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Educação em Espaços Não Formais Facilitadora Mariana Muniz Nazima - Turma 004 Atividades avaliativas Atividade para avaliação 1 (Semana 3): Disponível até o dia 04/09 às 5:00 Provas do bimestre: A partir de 21/09 Educação em Espaços Não Formais Espaços formais de Educação: quais são? Então, quais serão os espaços da Educação não formal? Semana 1: Conhecimentos socialmente construídos pela humanidade: como os adquirimos? Desafios da escola ● O direito à educação universal e de qualidade; ● Necessidade de formação para um cenário de transformações “vertiginosas”; ● Complexidade da atuação docente; ● A construção do conhecimento, a emancipação dos sujeitos e o estímulo à afetividade (Paulo Freire); ● Múltiplos letramentos. Qual é o modelo de escola que temos hoje? ● Inserida no contexto histórico, social, político, econômico, científico, cultural da sociedade brasileira ao fim da década de 2010; ● Papel social de efetivação de um direito constitucional dos cidadãos; ● Construção do conhecimento a partir dos conhecimentos prévios dos educandos e de sua realidade; ● Desenvolvimento de competências gerais; ● Formação de pensamento crítico x tecnicismo. A educação e as transformações da sociedade Márcia Derbli Schafranski (2005) “A educação é, portanto, um processo social que se enquadra numa concepção determinada de mundo, a qual determina os fins a serem atingidos pelo ato educativo, em consonância com as ideias dominantes numa dada sociedade” (SCHAFRANSKI, 2005, p. 102). A educação e as transformações da sociedade Márcia Derbli Schafranski (2005) Transformações que caracterizam a Idade Contemporânea: revoluções burguesas, fim do Absolutismo, consolidação do capitalismo industrial e triunfo do cientificismo/positivismo. Paradigma positivista: Educação como uniformizadora e diferenciadora Predomínio da dimensão cognitiva do estudante, com maior fragmentação do conhecimento e foco na memorização A educação e as transformações da sociedade Márcia Derbli Schafranski (2005) Contrapõem-se ao paradigma então vigente, a partir dos anos 1970, escritos que apontam a dimensão política da educação: ● Não neutralidade da ciência; ● Superação da rigidez de fronteiras disciplinares; ● Questionamento da separação dicotômica sujeito/objeto; ● Diálogo com outras formas de conhecimento, inclusive o senso comum. A educação e as transformações da sociedade Márcia Derbli Schafranski (2005) “Cumpre, pois, à educação, a tarefa de buscar desenvolver-se como uma prática dinâmica e reflexiva, que, ultrapassando as visões reducionistas, possibilite a seus usuários a consciência da realidade humana e social mediante uma perspectiva globalizadora” (SCHAFRANSKI, 2005, p. 109) O medo de que os negros entrem na escola Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) ● “A escravidão brasileira não foi doce e nem a história do negro no Brasil se resumiu à escravidão” (p. 63) ● “Não se trata apenas de reconhecer a dignidade dos negros como sujeitos históricos, mas de restituir a cor aos africanos e seus descendentes que construíram a cultura brasileira” (p. 64) O medo de que os negros entrem na escola Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) ● “As teorias raciais que grassaram no Brasil desde o Império [de caráter eugenista], e que deram ensejo a uma política imigrantista que discriminava os africanos, eram teorias que se interpunham aos esforços educacionais, ao remeter as condições sociais à biologia [...] anunciaram a inaptidão dessa massa popular para servir de mão de obra capaz de adequar-se às relações de trabalho necessárias à sociedade industrializada.” (p. 71). O medo de que os negros entrem na escola Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) ● “As ideias de degeneração teriam servido de fundamento para que se concebesse a essa população como um grande organismo doente, metáfora embutida inclusive no empreendimento educativo como tarefa de regeneração.” (p. 73) O medo de que os negros entrem na escola Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) ● “O trauma histórico da escravidão, nunca de fato enfrentado, continua a nos assombrar. Teremos então de acolher este paradoxo: a verdadeira superação do racismo e de tudo que a sociedade escravista engendrou deve começar pela sua rememoração, pelas narrativas.” (p. 75) O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) ● Analisa as contradições que os professores contemporâneos devem enfrentar, causadas pelo choque entre o professor atual e o que se propõe como futuro professor ideal. ● A partir dos anos 1960/1970, a escola passa a ser considerada numa perspectiva do desenvolvimento econômico e social e tem início o esforço para universalizar a educação básica. ● Com a ampliação para um novo público, contradições socioculturais passam a estar presentes dentro da escola. O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) ● Amplia-se também a responsabilização dos professores pelas tantas contradições da escola. ● A responsabilização pelos resultados e a eficiência ampliam-se com as décadas de 1980/90 em paralelo à autonomia docente e à privatização de instituições. ● Também se transforma o perfil do aluno, cujos interesses contrastam com o que foi oferecido na formação dos seus professores. O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) “O próprio professor encara essa contradição radical: sonha em transmitir saberes e formar jovens, mas vive dando notas a alunos [...] trabalha emaranhado em tensões e contradições arraigadas nas contradições econômicas, sociais e culturais da sociedade contemporânea”. "as contradições são, ao mesmo tempo, estruturais, isto é, ligadas à própria atividade docente, e sócio-históricas, uma vez que são moldadas pelas condições sociais do ensino em certa época" (CHARLOT, 2008, p. 21) O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) ● Professor herói x vítima ● De quem é a culpa pelo fracasso escolar? ● Práticas tradicionais x construtivistas ● Ser universalista ou respeitar as diferenças? ● Autoridade x amor aos alunos ● Vínculo à comunidade ou escola como lugar específico? Semana 2: A escola enquanto espaço formal e lugares não formais para a construção do conhecimento Educação não formal Exemplos: ● Cidadania e coletividade ● Capacitação para o trabalho ● Educação midiática ● Escolarização em outros espaços como empresas, ONGs hospitais etc. Complementar à educação formal Educação não formal x Educação informal Educação informal: não intencional, acontece o tempo todo Educação não formal: planejada, com intencionalidade e objetivos (diferença principal em relação à educação formal: o espaço em que acontece e a não obrigatoriedade) Educação não formal nas instituições sociais Maria da Glória Gohn (2016) “a educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; a informal é aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de socialização – na família, no bairro, no clube, durante o convívio com os amigos etc. –, carregada de valores e culturas próprias, de pertencimento e sentimentos herdados; e a educação não formal é aquela que se aprende ‘no mundo da vida’, via processos de compartilhamento de experiências, principalmente por intermédio de espaços e ações coletivas cotidianas.” (GOHN, 2016, p. 60) Educação não formal nas instituições sociais Maria da Glória Gohn (2016) “é fundamental que haja uma compreensão, por parte dos gestores das políticas públicas, sobre a necessidade da articulação do formal com o não formal” (p. 62) “a educação não formal é um processo de aprendizagem, não uma estrutura simbólica edificada e corporificada em um prédio ou em uma instituição; ela ocorre pelo diálogo tematizado” (p. 62). Exemplos de movimentos pioneirosna educação não formal: pastorais religiosas e comunidades eclesiais de base, movimento pela conscientização sobre a violência contra a mulher. Educação não formal nas instituições sociais Maria da Glória Gohn (2016) “Entende-se a educação não formal como aquela voltada para o ser humano como um todo, cidadão do mundo, homens e mulheres. Sob hipótese alguma, ela substitui ou compete com a educação formal, escolar.” (p. 65) “O aprendizado do Educador Social realiza-se como em uma mão-dupla– ele aprende e ensina. O diálogo é o meio de comunicação.” (p. 66) Serviço de preto, muito respeito: introdução às discussões sobre as raízes do racismo, da discriminação no Brasil e história africana por meio do rap - Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) “proposta de ensino de História da África, das populações afro-brasileiras e indígenas, através da cultura hip-hop. [...] discussões sobre questões contemporâneas relacionadas ao cotidiano dos jovens estudantes e de sua comunidade, trabalhando de maneira interdisciplinar, em aulas de leitura, informática e história” (p. 68-69) Serviço de preto, muito respeito Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) “A educação e a formação do povo brasileiro são elementos fundamentais na luta contra o racismo e suas manifestações. Estudar as riquezas, os saberes, os valores, as práticas, as tradições, as culturas, as formas de governo, a religiosidade e outras características das populações africanas é necessário para combater preconceitos, mas também para valorizar os povos historicamente prejudicados (HONNETH,2003) e suas contribuições para a humanidade.” (p. 71) “pode-se discutir sobre a relação entre o escravismo, a desigualdade social, o racismo e o preconceito no Brasil tomando por base a interpretação da letra de rap” (p. 76) Serviço de preto, muito respeito Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) “O hip-hop é uma cultura de raízes ligadas à diáspora africana. Além de ter sido criado pelos negros estadunidenses em meados dos anos 1970, espalhando-se através das comunidades afro-americanas pelas Américas ao longo dos anos 1980 e 1990, o hip-hop e seus elementos - o rap, o grafite, o break e a discotecagem - são manifestações que têm suas origens na cultura afro- americana.” (p. 79) História africana: reinos do Egito, da Núbia, da Etiópia (Axum), de Gana, do Mali, do Daomé, Axante e do Congo, os Iorubás. Serviço de preto, muito respeito Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) “Por meio de nossas leituras e discussões, procuramos valorizar a riqueza de culturas e povos do continente africano, ressaltando suas contribuições para a humanidade. Refletimos sobre os saberes, as práticas e as visões-de-mundo africanas que foram trazidas na alma do povo africano em diáspora para as Américas. [...] a letra de Serviço de preto levou-nos a refletir, tanto sobre as origens africanas do Brasil, como sobre as dificuldades e as estratégias de sobrevivência e de resistência dos afro-brasileiros no período escravista, bem como sobre o racismo vigente na sociedade contemporânea” (p. 103-104) Entre o teatro negro e a literatura: revelações e valorização das culturas afro-brasileiras no currículo do ciclo autoral - Dirce Thomaz (2018) “Na elaboração do planejamento, definiu-se que uma vez por mês as atividades ocorreriam em um espaço aberto em que a classe pudesse ficar mais livre para propor atividades a fim de transformar o grupo em sujeito da ação e que as demais aulas aconteceriam na sala de leitura. Os (as) alunos(as) foram estimulados a desenvolver um novo olhar sobre si e seu entorno e, assim, melhorar sua integração junto à comunidade escolar e à comunidade local. Isso possibilitou uma reflexão acerca das questões e problemas sociais que ocorriam no cotidiano, como, por exemplo, as expressões de preconceito e de racismo.” (p. 181-182) Entre o teatro negro e a literatura Dirce Thomaz (2018) “Os alunos (as) assistiram ao curta [Quarto de Despejo, baseado na obra de Carolina Maria de Jesus] e, posteriormente, foram surpreendidos pela performance ao vivo da atriz, Dirce Thomaz, que eles viram no filme. [...] A leitura dos textos literários e a experiência de ter uma atriz negra como parte das atividades do EJA despertou o interesse dos grupos pela leitura e pelos temas que foram levantados sobre a história do negro no Brasil, tais como: o racismo, o preconceito, a violência, a favela, o descaso dos governantes, o abandono social”. (p. 182) Entre o teatro negro e a literatura Dirce Thomaz (2018) “A expectativa é de que surjam novos olhares, novos profissionais e novos estudantes para se construir formas renovadas de ensinar, de aprender e de apreender cultura, em busca de novos estilos e de novas estéticas. Somos uma população marcada pela diversidade étnica, cultural e religiosa, oriunda de diferentes povos ou etnias, o que exige respeito e tolerância para com os povos historicamente prejudicados no Brasil, sobretudo negros e indígenas”. (p. 201) Referências CHARLOT, Bernard. O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, v. 17, n. 30, p. 17-31, jul./dez. 2008. GOHN, Maria da Glória. Educação não formal nas instituições sociais. Revista Pedagógica, v. 18, n. 39, set./dez. 2016. SCHAFRANSKI, Márcia Derbli. A educação e as transformações da sociedade. Publ. UEPG Ci. Hum., Ci. Soc. Apl., Ling., Letras e Artes, Ponta Grossa, v. 13, n. 2, p. 101-112, dez. 2005. SIQUEIRA JR., Kleber Galvão de. Serviço de preto, muito respeito: introdução a discussões sobre as raízes do racismo, da discriminação no Brasil e História africana por meio do rap. In: AMARAL, Mônica do et al. (Orgs.). Culturas ancestrais e contemporâneas na escola. São Paulo: Alameda, 2018. Referências SOUZA, Maria Cecilia Cortez Christiano de. O medo de que os negros entrem na escola. Revista da ABPN, v. 6, n. 12, p. 61-77, nov. 2013-fev. 2014. THOMAZ, Dirce. Entre o teatro negro e a literatura: revelações e valorização das culturas afro-brasileiras no currículo do ciclo autoral. In: AMARAL, Mônica do et al. (Orgs.). Culturas ancestrais e contemporâneas na escola. São Paulo: Alameda, 2018. Obrigada! Dúvidas? mariana.nazima@cursos.univesp.br Educação em Espaços Não Formais Atividades avaliativas Educação em Espaços Não Formais Semana 1: Conhecimentos socialmente construídos pela humanidade: como os adquirimos? Desafios da escola Qual é o modelo de escola que temos hoje? A educação e as transformações da sociedade�Márcia Derbli Schafranski (2005) A educação e as transformações da sociedade�Márcia Derbli Schafranski (2005) A educação e as transformações da sociedade�Márcia Derbli Schafranski (2005) A educação e as transformações da sociedade�Márcia Derbli Schafranski (2005) O medo de que os negros entrem na escola�Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) O medo de que os negros entrem na escola�Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) O medo de que os negros entrem na escola�Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) O medo de que os negros entrem na escola�Maria Cecilia Cortez Christiano de Souza (2014) O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) O professor na sociedade contemporânea: um trabalhador da contradição - Bernard Charlot (2008) Semana 2: A escola enquanto espaço formal e lugares não formais para a construção do conhecimento Educação não formal Educação não formal x Educação informal Número do slide 22 Educação não formal nas instituições sociais�Maria da Glória Gohn (2016) Educação não formal nas instituições sociais�Maria da Glória Gohn (2016) Educação não formal nas instituições sociais�Maria da Glória Gohn (2016) Serviço de preto, muito respeito: introdução às discussõessobre as raízes do racismo, da discriminação no Brasil e história africana por meio do rap - Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) Serviço de preto, muito respeito �Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) Serviço de preto, muito respeito�Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) Serviço de preto, muito respeito�Kleber Galvão de Siqueira Junior (2018) Entre o teatro negro e a literatura: revelações e valorização das culturas afro-brasileiras no currículo do ciclo autoral - Dirce Thomaz (2018) Entre o teatro negro e a literatura�Dirce Thomaz (2018) Entre o teatro negro e a literatura�Dirce Thomaz (2018) Referências Referências Obrigada! Dúvidas? mariana.nazima@cursos.univesp.br
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