Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LEIS DE INCENTIVO ESSA P UBLICA ÇÃO NÃO P ODE S ER COME RCIALI ZADA GRATU ITA 4 M Ó D U LO 2 CAPACITAÇÃO DE AGENTES CULTURAIS ESTRATÉGIAS DE CULTURA E ARTE PARA O FUTURO 1 Olá, cursistas. Neste fascículo, compartilhare-mos com vocês o funciona-mento da lógica do mecanismo fiscal de incentivo às diversas áreas culturais, como música, teatro, dança e artes visuais (a denominada “Lei Rouanet”) e dos outros cinco mecanis- mos exclusivos ao audiovisual previstos na chamada “Lei do Audiovisual” e na Medida Provisória nº 2228/2001, todas federais, ou seja, aplicáveis para todo o território nacional. Navegaremos junto de uma forma (espe- ramos) leve e de fácil acesso. Nada daquele “juridiquês” rebuscado e de difícil compre- ensão. Pretendemos mostrar que, uma vez compreendida a lógica de funcionamento, muito provavelmente vocês conseguirão en- tender os demais mecanismos, uma vez que a Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rou- anet, é a “mãe de todas”, e inspirou as demais esferas governamentais (estaduais e munici- pais) a criarem seus próprios mecanismos. É verdade que para fazer uso desses mecanismos vocês deverão saber trabalhar com burocracia, não podemos negar. E ela existe para que o Estado (representado pe- los Ministérios, Secretarias e outras entida- des da administração pública) possa fazer o “cara-crachá” dos projetos aprovados e executados com os recursos incentivados, cuja natureza é pública. Uma vez diante de um projeto incentiva- do pelos mecanismos fiscais, vocês serão considerados, para fins do manejo dos recur- sos financeiros, agentes públicos indiretos. E o que isso significa? Significa que vocês deverão seguir regras (rígidas) quando da captação e uso desses recur- sos, pois eles deixaram de entrar para os cofres públicos e foram redirecionados para o seu projeto cultural para que pos- sa cumprir apenas o que vocês se com- prometeram: o objetivo de seu projeto! APRESENTAÇÃO Por fim, demonstraremos como cada agente cultural, seja como pessoa física (gestor, produtor e artista, por exemplo) ou como pessoa jurídica (como associações e empresas produtoras), precisa conhecer minimamente esses mecanismos para am- pliar as possibilidades de financiamento e, consequentemente, viabilizar seus pro- jetos artístico-culturais. Esse conhecimento adquirido é auto- maticamente reconhecido pelo mercado quando vocês saem para captar recur- sos e, ao ser perguntado pelo potencial financiador se seu projeto é incentivado, vocês respondem que sim (ou que ainda não, mas pode ser!). Sem dúvida vocês ganharão um ponto a mais se puder ain- da desenrolar uma conversa com ele so- bre esse assunto. Esperamos poder contribuir com seus planos de médio e longo prazo e, conse- quentemente, para a promoção da cultu- ra brasileira! Vamos juntos nessa? Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 50 2 O Estado no âmbito federal (país) atua na área da cultu-ra por meio (hoje) do Ministério do Turismo, mais es-pecificamente pela Secretaria Especial da Cultura/Secult. Esta Secretaria, por sua vez, atua por meio de órgãos específicos. A seguir, apenas os que interessam ao nosso tema de estudo: • Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura/Sefic. É a secretaria mais relevante neste fascículo, pois é responsável por desenvolver, propor e executar “mecanismos de fomento e incentivo para programas e projetos culturais, bem como executar instrumen- tos que envolvam transferência de recursos no âmbito de sua área de atuação. A Sefic planeja, coordena e supervisiona a operacionalização do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), na aprovação, monitoramento e prestação de contas de projetos culturais, e também do Vale-Cultura, criado pelo Programa de Cultura do Trabalhador” (Se- cretaria Especial da Cultura, 2020). • Secretaria Nacional do Audiovisual/SAV Criada em 1992, essa secretaria cuida da “formação, produção in- clusiva, regionalização, difusão não-comercial, democratização do acesso e preservação dos conteúdos audiovisuais brasileiros, respei- tadas as diretrizes da política nacional do cinema e do audiovisual e do Plano Nacional de Cultura. É responsável por diversos editais de fomento à produção audiovisual brasileira” (Secretaria Especial da Cultura, 2020). Sob seu chapéu estão o Centro Técnico Audiovisual (CTAv) e a Cinemateca Brasileira. Também integra a estrutura do Ministério do Turismo sete enti- dades vinculadas ao setor cultural, sendo três autarquias e quatro fundações: (1) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), (2) Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), (3) Agência Nacio- nal do Cinema (Ancine), (4) Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), (5) Fundação Cultural Palmares (FCP), (6) Fundação Nacional de Ar- tes (Funarte) e (7) Fundação Biblioteca Nacional (FBN). Especificamente ao que se refere ao audiovisual, a Ancine é uma autarquia especial, “que tem como atribuições o fomento, a regula- ção e a fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil. É administrada por uma diretoria colegiada aprovada pelo Senado e composta por um diretor-presidente e três diretores, todos com man- datos fixos, aos quais se subordinam três Secretarias (Executiva, de Gestão Interna e de Políticas de Financiamento), além de cinco Su- perintendências (Análise de Mercado, Desenvolvimento Econômico, Fiscalização, Fomento; e Registro)” (Ancine, 2020). Entender toda essa estrutura é importante, pois indica, caso vo- cês solicitem apoio financeiro por meio da Lei de Incentivo Fiscal Federal, por onde o seu projeto passará e/ou será analisado. O caminho do projeto é longo e, a depender da área cultural (literatu- ra, teatro, música, audiovisual...), será encaminhado para uma ou mais entidades destas. Por exemplo: um projeto de apresentações musicais deverá ser apresentado e aprovado pela Secult, sendo que a Funarte fará a aná- lise técnica do projeto, indicando a sua aprovação ou não ao secre- tário. O mesmo acontecerá com um projeto de teatro, circo e artes plásticas. Já um projeto de restauro, por exemplo, de um antigo ca- sarão do século XVIII (portanto, um patrimônio histórico), deverá ser analisado pelo Iphan, que é quem entende do assunto para então recomendar ou não a aprovação ao secretário. Essa lógica é a mes- ma para projetos audiovisuais, que contam com a Ancine e a SAV. O que queremos dizer é que quando o assunto é cultura, cada área tem um caminho específico para percorrer até ser aprovado e, obviamente, ter suas contas prestadas, afinal, a todo momento que estamos falando de incentivo fiscal, estamos falando de manejo/ uso de recursos públicos. Nunca se esqueçam disso. A seguir, o caminho que esperamos que vocês cruzem com sucesso por diversas vezes depois desse curso: QUEM É QUEM PARA CURIOSOS Na Biblioteca Virtual do AVA vocês encontrarão diversos links para acesso a essas entidades e outras mais de seu interesse. Façam um pequeno turismo por essas páginas e se deem um tempo para conhecê-las e descobrir no que elas podem ser úteis para vocês e aos seus projetos. Propositura do projeto (abertura do processo administrativo) Abertura das contas bancárias específicas do projeto Captação de recursos junto a incentivadores Exame de admissibilidade e enquadramento Publicação no Diário Oficial da União (DOU) Gestão dos recursos incentivados (execução do projeto) Análise técnica Parecer de aprovação parcial ou total ou reprovação Prestação de contas ao órgão de controle LEIS DE INCENTIVO 51 P ara financiar um projeto cultural precisa ter disposição e criativi-dade. Além da velha e conhecida forma de “passar o chapéu” para amigos, familiares e público, existem tam- bém políticas públicas que podem (e de- vem!) ser acessadas. E o incentivo fiscal é apenas uma delas. Pensando primeiramente na fonte de recursos, podemos ter um edital de patrocínio da Petrobrás ou do Instituto Avon, por exemplo. Assimcomo um em- préstimo junto ao BNDES ou ao Nubank. Por isso, estamos aqui estamos falando de origem do recurso (dinheiro), que pode vir do setor público ou privado. Agora, quando pensamos na modali- dade de aporte desses recursos, estamos diante da forma como ele é aplicado no seu projeto. Nos exemplos anteriores, o patrocínio da Petrobrás ou do Instituto Avon, assim como o empréstimo do BN- DES e/ou do Nubank. Vocês já devem estar se coçando para dominar essa linguagem, não é? Ótimo, pois dominá-la será um diferencial naquele mo- mento em que vocês, profissionais, se sen- tarem numa mesa de negociação com um potencial financiador/apoiador e precisar manter as expectativas alinhadas (e sabe- mos que na hora da venda/compra, muitas promessas são feitas). Tomemos como exemplo a seguinte si- tuação: vocês estão indo atrás de “patro- cínio” e um possível financiador do seu projeto diz que quer “investir” em marke- ting cultural. Conversa vai, conversa vem e vocês chegam a um denominador comum: ele aportará uma quantia em seu projeto e em contrapartida (retorno/recompensa) ele espera ficar com uma porcentagem da sua bilheteria. Percebam, estamos lidan- do com o quê aqui: patrocínio ou investi- mento? No sentido comum, ele está patro- cinando seu projeto, mas, tecnicamente, está investindo, já que as receitas serão divididas entre vocês. Fica claro que existem muitas formas possíveis de vender seu projeto e de captar recursos, sejam eles financeiros, 3 ONDE ESTÁ O DINHEIRO? Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 52 humanos ou materiais (e é importante que vocês as conheçam), dentro do setor privado ou público, nacional ou interna- cional. Vejamos a seguir: • Patrocínio: um aporte em contrapartida à visibilidade de marca (do patrocinador); • Doação: um aporte em contrapartida a... nada! Sim, existe essa possibilida- de, mas é de bom tom inserir o nome dos doadores nos agradecimentos/cré- ditos, mesmo que não haja essa expec- tativa nem obrigação; • Empréstimo: um aporte em contrapartida à obrigação de devolução com juros e cor- reção monetária, a depender do negociado; • Coprodução: um aporte em contrapartida à participação patrimonial no projeto, ou seja, esse parceiro se torna um “sócio” do seu projeto. Esse conceito ficará mais claro quando estudarem direitos autorais, mas, em suma, para fins de entendimento deste fascículo, trata-se de dividir o ônus (obriga- ções) e o bônus (vantagens, reconhecimen- to, benefícios) do projeto, normalmente, na mesma proporção. Exemplo: João e Maria são coprodutores em 50% cada, de modo que cada um deles investe metade dos va- lores necessários para a produção e, conse- quentemente, cada um é titular de metade dos direitos que vierem a partir da comercia- lização do projeto (bilheteria, por exemplo). • Investimento: um aporte em contrapar- tida à possibilidade de retorno financeiro. Isso indica que não há garantia de devo- lução dos valores aportados, diferente do empréstimo, no qual existe a obrigação de devolução, como já dissemos. Em regra, projetos comerciais tendem a chamar mais a atenção dos investidores dado o seu potencial (possibilidade) de retorno. O mais interessante disso tudo é que existem mecanismos de incentivo fiscal à cultura para basicamente todas essas mo- dalidades de aporte. Isso significa dizer que é possível que seu projeto ofereça aos potenciais financiadores as contrapartidas de cada modalidade (retorno de marca, receitas, participação patrimonial etc.), além dos benefícios fiscais. PARA REFLETIR Quando vocês inscreverem seu projeto via Mecenato, podem ir planejando a sua captação de recursos. Os iniciantes, muitas vezes se preocupam tanto em ser aprovados, que esquecem de elaborar um plano real de captação, no qual prevejam as empresas que poderiam ter interesse em patrocinar o projeto aprovado. Uma dica para se chegar ao perfil desse potencial patrocinador é, por exemplo, conhecer quais empresas fazem uso das leis de incentivo fiscal à cultura e/ ou audiovisual no próprio site da Secult e da Ancine. Procurem descobrir também que projetos ela apoia ou já apoiou. Um bom indicativo também é conhecer a missão e os valores dessas empresas, pois, lembrem-se, seu projeto deve agregar à marca delas. Todas essas informações vocês podem conseguir facilmente na leitura do site dessa empresa. LEIS DE INCENTIVO 53 INCENTIVO FISCAL: CONCEITO O s incentivos fiscais são soluções criadas pelos governos para estimular a determinados se-tores da economia de interesse estratégico. Sempre que há necessidade de investimento maciço em determinado setor, cria-se um estímulo tributário para que re- cursos sejam canalizados para o segmento específico. Com a cultura não foi diferente. As leis de incentivo fiscal vieram para tornar possível a parceria entre o artista/ produtor cultural, o patrocinador e o Estado (governo federal, estadual, municipal) na re- alização de um projeto cultural: “o primeiro contribui com o trabalho criativo, o segun- do com os meios para sua concretização, e o terceiro com o estímulo – na forma de incentivo fiscal – para que a sociedade par- ticipe do projeto” (MALAGODI, 2004). A partir de então, a sociedade adquire consciência de sua importância e passa a contribuir vo- luntariamente, o que dificilmente acontece sem o estímulo fiscal dado pelo Estado. A cultura pertence ao grupo de setores que carecem de estímulo governamental para conseguir seu impulso inicial, uma vez presente a dimensão econômica da cultura, que é tida como fator de geração de riqueza e emprego e desenvolvimento econômico. E umas das formas de apoio aos agentes cul- turais é o incentivo fiscal (assim como sub- venções, fundos de risco, microcréditos etc.). A lógica por trás das leis de incentivo é basicamente a mesma: o Estado renuncia (ou seja, “abre mão”) ao direito de arrecadar (“receber”) determinados valores, permitin- do que esses valores sejam “transferidos” em prol de projetos que tenham sido pre- viamente aprovados por um órgão que o represente, isto é, que verifique se o projeto atende aos interesses, conveniências e opor- tunidades públicos. Por outro lado, concede ao incentivador o direito de escolher em qual projeto dedicar parte daquele tribu- to que deveria ser pago ao Estado. Entendida essa lógica, , o que vai mu- dar são os detalhes, como o tributo, as porcentagens, a modalidade de aporte e o contribuinte tributário (quem deve pagar o tributo). De qualquer forma, o funcionamento será sempre o mesmo: ao invés daquele dinheiro que seria pago na forma de tributo ser recolhido aos cofres públicos, ele será realocado, ou seja, destinado a um projeto incen- tivado. Simples, não é? 4 PARA CURIOSOS Não deixe de fazer uma visita à página da Lei de Incentivo à Cultura da Secretaria Especial da Cultura. Nela, vocês conhecerão a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), o Sistema de Acesso às Lei de Incentivo à Cultura (Salic), terão acesso a vídeos e tutoriais, encontrarão os principais conceitos, leis, instruções normativas, manuais, entre outros conteúdos importantes para vocês que desejam se iniciar profissionalmente no ramo de projetos e ações culturais. É bem possível (e importante!) que visitar essa página se torne uma rotina. Quer ver? ACESSE: leideincentivoacultura. cultura.gov.br/ Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 54 MECANISMOS FEDERAIS DE INCENTIVO FISCAL À CULTURA E AO AUDIOVISUAL Os mecanismos são oito, divididos em três normativos: LEI ROUANET (LEI Nº 8.313/91) • Art. 18: patrocínio e doação • Art. 26: patrocínio e doação • Art. 1º: investimento • Art. 1ºA: patrocínio e doação • Art. 3º: coprodução • Art. 3ºA: coprodução LEI DO AUDIOVISUAL (LEI Nº 8.685/93) • Art. 39-X: coprodução • Funcines: investimento MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2228-1/01 D ado que a Lei Rouanet é a “mãe de todas as leis”, umavez que foi a primeira das três a ser promul-gada (o que se deu em 23 de dezembro de 1991), o entendimento do seu mecanismo de incentivo fiscal (conhecido popularmente de “Mecenato”) se faz essencial para o entendimento das demais. 5.1. Lei Rouanet (Mecenato) O mecenato é o nome dado ao mecanismo de financiamen- to à cultura por meio do incentivo fiscal instituído pela Lei Fe- deral de Incentivo à Cultura, a “Lei Rouanet”, e regulamentado pelo Decreto nº 5.761/06. Por meio dele, produtores culturais 5 podem buscar apoio junto a pessoas físicas pagadoras de Im- posto de Renda (IR) e empresas tributadas com base no lucro real, que por sua vez terão benefícios fiscais sobre o total ou parte do valor por elas direcionado, seja mediante doação ou patrocínio, desde que os projetos culturais tenham sido apro- vados pela Secretaria Especial da Cultura. As pessoas físicas poderão dedicar 6% do IR devido por elas (cuja alíquota vai depender da faixa de renda), ao passo que as pessoas jurídicas podem dedicar até 4%. Os repasses através de incentivo fiscal variam de acordo com as porcentagens concedidas pelos artigos 18 e 26. A existência de dois mecanismos não é à toa: as áreas culturais previstas no artigo 26 são consideradas de maior interesse do público e, consequentemente, dos patrocinadores: Artigo 26 • Teatro, dança, circo, ópera, mímica e congêneres; • Produção cinematográfica, videográfica, fotográfica, discográfica e congêneres; • Literatura, inclusive obras de referência; • Música; • Artes plásticas, artes gráficas, gravuras, cartazes, filatelia e outra s congêneres; • Folclore e artesanato; • Patrimônio cultural, inclusive histórico, arquitetônico, arqueoló- gico, bibliotecas, museus, arquivos e demais acervos; LEIS DE INCENTIVO 55 • Humanidades; e • Rádio e televisão, educativas e culturais, de caráter não-comercial.” Para compensar essa demanda, se en- tendeu que deveria existir um mecanismo que atendesse exclusivamente as áreas menos fomentadas pelo próprio merca- do, resultando no artigo 18: Artigo 18 • Artes cênicas; • Livros de valor artístico, literário ou humanístico; • Música erudita ou instrumental; • Exposições de artes visuais; • Doações de acervos para bibliotecas pú- blicas, museus, arquivos públicos e cine- matecas, bem como treinamento de pes- soal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos; • Produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média me- tragem e preservação e difusão do acervo audiovisual; e • Preservação do patrimônio cultural mate- rial e imaterial. • Construção e manutenção de salas de cine- ma e teatro, que poderão funcionar também como centros culturais comunitários, em Mu- nicípios com menos de cem mil habitantes Segundo a Instrução Normativa nº 2/2019 do Ministério da Cidadania, “O pro- jeto que simultaneamente contenha ações contempladas pelos artigos 18 e 26 da Lei nº 8.313/91, será enquadrado em apenas um dos dispositivos, de acordo com o produto principal do projeto, nos termos do Anexo IV.” (Art. 7º). O tal Anexo IV, por sua vez, diz que “Os incentivadores de projetos que se en- quadrem na listagem deste anexo farão jus ao benefício de que trata o § 1º do art. 18 da Lei nº 8.313, de 1991. Para os demais projetos, enquadrados no art. 25. Da lei, os incentiva- dores farão jus ao benefício do art. 26”. Sabendo dessas informações, o propo- nente tem essas áreas culturais como norte sobre quais projetos pode apresentar e qual a porcentagem permitida de abati- mento fiscal do seu patrocinador/doador. Caso o projeto seja enquadrado no Arti- go 26, o contribuinte tributário poderá de- Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 56 duzir do IR devido os valores efetivamente contribuídos em favor do seu projeto de acordo com os seguintes percentuais: Art. 26 Incentivador Pessoa Física Pode deduzir até 6% do IR devido Doação: 80% do valor aportado é abatido Patrocínio: 60% do valor aportado é abatido Doação: 40% do valor aportado é abatido Patrocínio: 30% do valor aportado é abatido Lançamento como despesa operacional Incentivador Pessoa Jurídica Pode deduzir até 4% do IR devido Percebe-se que o mecanismo de abatimento do artigo 26 é parcial, que varia de 30% para patrocínio e 40% para doação do valor aportado, limitado a 4% (quatro por cento) do IR devido por pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real e 60% (sessenta por cento) para patrocínio e 80% (oitenta por cento) para doação do valor aportado, limitado este a 6% do IR devido. Com a redução de base de cálculo pelo lançamento como despesa operação, chega-se a abater de 64% a 73% dos im- postos federais devidos. SAIBA MAIS Além das leis de incentivo, existem diversos editais privados. Algumas empresas abrem seus próprios editais de cultura. Neles, exigem, além do envio de seu projeto, a aprovação desse projeto pela Lei Rouanet ou pelas leis estaduais ou municipais de incentivo, mecanismos que fornecem benefícios da isenção fiscal. Em casos assim, vocês não precisarão realizar a captação, pois a própria empresa realizadora desse edital, consequentemente, será a sua patrocinadora. LEIS DE INCENTIVO 57 No caso de enquadramento no Artigo 18, essas porcenta- gens mudam: Art. 18 Incentivador Pessoa Física Pode deduzir até 6% do IR devido Doação ou Patrocínio: 100% Doação ou Patrocínio: 100% Incentivador Pessoa Jurídica Pode deduzir até 3% do IR devido Assim, o mecanismo do artigo 18 é o abatimento integral do IR devido, limitado a 4% sobre este (somente do IR: não conta adicional ou CSLL), para pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, e 6% (seis por cento) para pessoas físicas que in- vestirem no projeto cultural. 5.2. Incentivos Fiscais Federais ao Audiovisual Os seis mecanismos exclusivos ao audiovisual são geridos pela Ancine e incidem sobre o Imposto de Renda e sobre a Condecine. Condecine Um tributo específico do mercado audiovisual recolhido apenas pelos agentes deste mercado (produtoras, distribuidoras, operadoras de telecomunicações e exibidoras). Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 58 Seguindo a lógica de modalidade de investimento, passemos a analisar o Art. 1º da Lei do Audiovisual que prevê que, até o fim de 2024, os contribuintes de IR poderão deduzir do imposto devido as quantias investidas na produção de obras audiovisuais brasileiras de produ- ção independente, mediante a aquisição de quotas representativas dos direitos de comercialização destas obras, desde que esses investimentos sejam realizados no mercado de capitais, em ativos pre- vistos em lei e autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e os proje- tos de produção tenham sido previamen- te aprovados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). A dedução está limitada a 3% do IR devido pelas pessoas físicas e a 1% do IR devido pelas pessoas jurídicas, sen- do que, no caso destas, poderá, também, abater o total dos investimentos efetua- dos como despesa operacional. Notem que os projetos contemplados são de produção de obras cinematográ- ficas (curta, média e longa-metragem), obras televisivas (séries, telefilmes, pro- gramas educativos e culturais etc.) e pro- jetos nas áreas de distribuição, exibição e infraestrutura técnica. Outro detalhe interessante é a moda- lidade: investimento. Isso significa que o incentivador poderá, além de (a) inserir sua marca (logotipo) nos créditos e nos materiais de divulgação (a lei nada proí- be quanto a isso), (b) ter direito a receber parte das receitas geradas com a comer- cialização do projeto (seja obra audiovi- sual, seja um parque exibidor). Tal investimento é feito com incentivo fis- cal, ou seja, o montante utilizado pelo incen- tivador para comprar as quotas poderá ser lançado como despesa operacional (no caso de pessoa jurídica) e 100% abatido do IR de- vido, de modo que, na prática, ele não ape- nas terádedução fiscal de 125%, mas tam- bém terá chances de ganhar dinheiro com o investimento feito (obviamente, se o projeto tiver uma boa performance comercial). É um ótimo argumento para conquis- tar apoiadores, não é? Dado que esse mecanismo é de inves- timento, a lei exige a participação da Co- missão de Valores Mobiliários (CVM), o que implica a intermediação por correto- ras. Portanto, notem que os trâmites aqui são relativamente mais complexos que os mecanismos de patrocínio e doação, e que não apenas as normas da Ancine deverão ser seguidas, mas também as da CVM. Seguindo a mesma lógica de inves- timento, temos o Fundo de Financia- mento da Indústria Cinematográfica Nacional, o Funcine, previsto na MP nº 2228/2001. No caso das pessoas físicas, a dedução prevista fica sujeita ao limite de 6% do IR devido, ao passo que para pessoas jurídicas, a 3%. A lógica do incentivo é a mesma do Art. 1º: o valor utilizado para a compra das quo- tas é abatido integralmente do IR devido do incentivador (entretanto, nesse caso, não pode ser lançado como despesa ope- racional). É imprescindível ter a CVM envol- vida no processo, e a compra das quotas dá direito ao incentivador de participar, se houver, das receitas do projeto. A diferença aqui é que no Funcine o in- centivador não compra quotas de um pro- jeto específico, mas, sim, de um Fundo, ou seja, de um portfólio de projetos, aumen- tando as chances de retorno financeiro. O que também chama a atenção neste mecanismo é a possibilidade de aqui- LEIS DE INCENTIVO 59 sição de ações de empresas brasileiras para produção, comercialização, distri- buição e exibição de obras audiovisuais brasileiras independentes, bem como para prestação de serviços de infraestru- tura cinematográficos e audiovisuais. Passando para o Art. 1ºA da Lei do Au- diovisual, temos o mecanismo de patro- cínio, tal qual é a lógica do Art. 18 da Lei Rouanet. Pessoas físicas podem aportar até 6% do IR devido, ao passo que pessoas jurídicas podem aportar até 4% do IR de- vido, sendo deduzidos 100% do patrocínio aportado (mas não pode lançar o valor como despesa operacional). Por se tratar de patrocínio, o benefício, além da dedu- ção fiscal, será o retorno de marketing. Falemos agora dos três mecanismos de coprodução previstos nos Arts. 3º, 3ºA e 39-X. Os produtores, intermediários, distribui- dores e exibidores internacionais ganham muito dinheiro explorando seus blockbus- ters no Brasil. Somos um povo que gosta de ir ao cinema, assistir à Netflix e ao YouTube. Vocês conseguem imaginar quanto uma franquia americana, como a d’Os Vingadores (Avengers), por exemplo, gera de receita em todo o nosso território? Pois bem, todo esse montante não fica no Brasil, claro, e ao ser remetido para o ex- terior é retido o IR e a Condecine Remes- sa, aquele tributo que é apenas aplicado no mercado audiovisual. A alíquota de IR depende da natureza da operação internacional realizada em solo brasileiro (programação, exibição, distribuição etc.). Para o nosso estudo dos mecanismos fiscais importa saber que será de 15% ou 25%. Já a alíquota de Con- decine Remessa é de 11%, sendo que para ambos os tributos a base de cálculo sobre a qual incide tais cobranças é a receita obtida com a distribuição/exploração comercial ou exibição/programação de conteúdo estrangeiro no nosso território. A grande vantagem para os distribuido- res, exibidores e programadores estrangei- ros em utilizar esses mecanismos é a criação de portfólio. A coprodução os torna “sócios” no projeto, de modo que a porcentagem de aporte financeiro, em regra, será correspon- dente à participação patrimonial, ou seja, se ele contribuiu com 50% do orçamento, ele terá 50% de direito sobre as receitas auferidas com a exploração comercial da obra audiovisual. E dado que esses parceiros também são do mercado audiovisual, outros negócios em torno do projeto podem ser fir- mados, como um contrato de distribuição e/ou um contrato de licença de exibição. Tomemos, por exemplo, um grande estúdio americano qualquer (20th Cen- tury, Paramount, Disney, Warner etc.) que opta por utilizar um desses mecanismos de incentivo fiscal e se torna um copro- dutor em um filme brasileiro de comédia. Esse mesmo estúdio, além de ser dono Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 60 do filme e poder participar das receitas eventualmente geradas (primeira fonte de renda), também será o distribuidor dele e, obviamente, vai cobrar uma comissão (segunda fonte de ren- da para o estúdio). Para vocês, produtores brasileiros indepen- dentes, além de terem conseguido um parceiro financiador do projeto, verão seu filme alcançando territórios e segmentos de exibição que talvez sequer teriam sido imaginados caso vocês tivessem produzido sozinhos. Vocês devem estar se perguntando: mas onde entrou o incen- tivo fiscal? E a sua resposta: no aporte financeiro feito pelo es- trangeiro no orçamento de produção da obra brasileira e inde- pendente, que foi feito com recursos de imposto. Vejamos. No caso do Art. 3º da Lei do Audiovisual: “os produtores, distribuidores ou intermediários no exterior (...) contribuintes de 25% de Imposto de Renda incidentes sobre rendimentos decorrentes da exploração de obras audiovisuais estrangeiras em todo o território nacional, poderão beneficiar-se de abatimento de 70% (setenta por cento) do imposto devido, desde que invistam no desenvolvimento de projetos de produ- ção de obras cinematográficas brasileiras de longa-metragem de produção independente, e na coprodução de telefilmes e mi- nisséries brasileiros de produção independente e de obras cine- matográficas brasileiras de produção independente”. Além do benefício fiscal sobre o IR, os contribuintes também podem usufruir da isenção dos 11% de Condecine Remessa, conforme preceitua a MP nº 2228/2001: “Art. 49. O abatimento do imposto de renda na fonte, de que o trata art. 3º da Lei nº 8.685, de 1993, aplicar-se-á, exclusivamen- te, a projetos previamente aprovados pela ANCINE, na forma do regulamento, observado o disposto no art. 67. Parágrafo único. A opção pelo benefício previsto no caput afasta a incidência do disposto no §2º do art. 33 desta Medida Provisória.” “Art. 33. (...) §2º Na hipótese do parágrafo único do art. 32, a Condecine será determinada mediante a aplicação de alíquota de onze por cento sobre as importâncias ali referidas.” Art. 32. (...) Parágrafo único. A CONDECINE também incidirá sobre o paga- mento, o crédito, o emprego, a remessa ou a entrega, aos produto- res, distribuidores ou intermediários no exterior, de importâncias relativas a rendimento decorrente da exploração de obras cine- matográficas e videofonográficas ou por sua aquisição ou impor- tação, a preço fixo.” Para facilitar o entendimento, vejam a simulação de acordo com a própria ANCINE: REMESSA SEM BENEFÍCIO Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte (25%): R$ 25 Condecine Remessa (11%): R$ 11 (B) receberá: 100 – 25 – 11 = R$ 64 Empresa responsável pela REMESSA – Distribuidor NACIONAL (A) $ REMESSA COM BENEFÍCIO Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte (30% dos 25%): R$ 7,5 Aporte em projeto (70% dos 25% de IR): R$ 17,5 Condecine Remessa (11%): Isento (B) receberá: 100 – 7,5 - 25 – 17,5 = R$ 75 Contribuinte Estrangeiro: Distribuidor INTERNACIONAL (B) $ No Art. 3o-A não é muito diferente. É a mesma regra para o abatimento de 100% dos 70% aportados no projeto. Muda ape- nas a alíquota do IR devido (de 25% para 15%) e a não isenção de Condecine Remessa: “Art. 3ºA. Os contribuintes do Imposto de Renda incidente nos termos do art. 72 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, beneficiários do crédito, emprego, remessa, entrega ou pagamento pela aquisição ou remuneração, a qualquer título, de direitos, relativos à transmissão, por meio de radiodifu- são de sons e imagens e serviço de comunicação eletrônica de massa por assinatura, de quaisquer obras audiovisuais ou eventos, mesmoos de competições desportivas das quais faça parte representação brasileira, poderão beneficiar-se de abatimento de 70% (setenta por cento) do imposto devi- do, desde que invistam no desenvolvimento de projetos de produção de obras cinematográficas brasileira de longa-me- tragem de produção independente e na coprodução de obras cinematográficas e videofonográficas brasileiras de produção independente de curta, média e longas-metragens, documen- tários, telefilmes e minisséries.” Notem que o fato gerador para o IR, neste caso, é a trans- missão de obras audiovisuais ou eventos esportivos estrangei- ros aqui no Brasil. Um exemplo seriam as Olimpíadas, a Cham- pions League, a F-1, além dos filmes e séries televisivas que a gente tanto gosta. Por outro lado, no caso do Art. 3º, o fato LEIS DE INCENTIVO 61 gerado era a exploração comercial de obras audiovisuais es- trangeiras em território nacional, conduta esta normalmente praticada pelas distribuidoras. Esse detalhe sutil sinaliza que tipo de negócio vocês poderão firmar com o potencial coprodutor. Se no Art. 3º vocês amar- rariam a distribuição do filme, no Art. 3ºA vocês irão amarrar a sua exibição (muito provavelmente nos canais da programadora estrangeira, sua coprodutora). Vocês conseguem imaginar sua série sendo veiculada em toda a América Latina? Bacana demais! Vejam a simulação em números para facilitar o entendimento: REMESSA SEM BENEFÍCIO Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte (15% DA REMESSA): R$ 15 Condecine Remessa (11% da REMESSA): R$ 11 (B) receberá: 100 – 15 – 11 = R$ 74 Responsável pela REMESSA – Operadora de TV PAGA (A) $ REMESSA COM BENEFÍCIO Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte (30% dos 15%): R$ 4,5 Aporte em projeto (70% dos 15% de IR): R$ 10,5 Condecine Remessa (11%): R$ 11 (B) receberá o mesmo valor: 100 – 15 – 11 = R$ 75 Contribuinte Estrangeiro: programadora ESTRANGEIRA (B) $ ATENÇÃO: Caso B também seja beneficiado pelo ART. 39-X, poderá acumular os benefícios de ambos os artigos. Um ponto interessante de notar nesses dois mecanismos é a possibilidade de o incentivador investir num projeto de desenvolvimento de longa-metragem. De todos os mecanis- mos, estes são os únicos que permitem esse tipo de projeto. Como se trata da fase de desenvolvimento (em que o roteiro ainda será elaborado, orçado e pesquisado), fala-se em inves- timento, pois não é certa a sua produção. Por fim, temos o Art. 39-X da MP nº 2228/2001, que vocês po- dem conhecer pela alcunha de “Artigo 39”. Esse mecanismo é específico para programadoras estrangei- ras, portanto, televisão fechada (por assinatura), e trabalha ape- nas com a Condecine Remessa e não mais com Imposto de Renda. A lógica aplicada aqui é: se a programadora aportar 3% das receitas obtidas por ela em projetos brasileiros de produção audiovisual, ela fi- cará isenta da Condecine Remessa, ou seja, não precisará recolher os 11% de tributo. Na prática significa uma economia de 8%! REMESSA SEM BENEFÍCIO Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte (15% da REMESSA): R$ 15 Condecine Remessa (11% da REMESSA): R$ 11 (B) receberá: 100 – 15 – 11 = R$ 74 Responsável pela REMESSA – Operadora de TV PAGA (A) $ REMESSA COM BENEFÍCIO Remessa: R$ 100 IR recolhido na fonte (15%): R$ 15 Aporte em projeto (3% da REMESSA): R$ 3 Condecine Remessa (11%): Isento (B) receberá o mesmo valor: 100 – 15 – 3 = R$ 82 Contribuinte Estrangeiro: programadora ESTRANGEIRA (B) $ ATENÇÃO: Caso B também seja beneficiado pelo ART. 3º-A, poderá acumular os benefícios de ambos os artigos. Fundação Demócrito Rocha Universidade Aberta do Nordeste 62 CONCLUSÃO 6 C omo havíamos dito, a nossa ideia aqui não era esgotar o assunto. Seria, aliás, impossível. Existe muito mais para falarmos e debatermos dentro do mundo dos incentivos fiscais à cultura e ao audiovisual, mas para irmos direto ao ponto, sobre a lógica do mecanismo, trouxemos aqui a “nata” da matéria. Esperamos que tenham apreciado, compreendido e que nós tenhamos conseguido despertar seu interesse em conhe- cer mais sobre essas opções de financiamento e as leis que os regu- lam. Muito mais vocês aprenderão em sua pesquisa e no exercício. A propósito, não deixe de consultar o conteúdo disponibilizado em nossa Biblioteca Virtual do AVA. São exemplos, conceitos, simu- lações de aplicação das porcentagens e publicações de colegas que, certamente, contribuirão para seus estudos. Referências ANCINE. (07 de Outubro de 2020). Apresentação. Fonte: Site da AN- CINE: https://www.ancine.gov.br/pt-br/ancine/apresentacao. CESNIK, Fábio de Sá. Guia do incentivo à cultura. 3ª ed., Ed. Manole, 2012. FRANCEZ, A., COSTA NETTO, J.C. e D’ANTINO, S.F. Manual do Direi- to do Entretenimento: guia de produção cultural. Ed. Senac-SP. IKEDA, Marcelo. Leis de Incentivo para o Audiovisual. Ed. Wset Multimídia, 2013. Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a SAV. Fonte: Site da SAV: http://cultura.gov.br/secretaria/secre- tarias/sav-secretaria-do-audiovisual/ Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a SDC. Fonte: Site da SDC: http://cultura.gov.br/secretaria/secre- tarias/sdc-secretaria-da-diversidade-cultural/ Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a SECDC. Fonte: Site da SECDC: http://cultura.gov.br/secretaria/ secretarias/sec-secretaria-da-economia-criativa/ Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a Sedec. Fonte: Site da SEDEC: http://cultura.gov.br/secretaria/ secretarias/seinfra-secretaria-de-infraestrutura-cultural/ Secretaria Especial da Cultura. (07 de Outubro de 2020). Sobre a Se- fic. Fonte: Site da Sefic: http://cultura.gov.br/secretaria/secreta- rias/sefic-secretaria-de-fomento-e-incentivo-a-cultura/ ZAVERUCHA, Vera. Desvendando a Ancine. Creative Commons, 2017. LEIS DE INCENTIVO 63 Guabiras (Ilustrador) É cartunista, autor de histórias em quadrinhos e de muitos personagens. Publicou mais de 5 mil tirinhas em veículos como jornais, fanzines, livros (antologias), revistas (MAD-SP, Gibi Quântico-SP, Tarja Preta-RJ, entre outras) e na web, entre eles, no jornal EXTRA de Nova York (EUA) e na obra Marcatti 40 (Ugra/SP). Recebeu, em parceria, 3 troféus HQMIX e o Troféu Ângelo Agostini de “Melhor Cartunista de 2016”, as maiores comendas de quadrinhos do país. REALIZAÇÃOAPOIO CAPACITAÇÃO DE AGENTES CULTURAIS ESTRATÉGIAS DE CULTURA E ARTE PARA O FUTURO Carolina Kazumi (Autora) Graduada em Direito pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (SP) e pós- graduada em Audiovisual pelo Senac, advoga no mercado de entretenimento desde 2007, especialmente nas áreas de cultura e audiovisual. Já trabalhou como gestora de projetos patrocinados por grandes empresas como a Vale, Natura, EDP, BG e o Instituto Claro, e com produção executiva de longas-metragens. É palestrante e professora convidada de cursos de pós-graduação da PUC-SP e de cursos livres como do Cultura e Mercado, da Academia Internacional de Cinema, Instituto de Cinema, entre outros. FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidente: João Dummar Neto Diretor Administrativo-Financeiro: André Avelino de Azevedo Gerente Geral: Marcos Tardin Gerente Editorial e de Projetos: Raymundo Netto Gerente TV O POVO: Chico Marinho Analistas de Projetos: Aurelino Freitas, Emanuela Fernandes e Fabrícia Góis | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Gerente Pedagógica: Viviane Pereira Coordenadora de Cursos: Marisa Ferreira Designer Educacional: Joel Bruno | CURSO CAPACITAÇÃO DE AGENTES CULTURAIS Coordenador Geral, Editorial e Estabelecimento de Texto: Raymundo Netto Coordenadora de Conteúdo: Daniele Torres Assistente Editorial Emanuela Fernandes Projeto Gráfico e Edição de Arte: Andrea Araujo Designer Gráfico: Carlos Weiber Ilustrador: Guabiras Roteirista, Locutora e Mediadora (radioaulas): Lílian Martins Produtora: Luísa Duavy ISBN: 978-65-86094-49-7 (Coleção) ISBN: 978-65-86094-46-6 (Fascículo 4) Todos os direitos desta edição reservados à: Este fascículoé parte integrante do projeto Estratégias de Cultura e Arte para o futuro: capacitação de agentes culturais, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (SecultFOR), sob o nº 02/2020. Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora CEP: 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 fdr.org.br fundacao@fdr.org.br
Compartilhar