planejamento, Gestão e Avaliação de Saúde Bucal. São Paulo: Artes Médicas, 2012. p. 133.
MENDES, Eugênio Vilaça. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
MOYSÉS, S. J. Saúde Coletiva: Políticas, Epidemiologia da Saúde Bucal e Redes de Atenção Odontológica. São Paulo: Artes Médicas, 2013.
POLITIZE, A história da saúde pública no Brasil e a evolução do direito à saúde. 2018. Disponível em: https://www.politize.com.br/direito-a-saude-historia-da-saude-publica-no-brasil/. Acesso em 8 de fevereiro de 2020

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