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Larissa Antunes de Souza Meningite Anatomia Imagem RESSONÂNCIA MAGNÉTICA Ponderações T1, T2 e FLAIR T1 Melhor para ver a anatomia Substância cinzenta (região mais cortical): cinza Substancia branca: branca Líquor: preto T2 Melhor para ver a patologia Substância cinzenta: fica mais branca Substancia branca: fica mais escura (cinza) Líquor: branco FLAIR mescla características, evidencia melhor a lesão T1 FLAIR: substancia cinzenta: cinza Substancia branca: branca Líquor: branco T2 FLAIR: substancia cinzenta: branca Substancia branca: cinza Líquor: preto PAQUIMENINGE LEPTOMENINGES Larissa Antunes de Souza Meningite bacteriana Ocorre por inflamação da pia-máter e aracnoide. As meningites bacterianas possuem maior morbimortalidade que meningites virais. Agentes Etiológicos Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Listeria monocytogenes, Haemophilus influnzae. Quadro Clínico Tríade clássica: FEBRE, RIGIDEZ DE NUCA, ALTERAÇÃO DO ESTADO MENTAL (confusão, sonolência) presente em pelo menos 50% dos pacientes Cefaleia intensa (muito comum também) Vômitos Crises convulsivas Meningite meningocócica Agente etiológico Neisseria meningitidis Quadro clínico - Processo inflamatório intenso, que pode gerar espessamento e aderência da Pia-máter e Aracnoide. A inflamação pode lesionar o nervo troclear e gerar surdez permanente. Sintomas: calafrios, febre, cefaleia, náuseas, vômito, rigidez nucal, alteração do nível de consciência. Tem algumas características próprias: rápida evolução, lesões petequiais ou purpúricas, choque séptico. PECULIARIDADES - Meningite por Pneumococo e Haemophilus: geralmente precedidos por IVA (sinusite, otite) - Listeria e Enterobaterias: etiologia comum em imunossuprimidos - S. aureus: atenção a pacientes submetidos a cirurgia em SNC (bactéria comum de pele) Larissa Antunes de Souza Complicações/Sequelas São raras Surdez Paralisias oculares Cegueira Alterações cognitivas Crises epilépticas Hidrocefalia Púrpura Pericardite Endocardite Orquite Albuminúria ou hematúria Hemorragia suprarrenal CID Diagnóstico Suspeita clínica + confirmação em propedêutica Alterações laboratoriais: leucocitose com desvio, aumento de PCR, hemocultura geralmente positiva EAS: pode conter albuminúria, cilindros e hemácias. Imagem: TC crânio (útil para excluir diagnósticos diferenciais e presença de massa) Sempre solicitar em imunocomprometidos, história de doença prévia em SNC, crise convulsiva, papiledema, alteração do nível de consciência, déficit neurológico focal (sinais de HIC). Punção lombar e análise de LCR: realizam diagnóstico confirmatório Pressão aumentada Líquor com aspecto turvo, purulento Celularidade aumentada (entre 2.000/mm3 e 10.000/mm3) com predomínio de leucócitos polimorfonucleares Glicose diminuída, geralmente abaixo de 40 Proteínas aumentadas, geralmente > 200 Lactato aumentado Gram: diplococos gram negativos Cultura e antibiograma: vai denominar agente e perfil de sensibilidade Tratamento Tratamento empírico: ATB (cefalosporina de 3ª geração) Betametasona: para redução do processo inflamatório Não há necessidade de reexaminar o LCS se o paciente estiver clinicamente bem. A glicose no líquor reflete a glicose sérica durante as últimas 3 – 4h Larissa Antunes de Souza Meningite viral Agentes etiológicos Enterovírus: Coxsackie B e Echovírus Quadro clínico - Clínica mais branda e menor morbimortalidade, geralmente quadro autolimitado. - Infecção pode ser mais severa em extremos de idade. Sintomas: início abrupto e geralmente inclui cefaleia, febre, náuseas ou vômitos, mal-estar, fotofobia e rigidez nucal. Também pode ter erupção cutânea, diarreia e sintomas respiratórios superiores. Sintomas associados: exantema, herpangina, pericardite, orquite, neurite braquial Diagnóstico Punção lombar e análise de LCR Aspecto claro, pressão normal Aumento celular discreto com predomínio de mononucleares (< 250 cel/microL) Elevação modesta de proteínas (< 150 mg/dL) Glicose normal Gram e cultura negativos **No início do quadro os pacientes podem apresentar predominância polimorfonuclear no LCR, caso se repita a punção lombar após 12 a 24h, geralmente mostra evolução para predomínio linfocítico. Não é necessário fazer PCR para enterovírus Tratamento Tratamento: sintomáticos e de suporte Meningite criptocócica Mais prevalente em imunossuprimidos, quadro grave e de evolução subaguda. Agente etiológico Cryptococcus neoformans Larissa Antunes de Souza Fisiopatologia C. neoformans é um fungo presente no ambiente (solo, casca de frutas, excrementos de aves) e a transmissão ocorre por inalação. Em uma pessoa imunocompetente, este fungo é destruído quando inalado, na pessoa imunossuprimida ele tem a capacidade de causar infecção respiratória e disseminação. Quadro clínico - Quadro crônico, não é necessário isolar paciente - Manifestação clínica vai depender do estado imunológico do paciente. Pacientes HIV + com contagens de células CD4+ < 50 células/μℓ são vulneráveis a infecção disseminada e meningite. - Cefaleia, febre, náuseas e vômitos, alteração do estado mental, sintomas visuais, crises epilépticas, hipertensão intracraniana. Muitos pacientes podem não apresentar irritação meníngea. HIC: cefaleia e papiledema Evolução: meningite e critococoma (déficit focal e crise convulsiva). Diagnóstico Imagem: TC ou RM de encéfalo São inespecíficas para o diagnóstico, mas podem revelar alterações que auxiliam no raciocínio clínico (avaliar diagnósticos diferenciais) Também auxilia a identificar coinfecções (muito comum devido a imunossupressão) E avaliar complicações da HIC e possibilidade de realizar punção lombar (na maioria das vezes é possível) Análise de LCR Faz diagnóstico, exame de escolha Pressão de abertura muito aumentada Pleocitose discreta (MNN) Proteínas discretamente aumentadas Glicose normal ou diminuída Nanquim: leveduras em brotamento (rápido) Cultura fúngica positiva: geralmente demorada Paciente com AIDS não apresenta reação inflamatório no líquor Larissa Antunes de Souza Alterações de imagem Hidrocefalia, edema cerebral, realce das leptomeninges e criptococomas Tratamento Anfotericina Fluconazol Manejo da hipertensão intracraniana Prognóstico desfavorável: baixa concentração de glicose no LCS, título de antígeno criptocócico elevado no LCS (> 1:1.024), nível elevado de lactato do LCS, alteração do nível de consciência, hidrocefalia e PIC elevada. Neurotuberculose Causa de meningite crônica Agente etiológico Mycobacterium tuberculosis Fisiopatologia Inalação da bactéria replicação em sítio pulmonar disseminação hematogênica M. tuberculosis pode atravessar a barreira hematoencefálica forma microgranulomas (granulomas de Rich) no parênquima e meninge microgranuloma pode se romper e disseminar a bactéria no espaço subaracnóideo inflamação meníngea Ou os microgranulomas podem se desenvolver e gerar tuberculomas no parênquima encefálico *O processo inflamatório geralmente acomete base de crânio gerando hidrocefalia e acometimento de pares dos nervos cranianos, vasculites (pode gerar trombose e AVC), trombose de seio cavernoso *Geralmente é uma pan meningite e paciente pode não apresentar acometimento pulmonar. Quadro clínico A meningite geralmente é precedida de sintomas inespecíficos: mal-estar, anorexia, fadiga, perda de peso, febre, mialgia e cefaleia. Larissa Antunes de Souza Febre Cefaleia Rigidez nucal Paralisia dos nervos cranianos Alterações cognitivos comportamentais Rebaixamento de nível de consciência Hipertensão intracranianaVasculite -> formação de trombos (AVCi) Evolução: estado comatoso, HIC, hidrocefalia obstrutiva Diagnóstico Meningite + Tb pulmonar altamente sugestivo Imagem: TC ou RM A imagem é muito importante para o diagnóstico e prognóstico Avalia a possibilidade de punção lombar (tem que excluir hidrocefalia e lesão expansiva) Análise do LCR Faz diagnóstico Aspecto amarelo, turvo Pressão de abertura aumentada Celularidade aumentada (200 a 500 cel) com predomínio mononuclear, também pode estar normal Proteínas aumentadas (200 a 400) Glicose diminuída BAAR -> baixa sensibilidade Cultura -> crescimento lento PCR para micobactéria (mais rápida e mais sensível) Gram: bacilo gram-positivo aeróbico intracelular, pleomórfico álcool-acidorresistente Alterações de imagem Realce das meninges basilares, exsudatos espessos, hidrocefalia obstrutiva, padrão miliar, tuberculoma e infartos periventriculares Geralmente usa contraste, observa uma captação difusa de contraste pelas meninges (inflamadas) e em base de crânio (perto do mesencéfalo e do seio cavernoso). Larissa Antunes de Souza Tratamento Esquema: Rifampsina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol (RIPE) -> 2 meses Rifampsina e Isoniazida (RI) por até 10 meses Corticoide: edema cerebral por causa do processo inflamatório HIV +: TARV **Síndrome inflamatória da reconstituição imunológica (IRIS): só entra com TARV para o paciente após o término da fase intensiva Comparação do líquido cefalorraquidiano MENINGITE BACTERIANA MENINGITE VIRAL MENINGITE CRIPTOCÓCICA NEUROTUBERCULOSE Pressão de abertura Aumentada Normal Aumentada Aumentada Aspecto Turvo, purulento Límpido Claro Turvo, amarelado Celularidade Aumentada (PMN) Discreto aumento (MNN) Aumento discreto (MNN) Aumentada (MNN) Proteínas Aumentadas Modesto aumento Discretamente aumentadas Aumentadas Glicose Diminuída Normal Normal ou diminuída Diminuída Gram Diplococo gram positivo (N. meningitidis) Negativo Negativo Bacilo gram positivo Outro Coloração com nanquin – leveduras em brotamento BAAR
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