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A RELAÇÃO HOMEM X CAMPO (...) lugar de vida, onde as pessoas podem morar, trabalhar, estudar com dignidade de quem tem o seu lugar, a sua identidade cultural. O campo não é só o lugar da produção agropecuária e agroindustrial, do latifúndio e da grilagem de terra. O campo é espaço e território dos camponeses e dos quilombolas (...).” (FERNANDES, B.M. Diretrizes de uma caminhada. In: ARROYO, M.G;CALDART, R.S.; MOLINA, M.C. Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 133-145) “Na longa história das comunidades humanas, sempre esteve bem evidente essa ligação entre a terra da qual todos nós, direta ou indiretamente, extraímos nossa subsistência, e as realizações da sociedade humana. E uma dessas realizações é a cidade: a capital, a cidade grande, uma forma distinta de civilização.” Wiliams Raymond, 1989. apud SOARES, Edla de Araújo Lira 2001. “O campo [...], mais do que um perímetro não-urbano, é um campo de possibilidades que dinamizam a ligação dos seres humanos com a própria produção das condições da existência social e com as realizações da sociedade humana” EDUCAÇÃO DO CAMPO E AS CONSTITUIÇÕES No parecer nº 36/2001, sobre as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, a relatora Edla de Araújo Lira Soares traz considerações sobre a trajetória da Educação no Campo desde a primeira Constituição brasileira e leis relacionadas, até as mais atuais da época. Considera: “No Brasil, todas as constituições contemplaram a educação escolar, merecendo especial destaque a abrangência do tratamento que foi dado ao tema a partir de 1934. Até então, em que pese o Brasil ter sido considerado um país de origem eminentemente agrária, a educação rural não foi sequer mencionada nos textos constitucionais de 1824 e 1891, evidenciando-se, de um lado, o descaso dos dirigentes com a educação do campo e, do outro, os resquícios de matrizes culturais vinculadas a uma economia agrária apoiada no latifúndio e no trabalho escravo.” É importante ressaltar que quando tal tópico é discutido, é comum encontrar-se a idealização de um espaço encontrado no termo “adaptação”, encontrando assim uma recomendação de se adaptar ou ajustar o que é feito na cidade para o campo. Destaque a constituição do estado do Rio Grande do Sul que traz: “aspirações de liberdade política, de igualdade social, de direito ao trabalho, à terra, à saúde e ao conhecimento dos(as) trabalhadores (as) rurais.” AÇÕES Adaptações Curriculares; Adaptação no Calendário; Expansão do atendimento; Interiorização do Ensino; Valorização do Educador. AÇÕES Na elaboração do calendário das escolas rurais, levar em consideração as estações do ano e seus ciclos agrícolas O ensino profissionalizante rural ESCOLA DO CAMPO E DIREITO A TERRA “(...) A Liberdade da Terra não é assunto de lavradores. A Liberdade da Terra é assunto de todos. Quantos não se alimentam do fruto da terra. Do que vive, sobrevive do salário. Do que é impedido de ir à escola. Dos meninos e meninas de rua. Das prostitutas. Dos ameaçados pelo Cólera. Dos que amargam o desemprego. Dos que recusam a morte do sonho. A liberdade da Terra e a Paz do campo tem um nome. Hoje viemos cantar no coração da cidade para que ela ouça nossas canções…” ( Pedro Tierra ) “No começo os sem-terra acreditavam que se organizar para lutar por escola era apenas mais uma de suas lutas por direitos sociais; direitos de que estavam sendo excluídos pela sua própria condição de trabalhador sem (a) terra. Logo foram percebendo que se tratava de algo mais complexo.” “Nesta trajetória de tentar construir uma escola diferente, o que era (e continua sendo) um direito, passou a ser também um dever. Se queremos novas relações de produção no campo, se queremos um país mais justo e com mais dignidade para todos, então também precisamos nos preocupar em transformar instituições históricas como a escola em lugares que ajudem a formar os sujeitos destas transformações.” “Uma escola não move um assentamento, mas um assentamento também não se move sem a escola” REFERÊNCIAS CALDART, Roseli Salete. A escola do campo em movimento. Currículo sem fronteiras, v. 3, n. 1, p. 60-81, 2003. BRASIL. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Edla de Araújo Lira Soares. Brasília - Distrito Federal. Parecer Nº 36/2001. 26p. FERNANDES, B.M. Diretrizes de uma caminhada. In: ARROYO, M.G;CALDART, R.S.; MOLINA, M.C. Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 133-145)
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